1. Como fazer uma mensagem Bíblica
Suicídio Bíblico:
• Mt. 27:5 – E saindo Judas foi e se enforcou.
• Lc. 10:37 – Vai tu e faz o mesmo.
• Jo. 13:27 – O que tens que fazer, faze-o depressa
2. 2. Problematização
• A questão Católico-romana (Escritura + Tradição):
A Tradição seria corretamente interpretada pelo
“Magistério” da Igreja Católica Romana, somente.
A quem compete interpretar autenticamente o
depósito da fé? A interpretação autêntica da fé compete
exclusivamente ao Magistério vivo da Igreja, isto é ao Sucessor
de Pedro, o Bispo de Roma, e aos Bispos em comunhão com ele.
Ao Magistério, que no serviço da Palavra de Deus, goza do
carisma certo da verdade, compete ainda definir os
dogmas, que são as formulações das verdades contidas na
revelação divina; tal autoridade estende-se também às
verdades necessariamente conexas com a Revelação. (Vaticano
- http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html)
3. 2. Problematização
• A questão Carismático-pentecostal (Escritura +
Revelação)
O uso autodestrutivo do “Sola Scriptura”
1. Sola Scriptura = o “protestante” tem uma
relação direta com Deus (cf. Lutero) via ES.
2. Na Bíblia temos o “dom de
profecia/revelação”.
3. O crente pode ter revelações particulares.
4. Podem fazer “profetadas”.
4. 2. Problematização
5. A maior parte das pessoas tem medo de
repreender uma “profetada” por temor de
estar pecando contra o Espírito Santo – um
pecado imperdoável.
6. A mensagem profética (ou uma Revelação
direta do ES) não pode ser questionada, ela
ganha um carimbo divino (1 Ts. 5.20: não
desprezeis as profecias). Este versículo
também é usado nestas horas para reforçar a
autoridade do “profeta”.
5. 2. Problematização
7. Aí passamos do "Sola Scriptura" para uma outra
chave hermenêutica que seria "Palavra+Revelação
Pessoal" que operariam, na prática, em pé de
igualdade => Logo, o Sola Scriptura deixa de ser
Sola Scriptura , de certa forma, estamos
atravessando as fronteiras evangélicas...
8. De certa forma, os cânone da Bíblia estaria ainda
aberto, poderia haver apóstolos e profetas ainda
escrevendo livros normativos. (Ex.: o Mormonismo
nos EUA)
6. 2. Problematização
9. O grupo, de certa forma, deixa de ser "Evangélico"
no sentido de abandonar uma base protestante e
pode seguir incontrolável e sem uma autoridade
exterior para a correção... (2 Timóteo 3:16 Toda
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para
ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir
em justiça,”)
10.Assim nasceram heresias como o Mormonismo,
que não tem vergonha de escrever um Outro
Testamento de Jesus Cristo.
7. 2. Problematização
A questão Neopentecostal
(Movimentos Apostólicos)
• A apóstola Valnice – que já previu a segunda vinda de
Jesus por 2 ou 3 vezes;
• O apóstolo René Terranova (Mvto. G-12) – que agora
é “patriarca”
• O apóstolo Valdemiro (Igreja Mundial) – campanha
das meias por R$ 153,00.
• Livros normativos (Profetiza Ellen White – Adventismo)
8. 3. O contexto histórico do “Sola Scriptura” de Lutero...
3.3 Lutero: foi um monge agostiniano, ele não desejava um
rompimento, mas uma “Reforma” na Igreja.
3.4 Lutero precisou marcar posição contra os abusos da
“Autoridade”.
• Ex.: as indulgências
• Sobreposição do “Magisterium” à “Tradição” mais antiga
que está registrada nos livros canônicos.
Neste sentido, Lutero argumentou a favor da “Tradição mais
antiga”, a cristalização do Kerygma (tradição oral) num
conjunto de livros autorizados que era utilizado pelas
comunidades fiéis ao ensino dos apóstolos.
9. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
4.1 Uma chave hermenêutica é a forma de
como nos aproximamos da Bíblia, a
chave para abrirmos as Escrituras (Lesslie
Newbigin).
10. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
4.2 Detalhamento da Chave Hermenêutica
• John Wesley cria que os princípios da fé
cristã estavam revelados na Escritura, eram
iluminados pela Tradição, vivenciados na
Experiência Pessoal e confirmados pela
Razão. A Escritura, entretanto, é primária, e
revela a Palavra de Deus, posto que ela é
necessária para a nossa salvação.
11. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
• 4.2.1 Escritura
– Problema Típico: “Está escrito...guardarás
o sábado....dente por dente....
– Primeira dica: Onde está escrito? A que
“Aliança” isto se refere?
– A cristalização do Kerygma...da tradição
oral, da palavra do primeiro
grupo, reconhecida pelas primeiras
comunidades.
12. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
• 4.2.2 Tradição
Conf. Lesslie Newbigin:
– Jesus nunca escreveu um livro
– Ele formou uma comunidade de amigos (Jo 15.15)
– Esta comunidade “tradicionou” o ensino apostólico
– Por isso, o contexto ideal de interpretação da Bíblia é a
comunidade que vive na “tradição do ensino apostólico.”
– Neste sentido, a “tradição” é anterior ao livro.
– A tradição apostólica (Kerygma) formou a comunidade que
formou a Escritura (ou seja, o registro mais antigo da
Tradição), que é a norma de conduta das novas comunidades.
– Existe uma correlação entre Tradição e a Escritura. Uma remete
à outra. Este é o contexto correto de interpretação da Bíblia.
14. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
– Mas a “Tradição” não é coisa de Católico?
NÃO!
2 Ts 2.15: “Então, irmãos, estai firmes e retende
as tradições que vos forem ensinadas, seja por
palavra, seja por epístola nossa.”
(Vulgata): Itaque fratres state et tenete
traditiones cuas didicistis sive... (em grego)
/paradosis/ = transmissão
15. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
1 Co 15.33: “Porque primeiramente vos
entreguei o que também recebi: que Cristo
morreu por nossos pecados, segundo as
Escrituras.”
(Vulgata): Traditi enim vobis in primis quod et
accepi quoniam Christus mortuus est pro
peccatis nostris secundum scripturas. (em
grego) /paradidomi/ = transmitir
16. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
1 Co 15.33: “Porque primeiramente vos
entreguei o que também recebi: que Cristo
morreu por nossos pecados, segundo as
Escrituras.”
(Vulgata): Traditi enim vobis in primis quod et
accepi quoniam Christus mortuus est pro
peccatis nostris secundum scripturas. (em
grego) /paradidomi/ = transmitir
17. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
• 4.2.3 A singularidade irrepetível dos 12+1 na história e
na tradição cristã.
– Um Apóstolo precisava ser testemunha ocular do ministério e da
ressurreição de Cristo (Atos 1: 21-26)
– Os doze estiveram no lava-pés (João 13:16)
– Eles formavam uma espécie de “Presbitério”, mesmo depois do
Pentecoste (Atos 6:2)
– Eles nos “tradicionaram” os ensinos que foram cristalizados neste livro
– Eles formavam o principal critério de “seleção” de um livro (a procedência
apostólica)
– Eles nos deixaram o Credo Apostólico
– Valdemiro, Valnice e Terranova não estavam lá e não fizeram isto!
– A igreja está edificada sobre o fundamento dos Apóstolos (NT) ed dos
Profetas (AT) e, segundo uma imagem de Stott, “uma vez posto o
fundamento, você não volta a colocá-lo, você constrói em cima, ninguém
volta a lançar o fundamento de um prédio no 20º andar.” (Ef.: 2:20)
18. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
• 4.3 Razão
Faculdades críticas humanas são fatores
auxiliares na interpretação.
– Ex.: Lucas, como médico, fazia distinção entre
“doença” e “possessão demoníaca” (Lc 7.21; 6.
18-18; 8.2; 13.32)
– Revelação Especial (Escritura) e Revelação Natural
(aprendida pela ciência) são complementares e
não contraditórias.
19. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
• 4.4 Experiência, a Ação do Espírito Santo
– Já no início da nossa vida cristã é o Espírito
Santo que nos abre os olhos para as
verdades de Deus (Jo 16.8). Ex.: Paulo e as
escamas dos olhos (At 9.18)
– Foi pela experiência de Pentecoste que os
discípulos receberam poder para proclamar.
20. 4. Apresentação da Chave Hermenêutica
– O ES é quem descortina a verdade. (“quando Ele
vier, vos guiará em toda verdade, a verdade é
Jesus, Jesus é o Logos; ou seja seremos guiados em toda
a Palavra)
– Sem a direção do Espírito Santo, a Bíblia se torna um
livro selado (inacessível).
Isaías 29:
11. Pelo que toda visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá
ao que sabe ler, dizendo: Ora, lê isto; e ele dirá: Não posso porque está
selado.
12. Ou dá-se o livro que que não sabe ler, dizendo: Ora, lê isto; e ele dirá: Não
sei ler.
A experiência é um “vagão” do trem, ela deve
se subordinar sempre à Palavra.
21. Parte Prática
1. Qual deve ser a nossa atitude?
– Reconhecermo-nos como aprendizes e parte
dessa direção a nossa comunidade evangélica;
– Lembrar de que Jesus nunca escreveu um
livro, mas formou um povo;
– Não se aprende só com leitura, mas com
adoração, obediência/exortação, irmão/irmão,
discipulado prático;
– Isto só acontece em comunidade;
22. Parte Prática
– Ter a consciência de que, na Bíblia, Deus está nos
levando, como seu povo, a um entendimento
cada vez mais profundo da “Sua” natureza;
• Ex.: Jesus diz: “Ouvistes o que foi dito aos
antigos...eu, porém, vos digo que ...(odiar, já matou, etc...)
• Isto não é descontinuidade, mas um aprofundamento do
mandamento
– Ou seja, o NT é sempre a plena revelação do AT.
Como já vimos o “Está escrito”, pode ser um erro
grave. Onde está escrito???
23. Parte Prática
2. Perguntas ao texto (Método de
Sócrates, adaptado – Norman Geisler)
2.1 Quem escreveu isto?
2.2 Quando isto foi escrito:
De que “aliança” estamos falando? (NT ou AT) – cuide
com o “Está escrito”
O que Jesus disse a este respeito? (se for AT)
- “Eu, porém, lhes digo...”
- O NT amplia, às vezes restringe, mas sempre
aprofunda o AT. O NT é a plena revelação do AT.
24. Parte Prática
2.3 Onde foi escrito (local geográfico)?
Ex. Fp 4.15 – “Tudo posso naquele que
me fortalece”? -- nas masmorras a caminho da
morte. Usado para justificar vitórias e
prosperidade material.
2.3.1 ANÁLISE HISTÓRICO- CULTURAL:
• Corinto – os usos e costumes
• A questão da escravidão
• O que será que os nossos netos vão achar estranho na
nossa época (juros a 170% a.a)
• Em que cultura isto foi escrito?
25. Parte Prática
2.3.2 ANÁLISE LÉXICO-SINTÁTICA:
• O fruto do ES é “longanimidade” ?(ARC)
• Paciência (NVI)
• Compare traduções, mas prefira as mais fiéis (ARC e TB)
• Bíblias de estudo como a “Bíblia Palavra-chave” são bem
interessantes
• Softwares de acesso às linguagens originais são bastante
úteis.
2.3.3 ANALISE LITERÁRIA:
• Poesia? Narração histórica? Profecia? Literatura
Sapiencial? Parábola? (Ilustrações de uma verdade)...
Eram historietas que envolviam os ouvintes na história e
levavam o ouvinte a um juízo. Ex.: Natã repreendeu Davi
contando uma parábola.
26. Parte Prática
2.4 Para quem foi escrito? (Destinatário)
• Em que época?
• Novamente, em que contexto cultural isto foi
escrito? (Ex.: as muitas mulheres de Salomão) – O
“harém” era símbolo de poder do monarca no Oriente
Médio antigo.
2.5 O que foi feito a partir disto?
27. Parte prática
2.6 O que dizem os nossos mestres na
fé?
• Refomadores
• Pietistas/Puritanos
• Tradição Evangelical (Stott, Newbigin, Graham, etc.)
• Movimento Encontrão
• Nossos pastores/mestres
• Hebreus 13.7-8: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos
falaram a Palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a
sua maneira de viver. Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e
eternamente. Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias
e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com a graça
e não com manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se
entregaram.
28. Parte prática
3. Modelos bíblicos
Paulo fez uma “ponte” evangelística no
Areópago, fazendo uso da literatura pagã...Atos
17.28: “Porque nele vivemos, e nos movemos, e
existimos, como também alguns dos vossos
poetas disseram: Pois somos também sua
geração.” (citação tirada dos “Fenômenos de
Arato”, poeta da Cilícia, sec. III a.C)
• Num estudo evangelístico, por que não fazermos uso
de arte secular, música secular como forma de
“ponte” com as pessoas e levá-las Jesus por meio
disso?
29. Parte prática
Em Lucas 13.1-5, Jesus utiliza uma
“notícia” do momento – a queda da Torre –
para falar do problema do mal e da necessidade
do arrependimento.
• Por que não aproveitarmos as notícias para também
fazer “pontes”?
31. Conclusão
• Jamais se considere inapto
– Pregue o evangelho
– Ele é o poder de Deus, a eficácia da palavra não
depende dos nossos dotes de oratória
– A Palavra não volta vazia (Is 55.11)
– O Espírito Santo é que convence (Jo 16.8)