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A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
Mestre e Doutorando em Ciências da Religião (PUC-Go),
Licenciado em Pedagogia e História (UVA-Ce), Bacharel em
Teologia (FACETEN-Ro), Licenciando em Matemática (UNIFAN-
Go). Docente no Curso de Licenciatura em Pedagogia (FANAP-
Go) e Bacharelado em Teologia (SPBC-Go).
Em um dos seus artigos intitulado “Cultura, culturas e educação”
(2003), Veiga-Neto disserta sobre as possíveis relações existentes entre
cultura e educação. Segundo o autor, tratar sobre estes assuntos não é
tarefa simples de realizar visto que tais vocábulos estão envolvidos por
uma complexa teia conceitual, na qual não há unanimidade.1
Contudo, apesar dos embates conceituais, a questão do valor da
cultura, como elemento importante para a análise dos fenômenos sociais,
tem se mostrado relevante na problematização de questões de caráter
especificamente educacional e pedagógico.
Tal ênfase na cultura, como fator preponderante à análise das
questões educativas, se dá, segundo Hall (apud VEIGA-NETO, 2003, p.
6), não pelo entendimento que a cultura seja um elemento central ou que
ela ocupe uma posição singular e de destaque, todavia porque ela
perpassa todas as construções e relações e as representações das
mesmas.
E foi neste contexto, de reflexões sobre a educação como
atividade humana e as suas mais variadas formas de existir nos espaços
sociais e sua relação com a cultura, que o sociólogo francês Pierre
Bourdieu deu sua contribuição à educação.
Nascido em 1930, em uma família na qual seu pai exerceu o
trabalho de carteiro durante toda a sua vida e sua mãe era oriunda de
uma família camponesa abastada, Bourdieu experimentou em seu próprio
círculo familiar as tensões existentes na macro realidade social, visto que
1
Por exemplo, segundo Wilhiams (1992, p. 3), a cultura seria um conjunto de
significações através das quais certa ordem social é comunicada, reproduzida,
vivenciada e estudada.
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
a família de sua mãe considerava a união de seus pais como desastrosa
(PEREIRA, s.a., p. 11).
Em tal conjuntura familiar, a história pessoal de Bourdieu e sua
caminhada acadêmica evidenciam o quanto este sociólogo teve que
superar os condicionantes históricos e sociais até completar sua formação
intelectual e ser projetado como um dos pensadores mais relevantes de
nossa época.
Segundo Pereira, após seus estudos no ensino médio, Bourdieu
seguiu seus estudos no Liceu Loius Le-Grand,2
o qual era uma das
importantes e tradicionais instituições educacionais de Paris. Neste
espaço acadêmico iniciou seus estudos em filosofia no ano de 1951 e
graduou-se em 1964.
Após este período, Bourdieu prestou serviço militar na Argélia.3
E,
segundo Wacquant, é neste contexto conflitual que Bourdieu passa por
um processo de conversão da filosofia para à sociologia.
Essa vivência imediata das dolorosas realidades
das guerras travadas pela França contra o
nacionalismo argelino mudou o destino intelectual
de Bourdieu para sempre: a experiência despertou
seu interesse pela sociedade argelina, de um
ponto de vista político e científico social (apud
PEREIRA, s.a., p. 12).
Segundo Nogueira, a contribuição de Bourdieu se deu
especialmente em suas pesquisas e teorizações sobre os mecanismos
das relações de poder no campo cultural.
[...] Os estudos produzidos por ele são hoje
referências, dada a fertilidade de instrumentos
conceituais para a compreensão das estratégias
de reprodução da sociedade, das lutas simbólicas
travadas pela apropriação de bens que, no plano
cultural, são realizadas por agentes sociais
visando ao monopólio da competência e poder [...]
(2011, p. 68).
2
Mesmo diante de uma condição social desfavorável, Bourdieu destacou-se nos estudos
por seu esforço. Tal espírito aplicado foi reconhecido por meio de uma bolsa de estudos
para o ensino médio.
3
Neste período a Argélia lutava por sua independência, visto ser uma colônia francesa.
Bourdieu publicou o livro Sociologie de L’Algerie (1958), no qual evidencia que os
argelinos haviam sido espoliados dos seus bens pela lei Warnier, de 1873. Esta lei
permitia que os franceses tomassem terras dos argelinos e vendessem a imigrantes.
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
Desta nova postura diante dos fenômenos sociais, Bourdieu
elaborou profícua literatura na qual seus conceitos e análises dos
movimentos de seu tempo se fazem presentes. E dos muitos temas
abordados por Bourdieu em seus livros,4
artigos e palestras, a educação
desponta com singular destaque.
Este “propósito obstinado de desvendar, de maneira fértil, os
mecanismos de poder que permeiam as intrincadas redes de relações
sociais” (GUIMARÃES, 2002, p. 86), conduziu Bourdieu a realizar
análises críticas à educação tendo como foco as relações de poder
oriundas do complexo mundo do capital cultural e sua relação direta com
o êxito e reprovação no sistema educacional.
Na obra “Escritos de educação” (1998), Nogueira e Catani
apresentam alguns textos nos quais Bourdieu analisa a educação sob o
viés das desigualdades sociais. Nestes, tal autor apresenta a tese na qual
o sistema escolar, longe de ser um fator de mobilidade social, é
representado como um dos componentes sociais mais eficazes na tarefa
de perpetuação das relações sociais de poder.
E a justificativa para isto, segundo Bourdieu, é que o sistema
escolar oferece toda aparência e argumentos legitimadores das
diferenças sociais, além do que, confirma a herança cultural, e o status
social é posto como pertencente à esfera do natural (BOURDIEU apud
NOGUEIRA, CATANI, 1998, p. 41).
Estas diferenças, contudo, não são nem primárias, nem
unicamente reforçadas pelo sistema escolar. O primeiro espaço social no
qual os indivíduos são postos em diferenciação como outra coletividade é
a família. Segundo Bourdieu,
Na realidade, cada família transmite a seus filhos
mais por vias indiretas que diretas, um certo
capital cultural
5
e um certo ethos, sistema de
4
Uma de suas primeiras obras foi Lês Héritiers, lês Édudiants et l aculture, escrito
juntamente com Jean-Claude Passeron (CATANI, s.a., p.17).
5
Para Bourdieu o capital cultural está presente na vida dos indivíduos sob três formas:
no estado incorporado sua presença se mostra por meio das disposições duráveis do
organismo, presentes nos gostos, na habilidade maior ou menor de verbalização ou
escrita da língua culta e nas infirmações sobre o mundo escolar. Tais caracteres na vida
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
valores implícitos e profundamente interiorizados
que contribuem para definir, entre coisas, as
atitudes face ao capital cultural
6
e à instituição
escolar. A herança cultural, que difere, sob dois
aspectos, segundo as classes sociais, é a
responsável pela diferença inicial das crianças
diante da experiência escolar e,
consequentemente, pelas taxas de êxito (apud
NOGUEIRA, CATANI, 1998, p. 41,42).
Nessas palavras fica evidente o quanto Bourdieu atribui valor
significativo à cultura como forma tanto de identificação de uma
coletividade, como, também, de perpetuação das estruturas vigentes de
êxito na vida.
Sendo assim, presente e fomentada tanto na família como no
sistema escolar, para Bourdieu a cultura seria o conjunto complexo de
significações7
que, por sua hierarquização e relação direta com
determinada classe social, estão distribuídas de forma desigual pelos
agentes sociais, dentro da estrutura social desejável por estes.
Nesta realidade social,8
o aspecto valorativo destas significações
tornam-se meio através do qual as classificações e hierarquizações
sociais se fazem e se perpetuam. E, segundo Almeida (s.a., p. 46) “para
Bourdieu, a classificação dos valores é objeto de uma luta entre grupos
sociais que ocupam posições diferentes num espaço social
hierarquizado”. Ou seja, quanto mais um grupo social engendra meios
para que suas práticas, criações, formação e conceitos sejam valorizados,
ainda mais ele alcançará eficácia na elevação de seus status quo diante
de uma coletividade.
dos indivíduos atual de maneira marcante no delineamento do futuro acadêmico. No
estado objetivado, este capital cultural se evidencia na posse de bens culturais tais
como livros, artefatos antigos, instrumentos musicais, esculturas, pinturas etc. Por fim,
no estado institucionalizado, o capital cultural materializa-se através da posse dos
diplomas escolares. Contudo, as qualificações e status conferidos por estes diplomas
dependem de quem os chancela.
6
Para Bourdieu, em sua estrutura de análise das relações de poder, o conceito de
capital cultural emerge da necessidade de se entender as discrepâncias do desempenho
escolar existente entre indivíduos provindos de diferentes grupos sociais. Em sua
teorização sociológica no campo educacional, tal escritor põe em relevo o fator cultural
como elemento significativo na construção e legitimação das desigualdades escolares.
7
Estas significações dizem respeito especialmente à questão simbólica, uma vez que as
relações de poder se efetuam por meios da subjetividade humana.
8
Ou seja, a relação existente entre as significações, hierarquização e desigualdades
sociais.
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
Segundo Almeida,
[...] A luta em torno dos valores é, assim, uma das
mais fundamentais lutas sociais, pois o que está
em jogo nela são os princípios de ordenamento
dos privilégios e da distribuição das riquezas
materiais e simbólicas coletivamente produzidas
numa dada sociedade que, como se sabe, são
orientadas pela percepção legítima do correto, do
bom e do justo, num momento preciso do tempo.
Na visão bourdieusiana, o grupo que vence a luta
pela definição dos valores legítimos consegue
impor para o conjunto da sociedade uma
justificativa moral para a sua própria posição
dominante. Isto significa que a partir daí a
distribuição dos bens tende a ser julgada como
boa ou má pelos critérios que esse grupo define
como sendo pertinentes e relevantes. Os valores
podem, então, se constituir em instrumentos de
dominação e, assim, relações de opressão e de
exploração podem ser disfarçadas, passando a
ser percebidas como princípios de distinção e
hierarquização naturais, isto é, inscritos naquilo
que é percebido como a ordem natural das coisas
(s. a., p. 47).
Este ocultamento das relações de opressão e exploração, além
de ser fomentado no seio familiar e por meio das instituições religiosas,
encontra sua materialização orgânica e socialmente justiçada e legitimada
nos estabelecimentos de ensino, onde se supõe existir a seleção natural
de tudo aquilo que os indivíduos precisam saber e obter como princípios
morais e éticos e habilidades.
Tal escolarização obrigatória, sob a égide da busca do bem
comum e elevação do nível cultural do povo, camufla perversamente os
conflitos sociais existentes na sociedade, na medida em que incute nos
educandos os valores da classe dominante sem, contudo, dar-lhes as
condições necessárias para alcançar tais valores.
Este é o caso da supervalorização concedida aos cursos de
medicina, direito e engenharia, culturalmente reconhecidos como
símbolos de status, e que estão à disposição de apenas uma pequena
parcela da população brasileira que tem o capital financeiro adequado
para se formar em tais especialidades.
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
Embora ser ensinada a valorizar determinadas áreas do saber e
campos de trabalho, a maior parte da população brasileira não possui
recursos suficientes para conceder aos seus filhos uma boa formação no
ensino fundamental e médio, ao ponto de torná-los adequadamente
competitivos como aqueles outros jovens da classe média e alta.
Neste contexto, ideologicamente é repassado o valor da classe
dominante e a aparente oferta igualitária de aceso ao conhecimento.
Contudo, as condições reais de acesso a esse capital cultural, de fato,
são parcos e, em certas situações, quase nulas. Além do que, parte
significativa deste também se herda e aprende no recesso do lar.
E somada a esta questão, aqueles que conseguem adentrar ao
nível superior de ensino,9
naqueles cursos ideologicamente valorizados,
ao término dos estudos, padecem do constrangimento público10
de não
possuírem a chancela deste ou daquele estabelecimento de ensino
superior reconhecido socialmente pela classe dominante.11
Por esta conjuntura fica evidente que o sistema educacional não é
neutro. Este está comprometido como determinada classe social, que ao
mesmo tempo incute seus valores às massas e lhes restringe as
condições mais básicas de ascensão social.
Contudo, de tudo que foi exposto, não se deve concluir que o
pensamento de Bourdieu tende a um fatalismo sociológico ou um
9
O contexto educacional brasileiro nestes últimos anos tem passado por significativa
mudança. A participação de recursos privados na esfera do ensino superior, o acesso ao
crédito educativo e outras formas de subsídios ao estudo universitário têm viabilizado a
presença cada vez maior de uma parcela significativa da população brasileira nas
universidades. Contudo, tal oferta de escolarização superior muitas vezes não vem
acompanhada de reconhecimento público, dada a falta de qualificação destas
instituições, reconhecimento diante do MEC e tradição na área de pesquisa e formação.
10
Analisando o pensamento de Bourdieu, Almeida (s.a., p. 48) afirma que a produção e
justificação das hierarquias sociais se dão pela distribuição de certificados, os quais
atestam o alto valor da pessoa que os possui e que diminuem, no mesmo movimento, o
valor daqueles que não os detém.
11
Contudo, para Bourdieu (1998, p. 136), o capital cultural não dá, necessariamente,
acesso ao campo de trabalho, a uma nova posição social ou reconhecimento público. Ou
seja, um diploma só terá força se seu detentor possuir, concomitantemente, um capital
social capaz de pô-lo em evidência e alavancar sua inserção no campo de trabalho. Isto
torna ainda mais difícil, aquele que veio dos estrados mais baixos da sociedade, receber
reconhecimento de certos círculos sociais.
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
determinismo histórico. Embora Considerar a escola como pertencente à
esfera das relações de poder, o pensamento bourdieusiano vê no espaço
escolar um ponto de tensão contínuo, no qual a subversão torna-se
possível e a transformação histórica palpável.
Tal afirmação justifica-se, pois para Bourdieu todos os espaços
socais estão em contínua tensão. Os vários indivíduos de um dado campo
estão em constantes conflitos pelo capital cultural e social, e os campos
igualmente se imbricam através da busca por reafirmarem seus interesses
e valores. Isto, aplicado ao espaço escolar, aponta para o fato que as
contradições no sistema de ensino podem ser meios conducentes para
mudanças, tanto em sua esfera de influência e ação, bem como, também,
no espaço social para além de seus muros institucionais.
Sendo assim, pode-se concluir que as instituições escolares são
aparelhos reacionários envolvidos em uma contínua tensão entre aquilo
que o poder hegemônico deseja perpetuar e aquela realidade
transformadora que advém de uma prática educativa e pedagógica
reflexiva a respeito das relações de poder, dominação e reprodução das
subjetividades e objetividades históricas.
Este sistema de coisas é indicado por Bourdieu como sendo a
autonomia relativa do sistema de ensino (NOGUEIRA, CATANI, 1998, p.
134). De tal expressão fica em relevo que a educação formal sempre está
associada às relações de poder, à valorização do capital cultural de uma
determinada coletividade de status elevado, às necessidades do mercado
etc.
Todavia, em meio às tensões resultantes dos interesses que
estão para além das prioridades da educação reflexiva e libertária, o
espaço escolar pode ser um local democrático no qual os alunos podem
ser valorizados como sujeitos que potencialmente podem romper com as
amarras do sistema de alienação e abrir novas possiblidades de ser, ter e
produzir no mundo. Segundo Catani,
De acordo com Bourdieu, exatamente porque conhecemos as leis de reprodução – as
formas pelas quais ele se efetiva – é que passamos a ter alguma possiblidade de
minimizar os efeitos da ação reprodutora da instituição escolar (s.a., p. 18).
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
Nisto, então, aos sujeitos da instituição caberia o papel de, com
lucidez,12
trabalhar a fim de que os jovens das classes não privilegiadas
com o capital cultural legitimado, desde o seu nascimento, venham a
obter mais êxito na vida escolar. Ou seja, minimizar tanto a ação
reprodutora da escola, como também as consequências desta
reprodução, nas quais aqueles que já possuem capital cultural valorizado
pelas elites tendem alcançar maior êxito nos estudos e no campo de
trabalho.
Tal prática deve ocorrer, dentre outros momentos do processo
educativo, na avaliação, pois é por esta que o sistema educacional toma
para si a complexa e suspeita tarefa de considerar qualificados ou
desqualificados os indivíduos, a partir de um conjunto de ações,
habilidades intelectuais e conhecimentos que foram previamente
delineados por uma classe seleta de pessoas que já possuem desde o
nascimento estes elementos fazendo parte de suas vidas.
Delineando o pensamento de Bourdieu, Nogueira e Nogueira
dizem:
[...] Ocorre que o sistema escolar, consciente ou
inconscientemente, ao avaliar e proferir seus
julgamentos, leva em conta, tanto a cultura, a
relação que os alunos têm com ela, ou seja, o
modo de aquisição e de uso da cultura legítima,
mas especificamente, a escola reproduziria, a seu
modo, a distinção entre os dois modos básicos de
se relacionar com a cultura: um primeiro,
desvalorizado, se expressaria na figura do aluno
esforçado, estudioso, que busca compensar sua
distância em relação à cultura legítima mediante
uma dedicação tenaz às atividades escolares; e
um segundo, valorizado, representado pelo aluno
tido como brilhante, original, talentoso, desenvolto,
muitas vezes precoce, que atende às exigências
da escola sem exibir traços de um esforço
laborioso ou tenso. O sistema de ensino,
sobretudo nos seus ramos mais elevados,
consagraria e cobraria dos alunos essa segunda
postura. (s.a., p. 40, 41).
12
Esta lucidez implica na falta de ilusões quanto à possibilidade de tornar a escola um
lugar neutro e isento de toda e qualquer influência das classes dominantes e, portanto,
das relações de poder. A realidade de que os espaços geográficos e os prédios
institucionais são também lugares sociais nos quais grupos humanos estão em continua
interação e luta pelo poder torna inevitável que a escola também esteja envolta pela
mesma conjuntura.
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
Por tal análise fica evidente o grande desafio que o sistema
escolar tem diante de si. A separação, discriminação e qualificação dos
indivíduos, tendo como base certos aspectos culturais elitistas, tornam o
processo educativo um esquema mau, de cartas marcadas e chancelado
por aqueles que deveriam usá-lo como forma de libertação das marras
sociais injustas e condicionantes.
Portanto, para que tal conjuntura seja modificada, tomando-se
como referência a questão avaliativa, é preciso, primeiramente, que os
educadores tenham consciência a respeito das questões ideológicas e
relações de poder que subjazem à escolha dos elementos culturais
(conhecimentos, habilidades, disposições etc.) a serem transmitidos e
reforçados pelo sistema de ensino.
Em segundo lugar, é necessário que aqueles que possuem a
tarefa de avaliar o grau de rendimento e absorção do capital cultural
legitimado, tenham sensibilidade para usar o processo de avaliação como
meio de estímulo às qualidades individuais, valorizem o capital cultural
que cada sujeito trás para a sala de aula e considerem atentamente que
este capital incorporado desde a infância, ou a sua falta, influencia
diretamente tanto no processo ensino-aprendizagem como na ação
avaliativa, visto que os indivíduos tendem a obterem melhores
desempenhos naquilo com o qual já estão familiarizados.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ana Maria F. Valores e luta simbólica. In. Bourdieu: ética e
valores. s.a.
BOURDIEU, Pierre. Gostos e estilo de vida. In. Ortiz (org.). São Paulo:
Editora Ática, 1994.
_________. Questões em sociologia. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero
Limitada, 1983.
_________. A gênese dos conceitos de habitus e campos. In: o poder
simbólico. Rio de Janeiro: Bertrande, 1998, p. 133 a 162.
A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU
Israel Serique dos Santos
_________. Economia das trocas simbólicas. São Paulo: Editora
Perspectiva, 1987.
CEVASCO, Maria Lisa. Dez lições sobre estudos culturais. São Paulo:
Bom Tempo Editora, 2008.
GUIMARÃES, M. T. C. A fertilidade da produção sociológica de Bourdieu
para as ciências sociais na educação. In: Dalva Rosa e Vanilton Camilo
de Souza (Org.). Didática e práticas de ensino: interfaces com diferentes
saberes e lugares formativos. 1º Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 85-
101.
NOGUEIRA, Maria Alice, CATANI, Afrânio (Orgs.). Escritos de educação.
Petrópolis: Vozes, 1998.
NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Orgs.). Escritos de educação, 3º edição,
Petrópolis: Vozes, 2001.
NOGUEIRA, Maria Alice; NOGUEIRA, Marques M. Revista Educação:
Especial biblioteca do Professor – Bourdieu pensa a educação. Um
arbítrio cultural dominante. s.a, p. 36-45.
PEREIRA, Gilson Medeiros. A improvável trajetória de um sociólogo
enervante. Revista Educação: Especial biblioteca do Professor. s.a., p. 6-
15.
WILHIAMS, Raymond. Com vistas a uma sociologia da cultura. In cultura.
Rio de Janeiro: Paz e terra, 1992.
VEIGA-NETO, Alfredo. Cultura, culturas e educação. In: revista brasileira
de educação. Maio/Jun/Jul/Ago. nº 23, Campinas: editora Autores
Associados, 2003, p. 5-15.

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A relação entre cultura, educação e capital cultural em Bourdieu

  • 1. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos Mestre e Doutorando em Ciências da Religião (PUC-Go), Licenciado em Pedagogia e História (UVA-Ce), Bacharel em Teologia (FACETEN-Ro), Licenciando em Matemática (UNIFAN- Go). Docente no Curso de Licenciatura em Pedagogia (FANAP- Go) e Bacharelado em Teologia (SPBC-Go). Em um dos seus artigos intitulado “Cultura, culturas e educação” (2003), Veiga-Neto disserta sobre as possíveis relações existentes entre cultura e educação. Segundo o autor, tratar sobre estes assuntos não é tarefa simples de realizar visto que tais vocábulos estão envolvidos por uma complexa teia conceitual, na qual não há unanimidade.1 Contudo, apesar dos embates conceituais, a questão do valor da cultura, como elemento importante para a análise dos fenômenos sociais, tem se mostrado relevante na problematização de questões de caráter especificamente educacional e pedagógico. Tal ênfase na cultura, como fator preponderante à análise das questões educativas, se dá, segundo Hall (apud VEIGA-NETO, 2003, p. 6), não pelo entendimento que a cultura seja um elemento central ou que ela ocupe uma posição singular e de destaque, todavia porque ela perpassa todas as construções e relações e as representações das mesmas. E foi neste contexto, de reflexões sobre a educação como atividade humana e as suas mais variadas formas de existir nos espaços sociais e sua relação com a cultura, que o sociólogo francês Pierre Bourdieu deu sua contribuição à educação. Nascido em 1930, em uma família na qual seu pai exerceu o trabalho de carteiro durante toda a sua vida e sua mãe era oriunda de uma família camponesa abastada, Bourdieu experimentou em seu próprio círculo familiar as tensões existentes na macro realidade social, visto que 1 Por exemplo, segundo Wilhiams (1992, p. 3), a cultura seria um conjunto de significações através das quais certa ordem social é comunicada, reproduzida, vivenciada e estudada.
  • 2. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos a família de sua mãe considerava a união de seus pais como desastrosa (PEREIRA, s.a., p. 11). Em tal conjuntura familiar, a história pessoal de Bourdieu e sua caminhada acadêmica evidenciam o quanto este sociólogo teve que superar os condicionantes históricos e sociais até completar sua formação intelectual e ser projetado como um dos pensadores mais relevantes de nossa época. Segundo Pereira, após seus estudos no ensino médio, Bourdieu seguiu seus estudos no Liceu Loius Le-Grand,2 o qual era uma das importantes e tradicionais instituições educacionais de Paris. Neste espaço acadêmico iniciou seus estudos em filosofia no ano de 1951 e graduou-se em 1964. Após este período, Bourdieu prestou serviço militar na Argélia.3 E, segundo Wacquant, é neste contexto conflitual que Bourdieu passa por um processo de conversão da filosofia para à sociologia. Essa vivência imediata das dolorosas realidades das guerras travadas pela França contra o nacionalismo argelino mudou o destino intelectual de Bourdieu para sempre: a experiência despertou seu interesse pela sociedade argelina, de um ponto de vista político e científico social (apud PEREIRA, s.a., p. 12). Segundo Nogueira, a contribuição de Bourdieu se deu especialmente em suas pesquisas e teorizações sobre os mecanismos das relações de poder no campo cultural. [...] Os estudos produzidos por ele são hoje referências, dada a fertilidade de instrumentos conceituais para a compreensão das estratégias de reprodução da sociedade, das lutas simbólicas travadas pela apropriação de bens que, no plano cultural, são realizadas por agentes sociais visando ao monopólio da competência e poder [...] (2011, p. 68). 2 Mesmo diante de uma condição social desfavorável, Bourdieu destacou-se nos estudos por seu esforço. Tal espírito aplicado foi reconhecido por meio de uma bolsa de estudos para o ensino médio. 3 Neste período a Argélia lutava por sua independência, visto ser uma colônia francesa. Bourdieu publicou o livro Sociologie de L’Algerie (1958), no qual evidencia que os argelinos haviam sido espoliados dos seus bens pela lei Warnier, de 1873. Esta lei permitia que os franceses tomassem terras dos argelinos e vendessem a imigrantes.
  • 3. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos Desta nova postura diante dos fenômenos sociais, Bourdieu elaborou profícua literatura na qual seus conceitos e análises dos movimentos de seu tempo se fazem presentes. E dos muitos temas abordados por Bourdieu em seus livros,4 artigos e palestras, a educação desponta com singular destaque. Este “propósito obstinado de desvendar, de maneira fértil, os mecanismos de poder que permeiam as intrincadas redes de relações sociais” (GUIMARÃES, 2002, p. 86), conduziu Bourdieu a realizar análises críticas à educação tendo como foco as relações de poder oriundas do complexo mundo do capital cultural e sua relação direta com o êxito e reprovação no sistema educacional. Na obra “Escritos de educação” (1998), Nogueira e Catani apresentam alguns textos nos quais Bourdieu analisa a educação sob o viés das desigualdades sociais. Nestes, tal autor apresenta a tese na qual o sistema escolar, longe de ser um fator de mobilidade social, é representado como um dos componentes sociais mais eficazes na tarefa de perpetuação das relações sociais de poder. E a justificativa para isto, segundo Bourdieu, é que o sistema escolar oferece toda aparência e argumentos legitimadores das diferenças sociais, além do que, confirma a herança cultural, e o status social é posto como pertencente à esfera do natural (BOURDIEU apud NOGUEIRA, CATANI, 1998, p. 41). Estas diferenças, contudo, não são nem primárias, nem unicamente reforçadas pelo sistema escolar. O primeiro espaço social no qual os indivíduos são postos em diferenciação como outra coletividade é a família. Segundo Bourdieu, Na realidade, cada família transmite a seus filhos mais por vias indiretas que diretas, um certo capital cultural 5 e um certo ethos, sistema de 4 Uma de suas primeiras obras foi Lês Héritiers, lês Édudiants et l aculture, escrito juntamente com Jean-Claude Passeron (CATANI, s.a., p.17). 5 Para Bourdieu o capital cultural está presente na vida dos indivíduos sob três formas: no estado incorporado sua presença se mostra por meio das disposições duráveis do organismo, presentes nos gostos, na habilidade maior ou menor de verbalização ou escrita da língua culta e nas infirmações sobre o mundo escolar. Tais caracteres na vida
  • 4. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos valores implícitos e profundamente interiorizados que contribuem para definir, entre coisas, as atitudes face ao capital cultural 6 e à instituição escolar. A herança cultural, que difere, sob dois aspectos, segundo as classes sociais, é a responsável pela diferença inicial das crianças diante da experiência escolar e, consequentemente, pelas taxas de êxito (apud NOGUEIRA, CATANI, 1998, p. 41,42). Nessas palavras fica evidente o quanto Bourdieu atribui valor significativo à cultura como forma tanto de identificação de uma coletividade, como, também, de perpetuação das estruturas vigentes de êxito na vida. Sendo assim, presente e fomentada tanto na família como no sistema escolar, para Bourdieu a cultura seria o conjunto complexo de significações7 que, por sua hierarquização e relação direta com determinada classe social, estão distribuídas de forma desigual pelos agentes sociais, dentro da estrutura social desejável por estes. Nesta realidade social,8 o aspecto valorativo destas significações tornam-se meio através do qual as classificações e hierarquizações sociais se fazem e se perpetuam. E, segundo Almeida (s.a., p. 46) “para Bourdieu, a classificação dos valores é objeto de uma luta entre grupos sociais que ocupam posições diferentes num espaço social hierarquizado”. Ou seja, quanto mais um grupo social engendra meios para que suas práticas, criações, formação e conceitos sejam valorizados, ainda mais ele alcançará eficácia na elevação de seus status quo diante de uma coletividade. dos indivíduos atual de maneira marcante no delineamento do futuro acadêmico. No estado objetivado, este capital cultural se evidencia na posse de bens culturais tais como livros, artefatos antigos, instrumentos musicais, esculturas, pinturas etc. Por fim, no estado institucionalizado, o capital cultural materializa-se através da posse dos diplomas escolares. Contudo, as qualificações e status conferidos por estes diplomas dependem de quem os chancela. 6 Para Bourdieu, em sua estrutura de análise das relações de poder, o conceito de capital cultural emerge da necessidade de se entender as discrepâncias do desempenho escolar existente entre indivíduos provindos de diferentes grupos sociais. Em sua teorização sociológica no campo educacional, tal escritor põe em relevo o fator cultural como elemento significativo na construção e legitimação das desigualdades escolares. 7 Estas significações dizem respeito especialmente à questão simbólica, uma vez que as relações de poder se efetuam por meios da subjetividade humana. 8 Ou seja, a relação existente entre as significações, hierarquização e desigualdades sociais.
  • 5. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos Segundo Almeida, [...] A luta em torno dos valores é, assim, uma das mais fundamentais lutas sociais, pois o que está em jogo nela são os princípios de ordenamento dos privilégios e da distribuição das riquezas materiais e simbólicas coletivamente produzidas numa dada sociedade que, como se sabe, são orientadas pela percepção legítima do correto, do bom e do justo, num momento preciso do tempo. Na visão bourdieusiana, o grupo que vence a luta pela definição dos valores legítimos consegue impor para o conjunto da sociedade uma justificativa moral para a sua própria posição dominante. Isto significa que a partir daí a distribuição dos bens tende a ser julgada como boa ou má pelos critérios que esse grupo define como sendo pertinentes e relevantes. Os valores podem, então, se constituir em instrumentos de dominação e, assim, relações de opressão e de exploração podem ser disfarçadas, passando a ser percebidas como princípios de distinção e hierarquização naturais, isto é, inscritos naquilo que é percebido como a ordem natural das coisas (s. a., p. 47). Este ocultamento das relações de opressão e exploração, além de ser fomentado no seio familiar e por meio das instituições religiosas, encontra sua materialização orgânica e socialmente justiçada e legitimada nos estabelecimentos de ensino, onde se supõe existir a seleção natural de tudo aquilo que os indivíduos precisam saber e obter como princípios morais e éticos e habilidades. Tal escolarização obrigatória, sob a égide da busca do bem comum e elevação do nível cultural do povo, camufla perversamente os conflitos sociais existentes na sociedade, na medida em que incute nos educandos os valores da classe dominante sem, contudo, dar-lhes as condições necessárias para alcançar tais valores. Este é o caso da supervalorização concedida aos cursos de medicina, direito e engenharia, culturalmente reconhecidos como símbolos de status, e que estão à disposição de apenas uma pequena parcela da população brasileira que tem o capital financeiro adequado para se formar em tais especialidades.
  • 6. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos Embora ser ensinada a valorizar determinadas áreas do saber e campos de trabalho, a maior parte da população brasileira não possui recursos suficientes para conceder aos seus filhos uma boa formação no ensino fundamental e médio, ao ponto de torná-los adequadamente competitivos como aqueles outros jovens da classe média e alta. Neste contexto, ideologicamente é repassado o valor da classe dominante e a aparente oferta igualitária de aceso ao conhecimento. Contudo, as condições reais de acesso a esse capital cultural, de fato, são parcos e, em certas situações, quase nulas. Além do que, parte significativa deste também se herda e aprende no recesso do lar. E somada a esta questão, aqueles que conseguem adentrar ao nível superior de ensino,9 naqueles cursos ideologicamente valorizados, ao término dos estudos, padecem do constrangimento público10 de não possuírem a chancela deste ou daquele estabelecimento de ensino superior reconhecido socialmente pela classe dominante.11 Por esta conjuntura fica evidente que o sistema educacional não é neutro. Este está comprometido como determinada classe social, que ao mesmo tempo incute seus valores às massas e lhes restringe as condições mais básicas de ascensão social. Contudo, de tudo que foi exposto, não se deve concluir que o pensamento de Bourdieu tende a um fatalismo sociológico ou um 9 O contexto educacional brasileiro nestes últimos anos tem passado por significativa mudança. A participação de recursos privados na esfera do ensino superior, o acesso ao crédito educativo e outras formas de subsídios ao estudo universitário têm viabilizado a presença cada vez maior de uma parcela significativa da população brasileira nas universidades. Contudo, tal oferta de escolarização superior muitas vezes não vem acompanhada de reconhecimento público, dada a falta de qualificação destas instituições, reconhecimento diante do MEC e tradição na área de pesquisa e formação. 10 Analisando o pensamento de Bourdieu, Almeida (s.a., p. 48) afirma que a produção e justificação das hierarquias sociais se dão pela distribuição de certificados, os quais atestam o alto valor da pessoa que os possui e que diminuem, no mesmo movimento, o valor daqueles que não os detém. 11 Contudo, para Bourdieu (1998, p. 136), o capital cultural não dá, necessariamente, acesso ao campo de trabalho, a uma nova posição social ou reconhecimento público. Ou seja, um diploma só terá força se seu detentor possuir, concomitantemente, um capital social capaz de pô-lo em evidência e alavancar sua inserção no campo de trabalho. Isto torna ainda mais difícil, aquele que veio dos estrados mais baixos da sociedade, receber reconhecimento de certos círculos sociais.
  • 7. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos determinismo histórico. Embora Considerar a escola como pertencente à esfera das relações de poder, o pensamento bourdieusiano vê no espaço escolar um ponto de tensão contínuo, no qual a subversão torna-se possível e a transformação histórica palpável. Tal afirmação justifica-se, pois para Bourdieu todos os espaços socais estão em contínua tensão. Os vários indivíduos de um dado campo estão em constantes conflitos pelo capital cultural e social, e os campos igualmente se imbricam através da busca por reafirmarem seus interesses e valores. Isto, aplicado ao espaço escolar, aponta para o fato que as contradições no sistema de ensino podem ser meios conducentes para mudanças, tanto em sua esfera de influência e ação, bem como, também, no espaço social para além de seus muros institucionais. Sendo assim, pode-se concluir que as instituições escolares são aparelhos reacionários envolvidos em uma contínua tensão entre aquilo que o poder hegemônico deseja perpetuar e aquela realidade transformadora que advém de uma prática educativa e pedagógica reflexiva a respeito das relações de poder, dominação e reprodução das subjetividades e objetividades históricas. Este sistema de coisas é indicado por Bourdieu como sendo a autonomia relativa do sistema de ensino (NOGUEIRA, CATANI, 1998, p. 134). De tal expressão fica em relevo que a educação formal sempre está associada às relações de poder, à valorização do capital cultural de uma determinada coletividade de status elevado, às necessidades do mercado etc. Todavia, em meio às tensões resultantes dos interesses que estão para além das prioridades da educação reflexiva e libertária, o espaço escolar pode ser um local democrático no qual os alunos podem ser valorizados como sujeitos que potencialmente podem romper com as amarras do sistema de alienação e abrir novas possiblidades de ser, ter e produzir no mundo. Segundo Catani, De acordo com Bourdieu, exatamente porque conhecemos as leis de reprodução – as formas pelas quais ele se efetiva – é que passamos a ter alguma possiblidade de minimizar os efeitos da ação reprodutora da instituição escolar (s.a., p. 18).
  • 8. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos Nisto, então, aos sujeitos da instituição caberia o papel de, com lucidez,12 trabalhar a fim de que os jovens das classes não privilegiadas com o capital cultural legitimado, desde o seu nascimento, venham a obter mais êxito na vida escolar. Ou seja, minimizar tanto a ação reprodutora da escola, como também as consequências desta reprodução, nas quais aqueles que já possuem capital cultural valorizado pelas elites tendem alcançar maior êxito nos estudos e no campo de trabalho. Tal prática deve ocorrer, dentre outros momentos do processo educativo, na avaliação, pois é por esta que o sistema educacional toma para si a complexa e suspeita tarefa de considerar qualificados ou desqualificados os indivíduos, a partir de um conjunto de ações, habilidades intelectuais e conhecimentos que foram previamente delineados por uma classe seleta de pessoas que já possuem desde o nascimento estes elementos fazendo parte de suas vidas. Delineando o pensamento de Bourdieu, Nogueira e Nogueira dizem: [...] Ocorre que o sistema escolar, consciente ou inconscientemente, ao avaliar e proferir seus julgamentos, leva em conta, tanto a cultura, a relação que os alunos têm com ela, ou seja, o modo de aquisição e de uso da cultura legítima, mas especificamente, a escola reproduziria, a seu modo, a distinção entre os dois modos básicos de se relacionar com a cultura: um primeiro, desvalorizado, se expressaria na figura do aluno esforçado, estudioso, que busca compensar sua distância em relação à cultura legítima mediante uma dedicação tenaz às atividades escolares; e um segundo, valorizado, representado pelo aluno tido como brilhante, original, talentoso, desenvolto, muitas vezes precoce, que atende às exigências da escola sem exibir traços de um esforço laborioso ou tenso. O sistema de ensino, sobretudo nos seus ramos mais elevados, consagraria e cobraria dos alunos essa segunda postura. (s.a., p. 40, 41). 12 Esta lucidez implica na falta de ilusões quanto à possibilidade de tornar a escola um lugar neutro e isento de toda e qualquer influência das classes dominantes e, portanto, das relações de poder. A realidade de que os espaços geográficos e os prédios institucionais são também lugares sociais nos quais grupos humanos estão em continua interação e luta pelo poder torna inevitável que a escola também esteja envolta pela mesma conjuntura.
  • 9. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos Por tal análise fica evidente o grande desafio que o sistema escolar tem diante de si. A separação, discriminação e qualificação dos indivíduos, tendo como base certos aspectos culturais elitistas, tornam o processo educativo um esquema mau, de cartas marcadas e chancelado por aqueles que deveriam usá-lo como forma de libertação das marras sociais injustas e condicionantes. Portanto, para que tal conjuntura seja modificada, tomando-se como referência a questão avaliativa, é preciso, primeiramente, que os educadores tenham consciência a respeito das questões ideológicas e relações de poder que subjazem à escolha dos elementos culturais (conhecimentos, habilidades, disposições etc.) a serem transmitidos e reforçados pelo sistema de ensino. Em segundo lugar, é necessário que aqueles que possuem a tarefa de avaliar o grau de rendimento e absorção do capital cultural legitimado, tenham sensibilidade para usar o processo de avaliação como meio de estímulo às qualidades individuais, valorizem o capital cultural que cada sujeito trás para a sala de aula e considerem atentamente que este capital incorporado desde a infância, ou a sua falta, influencia diretamente tanto no processo ensino-aprendizagem como na ação avaliativa, visto que os indivíduos tendem a obterem melhores desempenhos naquilo com o qual já estão familiarizados. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Ana Maria F. Valores e luta simbólica. In. Bourdieu: ética e valores. s.a. BOURDIEU, Pierre. Gostos e estilo de vida. In. Ortiz (org.). São Paulo: Editora Ática, 1994. _________. Questões em sociologia. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero Limitada, 1983. _________. A gênese dos conceitos de habitus e campos. In: o poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrande, 1998, p. 133 a 162.
  • 10. A RELAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO EM BOURDIEU Israel Serique dos Santos _________. Economia das trocas simbólicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1987. CEVASCO, Maria Lisa. Dez lições sobre estudos culturais. São Paulo: Bom Tempo Editora, 2008. GUIMARÃES, M. T. C. A fertilidade da produção sociológica de Bourdieu para as ciências sociais na educação. In: Dalva Rosa e Vanilton Camilo de Souza (Org.). Didática e práticas de ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares formativos. 1º Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 85- 101. NOGUEIRA, Maria Alice, CATANI, Afrânio (Orgs.). Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1998. NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Orgs.). Escritos de educação, 3º edição, Petrópolis: Vozes, 2001. NOGUEIRA, Maria Alice; NOGUEIRA, Marques M. Revista Educação: Especial biblioteca do Professor – Bourdieu pensa a educação. Um arbítrio cultural dominante. s.a, p. 36-45. PEREIRA, Gilson Medeiros. A improvável trajetória de um sociólogo enervante. Revista Educação: Especial biblioteca do Professor. s.a., p. 6- 15. WILHIAMS, Raymond. Com vistas a uma sociologia da cultura. In cultura. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1992. VEIGA-NETO, Alfredo. Cultura, culturas e educação. In: revista brasileira de educação. Maio/Jun/Jul/Ago. nº 23, Campinas: editora Autores Associados, 2003, p. 5-15.