2. “O cuidar da ferida de alguém vai muito além
dos cuidados gerais ou da realização de um
curativo. Uma ferida pode não ser apenas
uma lesão física, mas algo que dói sem
necessariamente precisar de estímulos
sensoriais; uma marca ou uma mágoa, uma
perda irreparável ou uma doença incurável. A
ferida é algo que fragiliza e muitas vezes
incapacita.”
Jorge & Dantas (2003)
3. DEFINIÇÃO
Úlcera Crônica de Perna
Qualquer ferimento abaixo do joelho,
incluindo o pé, que não cicatriza em um
período menor que seis semanas.
Origem: - Venosa
- Arterial
- Diabética
4. ÚLCERAS VASCULOGÊNICAS
Saúde Pública
Tempo de tratamento
Alto custo
Envelhecimento Populacional
Hábitos de Vida
5. EPIDEMIOLOGIA
2% das pessoas desenvolvem algum tipo
de úlceras de membros inferiores
Aumento da incidência em idosos e
mulheres
Recidiva:
30% no 1º ano; >78% após 2 anos
quando não tratadas adequadamente
Úlceras:venosas = 70-90%; arteriais=
5-10%, restante= diabéticas
6. AVALIAÇÃO
Firmarrelacionamento baseado na
confiança
Históricodo cliente: aspectos sociais,
psicológicos e patológicos
Avaliação nutricional
Patologias de base
7. AVALIAÇÃO DA FERIDA
Exame Físico: causa, localização,
mensuração, tipos de tecido, exsudação,
presença de infecção, pele perilesional
Uso dos 4 sentidos: visão, tato, olfato e
audição
8. ÚLCERA VENOSA
Etiologia: insuficiência venosa crônica
provocada principalmente por
incompetência do sistema venoso
superficial, associado ou não, à
incompetência do sistema venoso
profundo, com insuficiência valvular e/ou
obstrução venosa.
A insuficiência do sistema venoso
superficial é potencialmente curável –
tratamento cirúrgico
9. INSUFICIÊNCIA VENOSA
O sistema venoso dos MMII é formado
pelo sistema superficial, profundo e veias
perfurantes.
Todas as veias possuem válvulas que
orientam o fluxo sangüíneo em uma única
direção, das veias do sistema superficial
para o profundo e impedem o refluxo do
mesmo durante o relaxamento da
musculatura das pernas.
24. Exame Físico:
- Dor – leve ou moderada, piora em pé
- Exsudação – moderada a abundante, se
infectada
25. DIAGNÓSTICO
Clínico:
- História: TVP, traumas
- Presença de estase
- Teste de sensibilidade: intacta ao swab de
algodão – descarta neuropatia
- Pulsos: intactos – descarta insuficiência
arterial
26. DIAGNÓSTICO
Métodos Não Invasivos:
- Doppler de onda contínua
- Duplex Scan
- Plestimografia a ar
27. TRATAMENTO
Nas úlceras venosas, a disfunção da
bomba da panturrilha e a pressão venosa
aumentada são os grandes problemas.
Tipos:
- Farmacológico
- Fisioterápico
- Compressivo
- Cirúrgico
28. FARMACOLÓGICO
Pentoxifilina (Trental)
- 400mg / dia
- Adjunto no tratamento
- Melhora as propriedades do fluxo sanguineo
29. FISIOTERÁPICO
Drenagem venosa
Melhora
a articulação e a função da
bomba muscular
Favorecer
a diminuição de atrofias
musculares
30. COMPRESSIVO
Aumenta o retorno venoso
Diminui
o refluxo patológico durante
deambulação
Aumenta o volume de ejeção durante a
ativação dos músculos da panturrilha
34. CURATIVOS
Objetivos:
- Manter ferida limpa
- Remover excesso de exsudato
- Permitir troca gasosa
- Fornecer isolamento térmico
- Torná-lo impermeável às basctérias
- Isentá-lo de partículas e de tóxicos
contaminadores
- Permitir a remoção do curativo sem
causar traumas
35. TRATAMENTO CIRÚRGICO
Enxertia
Boa opção terapêutica para úlceras
grandes em granulação, sem processo
infeccioso
Encurta tempo de epitelização
37. ÚLCERA ARTERIAL
Isquêmica
Ocorrem devido à perfusão tecidual
inadequada para os membros inferiores,
afetando as artérias de grande, médio e
pequeno calibre.
38. DOENÇA ARTERIAL
OBSTRUTIVA PERIFÉRICA
DAOP
É causada pelo depósito de placas de
gordura nas artérias dos membros
inferiores (aterosclerose)
Esse estreitamento do vaso diminui a
irrigação de sangue rico em oxigênio para
a musculatura das pernas e dos pés
39. DOENÇA ARTERIAL
OBSTRUTIVA PERIFÉRICA
O suprimento sanguíneo cutâneo não é adequado
para atender às necessidades do metabolismo
tecidual local e resulta em ruptura da pele.
40. DOENÇA ARTERIAL
OBSTRUTIVA PERIFÉRICA
A diminuição do aporte sangüíneo
proveniente da isquemia, além da redução
do fornecimento de oxigênio e nutrientes
gera um retardo na resposta inflamatória,
nas defesas imunológicas e nas demais
fases do processo de cicatrização.
41. DOENÇA ARTERIAL
OBSTRUTIVA PERIFÉRICA
Fatores de Risco:
- Tabagismo
- Obesidade
- Diabetes mellitus (DM)
- Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
- Dislipdemia
* podem levar ao desenvolvimento
generalizado e progressivo de placas
ateroscleróticas.
42. AVALIAÇÃO
Clínica:
- Localização: região distal retro maleolar,
calcâneo ou pododáctilos;
43. AVALIAÇÃO
Clínica:
- Dor: Muito dolorosa, com piora à elevação
- Claudicação: intermitente
- Exsudato: pouco exsudativa
44. AVALIAÇÃO
Clínica:
- Profundidade: presença de esfacelo ou
escara; profunda envolvendo músculo e
tendão
46. AVALIAÇÃO
Clínica:
- Tipos de tecido: desvitalizado, amarelo ou
preto, tipo esfacelo ou escara, tecido
granulado pálido
47. AVALIAÇÃO
Além das características da úlcera:
- Claudicação intermitente
- Dor em repouso
- Alterações da biomecânica
- Ausência ou diminuição do pulso pedioso
tibial posterior e poplíteo
48. AVALIAÇÃO
Além das características da úlcera:
- Palidez à elevação das pernas
- Pés frios com presença de cianose
- Ausência de pêlos
- Alteração do crescimento ungueal
50. TRATAMENTO
Objetivos:
- “Não fazer mal”
- Evitar bandagens compressivas –
restringem o fluxo sanguíneo
- Evitar medicamentos tópicos
sensibilizantes
- Remover pressão – área de ruptura de
pele
51. TRATAMENTO
Reduzir fatores de risco:
- abolir o fumo
- controlar HAS e DM
- controle rígido da dislipidemia
- manter IMC = 20 a 25 kg/m2
- uso de anti-plaquetário
52. TRATAMENTO
Melhorar a circulação colateral
- Exercícios aeróbicos de rotina (na
ausência de lesão)
- Evitar traumas
- Evitar bandagens apertadas.
53. CUIDADOS
- Após higiene dos pés, secar bem a região
interdigital
- Hidratação da pele, menos na região
interdigital
- Proteção
- Aquecimento
54. CUIDADOS
- Corte de unha na forma reta
- Não cortar as cutículas
- Curativos adequados, de acordo com
avaliação da ferida
- Em presença de necrose ou gangrena,
rever primeiro qual será o tratamento
empregado:
55. TRATAMENTO
Cirúrgico:
- A reconstrução arterial é realizada para
preservação do membro e para tratamento
da claudicação intermitente
- Enxertia
- Angioplastia
56. ÚLCERA VENOSA X ARTERIAL
Indicador Venosa Arterial
Localização Terço inferior da Dedos, pés,
perna calcanhar,
Maléolo medial lateral da perna
Evolução Lenta Rápida
Profundidade Superficial Profunda
Leito Vermelho vivo, Pálido, com
pode ter esfacelo esfacelo ou
escara
Bordos Irregulares Bem definidas
57. ÚLCERA VENOSA X ARTERIAL
Indicador Venosa Arterial
Tamanho Grande Relativamente
pequena
Exsudato Moderado a Mínimo
abundante
Edema Presente Ausente
Dor Variada - pouca Extrema
Pulsos Presentes Reduzidos ou
ausentes
59. ÚLCERAS DIABÉTICAS
Perfazem
mais da metade das amputações
de membros inferiores
Alto gasto
60
a 70% dos pacientes diabéticos têm
neuropatia diabética
60. ÚLCERAS DIABÉTICAS
Etiologia
- Combinação de isquemia e neuropatia
- Neuropatia motora – leva à degeneração
dos pequenos músculos do pé
- Redução da sensibilidade aos sinais
iniciais de inflamação
64. ÚLCERAS DIABÉTICAS
Quadro clínico:
- Dor: geralmente indolor
- Pulsos: tibial posterior e dorsal do pé
podem estar ausentes, porém, poplíteo
forte pode ser encontrado
66. TRATAMENTO
Prevenção: possível reduzir número de
amputações
Autocuidado
Cuidados com os pés:
- Inspecionar os pés diariamente
- Lavar os pés, secando-os cuidadosamente
- Verificar interior dos sapatos
- Hidratação da pele
67.
68. O manejo das úlceras das extremidades
inferiores requer uma abordagem
interdisciplinar, por profissionais que
analisem o problema por variados, e às
vezes, conflitantes, pontos de vista.
Paraque a equipe trabalhe efetivamente,
cada membro deve entender o que os
outros estão fazendo.
A comunicação proporcionará resultados
gratificantes, e o mais importante,
também para o paciente.
83. IMPORTANTE!
IMPORTANTE
Adotar atitudes positivas
Dar explicações claras sobre o tratamento
e o prognóstico
Promover a participação do paciente e/ou
familiares
Evitarcomentários desnecessários em
relação à doença ou ao tratamento
Definir tratamento individualizado
84. Talvez meio caminho andado seja a gente
acreditar no que faz,
Mas acima de tudo, o que mais incentiva, que
mais nos valoriza – e também mais nos torna
conscientes de nossa responsabilidade – é
saber que outros crêem em nós.
E não há palavras que descrevam o que
sentimos ao saber dos sacrifícios a que eles
se impõem por crerem não apenas em nós,
mas também no que cremos.”
Albert Einstein