Ea pelo ecoturismo numa trilha marinha pedrini rbeco tur, v.,3.3. 2010
geoturismo na Cachoeira de Ouricurí/Pilões/PB
1. AS POSSIBILIDADES DE REALIZAÇÃO DO GEOTURISMO NAS IMEDIAÇÕES DA
CACHOEIRA DO OURICURI PILÕES/PB
Jailson da silva CARDOSO
Graduando em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira
jailsongeografia2010@hotmail.com
Gilvânia Ribeiro ROCHA
Graduanda em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira
gilvaniaribeirorocha@hotmail.com
Rômulo Sérgio Macedo LINS
Prof. Ms. em geomorfologia do Depto. de Geografia,
UEPB/Guarabira (orientador)
rsmgeo@yahoo.com.br
RESUMO
O geoturismo é um segmento que pretende divulgar o patrimônio geológico com a finalidade de
preservar e ao mesmo tempo, divulgar as riquezas naturais geomorfológicas e geológicas no intuito
de explorar essas riquezas levando ao conhecimento dos turistas à importância da educação
ambiental. Sabe-se que os usuários (turistas) estão preocupados em desfrutar e apreciar ambientes
que lhe ofereçam lazer. Esse modelo de turismo contribui para além do conhecimento físico da área,
o visitante aprende a desfrutar das belezas naturais com a consciência de valorizar e conservar todas
as áreas que obtenham essas potencialidades, para as gerações futuras. A cachoeira de Ouricurí
insere-se no município de Pilões, localizada na Microrregião do Brejo e na Mesorregião do Agreste
paraibano, na unidade Geoambiental do Planalto da Borborema. Essa pesquisa tem por objetivo
desenvolver um levantamento parcial das possibilidades de implantação do geoturismo nas
imediações da cachoeira do Ouricuri - Pilões/PB, além de apresentar os impactos ambientais que
ocorrem na área. Na metodologia aplicada desenvolveu-se com base nos seguintes procedimentos: o
trabalho empírico que ocorreu através da observação do objeto de estudo, na qual se fez uso de
registro fotográfico, anotações em caderneta de campo somado ao levantamento de dados através de
conversas informais e, principalmente, aplicação de questionários estruturados com lista livre (com
moradores do local). Foi desenvolvido levantamento bibliográfico fundamentado em autores que
abordam as discussões que destacam as potencialidades do geoturismo. Os resultados preliminares
nos deram conta das potencialidades que há para a implantação desse segmento na cachoeira na
certeza da geração de emprego e renda se os gestores em todas as esferas políticas planejarem a
efetivação do turismo ecologicamente correto. Podemos concluir que se houverem políticas
públicas voltadas para educação ambiental dos moradores e turistas que frequentam o espaço,
poderá ocorrer o turismo sustentável.
Palavra chaves: Geoturismo, Geológica, Geomorfológica, Conservação.
1 INTRODUÇÃO
Os ambientes naturais caracterizados por quedas d’águas conhecidas como cachoeiras com
suas belezas cênicas da formação do relevo, com todo seu potencial biótico e abiótico têm
contribuído para o homem desenvolver atividades de lazer. O indivíduo vai à busca de um produto
que a natureza oferece e o mesmo se utiliza desse meio para relaxar e revitalizar suas energias, as
2. atividades turistas já ocorriam há muito tempo, porém, o termo “geoturismo” passou amplamente a
ser divulgado interesse na Europa pelo pesquisador inglês Thomas Hose, em 1995, em uma revista
ambiental, sendo que em 2000, o mesmo autor faz uma revisão no conceito de geoturismo,
passando a utilizar o termo designado (NASCIMENTO, SCHOBBENHAUS e MEDINA, 2008, p.
148).
O geoturismo é a provisão de facilidades interpretativas e serviços para promover os
valores e os benefícios sociais de lugares geológicos e geomorfológicos que assegurem sua
conservação, para o uso dos estudantes, dos turistas e de tantas outras pessoas interessadas no
recreativo e lazer (ROSE apud NASCIMENTO, RUCHKYS e MANTESSO, 2007, p. 5). É
importante utilizar a interpretação deste patrimônio tornando-o acessível ao publico leigo, além de
promover e divulgar o desenvolvimento das ciências terrestres (NASCIMENTO,
SCHOBBENHAUS e MEDINA, 2008, p. 148). Nem sempre a realidade coincide exatamente com
as ideias teóricas, mas quando começamos a por em prática tudo planejado percebemos o quanto é
complicado, é o caso de alguns enfatizarem a negligência obtida pelo ecoturismo nos recursos
naturais e que este novo segmento poderá contribuir para os fatores abióticos. Os mesmos ressaltam
que há uma intenção de utilizar o patrimônio geológico como uma atração turística, mas os turistas
não estão interessados em muitas informações no cenário geológico, o que os usuários querem, é
desfrutar, apreciar e aproveitar, já que a ideia é que o turista não obtenha informação, mas
contemple as paisagens, mesmo que o turista entenda o processo da formação geológica ele irá
valorizar até o momento que se encontra instalado, depois a realidade é outra, o que faz o individuo
contribuir para a valorização do aspecto natural geológico é uma educação ambiental constante. O
geoturismo está relacionado, portanto, com os recursos naturais muitas vezes negligenciados pelo
ecoturismo. Sendo que os aspectos abióticos podem ter, basicamente, três motivações: recreação,
lazer e aprendizado, todos contribuindo para a conservação de atrativos como cachoeiras, cavernas,
afloramentos rochosos etc. (BENTO e RODRIGUES, 2007, p. 59). É importante salientar que o
bioma com todo potencial turístico devem ser preservados para as gerações futuras sem
comprometer os seres bióticos e abióticos existentes.
O turismo ecológico compreende uma viagem ambientalmente responsável, com visitação
de áreas naturais relativamente preservadas, no sentido de vivenciar e apreciar a natureza,
que promove a conservação, tem baixo impacto e promove, de forma benéfica, o
envolvimento socioeconômico ativo das populações locais. (CEBALLOS-LASCURÁIN
(1993) Apud SEABRA 2001).
Segundo a companhia de pesquisa e recursos minerais (CPRM 2005) enfatiza que a
vegetação do município de Pilões é formada por florestas Subcaducifólica e Caducifólica, próprias
das áreas agrestes. Na área em estudo observa-se que a mata nativa na sua formação ocorre à
3. predominância de uma vegetação diferenciada das demais tipologias do bioma caatinga, já que na
mesma é possível enxergar uma vegetação de flora fechada.
A vegetação do vale é constituída por árvores com tais características: caule longo, com
folheamentos densos, com característica da caatinga hipoxerófila a mesma contém poucas
cactáceas e bromélias. Em grande contraste com a cobertura vegetal dos diferentes tipos de
caatinga ocorrem serras úmidas, baixos e brejos, revestidos de florestas tropicais. O
contraste ecossistêmico hidrológico é berrante nesses setores de mudança rápida e radical
de vegetação. Em meios às serras úmidas, ocorrem solos de decomposição funda e
pedogênese generalizada, incluindo espécies arbóreas de Mata Atlânticas e relictas da flora
Amazônica. (LIMA 1966 apud AB’SABER 2009).
As potencialidades paisagísticas do vale do Ouricuri bem como de formação de relevo.
De acordo com Guerra (1993) são características de vales em forma de V em rochas cristalinas ou
até mesmo de arenitos, onde aparecem vales como vertentes abruptas, ou seja, vales em garganta.
Na área em estudo percebe-se uma interligação com a vegetação nativa e o relevo.
O curso fluvial que recorta a declividade dos afloramentos rochosos1, ocasionando uma
grande queda d’água origina as cachoeiras. Segundo Jatobá; Lins (2003) com o aumento da
declividade de uma área causada pelo um rio ocorre um acréscimo da velocidade deste, quando esse
desnível topográfico é vertical formam-se as cachoeiras. Levando-se em conta os fatores
morfogenéticos, podem ser classificar nos seguintes tipos: cachoeiras em escarpa de falha e pelas
diferenças de durezas dos terrenos.
Essa pesquisa tem por objetivo desenvolver um levantamento parcial das possibilidades
de implantação do geoturismo nas imediações da cachoeira do Ouricuri - Pilões/PB, na perspectiva
de dinamizar o desenvolvimento do geoturismo nessa área, tendo como base amenizar os impactos
ambientais e diminuir a aceleração da degradação ambiental, na tentativa de gerar um turismo de
sustentabilidade, utilizando-se dos recursos de maneira racional sem comprometer o bioma,
deixando como legado para futura geração sem intervir no meio ambiente.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Nascimento, Schobbenhaus e Medina (2008 p. 148), ambos enfatizam que o
geoturismo pode ser definido como o turismo ecológico com as informações e atrativos do
patrimônio geológico. Sendo que irá abranger a descrição de monumentos naturais, dos parques
geológicos, dos afloramentos rochosos, das cachoeiras, das cavernas, dos sítios fossilíferos, das
paisagens, fontes termais, minas desativadas, bem como, outros pontos e sítios de interesse
geológico.
1
GUERRA, Dicionário Geológico Geomorfológico, p.5. “Toda e qualquer exposição de rocha na superfície da Terra”.
4. De acordo com o Geoturismo Brasil (2007) ressalta que o patrimônio geológico são
recursos naturais em transformação pelos processos geológicos que necessita de cuidados para sua
preservação levando em conta que alguns afloramentos podem ser tão frágeis quanto um habitat do
meio biótico, os mesmos patrimônios são os afloramentos de rochas, a ocorrência de fosseis,
minerais, estruturas geológicas e até mesmo paisagens que apresentem um significado didático,
científico, cultural ou turístico, conhecidos como geossítios.
O bioma caatinga encontra-se ameaçado, devido à exploração feita por extrativista da
população local, outro fator que contribuiu foi a super-exploração desse espaço para o uso agrícola
latifundiário, desde a ocupação do semiárido a degradação tem ocorrido com rapidez. Lima et al
(2009 p.3).
De acordo com Guerra e Marçal (2006) o turismo pode estar totalmente relacionado aos
meios físicos, como também é uma atividade que pode estar ligada intimamente e vinculada à
exploração de áreas naturais, oferecendo um turismo de aventura, um turismo ecológico, ou
qualquer outra modalidade ou termo que se crie.
Ab’saber (2009) ressalta que no Planalto da Borborema uma espécie de “maciço
central” do Nordeste, posição para o leste, há a predominância de matas de encostas na vertente
leste e sudeste no platô cristalino. E que em alguns casos, a umidade vinda de sudeste e leste
contribuem para o desenvolvimento de matas cimeiras, de encostas e de piemonte.
“Na ocasião, fáceis espinhentos das caatingas as fixaram em pequenos setores rochosos
de serrinhas, piemontes de pães de açúcar e eventuais lajedos de rochas graníticas ou similares.”
Ab’saber (2003 p. 146).
Segundo Ferreira (2010 p. 37) afirma que o material geológico na Serra do Espinho é
composto por granítico e gnáissico, que compõe de forma geral o arcabouço, com uma estruturação
compacta e homogênea, mas é possível enumerar diversos pontos desse material rochoso que aflora
e apresenta significantes planos de fraturas, diáclases e pequenas dobras.
3 MATERIAL E MÉTODO
Segundo a Companhia de Pesquisa e de Recursos Minerais (CPRM, 2005), a cachoeira
de Ouricurí pertence ao município de Pilões que está localizado no estado da Paraíba inserido na
microrregião do brejo e na Mesorregião do Agreste paraibano, na unidade geoambiental no Planalto
da Borborema. Sua formação de relevo é de vales profundos, estreitos e dissecados 2 , e possui
afloramentos das rochas, há uma variação com altitude entre 650 a 1000 metros. A sede do
2
GUERRA, Dicionário Geológico Geomorfológico, p. 138. “Diz-se da paisagem trabalhada pelos agentes
erosivos."
5. município possui uma altitude aproximada de 334 metros, com distância da capital de 117 km com
acesso a partir de Guarabira/PB a João Pessoa, pelas rodovias BR 230, BR 104, PB 079 e PB 067.
A área em estudo encontra-se no município de Pilões, inserido nos domínios da bacia
hidrográfica do rio Mamanguape.
A pesquisa desenvolveu-se com base nos seguintes procedimentos: levantamento
bibliográfico fundamentado em autores que abordam as discussões que destacam as potencialidades
naturais: Brilha (2005) que ressalta a importância do Patrimônio Geológico e sua Geoconservação;
CPRM (2008) enfatiza a importância do patrimônio geológico e o turismo sustentável; Fonteles
(2004) relaciona o turismo e os impactos socioambientais, dentre outros conteúdos, trabalha com o
conceito de patrimônio ambiental, implicações e exploração turística dos recursos naturais; Seabra
(2001) faz uma abordagem do turismo ecológico; Guerra e Marçal (2006) com ênfase no meio
ambiente;Lacerda e Barbosa (2006) ressalta a importância do bioma caatinga nos seus domínios
nordestinos. Ab’saber (2009) ecossistemas do Brasil.
O trabalho empírico ocorreu através da observação do objeto de estudo, especificamente
ao fazer um estudo da localização e da caracterização da área, na qual se fez uso de registro
fotográfico, anotações em caderneta de campo, somados a levantamento de dados através de
conversas informais e, principalmente, aplicação de questionários estruturados com lista livre (com
moradores do local), para compreensão das potencialidades naturais como das belezas cênicas.
Portanto, foi levada em consideração a visão dos moradores do entorno da cachoeira, em relação
das riquezas naturais.
Foram realizadas pesquisas em periódicos na internet e sítios oficiais, os quais
contribuíram para o desenvolvimento do estudo, como: Companhia de Pesquisa e Recursos
Minerais (CPRM) com caracterização do município e da respectiva bacia hidrográfica do rio
Araçagi e Araçagi – Mirim.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A cachoeira de Ouricurí destaca-se pela sua formação do relevo, com uma topografia de
vale “V”, com predominância dos afloramentos rochosos ao longo do rio Araçagi, além de manter
durante o inverno grande volume hídrico e no verão mantém um fluxo menor, mas pode-se perceber
a formação de marmitas no curso do rio, devido à queda d’água ocasionada pela cachoeira que
segue transportando os materiais sedimentais depositando de rio abaixo.
Guerra e Guerra (2008) mencionam: A cachoeira como sendo, uma queda d’água no
curso de um rio, ocasionada pela existência de um degrau no perfil longitudinal do mesmo. As
causas da existência dessas diferenças de nível no leito do rio podem estar ligadas a falhas, dobras,
6. erosão diferencial, diques. No sopé da cachoeira geralmente há o aparecimento de marmitas ou
caldeirões, produzidos pelo choque das correntes fluviais. Geralmente as águas carregam
sedimentos de diversas dimensões depositados em suspensão, que são responsáveis pela escavação
das marmitas3 de turbilhonamento. No caso da cachoeira do Ouricuri as marmitas encontram-se
num espelho de falha da encosta oriental do Planalto da Borborema, embora o degrau tectônico
esteja muito mascarado pela erosão.
Figura 1: Marmitas do leito baixo do Rio Araçagi. Fonte: Acervo pessoal.
Pode-se perceber que nas margens do rio existe pouca mata ciliar, a ação antrópica tem
contribuído para a retirada das matas nativas na área em estudo, o que tem acelerado ainda mais a
degradação ambiental e a formação de voçorocas, as matas ciliares tem uma suma importância para
a conservação, bem como, para manter o volume hídrico dos rios, são através delas que se evita o
assoreamento dos rios e os seres bióticos continua habitando em harmonia. Segundo Viana (1990)
apud Lacerda e Barbosa (2006), enfatiza que a degradação e fragmentação desses ecossistemas
compreendem na diminuição da diversidade biológica, nos distúrbios dos regimes hidrológicos de
bacias hidrográficas, além das graves consequências que se obterão com as mudanças climáticas e
com a alteração na qualidade de vida das populações tradicionais.
Mesmo com toda essa alteração nas imediações da cachoeira há uma potencialidade
geológica e geomorfológica que necessita de preservação juntamente com todo ecossistema, para
3
GUERRA, Dicionário Geológico Geomorfológico, p.6. “Buracos que aparecem nos leitos dos rios
produzidas pelas águas turbilhonares.”
7. cachoeira tornar-se conservada terão que ser tomada algumas medidas por parte dos órgãos
responsáveis no sentido de se preservar um potencial já alterado pelos turistas e moradores, será útil
um planejamento turístico, visando reservá-la para as gerações futuras caso contrário não será mais
vista nem utilizada por nenhum indivíduo.
Figura 2: Cachoeira do Ouricurí. Fonte: Acervo pessoal
Em suas explanações a cerca do planejamento, Barretto (2005) explicita a importância do
mesmo, e ressalta que planejar turismo significa harmonizar o atendimento às necessidades e
propiciar o bem estar de sujeitos sociais provenientes de outro lugar, dentro de uma sociedade
receptora e seu meio ambiente, considerando os sujeitos dessa sociedade receptora em relação aos
turistas e entre si.
8. Atividades de subsistência
Agricultura
Comércio
Outros
Na aplicação dos questionários aos moradores quando perguntados quais as atividades
utilizadas pelos próprios na área in loco, 81,82% ressaltaram que sua principal fonte de renda é a
agricultura de subsistência, 18,18% vive da comercialização de alguns produtos e de outras fontes
de renda. Presenciamos o cultivo de uma agricultura, mas sem nenhuma preocupação ambiental,
pois, havia queimadas e o cultivo irregular sem obedecer às curvas de nível do terreno.
Segundo Araujo, Almeida e Guerra (2009 p. 35) afirmam que a expansão do cultivo tem
contribuído para o corte das árvores de arbustos e herbáceas, para as queimadas da serrapilheira4
para dar ênfase ao plantio de culturas por dois ou cinco anos nas clareiras abertas, que só então
permitirá o retorno da cobertura vegetal para a regeneração do solo, podendo o período de
barbechos durar cinco a quinze anos dependendo do solo e do tipo de vegetação.
Perguntamos quanto à preservação da cachoeira 72,73% dos moradores disseram ser
preservada e 27,27% afirmaram não ser nada preservada. Podemos observar que não há preservação
já que não existe nenhum planejamento turístico e ambiental, onde ocorrem derrubadas das matas
ciliar, resíduos são lançados nos rios, retirada da cobertura vegetal e pichamentos são feitos nas
rochas.
Para Brilha (2005 p. 40) as atividades de exploração aos recursos minerais podem
constituir uma ameaça a geodiversidade, em dois níveis conhecidos, como as explorações das
paisagens e dos afloramentos rochosos, na exploração da paisagem, quando não se utiliza nenhuma
estratégia para minimizar os impactos negativos da paisagem natural implantada na região, ou então
4
Mineropar. Glossário de termos geológicos. Denominação aplicada à camada superficial de material orgânico que se
cobre os solos consistindo de folhas, caules, ramos, cascas, frutas e galhos mortos, em diferentes estágios de
decomposição, em uma mata. Sin.: Liteira.
9. dos afloramentos das rochas, ocorre na realização das atividades extrativas, que pode de igual modo
destruir as formações e as estruturas das rochas, que por alguma razão venha conter um valor
particular.
Quanto à coleta de resíduos sólidos se havia alguma regra sistemática 72,73% enfatizaram
que há sim, mas de vez em quando faz essa coleta, outros 27,27% afirmaram não saber. É
importante salientar que os lixos são depositados nas margens do rio quando os órgãos responsáveis
não coletam os resíduos utilizados pelos moradores e turistas que frequentam a cachoeira que
consequentemente irá contribuir para a contaminação do regime hídrico. De acordo com Tundisi e
Tundisi (2008 p.379) inúmeras são as atividades humanas que degradam os ecossistemas lóticos5 e
que não só interferem na qualidade das águas e em seus mecanismos de funcionamento, mas
alteram suas estruturas físicas, nas suas várzeas e na recuperação desse sistema. São diversas
pessoas que nos feriados e finais de semana utilizam a Cachoeira de Ouricurí como espaço de lazer,
e a mesma está inserida na rota cultural caminhos do frio projeto do SEBRAE em parceria com os
municípios do Brejo Paraibano que vem apoiando as manifestações culturais e riquezas naturais dos
municípios, inclusive o do município de Pilões, é bom salientar que não faltam banhistas (turistas)
na área, mas o número é bem maior nos feriados e especialmente na rota cultural, já que se dar
ênfase e incentivos através da divulgação da mídia, infelizmente ocorre todo apoio somente neste
período, fazem até a coleta dos resíduos sólidos, além de aumentar o fluxo dos turistas na cidade,
depois continua sem planejamento e sem cuidado ambiental, o que demonstra que os gestores não
estão preocupados com que poderá suceder com a cachoeira no futuro, mas de imediato querem um
retorno capitalista e expõem a mesma como produto natural. Mesmo considerando que o turismo
contribui para o processo de desenvolvimento econômico, este ocorrendo de forma desordenada
intensifica o processo de degradação do espaço. “Ele promove, transforma o lugar em mercadoria e
estabelece o valor de uso de bens culturais. [...] Espaços turistificam-se no momento em que são
reorganizados no sentido de satisfazer os desejos de uma clientela que vem de fora”. (FONTELES,
2004, pag.42).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desta pesquisa, chegou-se a conclusão que, para haver um devido trabalho
voltado na realização do geoturismo nas proximidades da cachoeira do Ouricuri, necessita de
decisão- administrativa dos gestores, que por sua vez, além de incentivar esse potencial, deveria
elaborar projetos, para amenizar a degradação, bem como nos impactos ocorridos nas imediações da
mesma, preocupando-se principalmente com a conservação da cobertura vegetal, da coleta dos
5
Mineropar. Glossário de termos geológicos. Denominação utilizada para as águas correntes, como a dos rios.
10. resíduos sólidos, das queimadas, e fomentar na valorização de uma educação ambiental aos
moradores, dando ênfase há práticas agrícolas sustentáveis, que desta forma possibilitaria numa
continua subsistência aos mesmos, e consequentemente ajudaria no equilíbrio do bioma, em que
estão inseridos. E aos usuários (turistas), seria importante enfatizar, que é preciso preservar meios
abióticos e bióticos, como o relevo e toda estrutura geológica para as gerações futuras, como
focalizando um possível planejamento ambiental, tomando como consideração, um turismo
sustentável, enquanto se divertem.
REFERÊNCIAS
AB’SABER, Aziz, MARIGO, Luis Claudio. Ecossistema do Brasil. São Paulo, Metalivre, 2009.
AB’SABER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo:
Ateliê Editorial, 2003.
ARAUJO, Gustavo Henrique de Souza; ALMEIDA; Josimar Ribeiro de; e GUERRA, Antônio José
Teixeira. Gestão ambiental de áreas degradadas. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
BARRETTO, Margarita. Planejamento responsável do turismo. São Paulo: Papirus, 2005.
BENTO, Liliam Carlo Moreira, Rodrigues, Sílvio Carlos. Geomorfologia fluvial e o geoturismo - O
potencial turístico de quedas d’água do município de Indianópolis, Minas Gerais. Universidade
Federal de Uberlândia, 2009. Disponível em: http://www.sbe.com.br/ptpc/ptpc_v2_n1_057-
068.pdf< Acessado em: 17/03/12>.
BRILHA. José. Patrimônio Geológico e Geoconservação: A conservação da natureza na sua
vertente geológica. Braga, 2005. Disponível em:
http://www.dct.uminho.pt/docentes/pdfs/jb_livro.pdf< acessado em 08/02/12>
CPRM - Serviço geológico do Brasil. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água
subterrânea. Diagnóstico do município de Pilões, estado da Paraíba. Organizado [por] João de
Castro Mascarenhas, Breno Augusto Beltrão, Luiz Carlos de Souza Junior, Franklin de Morais,
Vanildo Almeida Mendes, Jorge Luiz Fortunato de Miranda. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005.
FONTELES, Jose Osmar. Turismo e impactos socioambientais. São Paulo: Aleph, 2004.
GUERRA, Antonio José Teixeira; MARÇAL, Mônica dos Santos. Geomorfologia Ambiental. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
GUERRA, Antônio José Teixeira, Cunha, S. Baptista. Geomorfologia uma atualização e conceitos.
8ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
JATOBÁ, Lucivânio. Introdução à geomorfologia. Ed 4ª Recife: revista ampliada, 2003.
LACERDA, Alecksandra Vieira de; BARBOSA, Francisco Maria. Matas ciliares nos domínios das
caatingas. São Paulo: UFPB, 2006.
NASCIMENTO, Marcos Antônio Leite do, RUCHKYS, Úsula Azevedo, MANTESSO, Virgínio.
Geoturismo: Um novo segmento do turismo no Brasil. Global Tourism. ISSN: 1808-558x. Vol.3, nº
11. 2. Novembro, 2007. Disponível em: http://www.periodicodeturismo.com.br/site/artigo/pdf/Geoturis
mo_< Acessado em 05/03/12>.
SEABRA, Geovani de Farias. Ecos do turismo. Campinas, S/P: Papirus, 2001.
SILVA, Cassio Roberto da. Geodiversidade do Brasil: Conhecer o passado, para entender o
presente e prever o futuro. Rio de Janeiro. CPRM, 2008. Disponível em:
<http://www.cprm.gov.br/publique/media/geodiversidade_brasil.pdf>. Acessado em: 12/03/12.
SILVA, Samara de Souza; XAVIER, Thiago Souza e LIMA, Vagner da Cunha. A questão do Semi-
Árido e o bioma Caatinga. Disponível em:
<http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/resumos_expandidos/eixo12/022.pdf>. Acessado em:
18/04/12.
TUNDISI, José Galizia, TUNDISI, Takako Matsumura. Limnologia. São Paulo: Oficina de textos, 2008.
Sítios consultados
http://www.geoturismobrasil.com/patrimonio.html. Acessado em: 21/04/12.
http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=A. Acessado em
21/04/12.
http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S. Acessado em
21/04/12.