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_________________________________ _______________________________ 
APOSTILA DO 
CURSO SOBRE ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS E 
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS 
_______________________________________________________________________________ 
Relatório: Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 
Revisão N: 2 
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de 
Instalações Offshore 
Preparado para: 
Ministério do Meio Ambiente 
Secretaria de Qualidade Ambiental 
DET NORSKE VERITAS
RELATÓRIO TÉCNICO 
DET NORSKE VERITAS 
REGION SOUTH AMERICA 
Rua Sete de Setembro 111, 
12º / 14º andares - Centro 
CEP: 20050-006 - Rio de Janeiro 
RJ, Brasil 
Caixa Postal 286 
Tel:+55 21 2517-7232 
Fax:+55 21 2252 1695 
http://www.dnv.com 
Data primeira edição: Projeto Nº: 
20/07/2006 WO53706056 
Aprovado por: Unidade Organizacional: 
Luiz Fernando Seixas de Oliveira DNV Principia 
Cliente: Atenção a: 
Ministério do Meio Ambiente - Secretaria de 
Qualidade Industrial 
Marcus Bruno Malaquias Ferreira e Rita 
Lima de Almeida 
Apostila fornecida aos participantes dos cursos de Estudo de Análise de Riscos e Programa de Gerenciamento de Riscos 
para técnicos do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e OEMAs. 
A apostila é constituída de 14 módulos, correspondentes aos módulos de 0 a 13 do Curso. Uma relação com algumas das 
referências bibliográficas mais relevantes sobre os assuntos abordados nos módulos é apresentada no Módulo 0. 
Neste Módulo 12 são apresentados os seguintes tópicos: 
· Apresentar os principais passos para a realização da análise de risco de instalações offshore 
· Identificar os principais perigos associados a instalações offshore 
· Apresentar os tipos de técnicas utilizadas para avaliações de risco na área offshore 
· Discutir as principais diferenças nas A.R.s offshore e onshore 
· Apresentar os indicadores de riscos avaliados 
· Discutir a questão dos critérios de aceitabilidade de riscos para a área offshore 
· Tecer comentários Finais 
Relatório Nº Grupo de 
Assunto: 
Apostila do Curso de Análise de 
Risco/2006 
Indexing terms 
Título Relatório: Palavras chaves: Área de serviço: 
ISA 1 
Setor de Vendas: 
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de 
Instalações Offshore 
Curso 
APP 
AQR 
Risco 
Trabalho executado por: 
Flávio Luiz Barros Diniz, Luiz Fernando Seixas de 
Oliveira, Mariana Bahadian Bardy e Nilda Visco Vieira 
Trabalho verificado por: 
Cássia Oliveira Cardoso, Felipe Sodré e Tobias Vieira 
Alvarenga 
Data desta edição: Rev. Nº.: Número de páginas: 
03/04/2007 0 19 
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meio, incluindo fotocópias ou gravações sem o consentimento por escrito da Det Norske Veritas Ltda.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
ÍNDICE 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1 
2 TIPOS DE INSTALAÇÕES OFFSHORE............................................................................................................2 
3 O ACIDENTE DE PIPER ALPHA........................................................................................................................5 
4 ANÁLISES DE RISCOS REALIZADAS NA ÁREA OFFSHORE....................................................................7 
4.1 Introdução........................................................................................................................................................7 
4.2 Análise Histórica de Acidentes ........................................................................................................................8 
4.3 APP – Análise Preliminar de Perigos............................................................................................................10 
4.4 HAZOP – Análise de Perigos e Operabilidade..............................................................................................10 
4.5 Análise de Risco Ambiental............................................................................................................................11 
5 PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES QUANTITATIVAS DE RISCO DE INSTALAÇÕES 
OFFSHORE.....................................................................................................................................................................12 
5.1 Estrutura Geral do Procedimento de Avaliação de Riscos............................................................................12 
6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS UTILIZADOS PARA AQRS ONSHORE E 
OFFSHORE.....................................................................................................................................................................14 
7 INDICADORES DE RISCO PARA INSTALAÇÕES OFFSHORE ................................................................17 
7.1 Risco Social....................................................................................................................................................17 
7.2 Riscos Individuais ..........................................................................................................................................18 
7.3 Frequëncia de Comprometimento das Funções de Segurança ......................................................................21 
8 CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DE RISCOS..........................................................................................22 
8.1 A Necessidade do Estabelecimento de Critérios de Aceitabilidade de Riscos...............................................22 
8.2 Objetivo da Monografia.................................................................................................................................23 
8.3 Preceitos para o Estabelecimento de Critérios de Aceitabilidade de Riscos.................................................23 
8.4 Procedimento Utilizado .................................................................................................................................24 
8.5 Índices Históricos “Locais” (Bacia de Campos)...........................................................................................25 
8.6 Índices Históricos Internacionais ..................................................................................................................29 
9 ENFOQUE GERAL PARA CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE ................................................................30 
10 VALORES SUGERIDOS PELA MONOGRAFIA ............................................................................................32 
11 COMENTÁRIOS FINAIS....................................................................................................................................34 
i
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
1 
1 INTRODUÇÃO 
A análise quantitativa de riscos de instalações offshore vem sendo realizadas para todos os 
novos projetos de plataformas offshore desenvolvidos pela PETROBRAS. Essas análises são 
realizadas não apenas para se avaliar e reduzir o risco para os trabalhadores das plataformas, como 
para: 
o dimensionamento de proteção passiva contra incêndio, 
dimensionamento de paredes à prova de explosão para segregação de áreas 
colocação de detetores de gás nas diversas áreas da plataforma 
adoção de medidas para a proteção contra a queda de objetos e 
estudos de proteção contra colisão de embarcações. 
Neste Módulo 12 são apresentados os seguintes tópicos: 
Tipos de instalações offshore 
O acidente da Piper Alpha 
Passos para a realização da análise de risco de instalações offshore 
Principais perigos associados a instalações offshore 
Tipos de técnicas utilizadas para avaliações de risco na área offshore 
Principais diferenças nas A.R.s offshore e onshore 
Indicadores de riscos utilizados na área offshore 
Critérios de aceitabilidade de riscos para a área offshore 
Comentários Finais
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
2 TIPOS DE INSTALAÇÕES OFFSHORE 
Existe uma variedade de instalações utilizadas nas atividades de exploração e produção de 
petróleo e gás na plataforma continental marítima (offshore). Dentre elas, os principais tipos são os 
seguintes. 
 Plataformas/navios de perfuração 
 Plataformas de produção de petróleo 
 Plataformas de produção de gás 
 FPSOs (Floating Production, Storage and Offloading) 
 FSOs (Floating Storage and Offloading) 
 Sistemas de escoamento offshore (óleo e gás) 
 Manifolds submarinos de produção 
 Árvores de natal submarinas (molhadas) 
 Poços de produção 
Os quadros apresentados a seguir ilustram os principais tipos de instalações offshore 
Principais Tipos de Instalações Offshore 
2 
indicados acima. 
 Plataformas/navios de 
perfuração 
 Plataformas de produção de 
petróleo 
- Fixas ou flutuantes 
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Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
Principais Tipos de Instalações Offshore 
 FPSOs (Floating Production, Storage and Offloading) 
 FSOs (Floating Storage and Offloading) 
Operação de alívio 
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Principais Tipos de Instalações Offshore 
 Manifolds submarinos de produção 
 Sistemas de escoamento offshore 
(óleo e gás) 
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3
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
Principais Tipos de Instalações Offshore 
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4 
 Árvores de natal submarinas 
(molhadas) 
 Poços de produção
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
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 4 – feridos por quedas/impacto da explosão 
5 
3 O ACIDENTE DE PIPER ALPHA 
A plataforma de Piper Alpha foi palco do maior acidente já ocorrido em instalações offshore 
de produção de petróleo. Pertencia à Occidental Petroleum estava localizada no setor britânico do 
Mar do Norte, localizada a cerca de 200 km a nordeste de Aberdeen. Tratava-se de uma plataforma 
fixa do tipo jaqueta situada em uma lâmina d´água de 140m de profundidade. 
Em 06/07/88 ocorreu um vazamento de condensado de gás natural que deu origem a uma 
forte explosão na plataforma. A explosão causou danos a equipamentos e tubulações iniciando 
incêndios secundários e propagando o acidente para outras áreas da plataforma. Na seqüência de 
danos causados pelos incêndios secundários, houve a fusão de um “riser” de gás que passava pela 
plataforma, o que causou uma nova explosão, ainda mais forte que a primeira e um incêndio que 
envolveu a plataforma por completo. O acidente causou a morte de 167 pessoas, das quais duas 
eram membros das equipes de resgate que acorreram ao local para auxiliar no salvamento de 
vítimas e 165 pessoas que eram parte da tripulação de 226 membros da plataforma. 
O quadro abaixo mostra a distribuição das causas de morte das vítimas do acidente. Pode-se 
ver que a maior parte das mortes ocorreu por conta de inalação de fumaça e gases (109 pessoas). 
Onze mortes ocorreram por causa de afogamento dentre as pessoas que pularam ou caíram no mar. 
Somente sobreviveram aqueles que saltaram ao mar, pois a plataforma foi inteiramente destruída 
pelo incêndio. 
Causas de Morte – Piper Alpha 
 109 - inalação de fumaça e gás 
 11 - afogamento 
 3 - feridos ao saltar da plataforma 
 1 - ferido por queda de objeto 
 3 - queimaduras 
 4 – causas não determinadas 
 32 corpos não recuperados 
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Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
Para investigar as causas do acidente de Piper Alpha foi instaurado um inquérito público 
presidido por Lord Cullen, do qual resultou um extenso relatório (“The Cullen Report”). Em 
conseqüência da análise do acidente foram feitas cerca de 110 recomendações, aceitas pelo Governo 
Britânico, dentre as quais: 
 Realização de análise de risco de incêndios/explosões 
 Realização de análise de risco de entrada de fumaça ou gás no Refúgio Temporário 
6 
Seguro (“Temporary Safe Refuge”) 
 Realização de análise de risco do comprometimento dos sistemas de emergência em 
caso de acidentes 
 Realização de análise de evacuação, escape e resgate (EEERA) 
 Além dos estudos acima, o Relatório Cullen sugeriu que fossem implementados 
SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA (ver Módulo 13 deste curso) em todas as 
plataformas.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
4 ANÁLISES DE RISCOS REALIZADAS NA ÁREA OFFSHORE 
4.1 Introdução 
Tipicamente, as seguintes análises de risco são realizadas na área offshore: 
7 
 Qualitativas 
- Análise Histórica de Acidentes 
- APP – Análise Preliminar de Perigos 
- HAZOP – Análise de Perigos e Operabilidade 
- ARA – Análise de Risco Ambiental 
 Quantitativas 
- Análise Quantitativa de Riscos 
- Análise de Risco de Explosões 
- Análise de Risco de Incêndios 
- Análise de Risco de Queda de Objetos 
- Análise de Risco de Colisões 
- Análise de Risco de Falhas Estruturais 
- Análise de Risco de Acidentes de Transporte
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
8 
4.2 Análise Histórica de Acidentes 
A realização de uma análise histórica de acidentes consiste no levantamento e análise dos 
acidentes ocorridos em instalações offshore semenlhantes áquela que está sendo analisada. 
A análise histórica fornece indicações sobre 
- Possíveis cenários de acidentes em instalações offshore: 
- incêndios, explosões, etc 
- Severidade dos acidentes ocorridos em instalações offshore 
- Pequenos danos, grandes danos, perda total 
- Nº de vítimas fatais por acidente 
- Volume de óleo derramado (ver exemplo em quadro abaixo) 
- Por tipo de instalação e estágio de operação 
- Fixas, flutuante, FPSO 
- Perfuração, Produção, Intervenção, Descomissionamento 
- Por período 
- Ex.: 70-80, 80-90, 90-00, etc 
Os principais Bancos de dados de acidentes na área offshore são os seguintes: 
USA MMS – Minerals Management Services 
DNV WOAD (Worldwide Offshore Accident Database) 
SINTEF Blowout Database 
PETROBRAS SIGA 
Os quadros a seguir contém exemplos de informações típicas obtidas em Análises Históricas 
de Acidentes em instalações offshore.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
Análise Histórica de Acidentes 
 Exemplo de Resultado (Fonte MMS) 
Volume (MMbbl) de Óleo Derramado no Mundo 
1971-2000 
(Derrames maiores do que 238 barris) 
40 
35 
30 
25 
20 
15 
10 
5 
1971-1980 1981-1990 1991-2000 
Version 02 November 2006 Slide 16 
9 
0 
Milhões de Barris (MMbbl) 
Outros 0,21 0,54 0,4 
Dutos terrestres e marítimos 2,91 1,97 3,01 
Instalações 8,72 6,41 1,96 
Navios-tanque e embarcações 25,409 9,535 6,564 
 Exemplo de Resultado (Fonte DNV WOAD) 
Período de 1980 a 1997 
Worldwide US GoM OCS North Sea 
Type of Accident 
Mobile Units Fixed Units Mobile Units Fixed Units Mobile Units Fixed Units 
Anchor failure 8.35 - 8.72 - 24.98 - 
Blowout 10.73 0.88 18.13 0.86 10.62 1.49 
Capsize 6.56 0.45 13.60 0.61 2.50 - 
Collision 2.78 0.52 3.84 0.46 3.12 1.91 
Contact 11.53 0.45 16.39 0.17 16.24 5.10 
Crane accident 4.07 0.64 2.79 0.18 15.62 10.62 
Explosion 2.78 1.39 5.58 1.26 4.37 7.44 
Falling load 8.05 1.07 6.97 0.32 30.61 16.79 
Fire 13.02 7.30 17.78 6.87 28.11 42.92 
Foundering 5.27 0.16 10.46 0.15 3.12 0.21 
Grounding 3.18 - 3.14 - 4.37 - 
Helicopter accident 0.60 0.13 0.70 0.11 1.25 0.85 
Leakage 3.28 0.04 2.44 0.01 8.74 0.64 
List 5.86 0.07 10.46 0.07 7.50 0.21 
Machinery failure 1.39 - 1.39 - 0.62 - 
Off position 11.53 - 12.55 - 26.23 - 
Spill/release 9.44 9.93 5.58 4.62 42.47 133.23 
Structural damage 17.09 0.57 22.66 0.37 19.36 5.91 
Towing accident 5.86 - 2.09 - 18.74 - 
Well problem 14.01 1.28 16.74 0.72 36.23 12.75 
Other 2.48 0.54 2.79 0.15 7.50 9.14
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
4.3 APP – Análise Preliminar de Perigos 
A Análise Preliminar de Perigos (APP) é uma metodologia estruturada para identificar os perigos 
potenciais decorrentes da instalação de novas unidades/sistemas ou da operação de 
unidades/sistemas existentes que lidam com materiais perigosos. Esta metodologia é também 
comumente chamada de Análise Preliminar de Riscos (APR). 
A realização da análise propriamente dita é feita através do preenchimento de uma planilha 
com as informações necessárias à avaliação de riscos para cada módulo de análise. 
Esta metodologia é exatamente a mesma realizada na área onshore e já foi apresentada no 
10 
Módulo 3 deste curso. 
4.4 HAZOP – Análise de Perigos e Operabilidade 
A técnica denominada HAZOP – Análise de Perigos e Operabilidade - visa identificar os 
perigos e os problemas de operabilidade de uma instalação de processo. Esta metodologia é baseada 
em um procedimento que gera perguntas de maneira estruturada e sistemática através do uso 
apropriado de um conjunto de palavras-guia. O principal objetivo de um Estudo de Perigos e 
Operabilidade (HAZOP) é investigar de forma minuciosa e metódica cada segmento de um 
processo, visando descobrir todos os possíveis desvios das condições normais de operação, 
identificando as causas responsáveis por tais desvios e as respectivas conseqüências. Uma vez 
verificadas as causas e as conseqüencias de cada tipo de desvio, esta metodologia procura propor 
medidas para eliminar ou controlar o perigo ou para sanar o problema de operabilidade da 
instalação. 
Esta metodologia é exatamente a mesma realizada na área onshore e já foi apresentada no 
Módulo 3 deste curso.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
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Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
11 
4.5 Análise de Risco Ambiental 
Esta análise pode variar desde uma análise qualitativa do tipo APP para identificação e 
classificação dos cenários com conseqüências ambientais, até uma análise quantitativa visando a 
avaliação da probabilidade de que uma mancha de óleo resultante de um dos cenários de acidente 
avaliado 
Uma análise qualitativa do tipo APP para identificação e classificação dos cenários com 
conseqüências ambientais 
Uma análise qualitativa seguida da avaliação da quantidade de óleo vazada para o mar em 
cada cenário de acidente 
Uma análise qualitativa segui-da 
da avaliação da quantidade 
de óleo vazada para o mar em 
cada cenário de acidente se-guida 
da avaliação da trajetó-ria 
mais provável de cada 
mancha de óleo, avaliada em 
função das condições meteoro-lógicas 
e oceanográficas mais 
prováveis na região (modelo 
determinístico de avaliação da 
dispersão de óleo no mar) 
Uma análise qualitativa segui-da 
da avaliação da quantidade 
de óleo vazada para o mar em 
cada cenário de acidente, se-guida 
da avaliação da probabi-lidade 
de que a mancha de cada cenário atinja regiões ambientais sensíveis (costa, arquipé-lagos, 
etc), avaliada em função da distribuição estatística de condições meteorológicas e 
oceanográficas na região (modelo probabilístico de dispersão de óleo no mar). Pode-se ainda 
neste caso, avaliar a probabilidade acumulada de que qualquer mancha de óleo atinja as re-giões 
sensíveis de interesse.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
5 PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES QUANTITATIVAS DE 
RISCO DE INSTALAÇÕES OFFSHORE 
5.1 Estrutura Geral do Procedimento de Avaliação de Riscos 
A estrutura geral de uma avaliação de riscos de instalações offshore é a mesma da avaliação 
de riscos de qualquer outro tipo de instalação. Os passos necessários para a sua realização estão 
indicados no quadro abaixo, os quais passam pela identificação dos cenários de acidente, pelo 
cálculo das suas freqüências e conseqüências associadas, e, finalmente, pela avaliação dos 
indicadores de risco, através da combinação das freqüências e conseqüências de todos os cenários. 
Após a avaliação dos indicadores de risco vem a questão da aceitabilidade dos valores 
obtidos, questão esta que pode ser respondida através da comparação com os limites estabelecidos 
nos critérios de aceitabilidade de risco. Caso os valores estejam acima dos critérios e, portanto, os 
riscos sejam considerados inaceitáveis, devem ser propostas medidas de redução de riscos e feita a 
reavaliação dos mesmos, até que se obtenha valores considerados aceitáveis. 
Com os riscos em níveis considerados aceitáveis ou toleráveis, devem ser estabelecidos o 
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e o Plano de Ação de Emergência (PAE). 
AQR de Instalações Offshore: Estrutura Geral 
Sim Não 
Reavaliar 
Version 05 November 2006 Slide 10 
12 
Meteorologia, 
população, 
Dados de propriedades 
falhas e de reparo, 
manutenção 
Informações 
sobre o sistema 
Definição do Sistema, 
Fronteiras, Objetivos e 
Abrangência do 
Estudo 
Identificação 
dos Perigos 
Avaliação 
das 
Frequências 
Avaliação 
das 
Consequências 
Avaliação 
dos Riscos 
Riscos 
Aceitáveis? 
PGR/PAE 
Sugerir medidas 
mitigadoras de 
Risco
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
Como pode ser visto do quadro acima, a estrutura geral da análise quantitativa de riscos é a 
mesma, independentemente do objeto que está sendo avaliado (instalações de processo em terra, 
dutos, instalações offshore, etc). O que muda são os modelos de avaliação de freqüência e 
consequência, bem como os indicadores utilizados em cada caso. A seguir apresentamos um resumo 
comparativo das principais diferenças entre os modelos utilizados nas áreas onshore e offshore. 
13
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS UTILIZADOS 
PARA AQRS ONSHORE E OFFSHORE 
Tal qual para instalações fixas, os indicadores de risco para dutos são também os riscos 
Análise Quantitativa de Riscos Offshore 
 AQR Onshore e Offshore: Existem diferenças? 
14 
individuais e os riscos sociais. 
X 
Version 05 November 2006 Slide 21 
 As distâncias de interesse: 
- Na área onshore, os recursos vulneráveis de interesse estão situados longe da fonte 
- Normalmente, a mais de 100 m 
- Na área offshore, os recursos vulneráveis estão muito próximos da fonte 
- Na grande maioria das vezes, a menos de 50 m 
- Em muitos casos, a 10 – 20 m 
 Os modelos tradicionais de AQR foram desenvolvidos para a área onshore 
 Em geral, são bons para grandes distâncias em relação à fonte 
- “Far-field models” 
- Detalhes em relação à fonte não são muito importantes 
- Por exemplo: a 200 ou 300 m, praticamente não faz diferença se a nuvem se 
originou de uma fonte pontual ou se teve origem em uma poça com 5-10 m 
de diâmetro 
- Idem, se há algum obstáculo junto à fonte
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
AQR Onshore e Offshore: Principais Diferenças 
R E L A T I V E 
C O N C E N T R A T I O N 
I N S T A N T A N E O U S 
Version 05 November 2006 Slide 23 
Unified Dispersion Model 
Programas PHAST e SAFETI 
15 
 Nuvem gaussiana (gases neutros) 
- Fonte pontual 
- Meio plano infinito 
- Campo de vento uniforme 
- Trajetória em linha reta 
A V E R A G E 
C R O S S W I N D 
P O S I T I O N 
Gases Pesados 
Liberação de Cloro Líquido 
Furo de 1” 
Visão Superior (“footprint”) 
Visão Lateral 
Version 05 November 2006 Slide 24 
Em AQRs de instalações terrestres são normalmente utilizados modelos de dispersão desen-volvidos 
para meios planos infinitos, considerando que o campo de ventos é espacialmente unifor-me. 
Essas hipóteses são razoáveis para as condições típicas dessas instalações, principalmente por-que 
os resultados de interesse são aqueles situados a distâncias relativamente grandes da fonte (“far-field 
results”) e, também pelo baixo grau de confinamento/obstáculos do meio onde se dá a disper-são 
dos gases.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
Interesse é o “near-field”, ou seja, a região 
próxima da fonte 
Geometria da plataforma pode causar grande 
distorção na nuvem 
Modelagem com CFD consegue representar 
bem melhor a realidade 
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16 
Em uma plataforma offshore 
Ambiente congestionado e confinado 
CFD – “Computational Fluid Dynamics” 
Ondas de sobrepressão em dois momentos
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Offshore 
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7 INDICADORES DE RISCO PARA INSTALAÇÕES OFFSHORE 
Os indicadores de risco utilizados em AQRs de instalações offshore são os seguintes: 
Risco social médio (“Potential Loss of Life”- PLL) 
17 
Risco individual 
· Risco individual médio (em toda a instalação) 
· Risco individual por módulo da plataforma 
· Taxa de Acidentes Fatais (TAF ou FAR – “Fatal Accident Rate”) 
O FAR é muito utilizado como indicador do risco para trabalhadores e, 
portanto, presta-se bem como indicador de risco de plataformas offshore, dado 
que neste caso, a população exposta é composta unicamente por trabalhadores da 
plataforma. 
Frequência de comprometimento (“impairment”) das funções de segurança 
As funções de segurança típicas para as quais são avaliadas as respectivas freqüências 
de comprometimento são: 
· Refúgio Temporário Seguro (“TSR – Temporary Safe Refuge”) 
· Baleeiras 
· Rotas de fuga 
· Paredes corta-fogo ou à prova de explosões 
7.1 Risco Social 
Tipicamente em AQRs de instalações offshore, o único indicador de risco social avaliado é o 
chamada “PLL – Potential Loss of Life”. Na realidade este indicador corresponde ao chamado 
Risco Social Médio em uma AQR onshore, sendo este um indicador raramente calculado no caso 
onshore nas AQRs atuais. Consiste simplesmente do somatório dos produtos da freqüência vezes 
conseqüências de cada cenário de acidente (ver quadro mostrado na seção seguinte). Tanto na área 
onshore como na offshore, não há critérios de aceitabilidade para este tipo de indicador. O seu 
maior uso é em análises custo-benefício de medidas de redução de risco, onde o valor da sua 
redução alcançado com a implementação da medida de redução de risco é considerado como o 
benefício da medida e comparado ao custo total da implementação da mesma. 
Em vista do exposto acima, não dedicaremos mais tempo para esse indicador neste curso.
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18 
7.2 Riscos Individuais 
Os Riscos Individuais são os indicadores de risco para pessoas utilizados na área offshore. 
Tipicamente são expressos em três formas distintas: 
· Risco individual por módulo da plataforma 
· Risco individual médio (em toda a instalação) 
· Taxa de Acidentes Fatais (TAF ou FAR – “Fatal Accident Rate”) 
Para a realização de uma AQR offshore, a plataforma é dividida nos seus módulos 
operacionais (área de “risers”, área de “manifold”, área de separação, área de compressão, área de 
acomodações, outras). Na avaliação dos riscos individuais, é calculado um valor para cada área ou 
módulo da plataforma, de modo que se tem uma visão geral da distribuição dos riscos individuais 
para os trabalhadores de cada área/módulo da plataforma. Com essa distribuição pode-se encontrar 
as áreas/módulos onde os trabalhadores estão mais expostos a riscos. 
O indicador de risco individual mais utilizado é o chamado risco individual médio, o qual 
consiste em uma média dos valores de R.I. em todas as áreas/módulos, sendo calculado pela relação 
entre o PLL e a população exposta (número médio de pessoas presentes na plataforma). Fornece o 
R.I. para um indivíduo médio da plataforma. O quadro abaixo ilustra a relação entre o R.I. médio e 
o PLL. Como pode ser visto, a avaliação do R.I. a partir do PLL exige que seja incluído o fator de 
percentual de presença do indivíduo na plataforma, pois o PLL é calculado que em cada 
área/módulo, haverá sempre pessoas presentes (os trabalhadores da área/módulo), mas esses não são 
sempre o mesmo indivíduo, devido ao regime de rotatividade existente na plataforma. No Brasil, 
este regime pode ser de 14 por 14 ou de 14 por 21 dias, sendo o primeiro normalmente usado para 
subcontratados e o segundo para funcionários da PETROBRAS. A probabilidade de presença para 
um dado indivíduo é a relação entre o tempo embarcado e o tempo total do ciclo. Numa base anual, 
corresponde ao número de horas que o indivíduo passa embarcado dividido pelo número total de 
horas do ano.
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Cálculo dos Indicadores de Risco 
 Risco Social Médio - “PLL - Potential Loss of Life” 
n 
i i PLL f C n = no. de cenários 
T 
embarcado 
População + 
T T 
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19 
 Risco Individual 
- Médio 
=Σ ´ 
i 
embarcado em terra 
= ´ PLL 
RI medio 
Outro indicador muito utilizado na area offshore é o TAF (Taxa de Acidentes Fatais) ou FAR 
(“Fatal Accident Rate”, em inglês). O FAR é definido como o número de fatalidades a cada 100 
milhões de horas trabalhadas na instalação, ou seja: 
FAR = número de vítimas fatais em 108 horas trabalhadas. 
Considerando que este é um valor médio calculado para um total de 100 milhões de horas 
trabalhadas por todos os trabalhadores da instalação e que o R.I. médio é um valor correspondente 
ao número de horas trabalhadas por ano por um dado trabalhador, esses indicadores estão 
relacionados pelas relações mostradas no quadro a seguir. 
Tendo em vista que a relação entre o FAR e o RI depende do número de horas trabalhadas por 
ano pelo trabalhador, então, os valores numéricos dessa relação variam em função do regime de 
trabalho a que cada trabalhador está submetido (14 por 14 ou 14 por 21), conforme indicado na 
tabela mostrada no segundo quadro a seguir.
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Nº de fatalidade s FAR = ´ 
Nº de horas trabalhadas por ano 
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Tabela 4.1 – Valores do FAR para os empregados de plataformas nos regimes de 
14/21 e 14/14, para a faixa dos valores de R.I. de maior interesse 
FAR 
14 por 21 14 por 14 
Risco Individual 
1,00E-02 310,95 248,76 
5,00E-03 155,47 124,38 
1,00E-03 31,09 24,88 
5,00E-04 15,55 12,44 
1,00E-04 3,11 2,49 
5,00E-05 1,55 1,24 
1,00E-05 0,31 0,25 
5,00E-06 0,16 0,12 
1,00E-06 0,03 0,02 
20 
Relações entre RI e FAR 
108 
R.I. = FAR ´ 
108 
Nº de horas trabalhad as 
FAR e R.I. 
Regime 14/21 = 3216 h/ano 
Regime 14/14 = 4020 h/ano 
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7.3 Frequëncia de Comprometimento das Funções de Segurança 
Em caso de um acidente de grandes proporções, para que a evacuação da plataforma seja feita 
de modo seguro e completo, certas ‘funções de segurança” devem sobreviver aos efeitos do aciden-te 
(incêndios e explosões) por um tempo suficientemente longo, de modo a permitir que a evacua-ção 
dos trabalhadores seja organizada e executada. Tipicamente essas funções de segurança são: 
· Rotas de Fuga: pelo menos uma rota de fuga deve permanecer incólume entre as 
principais áreas de trabalho (tratamento de gás, separação, cabeça dos poços, sonda e 
áreas de utilidades) e o RTS. 
· Refúgio temporário Seguro (RTS): o RTS pode ser todo o módulo de acomodações, 
ou um local apropriado (uma pequeno sala) no interior deste módulo ou em uma área 
específica da plataforma. O RTS deve reter sua integridade contra incêndios e 
explosões e manter condições internas aceitáveis por um tempo especificado. 
· Barcos salva-vidas: os barcos salva-vidas suficientes devem permanecer incólumes e 
localizados próximo ao RTS de modo a poder acomodar todo o pessoal de 
plataforma. Em plataformas onde os barcos salva-vidas são integrados com a 
acomodação, não há necessidade de tratar barcos salva-vidas como uma função de 
segurança separada. 
A frequência de comprometimento de uma determinada função de segurança é a frequência 
de ocorrência de acidentes que fazem com que a função de segurança fique indisponível, ou seja, 
não possa ser utilizada adequadamente em caso de necessidade durante o acidente. É usualmente 
expressa em uma base anual. Dentre as funções de segurança indicadas acima, aquela que tem rece-bido 
maior atenção nas AQRs é a frequência de comprometimento do Refúgio Temporário Seguro. 
A frequência de comprometimento de funções de segurança tem sido utilizada no Mar do 
Norte (notadamente na Noruega e Inglaterra) como um indicador de risco a ser avaliado nas AQRs 
e para o qual existe também um critério de aceitabilidade que indica o valor máximo aceitável para 
esta freqüência (indicado nas seções seguintes). Trata-se de um indicador que visa fornecer proteção 
para a população da plataforma como um todo, podendo ser visto, sob este aspecto, como um 
indicador de risco social. 
21
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8 CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DE RISCOS 
8.1 A Necessidade do Estabelecimento de Critérios de Aceitabilidade de Riscos 
Como parte do processo de gerenciamento de risco, durante a fase de projeto de uma nova 
instalação offshore ou durante a operação de uma instalação existente, decisões devem ser feitas 
sobre questões de segurança, tais como: 
 Quando a operação de uma instalação ou atividade pode ou não ser permitida em função dos 
valores de riscos avaliados para a instalação (p.ex., no processo de licenciamento ambiental 
da instalação); 
 Quando medidas são necessárias para reduzir os riscos avaliados; 
 Quão extensivas precisam ser as medidas de redução de risco; 
 Quais dentre várias opções de equipamentos de segurança (tais como, dispositivos de 
proteção, sistemas de detecção de fogo e gás, equipamentos de combate a incêndio, de 
abandono da instalação, etc.) devem ser escolhidos; 
 Que limite utilizar para o valor segurado de uma instalação 
Nota - As seções apresentadas a seguir foram extraídas da seguinte referência (dois dos 
autores são também instrutores desse curso): 
Luiz Fernando Oliveira, Flávio Diniz e Marcelo Santux, “Critérios de Aceitabilidade de 
Riscos na Indústria Offshore”, Monografia apresentada no Curso de Especialização em 
Engenharia de Segurança da Universidade Federal Fluminense, em 2004. 
22
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23 
8.2 Objetivo da Monografia 
O objetivo principal da Monografia foi o de propor uma metodologia para o estabelecimento 
de critérios de aceitabilidade a serem utilizados na área offshore do Brasil. Assim, os autores não 
estavam preocupados com os valores dos limites a serem propostos mas apenas com a 
demonstração da viabilidade e coerência da metodologia proposta. Os autores utilizaram unica-mente 
fontes de dados disponíveis publicamente na literatura, as quais podem não ter a precisão 
requerida para se chegar aos valores limites realmente apropriados para a área offshore no Brasil. 
Assim, os valores limites que poderiam ser de fato utilizados dependeriam de uma re-análise 
utilizando-se dados mais precisos, os quais certamente encontram-se disponíveis na PETROBRAS. 
8.3 Preceitos para o Estabelecimento de Critérios de Aceitabilidade de Riscos 
Os critérios de aceitabilidade a serem propostos deverão satisfazer aos seguintes preceitos: 
1. Os limites máximos de risco não devem ser superiores aos índices de risco históricos 
encontrados na atividade de produção de petróleo offshore na Bacia de Campos; 
2. O critério deve garantir um nível adequado de segurança para a continuidade das 
instalações existentes e promover a melhoria de segurança para as novas instalações 
offshore a serem instaladas no Brasil; 
3. Os valores adotados devem ser compatíveis com o que é possível conseguir em 
termos de melhoria de segurança sem comprometer a viabilidade econômica das 
instalações existentes e dos novos projetos; 
4. Os valores adotados devem ser compatíveis com os adotados em outras regiões do 
mundo. 
O primeiro preceito visa impedir uma redução dos níveis de segurança já alcançados com a 
atual política de segurança das instalações utilizada pela PETROBRAS na Bacia de Campos. O 
segundo indica que a adoção dos critérios de aceitabilidade deverá promover um aumento de 
segurança em relação aos níveis até aqui conseguidos na prática, principalmente para as novas 
instalações offshore. Por outro lado, é necessário que a adoção dessa nova política de segurança 
baseada na gestão de riscos não comprometa a viabilidade econômica do negócio, o que poderia 
acontecer caso os critérios de aceitabilidade fossem exigentes demais e, conseqüentemente de 
implementação muito cara. Esta é a idéia do terceiro preceito. O quarto é um reconhecimento de 
que o negócio de exploração e produção de petróleo está inserido no contexto da competição global, 
que é cada vez mais acirrada. Caso uma empresa nacional estipulasse critérios de aceitabilidade 
muito mais exigentes que os seus competidores globais, é muito provável que isso viesse a ter um 
impacto significativo sobre seus custos operacionais, o que a levaria a uma perda de competiti-vidade 
vis-a-vis o mercado internacional de óleo e gás.
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8.4 Procedimento Utilizado 
Visando atender aos quatro preceitos enunciados acima e tendo em vista que o critérios a 
serem propostos são específicos para os trabalhadores das instalações offshore no Brasil e não para 
comunidades externas (público em geral), o procedimento proposto para se estabelecer os referidos 
critérios é o seguinte: 
1. Obter índices históricos “locais” ou seja, índices de risco indicativos dos valores 
históricos representativos dos riscos que os trabalhadores estão atualmente submetidos 
nas plataformas da Bacia de Campos (visando o atendimentos aos Preceitos 1 e 2); 
2. Obter resultados de várias AQRs já realizadas para plataformas offshore no Brasil e no 
exterior, estudar as melhorias propostas e os valores finais alcançados (visando atender 
aos Preceitos 2 e 3); 
3. Fazer um levantamento de critérios de aceitabilidade adotados em outras regiões do 
mundo, por órgãos governamentais e por empresas operadoras de plataformas offshore 
de produção de petróleo (visando atender ao Preceito nº 4). 
4. Estabelecer valores diferenciados para instalações existentes e para novos projetos, 
sendo os valores máximos de risco requeridos para estes últimos inferiores aos das 
instalações existentes (visando atender ao Preceito nº 2).
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8.5 Índices Históricos “Locais” (Bacia de Campos) 
Para a avaliação dos índices de risco históricos na Bacia de Campos (assim como em qualquer 
outro lugar ou atividade) em um determinado período de tempo, são necessários dois dados básicos: 
1º) o número de fatalidades ocorridas no período, e 2º) o número de horas trabalhadas no mesmo 
período. De posse desses dados, pode-se determinar o valor médio do FAR na Bacia de Campos e, 
desse valor, derivar o valor do risco individual histórico para os trabalhadores da Bacia de Campos. 
Embora a PETROBRAS disponha de bancos de dados sobre os acidentes ocorridos na Bacia 
de Campos, a obtenção desses dados não é uma tarefa fácil para quem não é da PETROBRAS e não 
está oficialmente trabalhando para a empresa nesta área, uma vez que os mesmos não estão 
publicados na literatura aberta. As principais fontes encontradas foram: 
1. A Tese de Mestrado de Denise Faertes, apresentada na COPPE/UFRJ, a qual contém 
dados de acidentes, horas trabalhadas e uma avaliação do FAR para os trabalhadores da 
Bacia de Campos no período de 1982 a 1993, cuja fonte é a PETROBRAS; 
2. A Tese de Doutorado de Denise Faertes, apresentada na Universidade de Sheffield na 
Inglaterra, a qual contém uma extensão dos mesmos dados para o período de 1994 a 
1998, cuja fonte é a PETROBRAS; 
3. O trabalho de Freitas et al., publicado no Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 
Fev. 2001, contém dados de acidente no período de 1995 a 1997, fornecidos pelo 
SINDIPETRO da Bacia de Campos; 
4. Vários artigos de jornal publicados no período de 1998 a 2003, com informações sobre 
acidentes e número de vítimas fatais até o ano de 2002. 
A Tese de Mestrado de Faertes fornece a seguinte tabela: 
25 
Risco Individual (/ano) 
Atividade Offshore 
(1982-1993) 
FAR 
14 por 21 14 por 14 
Total 26 8,36 x 10-4 1,05 x 10-3 
Processo 16 5,15 x 10-4 6,43 x 10-4 
Não Processo 8 2,57 x 10-4 3,22 x 10-4
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A partir dos dados apresentados na Tese de Doutorado da mesma autora, chega-se à seguinte 
26 
tabela: 
Atividade Offshore R. I. (/ano)* 
1994 a 1998 FAR 
14 por 21 14 por 14 
Total 10.31 3.32 x 10-4 4,14 x 10-4 
Processo 0.86 2.77 x 10-4 3,46 x 10-5 
Não Processo 9,45 3.04 x 10-4 3,80 x 10-4 
No artigo de Freitas e colaboradores (2001) sobre acidentes de trabalho na Bacia de Campos, 
os autores apontam a ocorrência de 3 fatalidades no ano de 1996 e 9 em 1998, segundo dados ex-traídos 
de várias fontes*. Ainda naquele artigo, é apontado que, segundo dados do SINDIPETRO, 
cerca de 6.000 empregados trabalhavam na Bacia de Campos em 1997. Tomando por base este 
número de empregados e os números de horas trabalhadas por cada trabalhador por ano em cada um 
dos dois regimes de trabalho, conclui-se que anualmente são geradas 19.296.000 horas trabalhadas 
no regime de 14/21 e 24.120.000 horas trabalhadas no regime de 14/14. Usando os números de fata-lidades 
acima para cada um dos dois anos e considerando que os números de horas trabalhadas esti-mados 
para 1997 sejam válidos para os dois anos em pauta, chega-se aos valores de FAR Total 
apresentados na tabela a seguir. 
FAR 
Ano 
Nº de 
Fatalidades 14 por 21 14 por 14 
1996 3 15,55 12,44 
1998 9 46,64 37,31 
Média nos 2 anos 
acima 
12 31,09 24,88 
Média no período 
1994 a 1998* 
12 12,44 9,95 
* Segundo Freitas e colaboradores, foram utilizados os documentos fornecidos pelo SINDIPETRO-NF à CT-QPP/ 
CONSEST, ao MPT, constantes do Procedimento Prévio 017/96, e a CPI da ALERJ, sendo estes: relatórios de ocorrências 
anormais (ROAs); relatórios de acidentes com lesões (RALs); laudos técnicos da empresa; laudos técnicos da Capitania dos Portos; 
atas de reunião da CIPA; comunicados internos; estatísticas de acidentes da empresa; dossiê do SINDIPETRO-NF para a Comissão 
Parlamentar de Inquérito da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro; relatórios de inspeção da empresa; comunicações de acidentes 
de trabalho (CATs).
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Conforme publicado no jornal “O Estado de São Paulo” de 16/10/02, um levantamento do 
Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense mostrava na época que 41 funcionários morreram 
em plataformas da Petrobrás na Bacia de Campos desde 1999.* Com base nesta informação, pode-se 
considerar que houve 41 fatalidades nos quatro anos (1999 a 2002). Estimando-se conservadora-mente 
para este período, um valor médio de 6.600 trabalhadores, ou seja, um crescimento de 10% 
sobre o total de funcionários de 1997 (estimado em 6.000 – ver Freitas e colaboradores (2001)), 
calcula-se que nestes quatro anos foram realizadas 84.902.400 e 106.128.000 horas trabalhadas para 
os regimes de 14/21 e 14/14, respectivamente. A partir desses dados, chega-se, respectivamente, a 
48.29 e 38.63 para os valores de FAR nos regimes de 14/21 e 14/14, no período 1999 a 2002. Esses 
valores estão bem acima dos valores encontrados para os períodos anteriores, refletindo certamente, 
o acidente da P-36 ocorrido no período. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, 
este aumento seria também o resultado do aumento da terceirização ocorrido nos últimos anos (ver 
“O Estado de São Paulo” de 16/10/02 – “Sindicalistas culpam terceirização”). 
Agrupando as informações disponíveis para os três períodos, obtém-se o quadro mostrado na 
tabela abaixo, de onde pode-se concluir que os resultados obtidos na tese de mestrado de Faertes 
são muito parecidos aos valores médios de todo o período desde 1982 a 2002, indicando que, 
considerando-se o longo prazo, não houve alteração significativa do risco para os trabalhadores das 
plataformas da Bacia de Campos neste período. 
Horas Trabalhadas FAR 
27 
Período 
Nº de 
Fatalidades 
14 por 21 14 por 14 14 por 21 14 por 14 
1982-1993 65 (40) 250.000.000 250.000.000 26 (16) 26 
1994-1998 12 (1) 77.184.000 96.480.000 12,44 (1) 9,95 
1999-2002 41 (14) 84.902.400 106.128.000 48,29 (13) 38,63 
1982-2002 118 (55) 412.086.400 452.608.000 28,63 (13) 26,07 
Nota: Os valores entre parênteses referem-se a estimativas do FAR Processo e do correspondente 
número de fatalidades de acidentes de processo em cada período. 
* Cabe lembrar que neste período ocorreu o trágico acidente da Plataforma P-36, o qual causou a morte de 11 pessoas.
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Dos valores mostrados anteriormente, pode-se concluir que no período todo desde 1982 a 
FAR Risco Individual (/ano) 
14 por 21 14 por 14 14 por 21 14 por 14 
1982 - 2002 
Total 28,63 26,07 9,21 x 10-4 1,05 x 10-3 
28 
2002: 
Atividade Offshore 
(1982-1993) 
Da tabela acima vê-se que o FAR médio praticado na Bacia de Campos está entre 26 e 28, 
considerando que na realidade existe uma mistura dos dois regimes de trabalho indicados na tabela. 
Esses valores de FAR corresponde a um R.I. variando entre 9,2 x 10-4/ano e 1,05 x 10-3/ano. 
Podemos, portanto, considerar que o R.I. médio histórico da Bacia de Campos é de 1,0 x 10-3/ano, 
tomando-se por base os valores de número de fatalidades e horas trabalhadas indicados neste tra-balho.
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Dados de Outras Regiões do Mundo 
 “Safety Performance of the Global EP Industry” 
- International Association of Oil and Gas Producers - OGP 
Segundo Spouge – DNV 
Mar do Norte: 
1971 a 1991  FAR=23 
Média Mar do 
Norte 
De 93 a 02 
HSE 
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29 
8.6 Índices Históricos Internacionais 
Dados extraídos do Relatório de 2003 da OGP (“Organization of Oil and Gas Producers”) que 
reúne cerca de 40 companhias produtoras de petróleo do mundo, indicaram valores decrescentes de 
FAR no período de 1992 a 2002 (ver figura no quadro abaixo), com um valor médio no período da 
ordem de 7. 
Segundo trabalho realizado por John Spouge da DNV para o HSE do Reino Unido, o FAR 
das atividades petrolíferas no Mar do Norte no período de 1971 a 1991 foi igual a 23, mas após a 
introdução dos requisitos recomendados no Relatório Cullen (principalmente a introdução de 
sistemas de gestão de segurança e de análise de riscos de incêndio e explosão), os valores de FAR 
caíram drasticamente no período posterior a 1992, atingindo um valor médio no período de 1992 a 
2002 menor que 2.0. Ou seja, neste último período, a indústria do Mar do Norte conseguiu uma 
redução de um fator de 10 para o risco dos seus empregados. 
Pode-se concluir, portanto, que os valores de risco individual praticados em outras regiões 
produtoras do mundo está bem abaixo do valor histórico encontrado para a Bacia de Campos no 
período de 1983 a 2002. É bem possível que dados mais precisos relativos ao período de 1998 a 
2002, bem como os programas de segurança implementados pela PETROBRAS nos últimos quatro 
anos indiquem valores de risco individual mais baixos do que os encontrados neste trabalho.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
9 ENFOQUE GERAL PARA CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE 
O enfoque adotado nos critérios de aceitabilidade utilizados internacionalmente deriva da 
proposição feita pelo Royal Society Study Group em 1983, o qual consiste em se utilizar dois valo-res 
30 
limites: 
Um valor limite superior, chamado Limite de Inaceitabilidade, e 
Um valor limite inferior, chamado Limite de Aceitabilidade sem Questionamento; 
Entre os dois limites situa-se a região denominada ALARP (“As Low as Resonnably 
Practicable”). 
Este enfoque está exemplificado na figura abaixo. 
Região Inaceitável 
Região ALARP 
Região Aceitável 
sem Questionamentos 
Limite de Inaceitabilidade 
Limite de Aceitabilidade 
sem Questionamentos 
Um risco situado acima do Limite de Inaceitabilidade, não é aceitável e deve ser reduzido a 
qualquer custo, ou então, a instalação não pode ser construída. Um risco abaixo do Limite de 
Aceitabilidade sem Questionamento é considerado um risco trivialmente aceitável, para o qual não 
há necessidade de qualquer discussão adicional. Na região ALARP, o risco deve ser reduzido, mas 
depende do custo das medidas necessárias para reduzi-lo para a região aceitável sem 
questionamento. Se o custo for desproporcionalmente alto pode, o risco pode ser mantido na região 
ALARP e a instalação ser licenciada.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
Desde a publicação do Relatório Cullen em 1992, o Office of Offshore Safety do HSE do 
Reino Unido deixou a cargo de cada operadora a definição dos valores a serem usados nos critérios 
de aceitabilidade de risco a serem utilizados nas suas análises quantitativas de risco, mas sugeriu 
que tais valores não ultrapassem os seguintes limites: 
- RI Médio, no máximo = 10-3/ano (FAR=25) 
- Frequência de Comprometimento = 10-3/ano. 
O valor sugerido pelo HSE para a freqüência de comprometimento das funções de segurança 
corresponde ao valor total da freqüência para todos os tipos de carga acidental (por exemplo: 
incêndio, explosão, quedas de objeto, colisões) que possam levar ao comprometimento da função. 
Enfoque semelhante foi adotado pela Petroleum Safety Authority, agência governamental 
responsável pela segurança das instalações offshore situadas em águas de jurisdição norueguesa. A 
única diferença entre os dois órgãos acima (HSE e PSA) reside no valor limite sugerido para a 
freqüência de comprometimento das funções de segurança, que a Noruega recomenda o valor de 1,0 
x 10-4/ano para cada tipo de carga acidental ou alternativamente, o valor de 5,0 x 10-3/ano para todas 
as cargas acidentais combinadas. 
31
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
10 VALORES SUGERIDOS PELA MONOGRAFIA 
Considerando os valores históricos “locais” (da Bacia de Campos), os valores históricos inter-nacionais, 
os valores encontrados em trabalhos recentes de análise quantitativa de risco realizados 
tanto no Brasil como no exterior (mostrados na Monografia), bem como os valores limites sugeri-dos 
por órgãos de outros países, foram sugeridos os limites indicados nos dois quadros abaixo, res-pectivamente, 
para instalações existentes e para instalações novas. 
Para a freqüência de comprometimento das funções de segurança, os autores da Monografia 
sugeriram os limites propostos pela PSA (Petroleum Safety Authority) da Noruega, pelo menos 
para instalações novas, por serem um pouco mais exigentes que o sugerido pelo HSE do Reino 
Unido. Para instalações existentes poderia ser utilizado o limite sugerido por este último órgão. 
Critérios Propostos na Monografia para o Setor Offshore 
Brasileiro 
2.0 x 10-3 Limite máximo para o R.I. por Módulo 
Version 13 November 2006 Slide 44 
32 
 RI para Instalações Existentes 
Região Inaceitável para 
O R.I. Médio 
Região ALARP 
Região Aceitável 
sem Questionamentos 
Limite de Inaceitabilidade para o R.I. Médio 
Limite de Aceitabilidade 
sem Questionamentos 
1.0 x 10-3 
1.0 x 10-5
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
Critérios Propostos na Monografia para o Setor Offshore 
Brasileiro 
1.0 x 10-3 Limite máximo para o R.I. por Módulo 
Version 13 November 2006 Slide 45 
33 
 RI para Instalações Novas 
Região Inaceitável para 
O R.I. Médio 
Região ALARP 
Região Aceitável 
sem Questionamentos 
Limite de Inaceitabilidade para o R.I. Médio 
Limite de Aceitabilidade 
sem Questionamentos 
5.0 x 10-4 
1.0 x 10-5 
 Notas: 
- Os critérios propostos acima dependem dos valores dos dados históricos utilizados. 
Dados mais precisos, tanto para o número de fatalidades quanto para o montante de 
horas trabalhadas, poderiam resultar na proposição de outros valores para os 
critérios. 
- A proposta acima foi feita apenas com a finalidade de exemplificar a metodologia 
utilizada na Monografia, sendo de responsabilidade dos seus autores e não da DNV.
Módulo 12: 
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações 
Offshore 
– WO 53705093 
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 
Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 
34 
11 COMENTÁRIOS FINAIS 
De um modo geral, os riscos em instalações offshore têm causas mais diversificadas do que 
aqueles em instalações terrestres. 
Duas diferenças fundamentais entre instalações offshore e terrestres, que devem ser levadas 
em conta nas respectivas análises quantitativas de risco são que: 
 As instalações offshore são muito mais congestionadas e apresentam um grau de 
confinamento muito maior que as instalações terrestres; 
 Os efeitos dos acidentes em instalações offshore devem ser avaliados para o “near-field”, ou 
seja, para distâncias bem próximas à fonte, enquanto, nas instalações terrestres, geralmente 
os efeitos de interesse são aqueles que ocorrem a distâncias relativamente longas (“far-field”), 
onde encontram-se normalmente as populações de interesse. 
Levando-se em conta as diferenças indicadas acima, pode-se concluir que: 
 As AQRs de instalações offshore requerem a utilização de tecnologia mais avançada do que 
as utilizadas para instalações em terra, ou seja, requerem a utilização de modelos à base de 
CFD (Dinâmica de Fluidos Computacional), os quais utilizam a geometria tri-dimensional 
das plataformas em suas avaliações. 
Outro comentário de grande relevância para instalações offshore é que para se poder usufruir 
os benefícios da realização de análises quantitativas de risco é necessário que sejam estabelecidos 
critérios de aceitabilidade de risco (também relevante para quaisquer outros tipos de instalações). 
Conforme mostrado na Monografia de Oliveira, Diniz e Santux, a definição de critérios de aceita-bilidade 
embasados na experiência histórica das operadoras é tecnicamente viável. Tais critérios 
podem ser estabelecidos de forma a promover melhorias de segurança para as novas instalações 
offshore em comparação às instalações já existentes.

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Análise de riscos de instalações offshore

  • 1. _________________________________ _______________________________ APOSTILA DO CURSO SOBRE ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS E PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS _______________________________________________________________________________ Relatório: Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Revisão N: 2 Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore Preparado para: Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Qualidade Ambiental DET NORSKE VERITAS
  • 2. RELATÓRIO TÉCNICO DET NORSKE VERITAS REGION SOUTH AMERICA Rua Sete de Setembro 111, 12º / 14º andares - Centro CEP: 20050-006 - Rio de Janeiro RJ, Brasil Caixa Postal 286 Tel:+55 21 2517-7232 Fax:+55 21 2252 1695 http://www.dnv.com Data primeira edição: Projeto Nº: 20/07/2006 WO53706056 Aprovado por: Unidade Organizacional: Luiz Fernando Seixas de Oliveira DNV Principia Cliente: Atenção a: Ministério do Meio Ambiente - Secretaria de Qualidade Industrial Marcus Bruno Malaquias Ferreira e Rita Lima de Almeida Apostila fornecida aos participantes dos cursos de Estudo de Análise de Riscos e Programa de Gerenciamento de Riscos para técnicos do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e OEMAs. A apostila é constituída de 14 módulos, correspondentes aos módulos de 0 a 13 do Curso. Uma relação com algumas das referências bibliográficas mais relevantes sobre os assuntos abordados nos módulos é apresentada no Módulo 0. Neste Módulo 12 são apresentados os seguintes tópicos: · Apresentar os principais passos para a realização da análise de risco de instalações offshore · Identificar os principais perigos associados a instalações offshore · Apresentar os tipos de técnicas utilizadas para avaliações de risco na área offshore · Discutir as principais diferenças nas A.R.s offshore e onshore · Apresentar os indicadores de riscos avaliados · Discutir a questão dos critérios de aceitabilidade de riscos para a área offshore · Tecer comentários Finais Relatório Nº Grupo de Assunto: Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Indexing terms Título Relatório: Palavras chaves: Área de serviço: ISA 1 Setor de Vendas: Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore Curso APP AQR Risco Trabalho executado por: Flávio Luiz Barros Diniz, Luiz Fernando Seixas de Oliveira, Mariana Bahadian Bardy e Nilda Visco Vieira Trabalho verificado por: Cássia Oliveira Cardoso, Felipe Sodré e Tobias Vieira Alvarenga Data desta edição: Rev. Nº.: Número de páginas: 03/04/2007 0 19 Não distribuir sem a permissão do cliente ou responsável da uinidade organizacional Livre distribuição dentro da DNV após 3 anos Estritamente confidencial Distribuição irrestrita © 2005 Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Esta publicação ou parte dela não podem ser reproduzidas ou transmitidas em qualquer forma ou qualquer meio, incluindo fotocópias ou gravações sem o consentimento por escrito da Det Norske Veritas Ltda.
  • 3. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1 2 TIPOS DE INSTALAÇÕES OFFSHORE............................................................................................................2 3 O ACIDENTE DE PIPER ALPHA........................................................................................................................5 4 ANÁLISES DE RISCOS REALIZADAS NA ÁREA OFFSHORE....................................................................7 4.1 Introdução........................................................................................................................................................7 4.2 Análise Histórica de Acidentes ........................................................................................................................8 4.3 APP – Análise Preliminar de Perigos............................................................................................................10 4.4 HAZOP – Análise de Perigos e Operabilidade..............................................................................................10 4.5 Análise de Risco Ambiental............................................................................................................................11 5 PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES QUANTITATIVAS DE RISCO DE INSTALAÇÕES OFFSHORE.....................................................................................................................................................................12 5.1 Estrutura Geral do Procedimento de Avaliação de Riscos............................................................................12 6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS UTILIZADOS PARA AQRS ONSHORE E OFFSHORE.....................................................................................................................................................................14 7 INDICADORES DE RISCO PARA INSTALAÇÕES OFFSHORE ................................................................17 7.1 Risco Social....................................................................................................................................................17 7.2 Riscos Individuais ..........................................................................................................................................18 7.3 Frequëncia de Comprometimento das Funções de Segurança ......................................................................21 8 CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DE RISCOS..........................................................................................22 8.1 A Necessidade do Estabelecimento de Critérios de Aceitabilidade de Riscos...............................................22 8.2 Objetivo da Monografia.................................................................................................................................23 8.3 Preceitos para o Estabelecimento de Critérios de Aceitabilidade de Riscos.................................................23 8.4 Procedimento Utilizado .................................................................................................................................24 8.5 Índices Históricos “Locais” (Bacia de Campos)...........................................................................................25 8.6 Índices Históricos Internacionais ..................................................................................................................29 9 ENFOQUE GERAL PARA CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE ................................................................30 10 VALORES SUGERIDOS PELA MONOGRAFIA ............................................................................................32 11 COMENTÁRIOS FINAIS....................................................................................................................................34 i
  • 4. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 1 1 INTRODUÇÃO A análise quantitativa de riscos de instalações offshore vem sendo realizadas para todos os novos projetos de plataformas offshore desenvolvidos pela PETROBRAS. Essas análises são realizadas não apenas para se avaliar e reduzir o risco para os trabalhadores das plataformas, como para: o dimensionamento de proteção passiva contra incêndio, dimensionamento de paredes à prova de explosão para segregação de áreas colocação de detetores de gás nas diversas áreas da plataforma adoção de medidas para a proteção contra a queda de objetos e estudos de proteção contra colisão de embarcações. Neste Módulo 12 são apresentados os seguintes tópicos: Tipos de instalações offshore O acidente da Piper Alpha Passos para a realização da análise de risco de instalações offshore Principais perigos associados a instalações offshore Tipos de técnicas utilizadas para avaliações de risco na área offshore Principais diferenças nas A.R.s offshore e onshore Indicadores de riscos utilizados na área offshore Critérios de aceitabilidade de riscos para a área offshore Comentários Finais
  • 5. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 2 TIPOS DE INSTALAÇÕES OFFSHORE Existe uma variedade de instalações utilizadas nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás na plataforma continental marítima (offshore). Dentre elas, os principais tipos são os seguintes. Plataformas/navios de perfuração Plataformas de produção de petróleo Plataformas de produção de gás FPSOs (Floating Production, Storage and Offloading) FSOs (Floating Storage and Offloading) Sistemas de escoamento offshore (óleo e gás) Manifolds submarinos de produção Árvores de natal submarinas (molhadas) Poços de produção Os quadros apresentados a seguir ilustram os principais tipos de instalações offshore Principais Tipos de Instalações Offshore 2 indicados acima. Plataformas/navios de perfuração Plataformas de produção de petróleo - Fixas ou flutuantes Version 31 October 2006 Slide 4
  • 6. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Principais Tipos de Instalações Offshore FPSOs (Floating Production, Storage and Offloading) FSOs (Floating Storage and Offloading) Operação de alívio Version 31 October 2006 Slide 5 Principais Tipos de Instalações Offshore Manifolds submarinos de produção Sistemas de escoamento offshore (óleo e gás) Version 31 October 2006 Slide 6 3
  • 7. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Principais Tipos de Instalações Offshore Version 31 October 2006 Slide 7 4 Árvores de natal submarinas (molhadas) Poços de produção
  • 8. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 4 – feridos por quedas/impacto da explosão 5 3 O ACIDENTE DE PIPER ALPHA A plataforma de Piper Alpha foi palco do maior acidente já ocorrido em instalações offshore de produção de petróleo. Pertencia à Occidental Petroleum estava localizada no setor britânico do Mar do Norte, localizada a cerca de 200 km a nordeste de Aberdeen. Tratava-se de uma plataforma fixa do tipo jaqueta situada em uma lâmina d´água de 140m de profundidade. Em 06/07/88 ocorreu um vazamento de condensado de gás natural que deu origem a uma forte explosão na plataforma. A explosão causou danos a equipamentos e tubulações iniciando incêndios secundários e propagando o acidente para outras áreas da plataforma. Na seqüência de danos causados pelos incêndios secundários, houve a fusão de um “riser” de gás que passava pela plataforma, o que causou uma nova explosão, ainda mais forte que a primeira e um incêndio que envolveu a plataforma por completo. O acidente causou a morte de 167 pessoas, das quais duas eram membros das equipes de resgate que acorreram ao local para auxiliar no salvamento de vítimas e 165 pessoas que eram parte da tripulação de 226 membros da plataforma. O quadro abaixo mostra a distribuição das causas de morte das vítimas do acidente. Pode-se ver que a maior parte das mortes ocorreu por conta de inalação de fumaça e gases (109 pessoas). Onze mortes ocorreram por causa de afogamento dentre as pessoas que pularam ou caíram no mar. Somente sobreviveram aqueles que saltaram ao mar, pois a plataforma foi inteiramente destruída pelo incêndio. Causas de Morte – Piper Alpha 109 - inalação de fumaça e gás 11 - afogamento 3 - feridos ao saltar da plataforma 1 - ferido por queda de objeto 3 - queimaduras 4 – causas não determinadas 32 corpos não recuperados Version 31 October 2006 Slide 10
  • 9. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Para investigar as causas do acidente de Piper Alpha foi instaurado um inquérito público presidido por Lord Cullen, do qual resultou um extenso relatório (“The Cullen Report”). Em conseqüência da análise do acidente foram feitas cerca de 110 recomendações, aceitas pelo Governo Britânico, dentre as quais: Realização de análise de risco de incêndios/explosões Realização de análise de risco de entrada de fumaça ou gás no Refúgio Temporário 6 Seguro (“Temporary Safe Refuge”) Realização de análise de risco do comprometimento dos sistemas de emergência em caso de acidentes Realização de análise de evacuação, escape e resgate (EEERA) Além dos estudos acima, o Relatório Cullen sugeriu que fossem implementados SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA (ver Módulo 13 deste curso) em todas as plataformas.
  • 10. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 4 ANÁLISES DE RISCOS REALIZADAS NA ÁREA OFFSHORE 4.1 Introdução Tipicamente, as seguintes análises de risco são realizadas na área offshore: 7 Qualitativas - Análise Histórica de Acidentes - APP – Análise Preliminar de Perigos - HAZOP – Análise de Perigos e Operabilidade - ARA – Análise de Risco Ambiental Quantitativas - Análise Quantitativa de Riscos - Análise de Risco de Explosões - Análise de Risco de Incêndios - Análise de Risco de Queda de Objetos - Análise de Risco de Colisões - Análise de Risco de Falhas Estruturais - Análise de Risco de Acidentes de Transporte
  • 11. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 8 4.2 Análise Histórica de Acidentes A realização de uma análise histórica de acidentes consiste no levantamento e análise dos acidentes ocorridos em instalações offshore semenlhantes áquela que está sendo analisada. A análise histórica fornece indicações sobre - Possíveis cenários de acidentes em instalações offshore: - incêndios, explosões, etc - Severidade dos acidentes ocorridos em instalações offshore - Pequenos danos, grandes danos, perda total - Nº de vítimas fatais por acidente - Volume de óleo derramado (ver exemplo em quadro abaixo) - Por tipo de instalação e estágio de operação - Fixas, flutuante, FPSO - Perfuração, Produção, Intervenção, Descomissionamento - Por período - Ex.: 70-80, 80-90, 90-00, etc Os principais Bancos de dados de acidentes na área offshore são os seguintes: USA MMS – Minerals Management Services DNV WOAD (Worldwide Offshore Accident Database) SINTEF Blowout Database PETROBRAS SIGA Os quadros a seguir contém exemplos de informações típicas obtidas em Análises Históricas de Acidentes em instalações offshore.
  • 12. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Análise Histórica de Acidentes Exemplo de Resultado (Fonte MMS) Volume (MMbbl) de Óleo Derramado no Mundo 1971-2000 (Derrames maiores do que 238 barris) 40 35 30 25 20 15 10 5 1971-1980 1981-1990 1991-2000 Version 02 November 2006 Slide 16 9 0 Milhões de Barris (MMbbl) Outros 0,21 0,54 0,4 Dutos terrestres e marítimos 2,91 1,97 3,01 Instalações 8,72 6,41 1,96 Navios-tanque e embarcações 25,409 9,535 6,564 Exemplo de Resultado (Fonte DNV WOAD) Período de 1980 a 1997 Worldwide US GoM OCS North Sea Type of Accident Mobile Units Fixed Units Mobile Units Fixed Units Mobile Units Fixed Units Anchor failure 8.35 - 8.72 - 24.98 - Blowout 10.73 0.88 18.13 0.86 10.62 1.49 Capsize 6.56 0.45 13.60 0.61 2.50 - Collision 2.78 0.52 3.84 0.46 3.12 1.91 Contact 11.53 0.45 16.39 0.17 16.24 5.10 Crane accident 4.07 0.64 2.79 0.18 15.62 10.62 Explosion 2.78 1.39 5.58 1.26 4.37 7.44 Falling load 8.05 1.07 6.97 0.32 30.61 16.79 Fire 13.02 7.30 17.78 6.87 28.11 42.92 Foundering 5.27 0.16 10.46 0.15 3.12 0.21 Grounding 3.18 - 3.14 - 4.37 - Helicopter accident 0.60 0.13 0.70 0.11 1.25 0.85 Leakage 3.28 0.04 2.44 0.01 8.74 0.64 List 5.86 0.07 10.46 0.07 7.50 0.21 Machinery failure 1.39 - 1.39 - 0.62 - Off position 11.53 - 12.55 - 26.23 - Spill/release 9.44 9.93 5.58 4.62 42.47 133.23 Structural damage 17.09 0.57 22.66 0.37 19.36 5.91 Towing accident 5.86 - 2.09 - 18.74 - Well problem 14.01 1.28 16.74 0.72 36.23 12.75 Other 2.48 0.54 2.79 0.15 7.50 9.14
  • 13. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 4.3 APP – Análise Preliminar de Perigos A Análise Preliminar de Perigos (APP) é uma metodologia estruturada para identificar os perigos potenciais decorrentes da instalação de novas unidades/sistemas ou da operação de unidades/sistemas existentes que lidam com materiais perigosos. Esta metodologia é também comumente chamada de Análise Preliminar de Riscos (APR). A realização da análise propriamente dita é feita através do preenchimento de uma planilha com as informações necessárias à avaliação de riscos para cada módulo de análise. Esta metodologia é exatamente a mesma realizada na área onshore e já foi apresentada no 10 Módulo 3 deste curso. 4.4 HAZOP – Análise de Perigos e Operabilidade A técnica denominada HAZOP – Análise de Perigos e Operabilidade - visa identificar os perigos e os problemas de operabilidade de uma instalação de processo. Esta metodologia é baseada em um procedimento que gera perguntas de maneira estruturada e sistemática através do uso apropriado de um conjunto de palavras-guia. O principal objetivo de um Estudo de Perigos e Operabilidade (HAZOP) é investigar de forma minuciosa e metódica cada segmento de um processo, visando descobrir todos os possíveis desvios das condições normais de operação, identificando as causas responsáveis por tais desvios e as respectivas conseqüências. Uma vez verificadas as causas e as conseqüencias de cada tipo de desvio, esta metodologia procura propor medidas para eliminar ou controlar o perigo ou para sanar o problema de operabilidade da instalação. Esta metodologia é exatamente a mesma realizada na área onshore e já foi apresentada no Módulo 3 deste curso.
  • 14. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 11 4.5 Análise de Risco Ambiental Esta análise pode variar desde uma análise qualitativa do tipo APP para identificação e classificação dos cenários com conseqüências ambientais, até uma análise quantitativa visando a avaliação da probabilidade de que uma mancha de óleo resultante de um dos cenários de acidente avaliado Uma análise qualitativa do tipo APP para identificação e classificação dos cenários com conseqüências ambientais Uma análise qualitativa seguida da avaliação da quantidade de óleo vazada para o mar em cada cenário de acidente Uma análise qualitativa segui-da da avaliação da quantidade de óleo vazada para o mar em cada cenário de acidente se-guida da avaliação da trajetó-ria mais provável de cada mancha de óleo, avaliada em função das condições meteoro-lógicas e oceanográficas mais prováveis na região (modelo determinístico de avaliação da dispersão de óleo no mar) Uma análise qualitativa segui-da da avaliação da quantidade de óleo vazada para o mar em cada cenário de acidente, se-guida da avaliação da probabi-lidade de que a mancha de cada cenário atinja regiões ambientais sensíveis (costa, arquipé-lagos, etc), avaliada em função da distribuição estatística de condições meteorológicas e oceanográficas na região (modelo probabilístico de dispersão de óleo no mar). Pode-se ainda neste caso, avaliar a probabilidade acumulada de que qualquer mancha de óleo atinja as re-giões sensíveis de interesse.
  • 15. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 5 PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES QUANTITATIVAS DE RISCO DE INSTALAÇÕES OFFSHORE 5.1 Estrutura Geral do Procedimento de Avaliação de Riscos A estrutura geral de uma avaliação de riscos de instalações offshore é a mesma da avaliação de riscos de qualquer outro tipo de instalação. Os passos necessários para a sua realização estão indicados no quadro abaixo, os quais passam pela identificação dos cenários de acidente, pelo cálculo das suas freqüências e conseqüências associadas, e, finalmente, pela avaliação dos indicadores de risco, através da combinação das freqüências e conseqüências de todos os cenários. Após a avaliação dos indicadores de risco vem a questão da aceitabilidade dos valores obtidos, questão esta que pode ser respondida através da comparação com os limites estabelecidos nos critérios de aceitabilidade de risco. Caso os valores estejam acima dos critérios e, portanto, os riscos sejam considerados inaceitáveis, devem ser propostas medidas de redução de riscos e feita a reavaliação dos mesmos, até que se obtenha valores considerados aceitáveis. Com os riscos em níveis considerados aceitáveis ou toleráveis, devem ser estabelecidos o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e o Plano de Ação de Emergência (PAE). AQR de Instalações Offshore: Estrutura Geral Sim Não Reavaliar Version 05 November 2006 Slide 10 12 Meteorologia, população, Dados de propriedades falhas e de reparo, manutenção Informações sobre o sistema Definição do Sistema, Fronteiras, Objetivos e Abrangência do Estudo Identificação dos Perigos Avaliação das Frequências Avaliação das Consequências Avaliação dos Riscos Riscos Aceitáveis? PGR/PAE Sugerir medidas mitigadoras de Risco
  • 16. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Como pode ser visto do quadro acima, a estrutura geral da análise quantitativa de riscos é a mesma, independentemente do objeto que está sendo avaliado (instalações de processo em terra, dutos, instalações offshore, etc). O que muda são os modelos de avaliação de freqüência e consequência, bem como os indicadores utilizados em cada caso. A seguir apresentamos um resumo comparativo das principais diferenças entre os modelos utilizados nas áreas onshore e offshore. 13
  • 17. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS UTILIZADOS PARA AQRS ONSHORE E OFFSHORE Tal qual para instalações fixas, os indicadores de risco para dutos são também os riscos Análise Quantitativa de Riscos Offshore AQR Onshore e Offshore: Existem diferenças? 14 individuais e os riscos sociais. X Version 05 November 2006 Slide 21 As distâncias de interesse: - Na área onshore, os recursos vulneráveis de interesse estão situados longe da fonte - Normalmente, a mais de 100 m - Na área offshore, os recursos vulneráveis estão muito próximos da fonte - Na grande maioria das vezes, a menos de 50 m - Em muitos casos, a 10 – 20 m Os modelos tradicionais de AQR foram desenvolvidos para a área onshore Em geral, são bons para grandes distâncias em relação à fonte - “Far-field models” - Detalhes em relação à fonte não são muito importantes - Por exemplo: a 200 ou 300 m, praticamente não faz diferença se a nuvem se originou de uma fonte pontual ou se teve origem em uma poça com 5-10 m de diâmetro - Idem, se há algum obstáculo junto à fonte
  • 18. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco AQR Onshore e Offshore: Principais Diferenças R E L A T I V E C O N C E N T R A T I O N I N S T A N T A N E O U S Version 05 November 2006 Slide 23 Unified Dispersion Model Programas PHAST e SAFETI 15 Nuvem gaussiana (gases neutros) - Fonte pontual - Meio plano infinito - Campo de vento uniforme - Trajetória em linha reta A V E R A G E C R O S S W I N D P O S I T I O N Gases Pesados Liberação de Cloro Líquido Furo de 1” Visão Superior (“footprint”) Visão Lateral Version 05 November 2006 Slide 24 Em AQRs de instalações terrestres são normalmente utilizados modelos de dispersão desen-volvidos para meios planos infinitos, considerando que o campo de ventos é espacialmente unifor-me. Essas hipóteses são razoáveis para as condições típicas dessas instalações, principalmente por-que os resultados de interesse são aqueles situados a distâncias relativamente grandes da fonte (“far-field results”) e, também pelo baixo grau de confinamento/obstáculos do meio onde se dá a disper-são dos gases.
  • 19. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Interesse é o “near-field”, ou seja, a região próxima da fonte Geometria da plataforma pode causar grande distorção na nuvem Modelagem com CFD consegue representar bem melhor a realidade Version 05 November 2006 Slide 25 16 Em uma plataforma offshore Ambiente congestionado e confinado CFD – “Computational Fluid Dynamics” Ondas de sobrepressão em dois momentos
  • 20. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 7 INDICADORES DE RISCO PARA INSTALAÇÕES OFFSHORE Os indicadores de risco utilizados em AQRs de instalações offshore são os seguintes: Risco social médio (“Potential Loss of Life”- PLL) 17 Risco individual · Risco individual médio (em toda a instalação) · Risco individual por módulo da plataforma · Taxa de Acidentes Fatais (TAF ou FAR – “Fatal Accident Rate”) O FAR é muito utilizado como indicador do risco para trabalhadores e, portanto, presta-se bem como indicador de risco de plataformas offshore, dado que neste caso, a população exposta é composta unicamente por trabalhadores da plataforma. Frequência de comprometimento (“impairment”) das funções de segurança As funções de segurança típicas para as quais são avaliadas as respectivas freqüências de comprometimento são: · Refúgio Temporário Seguro (“TSR – Temporary Safe Refuge”) · Baleeiras · Rotas de fuga · Paredes corta-fogo ou à prova de explosões 7.1 Risco Social Tipicamente em AQRs de instalações offshore, o único indicador de risco social avaliado é o chamada “PLL – Potential Loss of Life”. Na realidade este indicador corresponde ao chamado Risco Social Médio em uma AQR onshore, sendo este um indicador raramente calculado no caso onshore nas AQRs atuais. Consiste simplesmente do somatório dos produtos da freqüência vezes conseqüências de cada cenário de acidente (ver quadro mostrado na seção seguinte). Tanto na área onshore como na offshore, não há critérios de aceitabilidade para este tipo de indicador. O seu maior uso é em análises custo-benefício de medidas de redução de risco, onde o valor da sua redução alcançado com a implementação da medida de redução de risco é considerado como o benefício da medida e comparado ao custo total da implementação da mesma. Em vista do exposto acima, não dedicaremos mais tempo para esse indicador neste curso.
  • 21. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 18 7.2 Riscos Individuais Os Riscos Individuais são os indicadores de risco para pessoas utilizados na área offshore. Tipicamente são expressos em três formas distintas: · Risco individual por módulo da plataforma · Risco individual médio (em toda a instalação) · Taxa de Acidentes Fatais (TAF ou FAR – “Fatal Accident Rate”) Para a realização de uma AQR offshore, a plataforma é dividida nos seus módulos operacionais (área de “risers”, área de “manifold”, área de separação, área de compressão, área de acomodações, outras). Na avaliação dos riscos individuais, é calculado um valor para cada área ou módulo da plataforma, de modo que se tem uma visão geral da distribuição dos riscos individuais para os trabalhadores de cada área/módulo da plataforma. Com essa distribuição pode-se encontrar as áreas/módulos onde os trabalhadores estão mais expostos a riscos. O indicador de risco individual mais utilizado é o chamado risco individual médio, o qual consiste em uma média dos valores de R.I. em todas as áreas/módulos, sendo calculado pela relação entre o PLL e a população exposta (número médio de pessoas presentes na plataforma). Fornece o R.I. para um indivíduo médio da plataforma. O quadro abaixo ilustra a relação entre o R.I. médio e o PLL. Como pode ser visto, a avaliação do R.I. a partir do PLL exige que seja incluído o fator de percentual de presença do indivíduo na plataforma, pois o PLL é calculado que em cada área/módulo, haverá sempre pessoas presentes (os trabalhadores da área/módulo), mas esses não são sempre o mesmo indivíduo, devido ao regime de rotatividade existente na plataforma. No Brasil, este regime pode ser de 14 por 14 ou de 14 por 21 dias, sendo o primeiro normalmente usado para subcontratados e o segundo para funcionários da PETROBRAS. A probabilidade de presença para um dado indivíduo é a relação entre o tempo embarcado e o tempo total do ciclo. Numa base anual, corresponde ao número de horas que o indivíduo passa embarcado dividido pelo número total de horas do ano.
  • 22. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Cálculo dos Indicadores de Risco Risco Social Médio - “PLL - Potential Loss of Life” n i i PLL f C n = no. de cenários T embarcado População + T T Version 12 November 2006 Slide 29 19 Risco Individual - Médio =Σ ´ i embarcado em terra = ´ PLL RI medio Outro indicador muito utilizado na area offshore é o TAF (Taxa de Acidentes Fatais) ou FAR (“Fatal Accident Rate”, em inglês). O FAR é definido como o número de fatalidades a cada 100 milhões de horas trabalhadas na instalação, ou seja: FAR = número de vítimas fatais em 108 horas trabalhadas. Considerando que este é um valor médio calculado para um total de 100 milhões de horas trabalhadas por todos os trabalhadores da instalação e que o R.I. médio é um valor correspondente ao número de horas trabalhadas por ano por um dado trabalhador, esses indicadores estão relacionados pelas relações mostradas no quadro a seguir. Tendo em vista que a relação entre o FAR e o RI depende do número de horas trabalhadas por ano pelo trabalhador, então, os valores numéricos dessa relação variam em função do regime de trabalho a que cada trabalhador está submetido (14 por 14 ou 14 por 21), conforme indicado na tabela mostrada no segundo quadro a seguir.
  • 23. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Nº de fatalidade s FAR = ´ Nº de horas trabalhadas por ano Version 12 November 2006 Slide 30 Tabela 4.1 – Valores do FAR para os empregados de plataformas nos regimes de 14/21 e 14/14, para a faixa dos valores de R.I. de maior interesse FAR 14 por 21 14 por 14 Risco Individual 1,00E-02 310,95 248,76 5,00E-03 155,47 124,38 1,00E-03 31,09 24,88 5,00E-04 15,55 12,44 1,00E-04 3,11 2,49 5,00E-05 1,55 1,24 1,00E-05 0,31 0,25 5,00E-06 0,16 0,12 1,00E-06 0,03 0,02 20 Relações entre RI e FAR 108 R.I. = FAR ´ 108 Nº de horas trabalhad as FAR e R.I. Regime 14/21 = 3216 h/ano Regime 14/14 = 4020 h/ano Version 12 November 2006 Slide 31
  • 24. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 7.3 Frequëncia de Comprometimento das Funções de Segurança Em caso de um acidente de grandes proporções, para que a evacuação da plataforma seja feita de modo seguro e completo, certas ‘funções de segurança” devem sobreviver aos efeitos do aciden-te (incêndios e explosões) por um tempo suficientemente longo, de modo a permitir que a evacua-ção dos trabalhadores seja organizada e executada. Tipicamente essas funções de segurança são: · Rotas de Fuga: pelo menos uma rota de fuga deve permanecer incólume entre as principais áreas de trabalho (tratamento de gás, separação, cabeça dos poços, sonda e áreas de utilidades) e o RTS. · Refúgio temporário Seguro (RTS): o RTS pode ser todo o módulo de acomodações, ou um local apropriado (uma pequeno sala) no interior deste módulo ou em uma área específica da plataforma. O RTS deve reter sua integridade contra incêndios e explosões e manter condições internas aceitáveis por um tempo especificado. · Barcos salva-vidas: os barcos salva-vidas suficientes devem permanecer incólumes e localizados próximo ao RTS de modo a poder acomodar todo o pessoal de plataforma. Em plataformas onde os barcos salva-vidas são integrados com a acomodação, não há necessidade de tratar barcos salva-vidas como uma função de segurança separada. A frequência de comprometimento de uma determinada função de segurança é a frequência de ocorrência de acidentes que fazem com que a função de segurança fique indisponível, ou seja, não possa ser utilizada adequadamente em caso de necessidade durante o acidente. É usualmente expressa em uma base anual. Dentre as funções de segurança indicadas acima, aquela que tem rece-bido maior atenção nas AQRs é a frequência de comprometimento do Refúgio Temporário Seguro. A frequência de comprometimento de funções de segurança tem sido utilizada no Mar do Norte (notadamente na Noruega e Inglaterra) como um indicador de risco a ser avaliado nas AQRs e para o qual existe também um critério de aceitabilidade que indica o valor máximo aceitável para esta freqüência (indicado nas seções seguintes). Trata-se de um indicador que visa fornecer proteção para a população da plataforma como um todo, podendo ser visto, sob este aspecto, como um indicador de risco social. 21
  • 25. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 8 CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DE RISCOS 8.1 A Necessidade do Estabelecimento de Critérios de Aceitabilidade de Riscos Como parte do processo de gerenciamento de risco, durante a fase de projeto de uma nova instalação offshore ou durante a operação de uma instalação existente, decisões devem ser feitas sobre questões de segurança, tais como: Quando a operação de uma instalação ou atividade pode ou não ser permitida em função dos valores de riscos avaliados para a instalação (p.ex., no processo de licenciamento ambiental da instalação); Quando medidas são necessárias para reduzir os riscos avaliados; Quão extensivas precisam ser as medidas de redução de risco; Quais dentre várias opções de equipamentos de segurança (tais como, dispositivos de proteção, sistemas de detecção de fogo e gás, equipamentos de combate a incêndio, de abandono da instalação, etc.) devem ser escolhidos; Que limite utilizar para o valor segurado de uma instalação Nota - As seções apresentadas a seguir foram extraídas da seguinte referência (dois dos autores são também instrutores desse curso): Luiz Fernando Oliveira, Flávio Diniz e Marcelo Santux, “Critérios de Aceitabilidade de Riscos na Indústria Offshore”, Monografia apresentada no Curso de Especialização em Engenharia de Segurança da Universidade Federal Fluminense, em 2004. 22
  • 26. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 23 8.2 Objetivo da Monografia O objetivo principal da Monografia foi o de propor uma metodologia para o estabelecimento de critérios de aceitabilidade a serem utilizados na área offshore do Brasil. Assim, os autores não estavam preocupados com os valores dos limites a serem propostos mas apenas com a demonstração da viabilidade e coerência da metodologia proposta. Os autores utilizaram unica-mente fontes de dados disponíveis publicamente na literatura, as quais podem não ter a precisão requerida para se chegar aos valores limites realmente apropriados para a área offshore no Brasil. Assim, os valores limites que poderiam ser de fato utilizados dependeriam de uma re-análise utilizando-se dados mais precisos, os quais certamente encontram-se disponíveis na PETROBRAS. 8.3 Preceitos para o Estabelecimento de Critérios de Aceitabilidade de Riscos Os critérios de aceitabilidade a serem propostos deverão satisfazer aos seguintes preceitos: 1. Os limites máximos de risco não devem ser superiores aos índices de risco históricos encontrados na atividade de produção de petróleo offshore na Bacia de Campos; 2. O critério deve garantir um nível adequado de segurança para a continuidade das instalações existentes e promover a melhoria de segurança para as novas instalações offshore a serem instaladas no Brasil; 3. Os valores adotados devem ser compatíveis com o que é possível conseguir em termos de melhoria de segurança sem comprometer a viabilidade econômica das instalações existentes e dos novos projetos; 4. Os valores adotados devem ser compatíveis com os adotados em outras regiões do mundo. O primeiro preceito visa impedir uma redução dos níveis de segurança já alcançados com a atual política de segurança das instalações utilizada pela PETROBRAS na Bacia de Campos. O segundo indica que a adoção dos critérios de aceitabilidade deverá promover um aumento de segurança em relação aos níveis até aqui conseguidos na prática, principalmente para as novas instalações offshore. Por outro lado, é necessário que a adoção dessa nova política de segurança baseada na gestão de riscos não comprometa a viabilidade econômica do negócio, o que poderia acontecer caso os critérios de aceitabilidade fossem exigentes demais e, conseqüentemente de implementação muito cara. Esta é a idéia do terceiro preceito. O quarto é um reconhecimento de que o negócio de exploração e produção de petróleo está inserido no contexto da competição global, que é cada vez mais acirrada. Caso uma empresa nacional estipulasse critérios de aceitabilidade muito mais exigentes que os seus competidores globais, é muito provável que isso viesse a ter um impacto significativo sobre seus custos operacionais, o que a levaria a uma perda de competiti-vidade vis-a-vis o mercado internacional de óleo e gás.
  • 27. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 24 8.4 Procedimento Utilizado Visando atender aos quatro preceitos enunciados acima e tendo em vista que o critérios a serem propostos são específicos para os trabalhadores das instalações offshore no Brasil e não para comunidades externas (público em geral), o procedimento proposto para se estabelecer os referidos critérios é o seguinte: 1. Obter índices históricos “locais” ou seja, índices de risco indicativos dos valores históricos representativos dos riscos que os trabalhadores estão atualmente submetidos nas plataformas da Bacia de Campos (visando o atendimentos aos Preceitos 1 e 2); 2. Obter resultados de várias AQRs já realizadas para plataformas offshore no Brasil e no exterior, estudar as melhorias propostas e os valores finais alcançados (visando atender aos Preceitos 2 e 3); 3. Fazer um levantamento de critérios de aceitabilidade adotados em outras regiões do mundo, por órgãos governamentais e por empresas operadoras de plataformas offshore de produção de petróleo (visando atender ao Preceito nº 4). 4. Estabelecer valores diferenciados para instalações existentes e para novos projetos, sendo os valores máximos de risco requeridos para estes últimos inferiores aos das instalações existentes (visando atender ao Preceito nº 2).
  • 28. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 8.5 Índices Históricos “Locais” (Bacia de Campos) Para a avaliação dos índices de risco históricos na Bacia de Campos (assim como em qualquer outro lugar ou atividade) em um determinado período de tempo, são necessários dois dados básicos: 1º) o número de fatalidades ocorridas no período, e 2º) o número de horas trabalhadas no mesmo período. De posse desses dados, pode-se determinar o valor médio do FAR na Bacia de Campos e, desse valor, derivar o valor do risco individual histórico para os trabalhadores da Bacia de Campos. Embora a PETROBRAS disponha de bancos de dados sobre os acidentes ocorridos na Bacia de Campos, a obtenção desses dados não é uma tarefa fácil para quem não é da PETROBRAS e não está oficialmente trabalhando para a empresa nesta área, uma vez que os mesmos não estão publicados na literatura aberta. As principais fontes encontradas foram: 1. A Tese de Mestrado de Denise Faertes, apresentada na COPPE/UFRJ, a qual contém dados de acidentes, horas trabalhadas e uma avaliação do FAR para os trabalhadores da Bacia de Campos no período de 1982 a 1993, cuja fonte é a PETROBRAS; 2. A Tese de Doutorado de Denise Faertes, apresentada na Universidade de Sheffield na Inglaterra, a qual contém uma extensão dos mesmos dados para o período de 1994 a 1998, cuja fonte é a PETROBRAS; 3. O trabalho de Freitas et al., publicado no Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, Fev. 2001, contém dados de acidente no período de 1995 a 1997, fornecidos pelo SINDIPETRO da Bacia de Campos; 4. Vários artigos de jornal publicados no período de 1998 a 2003, com informações sobre acidentes e número de vítimas fatais até o ano de 2002. A Tese de Mestrado de Faertes fornece a seguinte tabela: 25 Risco Individual (/ano) Atividade Offshore (1982-1993) FAR 14 por 21 14 por 14 Total 26 8,36 x 10-4 1,05 x 10-3 Processo 16 5,15 x 10-4 6,43 x 10-4 Não Processo 8 2,57 x 10-4 3,22 x 10-4
  • 29. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco A partir dos dados apresentados na Tese de Doutorado da mesma autora, chega-se à seguinte 26 tabela: Atividade Offshore R. I. (/ano)* 1994 a 1998 FAR 14 por 21 14 por 14 Total 10.31 3.32 x 10-4 4,14 x 10-4 Processo 0.86 2.77 x 10-4 3,46 x 10-5 Não Processo 9,45 3.04 x 10-4 3,80 x 10-4 No artigo de Freitas e colaboradores (2001) sobre acidentes de trabalho na Bacia de Campos, os autores apontam a ocorrência de 3 fatalidades no ano de 1996 e 9 em 1998, segundo dados ex-traídos de várias fontes*. Ainda naquele artigo, é apontado que, segundo dados do SINDIPETRO, cerca de 6.000 empregados trabalhavam na Bacia de Campos em 1997. Tomando por base este número de empregados e os números de horas trabalhadas por cada trabalhador por ano em cada um dos dois regimes de trabalho, conclui-se que anualmente são geradas 19.296.000 horas trabalhadas no regime de 14/21 e 24.120.000 horas trabalhadas no regime de 14/14. Usando os números de fata-lidades acima para cada um dos dois anos e considerando que os números de horas trabalhadas esti-mados para 1997 sejam válidos para os dois anos em pauta, chega-se aos valores de FAR Total apresentados na tabela a seguir. FAR Ano Nº de Fatalidades 14 por 21 14 por 14 1996 3 15,55 12,44 1998 9 46,64 37,31 Média nos 2 anos acima 12 31,09 24,88 Média no período 1994 a 1998* 12 12,44 9,95 * Segundo Freitas e colaboradores, foram utilizados os documentos fornecidos pelo SINDIPETRO-NF à CT-QPP/ CONSEST, ao MPT, constantes do Procedimento Prévio 017/96, e a CPI da ALERJ, sendo estes: relatórios de ocorrências anormais (ROAs); relatórios de acidentes com lesões (RALs); laudos técnicos da empresa; laudos técnicos da Capitania dos Portos; atas de reunião da CIPA; comunicados internos; estatísticas de acidentes da empresa; dossiê do SINDIPETRO-NF para a Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro; relatórios de inspeção da empresa; comunicações de acidentes de trabalho (CATs).
  • 30. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Conforme publicado no jornal “O Estado de São Paulo” de 16/10/02, um levantamento do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense mostrava na época que 41 funcionários morreram em plataformas da Petrobrás na Bacia de Campos desde 1999.* Com base nesta informação, pode-se considerar que houve 41 fatalidades nos quatro anos (1999 a 2002). Estimando-se conservadora-mente para este período, um valor médio de 6.600 trabalhadores, ou seja, um crescimento de 10% sobre o total de funcionários de 1997 (estimado em 6.000 – ver Freitas e colaboradores (2001)), calcula-se que nestes quatro anos foram realizadas 84.902.400 e 106.128.000 horas trabalhadas para os regimes de 14/21 e 14/14, respectivamente. A partir desses dados, chega-se, respectivamente, a 48.29 e 38.63 para os valores de FAR nos regimes de 14/21 e 14/14, no período 1999 a 2002. Esses valores estão bem acima dos valores encontrados para os períodos anteriores, refletindo certamente, o acidente da P-36 ocorrido no período. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, este aumento seria também o resultado do aumento da terceirização ocorrido nos últimos anos (ver “O Estado de São Paulo” de 16/10/02 – “Sindicalistas culpam terceirização”). Agrupando as informações disponíveis para os três períodos, obtém-se o quadro mostrado na tabela abaixo, de onde pode-se concluir que os resultados obtidos na tese de mestrado de Faertes são muito parecidos aos valores médios de todo o período desde 1982 a 2002, indicando que, considerando-se o longo prazo, não houve alteração significativa do risco para os trabalhadores das plataformas da Bacia de Campos neste período. Horas Trabalhadas FAR 27 Período Nº de Fatalidades 14 por 21 14 por 14 14 por 21 14 por 14 1982-1993 65 (40) 250.000.000 250.000.000 26 (16) 26 1994-1998 12 (1) 77.184.000 96.480.000 12,44 (1) 9,95 1999-2002 41 (14) 84.902.400 106.128.000 48,29 (13) 38,63 1982-2002 118 (55) 412.086.400 452.608.000 28,63 (13) 26,07 Nota: Os valores entre parênteses referem-se a estimativas do FAR Processo e do correspondente número de fatalidades de acidentes de processo em cada período. * Cabe lembrar que neste período ocorreu o trágico acidente da Plataforma P-36, o qual causou a morte de 11 pessoas.
  • 31. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Dos valores mostrados anteriormente, pode-se concluir que no período todo desde 1982 a FAR Risco Individual (/ano) 14 por 21 14 por 14 14 por 21 14 por 14 1982 - 2002 Total 28,63 26,07 9,21 x 10-4 1,05 x 10-3 28 2002: Atividade Offshore (1982-1993) Da tabela acima vê-se que o FAR médio praticado na Bacia de Campos está entre 26 e 28, considerando que na realidade existe uma mistura dos dois regimes de trabalho indicados na tabela. Esses valores de FAR corresponde a um R.I. variando entre 9,2 x 10-4/ano e 1,05 x 10-3/ano. Podemos, portanto, considerar que o R.I. médio histórico da Bacia de Campos é de 1,0 x 10-3/ano, tomando-se por base os valores de número de fatalidades e horas trabalhadas indicados neste tra-balho.
  • 32. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Dados de Outras Regiões do Mundo “Safety Performance of the Global EP Industry” - International Association of Oil and Gas Producers - OGP Segundo Spouge – DNV Mar do Norte: 1971 a 1991 FAR=23 Média Mar do Norte De 93 a 02 HSE Version 12 November 2006 Slide 40 29 8.6 Índices Históricos Internacionais Dados extraídos do Relatório de 2003 da OGP (“Organization of Oil and Gas Producers”) que reúne cerca de 40 companhias produtoras de petróleo do mundo, indicaram valores decrescentes de FAR no período de 1992 a 2002 (ver figura no quadro abaixo), com um valor médio no período da ordem de 7. Segundo trabalho realizado por John Spouge da DNV para o HSE do Reino Unido, o FAR das atividades petrolíferas no Mar do Norte no período de 1971 a 1991 foi igual a 23, mas após a introdução dos requisitos recomendados no Relatório Cullen (principalmente a introdução de sistemas de gestão de segurança e de análise de riscos de incêndio e explosão), os valores de FAR caíram drasticamente no período posterior a 1992, atingindo um valor médio no período de 1992 a 2002 menor que 2.0. Ou seja, neste último período, a indústria do Mar do Norte conseguiu uma redução de um fator de 10 para o risco dos seus empregados. Pode-se concluir, portanto, que os valores de risco individual praticados em outras regiões produtoras do mundo está bem abaixo do valor histórico encontrado para a Bacia de Campos no período de 1983 a 2002. É bem possível que dados mais precisos relativos ao período de 1998 a 2002, bem como os programas de segurança implementados pela PETROBRAS nos últimos quatro anos indiquem valores de risco individual mais baixos do que os encontrados neste trabalho.
  • 33. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 9 ENFOQUE GERAL PARA CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE O enfoque adotado nos critérios de aceitabilidade utilizados internacionalmente deriva da proposição feita pelo Royal Society Study Group em 1983, o qual consiste em se utilizar dois valo-res 30 limites: Um valor limite superior, chamado Limite de Inaceitabilidade, e Um valor limite inferior, chamado Limite de Aceitabilidade sem Questionamento; Entre os dois limites situa-se a região denominada ALARP (“As Low as Resonnably Practicable”). Este enfoque está exemplificado na figura abaixo. Região Inaceitável Região ALARP Região Aceitável sem Questionamentos Limite de Inaceitabilidade Limite de Aceitabilidade sem Questionamentos Um risco situado acima do Limite de Inaceitabilidade, não é aceitável e deve ser reduzido a qualquer custo, ou então, a instalação não pode ser construída. Um risco abaixo do Limite de Aceitabilidade sem Questionamento é considerado um risco trivialmente aceitável, para o qual não há necessidade de qualquer discussão adicional. Na região ALARP, o risco deve ser reduzido, mas depende do custo das medidas necessárias para reduzi-lo para a região aceitável sem questionamento. Se o custo for desproporcionalmente alto pode, o risco pode ser mantido na região ALARP e a instalação ser licenciada.
  • 34. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Desde a publicação do Relatório Cullen em 1992, o Office of Offshore Safety do HSE do Reino Unido deixou a cargo de cada operadora a definição dos valores a serem usados nos critérios de aceitabilidade de risco a serem utilizados nas suas análises quantitativas de risco, mas sugeriu que tais valores não ultrapassem os seguintes limites: - RI Médio, no máximo = 10-3/ano (FAR=25) - Frequência de Comprometimento = 10-3/ano. O valor sugerido pelo HSE para a freqüência de comprometimento das funções de segurança corresponde ao valor total da freqüência para todos os tipos de carga acidental (por exemplo: incêndio, explosão, quedas de objeto, colisões) que possam levar ao comprometimento da função. Enfoque semelhante foi adotado pela Petroleum Safety Authority, agência governamental responsável pela segurança das instalações offshore situadas em águas de jurisdição norueguesa. A única diferença entre os dois órgãos acima (HSE e PSA) reside no valor limite sugerido para a freqüência de comprometimento das funções de segurança, que a Noruega recomenda o valor de 1,0 x 10-4/ano para cada tipo de carga acidental ou alternativamente, o valor de 5,0 x 10-3/ano para todas as cargas acidentais combinadas. 31
  • 35. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 10 VALORES SUGERIDOS PELA MONOGRAFIA Considerando os valores históricos “locais” (da Bacia de Campos), os valores históricos inter-nacionais, os valores encontrados em trabalhos recentes de análise quantitativa de risco realizados tanto no Brasil como no exterior (mostrados na Monografia), bem como os valores limites sugeri-dos por órgãos de outros países, foram sugeridos os limites indicados nos dois quadros abaixo, res-pectivamente, para instalações existentes e para instalações novas. Para a freqüência de comprometimento das funções de segurança, os autores da Monografia sugeriram os limites propostos pela PSA (Petroleum Safety Authority) da Noruega, pelo menos para instalações novas, por serem um pouco mais exigentes que o sugerido pelo HSE do Reino Unido. Para instalações existentes poderia ser utilizado o limite sugerido por este último órgão. Critérios Propostos na Monografia para o Setor Offshore Brasileiro 2.0 x 10-3 Limite máximo para o R.I. por Módulo Version 13 November 2006 Slide 44 32 RI para Instalações Existentes Região Inaceitável para O R.I. Médio Região ALARP Região Aceitável sem Questionamentos Limite de Inaceitabilidade para o R.I. Médio Limite de Aceitabilidade sem Questionamentos 1.0 x 10-3 1.0 x 10-5
  • 36. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco Critérios Propostos na Monografia para o Setor Offshore Brasileiro 1.0 x 10-3 Limite máximo para o R.I. por Módulo Version 13 November 2006 Slide 45 33 RI para Instalações Novas Região Inaceitável para O R.I. Médio Região ALARP Região Aceitável sem Questionamentos Limite de Inaceitabilidade para o R.I. Médio Limite de Aceitabilidade sem Questionamentos 5.0 x 10-4 1.0 x 10-5 Notas: - Os critérios propostos acima dependem dos valores dos dados históricos utilizados. Dados mais precisos, tanto para o número de fatalidades quanto para o montante de horas trabalhadas, poderiam resultar na proposição de outros valores para os critérios. - A proposta acima foi feita apenas com a finalidade de exemplificar a metodologia utilizada na Monografia, sendo de responsabilidade dos seus autores e não da DNV.
  • 37. Módulo 12: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Instalações Offshore – WO 53705093 Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco 34 11 COMENTÁRIOS FINAIS De um modo geral, os riscos em instalações offshore têm causas mais diversificadas do que aqueles em instalações terrestres. Duas diferenças fundamentais entre instalações offshore e terrestres, que devem ser levadas em conta nas respectivas análises quantitativas de risco são que: As instalações offshore são muito mais congestionadas e apresentam um grau de confinamento muito maior que as instalações terrestres; Os efeitos dos acidentes em instalações offshore devem ser avaliados para o “near-field”, ou seja, para distâncias bem próximas à fonte, enquanto, nas instalações terrestres, geralmente os efeitos de interesse são aqueles que ocorrem a distâncias relativamente longas (“far-field”), onde encontram-se normalmente as populações de interesse. Levando-se em conta as diferenças indicadas acima, pode-se concluir que: As AQRs de instalações offshore requerem a utilização de tecnologia mais avançada do que as utilizadas para instalações em terra, ou seja, requerem a utilização de modelos à base de CFD (Dinâmica de Fluidos Computacional), os quais utilizam a geometria tri-dimensional das plataformas em suas avaliações. Outro comentário de grande relevância para instalações offshore é que para se poder usufruir os benefícios da realização de análises quantitativas de risco é necessário que sejam estabelecidos critérios de aceitabilidade de risco (também relevante para quaisquer outros tipos de instalações). Conforme mostrado na Monografia de Oliveira, Diniz e Santux, a definição de critérios de aceita-bilidade embasados na experiência histórica das operadoras é tecnicamente viável. Tais critérios podem ser estabelecidos de forma a promover melhorias de segurança para as novas instalações offshore em comparação às instalações já existentes.