O documento discute a diversidade linguística no Brasil, a imposição de um padrão de língua portuguesa e as propostas para reconhecer e valorizar as variedades regionais na educação. Aborda a influência do português e das línguas indígenas e africanas, e defende que os alunos devem ter o direito de conhecer as variedades que usam.
1. Maria Izabel Rodrigues Chaves Luana Moraes Salles UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Janaína Rodrigues dos Santos Liliane José Fernandes Trabalho de grupo apresentado como um dos requisitos para a conclusão da disciplina: Português I Por: Daiana de Mello Andrade
2. “ O português são dois" – novas fronteiras, velhos problemas¹ __________________________________________________________________________ ¹ Rosa Virgínia Mattos e Silva concluiu doutorado pela USP e pós-doutorado pela UFRJ, é professora de língua portuguesa na Universidade Federal da Bahia. publicou pela Parábola Editorial "O português são dois" – novas fronteiras, velhos problemas (2004). É um importante nome da lingüística histórica brasileira .
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8. A não consideração das variações lingüísticas Reportagem extraída do site do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional: http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=216 “ Diversidade verde-amarela, inventário irá reconhecer a pluralidade lingüística do país, atendendo às reivindicações de políticas públicas para o setor” Invisibilidade “ Mais de 200 línguas, além do português, são faladas no Brasil: cerca de 190 línguas indígenas e 20 línguas de comunidades descendentes de imigrantes. Mas, além delas, é preciso conferir visibilidade também às variações no próprio modo de falar o português. “Todos esses contextos bilíngües são de alguma forma também “bidialetais”, pois contemplam alguma variedade de baixo prestígio do português ou de outra língua lado a lado com a variedade de português convencionada como padrão”, lembra Marilda Cavalcanti, professora do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. Nesse sentido, a autora afirma que a maioria das escolas públicas brasileiras também podem ser consideradas como bidialetais, na medida em que existem variedades regionais, sociais e estilísticas do português falado pelos estudantes.” Por Carolina Cantarino
9. “ ... a escola tradicionalmente (...) faz tabula rasa do saber lingüístico diferenciado que os indivíduos possuem, em nome de levá-los a dominar o padrão culto idealizado, o que só alcançam, havendo exceções, claro, alguns daqueles que já vem das camadas socioculturais em que esse padrão é a base da comunicação cotidiana, apenas com diferenças próprias aos registros de formalidade” “ Qualquer indivíduo normal que entre na escola para ser alfabetizado em sua língua materna já é senhor de sua língua, na modalidade oral (...).” “ O ensino é um trabalho de criação e não uma obrigação mecânica que se repete a cada aula que se dá.”
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11. O parecer das diretrizes de 1986 Relatório do Ministério da Educação de 1986 para o aperfeiçoamento do Ensino/Aprendizagem da Língua Materna e suas proposições nas Diretrizes da Comissão Nacional. Primeiro parágrafo da introdução: cria uma expectativa positiva, analisa a situação social, econômica e cultural brasileira que exclui nossa população, acaba por concluir que a democratização crescente do acesso à escola tem levado ao fracasso da escola. “ Para sanar tal fracasso defende, contudo, a Comissão a “excepcional importância e o inegável significado social que tem o ensino da língua de cultura” (Dir., p. 2), que, como sabemos, não é o domínio de largas camadas da população e propõe, por fim, que o objetivo último do ensino da língua portuguesa seja o “domínio da língua de cultura, sem estigmatização das variedades adquiridas no processo natural de socialização” (Dir., p. 3). A ressalva cria mais uma expectativa (...).” “ As expectativas positivas (...) caem por terra quando lemos os tópicos 7 e 8 do documento (...). Analisando-os, fica claro que a tabula rasa da pedagogia de tradição secular, em relação à diversidade lingüística, se mantém (...).” “ (...) Vale ressaltar que o entendimento de “língua de cultura” (...) é definido nas Diretrizes como mais abrangente que o de língua culta ou de norma culta.”
12. Rosa Vigínia Matos e Silva defende o fato de que o aluno têm o direito de conhecer as variedades lingüísticas que pode utilizar, se essa proposta fosse aceita a escola deveria desde o período pré-escolar implantar um método que visasse desenvolver a expressividade do aluno e assim sendo, que o fosse capaz de dominar as variedades da sua língua, adequando à cada situação e aperfeiçoando-a nas suas modalidades de ouvinte, falante- leitor e escritor, ou seja, oral e escrita. A defesa de uma pedagogia para o todo da língua
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14. Língua dominadora se difere da língua usada No século XVII, com a expulsão dos jesuítas e a vinda da Família Real Portuguesa, o português foi determinado como a língua oficial por Marquês de Pombal e, instituiu a primeira rede de ensino leigo de português – mesmo assim o português brasileiro tem suas marcas próprias, devido a miscigenação das raças (AFRICANAS + INDÍGENAS + PORTUGUESA). Marquês de Pombal
15. Distribuição espacial dos povos indígenas Os índios refugiados, hoje em sua maioria na região amazônica, foram analisados e classificados, pelos seus diferentes graus de contato com a sociedade dominante, pelo antropólogo Darcy Ribeiro , do extremo isolado ao permanente e, a existência de povos em contato intermitente e outros em permanente, diferenciando os graus de aculturação e aliado ao tempo desse contato. Darcy Ribeiro Tribo Yatê ou Fulniô
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17. Preservação das línguas indígenas na atualidade. O Parque Nacional do Xingu conseguiu preservar algumas etnias indígenas, porém o processo educacional sofre turbulências, devido às interferências missionárias do presente e do passado. A escola indígena , com suas metodologias, deve favorecer os índios e não a sociedade dominante – pois faz uma ponte entre duas culturas diferentes – e para que eles possam interagir com o mundo, não cometendo etnocídio e vivendo em paz dentro da mesma região Reserva Nacional Parque do Xingu