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Comunidade Escolar e os Laptops na Escola Pública:
                                       O Olhar dos Pais


  Valkiria Venancio1, Jorge Ferreira Franco1, 2, Irene Karaguilla Fisheman1, Edna
                       Oliveira Telles2, Roseli de Deus Lopes1
     1
         Nucleo de Aprendizagem, Trabalho e Entretenimento - Laboratório de Sistemas
            Integráveis – Escola Politécnica – Universidade de São Paulo (EPUSP)

    Av. Prof. Luciano Gualberto, 158 - travessa 3 - CEP 05588-000 – São Paulo – SP -
                                          Brazil
          2
              Prefeitura do Municipio de São Paulo – Secretaria Municipal de Educação
                       {venancio,jfranco,irene,roseli}@lsi.usp.br,
                               oliveiratelles@yahoo.com.br



      Abstract. This article describes a research with parents from a community of a
      primary school that has participated on the pilot of the project “Um
      Computador por Aluno” – UCA `One Laptop Per Child` addressing the
      dichotomy between the family support related to students` scholar education
      and the expected family support to the work that a school has carried out. With
      support of the pilot UCA we describe parents` expectation related to their
      children technical skills development. And we show the contributions that the
      project UCA has provided to school and its surrounding community.

      Resumo. Este artigo descreve uma pesquisa realizada com a comunidade de
      pais da escola piloto do projeto “Um Computador por Aluno” – UCA na
      perspectiva da dicotomia do apoio familiar à formação escolar dos filhos e o
      que deles é esperado pela escola. Com o desenvolvimento do UCA relatamos a
      expectativa dos pais quanto a formação tecnológica nos filhos. Finalizando
      com a contribuição que o Projeto UCA proporciona à escola e a sua
      comunidade como um todo.

 1. Introdução
 No Brasil a relação família-escola tem sido pouco pesquisada. No caso da escola
 pública, diz Carvalho (2000) reconhece-se que os baixos níveis de escolaridade e renda
 de sua clientela desestimulam tanto a participação dos pais nas reuniões escolares
 quanto à adoção de deveres de casa. Tradicionalmente a família tem estado por trás do
 sucesso escolar e tem sido culpada pelo seu fracasso.
         Carvalho (2000) acrescenta que agora, o modelo de envolvimento dos pais na
 escola está sendo assimilado no contexto da atual tendência à descentralização da gestão




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educacional e à melhoria da produtividade e qualidade escolar no sistema de ensino
 público.
        Assim, no Brasil, a fórmula da relação família-escola seria a seguinte: mais
 envolvimento dos pais em casa equivale à maior aproveitamento e permanência na
 escola por parte dos alunos; mais participação dos pais na escola resulta em melhores
 escolas, afirma Carvalho (2000).
        Em 2004, Carvalho, após estudo de trabalhos de pesquisadores brasileiros, diz
 que ao se pensar na parceria desejável família-escola na intenção de melhoria da
 qualidade escolar se esquece:
                •Da  diversidade de arranjos familiares e as desvantagens materiais e
 culturais de uma parte considerável das famílias;
                •Das  relações de gênero que estruturam as relações e a divisão de
 trabalho em casa e na escola.
                 •Que pais/mães tampouco necessitam participar da educação escolar
 dos/as filhos/as quando estes/as vão bem na escola, e preferem confiar nas professoras e
 deixar para elas a tarefa de ensinar o currículo escolar.
                •Que por um lado, as relações entre pais/mães e filhos/as em casa podem
 ser mais agradáveis e relaxadas quando não envolvem exigências escolares, testes e
 dever de casa. Por outro lado, para os pais/mães, interessar-se pela educação dos filhos e
 filhas não significa cuidar apenas da parte acadêmica, isto é, do sucesso escolar, pois a
 educação, do ponto de vista da família, comporta outros aspectos e dimensões que não
 estão incluídas no currículo escolar.
                 •Que se há concordância acerca do conteúdo, método e da qualidade do
 ensino oferecido pela escola, isto é, apoio tácito dos pais/mães, e aprendizagem
 satisfatória dos filhos/as, isto é, convergência positiva do aproveitamento individual e da
 eficácia escolar, tudo vai bem nas relações família–escola. Mas, se os resultados são
 insatisfatórios ou deficientes, seja em termos individuais ou institucionais, ou se há
 conflitos entre o currículo escolar e a educação doméstica, então há problemas.
                •Que    o modelo tradicional de delegação, a divisão de trabalho
 educacional entre escola e família era clara: a tarefa da escola era a educação acadêmica,
 enquanto a da família era a educação doméstica – assim, as professoras não deveriam
 esperar da família mais do que cuidados físicos e emocionais para que a criança
 chegasse à escola preparada para aprender o currículo escolar. A tão falada crise da
 família – divórcios, pais e mães estressados, mães trabalhadoras, mães chefes-de-família
 sobrecarregadas, falta de tempo (em quantidade e qualidade) para convivência com os/as
 filhos/as – reduziu seu papel no cuidado físico e emocional, bem como na disciplina
 social e moral, requerendo das escolas a extensão de seu tradicional papel de instrução
 acadêmica e cívica a fim de englobar vários aspectos de assistência biopsicossocial.
 Nesse contexto, é inconcebível atribuir à família um papel na educação acadêmica.
               •Que parece razoável esperar que os pais/mães sejam parceiros, aliados
 das professoras, pois desejam o melhor para seus filhos/as – neste caso, o sucesso
 escolar. Porém, isso supõe certas condições (tempo, valorização da escola, interesse
 acadêmico, familiaridade com as matérias escolares e habilidades para ensinar o dever



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de casa, por exemplo), de que nem todas as famílias e nem todos os adultos
 responsáveis por crianças dispõem. Ademais, parceria supõe igualdade, e as relações
 escola–família são relações de poder em que as/os profissionais da educação
 (pesquisadoras/es, gestoras/es, especialistas, professoras/es) têm poder sobre os leigos
 (pais/mães).
        Ao introduzir-se o projeto “Um Computador por Aluno” – UCA, do Governo
 Federal na escola pública se propõe uma nova forma de utilização da tecnologia - os
 conceitos de mobilidade, conectividade, acessibilidade, interatividade e conteúdos,
 através do modelo um para um; tendo como pilares a melhoria da qualidade na
 educação e a inclusão digital da família [Marinho, 2008].
         Projeto proposto inicialmente pela ONG internacional OLPC (One Laptop Per
 Child), trazia por objetivo inovar os sistemas de ensino buscando a tão almejada
 qualidade da educação nos países em desenvolvimento, uma sociedade mais justa e a
 ampliação dos benefícios do uso desta tecnologia para os não privilegiados [Pensamento
 Digital].
         Atualmente cinco escolas públicas de ensino fundamental, chamadas de pólos
 piloto do projeto UCA, estão sendo o campo de pesquisa para proposta de avaliação dos
 laptops educacionais. Estas escolas receberam, segundo relatório da Câmara dos
 Deputados [2008, p.96], até o presente momento aproximadamente 1390 laptops. Destes
 550 unidades do modelo XO da OLPC: 275 para a Escola Estadual de Ensino
 Fundamental Luciana de Abreu em Porto Alegre/RS e 275 para a Escola Municipal
 Ernani Silva Bruno situada em São Paulo/SP.
        No Piloto experimental da cidade de São Paulo, segundo a fala de um educador
 da escola “este projeto tem propiciado aprimoramentos educacionais, humanos e
 técnicos”. Com a crescente adesão participativa ao processo de desenvolvimento da
 experiência educacional protótipo, via consultas informais aos estudantes, educadores,
 pais e consultas formais através do Conselho de Escola, a comunidade educativa da
 escola tem compartilhado um ciclo de progresso espiral, incremental e sustentável de
 construção de conhecimento, com interatividade e colaboração conforme o
 encadeamento de ações educativas inovadoras individuais e coletivas [Franco, 2007;
 Franco, 2008; Venancio, 2008].
         Tem havido experimentação e integração dos computadores móveis ao
 desenvolvimento do currículo da escola considerando a função social no uso das
 tecnologias da informação e da comunicação [São Paulo, 2007]. Isto tem ocorrido, com
 forte promoção de intercâmbios entre as diversas áreas de conhecimento e de saberes
 dos vários atores que compõem o universo educacional da unidade (figura 1).




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Figura 1. Encontros entre professores e entre alunos com o uso do laptop.
         Nesta escola piloto, localizada na periferia da cidade de São Paulo,
 especificamente o modelo um para um não é uma possibilidade devido ao tamanho da
 escola e consequente número de alunos, porém devido à gestão organizacional todos os
 alunos podem utilizar os laptops em forma de rodízio e inclusive levá-los para casa.
         É sobre este primeiro experimento de “levar o laptop para casa” o relato do qual
 se trata este artigo, a impressão dos pais de uma segunda série nesta experiência
 significativa de um final de semana.

 2. Da Organização, Metodologia e Resultados obtidos
 A professora de uma das segundas séries da escola decidiu enviar as máquinas durante
 um final de semana prolongado – quatro dias para casa dos seus alunos. Seu objetivo
 “era que a família conhecesse a máquina que as crianças estão utilizando quase todos os
 dias, pois na última reunião os pais me questionaram muito, perguntando quando as
 crianças o levariam para a casa” - fala da professora em entrevista.
        Para tal, os pais deveriam acordar um termo de responsabilidade enviado pela
 professora e a entrega do laptop à criança só ocorreria mediante a devolução deste, os
 quais foram todos devolvidos. Ao levar o laptop para casa a tarefa sugerida pela
 professora era que fosse feito um registro fotográfico/filmagem de momentos familiares
 com identificação dos mesmos.
         Após o final de semana em que os laptops passaram nas casas das famílias foi
 enviado um questionário em que a maioria das perguntas foi respondida pelas mães. O
 mesmo foi tabulado e aqui se apresenta algumas das respostas obtidas (Figura 2) sobre a
 credibilidade dos pais, a contribuição da tecnologia na educação dos seus filhos, se a
 idéia de levar o laptop para casa teria sido interessante, quem mais se interessou em
 manuseá-lo e quem apresentou mais dificuldade para isso.




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Figura 2. Gráficos resultantes de pesquisa através de questionários aos pais de
      alunos.
        Ao serem questionados em relação às possibilidades de aquisição de
 conhecimento para o entrevistado e para o filho ao levarem os laptops para casa
 responderam que “sim , porque eu, meu marido e meus filhos pudemos nos reunir e
 juntos brincamos e descobrimos coisas novas.” “Porque o laptop foi uma novidade ,
 tanto para o aluno como para a família.” “Para meu filho pode ser , para mim foi
 muito pouco , em razão de pouco uso e de tempo , no qual eu só tinha o domingo para
 colocar a casa inteira em ordem e atenção aos filhos”.
       Também foi solicitado que sugerissem e opinassem sobre o como se pode
 melhorar a educação dos alunos, seus filhos, através da inclusão digital.
        “A inclusão digital hoje é muito importante na escola, mas infelizmente o ensino
 ainda é muito fraco, primeiro as crianças tem que aprender a “ler e escrever”, para
 depois trabalhar no estudo digital. “depende de muita coisa”, principalmente dos
 professores.”
        “A minha sugestão é que tenha mais e mais investimento na inclusão digital e
 nas escolas também, principalmente no ernani silva bruno que eu pai do aluno, já fui
 aluno também da mesma.”
        “Eu acho que as escolas deveriam fazer do laptop o uso continuo, mas com
 matérias da própria escola, como os deveres do dia a dia. Assim eu acho que seria bem
 mais produtivo, ao mesmo tempo que ele aprende as lições aprende também a utilizar o
 laptop.”




        Figura 3. Participação dos pais juntamente com seus filhos em evento ocorrido
 na escola em 2009.




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Ao retornarem do final de semana foram entrevistados alguns alunos da sala
 onde se ressalta algumas falas:
     “Meus pais mexeram pouco, minha mãe queria escrever , ela escreveu um monte de
     coisas lá, ai eu falei assim? Salva ai mãe ! ela: como que salva? Eu ajudei ela foi
     na pasta, eu disse: ai ó... ta quente (risos);ai ela falou : o que eu escrevo aqui ? eu
     disse: não sei você quem sabe!”
     “Levei na sexta , eu cheguei em casa meu cachorro veio em cima de mim , pois ele
     fica feliz quando chego e quase me derrubou, eu coloquei o lap em cima da mesa e
     fui para o banheiro, quando voltei minha irmã estava mexendo, não sei como, eu
     tinha deixado em meu caderno como mexia ela viu e abriu , então quando sai do
     banheiro ela estava assim: (aluno fez gestos imitando a irmã e sorriu).”

 3. Reflexões parciais
         Observa-se que a grande maioria dos pais considera importante a utilização do
 laptop na educação dos seus filhos e mais ainda levá-lo para casa, despertando o
 interesse de toda a família, inclusive dos vizinhos, o que nos aponta que este pode ser
 sim um caminho interessante na inclusão digital da comunidade do entorno da escola.
 Outro aspecto que se pode considerar é também o de maior interação entre o trabalho
 acadêmico desenvolvido pela escola e os pais, levando, desta maneira, para dentro das
 casas novos aspectos, principalmente às comunidades carentes.
          Devido ao corrente baixo nível de escolaridade e acessibilidade a outros meios
 informacionais, os projetos da escola poderiam ter continuidade em casa e elevar a
 relevância do projeto UCA em termos de propiciar e dar suporte técnico a momentos de
 interação familiar com base em desenvolvimento de conhecimentos científicos,
 artísticos, culturais e técnicos.
         Outra observação é que quem mais apresentou dificuldade no uso do laptop
 foram as mães, talvez por questões de tempo e de uso, como disse uma delas relatando
 sua responsabilidade com os afazeres domésticos, o que reforça e legitima as relações de
 gênero e divisão do trabalho em casa. Diferentemente do que aconteceu com a irmã de
 um dos alunos que sozinha conseguiu utilizar o XO – para quem desconhece, seu uso é
 diferente dos demais laptops educacionais no que se refere a ligá-lo, ao sistema
 operacional e a interface diferenciada dos modelos existentes na Ernani (Figura 4),
 provocando certa desconfiança do irmão.




      Figura 4. Imagens do XO.
        Quando das sugestões e opiniões dos pais no questionário pode-se notar também
 certa discordância acerca do conteúdo, metodologia e qualidade do que vem sendo
 desenvolvido pela escola ao ser colocado por um pai/mãe que primeiro as crianças


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precisam aprender a ler e escrever antes de usar a tecnologia, já outro diz que este
 trabalho deva ser realizado concomitantemente. Tais opiniões demonstra-nos que há
 desacordo entre os próprios pais sobre a credibilidade no trabalho da escola. E que
 parece não ser questionado abertamente, refletindo a relação da família com a escola, a
 relação de poder entre especialistas e leigos. No entanto, o fato dos laptops serem
 levados para casa com finalidade pedagógica pode ampliar a visão dos pais,
 principalmente daqueles que não dispõe de condições de acompanhar a vida escolar do
 filho, sobre a real educação acadêmica de suas crianças e assim poderem, com maior
 propriedade, conversarem com a escola sobre o que e como acreditam que o trabalho
 escolar possa melhorar e como podem contribuir.
         Ao se ouvir – em entrevista citada acima, que um aluno disse para a mãe “não
 sei você quem sabe” intui-se a maneira como a professora da sala desenvolve os
 conteúdos, sua metodologia de trabalho, e que esta não é entendida pelos pais por ser
 específico da profissão professor, então realmente pode-se dizer que é inconcebível
 atribuir à família um papel na educação acadêmica do filho. Por outro lado, outro fato
 que a pesquisa nos aponta é o da família então passar a delegar o ensino acadêmico
 único e exclusivamente à escola, diferente do que a instituição atualmente tende a
 esperar dos pais, já que acredita que o sucesso escolar é resultado também desta
 participação.

 4. Conclusões
        O momento em casa com o laptop provocou reflexões no ambiente familiar
 sobre o uso da tecnologia na educação dos filhos e estas reflexões precisam ser
 ampliadas.
         A participação colaborativa da família na escola não deveria ficar apenas na
 realização de tarefas solicitadas pela escola, se faz necessário descobrir a maneira de
 construir uma relação família escola que se aproxime da igualdade.
         Neste caso, de modelo de uso um para um seria possível dizer que a inclusão
 digital da família sugerida no projeto UCA inicial, pode realmente acontecer, isto se
 entendermos inclusão digital como unicamente acesso a tecnologia. E, quem sabe, com
 ampliação para inclusão digital e social com o trabalho que a escola tem desenvolvido
 com os alunos acabar indo para dentro das casas.
         Felizmente, com a influência do projeto piloto UCA na comunidade escolar e do
 entorno desde 2007, ainda que de modo informal em termos de uma pesquisa e sua
 qualidade, correntemente temos observado que o interesse dos pais a respeito de
 aprender a como usar melhor a tecnologia tem sido ampliado e compartilhado com seus
 filhos (as). Além de que o movimento provocado pelo projeto tem proporcionado uma
 oportunidade única de crescimento na construção de um currículo participativo.
         Faz-se necessário a ampliação das pesquisas acadêmicas sobre a relação família-
 escola incluindo-se o uso de tecnologia móvel, principalmente com a ampliação do
 projeto UCA, já que, com a entrada dos laptops nas escolas, a participação dos atores do
 universo educacional – gestão, professores, alunos e pais, é gradativa, processual e
 dependente da colaboração de todos os envolvidos na busca da real qualidade na
 educação.



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5. Referências
 Câmara dos Deputados. (2008) “Um Computador por Aluno: A experiência brasileira”.
   Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações.
 Carvalho, M.E.P. de. (2004) “Modos de Educação, gênero e relações escola-família”.
   Cadernos de Pesquisa, vol 34, n.121, São Paulo, jan-abr, 2004.
   http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010015742004000100003&script=sci_arttext
   &tlng=es (acesso 06/08/2009)
 _______________.(2000) “Relações entre família e escola e suas implicações de
   gênero”.      Cadernos         de     Pesquisa,    n.110,    São        Paulo.
   http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010015742000000200006&script=sci_arttext
   &tlng=pt (acesso 06/08/2009)
 Franco, J. F.,Vieira, S. M., Rocha, M. E. S., Venâncio, V. 1, Yin, H. T., Ficheman, I. K.,
    Lopes, R. D., (2008). “Uma Experiência de Aprendizagem Colaborativa e
    Interdisciplinar com Suporte de Laptops de Baixo Custo e Kit de Robótica”, In: XIX
    Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE), Workshop IV: Projeto Um
    Computador por Aluno (UCA) – Brasil: panorama, avaliação e perspectivas,
    Fortaleza (CE), 12 a 14 de novembro, 2008
 http://200.169.53.89/download/CD%20congressos/2008/SBIE/workshops/workshop%2
    04/Uma%20Experi%C3%AAncia%20de%20Aprendizagem%20Colaborativa%20e.p
    df
 Franco, J. F.; Cruz, S. R. R., Aquino, M. M. E.; Teles, E. O.; Santiago, M.; Franco, F.F.;
    Ficheman, I. K., Camargo, A. e Lopes, R. D., (2007). “Developing Interactive
    Educational Environments to Stimulate Lifelong Learning”, IADIS CELDA 2007 ~
    Cognition and Exploratory Learning in Digital Age, Algarve, Portugal, 7 - 9
    December 2007.
 Marinho, S.P.(2008) “Implantação, Desenvolvimento do Projeto UCA e o processo nas
   escolas”. Mesa redonda - 2º Encontro sobre os de Laptops na Educação, FGV, Rio de
   Janeiro.
 Pensamento Digital. http://www.pensamentodigital.org.br/?q=node/605 (acesso em
 14/10/2009)
 São Paulo.( 2006) “Projeto Toda Força ao 1º ano: Conversa com os Pais”. Secretaria
   Municipal de Educação, Diretoria de Orientação Técnica. São Paulo.
   http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Documentos/BibliPed/EnsFundMedio/CicloI/To
   f/TofPrimeiroAno_ConversaComPais.pdf
 São Paulo. (2007). “Caderno de Orientações Didáticas Ler e Escrever Tecnologias na
   Educação”. Secretaria Municipal de Educação, Diretoria de Orientação Técnica. São
   Paulo.
   http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Documentos/BibliPed/InfoEduc/caderno_impres
   so.pdf
 Venancio, V.; Telles, E.O.; Franco, J.F.; Aquino, E.; Ficheman, I.K.; Lopes, R.D.
   (2008) “UCA – Um computador por Aluno: um relato dos protagonistas do Piloto de
   São Paulo”. In: XIX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE),



XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
Workshop IV: Projeto Um Computador por Aluno (UCA) – Brasil: panorama,
    avaliação e perspectivas, Fortaleza (CE), 12 a 14 de novembro, 2008.
 Venancio, V.; Ficheman, I.K.; Biazon, L., Yin, H.T.; Martinazzo, A.A.G.; Franco, J.F.;
   Aquino, E.; Lopes, R.D. (2008) “Collaborative Learning Supported by Mini-Robotics
   Kits and Low Cost Laptops”. In: XIX Simpósio Brasileiro de Informática na
   Educação (SBIE), Workshop IV: Projeto Um Computador por Aluno (UCA) –
   Brasil: panorama, avaliação e perspectivas, Fortaleza (CE), 12 a 14 de novembro,
   2008




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Laptops na Escola Pública

  • 1. Comunidade Escolar e os Laptops na Escola Pública: O Olhar dos Pais Valkiria Venancio1, Jorge Ferreira Franco1, 2, Irene Karaguilla Fisheman1, Edna Oliveira Telles2, Roseli de Deus Lopes1 1 Nucleo de Aprendizagem, Trabalho e Entretenimento - Laboratório de Sistemas Integráveis – Escola Politécnica – Universidade de São Paulo (EPUSP) Av. Prof. Luciano Gualberto, 158 - travessa 3 - CEP 05588-000 – São Paulo – SP - Brazil 2 Prefeitura do Municipio de São Paulo – Secretaria Municipal de Educação {venancio,jfranco,irene,roseli}@lsi.usp.br, oliveiratelles@yahoo.com.br Abstract. This article describes a research with parents from a community of a primary school that has participated on the pilot of the project “Um Computador por Aluno” – UCA `One Laptop Per Child` addressing the dichotomy between the family support related to students` scholar education and the expected family support to the work that a school has carried out. With support of the pilot UCA we describe parents` expectation related to their children technical skills development. And we show the contributions that the project UCA has provided to school and its surrounding community. Resumo. Este artigo descreve uma pesquisa realizada com a comunidade de pais da escola piloto do projeto “Um Computador por Aluno” – UCA na perspectiva da dicotomia do apoio familiar à formação escolar dos filhos e o que deles é esperado pela escola. Com o desenvolvimento do UCA relatamos a expectativa dos pais quanto a formação tecnológica nos filhos. Finalizando com a contribuição que o Projeto UCA proporciona à escola e a sua comunidade como um todo. 1. Introdução No Brasil a relação família-escola tem sido pouco pesquisada. No caso da escola pública, diz Carvalho (2000) reconhece-se que os baixos níveis de escolaridade e renda de sua clientela desestimulam tanto a participação dos pais nas reuniões escolares quanto à adoção de deveres de casa. Tradicionalmente a família tem estado por trás do sucesso escolar e tem sido culpada pelo seu fracasso. Carvalho (2000) acrescenta que agora, o modelo de envolvimento dos pais na escola está sendo assimilado no contexto da atual tendência à descentralização da gestão XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
  • 2. educacional e à melhoria da produtividade e qualidade escolar no sistema de ensino público. Assim, no Brasil, a fórmula da relação família-escola seria a seguinte: mais envolvimento dos pais em casa equivale à maior aproveitamento e permanência na escola por parte dos alunos; mais participação dos pais na escola resulta em melhores escolas, afirma Carvalho (2000). Em 2004, Carvalho, após estudo de trabalhos de pesquisadores brasileiros, diz que ao se pensar na parceria desejável família-escola na intenção de melhoria da qualidade escolar se esquece: •Da diversidade de arranjos familiares e as desvantagens materiais e culturais de uma parte considerável das famílias; •Das relações de gênero que estruturam as relações e a divisão de trabalho em casa e na escola. •Que pais/mães tampouco necessitam participar da educação escolar dos/as filhos/as quando estes/as vão bem na escola, e preferem confiar nas professoras e deixar para elas a tarefa de ensinar o currículo escolar. •Que por um lado, as relações entre pais/mães e filhos/as em casa podem ser mais agradáveis e relaxadas quando não envolvem exigências escolares, testes e dever de casa. Por outro lado, para os pais/mães, interessar-se pela educação dos filhos e filhas não significa cuidar apenas da parte acadêmica, isto é, do sucesso escolar, pois a educação, do ponto de vista da família, comporta outros aspectos e dimensões que não estão incluídas no currículo escolar. •Que se há concordância acerca do conteúdo, método e da qualidade do ensino oferecido pela escola, isto é, apoio tácito dos pais/mães, e aprendizagem satisfatória dos filhos/as, isto é, convergência positiva do aproveitamento individual e da eficácia escolar, tudo vai bem nas relações família–escola. Mas, se os resultados são insatisfatórios ou deficientes, seja em termos individuais ou institucionais, ou se há conflitos entre o currículo escolar e a educação doméstica, então há problemas. •Que o modelo tradicional de delegação, a divisão de trabalho educacional entre escola e família era clara: a tarefa da escola era a educação acadêmica, enquanto a da família era a educação doméstica – assim, as professoras não deveriam esperar da família mais do que cuidados físicos e emocionais para que a criança chegasse à escola preparada para aprender o currículo escolar. A tão falada crise da família – divórcios, pais e mães estressados, mães trabalhadoras, mães chefes-de-família sobrecarregadas, falta de tempo (em quantidade e qualidade) para convivência com os/as filhos/as – reduziu seu papel no cuidado físico e emocional, bem como na disciplina social e moral, requerendo das escolas a extensão de seu tradicional papel de instrução acadêmica e cívica a fim de englobar vários aspectos de assistência biopsicossocial. Nesse contexto, é inconcebível atribuir à família um papel na educação acadêmica. •Que parece razoável esperar que os pais/mães sejam parceiros, aliados das professoras, pois desejam o melhor para seus filhos/as – neste caso, o sucesso escolar. Porém, isso supõe certas condições (tempo, valorização da escola, interesse acadêmico, familiaridade com as matérias escolares e habilidades para ensinar o dever XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
  • 3. de casa, por exemplo), de que nem todas as famílias e nem todos os adultos responsáveis por crianças dispõem. Ademais, parceria supõe igualdade, e as relações escola–família são relações de poder em que as/os profissionais da educação (pesquisadoras/es, gestoras/es, especialistas, professoras/es) têm poder sobre os leigos (pais/mães). Ao introduzir-se o projeto “Um Computador por Aluno” – UCA, do Governo Federal na escola pública se propõe uma nova forma de utilização da tecnologia - os conceitos de mobilidade, conectividade, acessibilidade, interatividade e conteúdos, através do modelo um para um; tendo como pilares a melhoria da qualidade na educação e a inclusão digital da família [Marinho, 2008]. Projeto proposto inicialmente pela ONG internacional OLPC (One Laptop Per Child), trazia por objetivo inovar os sistemas de ensino buscando a tão almejada qualidade da educação nos países em desenvolvimento, uma sociedade mais justa e a ampliação dos benefícios do uso desta tecnologia para os não privilegiados [Pensamento Digital]. Atualmente cinco escolas públicas de ensino fundamental, chamadas de pólos piloto do projeto UCA, estão sendo o campo de pesquisa para proposta de avaliação dos laptops educacionais. Estas escolas receberam, segundo relatório da Câmara dos Deputados [2008, p.96], até o presente momento aproximadamente 1390 laptops. Destes 550 unidades do modelo XO da OLPC: 275 para a Escola Estadual de Ensino Fundamental Luciana de Abreu em Porto Alegre/RS e 275 para a Escola Municipal Ernani Silva Bruno situada em São Paulo/SP. No Piloto experimental da cidade de São Paulo, segundo a fala de um educador da escola “este projeto tem propiciado aprimoramentos educacionais, humanos e técnicos”. Com a crescente adesão participativa ao processo de desenvolvimento da experiência educacional protótipo, via consultas informais aos estudantes, educadores, pais e consultas formais através do Conselho de Escola, a comunidade educativa da escola tem compartilhado um ciclo de progresso espiral, incremental e sustentável de construção de conhecimento, com interatividade e colaboração conforme o encadeamento de ações educativas inovadoras individuais e coletivas [Franco, 2007; Franco, 2008; Venancio, 2008]. Tem havido experimentação e integração dos computadores móveis ao desenvolvimento do currículo da escola considerando a função social no uso das tecnologias da informação e da comunicação [São Paulo, 2007]. Isto tem ocorrido, com forte promoção de intercâmbios entre as diversas áreas de conhecimento e de saberes dos vários atores que compõem o universo educacional da unidade (figura 1). XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
  • 4. Figura 1. Encontros entre professores e entre alunos com o uso do laptop. Nesta escola piloto, localizada na periferia da cidade de São Paulo, especificamente o modelo um para um não é uma possibilidade devido ao tamanho da escola e consequente número de alunos, porém devido à gestão organizacional todos os alunos podem utilizar os laptops em forma de rodízio e inclusive levá-los para casa. É sobre este primeiro experimento de “levar o laptop para casa” o relato do qual se trata este artigo, a impressão dos pais de uma segunda série nesta experiência significativa de um final de semana. 2. Da Organização, Metodologia e Resultados obtidos A professora de uma das segundas séries da escola decidiu enviar as máquinas durante um final de semana prolongado – quatro dias para casa dos seus alunos. Seu objetivo “era que a família conhecesse a máquina que as crianças estão utilizando quase todos os dias, pois na última reunião os pais me questionaram muito, perguntando quando as crianças o levariam para a casa” - fala da professora em entrevista. Para tal, os pais deveriam acordar um termo de responsabilidade enviado pela professora e a entrega do laptop à criança só ocorreria mediante a devolução deste, os quais foram todos devolvidos. Ao levar o laptop para casa a tarefa sugerida pela professora era que fosse feito um registro fotográfico/filmagem de momentos familiares com identificação dos mesmos. Após o final de semana em que os laptops passaram nas casas das famílias foi enviado um questionário em que a maioria das perguntas foi respondida pelas mães. O mesmo foi tabulado e aqui se apresenta algumas das respostas obtidas (Figura 2) sobre a credibilidade dos pais, a contribuição da tecnologia na educação dos seus filhos, se a idéia de levar o laptop para casa teria sido interessante, quem mais se interessou em manuseá-lo e quem apresentou mais dificuldade para isso. XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
  • 5. Figura 2. Gráficos resultantes de pesquisa através de questionários aos pais de alunos. Ao serem questionados em relação às possibilidades de aquisição de conhecimento para o entrevistado e para o filho ao levarem os laptops para casa responderam que “sim , porque eu, meu marido e meus filhos pudemos nos reunir e juntos brincamos e descobrimos coisas novas.” “Porque o laptop foi uma novidade , tanto para o aluno como para a família.” “Para meu filho pode ser , para mim foi muito pouco , em razão de pouco uso e de tempo , no qual eu só tinha o domingo para colocar a casa inteira em ordem e atenção aos filhos”. Também foi solicitado que sugerissem e opinassem sobre o como se pode melhorar a educação dos alunos, seus filhos, através da inclusão digital. “A inclusão digital hoje é muito importante na escola, mas infelizmente o ensino ainda é muito fraco, primeiro as crianças tem que aprender a “ler e escrever”, para depois trabalhar no estudo digital. “depende de muita coisa”, principalmente dos professores.” “A minha sugestão é que tenha mais e mais investimento na inclusão digital e nas escolas também, principalmente no ernani silva bruno que eu pai do aluno, já fui aluno também da mesma.” “Eu acho que as escolas deveriam fazer do laptop o uso continuo, mas com matérias da própria escola, como os deveres do dia a dia. Assim eu acho que seria bem mais produtivo, ao mesmo tempo que ele aprende as lições aprende também a utilizar o laptop.” Figura 3. Participação dos pais juntamente com seus filhos em evento ocorrido na escola em 2009. XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
  • 6. Ao retornarem do final de semana foram entrevistados alguns alunos da sala onde se ressalta algumas falas: “Meus pais mexeram pouco, minha mãe queria escrever , ela escreveu um monte de coisas lá, ai eu falei assim? Salva ai mãe ! ela: como que salva? Eu ajudei ela foi na pasta, eu disse: ai ó... ta quente (risos);ai ela falou : o que eu escrevo aqui ? eu disse: não sei você quem sabe!” “Levei na sexta , eu cheguei em casa meu cachorro veio em cima de mim , pois ele fica feliz quando chego e quase me derrubou, eu coloquei o lap em cima da mesa e fui para o banheiro, quando voltei minha irmã estava mexendo, não sei como, eu tinha deixado em meu caderno como mexia ela viu e abriu , então quando sai do banheiro ela estava assim: (aluno fez gestos imitando a irmã e sorriu).” 3. Reflexões parciais Observa-se que a grande maioria dos pais considera importante a utilização do laptop na educação dos seus filhos e mais ainda levá-lo para casa, despertando o interesse de toda a família, inclusive dos vizinhos, o que nos aponta que este pode ser sim um caminho interessante na inclusão digital da comunidade do entorno da escola. Outro aspecto que se pode considerar é também o de maior interação entre o trabalho acadêmico desenvolvido pela escola e os pais, levando, desta maneira, para dentro das casas novos aspectos, principalmente às comunidades carentes. Devido ao corrente baixo nível de escolaridade e acessibilidade a outros meios informacionais, os projetos da escola poderiam ter continuidade em casa e elevar a relevância do projeto UCA em termos de propiciar e dar suporte técnico a momentos de interação familiar com base em desenvolvimento de conhecimentos científicos, artísticos, culturais e técnicos. Outra observação é que quem mais apresentou dificuldade no uso do laptop foram as mães, talvez por questões de tempo e de uso, como disse uma delas relatando sua responsabilidade com os afazeres domésticos, o que reforça e legitima as relações de gênero e divisão do trabalho em casa. Diferentemente do que aconteceu com a irmã de um dos alunos que sozinha conseguiu utilizar o XO – para quem desconhece, seu uso é diferente dos demais laptops educacionais no que se refere a ligá-lo, ao sistema operacional e a interface diferenciada dos modelos existentes na Ernani (Figura 4), provocando certa desconfiança do irmão. Figura 4. Imagens do XO. Quando das sugestões e opiniões dos pais no questionário pode-se notar também certa discordância acerca do conteúdo, metodologia e qualidade do que vem sendo desenvolvido pela escola ao ser colocado por um pai/mãe que primeiro as crianças XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
  • 7. precisam aprender a ler e escrever antes de usar a tecnologia, já outro diz que este trabalho deva ser realizado concomitantemente. Tais opiniões demonstra-nos que há desacordo entre os próprios pais sobre a credibilidade no trabalho da escola. E que parece não ser questionado abertamente, refletindo a relação da família com a escola, a relação de poder entre especialistas e leigos. No entanto, o fato dos laptops serem levados para casa com finalidade pedagógica pode ampliar a visão dos pais, principalmente daqueles que não dispõe de condições de acompanhar a vida escolar do filho, sobre a real educação acadêmica de suas crianças e assim poderem, com maior propriedade, conversarem com a escola sobre o que e como acreditam que o trabalho escolar possa melhorar e como podem contribuir. Ao se ouvir – em entrevista citada acima, que um aluno disse para a mãe “não sei você quem sabe” intui-se a maneira como a professora da sala desenvolve os conteúdos, sua metodologia de trabalho, e que esta não é entendida pelos pais por ser específico da profissão professor, então realmente pode-se dizer que é inconcebível atribuir à família um papel na educação acadêmica do filho. Por outro lado, outro fato que a pesquisa nos aponta é o da família então passar a delegar o ensino acadêmico único e exclusivamente à escola, diferente do que a instituição atualmente tende a esperar dos pais, já que acredita que o sucesso escolar é resultado também desta participação. 4. Conclusões O momento em casa com o laptop provocou reflexões no ambiente familiar sobre o uso da tecnologia na educação dos filhos e estas reflexões precisam ser ampliadas. A participação colaborativa da família na escola não deveria ficar apenas na realização de tarefas solicitadas pela escola, se faz necessário descobrir a maneira de construir uma relação família escola que se aproxime da igualdade. Neste caso, de modelo de uso um para um seria possível dizer que a inclusão digital da família sugerida no projeto UCA inicial, pode realmente acontecer, isto se entendermos inclusão digital como unicamente acesso a tecnologia. E, quem sabe, com ampliação para inclusão digital e social com o trabalho que a escola tem desenvolvido com os alunos acabar indo para dentro das casas. Felizmente, com a influência do projeto piloto UCA na comunidade escolar e do entorno desde 2007, ainda que de modo informal em termos de uma pesquisa e sua qualidade, correntemente temos observado que o interesse dos pais a respeito de aprender a como usar melhor a tecnologia tem sido ampliado e compartilhado com seus filhos (as). Além de que o movimento provocado pelo projeto tem proporcionado uma oportunidade única de crescimento na construção de um currículo participativo. Faz-se necessário a ampliação das pesquisas acadêmicas sobre a relação família- escola incluindo-se o uso de tecnologia móvel, principalmente com a ampliação do projeto UCA, já que, com a entrada dos laptops nas escolas, a participação dos atores do universo educacional – gestão, professores, alunos e pais, é gradativa, processual e dependente da colaboração de todos os envolvidos na busca da real qualidade na educação. XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
  • 8. 5. Referências Câmara dos Deputados. (2008) “Um Computador por Aluno: A experiência brasileira”. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações. Carvalho, M.E.P. de. (2004) “Modos de Educação, gênero e relações escola-família”. Cadernos de Pesquisa, vol 34, n.121, São Paulo, jan-abr, 2004. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010015742004000100003&script=sci_arttext &tlng=es (acesso 06/08/2009) _______________.(2000) “Relações entre família e escola e suas implicações de gênero”. Cadernos de Pesquisa, n.110, São Paulo. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010015742000000200006&script=sci_arttext &tlng=pt (acesso 06/08/2009) Franco, J. F.,Vieira, S. M., Rocha, M. E. S., Venâncio, V. 1, Yin, H. T., Ficheman, I. K., Lopes, R. D., (2008). “Uma Experiência de Aprendizagem Colaborativa e Interdisciplinar com Suporte de Laptops de Baixo Custo e Kit de Robótica”, In: XIX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE), Workshop IV: Projeto Um Computador por Aluno (UCA) – Brasil: panorama, avaliação e perspectivas, Fortaleza (CE), 12 a 14 de novembro, 2008 http://200.169.53.89/download/CD%20congressos/2008/SBIE/workshops/workshop%2 04/Uma%20Experi%C3%AAncia%20de%20Aprendizagem%20Colaborativa%20e.p df Franco, J. F.; Cruz, S. R. R., Aquino, M. M. E.; Teles, E. O.; Santiago, M.; Franco, F.F.; Ficheman, I. K., Camargo, A. e Lopes, R. D., (2007). “Developing Interactive Educational Environments to Stimulate Lifelong Learning”, IADIS CELDA 2007 ~ Cognition and Exploratory Learning in Digital Age, Algarve, Portugal, 7 - 9 December 2007. Marinho, S.P.(2008) “Implantação, Desenvolvimento do Projeto UCA e o processo nas escolas”. Mesa redonda - 2º Encontro sobre os de Laptops na Educação, FGV, Rio de Janeiro. Pensamento Digital. http://www.pensamentodigital.org.br/?q=node/605 (acesso em 14/10/2009) São Paulo.( 2006) “Projeto Toda Força ao 1º ano: Conversa com os Pais”. Secretaria Municipal de Educação, Diretoria de Orientação Técnica. São Paulo. http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Documentos/BibliPed/EnsFundMedio/CicloI/To f/TofPrimeiroAno_ConversaComPais.pdf São Paulo. (2007). “Caderno de Orientações Didáticas Ler e Escrever Tecnologias na Educação”. Secretaria Municipal de Educação, Diretoria de Orientação Técnica. São Paulo. http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Documentos/BibliPed/InfoEduc/caderno_impres so.pdf Venancio, V.; Telles, E.O.; Franco, J.F.; Aquino, E.; Ficheman, I.K.; Lopes, R.D. (2008) “UCA – Um computador por Aluno: um relato dos protagonistas do Piloto de São Paulo”. In: XIX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE), XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
  • 9. Workshop IV: Projeto Um Computador por Aluno (UCA) – Brasil: panorama, avaliação e perspectivas, Fortaleza (CE), 12 a 14 de novembro, 2008. Venancio, V.; Ficheman, I.K.; Biazon, L., Yin, H.T.; Martinazzo, A.A.G.; Franco, J.F.; Aquino, E.; Lopes, R.D. (2008) “Collaborative Learning Supported by Mini-Robotics Kits and Low Cost Laptops”. In: XIX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE), Workshop IV: Projeto Um Computador por Aluno (UCA) – Brasil: panorama, avaliação e perspectivas, Fortaleza (CE), 12 a 14 de novembro, 2008 XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301