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O Megalitismo




                Menir da Bulhôa
                Reguengos de Monsaraz
Mega (grande) + lithos (pedra)
Não há uma cultura megalítica.

O Megalitismo é um fenómeno
comum a diferentes culturas.

Na Europa ocidental, estende-se
desde a Escandinávia, pelo mar
do Norte, Ilhas Britânicas e por
todo o arco atlântico desde a
Bretanha até Gibraltar,
alargando-se depois ao
Mediterrâneo ocidental,
incluindo o norte de África e as
ilhas mediterrânicas, desde os
finais do neolítico até à Idade do
Bronze, isto é, do 5º ao 3º
milénio a. C., aproximadamente.
Stonehenge
Condado de Wiltshire
Inglaterra
3º milénio a. C.
Templo de Mnajdra
 Malta
3º milénio a. C.
Os principais tipos de construção megalítica são: o menir,




                               Almendres        Bulhôa
                                   Évora        Reguengos de Monsaraz
O menir da Bulhôa (ou
Belhoa) ostenta um
motivo solar, rodeado
por motivos
serpentiformes e uma
figura que tem sido
interpretada como um
báculo.

No sul, os menires
ostentam gravuras ou
insculturas, que
incluem motivos em U
e zig-zag, enquanto
que a norte parecem
dominar os esteios
pintados nos dólmenes
Menir do Outeiro   Menir do Monte Ribeira
                    Reguengos          Reguengos Monsaraz




Menir da Meada
Castelo de Vide
O menir é o tipo mais simples ainda que de significado complexo. É
                                          uma coluna, normalmente de forma fálica, enterrada vertical e
                                     parcialmente no solo. Por vezes, apresenta decorações no topo, por
                                                     exemplo, motivos solares e outros símbolos astrais.




O menir de Locmariaquer, na Bretanha francesa, é o maior conhecido, mede mais de 20 m e pesa quase
300 t. A rocha não é proveniente do local onde se erguia o menir.
Bretanha
Capela de S. Dinis
Pavia
Évora
Anta - Capela de S. Brissos
Montemor-o-Novo
Alinhamento: um conjunto de menires dispostos em linha. O mais famoso é o de Carnac (4º
3º milénios a. C.), na Bretanha. É formado por várias linhas paralelas. Desconhece-se o
significado destes conjuntos monumentais.
Merrivale
Devon
Inglaterra
O cromeleque é um conjunto de menires dispostos em forma circular, ou aproximada,
definindo assim um espaço interior que deveria ter funções de templo ou recinto sagrado.
O mais famoso é o de Stonehenge, na planície do Sul de Inglaterra (Salisbury, Wiltshire).
Os esteios chegam aos 4 m e às 40 t. Foi construído em diversas fases, entre os finais do
Neolítico e a Idade do Bronze (c. 3100 a. C. – 1400 a. C.).
Uma das hipóteses mais fascinantes é a que admite a relação astral destas construções,
sugerindo-se que a disposição dos menires tem relação com o firmamento.
Anualmente, por ocasião dos solstícios, ali se reúnem multidões em celebrações rituais.
O Alentejo é a região da Europa com maior
concentração de monumentos megalíticos.
Há vários cromeleques. O mais importante é o de Almendres, perto de Évora.
Vale Maria Meio
Évora
Portela de Mogos
                  Évora




Cromeleque do Xarez
Reguengos de Monsaraz
Báculo da Herdade das
Antas
Montemor-o-Novo




                        Báculo de dorso serrilhado. Proveniente da Anta 4 da Herdade das
                          Antas; MNA, xisto, Neolítico final, Idade do Cobre, 44cmx 7,5cm.
As antas, ou dólmenes, são o monumento mais comum. É um monumento funerário que,
na variante mais simples, é formado por esteios que sustentam um tampo, ou mesa,
criando no interior uma câmara. A maior parte foi edificada entre 4000 e 3000 a. C.




                                                                   Zedes
                                                                   Carrazeda de Ansiães
                                                                   Bragança
Aldeia da Mata
Crato
A câmara era destinada a
enterramentos colectivos.
Os esteios eram decorados
  por incisões ou pinturas.




     Anta Grande do Zambujeiro
     Évora
Antelas
Oliveira de Frades
Chão Redondo
Sever do Vouga
Orca dos Juncais
                                Vila Nova de Paiva
                                             Viseu




Museu Nacional de Arqueologia
Lisboa
Pedralta
Viseu
Dólmen do Padrão
 Paredes




    www.cm-paredes.com




Os fragmentos dos esteios pintados encontram-se depositados Museu de História Natural
da Faculdade de Ciências do Porto, para onde foram levados em 1926.
Vilarinho da Castanheira
Bragança
Anta com corredor
Mangualde
Originalmente eram cobertas com pedra e terra, chamada mamoa ou tumulus, sendo já
raros os monumentos que conservam essa cobertura. Excepcional é o monumento de
Newgrange, na Irlanda.




Trata-se de um túmulo megalítico (c. 4 000 a. C.) Um corredor com quase 20 m e 40 esteios
conduz a uma câmara cruciforme
Seefin Cairn
Irlanda
Serra da Aboboreira
Baião
Os Monumentos megalíticos de Alcalar são um conjunto de 18 túmulos megalíticos agrupados em
vários núcleos e com uma grande diversidade arquitectónica. Situada entre o norte da ria de Alvor e o
sopé da serra de Monchique, esta necrópole data do III milénio a.c.
O monumento nº7 é constituído por um cairn que envolve um tholos.
www.netparque.pt/NPShowStory.asp?id=264591
Já para o final do neolítico, na zona
mediterrânica, desenvolve-se uma
tipologia de monumentos de falsa
cúpula, também chamados de
tholoi (sing.: tholos). A função seria
semelhante à dos monumentos
megalíticos, apenas que construídos
com lajes de pequena dimensão,
pelo que podemos falar de
megalitismo sem megálitos.
Cista: túmulo individual de inumação, ou depósito de corpos incinerados, de forma
normalmente rectangular, com paredes formadas por lajes colocadas verticalmente
formando uma pequena câmara.




 Cista megalítica do Cerro do Malhão (Alcoutim). Vista parcial da cista e do
                              lajeado exterior.                                Fonte: wikipedia

http://www.igespar.pt/media/uploads/revistaportuguesadearqueologia/6_2/7.pdf
Último quartel do IV milénio a.C.




                                             Sandálias votivas em calcário
                                    Museu dos Condes de Castro Guimarães
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Alapraia
Cascais
Bibliografia: O autor de referência no tema do megalitismo e arte megalítica continua a ser o
prof. Vítor Oliveira Jorge, cuja tese de doutoramento data já de 1982. Este autor tem inúmeros
artigos sobre o tema, alguns referenciados na www, como por exemplo (conferido em 05-04-
2010): Interpreting the “megalithic art” of western Iberia: some preliminary remarks; in
http://architectures.home.sapo.pt/JIA%200-VOJ.pdf ; Megalitismo no norte de Portugal um
novo balanço; in http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3621.pdf ; Megalitismo de Entre-
Douro-e-Minho e de Trás-Os-Montes (Norte de Portugal): conhecimentos actuais e linhas de
pesquisa a desenvolver: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2059.pdf. Uma pesquisa não
muito       aturada      fornece       artigos    muito   úteis,    como       por     exemplo:
http://www.culture.gouv.fr/culture/arcnat/megalithes/index.html [Mégalithes du Morbihan]
www.ctv.es/USERS/sananton/coloqmeg.pdf [Intervenções do congresso sobre arte megalítica]
ou: www.crookscape.org/ [Grupo de estudos do megalitismo alentejano. Com mapas,
fotografias, textos científicos e hiperligações.]
V. O. Jorge é o responsável pelo capítulo consagrado à pré-história que, a partir da p. 102,
aborda a temática do megalitismo no volume dirigido por Jorge de Alarcão da «Nova História de
Portugal», intitulado Portugal. Das origens à romanização (Lisboa; Editorial Presença; 1990). O
livro de M. Farinha dos Santos (Pré - História de Portugal; Verbo; Lisboa; 3ª ed. actualizada;
1985) continua a ser uma boa aproximação ao tema da arte megalítica. Algumas obras de
História de Portugal contêm excelentes capítulos sobre o assunto, como a dirigida por João
Medina (Lisboa; 1994), cuja Parte V do vol. I, da autoria de Victor S. Gonçalves, inclui um
esclarecedor artigo de Manuel Calado (pp. 561 – 561). Paulo Pereira escreve uma boa síntese no
1º volume da História da Arte Portuguesa (Lisboa; Círculo de Leitores; 1995; pp. 51 – 63). A
prof.ª Raquel Vilaça redige igualmente uma curta síntese no 1º volume da História da Arte em
Portugal (Lisboa; Publicações Alfa; 1986; pp. 23 – 29).

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A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
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Megalitismo

  • 1. O Megalitismo Menir da Bulhôa Reguengos de Monsaraz
  • 2. Mega (grande) + lithos (pedra)
  • 3. Não há uma cultura megalítica. O Megalitismo é um fenómeno comum a diferentes culturas. Na Europa ocidental, estende-se desde a Escandinávia, pelo mar do Norte, Ilhas Britânicas e por todo o arco atlântico desde a Bretanha até Gibraltar, alargando-se depois ao Mediterrâneo ocidental, incluindo o norte de África e as ilhas mediterrânicas, desde os finais do neolítico até à Idade do Bronze, isto é, do 5º ao 3º milénio a. C., aproximadamente.
  • 5. Templo de Mnajdra Malta 3º milénio a. C.
  • 6. Os principais tipos de construção megalítica são: o menir, Almendres Bulhôa Évora Reguengos de Monsaraz
  • 7. O menir da Bulhôa (ou Belhoa) ostenta um motivo solar, rodeado por motivos serpentiformes e uma figura que tem sido interpretada como um báculo. No sul, os menires ostentam gravuras ou insculturas, que incluem motivos em U e zig-zag, enquanto que a norte parecem dominar os esteios pintados nos dólmenes
  • 8. Menir do Outeiro Menir do Monte Ribeira Reguengos Reguengos Monsaraz Menir da Meada Castelo de Vide
  • 9. O menir é o tipo mais simples ainda que de significado complexo. É uma coluna, normalmente de forma fálica, enterrada vertical e parcialmente no solo. Por vezes, apresenta decorações no topo, por exemplo, motivos solares e outros símbolos astrais. O menir de Locmariaquer, na Bretanha francesa, é o maior conhecido, mede mais de 20 m e pesa quase 300 t. A rocha não é proveniente do local onde se erguia o menir.
  • 11. Capela de S. Dinis Pavia Évora
  • 12. Anta - Capela de S. Brissos Montemor-o-Novo
  • 13. Alinhamento: um conjunto de menires dispostos em linha. O mais famoso é o de Carnac (4º 3º milénios a. C.), na Bretanha. É formado por várias linhas paralelas. Desconhece-se o significado destes conjuntos monumentais.
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  • 18. O cromeleque é um conjunto de menires dispostos em forma circular, ou aproximada, definindo assim um espaço interior que deveria ter funções de templo ou recinto sagrado.
  • 19. O mais famoso é o de Stonehenge, na planície do Sul de Inglaterra (Salisbury, Wiltshire).
  • 20. Os esteios chegam aos 4 m e às 40 t. Foi construído em diversas fases, entre os finais do Neolítico e a Idade do Bronze (c. 3100 a. C. – 1400 a. C.).
  • 21. Uma das hipóteses mais fascinantes é a que admite a relação astral destas construções, sugerindo-se que a disposição dos menires tem relação com o firmamento.
  • 22. Anualmente, por ocasião dos solstícios, ali se reúnem multidões em celebrações rituais.
  • 23. O Alentejo é a região da Europa com maior concentração de monumentos megalíticos.
  • 24. Há vários cromeleques. O mais importante é o de Almendres, perto de Évora.
  • 25.
  • 27. Portela de Mogos Évora Cromeleque do Xarez Reguengos de Monsaraz
  • 28. Báculo da Herdade das Antas Montemor-o-Novo Báculo de dorso serrilhado. Proveniente da Anta 4 da Herdade das Antas; MNA, xisto, Neolítico final, Idade do Cobre, 44cmx 7,5cm.
  • 29. As antas, ou dólmenes, são o monumento mais comum. É um monumento funerário que, na variante mais simples, é formado por esteios que sustentam um tampo, ou mesa, criando no interior uma câmara. A maior parte foi edificada entre 4000 e 3000 a. C. Zedes Carrazeda de Ansiães Bragança
  • 31. A câmara era destinada a enterramentos colectivos. Os esteios eram decorados por incisões ou pinturas. Anta Grande do Zambujeiro Évora
  • 34. Orca dos Juncais Vila Nova de Paiva Viseu Museu Nacional de Arqueologia Lisboa
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  • 37. Dólmen do Padrão Paredes www.cm-paredes.com Os fragmentos dos esteios pintados encontram-se depositados Museu de História Natural da Faculdade de Ciências do Porto, para onde foram levados em 1926.
  • 40. Originalmente eram cobertas com pedra e terra, chamada mamoa ou tumulus, sendo já raros os monumentos que conservam essa cobertura. Excepcional é o monumento de Newgrange, na Irlanda. Trata-se de um túmulo megalítico (c. 4 000 a. C.) Um corredor com quase 20 m e 40 esteios conduz a uma câmara cruciforme
  • 43. Os Monumentos megalíticos de Alcalar são um conjunto de 18 túmulos megalíticos agrupados em vários núcleos e com uma grande diversidade arquitectónica. Situada entre o norte da ria de Alvor e o sopé da serra de Monchique, esta necrópole data do III milénio a.c. O monumento nº7 é constituído por um cairn que envolve um tholos. www.netparque.pt/NPShowStory.asp?id=264591
  • 44. Já para o final do neolítico, na zona mediterrânica, desenvolve-se uma tipologia de monumentos de falsa cúpula, também chamados de tholoi (sing.: tholos). A função seria semelhante à dos monumentos megalíticos, apenas que construídos com lajes de pequena dimensão, pelo que podemos falar de megalitismo sem megálitos.
  • 45. Cista: túmulo individual de inumação, ou depósito de corpos incinerados, de forma normalmente rectangular, com paredes formadas por lajes colocadas verticalmente formando uma pequena câmara. Cista megalítica do Cerro do Malhão (Alcoutim). Vista parcial da cista e do lajeado exterior. Fonte: wikipedia http://www.igespar.pt/media/uploads/revistaportuguesadearqueologia/6_2/7.pdf
  • 46. Último quartel do IV milénio a.C. Sandálias votivas em calcário Museu dos Condes de Castro Guimarães Gruta artificial Cascais Alapraia Cascais
  • 47. Bibliografia: O autor de referência no tema do megalitismo e arte megalítica continua a ser o prof. Vítor Oliveira Jorge, cuja tese de doutoramento data já de 1982. Este autor tem inúmeros artigos sobre o tema, alguns referenciados na www, como por exemplo (conferido em 05-04- 2010): Interpreting the “megalithic art” of western Iberia: some preliminary remarks; in http://architectures.home.sapo.pt/JIA%200-VOJ.pdf ; Megalitismo no norte de Portugal um novo balanço; in http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3621.pdf ; Megalitismo de Entre- Douro-e-Minho e de Trás-Os-Montes (Norte de Portugal): conhecimentos actuais e linhas de pesquisa a desenvolver: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2059.pdf. Uma pesquisa não muito aturada fornece artigos muito úteis, como por exemplo: http://www.culture.gouv.fr/culture/arcnat/megalithes/index.html [Mégalithes du Morbihan] www.ctv.es/USERS/sananton/coloqmeg.pdf [Intervenções do congresso sobre arte megalítica] ou: www.crookscape.org/ [Grupo de estudos do megalitismo alentejano. Com mapas, fotografias, textos científicos e hiperligações.] V. O. Jorge é o responsável pelo capítulo consagrado à pré-história que, a partir da p. 102, aborda a temática do megalitismo no volume dirigido por Jorge de Alarcão da «Nova História de Portugal», intitulado Portugal. Das origens à romanização (Lisboa; Editorial Presença; 1990). O livro de M. Farinha dos Santos (Pré - História de Portugal; Verbo; Lisboa; 3ª ed. actualizada; 1985) continua a ser uma boa aproximação ao tema da arte megalítica. Algumas obras de História de Portugal contêm excelentes capítulos sobre o assunto, como a dirigida por João Medina (Lisboa; 1994), cuja Parte V do vol. I, da autoria de Victor S. Gonçalves, inclui um esclarecedor artigo de Manuel Calado (pp. 561 – 561). Paulo Pereira escreve uma boa síntese no 1º volume da História da Arte Portuguesa (Lisboa; Círculo de Leitores; 1995; pp. 51 – 63). A prof.ª Raquel Vilaça redige igualmente uma curta síntese no 1º volume da História da Arte em Portugal (Lisboa; Publicações Alfa; 1986; pp. 23 – 29).