Este documento apresenta um resumo da biografia e obras do poeta brasileiro Manuel Bandeira. Contém análises de alguns de seus poemas mais famosos como "A onda", "Pneumotórax" e "Consoada", discutindo temas como a morte e doença que permearam sua obra.
1. Escola Estadual Heckel Tavares
Apresentação – Biografia & Obras de Manuel Bandeira
3ºD - Grupo 1 - Alunos: Clayton Souza - Jhonatan Holanda - Maysa Silva - Vanessa Oliveira
2014
São Paulo
Arquivo para biblioteca e portfolio para exposição.
Professora Maria Cristina Antoniak
2. Manuel Bandeira - Biografia
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho (1886-
1968) foi poeta brasileiro. "Vou-me Embora pra
Pasárgada" é um dos seus mais famosos poemas. Foi
também professor de Literatura, crítico literário e crítico
de arte. Inicialmente interessado em música e
arquitetura, descobriu a poesia por acaso, na condição
de doente, em repouso, para tratamento de uma
tuberculose.
Os temas mais comuns de suas obras, são entre
outros, a paixão pela vida, a morte, o amor e o
erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância.
4. A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
5. O que mais nos chama a atenção já na primeira leitura do
poema, é o uso de palavras muito parecidas entre si, ou seja, o
uso de paronomásias: onda-anda-aonde-ainda. A palavra que
serve de base a essas variações quase minimalistas no som é
"onda", que dá título ao poema. Assim busca, por meio
justamente do emprego de paronomásias, de anáforas e da
combinação múltipla de um repertório pequeno de
vocábulos, imitar o movimento da onda. As palavras vão
descrevendo uma sonoridade arredondada, que produz uma
espécie de letargia, de embriaguez.
Análise – A
onda
6. O que se pretende realmente obter é uma fluidez sonora, um continuum
sonoro, em que as palavras percam sua singularidade e se assemelhem cada vez
mais. Mesmo que isso eventualmente "comprometa" a regência verbal: a
construção "aonde anda a onda?"
Talvez ainda alguém perguntasse por que o poeta não preferiu "onde", afinal
pode-se dizer tranquilamente "Onde anda", equivalente a "por onde anda" etc. O
problema é que "andar" aqui significa ‘’encaminhar-se, dirigir-se à...’’ quer-se
saber o destino da onda, e isso é enfatizado mais ao fim do poema, em que
aparece duas vezes a interrogação "aonde", após o que, por uma espécie de
quebra do continuum sonoro, podemos pressupor que a onda se quebrou
também, que ela não tem uma ‘’para onde’’.
Análise – A
onda
7. Reparem ainda no interessante paralelismo "ainda
onda/ainda anda". A onda é onda quando anda; a onda é
onda quando em movimento. Se ela para, não é mais
onda, não anda.
E a repetição linguística indica que a linguagem também já
não caminha, não progride, mas está paralisada, como a
onda, não mais onda porque não mais anda. É onda
morta.
Análise – A
onda
8. Tabela – A onda
Personagens:
Quantos?- Um Personagem
Principal – Onda
Natureza – Fenômeno Natural
Narrador:
Escrito em – 3ª Pessoa
Cenário:
Onde?- Praia
Características - Mar, areia, vento.
9. Tempo:
Ação – Tempo da onda
Linguagem:
Tipo – Formal
Figuras Linguagem – Paronomásia
Conflito:
Tabela – A onda
10. Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e
suores noturnos.
A vida inteira que podia ter
sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e
três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma
escavação no pulmão
esquerdo e o pulmão direito
infiltrado.
— Então, doutor, não é
possível tentar o
pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer
é tocar um tango argentino.
11. Análise –
Pneumotórax
No poema sentimos a valorização à vida cotidiana. Há uma incorporação em sua
poética, da cultura popular, palavras do dia-a-dia e versos livres. Possui um estilo
simples e direto onde pode-se confundir o que diz e o que se quer dizer.
Ele consegue demonstrar de maneira suave a sua preocupação com os
pulmões, sofria de tuberculose e possuía certa melancolia associada a um
sentimento de angústia que perneia sua obra e que fica clara nessa sua
desconstrução poética e modernista que caracteriza o Dadaísmo, pois nega
radicalmente a lógica quando se diz no último verso
- Não, a única coisa a fazer é tocar um tango argentino
Diante de tantos problemas pulmonares, tocar um tango argentino foi a forma
de eufemismo para se dizer que não havia nada a se fazer.
12. Portanto, o tango argentino não é alusão fúnebre à morte que o
acompanhou durante a vida, mas uma tirada romântica e irônica de
quem, sabendo-se doente sem cura, enganava a morte dançando
um tango.
Pneumotórax é um poema moderno despreocupado com a métrica
e com as rimas. Despreocupado com o próprio conteúdo em ser
agradável ou não, mas ainda assim trazendo a poesia em suas
entrelinhas.
Análise –
Pneumotórax
13. Tabela – Pneumotórax
Personagens:
Quantos?- Dois personagens
Principal – Paciente
Natureza – Humana
Narrador:
Escrito em – 3ª Pessoa
Sentimentos - Sim
Cenário:
Onde?- Casa do paciente
Características –
Quarto, cama, estetoscópio.
15. Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
16. Consoada significa a ceia de natal e tudo deve estar bem
preparado e organizado para este dia, pois certamente
convidados chegarão. Neste poema, o eu lírico se prepara
para a chegada da morte visto que sofria de uma doença
incurável para a época. Assim, ele refletia na poesia, os
seus sofrimentos, dores e ansiedades. A perspectiva da
morte foi uma constante em sua poesia e motivou um de
seus conhecidos poemas.
Análise –
Consoada
17. Percebemos que ele até treina um diálogo com a morte e
de bom humor, afirma que talvez até sorriria.
Subjetivamente, deixa a entender que está pronto para
morrer pois já deixara tudo organizado....Numa linguagem
subjetiva, usa o termo 'consoada' como se estivesse
pronto para receber a visitante: a morte. Aquela
iniludível, que não engana ninguém e que mais cedo ou
mais tarde chegará a todos.
Análise –
Consoada
18. Tabela – Consoada
Personagens:
Quantos?- Um Personagem
Principal – Eu-lírico
Natureza – Humana
Narrador:
Escrito em – 1ª Pessoa
Sentimentos - Sim
Cenário:
Onde?- Casa
Características – Mesa, comida, enfeites...
19. Tempo:
Época –Véspera de Natal
Ação – Ao longo da noite
Linguagem:
Tipo – Formal
Figuras Linguagem – Eufemismo, a
morte é tratada de forma branda.
Conflito:
Tabela – Consoada
20. O Ultimo Poema
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes
mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação
21. Análise – O Ultimo
PoemaEm “O último poema” é possível encontrar o tom mórbido mesclado à
metalinguagem e, é claro, o elemento da simplicidade procurado pelos modernistas.
Formado por versos livres e brancos, ou seja, sem metrificação e sem rima, o
poema metalinguístico traz à tona um eu-lírico que expressa, em seis versos, como
quer que seja seu último poema. Se na forma essa simplicidade fica demonstrada no
curto poema, no conteúdo isso também é buscado. Desse modo, para o sujeito
lírico, seu último poema deve ser simples e espontâneo, como fica demonstrado no
segundo verso.
Nos versos subsequentes, o eu-poético lança mão de figuras de estilo, a
comparação e a metáfora, cujo intuito é a criação de imagens que remetam à
simplicidade que ele tanto almeja. Por isso, no terceiro verso, almeja por um poema
que seja ardente como um soluço sem lágrimas, isto é, que tenha emoção, mas que
esta não seja exagerada.
22. Análise – O Ultimo
PoemaAssim, como no verso seguinte, busca um poema que tenha a beleza
das flores sem perfumes; em outras palavras, que não misture os
sentidos, um apenas basta, haja vista que a simplicidade deve é a meta
desse sujeito poético.
No penúltimo verso, deseja que o poema se assemelhe à pureza da
chama que devora, até mesmo, um valioso diamante. E, por fim, busca
a paixão dos suicidas que se matam sem explicação, ou seja, nada de
complexidade e desculpas, quer somente o ato simples sem a
interferência de maiores e complexas explicações de sentimentos.
23. Tabela – O Ultimo Poema
Personagens:
Quantos?- Um Personagem
Principal – Eu-lírico
Natureza – Humana
Narrador:
Escrito em – 1ª Pessoa
Sentimentos - Sim
24. Tempo:
Época –Estágio avançado da doença
Linguagem:
Tipo – Formal
Figuras Linguagem – Comparação e
Metáfora
Conflito:
Tabela – Consoada
25. Fontes OrionDesign® by Jhonatan
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Vídeos e arquivos de áudio:
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