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Departamento de Comunicação e Arte
MESTRADO EM MÚSICA PARA O ENSINO VOCACIONAL
APTIDÃO MUSICAL
Docente: Dr. Francisco Cardoso
Aluno: António Gil Alves Ferreira
Nº 38780
TAM – 1º ANO
Data: 10 de Dezembro de 2009
Ano Lectivo 2009/10
2
Aptidão Musical
A temática remete-nos para uma questão controversa: será a aptidão musical
influenciada por factores biológicos e genéticos ou pela prática e consequentemente está
relacionada com factores de ordem social e cultural?
Efectivamente esta questão poderá estar tendenciosamente relacionada com um
pensamento ou tradição ocidental dado que noutras culturas não seria levantada – em
algumas culturas africanas é esperado que todos sejam capazes de desenvolver uma
prática musical.
Na discussão é comum estabelecer a relação entre aptidão musical e talento dado que a
qualidade ou competência numa determinada área é por vezes associada com a presença
ou a ausência de atributos como talento ou dom. A origem etimológica da palavra
aptidão vem do latim aptitudine, que entre muitas outras coisas pode significar ter a
faculdade ou habilidade para fazer alguma coisa, a qual se pode contextualizar no
desenvolvimento natural, no exercício ou na educação. É frequente estabelecer-se a
relação entre aptidão musical e talento, palavra que vem do Grego tálanton e que
significa uma disposição natural ou adquirida que produz uma capacidade superior no
que toca ao exercício de uma actividade.
No percurso de aprendizagem instrumental, o juízo sobre o talento ajuda a explicar o
sucesso? Poderá o talento ser detectado na infância?
Na sequência destas questões será necessário reflectir ainda acerca da validade e da
aplicabilidade dos testes de aptidão musical bem como a possibilidade de previsão do
sucesso na aprendizagem musical baseada em testes de aptidão.
Indissociável da temática está a sua relação com a Psicologia, com as Ciências da
Educação, teorias, investigadores e sobretudo com a investigação em Psicologia da
Música.
A discussão acerca dos factores que influenciam a aptidão musical envolve diversos
investigadores. Se para alguns o desenvolvimento precoce de competências musicais e
em particular a rápida progressão pode ser explicado através de dons ou talento inato
(Radford 1990; Gardner, 1993; Winner, 1996) outros explicam o sucesso na aquisição
dessas mesmas competências através da prática intensiva, motivação, exposição precoce
à educação musical (Radford Ericsson, Krampe e Tesch-Romer, 1993; Sloboda e outros,
1996).(Sadie, 2004)
3
A prática regular intensiva desde muito cedo é característica transversal nas biografias
de músicos de excelência (Radford Manturzewaska, 1990; Sosniak, 1990). Ainda
segundo esta perspectiva, uma evidência directa da contribuição genética (factores
inatos) na aptidão musical é difícil de encontrar (Howe, Davidson, & Sloboda, 19XX).
O conceito de aptidão musical tem uma longa história.
Recuando no tempo encontramos o primeiro teste de aptidão musical no século XIX
desenvolvido por Carl Stumpf1
entre 1883 e 1890. O teste consistia num grupo de
questões que os professores poderiam usar para seleccionar os seus alunos (Hallam &
Prince, 2003).
Carl Seashore2
em 1919 apresentou uma bateria de testes destinada a medir as
capacidades musicais (Seashore Measures of Musical Talents). Seashore acreditava que
a aptidão musical podia resumir-se à capacidade de discriminação auditiva de
fenómenos e elementos musicais. Acreditava ainda que a capacidade de reconhecimento
auditivo era determinada geneticamente.
Posteriormente surgiram outros testes como os Music Aptitude Profile (1965) de Edwin
Gordon, Measures of Musical Abilities (1966) de Arnold Bentley, A Test of Musicality
(1957) de E. Gaston ou Musical Intelligence Tests (1961) de Herbert Wing. Estes testes
foram pensados no sentido de ajudar a identificar aquelas crianças que teriam maiores
ou menores potencialidades. Com finalidade diferente – avaliar os resultados do
processo de aprendizagem – existem, por exemplo, os testes Music Achievement Test
(1968) de Richard Colwell e os Iowa Tests of Music Literacy (1970) de Edwin Gordon.
Investigadores como Ronald Hufstader realizaram trabalhos de investigação no âmbito
da previsão do sucesso na iniciação instrumental com base no uso de testes
seleccionados. Nesse estudo pretendia determinar quais as variáveis determinantes na
previsão de sucesso, contudo, o estudo veio a revelar que todas as variáveis tinham a
sua importância (Hufstader, 1974).
Young realizou um estudo comparativo entre quatro testes, dois de aptidão musical e
dois de medição da aquisição de competências, tendo obtido resultados satisfatórios ao
nível da eficácia dos Music Aptitude Profile de Gordon (Young, 1976).
1
Carl Stumpf (1848-1936) Filósofo e psicólogo alemão
2
Carl Seashore (1866-1949) Psicólogo de origem Sueca, emigrou para os EUA onde desenvolveu
trabalho na área da Psicologia nomeadamente os Seashore Tests of Musical Ability (1919)
4
Gordon não relaciona a aptidão musical com um talento ou dom pré-existentes
derivados da herança genética.
Acredita que todas as pessoas têm potencial para aprender música. Consequentemente
considera os juízos de talento por parte dos professores infundamentados e que a
aptidão musical poderá apenas ser medida por um conjunto de testes válidos.
Propõe um conjunto de testes – os MAP3
– antecipando que estes não deveriam ser
aplicados com fins de selecção de alunos no acesso à educação musical defendendo que
todos têm direito a aprender música.
As pessoas nascem com diferentes níveis em todas as aptidões, na música essencial será
que a aptidão musical seja desenvolvida logo depois do nascimento, senão até durante a
gravidez, até aos 3 anos. O contacto com o “vocabulário” da Música ensinaria a criança
a ouvir melhor e aceleraria posteriormente o seu processo de aprendizagem.
A aptidão musical “flutuará” até aos nove anos de idade. Depois dessa idade
permanecerá igual (questionável esta perspectiva de Gordon tendo em consideração que
Miles Davis, considerado um dos mais influentes músicos de Jazz do século XX, iniciou
os seus estudos musicais aos 13 anos de idade).
Gordon propõe como ferramenta de ensino da música um sistema de aquisição de
aptidões musicais evidenciando nele um conceito chave – audiação4
. O som só se
transforma em Música através da audiação.
O potencial de cada criança poderia ser melhor determinado através dos MAP. É o
resultado de um potencial inato – que não pode ser previsto com base na
ancestralidade / herança genética – e da exposição inicial da criança à Música. Vê ainda
a aptidão musical segundo uma perspectiva multi-dimensional.
Para John Sloboda a aptidão musical começa numa questão inicial: – O que faz um
Músico?
De acordo com a crença que os músicos nascem músicos justifica-se as falhas no
processo de aprendizagem, relacionando-as frequentemente com a falta de talento.
Sloboda pretente demonstrar que a grande maioria da população possui os requisitos
necessários para a prática musical e que as diferenças no resultado da aprendizagem
3
MAP – Music Aptitude Profile – Edwin Gordon
4
A base da aptidão musical é a audiação. «A Audiação é para a Música aquilo que o pensamento é para a
linguagem.» (Gordon, 1999).
5
musical devem-se a factores como: experiência, oportunidade e motivação. Muitas das
crianças viveram experiências profundas, peak experiences, que lhes proporcionaram a
necessária motivação para continuar na Música (Sloboda, 1994).
O investigador estabelece a distinção entre competências técnicas e expressivas – os
bons músicos acrescentam valor às notas através de adições expressivas.
Sloboda põe em causa o mito do talento. O talento está relacionado com a cultura
ocidental, não tem em conta o apoio familiar, o encorajamento e a oportunidade na
aprendizagem; a maioria dos músicos de excelência não se revelaram ‘prodígios’ em
criança; aquelas crianças denominadas prodígio parecem efectivamente ter excedido o
tempo de prática na sua aprendizagem inicial; o ouvido absoluto pode ser adquirido e
não deverá ser encarado apenas como um dom.
Na perspectiva de Sloboda, o sucesso e o consequente desenvolvimento da aptidão
musical está relacionado com a oportunidade de contacto com a música logo cedo ou
mesmo antes de nascer. Elevadas horas de prática, suporte familiar intensivo,
professores de iniciação musical que proporcionam aulas divertidas / estimulantes e
emoções profundas, peak experiences, são factores preponderantes.
Mas efectivamente há talentos inatos? Realidade ou Mito?
Para investigadores como Feldman o talento não pode ser adquirido, é inato; Gardner
relaciona o talento com um potencial primário e define-o como um sinal precoce de
potencial biológico; Eysenck admite que o talento tem uma base genética; Winner
propõe que o talento como conhecimento pré-existente não aprendido num determinado
domínio (Howe, et al., 19XX).
Michael Howe, Jane Davidson e John Sloboda realizaram um estudo no âmbito da
temática onde procuraram as “evidências que atestam a favor do talento”, contudo, na
literatura sobre prodígios não há nada que tenha sido observado directamente por
investigadores, encontram apenas dados que foram inferidos por familiares ou relatos
autobiográficos. Sabe-se pelo contrário que esses prodígios tiveram um treino regular
intenso durante anos.
Procuraram ainda “evidências de capacidades especiais que facilitam a aquisição de
competências específicas” como o ouvido absoluto precoce, contudo, este também
poderá ser trabalhado e adquirido diminuindo o valor atribuído a esta faculdade.
“As evidências de capacidades não usuais nos autistas (Síndrome de Savage)” são
relacionadas com o comportamento obsessivo, o elevado número de horas de prática e o
6
estímulo dos pais. Mais uma vez os casos de relatos de crianças com capacidades
excepcionais foram referenciados e não observados. Permanece uma lacuna, na
explicação casos muito específicos onde crianças autistas parecem ter adquirido
competências sem qualquer orientação ou treino deliberado.
Implicações para a aprendizagem instrumental
A forma como entendo a aptidão musical tem implicações reais e práticas para o
processo de aprendizagem dos alunos. A própria concepção daquilo que considero
relevante no domínio da aptidão musical terá a sua influência (por exemplo: a ordem
pela qual sequencio a aquisição de competências5
).
No caso de um professor acreditar que na base da aptidão musical estão propensões
inatas estará desde logo a comprometer todo o processo de aprendizagem dos alunos
bem como a forma como os orienta. Estará ainda a descartar factores relevantes
envolvidos no ensino e fundamentalmente nas variáveis por eles influenciadas /
determinadas como por exemplo: estratégias e métodos; competências e conhecimentos;
organização e sequência de aprendizagem; gestão do tempo da aula ou o importante
papel dos pais no processo de aprendizagem.
Ainda que admitindo a existência de predisposições em determinadas pessoas, o
máximo que poderá ser inferido é exista uma maior probabilidade de vir a desenvolver
competências nessa área em que demonstra uma determinada predisposição.
O desenvolvimento da aptidão musical envolve uma componente social, cultural e
factores como a motivação ou o grau de atracção pela Música / Instrumento.
Um dos factores de sucesso na aprendizagem é o grau de atracção que a criança sente
pelo instrumento que está a tocar (Kemp & Mills, 2002). A execução integral de uma
obra ou de um excerto, através do professor, permite que o aluno reconheça as
potencialidades do instrumento ‘in loco’, o que poderá interferir no grau de atracção que
o aluno terá pelo instrumento e consequentemente na motivação que o aluno terá para
desenvolver a sua aptidão musical. Proporcionar aulas divertidas, sobretudo na iniciação
instrumental, contribuirá significativamente para o grau de atracção e motivação do
aluno.
5
Aprender a tocar um instrumento envolve a aquisição de uma enorme variedade de competências:
auditivas, motoras, expressivas, performativas e no caso do ensino especializado envolve também as
competências de leitura.
7
A forma como o professor entende a aptidão musical poderá orientar o aluno a
desenvolver uma perspectiva segundo a teoria da Entidade ou Incremental. Se acreditar
que a aptidão musical é resultante de propensões inatas vai relacionar o sucesso ou
insucesso da aprendizagem dos alunos à existência de talento ou à sua ausência.
Resultante desta perspectiva o professor e consequentemente o aluno acreditarão que
nada poderá ser feito porque a aptidão musical é fixa. O mais provável será o aluno
desistir da aprendizagem.
Por outro lado a construção de uma percepção da aptidão como algo que é possível de
modificar em função do tempo, do esforço e trabalho resultará na adopção da teoria
Incremental, na qual, o aluno tenderá a valorizar o esforço sentindo-se cada vez mais
motivado para trabalhar. Ainda neste domínio será importante entender a aptidão
musical em função de um período de tempo mais alargado e não procurar resultados
imediatos.
A forma como o professor encara o aluno, bem como as expectativas que cria, é
afectada pelo conceito de aptidão musical. É importante ter sempre presente que,
independentemente do potencial do aluno, a função do professor é ajudá-lo a descobrir o
instrumento.
Categorizar os alunos como não talentosos (sem aptidão musical) é discriminatório e
limita os seus potenciais. Em consequência dessa assumpção é frequente, por meras de
convicções do professor ou dos pais, negar as oportunidades necessárias ao aluno.
Pelo contrário, enquanto aluno e professor de Guitarra Clássica, esforço-me por
acreditar no potencial de todos os alunos, procurar reportório adequado em função das
competências que pretendo desenvolver, sensibilizar os alunos para a necessidade de
tocar pelo prazer em si (motivação intrínseca) e confiar que os resultados serão uma
consequência natural do trabalho e do tempo.
Mozart, por exemplo, teve um treino intensivo com o seu pai, que era conhecido na
altura por ser o melhor professor de Música em toda a Europa. Efectivamente, se
Mozart tiver começado aos dois anos de idade e treinado 32 horas por semana, teria
praticado 10.000 horas aos oito anos (Levitin, 2006).
Subsiste a dúvida se o campo hereditário poderá potenciar determinadas faculdades no
âmbito da aptidão musical, porém, até à data não existe qualquer estudo científico que
relacione o campo genético herdado com a demonstração da aptidão nos descendentes.
Na minha perspectiva, associar aptidão musical ao talento – que por definição é uma
8
capacidade muito excludente – carece de rigor científico além de não ter em
consideração a componente social e cultural na aprendizagem musical.
Perspectivar a aptidão musical sem a contextualizar num contexto de aprendizagem
especializada, cultural e social é limitar o processo de aprendizagem instrumental.
A aptidão musical é um conceito demasiado complexo para ser entendido fora do
contexto social e cultural. Estabelecendo o paralelismo com a Teoria do
Desenvolvimento Social de Vygotsky6
para quem, o desenvolvimento não poderia ser
separado do contexto social. A cultura afecta a forma como pensamos e o que
pensamos, tem o seu próprio impacto e o conhecimento depende da experiência social.
Segundo Vygotsky o desenvolvimento cognitivo passava por um processo de
orientação. A Música tem uma forte componente de aprendizagem pelo que a aptidão
musical poderá inscrever-se num processo resultante da orientação, onde factores como
a contacto inicial, as oportunidades, hábitos de estudo / prática, influência dos
professores, familiares e sociedade são determinantes.
Possíveis questões a serem investigadas no âmbito da temática
Uma das questões mais pertinentes e controversas em todo o âmbito da temática prende-
se efectivamente com a relação hereditariedade genética / aptidão musical.
Factor indissociável da aptidão musical é efectivamente o número de horas de prática
instrumental. Neste sentido porque é que alguns alunos conseguem praticar durante
várias horas e outros não?
Que factores estão envolvidos nos músicos que apesar de terem iniciado o percurso de
aprendizagem musical tardio (já em adultos) conseguiram atingir um patamar de
excelência. Em que contexto se enquadra, se explica e se compreende a aptidão musical
destes músicos?
Determinar a concepção de aptidão musical dos professores do ensino artístico
especializado em Portugal (a aptidão musical é inata / a aptidão musical é desenvolvida)
seria um ponto de partida para uma investigação maior no âmbito desta temática que
poderia incidir nas implicações dessa concepção nos resultados obtidos nas escolas do
ensino artístico especializado.
Bibliografia
6
Lev Vygotsky (1896-1934) – Psicólogo; autor da Teoria do Desenvolvimento Social.
9
Gordon, E. E. (1999). All About Audiation and Music Aptitudes. Music Educators
Journal, 86(2), pp. 41-44.
Hallam, S., & Prince, V. (2003). Conceptions of Musical Ability. Research Studies in
Music Education, 20.
Howe, M. J. A., Davidson, J. W., & Sloboda, J. (19XX). Innate Talents:Reality or
Myth. Brain Sciences.
Hufstader, R. A. (1974). Predicting Success in Beginning Instrumental Music through
Use of Selected Tests. Journal of Research in Music Education, 22(1), pp. 52-
57.
Kemp, A., & Mills, J. (2002). Music Potential. In G. E. McPherson & R. Parncutt
(Eds.), The Science and Psychology of Music Performance. New York: Oxford
University Press.
Levitin, D. J. (2006). Uma Paixão Humana - O seu Cérebro e a Música (B. P. Coelho,
Trans.). Lisboa: Bizâncio.
Sadie, S. (2004). Psychology of Music. In A. Grabielsson & J. Sloboda (Eds.), The New
Grove Dictionary of Music and Musicians: Oxford University Press.
Sloboda, J. (1994). What Makes a Musician? EGTA Guitar Journal, 5, pp. 18-22.
Young, W. T. (1976). A Longitudinal Comparison of Four Music Achievement and
Music Aptitude Tests. Journal of Research in Music Education, 23(3), pp. 97-
109.
Sítios na Internet
http://tip.psychology.org/gardner.html
Consultado em: 15 de Novembro de 2009
http://tip.psychology.org/vygotsky.html
Consultado em: 15 de Novembro de 2009
http://tip.psychology.org/bandura.html
Consultado em: 15 de Novembro de 2009
http://www.infopedia.pt
Consultado em: 15 de Novembro de 2009
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Aptidão musical: talento ou prática

  • 1. universidade de aveiro theoria poiesis praxis Departamento de Comunicação e Arte MESTRADO EM MÚSICA PARA O ENSINO VOCACIONAL APTIDÃO MUSICAL Docente: Dr. Francisco Cardoso Aluno: António Gil Alves Ferreira Nº 38780 TAM – 1º ANO Data: 10 de Dezembro de 2009 Ano Lectivo 2009/10
  • 2. 2
  • 3. Aptidão Musical A temática remete-nos para uma questão controversa: será a aptidão musical influenciada por factores biológicos e genéticos ou pela prática e consequentemente está relacionada com factores de ordem social e cultural? Efectivamente esta questão poderá estar tendenciosamente relacionada com um pensamento ou tradição ocidental dado que noutras culturas não seria levantada – em algumas culturas africanas é esperado que todos sejam capazes de desenvolver uma prática musical. Na discussão é comum estabelecer a relação entre aptidão musical e talento dado que a qualidade ou competência numa determinada área é por vezes associada com a presença ou a ausência de atributos como talento ou dom. A origem etimológica da palavra aptidão vem do latim aptitudine, que entre muitas outras coisas pode significar ter a faculdade ou habilidade para fazer alguma coisa, a qual se pode contextualizar no desenvolvimento natural, no exercício ou na educação. É frequente estabelecer-se a relação entre aptidão musical e talento, palavra que vem do Grego tálanton e que significa uma disposição natural ou adquirida que produz uma capacidade superior no que toca ao exercício de uma actividade. No percurso de aprendizagem instrumental, o juízo sobre o talento ajuda a explicar o sucesso? Poderá o talento ser detectado na infância? Na sequência destas questões será necessário reflectir ainda acerca da validade e da aplicabilidade dos testes de aptidão musical bem como a possibilidade de previsão do sucesso na aprendizagem musical baseada em testes de aptidão. Indissociável da temática está a sua relação com a Psicologia, com as Ciências da Educação, teorias, investigadores e sobretudo com a investigação em Psicologia da Música. A discussão acerca dos factores que influenciam a aptidão musical envolve diversos investigadores. Se para alguns o desenvolvimento precoce de competências musicais e em particular a rápida progressão pode ser explicado através de dons ou talento inato (Radford 1990; Gardner, 1993; Winner, 1996) outros explicam o sucesso na aquisição dessas mesmas competências através da prática intensiva, motivação, exposição precoce à educação musical (Radford Ericsson, Krampe e Tesch-Romer, 1993; Sloboda e outros, 1996).(Sadie, 2004) 3
  • 4. A prática regular intensiva desde muito cedo é característica transversal nas biografias de músicos de excelência (Radford Manturzewaska, 1990; Sosniak, 1990). Ainda segundo esta perspectiva, uma evidência directa da contribuição genética (factores inatos) na aptidão musical é difícil de encontrar (Howe, Davidson, & Sloboda, 19XX). O conceito de aptidão musical tem uma longa história. Recuando no tempo encontramos o primeiro teste de aptidão musical no século XIX desenvolvido por Carl Stumpf1 entre 1883 e 1890. O teste consistia num grupo de questões que os professores poderiam usar para seleccionar os seus alunos (Hallam & Prince, 2003). Carl Seashore2 em 1919 apresentou uma bateria de testes destinada a medir as capacidades musicais (Seashore Measures of Musical Talents). Seashore acreditava que a aptidão musical podia resumir-se à capacidade de discriminação auditiva de fenómenos e elementos musicais. Acreditava ainda que a capacidade de reconhecimento auditivo era determinada geneticamente. Posteriormente surgiram outros testes como os Music Aptitude Profile (1965) de Edwin Gordon, Measures of Musical Abilities (1966) de Arnold Bentley, A Test of Musicality (1957) de E. Gaston ou Musical Intelligence Tests (1961) de Herbert Wing. Estes testes foram pensados no sentido de ajudar a identificar aquelas crianças que teriam maiores ou menores potencialidades. Com finalidade diferente – avaliar os resultados do processo de aprendizagem – existem, por exemplo, os testes Music Achievement Test (1968) de Richard Colwell e os Iowa Tests of Music Literacy (1970) de Edwin Gordon. Investigadores como Ronald Hufstader realizaram trabalhos de investigação no âmbito da previsão do sucesso na iniciação instrumental com base no uso de testes seleccionados. Nesse estudo pretendia determinar quais as variáveis determinantes na previsão de sucesso, contudo, o estudo veio a revelar que todas as variáveis tinham a sua importância (Hufstader, 1974). Young realizou um estudo comparativo entre quatro testes, dois de aptidão musical e dois de medição da aquisição de competências, tendo obtido resultados satisfatórios ao nível da eficácia dos Music Aptitude Profile de Gordon (Young, 1976). 1 Carl Stumpf (1848-1936) Filósofo e psicólogo alemão 2 Carl Seashore (1866-1949) Psicólogo de origem Sueca, emigrou para os EUA onde desenvolveu trabalho na área da Psicologia nomeadamente os Seashore Tests of Musical Ability (1919) 4
  • 5. Gordon não relaciona a aptidão musical com um talento ou dom pré-existentes derivados da herança genética. Acredita que todas as pessoas têm potencial para aprender música. Consequentemente considera os juízos de talento por parte dos professores infundamentados e que a aptidão musical poderá apenas ser medida por um conjunto de testes válidos. Propõe um conjunto de testes – os MAP3 – antecipando que estes não deveriam ser aplicados com fins de selecção de alunos no acesso à educação musical defendendo que todos têm direito a aprender música. As pessoas nascem com diferentes níveis em todas as aptidões, na música essencial será que a aptidão musical seja desenvolvida logo depois do nascimento, senão até durante a gravidez, até aos 3 anos. O contacto com o “vocabulário” da Música ensinaria a criança a ouvir melhor e aceleraria posteriormente o seu processo de aprendizagem. A aptidão musical “flutuará” até aos nove anos de idade. Depois dessa idade permanecerá igual (questionável esta perspectiva de Gordon tendo em consideração que Miles Davis, considerado um dos mais influentes músicos de Jazz do século XX, iniciou os seus estudos musicais aos 13 anos de idade). Gordon propõe como ferramenta de ensino da música um sistema de aquisição de aptidões musicais evidenciando nele um conceito chave – audiação4 . O som só se transforma em Música através da audiação. O potencial de cada criança poderia ser melhor determinado através dos MAP. É o resultado de um potencial inato – que não pode ser previsto com base na ancestralidade / herança genética – e da exposição inicial da criança à Música. Vê ainda a aptidão musical segundo uma perspectiva multi-dimensional. Para John Sloboda a aptidão musical começa numa questão inicial: – O que faz um Músico? De acordo com a crença que os músicos nascem músicos justifica-se as falhas no processo de aprendizagem, relacionando-as frequentemente com a falta de talento. Sloboda pretente demonstrar que a grande maioria da população possui os requisitos necessários para a prática musical e que as diferenças no resultado da aprendizagem 3 MAP – Music Aptitude Profile – Edwin Gordon 4 A base da aptidão musical é a audiação. «A Audiação é para a Música aquilo que o pensamento é para a linguagem.» (Gordon, 1999). 5
  • 6. musical devem-se a factores como: experiência, oportunidade e motivação. Muitas das crianças viveram experiências profundas, peak experiences, que lhes proporcionaram a necessária motivação para continuar na Música (Sloboda, 1994). O investigador estabelece a distinção entre competências técnicas e expressivas – os bons músicos acrescentam valor às notas através de adições expressivas. Sloboda põe em causa o mito do talento. O talento está relacionado com a cultura ocidental, não tem em conta o apoio familiar, o encorajamento e a oportunidade na aprendizagem; a maioria dos músicos de excelência não se revelaram ‘prodígios’ em criança; aquelas crianças denominadas prodígio parecem efectivamente ter excedido o tempo de prática na sua aprendizagem inicial; o ouvido absoluto pode ser adquirido e não deverá ser encarado apenas como um dom. Na perspectiva de Sloboda, o sucesso e o consequente desenvolvimento da aptidão musical está relacionado com a oportunidade de contacto com a música logo cedo ou mesmo antes de nascer. Elevadas horas de prática, suporte familiar intensivo, professores de iniciação musical que proporcionam aulas divertidas / estimulantes e emoções profundas, peak experiences, são factores preponderantes. Mas efectivamente há talentos inatos? Realidade ou Mito? Para investigadores como Feldman o talento não pode ser adquirido, é inato; Gardner relaciona o talento com um potencial primário e define-o como um sinal precoce de potencial biológico; Eysenck admite que o talento tem uma base genética; Winner propõe que o talento como conhecimento pré-existente não aprendido num determinado domínio (Howe, et al., 19XX). Michael Howe, Jane Davidson e John Sloboda realizaram um estudo no âmbito da temática onde procuraram as “evidências que atestam a favor do talento”, contudo, na literatura sobre prodígios não há nada que tenha sido observado directamente por investigadores, encontram apenas dados que foram inferidos por familiares ou relatos autobiográficos. Sabe-se pelo contrário que esses prodígios tiveram um treino regular intenso durante anos. Procuraram ainda “evidências de capacidades especiais que facilitam a aquisição de competências específicas” como o ouvido absoluto precoce, contudo, este também poderá ser trabalhado e adquirido diminuindo o valor atribuído a esta faculdade. “As evidências de capacidades não usuais nos autistas (Síndrome de Savage)” são relacionadas com o comportamento obsessivo, o elevado número de horas de prática e o 6
  • 7. estímulo dos pais. Mais uma vez os casos de relatos de crianças com capacidades excepcionais foram referenciados e não observados. Permanece uma lacuna, na explicação casos muito específicos onde crianças autistas parecem ter adquirido competências sem qualquer orientação ou treino deliberado. Implicações para a aprendizagem instrumental A forma como entendo a aptidão musical tem implicações reais e práticas para o processo de aprendizagem dos alunos. A própria concepção daquilo que considero relevante no domínio da aptidão musical terá a sua influência (por exemplo: a ordem pela qual sequencio a aquisição de competências5 ). No caso de um professor acreditar que na base da aptidão musical estão propensões inatas estará desde logo a comprometer todo o processo de aprendizagem dos alunos bem como a forma como os orienta. Estará ainda a descartar factores relevantes envolvidos no ensino e fundamentalmente nas variáveis por eles influenciadas / determinadas como por exemplo: estratégias e métodos; competências e conhecimentos; organização e sequência de aprendizagem; gestão do tempo da aula ou o importante papel dos pais no processo de aprendizagem. Ainda que admitindo a existência de predisposições em determinadas pessoas, o máximo que poderá ser inferido é exista uma maior probabilidade de vir a desenvolver competências nessa área em que demonstra uma determinada predisposição. O desenvolvimento da aptidão musical envolve uma componente social, cultural e factores como a motivação ou o grau de atracção pela Música / Instrumento. Um dos factores de sucesso na aprendizagem é o grau de atracção que a criança sente pelo instrumento que está a tocar (Kemp & Mills, 2002). A execução integral de uma obra ou de um excerto, através do professor, permite que o aluno reconheça as potencialidades do instrumento ‘in loco’, o que poderá interferir no grau de atracção que o aluno terá pelo instrumento e consequentemente na motivação que o aluno terá para desenvolver a sua aptidão musical. Proporcionar aulas divertidas, sobretudo na iniciação instrumental, contribuirá significativamente para o grau de atracção e motivação do aluno. 5 Aprender a tocar um instrumento envolve a aquisição de uma enorme variedade de competências: auditivas, motoras, expressivas, performativas e no caso do ensino especializado envolve também as competências de leitura. 7
  • 8. A forma como o professor entende a aptidão musical poderá orientar o aluno a desenvolver uma perspectiva segundo a teoria da Entidade ou Incremental. Se acreditar que a aptidão musical é resultante de propensões inatas vai relacionar o sucesso ou insucesso da aprendizagem dos alunos à existência de talento ou à sua ausência. Resultante desta perspectiva o professor e consequentemente o aluno acreditarão que nada poderá ser feito porque a aptidão musical é fixa. O mais provável será o aluno desistir da aprendizagem. Por outro lado a construção de uma percepção da aptidão como algo que é possível de modificar em função do tempo, do esforço e trabalho resultará na adopção da teoria Incremental, na qual, o aluno tenderá a valorizar o esforço sentindo-se cada vez mais motivado para trabalhar. Ainda neste domínio será importante entender a aptidão musical em função de um período de tempo mais alargado e não procurar resultados imediatos. A forma como o professor encara o aluno, bem como as expectativas que cria, é afectada pelo conceito de aptidão musical. É importante ter sempre presente que, independentemente do potencial do aluno, a função do professor é ajudá-lo a descobrir o instrumento. Categorizar os alunos como não talentosos (sem aptidão musical) é discriminatório e limita os seus potenciais. Em consequência dessa assumpção é frequente, por meras de convicções do professor ou dos pais, negar as oportunidades necessárias ao aluno. Pelo contrário, enquanto aluno e professor de Guitarra Clássica, esforço-me por acreditar no potencial de todos os alunos, procurar reportório adequado em função das competências que pretendo desenvolver, sensibilizar os alunos para a necessidade de tocar pelo prazer em si (motivação intrínseca) e confiar que os resultados serão uma consequência natural do trabalho e do tempo. Mozart, por exemplo, teve um treino intensivo com o seu pai, que era conhecido na altura por ser o melhor professor de Música em toda a Europa. Efectivamente, se Mozart tiver começado aos dois anos de idade e treinado 32 horas por semana, teria praticado 10.000 horas aos oito anos (Levitin, 2006). Subsiste a dúvida se o campo hereditário poderá potenciar determinadas faculdades no âmbito da aptidão musical, porém, até à data não existe qualquer estudo científico que relacione o campo genético herdado com a demonstração da aptidão nos descendentes. Na minha perspectiva, associar aptidão musical ao talento – que por definição é uma 8
  • 9. capacidade muito excludente – carece de rigor científico além de não ter em consideração a componente social e cultural na aprendizagem musical. Perspectivar a aptidão musical sem a contextualizar num contexto de aprendizagem especializada, cultural e social é limitar o processo de aprendizagem instrumental. A aptidão musical é um conceito demasiado complexo para ser entendido fora do contexto social e cultural. Estabelecendo o paralelismo com a Teoria do Desenvolvimento Social de Vygotsky6 para quem, o desenvolvimento não poderia ser separado do contexto social. A cultura afecta a forma como pensamos e o que pensamos, tem o seu próprio impacto e o conhecimento depende da experiência social. Segundo Vygotsky o desenvolvimento cognitivo passava por um processo de orientação. A Música tem uma forte componente de aprendizagem pelo que a aptidão musical poderá inscrever-se num processo resultante da orientação, onde factores como a contacto inicial, as oportunidades, hábitos de estudo / prática, influência dos professores, familiares e sociedade são determinantes. Possíveis questões a serem investigadas no âmbito da temática Uma das questões mais pertinentes e controversas em todo o âmbito da temática prende- se efectivamente com a relação hereditariedade genética / aptidão musical. Factor indissociável da aptidão musical é efectivamente o número de horas de prática instrumental. Neste sentido porque é que alguns alunos conseguem praticar durante várias horas e outros não? Que factores estão envolvidos nos músicos que apesar de terem iniciado o percurso de aprendizagem musical tardio (já em adultos) conseguiram atingir um patamar de excelência. Em que contexto se enquadra, se explica e se compreende a aptidão musical destes músicos? Determinar a concepção de aptidão musical dos professores do ensino artístico especializado em Portugal (a aptidão musical é inata / a aptidão musical é desenvolvida) seria um ponto de partida para uma investigação maior no âmbito desta temática que poderia incidir nas implicações dessa concepção nos resultados obtidos nas escolas do ensino artístico especializado. Bibliografia 6 Lev Vygotsky (1896-1934) – Psicólogo; autor da Teoria do Desenvolvimento Social. 9
  • 10. Gordon, E. E. (1999). All About Audiation and Music Aptitudes. Music Educators Journal, 86(2), pp. 41-44. Hallam, S., & Prince, V. (2003). Conceptions of Musical Ability. Research Studies in Music Education, 20. Howe, M. J. A., Davidson, J. W., & Sloboda, J. (19XX). Innate Talents:Reality or Myth. Brain Sciences. Hufstader, R. A. (1974). Predicting Success in Beginning Instrumental Music through Use of Selected Tests. Journal of Research in Music Education, 22(1), pp. 52- 57. Kemp, A., & Mills, J. (2002). Music Potential. In G. E. McPherson & R. Parncutt (Eds.), The Science and Psychology of Music Performance. New York: Oxford University Press. Levitin, D. J. (2006). Uma Paixão Humana - O seu Cérebro e a Música (B. P. Coelho, Trans.). Lisboa: Bizâncio. Sadie, S. (2004). Psychology of Music. In A. Grabielsson & J. Sloboda (Eds.), The New Grove Dictionary of Music and Musicians: Oxford University Press. Sloboda, J. (1994). What Makes a Musician? EGTA Guitar Journal, 5, pp. 18-22. Young, W. T. (1976). A Longitudinal Comparison of Four Music Achievement and Music Aptitude Tests. Journal of Research in Music Education, 23(3), pp. 97- 109. Sítios na Internet http://tip.psychology.org/gardner.html Consultado em: 15 de Novembro de 2009 http://tip.psychology.org/vygotsky.html Consultado em: 15 de Novembro de 2009 http://tip.psychology.org/bandura.html Consultado em: 15 de Novembro de 2009 http://www.infopedia.pt Consultado em: 15 de Novembro de 2009 10