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HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS:
DE 1960 ATÉ OS DIAS DE HOJE
Cristiane Costa Brasil
Licencianda do Curso de Matemática
Universidade Católica de Brasília
E-mail: Sybeller@yahoo.com.br
RESUMO
O artigo fala sobre alguns programas de educação de jovens e adultos que ocorreram no Brasil a partir da
década de 1960.
Tem por objetivo apontar os fatos ocorridos dentro dos programas de alfabetização. O objetivo de cada
programa e suas durações são os pontos de destaque na apresentação de cada programa.
Para cada programa foi relacionado o motivo de sua extinção e algumas características.
Os programas foram apresentados em ordem cronológica levando em conta a década que esteve mais
atuante.
Palavras Chave: Alfabetização de Jovens e Adultos, História do EJA e Movimentos de Alfabetização.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho foi feito com o objetivo de analisar os programas de Alfabetização de
Jovens e Adultos no Brasil após a década de 1960.
Foi pesquisada a ação dos principais programas de alfabetização ocorridos a partir de
1960. Em cada um foi analisado principalmente o período de duração, os objetivos, por
qual motivo foi extinto e também as características mais marcantes.
Os projetos foram divididos por períodos de décadas para uma maior compreensão.
A alfabetização de jovens e adultos, na década de 1960, foi composta de vários
movimentos que visavam a educação e cultura popular. Entre esses destacam-se:
MEB – Movimento de Educação de Base;
MCP – Movimento de Cultura Popular;
CPC – Centro Popular de Cultura e
CEPLAR – Campanha de Educação Popular.
Após o golpe militar de 31 de março de 1964, vários desses projetos foram extintos, por
serem considerados de caráter comunista, sendo que alguns tiveram seus membros
perseguidos e exilados.
Durante o regime militar surge o MOBRAL. Mas logo após a queda do regime militar o
MOBRAL foi substituído pela Fundação EDUCAR extinta em 1990 pelo então governo
Collor.
Em 1990 ocorreu o Ano Internacional da Alfabetização, em Jontien na Tailândia, tinha
como finalidade dar importância à educação, principalmente a básica e definir quais os
principais problemas que seriam enfrentados para que todos tivessem acesso à
educação.
No final de 1990 surge o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC), do
governo de Fernando Collor de Melo, tinha o objetivo, segundo Machado (2005), de
reduzir o índice de analfabetismo em 70% num período de cinco anos, mas o programa
não durou nem um ano.
Após 1997, os programas de alfabetização mais marcantes foram o Programa
Alfabetização Solidária – PAS e o Programa Brasil Alfabetizado que contam com
parcerias firmadas entre o governo e instituições públicas e privadas.
2. ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM 1960
2.1. Movimento de Educação de Base - MEB (1961 – Até hoje)
O MEB surgiu como uma iniciativa da Igreja Católica. Em 1961, por meio do Decreto
50.370, de 21 de março foi estabelecida da criação do MEB. O decreto previa que o
Governo Federal iria colaborar com a CNBB - Conferência Nacional de Bispos do
Brasil no processo de alfabetização de adultos. Essa cooperação se daria por meio de
convênios consolidados com o MEC, outros Ministérios e Órgãos Federais, que
repassariam os recursos para a CNBB. A alfabetização de adultos seria realizada por
meio do Movimento de Educação de Base utilizando a rede de emissoras católicas.
A área de atuação do MEB era constituída pelo estado de Minas Gerais, e pelas regiões
Norte, Nordeste e Centro Oeste, atuando principalmente no interior destas regiões,
locais com um grande índice de subdesenvolvimento.
O conceito de Educação de Base que o MEB possuía foi alterado várias vezes durante o
seu tempo de duração:
Em 1961, o conceito adotado era:
“Ser um conjunto de ensinamentos destinados a promover a
valorização do homem e o soerguimento das comunidades”
(Rapôso, 1985).
Já em 1962, o conceito foi mudado passando a uma orientação mais elaborada.
“... entende-se como educação de base o processo de
autoconscientização das massas, para uma valorização plena
do homem e uma consciência crítica da realidade (...).
Concomitantemente, deve propiciar todos os elementos
necessários para capacitar cada homem a participar do
desenvolvimento integral de suas comunidades e de todo povo
brasileiro” (Rapôso, 1985).
Porém no período que sucedeu o Golpe Militar o discurso se enfraqueceu ficando
irreconhecível, classificou a educação de base como o ato de:
“... aprender a comer bem, a defender sua saúde, a manter boas
relações com seus semelhantes e integrá-lo no quadro geral de
uma sociedade justa” (Rapôso, 1985).
A desestruturação do MEB iniciou-se durante os primeiros meses de 1964. Nessa época
alguns de seus livros foram confiscados por serem classificados de teor comunista. A
partir daí o MEB passou a ser pressionado não só pela igreja, mas também pelos
poderes sociais e conservadores do regime militar.
Em 1966 o programa encerrou-se em alguns estados devido à pressão feita pelo governo
militar. Mas alguns anos depois por volta de 1970 o MEB, que havia diminuído sua
área de atuação, voltou ao processo de alfabetização dando prioridade para as regiões
Norte e Nordeste do país.
2.2. Movimento de Cultura Popular – MCP (1960 - 1964)
O MCP – Movimento de Cultura Popular teve origem em maio de 1960. Era um
movimento ligado a Prefeitura de Recife. Tinha o apoio do Governo de Miguel Arraes e
de Paulo Freire, que era o Diretor da Divisão de Pesquisa e Coordenador do Projeto de
Educação de Adultos do MCP. Utilizava os centros de cultura e os círculos de cultura
para alfabetizar, por meio de grupos de debate.
Os grupos de debate, segundo Paiva (1983), serviam para elucidar as situações
problema. Nesses grupos eram utilizados materiais que auxiliavam a visualização dos
problemas. Os materiais utilizados possuíam temas da realidade brasileira onde os
grupos faziam uma análise desses temas. Esse método era utilizado para que fosse
obtido um resultado positivo na alfabetização de jovens e adultos. Na primeira turma
havia cinco alunos, dentre esses dois desistiram, e no trigésimo dia já escreviam textos
simples e liam pequenos textos e até jornais.
O MCP tinha como objetivo alfabetizar utilizando novos métodos de aprendizagem,
mas faltavam recursos financeiros para que esse movimento ingressa-se em outros
estados.
Sua atuação se restringiu a Recife e ao Rio Grande do Norte.
Teve sua extinção em 1964, por causa do Golpe Militar. Os militares por considerarem
o programa uma ameaça aos seus objetivos acabaram com o movimento, prendendo e
exilando alguns de seus integrantes.
2.3. Centro Popular de Cultura – CPC (1961 - 1964)
Em 1961 surge o CPC – Centro de Cultura Popular, fundado pela UNE – União
Nacional dos Estudantes, artistas e intelectuais da época. Os principais agentes de sua
criação foram a UNE e três atores do Teatro de Arena - Oduvaldo Vianna Filho, Carlos
Estevan Martins e Leon Hirazman.
Tinha como objetivo levar a cultura às classes mais desfavorecidas da sociedade.
Utilizavam peças teatrais para que o povo adquirisse cultura.
Por volta de 1963, foi criado o departamento de alfabetização de adultos, onde seriam
utilizados materiais como livros de literatura no ensino.
O CPC acabou em 1964. Quando em decorrência do Golpe Militar as instalações da
UNE foram incendiadas para evitar o contato com as classes populares.
2.4. Campanha de Educação Popular- CEPLAR (1961 - 1964)
A CEPLAR – Campanha de Educação Popular teve origem na Paraíba em 1961. Foi
criada pelo governo estadual. Tinha como método pioneiro à utilização em larga escala
do método Paulo Freire.
Utilizava como tema central a realidade brasileira, principalmente, a nordestina e
paraibana. Utilizavam teatros populares e círculos de cultura que eram pensados como
escolas de conscientização.
Tinha como objetivo o processo de conscientização da realidade. A supervisão cabia um
gerenciamento das mensagens a serem difundidas e debatidas nos grupos.
Sua extinção ocorreu com a instauração do Golpe Militar. Porém mesmo antes desse
fato a CEPLAR já era agredida por um grupo, o embrião da Cruzada ABC, já trabalhava
contra o método político-pedagógico da CEPLAR por considerar o método subversivo e
comunista.
3. ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 1970 ATÉ 1990
3.1. Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL (1967 – 1985)
O Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL foi criado pela Lei número
5.379, de 15 de dezembro de 1967. Os militares tinham todo o controle do que seria
ensinado. Suas ações de alfabetização começaram a ter ênfase no fim de 1970, quando
seus projetos foram iniciados em grande escala.
Seu objetivo era erradicar o analfabetismo no Brasil num curto espaço de tempo.
Tinha forte influência do Método Paulo Freire, pois utilizava “palavra geradora”, que
consistia em palavras pesquisadas com os alunos, para educar. Mas havia uma diferença
marcante, pois o Método Paulo Freire utilizava palavras tiradas do cotidiano dos alunos
e no MOBRAL, segundo Corrêa (1979), as palavras eram definidas por tecnocratas que
as escolhiam a partir de estudo das necessidades humanas básicas.
Segundo Jannuzzi (1979), a documentação do MOBRAL conceituava educação:
“...como o processo que auxilia o homem a explicitar suas
capacidades, desenvolvendo-se como pessoa que se relaciona
com os outros e com o meio, adquirindo condições de assumir
sua responsabilidade como agente e seu direito como
beneficiário do desenvolvimento econômico, social e cultural.”
Dentro do MOBRAL existiam outros programas, como os exemplos abaixo:
• Programa de Alfabetização Funcional;
• Programa de Educação Integrada;
• Programa MOBRAL Cultural;
• Programa de Profissionalização.
3.1.1. Programa de Alfabetização Funcional
O objetivo era fazer os alfabetizandos aprendessem técnicas de leitura, escrita e cálculo
para que fosse enquadrada em seu meio social.
O alfabetizando tinha que obter seis habilidades básicas:
• Aprender a ler, escrever e contar;
• Enriquecer o vocabulário;
• Desenvolver o raciocínio;
• Criar costumes em relação ao trabalho;
• Incentivar a criatividade;
• Obter um senso responsabilidade.
3.1.2. Programa de Educação Integrada
Implantado em 1971, foi o primeiro grande programa de desdobramento que ocorreu no
MOBRAL. Tinha como finalidade propiciar a continuidade dos estudos que eram
iniciados no Programa de Alfabetização Funcional.
Entre 1972 e 1976 passou por um processo de expansão. O MOBRAL firmou convênios
com as Secretarias de Educação onde o acompanhamento e a emissão dos certificados
de conclusão ficavam a cargo destas.
Em 1977 passou por um processo de revitalização, onde foram realizados estudos para
implantação do Plano de Metas, onde o foco seria o acompanhamento nos municípios
que tivessem um grande número de classes.
Apresentava sete objetivos gerais e dois específicos. Os objetivos gerais se resumiam
em que o alfabetizando tivesse mais autoconfiança e soubesse utilizar o conhecimento
adquirido no cotidiano. Os objetivos específicos visavam o ensino básico obtido nas
primeiras séries do ensino básico (atualmente ensino fundamental).
3.1.3. Programa MOBRAL Cultural
Criado em 1973 era uma continuação dos programas educacionais. Visava uma proposta
de educação permanente, pretendia reforçar a noção na área de alfabetização.
Pretendia-se evitar que o analfabetismo voltasse, diminuindo a evasão dos
alfabetizandos e as reprovações, e utilizar a comunidade como apoio para essa proposta.
3.1.4. Programa de Profissionalização
Em 1973 o programa de profissionalização foi iniciado como uma forma de
diversificação das atividades desenvolvidas pelo MOBRAL.
Foi elaborado um convênio com a PIPMO - Programa Intensivo de preparação de Mão-
de-Obra e com a Fundação Gaúcha do Trabalho, como forma de fornecer uma melhoria
da condição sócio-econômica para os alunos que depois de alfabetizados queriam
continuar estudando, mas não podiam por precisar trabalhar.
Tinha como Metodologia o Treinamento por Famílias ocupacionais cujas características
eram, segundo Corrêa, 1979:
• Atendimento em larga escala;
• Atendimento a nível de semiqualificação;
• Mobilidade no mercado de trabalho;
• Adequações à realidade da clientela mobralense.
3.1.5. Investimento Aplicado no MOBRAL
Os recursos aplicados no MOBRAL vinham do percentual da Loteria Esportiva e,
sobretudo das deduções do Imposto de Renda.
Mas o investimento não rendeu os efeitos esperados, já no fim de sua existência gastava
um valor muito alto para a educação de um aluno tornando-se ineficiente e caro.
Assim o MOBRAL foi substituído pela Fundação Educar pelo Decreto n. 91.980, de 25
de novembro de 1985.
3.2. Fundação EDUCAR (1985 – 1990)
A Fundação EDUCAR surgiu em 1985, como substituta do MOBRAL. O estatuto,
porém só foi estabelecido pelo Decreto nº92.374, de 6 de fevereiro de 1986, onde todos
os bens do MOBRAL foram transferidos para a EDUCAR.
As diferenças mais marcantes entre o MOBRAL e a EDUCAR foram:
A EDUCAR estava dentro das competências do MEC;
Promovia a execução dos programas de alfabetização por meio do “apoio
financeiro e técnico às ações de outros níveis de governo, de organizações não
governamentais e de empresas” (Parecer CNE/CEB n.º11/2000) e;
Tinha como especialidade à “educação básica”.
As verbas para a execução dos programas iam para as prefeituras municipais através da
COEST que recebia os recursos da EDUCAR.
O objetivo da EDUCAR era “promover a execução de programas de alfabetização e de
educação básica não-formais, destinados aos que não tiveram acesso à escola ou dela
foram excluídos prematuramente” (ZUNTI, 2000).
A Fundação EDUCAR foi extinta em 1990, surgindo a (PNAC) Plano Nacional de
Alfabetização e Cidadania que só durou um ano.
4. ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 1990 ATÉ HOJE
4.1. Programa Alfabetização Solidária (1997 – Até hoje)
O Programa Alfabetização Solidária – PAS, surgiu em janeiro de 1997 como uma meta
governamental do presidente Fernando Henrique Cardoso. Tinha como proposta inicial
atuar na alfabetização de jovens e adultos nas regiões Norte e Nordeste do país, mais
conseguiu abranger as regiões Centro-Oeste e Sudeste, e outros países da África de
língua portuguesa.
A inserção das pessoas não alfabetizadas na Educação de Jovens e Adultos e a
continuidade dos estudos são alguns dos principais objetivos do PAS.
O PAS inovou com o as parcerias formadas entre os poderes públicos federal e
municipal, Instituições de Ensino Superior - IES, pessoas físicas, empresas, instituições,
organizações e o Ministério da Educação – MEC.
O PAS é dividido em módulos que duram seis meses, atualmente encontra-se no
módulo 17. Durante o módulo o primeiro mês é para a preparação dos alfabetizadores,
esse processo de capacitação pode ser menor dependendo de cada IES. Após a formação
dos alfabetizadores estes começam o processo de alfabetização.
Cada alfabetizador fica encarregado de uma turma. A turma pode ter no mínimo uns 12
a 15 alunos e no máximo 25 alunos. As IES cabe selecionar e classificar os
alfabetizadores, avaliar o processo de alfabetização. A IES e que decide a metodologia
que será aplicada na alfabetização. Os municípios, igrejas, algumas empresas,
associações entre outros cedem as salas para a alfabetização. As empresas parceiras são
responsáveis pelo apoio financeiros necessários. Os livros utilizados no PAS são
fornecidos pelo MEC.
Algumas das IES do Centro-Oeste e do Sudeste além de trabalharem no próprio estado
e/ou município atuam também nos municípios do Norte e do Nordeste.
Durante o segundo semestre de 2002 o PAS passou a se chamar AlfaSol e ser uma
Organização Não Governamental – ONG. O AlfaSol continua atuando na alfabetização
de jovens e adultos.
4.2. Programa Brasil Alfabetizado (2003 - Até hoje)
Em Janeiro de 2003 foi criado o Programa Brasil Alfabetizado, do governo do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa tem como proposta a erradicação do
analfabetismo no Brasil. A Secretaria Extraordinária Nacional de Erradicação do
Analfabetismo – SEEA é a encarregada de organizar e coordenar o programa.
O objetivo do programa não é só a alfabetização mais também a inclusão social de
pessoas analfabetas.
O programa conta com a participação do governo, empresas, IES, ONGs, associações e
outras organizações de sociedade civil.
O método de alfabetização é similar com o da AlfaSol, as diferenças básicas são:
AlfaSol Brasil Alfabetizado
Duração: Tempo de duração do
processo de alfabetização.
6 meses 8 meses
Bolsa do Alfabetizador: Auxílio que
o alfabetizador recebe pelas aulas
Valor fixo:
R$ 120,00
Valor fixo + alfabetizando:
R$ 120,00 + R$ 7,00
Merenda escolar: Auxílio que o
município recebe para a alimentação
dos alfabetizandos
Oferece merenda para
os alfabetizandos.
Não oferece merenda para
os alfabetizandos.
Coordenador Municipal: Pessoa
responsável pela prestação de contas
ao programa.
O coordenador é
contratado pela IES.
O coordenador é contratado
pelo município, mas não
possui vínculo
Alfabetizador apoio pedagógico:
Auxilia os alfabetizadores nas
propostas pedagógicas.
O Alfabetizador apoio
pedagógico é contratado
pela IES.
Não há Alfabetizador apoio
pedagógico
Nada pode ser dito sobre a continuidade ou extinção do Programa Brasil Alfabetizado já
que isso é um acontecimento futuro.
5. CONCLUSÃO
Percebemos com este trabalho que um dos maiores problemas ocorridos com os
programas de Alfabetização de Jovens é Adultos no Brasil é a falta de continuidade,
pois, vários programas foram extintos por motivos políticos.
Muito foi feito desde 1960 até hoje pelos programas de Alfabetização de Jovens e
Adultos. Alguns ficaram só por conta de alfabetização outros porém primam pela
continuidade dos estudos, mas todos tinham uma proposta em comum, que é a de levar
um pouco mais de dignidade às pessoas por meio da educação.
Atualmente a alfabetização não consiste no analfabeto aprender somente as palavras e
os números, mas ensina-os a lidar com ferramentas do cotidiano.
Alguns programas visaram à erradicação do analfabetismo. Mas fica claro que o maior
alvo a ser atingido primeiro devia ser a educação das crianças oferecendo a estas
melhores condições de estudo, não seria preciso alfabetizá-las quando crescessem.
Em 2000, contávamos no Brasil com um percentual de 13% de pessoas analfabetas com
15 anos ou mais, nos estados do Nordeste e do Norte e onde se encontra um maior
percentual de analfabetos, respectivamente 26,2% e 16,3% de analfabetos.
Vários programas ajudam realmente a alfabetizar, mas devemos pensar numa
continuidade de estudo para os alfabetizados, pois muitos destes desistem da
continuidade do estudo por motivos como trabalho e família.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB
n.º11/2000. Brasília, 2000.
BUFFA, Éster; Nosella, Paollo. A educação negada: Introdução ao estudo da educação
brasileira contemporânea. São Paulo: Editora Cortez: 1997.
CORRÊA, Arlindo Lopes. Educação de massa e ação comunitária. Rio de Janeiro:
AGGS/MOBRAL. 1979.
GARCIA, Miliandre. A questão da cultura popular: as políticas culturais do centro
popular de cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). Revista Brasileira
de História, 2004, vol.24, no.47, p.127-162. São Paulo. 2004.
NIOSKIER, Arnaldo. A Hora e a Vez do Ensino Supletivo. In Educação para que? Rio
de Janeiro: ?, 1980.
JANNUZZI, Gilberta S. de Martino. Confronto pedagógico: Paulo Freire NOBRAL.
São Paulo: Cortez e Moraes. 1979.
MACHADO, Maria Margarida. A Trajetória Da Eja Na Década De 90, Políticas
Públicas Sendo Substituídas Por "Solidariedade". Disponível em:
<http://www.educacaoonline.pro.br/a_trajetoria_da_eja.asp>. Acessado em 22/04/2005.
PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Edições
Loyola, 1983.
RAPÔSO, Maria da Conceição Brenha. Movimento de Educação de Base – MEB;
Discurso e Prática, 1961 – 1967. São Luís, UFMA/Secretaria de Educação. Coleção
Ciências Sociais. Série Educação, 1; 1985
SIRQUEIRA, Maria Clara de Pierrô. O Ensino Supletivo – Função Suplência – no
Brasil: indicações de uma pesquisa. In: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. V. 1
nº. 1. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, 1989.
SOARES, Leôncio José Gomes Soares. A Educação de Jovens e Adultos. Momentos
Históricos e Desafios Atuais. In: Presença Pedagógica. V.2 n.11 set/out de 1996.
ZUNTI, Maria Lúcia Grossi Corrêa. A Educação de Jovens e Adultos promovida pelo
MOBRAL e a Fundação Educar no Espírito Santo, de 1970 a 1990: uma análise dos
caminhos percorridos entre o legal e o real. Vitória, 2000.

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  • 1. HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS: DE 1960 ATÉ OS DIAS DE HOJE Cristiane Costa Brasil Licencianda do Curso de Matemática Universidade Católica de Brasília E-mail: Sybeller@yahoo.com.br RESUMO O artigo fala sobre alguns programas de educação de jovens e adultos que ocorreram no Brasil a partir da década de 1960. Tem por objetivo apontar os fatos ocorridos dentro dos programas de alfabetização. O objetivo de cada programa e suas durações são os pontos de destaque na apresentação de cada programa. Para cada programa foi relacionado o motivo de sua extinção e algumas características. Os programas foram apresentados em ordem cronológica levando em conta a década que esteve mais atuante. Palavras Chave: Alfabetização de Jovens e Adultos, História do EJA e Movimentos de Alfabetização. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho foi feito com o objetivo de analisar os programas de Alfabetização de Jovens e Adultos no Brasil após a década de 1960. Foi pesquisada a ação dos principais programas de alfabetização ocorridos a partir de 1960. Em cada um foi analisado principalmente o período de duração, os objetivos, por qual motivo foi extinto e também as características mais marcantes. Os projetos foram divididos por períodos de décadas para uma maior compreensão. A alfabetização de jovens e adultos, na década de 1960, foi composta de vários movimentos que visavam a educação e cultura popular. Entre esses destacam-se: MEB – Movimento de Educação de Base; MCP – Movimento de Cultura Popular; CPC – Centro Popular de Cultura e CEPLAR – Campanha de Educação Popular. Após o golpe militar de 31 de março de 1964, vários desses projetos foram extintos, por serem considerados de caráter comunista, sendo que alguns tiveram seus membros perseguidos e exilados. Durante o regime militar surge o MOBRAL. Mas logo após a queda do regime militar o MOBRAL foi substituído pela Fundação EDUCAR extinta em 1990 pelo então governo Collor. Em 1990 ocorreu o Ano Internacional da Alfabetização, em Jontien na Tailândia, tinha como finalidade dar importância à educação, principalmente a básica e definir quais os principais problemas que seriam enfrentados para que todos tivessem acesso à educação. No final de 1990 surge o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC), do governo de Fernando Collor de Melo, tinha o objetivo, segundo Machado (2005), de reduzir o índice de analfabetismo em 70% num período de cinco anos, mas o programa não durou nem um ano. Após 1997, os programas de alfabetização mais marcantes foram o Programa Alfabetização Solidária – PAS e o Programa Brasil Alfabetizado que contam com parcerias firmadas entre o governo e instituições públicas e privadas.
  • 2. 2. ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM 1960 2.1. Movimento de Educação de Base - MEB (1961 – Até hoje) O MEB surgiu como uma iniciativa da Igreja Católica. Em 1961, por meio do Decreto 50.370, de 21 de março foi estabelecida da criação do MEB. O decreto previa que o Governo Federal iria colaborar com a CNBB - Conferência Nacional de Bispos do Brasil no processo de alfabetização de adultos. Essa cooperação se daria por meio de convênios consolidados com o MEC, outros Ministérios e Órgãos Federais, que repassariam os recursos para a CNBB. A alfabetização de adultos seria realizada por meio do Movimento de Educação de Base utilizando a rede de emissoras católicas. A área de atuação do MEB era constituída pelo estado de Minas Gerais, e pelas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, atuando principalmente no interior destas regiões, locais com um grande índice de subdesenvolvimento. O conceito de Educação de Base que o MEB possuía foi alterado várias vezes durante o seu tempo de duração: Em 1961, o conceito adotado era: “Ser um conjunto de ensinamentos destinados a promover a valorização do homem e o soerguimento das comunidades” (Rapôso, 1985). Já em 1962, o conceito foi mudado passando a uma orientação mais elaborada. “... entende-se como educação de base o processo de autoconscientização das massas, para uma valorização plena do homem e uma consciência crítica da realidade (...). Concomitantemente, deve propiciar todos os elementos necessários para capacitar cada homem a participar do desenvolvimento integral de suas comunidades e de todo povo brasileiro” (Rapôso, 1985). Porém no período que sucedeu o Golpe Militar o discurso se enfraqueceu ficando irreconhecível, classificou a educação de base como o ato de: “... aprender a comer bem, a defender sua saúde, a manter boas relações com seus semelhantes e integrá-lo no quadro geral de uma sociedade justa” (Rapôso, 1985). A desestruturação do MEB iniciou-se durante os primeiros meses de 1964. Nessa época alguns de seus livros foram confiscados por serem classificados de teor comunista. A partir daí o MEB passou a ser pressionado não só pela igreja, mas também pelos poderes sociais e conservadores do regime militar. Em 1966 o programa encerrou-se em alguns estados devido à pressão feita pelo governo militar. Mas alguns anos depois por volta de 1970 o MEB, que havia diminuído sua área de atuação, voltou ao processo de alfabetização dando prioridade para as regiões Norte e Nordeste do país.
  • 3. 2.2. Movimento de Cultura Popular – MCP (1960 - 1964) O MCP – Movimento de Cultura Popular teve origem em maio de 1960. Era um movimento ligado a Prefeitura de Recife. Tinha o apoio do Governo de Miguel Arraes e de Paulo Freire, que era o Diretor da Divisão de Pesquisa e Coordenador do Projeto de Educação de Adultos do MCP. Utilizava os centros de cultura e os círculos de cultura para alfabetizar, por meio de grupos de debate. Os grupos de debate, segundo Paiva (1983), serviam para elucidar as situações problema. Nesses grupos eram utilizados materiais que auxiliavam a visualização dos problemas. Os materiais utilizados possuíam temas da realidade brasileira onde os grupos faziam uma análise desses temas. Esse método era utilizado para que fosse obtido um resultado positivo na alfabetização de jovens e adultos. Na primeira turma havia cinco alunos, dentre esses dois desistiram, e no trigésimo dia já escreviam textos simples e liam pequenos textos e até jornais. O MCP tinha como objetivo alfabetizar utilizando novos métodos de aprendizagem, mas faltavam recursos financeiros para que esse movimento ingressa-se em outros estados. Sua atuação se restringiu a Recife e ao Rio Grande do Norte. Teve sua extinção em 1964, por causa do Golpe Militar. Os militares por considerarem o programa uma ameaça aos seus objetivos acabaram com o movimento, prendendo e exilando alguns de seus integrantes. 2.3. Centro Popular de Cultura – CPC (1961 - 1964) Em 1961 surge o CPC – Centro de Cultura Popular, fundado pela UNE – União Nacional dos Estudantes, artistas e intelectuais da época. Os principais agentes de sua criação foram a UNE e três atores do Teatro de Arena - Oduvaldo Vianna Filho, Carlos Estevan Martins e Leon Hirazman. Tinha como objetivo levar a cultura às classes mais desfavorecidas da sociedade. Utilizavam peças teatrais para que o povo adquirisse cultura. Por volta de 1963, foi criado o departamento de alfabetização de adultos, onde seriam utilizados materiais como livros de literatura no ensino. O CPC acabou em 1964. Quando em decorrência do Golpe Militar as instalações da UNE foram incendiadas para evitar o contato com as classes populares. 2.4. Campanha de Educação Popular- CEPLAR (1961 - 1964) A CEPLAR – Campanha de Educação Popular teve origem na Paraíba em 1961. Foi criada pelo governo estadual. Tinha como método pioneiro à utilização em larga escala do método Paulo Freire. Utilizava como tema central a realidade brasileira, principalmente, a nordestina e paraibana. Utilizavam teatros populares e círculos de cultura que eram pensados como escolas de conscientização. Tinha como objetivo o processo de conscientização da realidade. A supervisão cabia um gerenciamento das mensagens a serem difundidas e debatidas nos grupos. Sua extinção ocorreu com a instauração do Golpe Militar. Porém mesmo antes desse fato a CEPLAR já era agredida por um grupo, o embrião da Cruzada ABC, já trabalhava contra o método político-pedagógico da CEPLAR por considerar o método subversivo e comunista.
  • 4. 3. ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 1970 ATÉ 1990 3.1. Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL (1967 – 1985) O Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL foi criado pela Lei número 5.379, de 15 de dezembro de 1967. Os militares tinham todo o controle do que seria ensinado. Suas ações de alfabetização começaram a ter ênfase no fim de 1970, quando seus projetos foram iniciados em grande escala. Seu objetivo era erradicar o analfabetismo no Brasil num curto espaço de tempo. Tinha forte influência do Método Paulo Freire, pois utilizava “palavra geradora”, que consistia em palavras pesquisadas com os alunos, para educar. Mas havia uma diferença marcante, pois o Método Paulo Freire utilizava palavras tiradas do cotidiano dos alunos e no MOBRAL, segundo Corrêa (1979), as palavras eram definidas por tecnocratas que as escolhiam a partir de estudo das necessidades humanas básicas. Segundo Jannuzzi (1979), a documentação do MOBRAL conceituava educação: “...como o processo que auxilia o homem a explicitar suas capacidades, desenvolvendo-se como pessoa que se relaciona com os outros e com o meio, adquirindo condições de assumir sua responsabilidade como agente e seu direito como beneficiário do desenvolvimento econômico, social e cultural.” Dentro do MOBRAL existiam outros programas, como os exemplos abaixo: • Programa de Alfabetização Funcional; • Programa de Educação Integrada; • Programa MOBRAL Cultural; • Programa de Profissionalização. 3.1.1. Programa de Alfabetização Funcional O objetivo era fazer os alfabetizandos aprendessem técnicas de leitura, escrita e cálculo para que fosse enquadrada em seu meio social. O alfabetizando tinha que obter seis habilidades básicas: • Aprender a ler, escrever e contar; • Enriquecer o vocabulário; • Desenvolver o raciocínio; • Criar costumes em relação ao trabalho; • Incentivar a criatividade; • Obter um senso responsabilidade.
  • 5. 3.1.2. Programa de Educação Integrada Implantado em 1971, foi o primeiro grande programa de desdobramento que ocorreu no MOBRAL. Tinha como finalidade propiciar a continuidade dos estudos que eram iniciados no Programa de Alfabetização Funcional. Entre 1972 e 1976 passou por um processo de expansão. O MOBRAL firmou convênios com as Secretarias de Educação onde o acompanhamento e a emissão dos certificados de conclusão ficavam a cargo destas. Em 1977 passou por um processo de revitalização, onde foram realizados estudos para implantação do Plano de Metas, onde o foco seria o acompanhamento nos municípios que tivessem um grande número de classes. Apresentava sete objetivos gerais e dois específicos. Os objetivos gerais se resumiam em que o alfabetizando tivesse mais autoconfiança e soubesse utilizar o conhecimento adquirido no cotidiano. Os objetivos específicos visavam o ensino básico obtido nas primeiras séries do ensino básico (atualmente ensino fundamental). 3.1.3. Programa MOBRAL Cultural Criado em 1973 era uma continuação dos programas educacionais. Visava uma proposta de educação permanente, pretendia reforçar a noção na área de alfabetização. Pretendia-se evitar que o analfabetismo voltasse, diminuindo a evasão dos alfabetizandos e as reprovações, e utilizar a comunidade como apoio para essa proposta. 3.1.4. Programa de Profissionalização Em 1973 o programa de profissionalização foi iniciado como uma forma de diversificação das atividades desenvolvidas pelo MOBRAL. Foi elaborado um convênio com a PIPMO - Programa Intensivo de preparação de Mão- de-Obra e com a Fundação Gaúcha do Trabalho, como forma de fornecer uma melhoria da condição sócio-econômica para os alunos que depois de alfabetizados queriam continuar estudando, mas não podiam por precisar trabalhar. Tinha como Metodologia o Treinamento por Famílias ocupacionais cujas características eram, segundo Corrêa, 1979: • Atendimento em larga escala; • Atendimento a nível de semiqualificação; • Mobilidade no mercado de trabalho; • Adequações à realidade da clientela mobralense. 3.1.5. Investimento Aplicado no MOBRAL Os recursos aplicados no MOBRAL vinham do percentual da Loteria Esportiva e, sobretudo das deduções do Imposto de Renda. Mas o investimento não rendeu os efeitos esperados, já no fim de sua existência gastava um valor muito alto para a educação de um aluno tornando-se ineficiente e caro. Assim o MOBRAL foi substituído pela Fundação Educar pelo Decreto n. 91.980, de 25 de novembro de 1985.
  • 6. 3.2. Fundação EDUCAR (1985 – 1990) A Fundação EDUCAR surgiu em 1985, como substituta do MOBRAL. O estatuto, porém só foi estabelecido pelo Decreto nº92.374, de 6 de fevereiro de 1986, onde todos os bens do MOBRAL foram transferidos para a EDUCAR. As diferenças mais marcantes entre o MOBRAL e a EDUCAR foram: A EDUCAR estava dentro das competências do MEC; Promovia a execução dos programas de alfabetização por meio do “apoio financeiro e técnico às ações de outros níveis de governo, de organizações não governamentais e de empresas” (Parecer CNE/CEB n.º11/2000) e; Tinha como especialidade à “educação básica”. As verbas para a execução dos programas iam para as prefeituras municipais através da COEST que recebia os recursos da EDUCAR. O objetivo da EDUCAR era “promover a execução de programas de alfabetização e de educação básica não-formais, destinados aos que não tiveram acesso à escola ou dela foram excluídos prematuramente” (ZUNTI, 2000). A Fundação EDUCAR foi extinta em 1990, surgindo a (PNAC) Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania que só durou um ano. 4. ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 1990 ATÉ HOJE 4.1. Programa Alfabetização Solidária (1997 – Até hoje) O Programa Alfabetização Solidária – PAS, surgiu em janeiro de 1997 como uma meta governamental do presidente Fernando Henrique Cardoso. Tinha como proposta inicial atuar na alfabetização de jovens e adultos nas regiões Norte e Nordeste do país, mais conseguiu abranger as regiões Centro-Oeste e Sudeste, e outros países da África de língua portuguesa. A inserção das pessoas não alfabetizadas na Educação de Jovens e Adultos e a continuidade dos estudos são alguns dos principais objetivos do PAS. O PAS inovou com o as parcerias formadas entre os poderes públicos federal e municipal, Instituições de Ensino Superior - IES, pessoas físicas, empresas, instituições, organizações e o Ministério da Educação – MEC. O PAS é dividido em módulos que duram seis meses, atualmente encontra-se no módulo 17. Durante o módulo o primeiro mês é para a preparação dos alfabetizadores, esse processo de capacitação pode ser menor dependendo de cada IES. Após a formação dos alfabetizadores estes começam o processo de alfabetização. Cada alfabetizador fica encarregado de uma turma. A turma pode ter no mínimo uns 12 a 15 alunos e no máximo 25 alunos. As IES cabe selecionar e classificar os alfabetizadores, avaliar o processo de alfabetização. A IES e que decide a metodologia que será aplicada na alfabetização. Os municípios, igrejas, algumas empresas, associações entre outros cedem as salas para a alfabetização. As empresas parceiras são responsáveis pelo apoio financeiros necessários. Os livros utilizados no PAS são fornecidos pelo MEC. Algumas das IES do Centro-Oeste e do Sudeste além de trabalharem no próprio estado e/ou município atuam também nos municípios do Norte e do Nordeste. Durante o segundo semestre de 2002 o PAS passou a se chamar AlfaSol e ser uma Organização Não Governamental – ONG. O AlfaSol continua atuando na alfabetização de jovens e adultos.
  • 7. 4.2. Programa Brasil Alfabetizado (2003 - Até hoje) Em Janeiro de 2003 foi criado o Programa Brasil Alfabetizado, do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa tem como proposta a erradicação do analfabetismo no Brasil. A Secretaria Extraordinária Nacional de Erradicação do Analfabetismo – SEEA é a encarregada de organizar e coordenar o programa. O objetivo do programa não é só a alfabetização mais também a inclusão social de pessoas analfabetas. O programa conta com a participação do governo, empresas, IES, ONGs, associações e outras organizações de sociedade civil. O método de alfabetização é similar com o da AlfaSol, as diferenças básicas são: AlfaSol Brasil Alfabetizado Duração: Tempo de duração do processo de alfabetização. 6 meses 8 meses Bolsa do Alfabetizador: Auxílio que o alfabetizador recebe pelas aulas Valor fixo: R$ 120,00 Valor fixo + alfabetizando: R$ 120,00 + R$ 7,00 Merenda escolar: Auxílio que o município recebe para a alimentação dos alfabetizandos Oferece merenda para os alfabetizandos. Não oferece merenda para os alfabetizandos. Coordenador Municipal: Pessoa responsável pela prestação de contas ao programa. O coordenador é contratado pela IES. O coordenador é contratado pelo município, mas não possui vínculo Alfabetizador apoio pedagógico: Auxilia os alfabetizadores nas propostas pedagógicas. O Alfabetizador apoio pedagógico é contratado pela IES. Não há Alfabetizador apoio pedagógico Nada pode ser dito sobre a continuidade ou extinção do Programa Brasil Alfabetizado já que isso é um acontecimento futuro. 5. CONCLUSÃO Percebemos com este trabalho que um dos maiores problemas ocorridos com os programas de Alfabetização de Jovens é Adultos no Brasil é a falta de continuidade, pois, vários programas foram extintos por motivos políticos. Muito foi feito desde 1960 até hoje pelos programas de Alfabetização de Jovens e Adultos. Alguns ficaram só por conta de alfabetização outros porém primam pela continuidade dos estudos, mas todos tinham uma proposta em comum, que é a de levar um pouco mais de dignidade às pessoas por meio da educação. Atualmente a alfabetização não consiste no analfabeto aprender somente as palavras e os números, mas ensina-os a lidar com ferramentas do cotidiano. Alguns programas visaram à erradicação do analfabetismo. Mas fica claro que o maior alvo a ser atingido primeiro devia ser a educação das crianças oferecendo a estas melhores condições de estudo, não seria preciso alfabetizá-las quando crescessem. Em 2000, contávamos no Brasil com um percentual de 13% de pessoas analfabetas com 15 anos ou mais, nos estados do Nordeste e do Norte e onde se encontra um maior percentual de analfabetos, respectivamente 26,2% e 16,3% de analfabetos. Vários programas ajudam realmente a alfabetizar, mas devemos pensar numa continuidade de estudo para os alfabetizados, pois muitos destes desistem da continuidade do estudo por motivos como trabalho e família.
  • 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n.º11/2000. Brasília, 2000. BUFFA, Éster; Nosella, Paollo. A educação negada: Introdução ao estudo da educação brasileira contemporânea. São Paulo: Editora Cortez: 1997. CORRÊA, Arlindo Lopes. Educação de massa e ação comunitária. Rio de Janeiro: AGGS/MOBRAL. 1979. GARCIA, Miliandre. A questão da cultura popular: as políticas culturais do centro popular de cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). Revista Brasileira de História, 2004, vol.24, no.47, p.127-162. São Paulo. 2004. NIOSKIER, Arnaldo. A Hora e a Vez do Ensino Supletivo. In Educação para que? Rio de Janeiro: ?, 1980. JANNUZZI, Gilberta S. de Martino. Confronto pedagógico: Paulo Freire NOBRAL. São Paulo: Cortez e Moraes. 1979. MACHADO, Maria Margarida. A Trajetória Da Eja Na Década De 90, Políticas Públicas Sendo Substituídas Por "Solidariedade". Disponível em: <http://www.educacaoonline.pro.br/a_trajetoria_da_eja.asp>. Acessado em 22/04/2005. PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Edições Loyola, 1983. RAPÔSO, Maria da Conceição Brenha. Movimento de Educação de Base – MEB; Discurso e Prática, 1961 – 1967. São Luís, UFMA/Secretaria de Educação. Coleção Ciências Sociais. Série Educação, 1; 1985 SIRQUEIRA, Maria Clara de Pierrô. O Ensino Supletivo – Função Suplência – no Brasil: indicações de uma pesquisa. In: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. V. 1 nº. 1. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, 1989. SOARES, Leôncio José Gomes Soares. A Educação de Jovens e Adultos. Momentos Históricos e Desafios Atuais. In: Presença Pedagógica. V.2 n.11 set/out de 1996. ZUNTI, Maria Lúcia Grossi Corrêa. A Educação de Jovens e Adultos promovida pelo MOBRAL e a Fundação Educar no Espírito Santo, de 1970 a 1990: uma análise dos caminhos percorridos entre o legal e o real. Vitória, 2000.