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Escrita científica
1
Idalina Jorge, IEUL
Sumário
2
 As componentes do relatório científico
 As qualidades do texto científico
 As questões de estilo
 A ética da investigação
 Recursos
 Créditos de imagens
©Idalina Jorge, IEULIdalina Jorge, IEUL
Idalina Jorge, IEUL
3
As componentes do relatório
científico
Sempre contei o processo de pesquisa como se
se tratasse de um romance policial, da busca de
um graal: é preciso descobrir qualquer coisa.
Portanto, sempre tive esse desejo de narrativa.
Umberto Eco
Componentes do relatório científico
1. O título
2. O resumo e as palavras chave
3. A introdução
4. A revisão da literatura
5. A metodologia
6. Os resultados
7. As conclusões
8. As limitações do estudo
9. As propostas para estudos futuros
10. As referências
11. Os anexos
12. Outros: glossários…
4
Idalina Jorge, IEUL
O título (e subtítulo)
 Quais são as componentes do título?
A importância das tarefas do e-tutor no e-fórum:
percepções de estudantes de cursos de pós-graduação
em regimes de e-aprendizagem e mistos: diferenças de
género, idade, formação académica e de experiência
tecnológica (31 palavras)
 Princípio: Descrever o conteúdo com um mínimo de
palavras. Referir o contexto, o objeto e o tipo de estudo
 Identifique e comente opções de economia e outras
5
Idalina Jorge, IEUL
O resumo
 O que é um resumo?
apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto
Quais são os pontos relevantes de um texto de investigação?
Frase 1 – o problema
Frase 2 – o(s) objectivo(s) da investigação
Frase 3 – as perguntas de investigação
Frase 4 – a metodologia: escrever brevemente a metodologia básica
utilizada sem entrar em pormenores excessivos
Frase 5 - indicar as principais técnicas de recolha de dados utilizadas
Frase 6 - o contexto, os participantes, inquiridos, outros (unidades de
análise)
Frase 7 - os principais resultados ou tendências
Frase 8 – Interpretações, conclusões, projeção futura
6
Idalina Jorge, IEUL
Um bom resumo
Idalina Jorge, IEUL
7
Permite ao leitor
 Identificar o conteúdo com rapidez e precisão
 Avaliar a relevância do texto para os seus interesses
 Decidir rapidamente se lhe interessa ler o texto na íntegra
Deve :
 Ser breve (até 250 palavras) ou seguir as indicações dadas
 Conter os principais objectivos e âmbito do estudo
 Indicar a metodologia de forma muito sucinta (a menos que o
estudo seja de ordem metodológica, em que o método tem de
ser mais explicitado)
 Ser rigorosamente económico no número de palavras
As palavras-chave
É do título que as palavras-chave são retiradas
A importância das tarefas do e-tutor no e-fórum:
percepções de estudantes de cursos de pós-
graduação em regimes de e-aprendizagem e mistos:
diferenças de género, idade, formação académica e
de experiência tecnológica
 Palavras-chave: e-aprendizagem, e-fórum, e-tutoria
8
Idalina Jorge, IEUL
A introdução
Idalina Jorge, IEUL
9
Para que serve a introdução?
 Conduzir o leitor à literatura pertinente dos autores, das suas
áreas de estudo e das principais conclusões.
Antes de começar a escrever,
 Identifique as fontes principais.
 Resuma os resultados das pesquisas que vão enquadrar o seu
problema.
 Identifique fontes com um modelo de investigação idêntico ao que
vai utilizar
 a/ o orientador(a) vai sugerir algumas fontes e identificar consigo
os conceitos principais (mapa conceptual, rede semântica…)
 As bases de dados ajudam a manter as leituras atualizadas
(desenvolver competências de pesquisa bibliográfica)
A metodologia (1)
Idalina Jorge, IEUL
10
 Descrever adequadamente os fenómenos, os contextos, os participantes
do estudo
 Incluir características relevantes do contexto, incluindo os aspectos
sociais, históricos e culturais
 O número de participantes ou de outras unidades de análise (sala de
aula, escola, mensagens, frases…)
 Justificar a seleção efetuada, os procedimentos de seleção, a tomada de
decisão, o acesso aos contextos, os acordos estabelecidos com os
participantes, os níveis de relação com os participantes, os papéis do
investigador (observador, observador participante, entrevistador…) e
dos participantes (informantes, inquiridos, “indígenas”…)
A metodologia (2)
Idalina Jorge, IEUL
11
 Reportar quaisquer alterações de papéis ou relações entre o/a
investigador/a e participantes.
 Os estudos que comparam grupos (estudantes/professores/as de diferentes
escolas, urbanas e rurais) devem
descrever em pormenor as características mais evidentes de cada
grupo.
reportar e justificar quaisquer papéis/actividades atribuídos pelo/a
investigador/a aos participantes.
descrever em pormenor intervenções ou tratamentos, identificar as
suas características principais e respectivos resultados. Compará-los
com outros tipos de intervenções e tratamentos.
descrever as características do controlo ou da comparação.
A recolha de dados e a evidência empírica (1)
Idalina Jorge, IEUL
12
 Descrever pormenorizadamente o quem, o como, o
onde os dados foram recolhidos e para quê.
 Descrever e justificar procedimentos e tomadas de
decisão.
 A descrição deve ser precisa e em pormenor: outros
investigadores quererão perceber e eventualmente
replicar a metodologia ou alterar algumas
circunstâncias.
A recolha de dados e a evidência empírica (2)
Idalina Jorge, IEUL
13
 Descrever o tempo e a duração da recolha de dados,
o calendário e o objectivo de cada recolha.
 Descrever os protocolos (e estrutura) de
administração dos instrumentos de recolha:
questionários, listas de observação, documentos,
registos, evidências, os artefatos…
Medidas e classificações (1)
Idalina Jorge, IEUL
14
 A medida é o processo que permite a quantificação de
comportamentos/observações; permite a análise quantitativa.
 A classificação refere-se aos processos de segmentação, de
escolha da unidade de análise, e respectivas categorização e
classificação.
 A validade dos estudos empíricos depende, em parte, da
demonstração de que as medidas e classificações respeitam as
características do fenómeno representado.
 O/a investigador /a tem de demonstrar que os seus processos
de medida e de classificação são adequados e significativos.
 Alguns desses processos são essenciais para a extrapolação
e/ou a generalização dos resultados.
Medidas e classificações (2)
Idalina Jorge, IEUL
15
A/o investigador (a) deve:
 Dar conta dos desenvolvimentos dos procedimentos de medida e de
classificação
 Ilustrar os procedimentos de classificação com exemplos concretos
 Dar a conhecer a frequência de cada item de classificação (em
tabelas, gráficos ou anexos)
 Relatar as estratégias de codificação que envolvem intercodificações
e/ou intercodificadores, de como estes foram treinados e da
fiabilidade os resultados (tratamentos estatísticos como o Kappa de
Cohen ou o coeficiente de Holsti)
 Dos tratamentos estatísticos (médias, desvio-padrão, matrizes de
correlação, inferências…)
A recolha de dados e a evidência empírica (3)
Idalina Jorge, IEUL
16
 Descrever em pormenor todos os tratamentos
efectuados e o seu desenvolvimento. Facultar o
acesso pelos meios disponíveis.
 No caso de instrumentos criados por outros
investigadores, fazer-lhes referência explícita.
Análise e interpretação (1)
Idalina Jorge, IEUL
17
 Descrever processos e resultados
 Discutir em que medida os resultados respondem às questões
de investigação
Independentemente do tipo de investigação:
 Demonstrar a transparência e relevância dos procedimentos
de análise
 Descrever as técnicas de análise (análise de conteúdo, de
texto, de discurso, de tomada de decisão, outras…)
 Demonstrar em que medida os resultados apoiam conclusões
ou argumentos
 Relatar circunstâncias previstas ou não previstas que possam
ter tido implicações nos resultados
Secção conclusão ou considerações finais (1)
 Apoiada em:
 desenvolvimento do assunto
 recapitulação dos resultados obtidos
 propostas e recomendações
 Redação:
 Descrição do trabalho desenvolvido
 Objetivos
 Como os objetivos foram alcançados
 Análises realizadas
 Repetição das questões de investigação e principais respostas /
resultados
 Propostas e sugestões
 Contribuições [teóricas e práticas]da investigação para o
objecto/tema/área de estudo
18
Idalina Jorge, IEUL
Secção conclusão ou considerações finais (3)
Idalina Jorge, IEUL
19
 Sugestões para investigações futuras:
As equipas virtuais apresentam uma transição mais rápida ao
estádio da normalização (…) torna-se ainda necessário
investigar os fatores de liderança das equipas virtuais (…)
(…) Daí poderá surgir uma taxinomia de perguntas abertas
que conduzem o diálogo cognitivo aos seus níveis superiores e
iluminam o modus operandi do tutor, designadamente no que
diz respeito à redação da mensagem desencadeante (…)
As sugestões derivam essencialmente das questões que se
colocam ao desenvolvimento do estado da arte e / ou da
concepção da investigação concluída.
Secção conclusão ou considerações finais (2)
Idalina Jorge, IEUL
20
 Propostas de mudança :
neste estádio, propõe-se que o e-tutor coloque perguntas de
esclarecimento, sobre pressupostos, sobre pontos de vista e perspectivas,
sobre razões e provas e modele a discussão, através (…)
 Dificuldades e limitações
Metodológicas
Parece impossível evitar algum grau de subjetividade na codificação das
transcrições em categorias; contudo, o grau de subjetividade pode ser
reduzido a um mínimo, de forma a garantir alguma validade externa ao
estudo. O problema que se coloca é que os procedimentos que visam
melhorar a consistência interna dos resultados, podem diminuir a sua
validade externa.
Conceptuais
No que diz respeito à formação de equipas virtuais, o estudo revelou-se
inconclusivo (…)
©
Idalina Jorge, IEUL
21
As qualidades do texto
científico
Before writing a major paper, I make it a point to read papers or books by
authors whose writing style I have a high regard for. This can be
anything…classical fiction, scientific papers written during the Victorian
period, etc. I find that this can favorably influence my own writing and erase
the unfortunate memory of the numerous dry, badly written papers one
inevitably has to read as background to the research one is presenting.
– Prof. Kerry Emanuel, Massachusetts Institute of Technology
Que critérios para avaliar as qualidades de um
texto científico?
clareza
amplitude
lógica
profundidaderelevância
precisão
exactidão
22
Idalina Jorge, IEUL
Clareza
 Quando pedimos a alguém que explique melhor um
ponto, o ilustre, exemplifique, estamos a procurar
torná-lo mais compreensível, para evitarmos a
confusão e a ambiguidade.
 (…) Antes de escolher é importante verificar a sua
pertinência em relação aos objectivos específicos de
cada investigação. (…)
 (antes de escolher o quê? O complemento
direto deve ser repetido)
23
Idalina Jorge, IEUL
Clareza
Idalina Jorge, IEUL
24
 [ticEDUCA 412]
O que há para além do rio da minha aldeia…
Este título, que a Rosário Quelhas brilhantemente
desambiguou, tem como referencial um dos mais
marcantes poetas da Língua Portuguesa.
Necessitaria de um subtítulo.
Precisão
Quando solicitamos ou fornecemos mais pormenores e
especificações, procuramos melhorar a precisão da
informação, que pode ser clara, mas imprecisa.
As nossas conclusões evidenciaram que um design
instrucional bem realizado é fundamental para o
sucesso de um curso on-line; todas as etapas do DI, a
saber: análise, design, desenvolvimento, implementação
e avaliação merecem destaque; a equipe
multidisciplinar deve estar bem integrada e a
aprendizagem significativa precisa ocupar espaço de
destaque em todo o processo. (ticEduca 2010, 428)
25
Idalina Jorge, IEUL
Relevância
 Quando avaliamos a relevância, indagamos a relação entre
uma afirmação e o assunto em questão, a sua importância
para o assunto, a sua relação lógica.
Comunicação 423 do ticEDUCA 2010:
A (nome de instituição), instituição pioneira no ensino superior a
distância em Portugal, ao longo dos seus 20 anos tem contribuído
significativamente para a formação de adultos a nível superior,
tornando-se, no ano lectivo 2008-2009, a primeira e única universidade
(pública) em Portugal a leccionar todos os seus cursos (de graduação e
pós-graduação) em regime de e-learning, (…)
Qual é a relevância destas 56 palavras para explicitar o contexto
do estudo, num resumo de 197 palavras?
26
Idalina Jorge, IEUL
Lógica e gramática
 Existem duas variantes, a entrevista semidiretiva (ou
semidirigida), caraterizada por não ser inteiramente
aberta, e não faz um grande número de perguntas
precisas. E a entrevista centrada (focused interview) e
que analisa o impacto de um acontecimento ou de uma
experiência precisa sobre aqueles que a eles assistiram
ou neles participaram e não tem perguntas pré-
estabelecidas.
Preferível é fazer frases mais curtas, que reduzem o risco
de ligações inadequadas, e evitar explicar numa língua
estrangeira o que é claramente percetível na língua
materna.
27
Idalina Jorge, IEUL
A exatidão
Quando confirmamos a veracidade de fatos e
situações, procuramos encontrar justificações,
estamos a procurar melhorar a exactidão da
informação.
A avaliação do projeto é conduzida pela UNESCO,
que aplica instrumentos de avaliação adaptados
para as condições sócio-educacionais do Brasil,
especificamente da cidade onde é desenvolvido o
Projeto. (…) (ticEDUCA 2010, 431)
28
Idalina Jorge, IEUL
Idalina Jorge, IEUL
29
O estilo
Se o autor quer que o leitor compreenda o que o autor
escreve, então o autor tem de perceber as
necessidades do leitor.
Gopen, G.D., Swan, J.A. The Science of Scientific Writing. American
Scientist 78(6), 550-558.
Até que ponto se justificam os estrangeirismos?
O equilíbrio, onde mora? (1)
Idalina Jorge, IEUL
30
Repare neste título:
Beyond a formative assessment: ePortfolios to promote autonomous,
critical and reflective students at Higher Education, a case study
(ticEDUCA, 123)
As palavras sublinhadas são de origem latina.
E-portfolio é um neologismo: exercite-se:
Videojuegos: la educación en valores a través de las nuevas
tecnologías (ticeduca, 232)
… tem mesmo que dizer videogames?
Até que ponto se justificam os estrangeirismos?
O equilíbrio, onde mora? (2)
A importância das tarefas do e-tutor no e-fórum:
percepções de estudantes de cursos de pós-graduação
em regimes de e-aprendizagem e mistos: diferenças
de género, idade, formação académica e de
experiência tecnológica (31 palavras)
Seja linguisticamente criativa/o: para novas realidades
existem os neologismos
A maioria dos neologismos em Língua Inglesa associados
às TIC têm origem no Latim.
31
Idalina Jorge, IEUL
Até que ponto se justificam os estrangeirismos?
O equilíbrio, onde mora? (3)
Idalina Jorge, IEUL
32
 Repare:
Scaffolding
A palavra NÃO TEM
origem na
engenharia civil,
tem origem
na agricultura.
Alternativas:
Encaminhar
Conduzir
Orientar
Guiar
Dirigir
(…)
Abra os braços à Língua Portuguesa !
A concetualização na Língua materna (1)
Idalina Jorge, IEUL
33
 Equilibrar o rigor, a simplicidade, a clareza
La educación en-línea desde
las
racionalidades educativas. Un
estudio comparativo de casos
en España
(14 palavras)
Artigo 87, ticEDUCA2010
La educación on-line desde
las
racionalidades educativas. Un
estudio
comparativo de casos en
España
(14 palavras)
Que justificação para o eventual
recurso a estrangeirismos?
A concetualização em Língua materna (2)
Idalina Jorge, IEUL
34
 Quando quiser traduzir um conceito em Língua
Portuguesa, não opte pela facilidade.
 Procure: a equivalência conceptual e a equivalência
linguística
 Tenha em conta a evolução semântica
 Repare: CoI: community of inquiry (Garrison, D. R.,
Anderson, T., & Archer, W.,2000)
 Do latim: Inquirire (procurar)
 O termo inquirição, em Língua Portuguesa, remete
para um contexto policial, por razões históricas.
 Opte por: pesquisa; ou investigação (se quiser
manter o acrónimo CoI)
Estilo e Linguagem
Idalina Jorge, IEUL
35
 Seja clara/o na descrição e nas explicações
 Seja concisa/o na informação
 Simplifique a sua escrita:
Encurte as frases
Use pausas médias como o ponto e vírgula
Tenha cuidado com a adjetivação e a linguagem
figurativa
Evite a sucessão de orações coordenadas, subordinadas
e de frases intercalares.
Repare na mancha da sua página: está muito densa?
Introduza mais parágrafos.
 Eventuais argumentos contra a escrita na 1ª. Pessoa:
 A 1ª. Pessoa está associada à função expressiva da linguagem,
centrada no emissor
 A sua utilização é justificável na descrição dos procedimentos
 O nós (há quem argumente) pode implicar que o leitor está incluído,
o que é de evitar em escrita científica. Justifica-se quando a
investigação é coletiva ou colaborativa
 Evitar utilizar nas conclusões suscetível de gerar
percepções de subjetividade, enviesamento…
A inscrição do sujeito-investigador (1)
36
Idalina Jorge, IEUL
A inscrição do sujeito investigador (2)
Idalina Jorge, IEUL
37
 Normas da APA:
Pronomes pessoais, quando for adequado
Prefira a voz activa à voz passiva
 Em Língua Portuguesa, a voz passiva é menos opaca
que eu língua inglesa.
 A partícula apassivante é um recurso da Língua
Portuguesa que não existe na Língua Inglesa:
Procedeu-se, analisou-se, aplicou-se,constatou-se…
Que sujeito? Alternativas possíveis
 Partícula apassivante se (verbos intransitivos)
Para que todos os princípios éticos inerentes à investigação fossem
cumpridos, procedeu-se à explicação do estudo aos professores,
a fim de ...
 Sujeito indeterminado
 Voz passiva:
Foram efectuados testes de normalidade
Na frase avisam-se os alunos, o sujeito é alunos e o verbo, seguido de
um pronome se apassivante, concorda com o sujeito. Esta frase é
equivalente a alunos são avisados.
• Na frase avisa-se, o sujeito indeterminado está representado pelo
pronome pessoal se, com o qual o verbo concorda.
38
Idalina Jorge, IEUL
Paradigma e estilo
 Ao formular um problema de investigação, em que
paradigma nos situamos? Pós-positivista?
Construtivista? Crítico? Participatório? Pragmático?
 A orientação conceptual, metodológica ou teórica do
estudo, incluindo a tradição intelectual (s) em que
ele se inscreve, deve ser descrita e explicada com
citações relevantes sobre o conhecimento construído.
 Existe uma retórica associada ao paradigma?
39
Idalina Jorge, IEUL
Retórica e discurso científico
Definição de retórica: a arte de bem falar, de mostrar
eloquência diante de um público.
 A discussão sobre um estilo associado a um
paradigma foi intensa durante a ascensão do pós-
positivismo.
 Com a progressiva adopção da perspetiva pragmática
e de modelos de investigação mistos, o debate perdeu
alguma atualidade, mas as dificuldades mudaram na
direção da harmonização das retóricas positivista e
pós-positivista.
40
Idalina Jorge, IEUL
C O N C O R D O C O M U M B E R T O E C O Q U A N D O E L E
D I Z Q U E Q U A N D O O S M É D I A T R I U N F A M , O
S E R H U M A N O P E R E C E . P A R A F R A S E A N D O E S T A
O B S E R V A Ç Ã O , A F I R M O Q U E , Q U A N D O A
I N F O R M A Ç Ã O E L E C T R Ó N I C A T R I U N F A , A
É T I C A H U M A N A E S T Á E M R I S C O .
S T E P H E N E . A R N O L D , V I C E P R E S I D E N T E
D A I N F O R M A T I O N A C C E S S C O .
Idalina Jorge, IEUL
41
A ética da investigação
Ética da investigação
Idalina Jorge, IEUL
42
 Referir as decisões sobre a conceptualização e
operacionalização da investigação
 Referir procedimentos de recolha e análise de dados
relevantes para o prosseguimentos do estudo
 Referir os acordos estabelecidos com os participantes
relacionados com acesso aos dados
 Referir como é que os resultados foram organizados,
mantidos e analisados
 Referir os acordos de consentimento e de
confidencialidade
 Relatar potenciais conflitos de interesse ou limitações
por parte do investigador e os procedimentos de análise.
Recursos
Idalina Jorge, IEUL
43
 Escrita científica:
http://www.aera.net/publications/Default.aspx?men
u_id=32&id=1850
www.biochem.arizona.edu/marc/Sci-Writing.pdf
 Estilo:
http://www.sportsci.org/jour/9901/wghstyle.h
tml
 Ética:
http://www.aera.net/aboutaera/?id=222
Créditos de imagens
Idalina Jorge, IEUL
44
brynmawr.edu
kmh-lanl.hansonhub.com
facstaff.unca.edu
educere-curare.org
http://www.thefullwiki.org/Asterix_characters
trinitypastor.wordpress.com

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Escrita científica

  • 2. Sumário 2  As componentes do relatório científico  As qualidades do texto científico  As questões de estilo  A ética da investigação  Recursos  Créditos de imagens ©Idalina Jorge, IEULIdalina Jorge, IEUL
  • 3. Idalina Jorge, IEUL 3 As componentes do relatório científico Sempre contei o processo de pesquisa como se se tratasse de um romance policial, da busca de um graal: é preciso descobrir qualquer coisa. Portanto, sempre tive esse desejo de narrativa. Umberto Eco
  • 4. Componentes do relatório científico 1. O título 2. O resumo e as palavras chave 3. A introdução 4. A revisão da literatura 5. A metodologia 6. Os resultados 7. As conclusões 8. As limitações do estudo 9. As propostas para estudos futuros 10. As referências 11. Os anexos 12. Outros: glossários… 4 Idalina Jorge, IEUL
  • 5. O título (e subtítulo)  Quais são as componentes do título? A importância das tarefas do e-tutor no e-fórum: percepções de estudantes de cursos de pós-graduação em regimes de e-aprendizagem e mistos: diferenças de género, idade, formação académica e de experiência tecnológica (31 palavras)  Princípio: Descrever o conteúdo com um mínimo de palavras. Referir o contexto, o objeto e o tipo de estudo  Identifique e comente opções de economia e outras 5 Idalina Jorge, IEUL
  • 6. O resumo  O que é um resumo? apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto Quais são os pontos relevantes de um texto de investigação? Frase 1 – o problema Frase 2 – o(s) objectivo(s) da investigação Frase 3 – as perguntas de investigação Frase 4 – a metodologia: escrever brevemente a metodologia básica utilizada sem entrar em pormenores excessivos Frase 5 - indicar as principais técnicas de recolha de dados utilizadas Frase 6 - o contexto, os participantes, inquiridos, outros (unidades de análise) Frase 7 - os principais resultados ou tendências Frase 8 – Interpretações, conclusões, projeção futura 6 Idalina Jorge, IEUL
  • 7. Um bom resumo Idalina Jorge, IEUL 7 Permite ao leitor  Identificar o conteúdo com rapidez e precisão  Avaliar a relevância do texto para os seus interesses  Decidir rapidamente se lhe interessa ler o texto na íntegra Deve :  Ser breve (até 250 palavras) ou seguir as indicações dadas  Conter os principais objectivos e âmbito do estudo  Indicar a metodologia de forma muito sucinta (a menos que o estudo seja de ordem metodológica, em que o método tem de ser mais explicitado)  Ser rigorosamente económico no número de palavras
  • 8. As palavras-chave É do título que as palavras-chave são retiradas A importância das tarefas do e-tutor no e-fórum: percepções de estudantes de cursos de pós- graduação em regimes de e-aprendizagem e mistos: diferenças de género, idade, formação académica e de experiência tecnológica  Palavras-chave: e-aprendizagem, e-fórum, e-tutoria 8 Idalina Jorge, IEUL
  • 9. A introdução Idalina Jorge, IEUL 9 Para que serve a introdução?  Conduzir o leitor à literatura pertinente dos autores, das suas áreas de estudo e das principais conclusões. Antes de começar a escrever,  Identifique as fontes principais.  Resuma os resultados das pesquisas que vão enquadrar o seu problema.  Identifique fontes com um modelo de investigação idêntico ao que vai utilizar  a/ o orientador(a) vai sugerir algumas fontes e identificar consigo os conceitos principais (mapa conceptual, rede semântica…)  As bases de dados ajudam a manter as leituras atualizadas (desenvolver competências de pesquisa bibliográfica)
  • 10. A metodologia (1) Idalina Jorge, IEUL 10  Descrever adequadamente os fenómenos, os contextos, os participantes do estudo  Incluir características relevantes do contexto, incluindo os aspectos sociais, históricos e culturais  O número de participantes ou de outras unidades de análise (sala de aula, escola, mensagens, frases…)  Justificar a seleção efetuada, os procedimentos de seleção, a tomada de decisão, o acesso aos contextos, os acordos estabelecidos com os participantes, os níveis de relação com os participantes, os papéis do investigador (observador, observador participante, entrevistador…) e dos participantes (informantes, inquiridos, “indígenas”…)
  • 11. A metodologia (2) Idalina Jorge, IEUL 11  Reportar quaisquer alterações de papéis ou relações entre o/a investigador/a e participantes.  Os estudos que comparam grupos (estudantes/professores/as de diferentes escolas, urbanas e rurais) devem descrever em pormenor as características mais evidentes de cada grupo. reportar e justificar quaisquer papéis/actividades atribuídos pelo/a investigador/a aos participantes. descrever em pormenor intervenções ou tratamentos, identificar as suas características principais e respectivos resultados. Compará-los com outros tipos de intervenções e tratamentos. descrever as características do controlo ou da comparação.
  • 12. A recolha de dados e a evidência empírica (1) Idalina Jorge, IEUL 12  Descrever pormenorizadamente o quem, o como, o onde os dados foram recolhidos e para quê.  Descrever e justificar procedimentos e tomadas de decisão.  A descrição deve ser precisa e em pormenor: outros investigadores quererão perceber e eventualmente replicar a metodologia ou alterar algumas circunstâncias.
  • 13. A recolha de dados e a evidência empírica (2) Idalina Jorge, IEUL 13  Descrever o tempo e a duração da recolha de dados, o calendário e o objectivo de cada recolha.  Descrever os protocolos (e estrutura) de administração dos instrumentos de recolha: questionários, listas de observação, documentos, registos, evidências, os artefatos…
  • 14. Medidas e classificações (1) Idalina Jorge, IEUL 14  A medida é o processo que permite a quantificação de comportamentos/observações; permite a análise quantitativa.  A classificação refere-se aos processos de segmentação, de escolha da unidade de análise, e respectivas categorização e classificação.  A validade dos estudos empíricos depende, em parte, da demonstração de que as medidas e classificações respeitam as características do fenómeno representado.  O/a investigador /a tem de demonstrar que os seus processos de medida e de classificação são adequados e significativos.  Alguns desses processos são essenciais para a extrapolação e/ou a generalização dos resultados.
  • 15. Medidas e classificações (2) Idalina Jorge, IEUL 15 A/o investigador (a) deve:  Dar conta dos desenvolvimentos dos procedimentos de medida e de classificação  Ilustrar os procedimentos de classificação com exemplos concretos  Dar a conhecer a frequência de cada item de classificação (em tabelas, gráficos ou anexos)  Relatar as estratégias de codificação que envolvem intercodificações e/ou intercodificadores, de como estes foram treinados e da fiabilidade os resultados (tratamentos estatísticos como o Kappa de Cohen ou o coeficiente de Holsti)  Dos tratamentos estatísticos (médias, desvio-padrão, matrizes de correlação, inferências…)
  • 16. A recolha de dados e a evidência empírica (3) Idalina Jorge, IEUL 16  Descrever em pormenor todos os tratamentos efectuados e o seu desenvolvimento. Facultar o acesso pelos meios disponíveis.  No caso de instrumentos criados por outros investigadores, fazer-lhes referência explícita.
  • 17. Análise e interpretação (1) Idalina Jorge, IEUL 17  Descrever processos e resultados  Discutir em que medida os resultados respondem às questões de investigação Independentemente do tipo de investigação:  Demonstrar a transparência e relevância dos procedimentos de análise  Descrever as técnicas de análise (análise de conteúdo, de texto, de discurso, de tomada de decisão, outras…)  Demonstrar em que medida os resultados apoiam conclusões ou argumentos  Relatar circunstâncias previstas ou não previstas que possam ter tido implicações nos resultados
  • 18. Secção conclusão ou considerações finais (1)  Apoiada em:  desenvolvimento do assunto  recapitulação dos resultados obtidos  propostas e recomendações  Redação:  Descrição do trabalho desenvolvido  Objetivos  Como os objetivos foram alcançados  Análises realizadas  Repetição das questões de investigação e principais respostas / resultados  Propostas e sugestões  Contribuições [teóricas e práticas]da investigação para o objecto/tema/área de estudo 18 Idalina Jorge, IEUL
  • 19. Secção conclusão ou considerações finais (3) Idalina Jorge, IEUL 19  Sugestões para investigações futuras: As equipas virtuais apresentam uma transição mais rápida ao estádio da normalização (…) torna-se ainda necessário investigar os fatores de liderança das equipas virtuais (…) (…) Daí poderá surgir uma taxinomia de perguntas abertas que conduzem o diálogo cognitivo aos seus níveis superiores e iluminam o modus operandi do tutor, designadamente no que diz respeito à redação da mensagem desencadeante (…) As sugestões derivam essencialmente das questões que se colocam ao desenvolvimento do estado da arte e / ou da concepção da investigação concluída.
  • 20. Secção conclusão ou considerações finais (2) Idalina Jorge, IEUL 20  Propostas de mudança : neste estádio, propõe-se que o e-tutor coloque perguntas de esclarecimento, sobre pressupostos, sobre pontos de vista e perspectivas, sobre razões e provas e modele a discussão, através (…)  Dificuldades e limitações Metodológicas Parece impossível evitar algum grau de subjetividade na codificação das transcrições em categorias; contudo, o grau de subjetividade pode ser reduzido a um mínimo, de forma a garantir alguma validade externa ao estudo. O problema que se coloca é que os procedimentos que visam melhorar a consistência interna dos resultados, podem diminuir a sua validade externa. Conceptuais No que diz respeito à formação de equipas virtuais, o estudo revelou-se inconclusivo (…) ©
  • 21. Idalina Jorge, IEUL 21 As qualidades do texto científico Before writing a major paper, I make it a point to read papers or books by authors whose writing style I have a high regard for. This can be anything…classical fiction, scientific papers written during the Victorian period, etc. I find that this can favorably influence my own writing and erase the unfortunate memory of the numerous dry, badly written papers one inevitably has to read as background to the research one is presenting. – Prof. Kerry Emanuel, Massachusetts Institute of Technology
  • 22. Que critérios para avaliar as qualidades de um texto científico? clareza amplitude lógica profundidaderelevância precisão exactidão 22 Idalina Jorge, IEUL
  • 23. Clareza  Quando pedimos a alguém que explique melhor um ponto, o ilustre, exemplifique, estamos a procurar torná-lo mais compreensível, para evitarmos a confusão e a ambiguidade.  (…) Antes de escolher é importante verificar a sua pertinência em relação aos objectivos específicos de cada investigação. (…)  (antes de escolher o quê? O complemento direto deve ser repetido) 23 Idalina Jorge, IEUL
  • 24. Clareza Idalina Jorge, IEUL 24  [ticEDUCA 412] O que há para além do rio da minha aldeia… Este título, que a Rosário Quelhas brilhantemente desambiguou, tem como referencial um dos mais marcantes poetas da Língua Portuguesa. Necessitaria de um subtítulo.
  • 25. Precisão Quando solicitamos ou fornecemos mais pormenores e especificações, procuramos melhorar a precisão da informação, que pode ser clara, mas imprecisa. As nossas conclusões evidenciaram que um design instrucional bem realizado é fundamental para o sucesso de um curso on-line; todas as etapas do DI, a saber: análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação merecem destaque; a equipe multidisciplinar deve estar bem integrada e a aprendizagem significativa precisa ocupar espaço de destaque em todo o processo. (ticEduca 2010, 428) 25 Idalina Jorge, IEUL
  • 26. Relevância  Quando avaliamos a relevância, indagamos a relação entre uma afirmação e o assunto em questão, a sua importância para o assunto, a sua relação lógica. Comunicação 423 do ticEDUCA 2010: A (nome de instituição), instituição pioneira no ensino superior a distância em Portugal, ao longo dos seus 20 anos tem contribuído significativamente para a formação de adultos a nível superior, tornando-se, no ano lectivo 2008-2009, a primeira e única universidade (pública) em Portugal a leccionar todos os seus cursos (de graduação e pós-graduação) em regime de e-learning, (…) Qual é a relevância destas 56 palavras para explicitar o contexto do estudo, num resumo de 197 palavras? 26 Idalina Jorge, IEUL
  • 27. Lógica e gramática  Existem duas variantes, a entrevista semidiretiva (ou semidirigida), caraterizada por não ser inteiramente aberta, e não faz um grande número de perguntas precisas. E a entrevista centrada (focused interview) e que analisa o impacto de um acontecimento ou de uma experiência precisa sobre aqueles que a eles assistiram ou neles participaram e não tem perguntas pré- estabelecidas. Preferível é fazer frases mais curtas, que reduzem o risco de ligações inadequadas, e evitar explicar numa língua estrangeira o que é claramente percetível na língua materna. 27 Idalina Jorge, IEUL
  • 28. A exatidão Quando confirmamos a veracidade de fatos e situações, procuramos encontrar justificações, estamos a procurar melhorar a exactidão da informação. A avaliação do projeto é conduzida pela UNESCO, que aplica instrumentos de avaliação adaptados para as condições sócio-educacionais do Brasil, especificamente da cidade onde é desenvolvido o Projeto. (…) (ticEDUCA 2010, 431) 28 Idalina Jorge, IEUL
  • 29. Idalina Jorge, IEUL 29 O estilo Se o autor quer que o leitor compreenda o que o autor escreve, então o autor tem de perceber as necessidades do leitor. Gopen, G.D., Swan, J.A. The Science of Scientific Writing. American Scientist 78(6), 550-558.
  • 30. Até que ponto se justificam os estrangeirismos? O equilíbrio, onde mora? (1) Idalina Jorge, IEUL 30 Repare neste título: Beyond a formative assessment: ePortfolios to promote autonomous, critical and reflective students at Higher Education, a case study (ticEDUCA, 123) As palavras sublinhadas são de origem latina. E-portfolio é um neologismo: exercite-se: Videojuegos: la educación en valores a través de las nuevas tecnologías (ticeduca, 232) … tem mesmo que dizer videogames?
  • 31. Até que ponto se justificam os estrangeirismos? O equilíbrio, onde mora? (2) A importância das tarefas do e-tutor no e-fórum: percepções de estudantes de cursos de pós-graduação em regimes de e-aprendizagem e mistos: diferenças de género, idade, formação académica e de experiência tecnológica (31 palavras) Seja linguisticamente criativa/o: para novas realidades existem os neologismos A maioria dos neologismos em Língua Inglesa associados às TIC têm origem no Latim. 31 Idalina Jorge, IEUL
  • 32. Até que ponto se justificam os estrangeirismos? O equilíbrio, onde mora? (3) Idalina Jorge, IEUL 32  Repare: Scaffolding A palavra NÃO TEM origem na engenharia civil, tem origem na agricultura. Alternativas: Encaminhar Conduzir Orientar Guiar Dirigir (…) Abra os braços à Língua Portuguesa !
  • 33. A concetualização na Língua materna (1) Idalina Jorge, IEUL 33  Equilibrar o rigor, a simplicidade, a clareza La educación en-línea desde las racionalidades educativas. Un estudio comparativo de casos en España (14 palavras) Artigo 87, ticEDUCA2010 La educación on-line desde las racionalidades educativas. Un estudio comparativo de casos en España (14 palavras) Que justificação para o eventual recurso a estrangeirismos?
  • 34. A concetualização em Língua materna (2) Idalina Jorge, IEUL 34  Quando quiser traduzir um conceito em Língua Portuguesa, não opte pela facilidade.  Procure: a equivalência conceptual e a equivalência linguística  Tenha em conta a evolução semântica  Repare: CoI: community of inquiry (Garrison, D. R., Anderson, T., & Archer, W.,2000)  Do latim: Inquirire (procurar)  O termo inquirição, em Língua Portuguesa, remete para um contexto policial, por razões históricas.  Opte por: pesquisa; ou investigação (se quiser manter o acrónimo CoI)
  • 35. Estilo e Linguagem Idalina Jorge, IEUL 35  Seja clara/o na descrição e nas explicações  Seja concisa/o na informação  Simplifique a sua escrita: Encurte as frases Use pausas médias como o ponto e vírgula Tenha cuidado com a adjetivação e a linguagem figurativa Evite a sucessão de orações coordenadas, subordinadas e de frases intercalares. Repare na mancha da sua página: está muito densa? Introduza mais parágrafos.
  • 36.  Eventuais argumentos contra a escrita na 1ª. Pessoa:  A 1ª. Pessoa está associada à função expressiva da linguagem, centrada no emissor  A sua utilização é justificável na descrição dos procedimentos  O nós (há quem argumente) pode implicar que o leitor está incluído, o que é de evitar em escrita científica. Justifica-se quando a investigação é coletiva ou colaborativa  Evitar utilizar nas conclusões suscetível de gerar percepções de subjetividade, enviesamento… A inscrição do sujeito-investigador (1) 36 Idalina Jorge, IEUL
  • 37. A inscrição do sujeito investigador (2) Idalina Jorge, IEUL 37  Normas da APA: Pronomes pessoais, quando for adequado Prefira a voz activa à voz passiva  Em Língua Portuguesa, a voz passiva é menos opaca que eu língua inglesa.  A partícula apassivante é um recurso da Língua Portuguesa que não existe na Língua Inglesa: Procedeu-se, analisou-se, aplicou-se,constatou-se…
  • 38. Que sujeito? Alternativas possíveis  Partícula apassivante se (verbos intransitivos) Para que todos os princípios éticos inerentes à investigação fossem cumpridos, procedeu-se à explicação do estudo aos professores, a fim de ...  Sujeito indeterminado  Voz passiva: Foram efectuados testes de normalidade Na frase avisam-se os alunos, o sujeito é alunos e o verbo, seguido de um pronome se apassivante, concorda com o sujeito. Esta frase é equivalente a alunos são avisados. • Na frase avisa-se, o sujeito indeterminado está representado pelo pronome pessoal se, com o qual o verbo concorda. 38 Idalina Jorge, IEUL
  • 39. Paradigma e estilo  Ao formular um problema de investigação, em que paradigma nos situamos? Pós-positivista? Construtivista? Crítico? Participatório? Pragmático?  A orientação conceptual, metodológica ou teórica do estudo, incluindo a tradição intelectual (s) em que ele se inscreve, deve ser descrita e explicada com citações relevantes sobre o conhecimento construído.  Existe uma retórica associada ao paradigma? 39 Idalina Jorge, IEUL
  • 40. Retórica e discurso científico Definição de retórica: a arte de bem falar, de mostrar eloquência diante de um público.  A discussão sobre um estilo associado a um paradigma foi intensa durante a ascensão do pós- positivismo.  Com a progressiva adopção da perspetiva pragmática e de modelos de investigação mistos, o debate perdeu alguma atualidade, mas as dificuldades mudaram na direção da harmonização das retóricas positivista e pós-positivista. 40 Idalina Jorge, IEUL
  • 41. C O N C O R D O C O M U M B E R T O E C O Q U A N D O E L E D I Z Q U E Q U A N D O O S M É D I A T R I U N F A M , O S E R H U M A N O P E R E C E . P A R A F R A S E A N D O E S T A O B S E R V A Ç Ã O , A F I R M O Q U E , Q U A N D O A I N F O R M A Ç Ã O E L E C T R Ó N I C A T R I U N F A , A É T I C A H U M A N A E S T Á E M R I S C O . S T E P H E N E . A R N O L D , V I C E P R E S I D E N T E D A I N F O R M A T I O N A C C E S S C O . Idalina Jorge, IEUL 41 A ética da investigação
  • 42. Ética da investigação Idalina Jorge, IEUL 42  Referir as decisões sobre a conceptualização e operacionalização da investigação  Referir procedimentos de recolha e análise de dados relevantes para o prosseguimentos do estudo  Referir os acordos estabelecidos com os participantes relacionados com acesso aos dados  Referir como é que os resultados foram organizados, mantidos e analisados  Referir os acordos de consentimento e de confidencialidade  Relatar potenciais conflitos de interesse ou limitações por parte do investigador e os procedimentos de análise.
  • 43. Recursos Idalina Jorge, IEUL 43  Escrita científica: http://www.aera.net/publications/Default.aspx?men u_id=32&id=1850 www.biochem.arizona.edu/marc/Sci-Writing.pdf  Estilo: http://www.sportsci.org/jour/9901/wghstyle.h tml  Ética: http://www.aera.net/aboutaera/?id=222
  • 44. Créditos de imagens Idalina Jorge, IEUL 44 brynmawr.edu kmh-lanl.hansonhub.com facstaff.unca.edu educere-curare.org http://www.thefullwiki.org/Asterix_characters trinitypastor.wordpress.com