1. O documento discute as funções anatômicas e fisiológicas do cérebro relacionadas à memória e ao aprendizado, incluindo as camadas do córtex cerebral e as áreas associativas.
2. São descritas as conexões entre o tálamo e o córtex cerebral e como lesões nessas áreas afetam as funções cerebrais.
3. São explicados os tipos de memória a curto, intermediário e longo prazo e seus mecanismos neurais subjacentes.
1. Memória e Aprendizado
Disciplina: Fisiologia Humana I
Orientadora: Profª Aurea Couto
Alunas:
Bruna Campos, Gabriela Pimenta,
Hortência Gomes, Isabela Gontijo,
Isabella Brum, Jéssica Marques
Rebeca Furtado
Centro Universitário de Belo Horizonte
Faculdade de Medicina
2. Memória
• Capacidade de um organismo alterar seu comportamento em
decorrência de experiências prévias.
Aprendizado
• É uma modificação relativamente estável do comportamento ou do
conhecimento, que resulta do exercício, experiência, treino ou estudo.
Memória x Aprendizado
3. Anatomia Fisiológica do Córtex
Cerebral
I. Camada Molecular
II. Camada Granular Externa
III. Camada de Células Piramidais
IV. Camada Granular Interna
V. Camada das Grandes Células Piramidais
VI. Camada de Células Fusiformes ou polimórficas
GUYTON & HALL, Tratado de Fisiologia Médica, 12ª Edição.
4. Relações Anatômicas e Funcionais do Córtex Cerebral com o Tálamo
• Quando o tálamo é danificado juntamente com o córtex, a perda da função cerebral é
muito maior do que quando apenas o córtex é danificado.
• Conexões talâmicas cortadas = área cortical correspondente comprometida.
• Sistema talamocortical
http://www.psiquiatriageral.com.br/psicossomatica/imagens/neuro_ue.jpg
http://www.liquidarea.com/wp-content/uploads/2010/08/thalamus.jpg
5. • Áreas de Associação
Funções de Áreas Corticais Específicas
http://www.psiquiatriageral.com.br/psicossomatica/neuro3.htm
6. • Área de Associação Pré-frontal
• “Memória de Trabalho”
• Planejamento motor
• Processos mentais da razão
• Área de Broca
Áreas associativas
7. • Circuito neural necessário para
formação da palavra.
• Área pré-motora da fala:
Planejamento dos padrões
motores para expressão da palavra
e frases curtas.
• Estreita associação com a Área de
Wernicke (compreensão da
linguagem).
Área de Broca
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.elementos.buap.mx/num91/
8. • “Memória de trabalho”:
• Manter presente,
simultaneamente, diversos
fragmentos de
informações,
sequencialmente
apresentados, e resgatar
essa informação, assim
que ela for necessária.
• Combinando todos os
fragmentos temporários de
memória de trabalho, temos
capacidade de:
Memória de Trabalho
Retardar a ação em
resposta a sinais
sensoriais, até decidir
qual a melhor forma de
resposta
Considerar as
consequências de ações
motoras, antes de serem
executadas
Correlacionar vias e
informações
Planejar o futuro
Fazer prognósticos
Controlar atividades, de
acordo com as leis morais
9. Lesões na Área Associativa Pré-frontal
• Perda da capacidade de resolver problemas complexos;
• Incapacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo e sequenciais;
• Nível de agressividade diminuída e em geral, perda de ambição;
• Respostas sociais inapropriadas;
• Incapacidade de acompanhar longos raciocínio;
• Alteração de humor frequente;
• Padrões motores sem propósito.
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11. 1. Análise das coordenadas espaciais do corpo;
2. Área para compreensão da linguagem (Wernicke);
3. Área para o processamento inicial da linguagem visual (leitura);
4. Área para nomeação de objetos.
Área associativa parieto-occiptotemporal
12. • Área interpretativa geral, área gnóstica, área de conhecimento, área associativa
terciaria.
• Associação do lobo temporal, occipital, parietal.
• Papel mais importante de todo o córtex cerebral: Inteligência.
• Reativar padrões complicados de memória.
• Experiências sensoriais são convertidas em em seu
equivalente linguístico antes de ser armazenado nas
áreas de memória.
Área de Wernicke
13. • Prosefonosia
• Incapacidade de reconhecer faces.
• Dano: superfícies inferiores mediais
de ambos os lados occipitais,
conjuntamente com as superfícies
médio-ventrais dos lobos
temporais.
Área para reconhecimento de faces
14. • Hemisfério esquerdo dominante (95%).
• Funções interpretativas gerais: fala e
controle motor.
• Área de Wernicke é 50% maior no
hemisfério esquerdo que no direito em
neonatos.
• Se o lado esquerdo for lesado, lado oposto
desenvolve características dominantes.
Hemisfério Dominante
15. Teoria da dominância
Atenção mental parece ser direcionada a um pensamento principal
por vez;
Devido ao fato do lobo temporal posterior esquerdo ser ligeiramente
maior que o direito, ele começa a ser usado em maior grau;
A tendência de direcionar a atenção para à região mais desenvolvida,
faz com que a intensidade do aprendizado seja maior do lado
esquerdo.
16. • Entender e interpretar música.
• Experiências visuais não verbais.
• Relações espaciais entre a pessoa e
seus arredores.
• Linguagem corporal.
• Entonação de voz.
• Experiências somáticas relacionadas
ao uso de membros e mãos.
Funções do Córtex Parieto-occiptotemporal no Hemisfério não Dominante
http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=
0CAgQjRw&url=http%3A%2F%2Famavc.com.br%2Fentendendo-o-
funcionamento-do-cerebro
17. • Aspectos sensoriais da comunicação Aspectos aferentes da linguagem
Entender a palavra falada e a palavra escrita interpretar pensamentos
AFASIA DE WERNICKE
Lesão grande na área de Wernicke: totalmente incapacitado para compreensão
da linguagem ou comunicação
AFASIA GLOBAL
Entendendo melhor a função do cérebro na comunicação: um breve resumo
18. • Aspectos motores da comunicação -> aspectos eferentes da
linguagem
O processo mental da fala envolve:
(1) Formação dos pensamentos, escolha das palavras
(2) Controle motor da vocalização e o ato de vocalizar em si mesmo
Perda da área de Broca AFASIA MOTORA
Entendendo melhor a função do cérebro na comunicação: um breve resumo
20. Experimento:
(1) Macaco tem seu corpo caloso
seccionado, dividindo o quiasma
óptico longitudinalmente.
(2) Ensina-se ao macaco a reconhecer
diferentes objetos no olho direito
(olho esquerdo coberto).
(3) O olhos direito é coberto, testa-se
se o olho esquerdo é capaz de
reconhecer os mesmos objetos.
(4) O olho esquerdo NÃO pode
reconhecer os objetos.
Função do corpo caloso e comissura
anterior (pensamentos, memórias,
treinamento )
21. • Exemplos importantes da cooperação entre os dois hemisférios (secção do
corpo caloso):
• Bloqueio da transferência de informações da área de Wernicke do hemisfério
dominante ao córtex motor do lado oposto.
Consequência: funções intelectuais da área de Wernicke do lado esquerdo perdem o
controle do córtex motor do lado direito (inicia funções motoras voluntarias da mão
e do braço esquerdos).
• Impede a transferência de informações somáticas e visuais do hemisfério direito à
área de Wernicke no hemisfério dominante esquerdo.
Consequência: Informações somáticas e visuais do lado esquerdo do corpo
frequentemente deixam de chegar a esta área interpretativa geral do cérebro. Não
podem ser usadas para tomar decisões.
Função do corpo caloso e comissura anterior (pensamentos, memórias, treinamento )
22. • Caso: adolescente com o corpo caloso seccionado.
• Lado esquerdo: entendia tanto a palavra escrita quanto a palavra falada
• Lado direito: conseguia entender a palavra escrita, mas não a palavra falada.
Além disso, obtinha uma resposta de ação motora á palavra escrita sem que o
córtex esquerdo jamais soubesse porque a resposta foi feita.
• As duas metades do cérebro tem capacidades independentes de consciência,
armazenamento de memórias, comunicação e controle de atividades
motoras. O corpo caloso faz com que elas ajam de forma cooperativa ao nível
subconsciente superficial, e a comissura anterior unifica as respostas
emocionais dos dois lados do cérebro.
Função do corpo caloso e comissura anterior (pensamentos, memórias, treinamento )
23. • Como você sabe que aprendeu alguma coisa?
• Alguém que observa você lendo seu livro poderia dizer se você esta ou não
aprendendo alguma coisa?
• O aprendizado pode ser dividido em dois tipos:
1. Associativo
2. Não associativo
O Aprendizado é a Aquisição do Conhecimento
24. • Problema: Falta de informações dos mecanismos neurais do
pensamento e memória.
• O que sabemos:
• Papel do córtex na profundidade do pensamento
• Pensamentos envolvem diversas estruturas
Pensamentos, Consciência e Memória
Córtex Tálamo
Sistema
límbico
Formação
reticular
25. Pensamentos básicos
Envolvem exclusivamente centros
inferiores.
Exemplo: Dor.
Pensamentos complexos
Envolvem áreas corticais mais
associação com outras estruturas.
Exemplo: Visão.
Pensamentos, Consciência e Memória
26. O que são Pensamentos?
Resultado de um “padrão”
de estimulação de muitas
partes do sistema nervoso
ao mesmo tempo e com
uma sequência definida.
Córtex, Sistema Límbico,
Tálamo e Formação
Reticular.
O que é
Consciência?
Fluxo contínuo de alerta,
do conhecimento, tanto de
nosso ambiente quanto de
nossos pensamentos
sequenciais.
Pensamentos, Consciência e Memória
27. • Teoria holística do pensamento
Sistema Límbico
Tálamo
Formação Reticular
Pensamentos, Consciência e Memória
Natureza geral dos pensamentos, qualidades
(prazer, dor, conforto, desprazer).
Determinam características discretas;
Localização das sensações na superfície corporal;
Sensação de textura;
Reconhecimento visual de padrões geométricos.
Áreas corticais
28. • As memórias são causadas por variações da sensibilidade da transmissão sináptica
entre neurônios, como consequência de atividade neural prévia.
• Vias facilitadas = Traços de memória podem ser ativados pela mente pensante
com a finalidade de reproduzir as memórias.
• A maior parte da memória é associativa Baseia-se nos traços de memória
mnêmicos.
Memória
29. • Memória positiva:
• Informações que causam consequências importantes - dor ou prazer;
• Cérebro realça e armazena essas informações como traços mnêmicos;
• Sistema límbico determina a importância da informação;
• Facilitação das vias sinápticas = Sensibilização da memória.
• Memória negativa:
• Maior parte;
• Informações sem importância COMO?
• Descarte dessas informações.
Memória Positiva e Negativa
30. Habituação:
Inibição de vias
sinápticas para
memorias negativas
Por quê?
Capacidade do
cérebro em ignorar
informações para não
sobrecarregá-lo.
Memória Positiva e Negativa
33. Classificação das Memórias
• Memória a Curto Prazo
• Dura segundos, ou minutos; somente duram enquanto a pessoa continuar
a pensar sobre os números ou fatos.
• Teorias para os mecanismos fisiológicos:
• Circuito de Neurônios Reverberativos Temporários.
• Facilitação ou Inibição pré-sináptica – neurotransmissores estimulam
ou inibem a via
34. Classificação das Memórias
Circuito de Neurônios Reverberativos
http://163.178.103.176/Fisiologia/neurofisiologia/pract_bas_8/Houssay923a.jpg
35. Classificação das Memórias
• Memória a Curto Prazo
http://www.ic.unicamp.br/~wainer/cursos/906/trabalhos/curto-longo.pdf
36. Classificação das Memórias
• Memória Intermediária a Longo Prazo
• Podem durar muitos minutos, ou mesmo semanas.
• Eventualmente, essas memórias serão perdidas mas podem ser consolidadas
em memórias a longo prazo.
• Fisiologia:
• Resultado de alterações químicas ou físicas, ou ambas, tanto nas
terminações pré-sinápticas quanto na membrana pós-sináptica.
37. Classificação das Memórias
Memória Baseada em Alterações
Químicas na Terminação Pré-
sináptica ou na Membrana
Neuronal Pós-Sináptica
Habituação
Facilitação (co-estimulação)
GUYTON & HALL, Tratado de Fisiologia Médica, 12ª Edição.
38. • Mecanismo de Habituação
Fechamento progressivo
de canais de Ca++
Menor liberação
neurotransmissor
Perda de estímulo!
Mecanismo Molecular da Memória Intermediária
39. Mecanismo Molecular da Memória Intermediária
• Mecanismo de Facilitação
Liberação de serotonina
Ativação da enzima
adenil ciclase
Formaçao de AMPc
Ativaçao de
proteinocinase que
fosforila canais de K+
Diminuição da
condutância de K+
Prolonga o PA, já que a
saída de K é necessária
para a recuperação
rápida do PA
PA prolongado
Ativa canais de Ca++ por
mais tempo
Maior influxo de Ca++
Liberação mais
neurotransmissores
40. Classificação das Memórias
• Memória a Longo Prazo
• É a consequência de alterações estruturais reais, em vez de apenas mudanças
químicas nas sinapses que realcem ou suprimem a condução do sinal.
• O desenvolvimento da memória a longo prazo depende da reestruturação física
das sinapses de forma que mude a sua sensibilidade para a transmissão dos
sinais.
41. Classificação das Memórias
• Alterações Estruturais Ocorrem nas Sinapses Durante o Desenvolvimento da
Memória a Longo Prazo
1
Aumento do
número de
sítios de
liberação de
vesículas para
a secreção de
substância
transmissora.
2
Aumento do
número de
vesículas
transmissoras.
3
Aumento do
número de
terminações
pré-sinápticas.
4
Alterações das
estruturas das
espinhas
dendríticas.
44. Consolidação da Memória
• Novas Memórias são comparadas durante a Consolidação
• Novas memórias são comparadas as memórias antigas;
• Essa comparação que é armazenada em zonas específicas do cérebro;
• As novas memórias são armazenadas em associação direta com outras memórias do
mesmo tipo Necessário para facilitar o processo de resgate da memória.
45. Princípio do Uso ou Perda
• Regula o número final de neurônios e suas conectividades no SN;
• Degeneração de neurônios corticais não estimulados;
• Tipo de aprendizado;
• Exemplo: cegueira permanente.
46. Papel de Regiões Específicas do Cérebro na Memorização
• Hipocampo
• Ajuda no armazenamento de memórias;
• Área de recompensa x Área de punição;
• Não é importante para o aprendizado reflexivo*
* São habilidades motoras que não envolver verbalização ou formas simbólicas de
inteligência.
Exemplo: aprendizado requerido em esportes, repetição física.
47. Papel de Regiões Específicas do Cérebro na Memorização
As amnésias retrógradas e anterógrada podem ocorrer simultaneamente por lesões
hipocampicas. Entretanto, lesões em algumas áreas talâmicas podem causar especificadamente
amnésia retrógrada sem causar anterógrada.
Amnésia
anterógrada:
Incapacidade de
armazenar novas
memórias
Amnésia
retrógrada:
Incapacidade de
recordar memórias do
passado (mais
recentes).
48. Papel de Regiões Específicas do Cérebro na Memorização
• Tálamo
• Importante papel ao procurar as memórias;
• Causa amnésia retrógrada;
• O processo de memória não somente requer sua armazenagem, mas,
também, a capacidade de buscar essas memórias.
49. • GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2011.
• http://www.ic.unicamp.br/~wainer/cursos/906/trabalhos/curto-longo.pdf, acessado em abril/2015.
• http://www.anato.ufrj.br/material/NeuroIbro_11AprendizagemMemoria.pdf, acessado em abril/2015.
• http://www.ib.usp.br/~rpavao/memoria.pdf, acessado em abril/2015.
• http://www.webartigos.com/artigos/a-memoria-e-a-sua-influencia-no-processo-de-
aprendizagem/83381/, acessado em abril/2015
Referências