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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
          FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL




WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO: SUA DIGITAL NA ERA DIGITAL.




                DAYANE DO NASCIMENTO
                IARA CRISTINA DIAS VILELA




                          Cuiabá
                          2009
DAYANE DO NASCIMENTO
                IARA CRISTINA DIAS VILELA




WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO: SUA DIGITAL NA ERA DIGITAL.




                                   Monografia apresentada à Faculdade de
                                   Comunicação Social da Universidade de
                                   Cuiabá, para obtenção do título de Bacharel
                                   em Jornalismo.

                                   Orientadora: Profª Ms. Silvia Ramos Bezerra
                                   do Nascimento.




                          Cuiabá



                          2009
DAYANE DO NASCIMENTO
IARA CRISTINA DIAS VILELA




                  Monografia do Curso de Jornalismo, para
                  obtenção do grau de Bacharelado em
                  Jornalismo apresentado à Faculdade de
                  Comunicação Social da Universidade de
                  Cuiabá (UNIC).

                  Orientadora: Profª Ms. Silvia Ramos Bezerra
                  do Nascimento.




                  BANCA EXAMINADORA

                  ______________________________
                  Profª. Ms. Silvia R. B. do Nascimento
                  Orientadora

                  ____________________________
                  Prof. Yuri Gomes

                  _____________________________
                  Prof. Augusto Figliaggi



                  Cuiabá, ____ de __________de 2009.
                  Nota final: _____________
A união para essa monografia não aconteceu apenas por
afinidades.
O nosso refúgio, nossa segurança e nosso espelho são os
mesmos: Fátima Dias e Leane Maciel.
Nossas vitórias dedicamos a elas, nossas mães!
AGRADECIMENTOS


A Deus por permitir essa conquista.

A orientadora Prof Ms. Silvia Ramos Bezerra pelo acompanhamento competente e por nos
oferecer segurança.

A nossas irmãs Fabiane e Kariny pelo amor que ultrapassa fronteiras.

A nossas avós Neli e Francisca, por oferecer carinho e dedicação constantes.

A nossos pares, Gustavo e Eberson, pela compreensão e amor.

As amigas Cristiane, Danielle, Fabiane, Mayara, Najylla, Nátalie Luna e Nathalia Monteiro
pelo companheirismo diário.

Agradecemos a todas as pessoas que fazem parte do nosso dia a dia e que de alguma
forma contribuíram para que realização desse sonho fosse plena.
De um lado, um impulso em direção ao conformismo e o
produto padrão, de outro lado, um impulso em direção à
criação artística e à livre invenção.
                                        Edgar Morin
RESUMO


Na presente pesquisa, propomos analisar uma nova forma de fazer jornalismo que está em
ascensão junto com a Internet, o Webjornalismo Participativo. Os objetivos são
compreender os avanços tecnológicos e a influência destes no surgimento de um novo
fazer jornalístico: o jornalismo participativo. Verificar de que forma esse jornalismo se
desenvolve na Internet e se o mesmo apresenta efeitos positivos como defende seus
conceitos, além de examinar o que os portais Terra e G1 denominam de jornalismo
participativo. Buscamos ainda entender a relação entre emissor e receptor, que nesse caso
passa por alterações. Quanto à escolha metodológica buscamos na pesquisa qualitativa,
mais precisamente através dos métodos histórico e comparativo, estudar os portais de
notícia Terra e G1, especificamente seus canais de webjornalismo participativo, o Vc
repórter e o Vc no G1 respectivamente. Para tanto, antes apresentamos conceitos de
cibercultura e ciberespaço, além de um breve contexto histórico do surgimento e
desenvolvimento da Internet e desse fazer jornalismo nestes novos meios. Levantou-se
dados sobre o webjornalismo participativo por meio de uma análise de matérias do Vc no
repórter e Vc no G1, escolhidas de forma aleatória no período de fevereiro a abril de 2009.
Para alcançar os objetivos propostos fizemos análise das noticias que os leitores mandam
para o Terra e o G1, de forma a verificar se todos os critérios apresentados, tanto
particulares de cada portal quanto relacionado ao conceito de webjornalismo participativo.


Palavras-chave: webjornalismo, jornalismo participativo, cibercultura, ciberespaço.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO                                                    09
1    O ESPAÇO E A CULTURA NA REDE DAS REDES

1.1  CIBERESPAÇO                                              10
1.2  CIBERCULTURA                                             11
1.3   HISTÓRIA DO WEBJORNALISMO - A CHEGADA DA INTERNET       12
BRASIL
1.4  WEBJORNALISMO E WORLD WIDE WEB – AS DIFERENÇAS DOS       13
MEIOS DE COMUNICAÇÃO TRADICIONAIS
2    JORNALISMO PARTICIPATIVO

2.1  INTERATIVIDADE, VC QUEM FAZ                              16
2.2 BLOG, TWITTER E IPHONE. É FÁCIL SE COMUNICAR              17
2.3  O CIDADÃO REPÓRTER                                       19
2.4 JORNALISMO PARTICIPATIVO E WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO:   20
DIFERENÇAS E APROXIMAÇÕES
3     VC REPÓRTER E VC NO G1 – WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO
NO BRASIL

3.1   OHMYNEWS - UMA EXPERIÊNCIA QUE DEU CERTO                23
3.2   VC REPÓRTER – PORTAL TERRA.                             25
3.3  VC NO G1 – PORTAL DA GLOBO.COM                           26
3.4   A CONTROVÉRSIA DO WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO NO G1     29
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS                                        33
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                                  34
8
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Tabela de Idiomas                                    18
Figura 2 - Página Inicial do OhmyNews                          24
Figura 3 - Notícia do Vc Repórter                              25
Figura 4 - Notícia do Vc no G1                                 26
Figura 5 – Participação do assessor no Vc no G1                29
Figura 6 – Participação do mesmo assessor no site Mídia News   30
Figura 7 – A Notícia                                           31
9
Introdução


      Há dezenove anos, em 1990, o Brasil passou a conectar-se com a rede mundial de
computadores. Mas só em maio de 1995 tem início a Internet comercial no país. Desde
então as novas tecnologias tomaram conta do cotidiano das pessoas e o meio digital ganha
espaço devido à interatividade com o público que a Internet propõe (PINHO 2003, p. 39).
      O advento da Internet trouxe mudanças significativas nos contextos sociais, culturais
e da comunicação, sobretudo. A possibilidade de conectar-se para compartilhar
informações conquista cada vez mais espaço fazendo surgir novas formas de fazer
jornalismo.
      Não só o jornalismo tradicional passa por mudanças, mas todas as formas de
comunicação existentes. No caso do jornalismo, surgem modalidades diferentes de fazê-lo,
de forma que o leitor, agora chamado de internauta, seja disputado clique a clique, foto a
foto e notícia a notícia. Dessa forma, porque não contar com o mesmo para tais produções?
      Uma nova forma de pensar e fazer jornalismo surge, um exemplo é o jornalismo
participativo que ganha espaço e notoriedade com a Internet, por isso torna-se conhecido
por diferentes nomenclaturas como: jornalismo participativo, jornalismo colaborativo,
jornalismo código aberto, jornalismo grassroots, open source, jornalismo cidadão. Termos
que estão relacionados a mesma forma de fazer jornalismo: aquela que permite a
participação de pessoas sem necessariamente a formação jornalística, o cidadão comum.
Para padronizar, neste trabalho optou-se pela nomenclatura webjornalismo participativo, por
estar relacionado a web.
      No capítulo 1 intitulado O espaço e a cultura na rede das redes, vamos apresentar os
conceitos de ciberespaço e cibercultura além de um breve histórico sobre webjornalismo e a
chegada da Internet no Brasil.
      No capitulo 2 conceitos sobre jornalismo participativo são apresentados para uma
maior compreensão das alterações relacionadas a participação popular na Internet, além de
discorrer brevemente sobre os meios e ferramentas usadas para essas participações
      No capitulo 3 faz-se a análise de como o webjornalismo participativo começou e
como acontece na prática no Brasil em portais como o Terra e a Globo.com.
10
CAPÍTULO 1 – O espaço e a cultura na rede das redes.


1.1 – Ciberespaço


      Pierre Lévy aponta que a palavra ciberespaço surgiu em 1984 no romance de ficção
científica Neuromancer de William Gibson. O livro trata de uma realidade que se constitui
através da produção de um conjunto de tecnologias, enraizadas na sociedade, e que acaba
por modificar estruturas e princípios desta e dos indivíduos que nela estão inseridos. Para
uma melhor conceituação, Lévy define ciberespaço como o espaço de comunicação aberto
pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores (LÉVY
1999, p. 92).
      Sabe-se que as novas tecnologias da comunicação geram profundas transformações
nas relações sociais contemporâneas, que passam cada vez mais a serem estabelecidas
em um ambiente virtual, o ciberespaço. Isto diminui gradativamente a necessidade do
contato presencial e do compartilhamento do mesmo espaço físico, tornando as relações
humanas cada vez mais virtualizadas.
      Chama-se a esse fenômeno de desterritorialização da comunicação, que afeta não
apenas as relações sociais, mas os campos econômicos, políticos e culturais, nos quais as
noções de tempo-espaço e de identidade passam a ter outros significados, diferentes das
que tinham na Modernidade (OIKAWA e PINTO 2007, p. 15).
      Moraes (MORAES 2001, p. 72) diz que o ciberespaço configura-se como um
universal indeterminado, sem controles aparentes, sem local ou tempo claramente
assinaláveis, sendo essa outra característica dessa desterritorialização, onde o físico é
substituído facilmente pelo espaço virtual. O autor continua descrevendo que a
universalidade do ciberespaço favorece a aproximação dos seres humanos em um meio
ubíquo, que está ao mesmo tempo em toda parte, paradoxalmente operado por uma
tecnologia real.
      O ciberespaço tem como principal ambiente a Internet, mas não deixa de estar
relacionado a outras tecnologias como celulares e pagers, por exemplo. Essa ligação do
homem a todo esse contexto traz novas experiências com relação a tempo e espaço.
      Por isso Trivinho diz que o ‘cyberspace’ se impõe sub-repticiamente, como um novo
campo para o entretenimento e o lazer, para a troca de correspondência, o aprendizado
cultural e a constituição e transmissão do saber. Com o mesmo estatuto, serve de suporte
para os novos jogos de poder, da prática política, da cidadania de redes. Nesses casos, a
11
estrutura do ‘cyberspace’ também possibilita o que há de mais avançado (TRIVINHO
1998, p. 131).


1.2 - Cibercultura


      Com o alcance global de um novo sistema eletrônico de comunicação, que também
converge todos esses meios, além de interagir, ocorre a migração de grupos sociais para o
ciberespaço.
      Nesse sentido, cibercultura especifica o conjunto das técnicas, sejam materiais ou
intelectuais, de práticas, atitudes, modos de pensamentos e valores que se desenvolvem
junto com o crescimento do ciberespaço (LÉVY 1999, p. 17).
      É nesse espaço que surgirá uma nova manifestação social, a cibercultura. Portanto,
vale dizer que:

                                A cibercultura mundializa modos de organização social contrastantes,
                                sem favorecer pensamentos únicos. Congrega forças, ímpetos e
                                desejos contraditórios, com a peculiaridade fundamental – apontada
                                por Pierra Lèvy – de universalizar sem totalizar. Na direção aqui
                                indicada, a totalidade tem a ver com a descontextualização dos
                                discursos, que permite o domínio dos significados, o anseio pelo todo,
                                a tentativa de instaurar em cada lugar unidades de sentido idênticas. A
                                noção de totalidade busca bloquear a variedade de contextos e os
                                múltiplos segmentos que neles deveriam intervir (MORAES 2001, p.
                                72).

      Desde sua criação, a Internet fez com que a comunicação ficasse mais dinâmica. Dia
após dia, surgem novas formas de se comunicar, seja por meio de ferramentas que
proporcionam uma conversa instantânea ou por um canal da web que lhe permita enviar as
notícias, esses são alguns dos elementos relacionados a essa nova cultura.


                                 O acelerado desenvolvimento da tecnologia digital provoca
                                 significativas mudanças nos modos de percepção, pensamento e
                                 ação no mundo a que denominamos real, além das modificações nas
                                 esferas social, política e econômica da vida mundial (SOARES e
                                 PEREIRA, 2008, p. 4)


      Cada vez mais rápido as distâncias se encurtam e a percepção de tempo e espaço
se alteram, de forma que as pessoas de todo o mundo possam se comunicar seja com um
microfone ou até mesmo através de uma câmera conectada ao computador. Assim, uma
pessoa que está no Japão e a outra que está no Brasil, por exemplo, têm a sensação de
estarem muito próximas, ou seja, fronteiras são derrubadas.
12
                                Com a Web, houve uma mudança na forma de nos comunicarmos
                                atualmente por possibilitar a troca imediata de informações. Ela
                                também transformou a nossa definição do que é local ou global.
                                Considerado o maior profeta da Web, o filósofo canadense Herbert
                                Marshall Mcluhan (1911-1980) estabeleceu o conceito de Aldeia
                                Global na década de 1960, ao descrever a influência da mídia na vida
                                das pessoas. Os meios de comunicação, na opinião de McLuhan,
                                deixam a interação social humana no mundo semelhante a verificada
                                dentro das antigas aldeias. (VITAL, Ericksen , 2008 p, 14)


      A web, portanto, oferece mais que um novo meio de comunicação, rompe as
barreiras de tempo e espaço, permite a acumulação de conteúdo rompendo os paradigmas
organizacionais que o jornalismo tinha criado (ALVES, 2006) e oferece interatividade até
então desconhecida. Ferramentas perfeitas para a consolidação do conceito de
webjornalismo.


1.3 - História do Webjornalismo - A chegada no Brasil


      O termo Internet foi criado com base na expressão inglesa INTERaction or
INTERconnection between computer NETworks. Internet pode ser definida como a rede das
redes, o conjunto das centenas de redes de computadores conectados em diversos países
dos seis continentes para o compartilhamento de informações ou recursos computacionais
(PINHO 2003, p. 41).
      Segundo Pinho, o Brasil passou a conectar-se com a rede mundial de computadores
em 1990. É nesse mesmo ano que o primeiro provedor de acesso comercial do mundo, o
World, permite que usuários comuns alcancem a grande rede por telefone, no entanto, só
cinco anos mais tarde, em 1995, a Internet comercial no Brasil começa a ser usada.
      A convergência desde então se torna seqüência do processo. Os meios de
comunicação tradicionais (rádio, TV, jornais) convergem com os novos meios na busca até
mesmo da sobrevivência. Com isso, o jornalismo também passa por alterações e
adaptações. Surge assim o chamado jornalismo digital.

                                Jornalismo digital é todo produto discursivo que constrói a realidade
                                por meio da singularidade dos eventos, tendo como suporte de
                                circulação as redes telemáticas ou qualquer outro tipo de tecnologia
                                por onde se transmita sinais numéricos e que comporte a interação
                                com os usuários ao longo do processo produtivo (GONÇALVES 2000,
                                p. 19 apud PINHO 2003, p. 58).
13


       Para Palacios, Mielniczuk, Barbosa, Ribas e Narita (2001) é possível observar três
fases diferentes do jornalismo na Web. Em um primeiro momento, distinto pelo modelo
transpositivo que é quando os grandes jornais impressos, que passavam a ocupar espaço
na Internet, adaptavam uma ou duas de suas principais matérias de algumas editorias (esse
era o chamado jornal online).
       Com o tempo e aperfeiçoamento da estrutura técnica e mesmo aos moldes de textos
dos jornais impressos, os autores destacam que na segunda fase é que passa a existir uma
tentativa de aproveitar melhor as características únicas já oferecidas pela rede. As
transposições do impresso ainda continuam, mas começam a surgir seções ou editorias
para noticias que aconteceram entre os plantões (tinham o nome de “Plantão” ou “Últimas
Noticias”).
       Com a iniciativa de empresas e editorias na tentativa de fazer sites que saiam da
idéia fixa de fazer uma versão do jornal impresso para a web, começa a constituição do
webjornalismo. Esse terceiro e atual momento tem toda uma estrutura técnica que permite a
transmissão mais rápida de sons e imagens.


1.4 - Webjornalismo e World Wide Web – As diferenças dos meios de comunicação
tradicionais


       Para tratar do conceito de webjornalismo é importante destacar que:

                                 De certa forma, o conceito de jornalismo encontra-se relacionado com
                                 o suporte técnico e com o meio que permite a difusão das notícias. Daí
                                 derivam conceitos como jornalismo impresso, telejornalismo e
                                 radiojornalismo”.(MURAD apud CANAVILHAS, 1999).

       Por isso, define-se por padronização o termo webjornalismo.
       O webjornalismo não é somente a atualização do factual online. Esse jornalismo
online pode usar a capacidade que a Internet possui de instantaneidade da informação que,
segundo Pinho, modifica até mesmo o sentido do furo de reportagem, que é aquela noticia
importante publicada em primeira mão por um órgão da imprensa antes dos seus
concorrentes. Essa mudança de sentido quanto ao furo deve-se ao fato de que quando uma
mídia online dá a notícia em primeira mão, em poucos minutos vários outros jornais na web
se apropriam da notícia sem muitas vezes dar o crédito (PINHO 2003, p. 51).
14
      Outras características da web que, sobretudo a diferencia dos meios tradicionais,
são apontadas por Pinho:
         •   Não-lineariedade: o autor diz que a informação alojada na Internet é não-
             linear, pois nela o hipertexto permite que o usuário se movimente mediante as
             estruturas de informação do site sem uma seqüência predeterminada, mas
             sim saltando entre os vários tipos de dados de que necessita. Segundo o
             autor, uma das principais características do hipertexto é a sua maneira natural
             de processar a informação, ou seja, o internauta navega pelas páginas de
             hipertexto e vai acumulando conhecimento segundo seus interesses até se
             satisfazer.
         •   Fisiologia: a recomendação é que o texto para Internet seja cerca de 50%
             mais curto que o escrito para papel, isso porque quando as pessoas lêem
             online, elas lêem mais vagarosas. É o que aponta um estudo desatualizado,
             mas um dos poucos na área, feito pela Sun Microsystems feita em 1997. O
             internauta, portanto, lê mais devagar na Internet, por não poder afastar ou
             aproximar o documento dos seus olhos como o faria com papel.
         •   Dirigibilidade: uma das grandes vantagens da Internet é que a informação
             pode ser instantaneamente dirigida para a audiência sem nenhum filtro,
             direcionando a mensagem a alvos específicos.
         •   Qualificação: ainda segundo Pinho, a Internet apresenta um público jovem e
             qualificado, com alto nível de escolaridade, elevado poder aquisitivo e um
             perfil ocupacional em que se destacam empresários, executivos e autônomos.
             “Por essas características, a audiência da Internet deve merecer a atenção
             também como importante formadora de opinião” (PINHO 2003, p. 53). E
             mesmo tendo um alto índice de analfabetos digitais, no país as chamadas lan
             houses se disseminam entre as comunidades mais pobres, aproximando um
             pouco mais a população das grandes redes.
         •   Custo de produção e veiculação: relaciona-se ao custo baixo de produções
             para a Internet, se comparado aos custos elevados de televisão e mídia
             impressa.
         •   Interatividade: se um telespectador não estiver satisfeito com o que aquele
             canal lhe oferece, ele pode mudar de canal em canal até que encontre um
             que lhe interesse. “Esse é o máximo de interatividade que a televisão
15
    proporciona, pois a mídia tradicional é, notoriamente, um veículo de mão
    única” (PINHO 2003, p. 53). A Internet em contrapartida oferece várias formas
    de interatividade. Um exemplo são os grupos de discussão que oferecem
    propositadamente interação entre os participantes do grupo com um interesse
    focado em um assunto especifico. Para reforçar o conceito de interatividade,
    Pinho afirma que na Internet não se está falando para uma pessoa, mas sim
    conversando com ela.
•   Pessoalidade: característica que, segundo o autor, tem relação direta com a
    interatividade proporcionada pela rede mundial, pois o que a faz interativa a
    faz também muito pessoal.
•   Acessibilidade: um site está disponível sempre, a qualquer hora do dia todos
    os dias do ano.
•   Receptor ativo: com tantos sites disponíveis na Web, a audiência precisa
    buscar as informações de maneira mais ativa.
                      Daí se dizer que a Web é uma mídia pull, que deve puxar o interesse e
                      a atenção do internauta, enquanto a TV e o rádio são mídias push, nas
                      quais a mensagem é empurrada diretamente para o telespectador ou
                      ouvinte, sem que ele tenha solicitado (PINHO 2003, p. 55)
16
CAPÍTULO 2 - Jornalismo Participativo

2.1 - Interatividade – Vc quem faz

       Cada vez mais, o modelo clássico do jornalismo se altera e o público, seja ele leitor
ou telespectador participam da produção do jornal. Pode ser sugerindo pautas, fazendo
reclamações e o último modelo, e mais atual, é escrevendo a própria matéria.
       Interatividade é um conceito que quase sempre está associado às novas mídias de
comunicação e principalmente às que estão ligadas a Internet. Não está ligada somente a
uma troca de comunicação, mas também faz parte da geração de conteúdo.
       A medida que a informação/notícia deixa de ser exclusividade de um jornalista e
passa a um produto da interaticidade social. Aí estaremos falando de jornalismo
participativo.

                                A interatividade pode ser definida como uma medida do potencial de
                                habilidade de uma mídia em permitir que o usuário exerça influência
                                sobre o conteúdo ou a forma da comunicação mediada
                                (JENSEN, 1998. p 185–204).

       Dale Peskin e Andrew Nachison do Centro de Mídia do Instituto Americano de
Imprensa vislumbram uma sociedade da informação colaboradora em um modelo chamado
por eles de "Nós, a Mídia”.
        Luciano Martins em seu artigo, ressalta que Peskin observa que existem três modos
de entender como a sociedade se informa. A primeira versão considera que o público é
essencialmente crédulo e vai ler, ouvir ou assistir qualquer coisa que se coloque à sua
frente. Essa é a tendência que se observa nos jornais ditos populares e seus
correspondentes no rádio e na televisão. A segunda versão faz crer que o público precisa
de um intermediário que lhe diga o que é bom, relevante ou significativo entre os eventos. É
o modo como a chamada grande imprensa compreende sua relação com os leitores,
ouvintes ou telespectadores – uma relação de mentor e tutelado.
       O terceiro modo de ver a questão tem como pressuposto que o público é inteligente e
lúcido – dados os meios, ele próprio pode discriminar os fatos por si mesmo e encontrar sua
própria versão da verdade. Essa, na opinião dos autores do estudo, é a forma como a
imprensa participativa irá se relacionar com a sociedade.
17
                               A interatividade é estabelecida por três fatores: estrutura tecnológica
                               do meio usado (velocidade, alcance, flexibilidade do sincronismo e
                               complexidade sensorial); característica do ajuste da comunicação; e
                               percepção dos indivíduos (proximidade, velocidade percebida, ativação
                               sensorial e tele-presença) (KIOUSIS, 2002. p. 355-383).




      Entre tantas qualidades, o webjornalismo nos oferece um ‘produto’ novo e com
linguagem mais acessível que é a webnotícia. Para Canavilhas, esse é o grande desafio
feito ao webjornalismo: a procura de uma "linguagem amiga" que imponha a webnotícia,
uma notícia mais adaptada às exigências de um público que demanda maior rigor e
objetividade, pois:


                                No webjornalismo a noticia deve ser encarada como o princípio de
                                algo e não um fim em si própria. Deve funcionar apenas como o "tiro
                                de partida” para uma discussão com os leitores. Para além da
                                introdução de diferentes pontos de vista enriquecer a notícia, um maior
                                número de comentários corresponde a um maior número de visitas, o
                                que é apreciado pelos leitores. (CANAVILHAS)


2.2 - Blog, twitter e Iphone. É fácil se comunicar.


      A era da Internet, proporciona bem mais do que facilidades do dia a dia. Nunca
houve tanta comunicação, interatividade e troca de informações como agora. Cada vez
mais pessoas passam a se comunicar e a se informar pela internet. Não somos mais
pessoas, somos usuários.
      A princípio, os blogs eram pequenos diários disponibilizados em rede, agora são um
canal forte de opiniões, debates e fóruns. Um meio de discutir qualquer assunto com
dinamismo entre o autor e o público, de uma forma direta e rápida.
      O crescimento da blogosfera (espaço virtual dos blogs) cresceu a passos largos,
atingindo uma marca surpreendente. Segundo a Technorati, um site que interliga blogueiros
de todo o mundo, hoje existem mais de 70 milhões de blogs.
      Desse total, uma fatia superior a 70% está escrito em Japonês ou Inglês, e apenas
2% é escrito em português.
18
Figura 1 – Tabela de idiomas




       Em cada blog, a escolha dos conteúdos é feita de forma livre, você pode escrever o
que e do tamanho que quiser.
       Com a idéia de obter informação rápida e de forma com que somente o necessário
seja escrito, nasceu o Twitter. A utilização dele é bem simples : você entra no site, se
cadastra e diz o que você está fazendo no momento.
       O próximo passo é seguir seus amigos, dessa forma, cada vez que você adiciona um
amigo você começa a receber as mensagens dele (o que eles estão fazendo naquele
momento) e quando você envia uma mensagem, todo mundo que te segue recebe a sua
mensagem.
       O Twitter permite que você responda a pergunta pelo celular, e-mail, blog e até MSN.
A idéia é atualizar seus amigos das atividades que você pratica em apenas 140 caracteres.
       Mas, você pode acessar seu blog, atualizar seu Twitter, ler e-mails, tirar fotos, gravar
vídeos com apenas um aparelho: o Iphone. Em apenas um ano de existência, foram
vendidos mais de quatro milhões de aparelhos que entre suas várias funções, possui
conexão wi-fi integrada.
19
      Então, em qualquer parte do mundo, com um aparelho que não mede 10
centímetros, você pode se atualizar ou informar o mundo inteiro.
      As novas mídias estão convergindo para que os usuários possam em pouco tempo,
com poucos itens a mão, se transformar em um jornalista de plantão. Assim, diminuem os
custos de viagens e grandes produções, além de poder contar com milhões de
‘funcionários’ espalhados pelo mundo.


2.3 - O cidadão repórter


      Um dos fenômenos comunicacionais mais interessantes está presente em todo o
mundo. A mídia antiga, clássica, está passando por grandes transformações aliada a uma
peça que não havia antes: o jornalista cidadão, representado por toda a sociedade.
      Muitos portais de notícias produzem e espalham a idéia de que ‘todo cidadão é um
repórter’ e permite ao internauta deixar de ser apenas um receptor, para tornar-se um
criador, um jornalista. Esse espaço transforma o jornalismo em algo que o cidadão deixa de
ser somente o espectador que recebe as informações e passa a ser também emissor, um
produtor de notícias.
      Então, dentro da Internet deixa de existir a diferença entre quem faz a notícia e quem
a recebe. O modelo de emissão se altera e é modelado constantemente: de um para um,
um para muitos e de muitos para muitos.


                                 A pragmática da Internet desfaz a polaridade entre um centro emissor
                                 ativo e receptores passivos. As interfaces tecnológicas instituem um
                                 espaço de transação, cujo suporte técnico, em processamento
                                 constante, proporciona comunicações intermitentes, precisas e ultra-
                                 rápidas, numa interação entre todos e todos, e não mais um e todos.
                                 No ciberespaço, cada um é potencialmente emissor e receptor num
                                 espaço qualitativamente distinto (MORAES 2001, p. 70).


      Mas o jornalismo cidadão cria uma grande discussão em relação aos ideais
jornalísticos e até mesmo à ética. Alguns questionamentos surgem: quem garante a
veracidade da notícia dada? Em tempos de desregulamentação do diploma, é preciso
cursar uma faculdade para exercer a função de jornalista? Quais são os limites da noticia
num mundo onde todos são repórteres de plantão? Questões como estas são abertas e
com respostas ainda em formulação nas pesquisas sobre webjornalismo.
20
      Com a ajuda da Internet, o cidadão pode distribuir seus materiais para um mundo
amplo de leitores. O conteúdo passa a ser de responsabilidade de quem o publica e então
os maiores sites fazem uma triagem antes da publicação. Quando você se torna uma fonte
‘confiável’, seu material entra direto na lista de reprodução. Funciona assim em portais
como ‘Vc no Terra’ e ‘Vc no G1’.


2.4   –   Jornalismo      Participativo   e   webjornalismo       participativo:     diferenças      e
aproximações.


      Jornalismo participativo pode ser definido como toda forma de participação que
cidadãos comuns fazem nos meios de comunicação. A forma mais recente de jornalismo
participativo observa-se na web: o internauta participa de forma ativa com textos, fotos ou
vídeos.
      Essa participação pode ser atribuída também a insatisfação das pessoas com a
qualidade do jornalismo que se mostra muitas vezes parcial e comprometido com interesses
comerciais e políticos.

                                      Tais manifestações são conhecidas pelo nome de “jornalismo
                                      participativo” porque envolvem a participação total ou parcial do
                                      cidadão comum no processo da produção de notícias. É também
                                      por esse motivo que esse tipo de produção é conhecida por outros
                                      nomes como jornalismo cidadão, jornalismo colaborativo, entre
                                      outros (NEGREIROS, 2007, s/p)


      Quando o leitor é especialista em determinado assunto “irrita-se” com as imprecisões
e erros tão comuns em reportagens. Essas pessoas recorriam, até então, a cartas do leitor,
telefones e publicações caseiras de alcance mínimo para expressarem suas opiniões. Hoje,
com esforços individuais, essa interferência ocorre de forma mais rápida.
      A estrutura da noticia vinda do cidadão comum permite que seus textos fujam dos
padrões utilizados no meio jornalístico, a pirâmide invertida e o lead são deixados de lado e
a pouca ou nenhuma técnica é aceita nos meios colaborativos.
      Essas notícias caracterizam-se pela independência de grandes empresas de
comunicação e da imprensa oficial, e segundo Primo e Träsel, não deixam de ter caráter
político, sendo com freqüência um instrumento de resistência e ativismo.
      O modelo básico de que o emissor é apenas um ou poucos e os receptores são
vários e estáticos está se alterando conforme a Internet se constrói. Hoje é possível
21
escrever para os canais de jornalismo participativo dos maiores portais da web sem ser
jornalista, basta ser cidadão.
      O jornalismo participativo ganha cada vez mais espaço, principalmente pelas
facilidades interativas que a Internet, as novas tecnologias e a instantâneidades geradas
proporcionam. Através dessas novas tecnologias é que o jornalismo participativo quebrou
as barreiras e se fixou na Internet. É aí então que ele se torna ‘webjornalismo participativo’.
      Primo e Träsel afirmam que além da dimensão tecnológica, é preciso também
apontar os discursos em defesa da livre circulação de informações como outro fator que
inspira e justifica a emergência de experiências com o jornalismo participativo, pois o
conhecimento deve ser visto não como mercadoria, mas como um bem coletivo que,
portanto, precisa ser compartilhado.
      A grande mudança no Webjornalismo Participativo é que o modelo de emissão e
recepção se flexibilizam e se alteram. O modelo mais usado que é o ‘um-todos’, no qual
poucos (ou um) indivíduos são quem repassam as informações é atualizado para ‘todos-
todos’. Nesta forma, qualquer indivíduo pode mandar ou receber informações. Seja ela por
meio de vídeo, foto, texto ou até mesmo por meio de sons.
      Moraes (MORAES, 2001, p. 68) diz que aquela imagem clássica dos aparelhos de
divulgação no topo da pirâmide e dos receptores confinados em sua base está se
rompendo na arquitetura dos espaços multipontuais da web.
      Savi comenta também que com o aumento da interatividade e simplicidade das
ferramentas, a audiência assume mais espaço na produção de conteúdos, o que leva ao
surgimento de uma mídia mais participativa. Esta mídia bidirecional acabou abrindo espaço
para o público participar ativamente do processo de produção e disseminação de
informações e notícias, originando termos como jornalismo open source, jornalismo cidadão
e jornalismo participativo (SAVI, 2007, p.29).
      Para Foschini e Taddei, esse fenômeno está em pleno desenvolvimento e, por isso,
coexistem várias formas de nomeá-lo:


Jornalismo participativo – Ocorre, por exemplo, nas matérias publicadas por veículos de
comunicação que incluem comentários dos leitores. Os comentários somam-se aos artigos,
formando um conjunto novo. Dessa forma, leitores participam da notícia. Isso é mais
freqüente em blogs.
22
Jornalismo colaborativo - É usado quando mais de uma pessoa contribuiu para o
resultado final do que é publicado. Pode ser um texto escrito por duas ou mais pessoas ou
ainda uma página que traga vídeos, sons e imagens de vários autores.


Jornalismo código aberto - Surgiu para definir um estilo de jornalismo feito em sites wiki,
que permitem a qualquer internauta alterar o conteúdo de uma página. Também pertencem
a esse grupo vídeos, fotos, sons e textos distribuídos na rede com licença para serem
alterados e retrabalhados.


Jornalismo grassroots - Refere-se à participação na produção e publicação de conteúdo
na web das camadas periféricas da população, aquelas que geralmente não participam das
decisões da sociedade. Quando elas passam a divulgar as próprias notícias, causam um
efeito poderoso no mundo da comunicação. Quem usa esse termo defende a idéia de que o
jornalismo cidadão está diretamente relacionado à inclusão dessas camadas no universo
criado pelas novas tecnologias de comunicação.
      Hoje é possível que sua foto seja vista por milhares de pessoas. Através de seu texto
você pode ser considerado um cidadão repórter. A cada instante mais leitores se
transformam em escritores, tudo isso através da Internet. Isso é webjornalismo participativo.




CAPÍTULO 3 - Vc repórter e Vc no G1 – Webjornalismo participativo no Brasil
23

3.1 - Ohmynews - Uma experiência que deu certo

      O OhmyNews foi a primeira experiência de sucesso na Internet usando o internauta
como fonte. Criado pelo coreano Oh Yeon-ho, o lema do site é “cada cidadão é um
repórter”. De acordo com o seu criador, o objetivo do jornalismo participativo é contribuir
para a democratização da imprensa, redistribuir o controle sobre os meios de informação e
transformar o receptor num produtor de notícias. O seu modelo de publicação de matérias,
todas revisadas, enviadas por jornalistas cidadãos na Coreia do Sul e no mundo, além dos
colaboradores que são pagos.
      Toda essa participação faz com que o site consiga atingir a média de 1,7 a dois
milhões de visitas diariamente. De acordo com a matéria publicada no Observatório da
Imprensa em dezembro de 2002, nas eleições presidenciais sul-coreanas, o número de
page views que o site recebeu foi de 25 milhões.
      A novidade agora é que depois de ministrar alguns cursos para ensinar como ser um
‘jornalista cidadão’, eles acabam de fundar uma escola para tal objetivo. Situada a 90
minutos de carro de Seul, a nova faculdade tem grife OhmyNews, o investimento inicial foi
de US$ 400 mil, a nova sede foi implantada numa antiga escola rural que estava
abandonada. O projeto prevê um centro colaborativo de conhecimento para atender 60 mil
repórteres e cidadãos, com muito espaço (9,5 mil metros quadrados), salas para abrigar até
100 alunos e áreas ao ar livre para práticas esportivas.




Página inicial do site OhmyNews Internacional: http://english.ohmynews.com/
24




                           Figura 2 – Página Icinial do OhmyNews

3.2 - Vc repórter – Portal Terra
      Antes dos relatos das análises dos canais considerados webjornalismo participativo,
‘Vc repórter’ e ‘Vc no G1’, é interessante entender o conceito de portal.

                                   Os portais credenciam-se como pontos de passagem obrigatória para
                                   milhões de internautas. Disponibilizam ferramentas de buscas,
                                   noticiário em tempo real, horóscopo, previsões meteorológicas,
                                   cotações financeiras, ofertas gratuitas (download de sofwares, e-mails
                                   e caixas postais, hospedagem e homepages, traduções simultâneas),
                                   chats, fóruns virtuais e compras. As metas são idênticas: popularizar
                                   suas homepages; engordar os bancos de dados com cadastramento
                                   de milhões de usuários; assegurar visitas mais demoradas; fisgar
                                   anúncios (MORAES, 2001, p. 31).

O canal de webjornalismo participativo do Terra, o Vc repórter, funciona com a intervenção
de jornalistas que selecionam os materiais enviados pelos internautas, editando-os. Em
25
funcionamento desde de fevereiro de 2006, esse canal tem o trabalho de análise, seleção
e edição do seu conteúdo feito pela equipe editorial do portal.
      Com o slogan: “Mande fotos, vídeos e vire noticia Terra”, o Vc repórter apresenta link
na página inicial do portal Terra. Na página inicial do canal, são destacadas as três
principais matérias enviadas pelos internautas. É interessante observar que todas as
matérias apresentam espaço para que o internauta/leitor comente-as. Em seguida, tem o
link ’Noticias’, no mesmo canal, onde o internauta dispõe de todas as noticias divulgadas
recentemente ordenadas em data e em horário divulgadas.
      Em ‘Como enviar’, o internauta tem acesso a orientações básicas de como mandar o
texto, foto ou vídeo para a redação do Terra. Em ‘Dicas’, existem direcionamentos para
responder as perguntas básicas: o que, quando, onde, como e por quê, no caso de textos;
dicas de fotos, inclusive com aparelho celular, como obter um bom enquadramento; quando
for vídeo, o site traz dicas de iluminação, movimento, organização das informações
relacionadas aos fatos. O período que analisamos foi a partir do dia 20 de fevereiro, com
monitoria feita semanalmente, coletando aleatoriamente as notícias que foram veiculadas
pelos portais.
      Cada um dos portais tem um padrão: O ‘vc repórter’ produz mais notícias de âmbito
jornalístico e notícia casos como da penitenciária do interior do Mato Grosso que estava
sujando o córrego que corta a cidade de Água Boa.




                              Figura 3 – Notícia do Vc Repórter
26
3.3 - Vc no G1 – Portal Globo.com


      É um site que nasceu de um grande grupo de comunicação, Rede Globo de
Televisão. Nele vamos analisar o canal ‘Vc no G1’, canal participativo do site que tem como
proposta a participação dos internautas como jornalistas cidadãos.
      Esse canal de colaboração iniciou suas atividades em 23 de maio de 2007,
objetivando a interatividade com o público já leitor constante do G1. ‘O Vc no G1’ não conta
com editorias para separar os assuntos, mesmo assim o canal apresenta muitas imagens e
vídeos. É de forma bem atrativa, “Presenciou um fato importante? Registrou um flagrante
de notícia em foto ou vídeo? Envie sua reportagem para o G1 e seja um jornalista cidadão”,
que os internautas são chamados a participar.
      Com a intenção de cativar o público, foi criada dentro da própria editoria, uma seção
que classifica as matérias mais lidas e as melhores matérias produzidas pelos internautas.
      O Vc no G1 aborda curiosidades e fatos inusitados. Os acontecimentos que são
noticiados nesse canal de jornalismo participativo são sempre ligados á comportamento e
até mesmo notícias com fofocas de famosos ‘globais’. Veja o exemplo a baixo:




                               Figura 4 – Notícia do Vc no G1
27
          A interatividade neste caso é, então, guiada pelos recursos e ferramentas de
multimídia que a web disponibiliza, é o que se observa no G1. O foco está que nesta
característica do webjornalismo a intenção é atrair e instigar o internauta a colaborar com o
jornalismo convencional ou, como eles mesmos citam, com a sociedade através da
divulgação de um “fato importante” ou um ”flagrante de notícia”, termos usados pelo próprio
portal.
          Márcia Menezes, diretora de conteúdo do Portal de Notícias da Globo definiu quais
contribuições devem ser publicadas e os critérios de avaliação para que se possa tornar um
jornalista cidadão.
          Segundo ela, o ‘Vc no G1’ é um meio de jornalismo colaborativo com os seguintes
detalhes:
          É criada uma página especial, onde são depositados todos os e-mails recebidos.
Dentro desse depósito de textos e imagens são pescadas as informações que os editores
julgam relevantes. Aí são apuradas as veracidades desses fatos.
          Quando a pessoa, ou melhor, o jornalista cidadão manda mais de uma notícia
relevantes ela ganha uma espécie de classificação e passa a ter canal livre para publicação
da notícia.
          Antes de enviar sua contribuição, saiba os critérios do VC no G1:

   ● O VC no G1 é um meio de jornalismo colaborativo, voltado para leitores dispostos a
   contribuir com textos, fotos, vídeos e áudios relacionados a fatos verídicos.

   ● Não serão publicados textos contendo palavrões, ofensas, preconceitos de qualquer
   ordem, incitação à violência, manifestações de racismo, sexo ou pedofilia, ou qualquer
   conteúdo ofensivo, que estimule a prática de condutas ilícitas e contrário às leis
   brasileiras, à ordem, à moral e aos bons costumes.

   ● Não serão veiculados conteúdos de propaganda comercial, institucional ou política,
   nem textos enviados por assessorias de imprensa

   ● Acusações a terceiros, sugestões de reportagens, textos opinativos e comentários não
   serão publicados no VC no G1. Os mesmos devem ser enviados à redação do G1, por
   meio do serviço do Fale Conosco, e serão avaliados, podendo ou não ser publicados. O
   internauta também pode fazer comentários em matérias, blogs e artigos do G1.
28
   ● A equipe do VC no G1 poderá editar o conteúdo enviado pelos internautas, sem
   alterar o sentido. Por exemplo: alterar os títulos das notícias sugeridos pelos leitores;
   corrigir eventuais erros de digitação, ortografia e/ou informação contidos nos textos;
   publicar apenas o texto e não publicar as fotos e/ou vídeos enviados; reunir conteúdos
   de leitores diferentes; despublicar notícias anteriormente publicadas; e acrescentar links
   nos textos para outros conteúdos produzidos pelo G1.

   ● O material enviado deve ser da autoria de quem o envia; não serão aceitos textos
   plagiados, que violem os direitos autorais de terceiros, copiados de outros veículos de
   comunicação ou já publicados em outros meios.

   ● Todos os vídeos, áudios, textos e imagens publicados terão a assinatura de quem os
   enviou.

   ● A escolha dos temas do conteúdo a ser enviado pelos internautas é livre. A equipe do
   VC no G1 também pode incentivar os internautas a enviar conteúdo sobre temas
   relacionados à atualidade

   ● O conteúdo enviado para o VC no G1 poderá ser publicado em todos os programas,
   sites e mídias das Organizações Globo.

   ● Todo o material enviado pelo internauta será analisado pela equipe do VC no G1 e sua
   publicação está sujeita à aprovação dos editores do G1.


3.4 – A controvérsia do webjornalismo participativo no G1


      Essa é uma notícia do Vc no G1. Nota-se que é bem estruturada, clara e objetiva,
concluí-se então que certamente esse leitor seguiu as regras ensinadas pelo site para fazer
uma boa notícia.
      Poderia até ser isso mesmo, mas aí está a prova da maior discussão que o
Webjornalismo Participativo causa: a participação de assessores de imprensa nas notícias.
29




Figura 5 – Participação do assessor no Vc no G1
30
      Nas regras gerais de como ser um colaborador, o G1 deixa claro que: ‘Não serão
veiculados conteúdos de propaganda comercial, institucional ou política, nem textos
enviados por assessorias de imprensa.’




              Figura 6 – Participação do mesmo assessor no site Mídia News


       A figura de número 5, mostra uma notícia do ‘Vc no g1’. O jornalista cidadão que
escreveu a matéria chama-se Antônio Carlos Miranda de Souza, ele discorre sobre o
carnaval 2009 da cidade de Corumbá/MS.
      Procuramos por ele, e com a ajuda da internet descobrimos a matéria da figura
número 6, um site do estado do Mato Grosso do Sul chamado Mídia News, onde consta
que o nosso jornalista cidadão trata-se então de um Assessor de Imprensa.
      Abre-se espaço então para o primeiro questionamento : Trata-se do mesmo Antônio
Carlos Miranda de Souza?
      Pois bem, além da confirmação de que na prefeitura de Corumbá, existe um
assessor com o mesmo nome, vamos acompanhar outra exigência do ‘Vc no G1’ para a
publicação das matérias-cidadãs :
31

      Segundo o G1, “o material enviado deve ser da autoria de quem o envia; não serão
aceitos textos plagiados, que violem os direitos autorais de terceiros, copiados de outros
veículos de comunicação ou já publicados em outros meios”.




                                  Figura 7 – A notícia usada


      Vamos então acompanhar trecho a trecho da matéria publicada no ‘Vc no g1’ e no
site da Prefeitura Municipal de Corumbá.

G1 - A Império do Morro é a grande campeã do carnaval de Corumbá (MS) com a soma de
175,3 pontos. O título foi conquistado após um belo desfile na segunda-feira (23) à noite
com o enredo "A Império do Morro vem mostrar liberté, égalité, fraternité".
32
Site Corumbá - A Império do Morro é a grande campeã do carnaval corumbaense com
um total de 175,3 pontos. O título foi conquistado após um belo desfile na segunda-feira à
noite com o enredo 'A Império do Morro vem mostrar... Libertê, Igualitê, Fraternitê...'.

G1 - A Vila Mamona ficou em segundo lugar com 174,5 pontos, seguida da Major Gama
com 161,3, e em quarto, a Acadêmicos do Pantanal com 149 pontos. Com o resultado, a
agremiação desce para o segundo grupo em 2010.

Site Corumbá - A Vila Mamona ficou em segundo lugar com 174,5 pontos, seguida da
Major Gama com 161,3, e em quarto, a Acadêmicos do Pantanal com 149 pontos. Com o
resultado, a agremiação desce para o segundo grupo em 2010.

G1 - A Império foi a terceira escola a se apresentar. Entrou na avenida saudada pelo
público e por um show pirotécnico. Fez uma bela apresentação, com muito luxo, belas
fantasias e muita animação. A escola passou cantando o samba da agremiação.

Site Corumbá - A Império foi a terceira escola a se apresentar. Entrou na avenida saudada
pelo público e por um show pirotécnico, Fez uma bela apresentação, onde pequenos
problemas não chegaram a atrapalhar. Foi muito luxo, com belas fantasias e muita
animação. A escola passou cantando o samba da agremiação.

       Fica claro que a matéria publicada no ‘Vc no G1’ não era de conteúdo exclusivo do
site, pois foi publicado praticamente na íntegra em outro site.Podemos dizer então que além
de ferir uma das regras do ‘Vc no G1’, que é a utilização do mesmo por assessorias de
imprensa, a pessoa em questão fez o uso de um material publicado na mesma data nos
dois sites.

       Com as informações obtidas procuramos por Antônio Carlos Miranda de Souza, no e-
mail disponibilizado pela Prefeitura : antonio.miranda@corumba.ms.gov.br. Mas até o final
dessa monografia não obtivemos resposta.



Considerações Finais

       O que mais fomenta a discussão quanto ao Webjornalismo Participativo é a forma
como é feito e a aparente ruptura com a forma de fazer jornalismo tradicional. Por isso é
importante lembrar que o que se vê, na verdade, é que o mesmo ainda encontra-se em um
33
processo de adaptação não só entre os cidadãos, que se tornam ativos nesse processo,
mas também entre os jornalistas que procuram entender e adaptar-se a esse novo
jornalismo em que as pessoas deixam de ser fontes e tornam-se parceiros na produção de
noticias.
       Sem deixar de lado as discussões sobre webjornalismo participativo, vale lembrar
que é preciso que os alunos e profissionais de comunicação fiquem mais atentos e levem a
sério a chamada ‘alfabetização digital’.
            A partir do momento em que a notícia ‘cai na rede’, ela está disponível para que
qualquer pessoa possa usa-la. Na Internet é assim, tudo está interligado. Cada vez mais a
comunicação está convergindo, e nos dias de hoje a base de qualquer estrutura jornalística
está ligada diretamente com a Internet. Trata-se de uma tendência ou uma evolução natural
do processo comunicacional e jornalístico.
       A Internet está ativa no modo de se fazer jornalismo que pessoas ‘comuns’ estão
usando a web para publicar notícias em que o repórter não esteve lá para apurar, por isso é
importante que os jornalistas estejam aptos e dispostos a interagir e integrar cada vez mais
no dia a dia com essas novas ferramentas e esses novos aliados.
       Esse atual modelo deixa brechas para que jornalistas se aproveitem de algo novo,
que é a participação direta, que deveria ser feito por cidadãos para cidadãos.
       A grande questão a ser debatida era se os canais de Werbjornalismo Participativo,
mais precisamente o ‘Vc no G1’ e o ‘Vc Repórter’ poderiam ser assim chamados :
participativos. Até que ponto o cidadão passa a ser um jornalista de plantão ou colaborador
de notícias e também mostrar de que nada adianta o espaço para a pessoa comum, sem
formação jornalística se assessores e jornalista competem com o cidadão na divulgação de
matérias.
       Não podemos deixar de citar essa nova forma de fazer jornalismo com o momento
mercadológico. É muito mais fácil e barato simplesmente esperar que o cidadão escreva
uma matéria e lhe envie. Assim, de graça.
       Dessa forma, não se tem custos com jornalistas, que precisam ir á campo sempre
que necessário para que a apuração e a matéria sejam feitas. Basta, um cidadão com um
Iphone na mão, como citamos nessa monografia.
       Com apenas um aparelho, o cidadão pode fotografar, redigir o texto e mandar dali
mesmo, por esse celular a cobertura do acidente, do engarrafamento ou até mesmo do
assalto ao banco. Em apenas um click, essa é a frase da era da Internet.
34
      Também é importante que se leve em conta o momento pelo qual o jornalismo
brasileiro está passando. A queda da Lei de Imprensa, a discussão envolvendo a
necessidade ou não de um diploma para que a função possa ser exercida. Esse momento
de insegurança atinge não só os jornalistas já formados, quanto nós, estudantes de
comunicação.
      Esse espaço entre o jornalista e o cidadão comum fica ainda maior, pois não se trata
mais de um relacionamento entre uma fonte e um repórter. É possível que o jornalista
passe a ver o cidadão/fonte como uma ameaça, um concorrente, e dessa forma quem
perde é o jornalismo e notícias deixarão de ser dadas.


      Por fim, observamos que quem já faz uso desse novo jornalismo busca usar a
interação que ele proporciona na intenção de descentralizar a emissão de informações e
assim torná-la acessível e com mais espaço.




Referencias Bibliográficas


ALVES, R. C.; Jornalismo Digital: Dez anos de web... e a revolução continua.
Comunicação e Sociedade, vol 9 -10, 2006.
35
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web. Comunicação apresentada no I Congresso Ibérico de Comunicação – Universidade da
Beira Interior.


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En publicacion: Divercidade, no. 13. CEBRAP, Centro Brasileiro de Analise e Planejamento:
Brasil.                     abril-junho.                     2007
Acceso                       al                     texto                      completo:
http://www.centrodametropole.org.br/divercidade/numero13/2.html


OIKAWA, Erika; PINTO, Sonia Ferro e Silva. A (con) fusão dos mundos on e off line :
novas formas de socialidade no Orkut. Santos, p. 15, Agosto. 2007. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1835-1.pdf>.    Acesso    em:
13/05/2008.


PALACIOS, M; MIELNICZUK, L.; BARBOSA, S.; RIBAS, B.; NARITA, S. Um mapeamento
de características e tendências no jornalismo online brasileiro. In: Comunicarte,
Revista de Comunicação e Arte, vol.1, n.2, Universidade de Aveiro, Portugal, 2002.
Disponível em: http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2002_palacios_mapeamentojol.pdf.


PIERRE, L.; Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.


PINHO, J. B.; Jornalismo na Internet: planejamento e produção da informação on-line.
São Paulo: Summus, 2003.


TRIVINHO, E.; Redes: obliterações no fim do século. São Paulo: Annablume/FAPESP,
1998.


FOSCHINI, Ana Carmen; TADDEI, Roberto Romano. Jornalismo Cidadão: Você faz a
Notícia
36
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JENSEN, J. F. - Interactivity: Tracing a new concept in media and communication studies.
vol. 19. Nordicom Review. 1998. pp. 185–204.

Peskin, Dale e Nachison, Andrew , "Nós, a Mídia" 2006, p 04 - Disponível em :
https://www.america.gov/media/pdf/ejs/0306ejpo.pdf

Martins,     Luciano     –   Observatório    da     Imprensa,  2005   Disponível    em:
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=278SAI001

(KIOUSIS, S. Interactivity: a concept explication. New Media & Society. vol. 4. SAGE
Publications. 2002. pp. 355-383.

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Webjornalismo Participativo: sua digital na era digital

  • 1. UNIVERSIDADE DE CUIABÁ FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO: SUA DIGITAL NA ERA DIGITAL. DAYANE DO NASCIMENTO IARA CRISTINA DIAS VILELA Cuiabá 2009
  • 2. DAYANE DO NASCIMENTO IARA CRISTINA DIAS VILELA WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO: SUA DIGITAL NA ERA DIGITAL. Monografia apresentada à Faculdade de Comunicação Social da Universidade de Cuiabá, para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo. Orientadora: Profª Ms. Silvia Ramos Bezerra do Nascimento. Cuiabá 2009
  • 3. DAYANE DO NASCIMENTO IARA CRISTINA DIAS VILELA Monografia do Curso de Jornalismo, para obtenção do grau de Bacharelado em Jornalismo apresentado à Faculdade de Comunicação Social da Universidade de Cuiabá (UNIC). Orientadora: Profª Ms. Silvia Ramos Bezerra do Nascimento. BANCA EXAMINADORA ______________________________ Profª. Ms. Silvia R. B. do Nascimento Orientadora ____________________________ Prof. Yuri Gomes _____________________________ Prof. Augusto Figliaggi Cuiabá, ____ de __________de 2009. Nota final: _____________
  • 4. A união para essa monografia não aconteceu apenas por afinidades. O nosso refúgio, nossa segurança e nosso espelho são os mesmos: Fátima Dias e Leane Maciel. Nossas vitórias dedicamos a elas, nossas mães!
  • 5. AGRADECIMENTOS A Deus por permitir essa conquista. A orientadora Prof Ms. Silvia Ramos Bezerra pelo acompanhamento competente e por nos oferecer segurança. A nossas irmãs Fabiane e Kariny pelo amor que ultrapassa fronteiras. A nossas avós Neli e Francisca, por oferecer carinho e dedicação constantes. A nossos pares, Gustavo e Eberson, pela compreensão e amor. As amigas Cristiane, Danielle, Fabiane, Mayara, Najylla, Nátalie Luna e Nathalia Monteiro pelo companheirismo diário. Agradecemos a todas as pessoas que fazem parte do nosso dia a dia e que de alguma forma contribuíram para que realização desse sonho fosse plena.
  • 6. De um lado, um impulso em direção ao conformismo e o produto padrão, de outro lado, um impulso em direção à criação artística e à livre invenção. Edgar Morin
  • 7. RESUMO Na presente pesquisa, propomos analisar uma nova forma de fazer jornalismo que está em ascensão junto com a Internet, o Webjornalismo Participativo. Os objetivos são compreender os avanços tecnológicos e a influência destes no surgimento de um novo fazer jornalístico: o jornalismo participativo. Verificar de que forma esse jornalismo se desenvolve na Internet e se o mesmo apresenta efeitos positivos como defende seus conceitos, além de examinar o que os portais Terra e G1 denominam de jornalismo participativo. Buscamos ainda entender a relação entre emissor e receptor, que nesse caso passa por alterações. Quanto à escolha metodológica buscamos na pesquisa qualitativa, mais precisamente através dos métodos histórico e comparativo, estudar os portais de notícia Terra e G1, especificamente seus canais de webjornalismo participativo, o Vc repórter e o Vc no G1 respectivamente. Para tanto, antes apresentamos conceitos de cibercultura e ciberespaço, além de um breve contexto histórico do surgimento e desenvolvimento da Internet e desse fazer jornalismo nestes novos meios. Levantou-se dados sobre o webjornalismo participativo por meio de uma análise de matérias do Vc no repórter e Vc no G1, escolhidas de forma aleatória no período de fevereiro a abril de 2009. Para alcançar os objetivos propostos fizemos análise das noticias que os leitores mandam para o Terra e o G1, de forma a verificar se todos os critérios apresentados, tanto particulares de cada portal quanto relacionado ao conceito de webjornalismo participativo. Palavras-chave: webjornalismo, jornalismo participativo, cibercultura, ciberespaço.
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 1 O ESPAÇO E A CULTURA NA REDE DAS REDES 1.1 CIBERESPAÇO 10 1.2 CIBERCULTURA 11 1.3 HISTÓRIA DO WEBJORNALISMO - A CHEGADA DA INTERNET 12 BRASIL 1.4 WEBJORNALISMO E WORLD WIDE WEB – AS DIFERENÇAS DOS 13 MEIOS DE COMUNICAÇÃO TRADICIONAIS 2 JORNALISMO PARTICIPATIVO 2.1 INTERATIVIDADE, VC QUEM FAZ 16 2.2 BLOG, TWITTER E IPHONE. É FÁCIL SE COMUNICAR 17 2.3 O CIDADÃO REPÓRTER 19 2.4 JORNALISMO PARTICIPATIVO E WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO: 20 DIFERENÇAS E APROXIMAÇÕES 3 VC REPÓRTER E VC NO G1 – WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO NO BRASIL 3.1 OHMYNEWS - UMA EXPERIÊNCIA QUE DEU CERTO 23 3.2 VC REPÓRTER – PORTAL TERRA. 25 3.3 VC NO G1 – PORTAL DA GLOBO.COM 26 3.4 A CONTROVÉRSIA DO WEBJORNALISMO PARTICIPATIVO NO G1 29 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34
  • 9.
  • 10. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Tabela de Idiomas 18 Figura 2 - Página Inicial do OhmyNews 24 Figura 3 - Notícia do Vc Repórter 25 Figura 4 - Notícia do Vc no G1 26 Figura 5 – Participação do assessor no Vc no G1 29 Figura 6 – Participação do mesmo assessor no site Mídia News 30 Figura 7 – A Notícia 31
  • 11. 9 Introdução Há dezenove anos, em 1990, o Brasil passou a conectar-se com a rede mundial de computadores. Mas só em maio de 1995 tem início a Internet comercial no país. Desde então as novas tecnologias tomaram conta do cotidiano das pessoas e o meio digital ganha espaço devido à interatividade com o público que a Internet propõe (PINHO 2003, p. 39). O advento da Internet trouxe mudanças significativas nos contextos sociais, culturais e da comunicação, sobretudo. A possibilidade de conectar-se para compartilhar informações conquista cada vez mais espaço fazendo surgir novas formas de fazer jornalismo. Não só o jornalismo tradicional passa por mudanças, mas todas as formas de comunicação existentes. No caso do jornalismo, surgem modalidades diferentes de fazê-lo, de forma que o leitor, agora chamado de internauta, seja disputado clique a clique, foto a foto e notícia a notícia. Dessa forma, porque não contar com o mesmo para tais produções? Uma nova forma de pensar e fazer jornalismo surge, um exemplo é o jornalismo participativo que ganha espaço e notoriedade com a Internet, por isso torna-se conhecido por diferentes nomenclaturas como: jornalismo participativo, jornalismo colaborativo, jornalismo código aberto, jornalismo grassroots, open source, jornalismo cidadão. Termos que estão relacionados a mesma forma de fazer jornalismo: aquela que permite a participação de pessoas sem necessariamente a formação jornalística, o cidadão comum. Para padronizar, neste trabalho optou-se pela nomenclatura webjornalismo participativo, por estar relacionado a web. No capítulo 1 intitulado O espaço e a cultura na rede das redes, vamos apresentar os conceitos de ciberespaço e cibercultura além de um breve histórico sobre webjornalismo e a chegada da Internet no Brasil. No capitulo 2 conceitos sobre jornalismo participativo são apresentados para uma maior compreensão das alterações relacionadas a participação popular na Internet, além de discorrer brevemente sobre os meios e ferramentas usadas para essas participações No capitulo 3 faz-se a análise de como o webjornalismo participativo começou e como acontece na prática no Brasil em portais como o Terra e a Globo.com.
  • 12. 10 CAPÍTULO 1 – O espaço e a cultura na rede das redes. 1.1 – Ciberespaço Pierre Lévy aponta que a palavra ciberespaço surgiu em 1984 no romance de ficção científica Neuromancer de William Gibson. O livro trata de uma realidade que se constitui através da produção de um conjunto de tecnologias, enraizadas na sociedade, e que acaba por modificar estruturas e princípios desta e dos indivíduos que nela estão inseridos. Para uma melhor conceituação, Lévy define ciberespaço como o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores (LÉVY 1999, p. 92). Sabe-se que as novas tecnologias da comunicação geram profundas transformações nas relações sociais contemporâneas, que passam cada vez mais a serem estabelecidas em um ambiente virtual, o ciberespaço. Isto diminui gradativamente a necessidade do contato presencial e do compartilhamento do mesmo espaço físico, tornando as relações humanas cada vez mais virtualizadas. Chama-se a esse fenômeno de desterritorialização da comunicação, que afeta não apenas as relações sociais, mas os campos econômicos, políticos e culturais, nos quais as noções de tempo-espaço e de identidade passam a ter outros significados, diferentes das que tinham na Modernidade (OIKAWA e PINTO 2007, p. 15). Moraes (MORAES 2001, p. 72) diz que o ciberespaço configura-se como um universal indeterminado, sem controles aparentes, sem local ou tempo claramente assinaláveis, sendo essa outra característica dessa desterritorialização, onde o físico é substituído facilmente pelo espaço virtual. O autor continua descrevendo que a universalidade do ciberespaço favorece a aproximação dos seres humanos em um meio ubíquo, que está ao mesmo tempo em toda parte, paradoxalmente operado por uma tecnologia real. O ciberespaço tem como principal ambiente a Internet, mas não deixa de estar relacionado a outras tecnologias como celulares e pagers, por exemplo. Essa ligação do homem a todo esse contexto traz novas experiências com relação a tempo e espaço. Por isso Trivinho diz que o ‘cyberspace’ se impõe sub-repticiamente, como um novo campo para o entretenimento e o lazer, para a troca de correspondência, o aprendizado cultural e a constituição e transmissão do saber. Com o mesmo estatuto, serve de suporte para os novos jogos de poder, da prática política, da cidadania de redes. Nesses casos, a
  • 13. 11 estrutura do ‘cyberspace’ também possibilita o que há de mais avançado (TRIVINHO 1998, p. 131). 1.2 - Cibercultura Com o alcance global de um novo sistema eletrônico de comunicação, que também converge todos esses meios, além de interagir, ocorre a migração de grupos sociais para o ciberespaço. Nesse sentido, cibercultura especifica o conjunto das técnicas, sejam materiais ou intelectuais, de práticas, atitudes, modos de pensamentos e valores que se desenvolvem junto com o crescimento do ciberespaço (LÉVY 1999, p. 17). É nesse espaço que surgirá uma nova manifestação social, a cibercultura. Portanto, vale dizer que: A cibercultura mundializa modos de organização social contrastantes, sem favorecer pensamentos únicos. Congrega forças, ímpetos e desejos contraditórios, com a peculiaridade fundamental – apontada por Pierra Lèvy – de universalizar sem totalizar. Na direção aqui indicada, a totalidade tem a ver com a descontextualização dos discursos, que permite o domínio dos significados, o anseio pelo todo, a tentativa de instaurar em cada lugar unidades de sentido idênticas. A noção de totalidade busca bloquear a variedade de contextos e os múltiplos segmentos que neles deveriam intervir (MORAES 2001, p. 72). Desde sua criação, a Internet fez com que a comunicação ficasse mais dinâmica. Dia após dia, surgem novas formas de se comunicar, seja por meio de ferramentas que proporcionam uma conversa instantânea ou por um canal da web que lhe permita enviar as notícias, esses são alguns dos elementos relacionados a essa nova cultura. O acelerado desenvolvimento da tecnologia digital provoca significativas mudanças nos modos de percepção, pensamento e ação no mundo a que denominamos real, além das modificações nas esferas social, política e econômica da vida mundial (SOARES e PEREIRA, 2008, p. 4) Cada vez mais rápido as distâncias se encurtam e a percepção de tempo e espaço se alteram, de forma que as pessoas de todo o mundo possam se comunicar seja com um microfone ou até mesmo através de uma câmera conectada ao computador. Assim, uma pessoa que está no Japão e a outra que está no Brasil, por exemplo, têm a sensação de estarem muito próximas, ou seja, fronteiras são derrubadas.
  • 14. 12 Com a Web, houve uma mudança na forma de nos comunicarmos atualmente por possibilitar a troca imediata de informações. Ela também transformou a nossa definição do que é local ou global. Considerado o maior profeta da Web, o filósofo canadense Herbert Marshall Mcluhan (1911-1980) estabeleceu o conceito de Aldeia Global na década de 1960, ao descrever a influência da mídia na vida das pessoas. Os meios de comunicação, na opinião de McLuhan, deixam a interação social humana no mundo semelhante a verificada dentro das antigas aldeias. (VITAL, Ericksen , 2008 p, 14) A web, portanto, oferece mais que um novo meio de comunicação, rompe as barreiras de tempo e espaço, permite a acumulação de conteúdo rompendo os paradigmas organizacionais que o jornalismo tinha criado (ALVES, 2006) e oferece interatividade até então desconhecida. Ferramentas perfeitas para a consolidação do conceito de webjornalismo. 1.3 - História do Webjornalismo - A chegada no Brasil O termo Internet foi criado com base na expressão inglesa INTERaction or INTERconnection between computer NETworks. Internet pode ser definida como a rede das redes, o conjunto das centenas de redes de computadores conectados em diversos países dos seis continentes para o compartilhamento de informações ou recursos computacionais (PINHO 2003, p. 41). Segundo Pinho, o Brasil passou a conectar-se com a rede mundial de computadores em 1990. É nesse mesmo ano que o primeiro provedor de acesso comercial do mundo, o World, permite que usuários comuns alcancem a grande rede por telefone, no entanto, só cinco anos mais tarde, em 1995, a Internet comercial no Brasil começa a ser usada. A convergência desde então se torna seqüência do processo. Os meios de comunicação tradicionais (rádio, TV, jornais) convergem com os novos meios na busca até mesmo da sobrevivência. Com isso, o jornalismo também passa por alterações e adaptações. Surge assim o chamado jornalismo digital. Jornalismo digital é todo produto discursivo que constrói a realidade por meio da singularidade dos eventos, tendo como suporte de circulação as redes telemáticas ou qualquer outro tipo de tecnologia por onde se transmita sinais numéricos e que comporte a interação com os usuários ao longo do processo produtivo (GONÇALVES 2000, p. 19 apud PINHO 2003, p. 58).
  • 15. 13 Para Palacios, Mielniczuk, Barbosa, Ribas e Narita (2001) é possível observar três fases diferentes do jornalismo na Web. Em um primeiro momento, distinto pelo modelo transpositivo que é quando os grandes jornais impressos, que passavam a ocupar espaço na Internet, adaptavam uma ou duas de suas principais matérias de algumas editorias (esse era o chamado jornal online). Com o tempo e aperfeiçoamento da estrutura técnica e mesmo aos moldes de textos dos jornais impressos, os autores destacam que na segunda fase é que passa a existir uma tentativa de aproveitar melhor as características únicas já oferecidas pela rede. As transposições do impresso ainda continuam, mas começam a surgir seções ou editorias para noticias que aconteceram entre os plantões (tinham o nome de “Plantão” ou “Últimas Noticias”). Com a iniciativa de empresas e editorias na tentativa de fazer sites que saiam da idéia fixa de fazer uma versão do jornal impresso para a web, começa a constituição do webjornalismo. Esse terceiro e atual momento tem toda uma estrutura técnica que permite a transmissão mais rápida de sons e imagens. 1.4 - Webjornalismo e World Wide Web – As diferenças dos meios de comunicação tradicionais Para tratar do conceito de webjornalismo é importante destacar que: De certa forma, o conceito de jornalismo encontra-se relacionado com o suporte técnico e com o meio que permite a difusão das notícias. Daí derivam conceitos como jornalismo impresso, telejornalismo e radiojornalismo”.(MURAD apud CANAVILHAS, 1999). Por isso, define-se por padronização o termo webjornalismo. O webjornalismo não é somente a atualização do factual online. Esse jornalismo online pode usar a capacidade que a Internet possui de instantaneidade da informação que, segundo Pinho, modifica até mesmo o sentido do furo de reportagem, que é aquela noticia importante publicada em primeira mão por um órgão da imprensa antes dos seus concorrentes. Essa mudança de sentido quanto ao furo deve-se ao fato de que quando uma mídia online dá a notícia em primeira mão, em poucos minutos vários outros jornais na web se apropriam da notícia sem muitas vezes dar o crédito (PINHO 2003, p. 51).
  • 16. 14 Outras características da web que, sobretudo a diferencia dos meios tradicionais, são apontadas por Pinho: • Não-lineariedade: o autor diz que a informação alojada na Internet é não- linear, pois nela o hipertexto permite que o usuário se movimente mediante as estruturas de informação do site sem uma seqüência predeterminada, mas sim saltando entre os vários tipos de dados de que necessita. Segundo o autor, uma das principais características do hipertexto é a sua maneira natural de processar a informação, ou seja, o internauta navega pelas páginas de hipertexto e vai acumulando conhecimento segundo seus interesses até se satisfazer. • Fisiologia: a recomendação é que o texto para Internet seja cerca de 50% mais curto que o escrito para papel, isso porque quando as pessoas lêem online, elas lêem mais vagarosas. É o que aponta um estudo desatualizado, mas um dos poucos na área, feito pela Sun Microsystems feita em 1997. O internauta, portanto, lê mais devagar na Internet, por não poder afastar ou aproximar o documento dos seus olhos como o faria com papel. • Dirigibilidade: uma das grandes vantagens da Internet é que a informação pode ser instantaneamente dirigida para a audiência sem nenhum filtro, direcionando a mensagem a alvos específicos. • Qualificação: ainda segundo Pinho, a Internet apresenta um público jovem e qualificado, com alto nível de escolaridade, elevado poder aquisitivo e um perfil ocupacional em que se destacam empresários, executivos e autônomos. “Por essas características, a audiência da Internet deve merecer a atenção também como importante formadora de opinião” (PINHO 2003, p. 53). E mesmo tendo um alto índice de analfabetos digitais, no país as chamadas lan houses se disseminam entre as comunidades mais pobres, aproximando um pouco mais a população das grandes redes. • Custo de produção e veiculação: relaciona-se ao custo baixo de produções para a Internet, se comparado aos custos elevados de televisão e mídia impressa. • Interatividade: se um telespectador não estiver satisfeito com o que aquele canal lhe oferece, ele pode mudar de canal em canal até que encontre um que lhe interesse. “Esse é o máximo de interatividade que a televisão
  • 17. 15 proporciona, pois a mídia tradicional é, notoriamente, um veículo de mão única” (PINHO 2003, p. 53). A Internet em contrapartida oferece várias formas de interatividade. Um exemplo são os grupos de discussão que oferecem propositadamente interação entre os participantes do grupo com um interesse focado em um assunto especifico. Para reforçar o conceito de interatividade, Pinho afirma que na Internet não se está falando para uma pessoa, mas sim conversando com ela. • Pessoalidade: característica que, segundo o autor, tem relação direta com a interatividade proporcionada pela rede mundial, pois o que a faz interativa a faz também muito pessoal. • Acessibilidade: um site está disponível sempre, a qualquer hora do dia todos os dias do ano. • Receptor ativo: com tantos sites disponíveis na Web, a audiência precisa buscar as informações de maneira mais ativa. Daí se dizer que a Web é uma mídia pull, que deve puxar o interesse e a atenção do internauta, enquanto a TV e o rádio são mídias push, nas quais a mensagem é empurrada diretamente para o telespectador ou ouvinte, sem que ele tenha solicitado (PINHO 2003, p. 55)
  • 18. 16 CAPÍTULO 2 - Jornalismo Participativo 2.1 - Interatividade – Vc quem faz Cada vez mais, o modelo clássico do jornalismo se altera e o público, seja ele leitor ou telespectador participam da produção do jornal. Pode ser sugerindo pautas, fazendo reclamações e o último modelo, e mais atual, é escrevendo a própria matéria. Interatividade é um conceito que quase sempre está associado às novas mídias de comunicação e principalmente às que estão ligadas a Internet. Não está ligada somente a uma troca de comunicação, mas também faz parte da geração de conteúdo. A medida que a informação/notícia deixa de ser exclusividade de um jornalista e passa a um produto da interaticidade social. Aí estaremos falando de jornalismo participativo. A interatividade pode ser definida como uma medida do potencial de habilidade de uma mídia em permitir que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a forma da comunicação mediada (JENSEN, 1998. p 185–204). Dale Peskin e Andrew Nachison do Centro de Mídia do Instituto Americano de Imprensa vislumbram uma sociedade da informação colaboradora em um modelo chamado por eles de "Nós, a Mídia”. Luciano Martins em seu artigo, ressalta que Peskin observa que existem três modos de entender como a sociedade se informa. A primeira versão considera que o público é essencialmente crédulo e vai ler, ouvir ou assistir qualquer coisa que se coloque à sua frente. Essa é a tendência que se observa nos jornais ditos populares e seus correspondentes no rádio e na televisão. A segunda versão faz crer que o público precisa de um intermediário que lhe diga o que é bom, relevante ou significativo entre os eventos. É o modo como a chamada grande imprensa compreende sua relação com os leitores, ouvintes ou telespectadores – uma relação de mentor e tutelado. O terceiro modo de ver a questão tem como pressuposto que o público é inteligente e lúcido – dados os meios, ele próprio pode discriminar os fatos por si mesmo e encontrar sua própria versão da verdade. Essa, na opinião dos autores do estudo, é a forma como a imprensa participativa irá se relacionar com a sociedade.
  • 19. 17 A interatividade é estabelecida por três fatores: estrutura tecnológica do meio usado (velocidade, alcance, flexibilidade do sincronismo e complexidade sensorial); característica do ajuste da comunicação; e percepção dos indivíduos (proximidade, velocidade percebida, ativação sensorial e tele-presença) (KIOUSIS, 2002. p. 355-383). Entre tantas qualidades, o webjornalismo nos oferece um ‘produto’ novo e com linguagem mais acessível que é a webnotícia. Para Canavilhas, esse é o grande desafio feito ao webjornalismo: a procura de uma "linguagem amiga" que imponha a webnotícia, uma notícia mais adaptada às exigências de um público que demanda maior rigor e objetividade, pois: No webjornalismo a noticia deve ser encarada como o princípio de algo e não um fim em si própria. Deve funcionar apenas como o "tiro de partida” para uma discussão com os leitores. Para além da introdução de diferentes pontos de vista enriquecer a notícia, um maior número de comentários corresponde a um maior número de visitas, o que é apreciado pelos leitores. (CANAVILHAS) 2.2 - Blog, twitter e Iphone. É fácil se comunicar. A era da Internet, proporciona bem mais do que facilidades do dia a dia. Nunca houve tanta comunicação, interatividade e troca de informações como agora. Cada vez mais pessoas passam a se comunicar e a se informar pela internet. Não somos mais pessoas, somos usuários. A princípio, os blogs eram pequenos diários disponibilizados em rede, agora são um canal forte de opiniões, debates e fóruns. Um meio de discutir qualquer assunto com dinamismo entre o autor e o público, de uma forma direta e rápida. O crescimento da blogosfera (espaço virtual dos blogs) cresceu a passos largos, atingindo uma marca surpreendente. Segundo a Technorati, um site que interliga blogueiros de todo o mundo, hoje existem mais de 70 milhões de blogs. Desse total, uma fatia superior a 70% está escrito em Japonês ou Inglês, e apenas 2% é escrito em português.
  • 20. 18 Figura 1 – Tabela de idiomas Em cada blog, a escolha dos conteúdos é feita de forma livre, você pode escrever o que e do tamanho que quiser. Com a idéia de obter informação rápida e de forma com que somente o necessário seja escrito, nasceu o Twitter. A utilização dele é bem simples : você entra no site, se cadastra e diz o que você está fazendo no momento. O próximo passo é seguir seus amigos, dessa forma, cada vez que você adiciona um amigo você começa a receber as mensagens dele (o que eles estão fazendo naquele momento) e quando você envia uma mensagem, todo mundo que te segue recebe a sua mensagem. O Twitter permite que você responda a pergunta pelo celular, e-mail, blog e até MSN. A idéia é atualizar seus amigos das atividades que você pratica em apenas 140 caracteres. Mas, você pode acessar seu blog, atualizar seu Twitter, ler e-mails, tirar fotos, gravar vídeos com apenas um aparelho: o Iphone. Em apenas um ano de existência, foram vendidos mais de quatro milhões de aparelhos que entre suas várias funções, possui conexão wi-fi integrada.
  • 21. 19 Então, em qualquer parte do mundo, com um aparelho que não mede 10 centímetros, você pode se atualizar ou informar o mundo inteiro. As novas mídias estão convergindo para que os usuários possam em pouco tempo, com poucos itens a mão, se transformar em um jornalista de plantão. Assim, diminuem os custos de viagens e grandes produções, além de poder contar com milhões de ‘funcionários’ espalhados pelo mundo. 2.3 - O cidadão repórter Um dos fenômenos comunicacionais mais interessantes está presente em todo o mundo. A mídia antiga, clássica, está passando por grandes transformações aliada a uma peça que não havia antes: o jornalista cidadão, representado por toda a sociedade. Muitos portais de notícias produzem e espalham a idéia de que ‘todo cidadão é um repórter’ e permite ao internauta deixar de ser apenas um receptor, para tornar-se um criador, um jornalista. Esse espaço transforma o jornalismo em algo que o cidadão deixa de ser somente o espectador que recebe as informações e passa a ser também emissor, um produtor de notícias. Então, dentro da Internet deixa de existir a diferença entre quem faz a notícia e quem a recebe. O modelo de emissão se altera e é modelado constantemente: de um para um, um para muitos e de muitos para muitos. A pragmática da Internet desfaz a polaridade entre um centro emissor ativo e receptores passivos. As interfaces tecnológicas instituem um espaço de transação, cujo suporte técnico, em processamento constante, proporciona comunicações intermitentes, precisas e ultra- rápidas, numa interação entre todos e todos, e não mais um e todos. No ciberespaço, cada um é potencialmente emissor e receptor num espaço qualitativamente distinto (MORAES 2001, p. 70). Mas o jornalismo cidadão cria uma grande discussão em relação aos ideais jornalísticos e até mesmo à ética. Alguns questionamentos surgem: quem garante a veracidade da notícia dada? Em tempos de desregulamentação do diploma, é preciso cursar uma faculdade para exercer a função de jornalista? Quais são os limites da noticia num mundo onde todos são repórteres de plantão? Questões como estas são abertas e com respostas ainda em formulação nas pesquisas sobre webjornalismo.
  • 22. 20 Com a ajuda da Internet, o cidadão pode distribuir seus materiais para um mundo amplo de leitores. O conteúdo passa a ser de responsabilidade de quem o publica e então os maiores sites fazem uma triagem antes da publicação. Quando você se torna uma fonte ‘confiável’, seu material entra direto na lista de reprodução. Funciona assim em portais como ‘Vc no Terra’ e ‘Vc no G1’. 2.4 – Jornalismo Participativo e webjornalismo participativo: diferenças e aproximações. Jornalismo participativo pode ser definido como toda forma de participação que cidadãos comuns fazem nos meios de comunicação. A forma mais recente de jornalismo participativo observa-se na web: o internauta participa de forma ativa com textos, fotos ou vídeos. Essa participação pode ser atribuída também a insatisfação das pessoas com a qualidade do jornalismo que se mostra muitas vezes parcial e comprometido com interesses comerciais e políticos. Tais manifestações são conhecidas pelo nome de “jornalismo participativo” porque envolvem a participação total ou parcial do cidadão comum no processo da produção de notícias. É também por esse motivo que esse tipo de produção é conhecida por outros nomes como jornalismo cidadão, jornalismo colaborativo, entre outros (NEGREIROS, 2007, s/p) Quando o leitor é especialista em determinado assunto “irrita-se” com as imprecisões e erros tão comuns em reportagens. Essas pessoas recorriam, até então, a cartas do leitor, telefones e publicações caseiras de alcance mínimo para expressarem suas opiniões. Hoje, com esforços individuais, essa interferência ocorre de forma mais rápida. A estrutura da noticia vinda do cidadão comum permite que seus textos fujam dos padrões utilizados no meio jornalístico, a pirâmide invertida e o lead são deixados de lado e a pouca ou nenhuma técnica é aceita nos meios colaborativos. Essas notícias caracterizam-se pela independência de grandes empresas de comunicação e da imprensa oficial, e segundo Primo e Träsel, não deixam de ter caráter político, sendo com freqüência um instrumento de resistência e ativismo. O modelo básico de que o emissor é apenas um ou poucos e os receptores são vários e estáticos está se alterando conforme a Internet se constrói. Hoje é possível
  • 23. 21 escrever para os canais de jornalismo participativo dos maiores portais da web sem ser jornalista, basta ser cidadão. O jornalismo participativo ganha cada vez mais espaço, principalmente pelas facilidades interativas que a Internet, as novas tecnologias e a instantâneidades geradas proporcionam. Através dessas novas tecnologias é que o jornalismo participativo quebrou as barreiras e se fixou na Internet. É aí então que ele se torna ‘webjornalismo participativo’. Primo e Träsel afirmam que além da dimensão tecnológica, é preciso também apontar os discursos em defesa da livre circulação de informações como outro fator que inspira e justifica a emergência de experiências com o jornalismo participativo, pois o conhecimento deve ser visto não como mercadoria, mas como um bem coletivo que, portanto, precisa ser compartilhado. A grande mudança no Webjornalismo Participativo é que o modelo de emissão e recepção se flexibilizam e se alteram. O modelo mais usado que é o ‘um-todos’, no qual poucos (ou um) indivíduos são quem repassam as informações é atualizado para ‘todos- todos’. Nesta forma, qualquer indivíduo pode mandar ou receber informações. Seja ela por meio de vídeo, foto, texto ou até mesmo por meio de sons. Moraes (MORAES, 2001, p. 68) diz que aquela imagem clássica dos aparelhos de divulgação no topo da pirâmide e dos receptores confinados em sua base está se rompendo na arquitetura dos espaços multipontuais da web. Savi comenta também que com o aumento da interatividade e simplicidade das ferramentas, a audiência assume mais espaço na produção de conteúdos, o que leva ao surgimento de uma mídia mais participativa. Esta mídia bidirecional acabou abrindo espaço para o público participar ativamente do processo de produção e disseminação de informações e notícias, originando termos como jornalismo open source, jornalismo cidadão e jornalismo participativo (SAVI, 2007, p.29). Para Foschini e Taddei, esse fenômeno está em pleno desenvolvimento e, por isso, coexistem várias formas de nomeá-lo: Jornalismo participativo – Ocorre, por exemplo, nas matérias publicadas por veículos de comunicação que incluem comentários dos leitores. Os comentários somam-se aos artigos, formando um conjunto novo. Dessa forma, leitores participam da notícia. Isso é mais freqüente em blogs.
  • 24. 22 Jornalismo colaborativo - É usado quando mais de uma pessoa contribuiu para o resultado final do que é publicado. Pode ser um texto escrito por duas ou mais pessoas ou ainda uma página que traga vídeos, sons e imagens de vários autores. Jornalismo código aberto - Surgiu para definir um estilo de jornalismo feito em sites wiki, que permitem a qualquer internauta alterar o conteúdo de uma página. Também pertencem a esse grupo vídeos, fotos, sons e textos distribuídos na rede com licença para serem alterados e retrabalhados. Jornalismo grassroots - Refere-se à participação na produção e publicação de conteúdo na web das camadas periféricas da população, aquelas que geralmente não participam das decisões da sociedade. Quando elas passam a divulgar as próprias notícias, causam um efeito poderoso no mundo da comunicação. Quem usa esse termo defende a idéia de que o jornalismo cidadão está diretamente relacionado à inclusão dessas camadas no universo criado pelas novas tecnologias de comunicação. Hoje é possível que sua foto seja vista por milhares de pessoas. Através de seu texto você pode ser considerado um cidadão repórter. A cada instante mais leitores se transformam em escritores, tudo isso através da Internet. Isso é webjornalismo participativo. CAPÍTULO 3 - Vc repórter e Vc no G1 – Webjornalismo participativo no Brasil
  • 25. 23 3.1 - Ohmynews - Uma experiência que deu certo O OhmyNews foi a primeira experiência de sucesso na Internet usando o internauta como fonte. Criado pelo coreano Oh Yeon-ho, o lema do site é “cada cidadão é um repórter”. De acordo com o seu criador, o objetivo do jornalismo participativo é contribuir para a democratização da imprensa, redistribuir o controle sobre os meios de informação e transformar o receptor num produtor de notícias. O seu modelo de publicação de matérias, todas revisadas, enviadas por jornalistas cidadãos na Coreia do Sul e no mundo, além dos colaboradores que são pagos. Toda essa participação faz com que o site consiga atingir a média de 1,7 a dois milhões de visitas diariamente. De acordo com a matéria publicada no Observatório da Imprensa em dezembro de 2002, nas eleições presidenciais sul-coreanas, o número de page views que o site recebeu foi de 25 milhões. A novidade agora é que depois de ministrar alguns cursos para ensinar como ser um ‘jornalista cidadão’, eles acabam de fundar uma escola para tal objetivo. Situada a 90 minutos de carro de Seul, a nova faculdade tem grife OhmyNews, o investimento inicial foi de US$ 400 mil, a nova sede foi implantada numa antiga escola rural que estava abandonada. O projeto prevê um centro colaborativo de conhecimento para atender 60 mil repórteres e cidadãos, com muito espaço (9,5 mil metros quadrados), salas para abrigar até 100 alunos e áreas ao ar livre para práticas esportivas. Página inicial do site OhmyNews Internacional: http://english.ohmynews.com/
  • 26. 24 Figura 2 – Página Icinial do OhmyNews 3.2 - Vc repórter – Portal Terra Antes dos relatos das análises dos canais considerados webjornalismo participativo, ‘Vc repórter’ e ‘Vc no G1’, é interessante entender o conceito de portal. Os portais credenciam-se como pontos de passagem obrigatória para milhões de internautas. Disponibilizam ferramentas de buscas, noticiário em tempo real, horóscopo, previsões meteorológicas, cotações financeiras, ofertas gratuitas (download de sofwares, e-mails e caixas postais, hospedagem e homepages, traduções simultâneas), chats, fóruns virtuais e compras. As metas são idênticas: popularizar suas homepages; engordar os bancos de dados com cadastramento de milhões de usuários; assegurar visitas mais demoradas; fisgar anúncios (MORAES, 2001, p. 31). O canal de webjornalismo participativo do Terra, o Vc repórter, funciona com a intervenção de jornalistas que selecionam os materiais enviados pelos internautas, editando-os. Em
  • 27. 25 funcionamento desde de fevereiro de 2006, esse canal tem o trabalho de análise, seleção e edição do seu conteúdo feito pela equipe editorial do portal. Com o slogan: “Mande fotos, vídeos e vire noticia Terra”, o Vc repórter apresenta link na página inicial do portal Terra. Na página inicial do canal, são destacadas as três principais matérias enviadas pelos internautas. É interessante observar que todas as matérias apresentam espaço para que o internauta/leitor comente-as. Em seguida, tem o link ’Noticias’, no mesmo canal, onde o internauta dispõe de todas as noticias divulgadas recentemente ordenadas em data e em horário divulgadas. Em ‘Como enviar’, o internauta tem acesso a orientações básicas de como mandar o texto, foto ou vídeo para a redação do Terra. Em ‘Dicas’, existem direcionamentos para responder as perguntas básicas: o que, quando, onde, como e por quê, no caso de textos; dicas de fotos, inclusive com aparelho celular, como obter um bom enquadramento; quando for vídeo, o site traz dicas de iluminação, movimento, organização das informações relacionadas aos fatos. O período que analisamos foi a partir do dia 20 de fevereiro, com monitoria feita semanalmente, coletando aleatoriamente as notícias que foram veiculadas pelos portais. Cada um dos portais tem um padrão: O ‘vc repórter’ produz mais notícias de âmbito jornalístico e notícia casos como da penitenciária do interior do Mato Grosso que estava sujando o córrego que corta a cidade de Água Boa. Figura 3 – Notícia do Vc Repórter
  • 28. 26 3.3 - Vc no G1 – Portal Globo.com É um site que nasceu de um grande grupo de comunicação, Rede Globo de Televisão. Nele vamos analisar o canal ‘Vc no G1’, canal participativo do site que tem como proposta a participação dos internautas como jornalistas cidadãos. Esse canal de colaboração iniciou suas atividades em 23 de maio de 2007, objetivando a interatividade com o público já leitor constante do G1. ‘O Vc no G1’ não conta com editorias para separar os assuntos, mesmo assim o canal apresenta muitas imagens e vídeos. É de forma bem atrativa, “Presenciou um fato importante? Registrou um flagrante de notícia em foto ou vídeo? Envie sua reportagem para o G1 e seja um jornalista cidadão”, que os internautas são chamados a participar. Com a intenção de cativar o público, foi criada dentro da própria editoria, uma seção que classifica as matérias mais lidas e as melhores matérias produzidas pelos internautas. O Vc no G1 aborda curiosidades e fatos inusitados. Os acontecimentos que são noticiados nesse canal de jornalismo participativo são sempre ligados á comportamento e até mesmo notícias com fofocas de famosos ‘globais’. Veja o exemplo a baixo: Figura 4 – Notícia do Vc no G1
  • 29. 27 A interatividade neste caso é, então, guiada pelos recursos e ferramentas de multimídia que a web disponibiliza, é o que se observa no G1. O foco está que nesta característica do webjornalismo a intenção é atrair e instigar o internauta a colaborar com o jornalismo convencional ou, como eles mesmos citam, com a sociedade através da divulgação de um “fato importante” ou um ”flagrante de notícia”, termos usados pelo próprio portal. Márcia Menezes, diretora de conteúdo do Portal de Notícias da Globo definiu quais contribuições devem ser publicadas e os critérios de avaliação para que se possa tornar um jornalista cidadão. Segundo ela, o ‘Vc no G1’ é um meio de jornalismo colaborativo com os seguintes detalhes: É criada uma página especial, onde são depositados todos os e-mails recebidos. Dentro desse depósito de textos e imagens são pescadas as informações que os editores julgam relevantes. Aí são apuradas as veracidades desses fatos. Quando a pessoa, ou melhor, o jornalista cidadão manda mais de uma notícia relevantes ela ganha uma espécie de classificação e passa a ter canal livre para publicação da notícia. Antes de enviar sua contribuição, saiba os critérios do VC no G1: ● O VC no G1 é um meio de jornalismo colaborativo, voltado para leitores dispostos a contribuir com textos, fotos, vídeos e áudios relacionados a fatos verídicos. ● Não serão publicados textos contendo palavrões, ofensas, preconceitos de qualquer ordem, incitação à violência, manifestações de racismo, sexo ou pedofilia, ou qualquer conteúdo ofensivo, que estimule a prática de condutas ilícitas e contrário às leis brasileiras, à ordem, à moral e aos bons costumes. ● Não serão veiculados conteúdos de propaganda comercial, institucional ou política, nem textos enviados por assessorias de imprensa ● Acusações a terceiros, sugestões de reportagens, textos opinativos e comentários não serão publicados no VC no G1. Os mesmos devem ser enviados à redação do G1, por meio do serviço do Fale Conosco, e serão avaliados, podendo ou não ser publicados. O internauta também pode fazer comentários em matérias, blogs e artigos do G1.
  • 30. 28 ● A equipe do VC no G1 poderá editar o conteúdo enviado pelos internautas, sem alterar o sentido. Por exemplo: alterar os títulos das notícias sugeridos pelos leitores; corrigir eventuais erros de digitação, ortografia e/ou informação contidos nos textos; publicar apenas o texto e não publicar as fotos e/ou vídeos enviados; reunir conteúdos de leitores diferentes; despublicar notícias anteriormente publicadas; e acrescentar links nos textos para outros conteúdos produzidos pelo G1. ● O material enviado deve ser da autoria de quem o envia; não serão aceitos textos plagiados, que violem os direitos autorais de terceiros, copiados de outros veículos de comunicação ou já publicados em outros meios. ● Todos os vídeos, áudios, textos e imagens publicados terão a assinatura de quem os enviou. ● A escolha dos temas do conteúdo a ser enviado pelos internautas é livre. A equipe do VC no G1 também pode incentivar os internautas a enviar conteúdo sobre temas relacionados à atualidade ● O conteúdo enviado para o VC no G1 poderá ser publicado em todos os programas, sites e mídias das Organizações Globo. ● Todo o material enviado pelo internauta será analisado pela equipe do VC no G1 e sua publicação está sujeita à aprovação dos editores do G1. 3.4 – A controvérsia do webjornalismo participativo no G1 Essa é uma notícia do Vc no G1. Nota-se que é bem estruturada, clara e objetiva, concluí-se então que certamente esse leitor seguiu as regras ensinadas pelo site para fazer uma boa notícia. Poderia até ser isso mesmo, mas aí está a prova da maior discussão que o Webjornalismo Participativo causa: a participação de assessores de imprensa nas notícias.
  • 31. 29 Figura 5 – Participação do assessor no Vc no G1
  • 32. 30 Nas regras gerais de como ser um colaborador, o G1 deixa claro que: ‘Não serão veiculados conteúdos de propaganda comercial, institucional ou política, nem textos enviados por assessorias de imprensa.’ Figura 6 – Participação do mesmo assessor no site Mídia News A figura de número 5, mostra uma notícia do ‘Vc no g1’. O jornalista cidadão que escreveu a matéria chama-se Antônio Carlos Miranda de Souza, ele discorre sobre o carnaval 2009 da cidade de Corumbá/MS. Procuramos por ele, e com a ajuda da internet descobrimos a matéria da figura número 6, um site do estado do Mato Grosso do Sul chamado Mídia News, onde consta que o nosso jornalista cidadão trata-se então de um Assessor de Imprensa. Abre-se espaço então para o primeiro questionamento : Trata-se do mesmo Antônio Carlos Miranda de Souza? Pois bem, além da confirmação de que na prefeitura de Corumbá, existe um assessor com o mesmo nome, vamos acompanhar outra exigência do ‘Vc no G1’ para a publicação das matérias-cidadãs :
  • 33. 31 Segundo o G1, “o material enviado deve ser da autoria de quem o envia; não serão aceitos textos plagiados, que violem os direitos autorais de terceiros, copiados de outros veículos de comunicação ou já publicados em outros meios”. Figura 7 – A notícia usada Vamos então acompanhar trecho a trecho da matéria publicada no ‘Vc no g1’ e no site da Prefeitura Municipal de Corumbá. G1 - A Império do Morro é a grande campeã do carnaval de Corumbá (MS) com a soma de 175,3 pontos. O título foi conquistado após um belo desfile na segunda-feira (23) à noite com o enredo "A Império do Morro vem mostrar liberté, égalité, fraternité".
  • 34. 32 Site Corumbá - A Império do Morro é a grande campeã do carnaval corumbaense com um total de 175,3 pontos. O título foi conquistado após um belo desfile na segunda-feira à noite com o enredo 'A Império do Morro vem mostrar... Libertê, Igualitê, Fraternitê...'. G1 - A Vila Mamona ficou em segundo lugar com 174,5 pontos, seguida da Major Gama com 161,3, e em quarto, a Acadêmicos do Pantanal com 149 pontos. Com o resultado, a agremiação desce para o segundo grupo em 2010. Site Corumbá - A Vila Mamona ficou em segundo lugar com 174,5 pontos, seguida da Major Gama com 161,3, e em quarto, a Acadêmicos do Pantanal com 149 pontos. Com o resultado, a agremiação desce para o segundo grupo em 2010. G1 - A Império foi a terceira escola a se apresentar. Entrou na avenida saudada pelo público e por um show pirotécnico. Fez uma bela apresentação, com muito luxo, belas fantasias e muita animação. A escola passou cantando o samba da agremiação. Site Corumbá - A Império foi a terceira escola a se apresentar. Entrou na avenida saudada pelo público e por um show pirotécnico, Fez uma bela apresentação, onde pequenos problemas não chegaram a atrapalhar. Foi muito luxo, com belas fantasias e muita animação. A escola passou cantando o samba da agremiação. Fica claro que a matéria publicada no ‘Vc no G1’ não era de conteúdo exclusivo do site, pois foi publicado praticamente na íntegra em outro site.Podemos dizer então que além de ferir uma das regras do ‘Vc no G1’, que é a utilização do mesmo por assessorias de imprensa, a pessoa em questão fez o uso de um material publicado na mesma data nos dois sites. Com as informações obtidas procuramos por Antônio Carlos Miranda de Souza, no e- mail disponibilizado pela Prefeitura : antonio.miranda@corumba.ms.gov.br. Mas até o final dessa monografia não obtivemos resposta. Considerações Finais O que mais fomenta a discussão quanto ao Webjornalismo Participativo é a forma como é feito e a aparente ruptura com a forma de fazer jornalismo tradicional. Por isso é importante lembrar que o que se vê, na verdade, é que o mesmo ainda encontra-se em um
  • 35. 33 processo de adaptação não só entre os cidadãos, que se tornam ativos nesse processo, mas também entre os jornalistas que procuram entender e adaptar-se a esse novo jornalismo em que as pessoas deixam de ser fontes e tornam-se parceiros na produção de noticias. Sem deixar de lado as discussões sobre webjornalismo participativo, vale lembrar que é preciso que os alunos e profissionais de comunicação fiquem mais atentos e levem a sério a chamada ‘alfabetização digital’. A partir do momento em que a notícia ‘cai na rede’, ela está disponível para que qualquer pessoa possa usa-la. Na Internet é assim, tudo está interligado. Cada vez mais a comunicação está convergindo, e nos dias de hoje a base de qualquer estrutura jornalística está ligada diretamente com a Internet. Trata-se de uma tendência ou uma evolução natural do processo comunicacional e jornalístico. A Internet está ativa no modo de se fazer jornalismo que pessoas ‘comuns’ estão usando a web para publicar notícias em que o repórter não esteve lá para apurar, por isso é importante que os jornalistas estejam aptos e dispostos a interagir e integrar cada vez mais no dia a dia com essas novas ferramentas e esses novos aliados. Esse atual modelo deixa brechas para que jornalistas se aproveitem de algo novo, que é a participação direta, que deveria ser feito por cidadãos para cidadãos. A grande questão a ser debatida era se os canais de Werbjornalismo Participativo, mais precisamente o ‘Vc no G1’ e o ‘Vc Repórter’ poderiam ser assim chamados : participativos. Até que ponto o cidadão passa a ser um jornalista de plantão ou colaborador de notícias e também mostrar de que nada adianta o espaço para a pessoa comum, sem formação jornalística se assessores e jornalista competem com o cidadão na divulgação de matérias. Não podemos deixar de citar essa nova forma de fazer jornalismo com o momento mercadológico. É muito mais fácil e barato simplesmente esperar que o cidadão escreva uma matéria e lhe envie. Assim, de graça. Dessa forma, não se tem custos com jornalistas, que precisam ir á campo sempre que necessário para que a apuração e a matéria sejam feitas. Basta, um cidadão com um Iphone na mão, como citamos nessa monografia. Com apenas um aparelho, o cidadão pode fotografar, redigir o texto e mandar dali mesmo, por esse celular a cobertura do acidente, do engarrafamento ou até mesmo do assalto ao banco. Em apenas um click, essa é a frase da era da Internet.
  • 36. 34 Também é importante que se leve em conta o momento pelo qual o jornalismo brasileiro está passando. A queda da Lei de Imprensa, a discussão envolvendo a necessidade ou não de um diploma para que a função possa ser exercida. Esse momento de insegurança atinge não só os jornalistas já formados, quanto nós, estudantes de comunicação. Esse espaço entre o jornalista e o cidadão comum fica ainda maior, pois não se trata mais de um relacionamento entre uma fonte e um repórter. É possível que o jornalista passe a ver o cidadão/fonte como uma ameaça, um concorrente, e dessa forma quem perde é o jornalismo e notícias deixarão de ser dadas. Por fim, observamos que quem já faz uso desse novo jornalismo busca usar a interação que ele proporciona na intenção de descentralizar a emissão de informações e assim torná-la acessível e com mais espaço. Referencias Bibliográficas ALVES, R. C.; Jornalismo Digital: Dez anos de web... e a revolução continua. Comunicação e Sociedade, vol 9 -10, 2006.
  • 37. 35 CANAVILHAS, J. M.; Webjornalismo – considerações gerais sobre jornalismo na web. Comunicação apresentada no I Congresso Ibérico de Comunicação – Universidade da Beira Interior. MORAES, Denis; O concreto e o virtual – Mídia, cultura e tecnologia. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2001. NEGREIROS, Karina. Jornalismo participativo: o cidadão tomando o (quarto) poder. En publicacion: Divercidade, no. 13. CEBRAP, Centro Brasileiro de Analise e Planejamento: Brasil. abril-junho. 2007 Acceso al texto completo: http://www.centrodametropole.org.br/divercidade/numero13/2.html OIKAWA, Erika; PINTO, Sonia Ferro e Silva. A (con) fusão dos mundos on e off line : novas formas de socialidade no Orkut. Santos, p. 15, Agosto. 2007. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1835-1.pdf>. Acesso em: 13/05/2008. PALACIOS, M; MIELNICZUK, L.; BARBOSA, S.; RIBAS, B.; NARITA, S. Um mapeamento de características e tendências no jornalismo online brasileiro. In: Comunicarte, Revista de Comunicação e Arte, vol.1, n.2, Universidade de Aveiro, Portugal, 2002. Disponível em: http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2002_palacios_mapeamentojol.pdf. PIERRE, L.; Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. PINHO, J. B.; Jornalismo na Internet: planejamento e produção da informação on-line. São Paulo: Summus, 2003. TRIVINHO, E.; Redes: obliterações no fim do século. São Paulo: Annablume/FAPESP, 1998. FOSCHINI, Ana Carmen; TADDEI, Roberto Romano. Jornalismo Cidadão: Você faz a Notícia
  • 38. 36 VITAL, Ericksen - Jornalismo On-line em Mato Grosso: mapeamento e análise da produção, 2008 p, 14 JENSEN, J. F. - Interactivity: Tracing a new concept in media and communication studies. vol. 19. Nordicom Review. 1998. pp. 185–204. Peskin, Dale e Nachison, Andrew , "Nós, a Mídia" 2006, p 04 - Disponível em : https://www.america.gov/media/pdf/ejs/0306ejpo.pdf Martins, Luciano – Observatório da Imprensa, 2005 Disponível em: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=278SAI001 (KIOUSIS, S. Interactivity: a concept explication. New Media & Society. vol. 4. SAGE Publications. 2002. pp. 355-383.