O documento discute o conceito de interatividade digital e virtual. Apresenta definições de interatividade e distingue entre interação e interatividade. Discute também os níveis de interatividade na televisão proposta por André Lemos e apresenta um estudo de caso sobre como o Twitter reagiu durante um apagão na região sudeste do Brasil.
2. Universidade Estácio de Sá
Pós Graduação em Mídias Digitais
Mediação e Conteúdo em Mídias Digitais
Interatividade Digital e Virtual
João Carlos Caribe
Karen Jurassek
Veronica Vidal
Novembro de 2009
3. O que é Interatividade?
Interatividade é, a partir dos anos 80, uma condição revolucionária,
inovadora da informática, da televisão, do cinema, do teatro, dos
brinquedos eletrônicos, do sistema bancário on-line, da
publicidade, etc. Há uma crescente "indústria da interatividade",
usando o adjetivo "interativo", para qualificar qualquer coisa cujo
funcionamento permite ao seu usuário algum nível de participação
ou troca de ações.
Na Wikipédia
Interatividade é um conceito que quase sempre está associado às
novas mídias de comunicação Interatividade pode ser definida
como: “uma medida do potencial de habilidade de uma mídia
permitir que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a
forma da comunicação mediada.
É o processo de relação entre o homem e a máquina.
4. Interação x Interatividade
Alguns não fazem distinção entre interação e interatividade, outros
classificam interação como se referindo a relações humanas e
interatividade como relação homem-máquina.
“Entre TV e telespectador o que há é interação, ele escolhe entre
opções que lhe são dadas, não tem o poder de intervir na
programação da TV. O receptor está separado da emissão. Já entre
uma home-page e um “navegador” pode-se dizer, que há
interatividade. “A home-page não se define como emissão, pelo
menos na acepção clássica desse termo. Ela é ambiente de
interpenetração, de atuação, intervenção nos acontecimentos,
fusão, conexionismo na base do hipertextual. A mensagem no
contexto da interatividade não se reduz à emissão. Ela é espaço
tridimensional de atuação daquele que não pode mais ser visto
como receptor”.
5. Interatividade ou “Reatividade”?
Tem se entendido que, havendo ícones clicáveis e textos
quebrados em partes e
ligados por palavras-âncora ou hiperlinks, constitui-se exemplo
definitivo de Interatividade.
Entretanto, cabe avaliar se por exemplo, programas de TV podem
votar em certas respostas (1 ou 2, sim ou não), cinemas que
balançam as cadeiras e videogames que respondem à ação de um
joystick são os exemplares cabais e definitivos do que seja
interatividade.
Para alguns autores são exemplos de reatividade, pois ao
espectador não resta nada a não ser reagir aos estímulos a partir
das respostas que a ele são permitidas.
6. Interatividade
por André Lemos
André Lemos é um importante pesquisador nacional da área de
Cibercultura e não poderíamos deixar de citá-lo.
Para ele, interatividade é nada mais que uma nova forma de
interação técnica, de característica eletrônico-digital, e que se
diferencia da interação analógica que caracteriza a mídia
tradicional. Sem se propor a discutir a interação social, o autor
delimita o estudo da interatividade como uma ação dialógica entre
homem e técnica. Para ele, a interação homem-técnica é uma
atividade tecno-social que esteve sempre presente na civilização
humana.
Lemos discorre sobre a Interatividade usando um exemplo
interessante da evolução tecnológica da Televisão, dividida em
níveis:
Nível 0: Tv com imagens em preto e branco, com um ou dois canais; A ação
do espectador resume-se a ligar e desligar o aparelho, regular volume, brilho
7. Nível 1: a televisão ganha cores, maior número de emissoras e controle
remoto — o zapping vem anteceder a navegação contemporânea na Web. Ele
facilita o controle que o telespectador tem sobre o aparelho, mas, ao mesmo
tempo, o prende ainda mais à televisão.
Nível 2: alguns equipamentos periféricos vem acoplar-se à televisão, como o
videocassete, as câmeras portáteis e jogos eletrônicos. O telespectador ganha
novas tecnologias para apropriar-se do objeto televisão, podendo agora
também ver vídeos e jogar, e das emissões, podendo gravar programas e vê-
los ou revê-los quando quiser.
Nível 3: aparecem sinais de interatividade de características digitais. O
telespectador pode então interferir no conteúdo a partir de telefones (como no
programa Você Decide) por fax ou correio eletrônico.
Nível 4: é o estágio da chamada televisão interativa em que se pode participar
do conteúdo a partir da rede telemática em tempo real, escolhendo ângulos de
câmera, diferentes encaminhamentos das informações, etc.
8. Lemos observa que se a mídia tradicional (jornal, revista, rádio,
televisão) impunha uma passividade no público e uma pré-escolha
de que informações serão transmitidas, as tecnologias digitais
trazem novas formas de circulação de informações. Acompanha-se
então uma passagem do modelo transmissionista "Um-Todos", para
outro modelo, "Todos-Todos", que constitui uma forma
descentralizada e universal de circulação de informações.
Finalmente, conclui que a interatividade se situa em 3 níveis não
excludentes:
•Técnico "analógico-mecânico",
•Técnico "eletrônico-digital"
•Social (ou, como sugere, simplesmente interação).
Sendo assim, a interatividade digital seria um tipo de relação tecno-
social. Seria um diálogo, uma conversação entre homens e
máquinas, em tempo real, localizadas em uma zona de contato,
zonas de negociação, as interfaces gráficas. A relação deixaria de
ser passiva ou representativa, passando a ser ativa e permitindo
10. Estudo de caso
O apagão e o
Por Raquel Camargo
Na última terça feira dia 10 de novembro, em torno de 22:15 um
blecaute afetou toda região sudeste e parte de outras regiões.
Menos de um minuto depois iniciou-se uma interação pelo Twitter.
Gráfico obtido no dia 10/11/09 às 23:55 no http://blablabra.net