3. • O Período Homérico representa uma nova
fase na estruturação da sociedade grega em
decorrência da invasão dos dórios no período
anterior. O novo povo encerrou a cultura
creto-micênica que esteve presente por
séculos e em seu lugar deu início a cultura
gentílica.
4. • No final do Período Pré-Homérico os dórios,
povo indo-europeu, invadiram violentamente
a Grécia, destruindo a estrutura comercial
existente, a cultura que lá estava estabilizada
e causando a migração desta população como
alternativa para sobreviver. A invasão dos
dórios fez com que surgissem novas colônias
gregas em novos territórios, mas alterou
radicalmente a estrutura existente na Grécia.
6. • O novo período da história da Grécia Antiga
recebe a denominação de Homérico por causa do
poeta Homero, que escreveu e revelou muitas
informações sobre esta fase da história grega. A
estrutura que havia na Grécia foi toda distorcida
e deu lugar para uma sociedade baseada nos
Genos. Os membros dos Genos eram chamados
de Gens e dependiam da unidade familiar. Como
uma organização fechada, os Genos tinham uma
grande independência econômica.
8. • Os Genos conquistaram grande autonomia política em
consequência da independência econômica, mesmo a
nova organização tendo base familiar, toda a
população era favorecida. O trabalho desenvolvido na
nova sociedade era individual, mas o bem da
comunidade era sempre almejado. Havia um chefe que
determinava o papel de cada um, tudo que era
produzido era dividido igualmente entre os Gens. A
estrutura garantia que nenhum Genos se
desenvolvesse mais que outros, as famílias que tinham
dificuldade na produção eram livres para utilizar
escravos ou o trabalho de artesãos.
9. • É claro que em toda relação humana, por mais
que se preze pela igualdade social, sempre há
expressões que favorecem a determinados
indivíduos, o que é efeito das relações políticas.
Apesar da sociedade ser igualitária, a
proximidade familiar com o chefe do Genos era
que determinava o grau de importância do
indivíduo na sociedade. O chefe do Genos era
respeitado por ser considerado como detentor
de ‘fórmulas secretas’ que lhe permitiam fazer
contato com os ancestrais e com os deuses que
protegiam as famílias.
10. • A organização econômica e social do Genos não foi
capaz de resistir por muito tempo, as técnicas arcaicas
não davam mais conta de sustentar a população. A
tendência era de que o Genos se dividisse em
estruturas menores, o rompimento dos laços
familiares causava sua fragilização. Esse processo
favoreceu aos possuidores de maior importância
social, ou seja, os parentes mais próximos do chefe do
Genos. A sociedade ficou extremamente fragmentada
e formada por um grupo detentor das melhores
condições sociais e econômicas, a maioria passou a
viver de míseros salários e esmolas.
11.
12.
13. • A nova estrutura social era baseada em três níveis. Em
primeiro lugar estavam os eupátridas (bem-nascidos),
que por serem mais próximos no parentesco do chefe
do antigo Genos ficaram com as melhores terras,
monopolizaram os equipamentos de guerra e ficaram
com todo o poder formando uma aristocracia baseada
na terra. Em segundo lugar estavam os georgoi
(agricultores), enquadrados em um patamar médio,
ficaram com a periferia. E na camada mais baixa da
nova sociedade estavam os Thetas (marginais),
desprovidos de terras e completamente
marginalizados.
14. • A nova aristocracia ficou com o poder e era
denominada de fratrias, que formavam em grupo as
tribos. A união destas tribos fez surgir as cidades-
estado chamadas de Pólis. Nos século IX e VIII a.C.
surgiram aproximadamente 160 pólis na Grécia, sendo
que cada uma possuía seu templo em uma região
elevada da cidade, o qual era chamado de Acrópole.
Os Basileus eram os governantes da pólis, mas tinham
o poder limitado pelos eupátridas. Tentaram dar um
golpe para tomar o poder máximo, mas foram
impedidos e substituídos pelos Arcondes, que eram
indicados anualmente pelo Conselho dos Aristocratas.