[1] O documento discute as representações e usos das tecnologias digitais por diferentes grupos de seniores em Portugal, comparando seniores entre 55-65 anos e com 66 anos ou mais. [2] Analisa o uso diferencial das TIC, a relação com as TIC e a importância para o desenvolvimento de competências digitais. [3] Apresenta dados sobre características sociodemográficas e uso da televisão e telemóvel universal entre os seniores.
Uma sociedade incluída pode ser mais facilmente "literacizada" informacionalm...
Representações e usos das tecnologias digitais por diferentes grupos de seniores em Portugal
1. Lisboa, 4 de Novembro de 2011
Sessão 3: Seniores na Sociedade da Informação
REPRESENTAÇÕES E USOS DAS
TECNOLOGIAS DIGITAIS POR DIFERENTES
GRUPOS DE SENIORES EM PORTUGAL
Isabel Dias, Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto
2. OBJECTO DE ESTUDO E OBJECTIVOS
Análise das representações e dos usos das tecnologias de informação e
comunicação (TIC) por parte de dois grupos de seniores (55 -65 anos e 66 ou mais
anos).
Conhecer o uso diferencial que os seniores mais jovens e mais velhos fazem das
TIC.
A relação que mantêm com as TIC.
A importância das TIC para o desenvolvimento de competências digitais e de
integração social.
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3. CONCEITOS DE REFERÊNCIA
Sociedade em rede: consiste num tipo de organização social que resultou da
interação entre, por um lado, a revolução tecnológica baseada nas tecnologias de
informação e comunicação (TIC) e na engenharia genética e, por outro, nos
processos sociais, económicos, culturais e políticos do último quarto do século XX.
Tem uma existência global (Castells, 2005:I).
É no contexto destas sociedades em rede que se desenvolve a vida quotidiana das
pessoas, em particular, da nossa amostra.
Estas sociedades assumem, em parte, a existência das novas tecnologias de
informação e da comunicação (TIC), como a internet, e adaptam-nas às suas
necessidades, aos seus interesses e valores, aos seus projetos.
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4. CONCEITOS DE REFERÊNCIA
A existência da internet tem permitido aos seus utilizadores situarem-se num novo
contexto:
perceber a necessidade de se auto-informar e de se auto-educar num mundo de
crescente valorização da formação ao longo da vida e da inovação;
estabelecer redes de comunicação horizontal independentes dos meios de
comunicação de massa;
construir a autonomia da sociedade civil global como contrapeso à crise de
legitimidade das instituições políticas.
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5. CONCEITOS DE REFERÊNCIA
Envelhecimento ativo – Este conceito associa o envelhecimento à atividade
económica, social e cultural, a qual se prolonga para além da reforma. Preconiza a
aprendizagem ao longo da vida e a introdução de um sistema de reforma mais
gradual. Refere-se ao desenvolvimento de atividades que permitam otimizar as
capacidades individuais e manter um bom estado de saúde da pessoa idosa.
Refere-se ao processo de otimização do potencial de bem-estar social, físico e
mental das pessoas ao longo da vida para que este período, que é cada vez mais
longo, seja vivido de forma autónoma e ativa (Tamer e Petriz, 2007: 183).
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6. CONCEITOS DE REFERÊNCIA
Envelhecimento produtivo – um sénior produtivo é todo aquele que se envolve em
atividades de realização significativas, pessoalmente satisfatórias e com um
impacto positivo nas suas próprias vidas e na dos outros. Um papel produtivo será
todo aquele que produz bens ou serviços, remunerados (e.g., emprego) ou não
(e.g., voluntariado) (Kaye, Butter and Webster, 2003:204).
“Ativo” não se refere unicamente à capacidade de estar fisicamente ativo, mas
também ao envolvimento contínuo dos idosos nas questões sociais, económicas,
espirituais, culturais e cívicas (Vallespir e Morey, 2007:241)
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7. CONCEITOS DE REFERÊNCIA
Trata-se de um conceito que ultrapassa a abordagem centrada nas necessidades,
para se focar nos direitos dos seniores em todos os domínios.
Neste sentido, abrange, de igual modo, o conceito de educação permanente,
também designado por educação ao longo da vida: enquanto oportunidade que
garante aos indivíduos um conjunto de meios que lhes permite alcançar o
equilíbrio entre trabalho, aprendizagem e vida ativa (Vallespir e Morey, 2007:245).
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8. CONCEITOS DE REFERÊNCIA
Inclusão tecnológica - implica apreender o discurso da tecnologia, não apenas na
óptica de execução e de qualificação, mas também na perspectiva dos sujeitos
serem capazes de influírem sobre a importância e finalidades da própria
tecnologia digital.
Literacia digital - enquanto processo de assimilação de conhecimentos
estruturados com determinada finalidade, mas também como possibilidade de
construção de cidadania (Lima, Nogueira e Burgos, 2008).
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9. CONCEITOS DE REFERÊNCIA
• Género: Entendido como a elaboração cultural do sexo. Refere-se aos
comportamentos e expectativas socialmente aprendidos a propósito de ambos os
sexos.
• Refere-se aos processos sociais que levam à interiorização por homens e mulheres
dos efeitos das atribuições sociais aos comportamentos que se esperam e
exprimem em todos os domínios da vida social (Guionnet e Neveu, 2005: 5).
• Proporciona-nos uma lente de leitura importante para a compreensão dos
diferentes processos de interação dos homens e mulheres mais velhos com as TIC.
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10. ESTRATÉGIA METODOLÓGICA
O estudo articula uma análise qualitativa e extensiva.
Abordagem qualitativa: foram analisadas 30 entrevistas semi-estruturadas das 130
realizadas a famílias residentes em Portugal entre os meses de Novembro e
Dezembro de 2009 (Projecto Inclusão e Participação Digital - 2009-2011).
O ponto de vista subjetivo dos seniores é apresentado sob a forma de transcrições
dos seus discursos.
Amostra: Foram selecionadas as entrevistas realizadas aos indivíduos com idades
compreendidas entre os 55 e os 90 anos. Os seniores foram subdivididos entre os
mais jovens (55-65 anos) e os mais velhos (66 ou mais anos).
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11. ESTRATÉGIA METODOLÓGICA
Abordagem quantitativa: foi administrado um inquérito por questionário a uma
amostra composta por 792 utilizadores de espaços de internet e frequentadores
de centros de emprego das cidades de Lisboa, Porto e Coimbra.
Amostra: a nossa análise incidiu nos indivíduos com idades compreendidas entre
os 55-65 anos e com 66 ou mais anos.
54 indivíduos com idades entre os 55-65 anos;
37 com 66 ou mais anos.
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12. CARACTERISTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS
Quadro 1. Género e idade dos inquiridos
Idade
55-65 anos 66 ou mais Total
Género anos
N % N % N %
Masculino 32 56,1 17 50,0 49 53,8
Feminino 25 43,9 17 50,0 42 46,2
Total 57 100,0 34 100,0 91 100,0
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13. CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS
Quadro 2. Educação dos inquiridos, idade e género
Género
Total
Escalão etário Educação dos inquiridos Masculino Feminino
N % N % N %
1º ciclo 4 12,5 6 24,0 10 17,5
2º ciclo 5 15,6 0 0,0 5 8,8
3º ciclo 3 9,4 5 20,0 8 14,0
Ensino secundário incompleto 2 6,3 3 12,0 5 8,8
55-65 anos Ensino secundário completo 8 25,0 6 24,0 14 24,6
Frequência ensino superior 3 9,4 0 0,0 3 5,3
Ensino superior completo 7 21,9 5 20,0 12 21,1
Total 32 100,0 25 100,0 57 100,0
1º ciclo 3 17,6 6 35,3 9 26,5
2º ciclo 0 0,0 1 5,9 1 2,9
3º ciclo 4 23,5 4 23,5 8 23,5
Ensino secundário incompleto 3 17,6 3 17,6 6 17,6
66 ou mais anos Ensino secundário completo 1 5,9 1 5,9 2 5,9
Frequência ensino superior 1 5,9 0 0,0 1 2,9
Ensino superior completo 5 29,4 2 11,8 7 20,6
Total 17 100,0 17 100,0 34 100,0
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14. CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS
Quadro 3. Condição laboral dos inquiridos, idade e Género
Género
Masculino Feminino Total
Escalão etário Condição laboral dos inquiridos
N % N % N %
Exerce uma profissão a tempo inteiro 7 21,9 6 24,0 13 22,8
Exerce uma profissão a tempo parcial 1 3,1 1 4,0 2 3,5
Desempregado(a) 7 21,9 12 48,0 19 33,3
Estudante-trabalhador 1 3,1 0 0,0 1 1,8
Formando 1 3,1 0 0,0 1 1,8
55-65 anos Ocupa-se exclusivamente das tarefas do
0 0,0 1 4,0 1 1,8
lar
Reformado(a) 13 40,6 5 20,0 18 31,6
Incapacitado(a) para o trabalho 1 3,1 0 0,0 1 1,8
Outra situação 1 3,1 0 0,0 1 1,8
Total 32 100,0 25 100,0 57 100,0
Exerce uma profissão a tempo inteiro 1 5,9 0 0,0 1 2,9
Exerce uma profissão a tempo parcial 1 5,9 0 0,0 1 2,9
Desempregado(a) 1 5,9 0 0,0 1 2,9
66 ou mais anos
Reformado(a) 14 82,4 17 100,0 31 91,2
Total 17 100,0 17 100,0 34 100,0
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15. CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS
Género e idade: existe na nossa amostra (n=91) um número aproximado de
homens e mulheres, com um ligeiro predomínio dos seniores mais jovens.
Predominam baixos níveis de escolaridade, sobretudo nos seniroes mais velhos.
Contudo, 20,9% dos seniores têm o ensino superior, com um ligeiro predomínio
dos homens (13,2% para 7,7% das mulheres).
Condição laboral actual: a maioria encontra-se reformado (53,8%).
Na condição de reformados encontram-se 91,2% dos seniores mais velhos para
31,6% dos mais novos.
Porém, 33,3% dos que têm entre 55-65 anos estão desempregados, com destaque
para as mulheres (48% para 21,9% dos homens).
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17. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Televisão: 100% dos seniores de ambos os escalões etários têm este equipamento.
Neste caso, não há diferenças significativas de género ou idade.
• Telemóvel: 100% das seniores jovens e mais velhas possuem este equipamento.
• Este equipamento também se encontra fortemente presente nos seniores de
ambos escalões do sexo masculino.
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18. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Telefone fixo: está presente nos agregados domésticos dos seniores,
principalmente das mulheres (jovens e mais velhas).
• O computador portátil e de secretária está mais presente nos agregados
domésticos dos seniores mais jovens, de ambos os sexos.
• Esta tendência encontra-se igualmente presente no caso da televisão por cabo ou
satélite (62,5% de homens entre os 55-65 anos, para 80,0% de mulheres do
mesmo escalão).
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19. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• De uma forma geral, os seniores têm alguma familiaridade com os media, sejam os
mais jovens (55-65 anos), sejam os mais velhos (66 anos e mais).
• Subjacente à aquisição das tecnologias da informação e da comunicação por parte
dos seniores, encontram-se motivações ligadas a necessidades de lazer,
entretenimento e informação.
• O interesse por programas noticiosos é comum a todos, homens e mulheres.
• Porém, para as mulheres idosas, as telenovelas encontram-se entre os seus
programas preferidos.
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20. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• “Entretenho-me muito com as telenovelas”.
(Celeste, 67 anos, doméstica)
• “Gosto de ouvir as notícias… tanto faz na televisão, como na Rádio Renascença.
Gosto de ouvir as notícias, isso gosto”.
(Dália, 78 anos, reformada)
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21. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Independentemente da idade dos seniores, observa-se uma adesão positiva ao
telemóvel. Porém, os mais jovens adquirem telemóveis tecnologicamente mais
equipados e usam-nos com fins mais específicos.
• “O meu telemóvel tem câmara fotográfica, tem MP3 e tem jogos. Para além das
chamadas e das mensagens que são as funções básicas de um telemóvel, utilizo
com bastante frequência o MP3”.
(José, 58 anos, comerciante)
• “O meu telemóvel é Nokia. Tem uma máquina fotográfica, 3.2 mega. Já é velhinho
e vai ser trocado por outro melhor. (…) No meu telemóvel tenho lá 1400 músicas”.
(Diva, 56 anos, empregada de limpeza)
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22. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Os mais velhos optam por telemóveis tecnologicamente menos evoluídos e usam-
nos para comunicar com a família e amigos, mas também para resolverem
situações-problemas.
• “Não saio sem telemóvel. É o mais simples possível. Gosto de receber chamadas e
telefonar. Não muito complicado, nada mais”.
(Celeste, 67 anos, doméstica)
• “Eu uso mais para falar com as minhas filhas… é só para falar com a família e os
amigos”.
(Lurdes, 59 anos, reformada)
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23. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• A idade, mais do que o género, explica uma certa apetência por equipamentos
como o computador, consola e consola ligada à internet, presentes sobretudo nos
seniores mais jovens de ambos os sexos.
• São os seniores mais velhos que mais referem não ter computador de secretária
(64,7% dos homens para 52,9% das mulheres) ou portátil (47,1% e 64,7%
respectivamente).
• Esta situação é corroborada por alguns dos testemunhos dos nossos entrevistados:
• “Não, um computador? Eu não sei, alguma vez sei mexer nisso? Eu nem sei ver o
que é um computador”.
(Dália, 78 anos, reformada
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24. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• À ausência de necessidade pessoal e social de computador, junta-se uma certa
iliteracia no que diz respeito ao seu uso. Esta situação é tanto mais acentuada,
quanto os seniores avançam na idade.
• Porém, também existem situações em que apesar de haver um computador no lar,
o sénior não o utiliza, por razões idênticas às supramencionadas.
• É o caso de Manuel, de 63 anos, em que o computador foi adquirido para os
“filhos”, mas “nunca usa”, embora seja empresário.
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25. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Todavia, outros seniores usam o computador com vários fins. É o caso de Diva e de
Henriqueta:
• “Eu uso desde 1998. (…) Eu ouço música, eu vejo filme, eu me informo de tudo o
que há no mundo, pesquiso. Dá para fazer trabalho, dependendo do que você quer.
Você tem acesso a todos os programas”.
(Diva,56 anos, empregada de limpeza)
• “Eu comecei a mexer no computador como instrumento de trabalho. Portanto, há
uns 15, 20 anos. (…) Portanto, eu aprendi a mexer, a utilizar o computador na aula
como instrumento de trabalho. A partir daí nunca mais parei”
(Henriqueta, 58 anos, professora
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26. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• A baixa predisposição para o uso de computador está, de certa forma, relacionada
com um fraco acesso à internet e seu uso, não obstante os entrevistados terem
conhecimento dos locais onde este serviço poderá estar acessível (e.g., bibliotecas
públicas).
• Relativamente ao uso da internet constatam-se não só diferenças de idade, como
de género:
• São os homens e as mulheres mais jovens (55-65 anos) que usam:
• frequentemente ou pouco a internet (61,3% e 32%, respectivamente);
• ou usam muito frequentemente (32,2 % dos homens para 28,0% das mulheres).
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27. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Nos seniores mais velhos – homens e mulheres estes valores são estatisticamente
pouco expressivos.
• Ainda assim, as mulheres de ambos os escalões etários apresentam uma menor
predisposição para o uso da internet.
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28. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
Fig. 1. Frase que melhor descreve o uso da internet por idade e género
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29. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• O acesso à internet também varia em função da idade e do género:
• Seniores mais jovens do sexo masculino: o acesso faz-se primeiro em casa (39,9%)
e na biblioteca (39,0%) e de seguida no trabalho(26,8%).
• A primeira situação observa-se, de igual modo, para os seniores mais velhos:
acesso na biblioteca (52,9%) e em casa (47,1%). O acesso no trabalho não se faz
devido à sua condição maioritária de reformados.
• No caso das mulheres, as mais jovens têm primeiramente acesso em casa (31,7%)
e na biblioteca (14,6%), enquanto para as seniores mais velhas estes dois espaços
aparecem em igualdade de circunstâncias (11,8% para o acesso em casa e na
biblioteca).
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30. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
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Fig. 2. Locais de acesso à internet por idade e género
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31. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Em suma, observa-se, na nossa amostra, uma fraca predisposição para o uso das
tecnologias da informação e da comunicação (TIC), principalmente entre as
mulheres.
• Porém, os seniores que usam a internet fazem-no com motivações e interesses
distintos.
• É o caso das seniores mais jovens que usam internet para vários fins, destacando-
se aqui aquelas que têm o ensino superior.
• Esta é a situação de Silvia Elisa, por exemplo, que usa a internet com finalidades
distintas e sobretudo no local de trabalho: “(…) Pelo menos uma vez por dia, para
ver o meu e-mail, para procurar alguma informação…”
(63 anos, professora
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32. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Analisamos, de igual modo, a relação entre o uso da internet e o incremento ou
não dos contactos com familiares ou outras pessoas.
• Observa-se que entre os seniores mais jovens, homens e mulheres, há uma
tendência para a manutenção dos mesmos.
• Contudo, no caso dos seniores mais velhos do sexo masculino há uma tendência
para o aumento desses mesmos contactos quer com familiares (que vivem
próximo ou longe), quer com pessoas com quem partilham interesses comuns.
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33. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
Fig. 3. Desde que começou a usar a internet aumentou, manteve ou diminuiu os seus contactos com as
seguintes pessoas
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34. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Diva, por exemplo, não abdica da utilização diária da internet para fins de
comunicação e de entretenimento: “Eu uso para falar com meus amigos no
mundo todo. Falo com meus familiares. Me comunico por e-mail, oiço música, vejo
filme, tanta coisa!”
(56 anos, empregada de limpeza)
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35. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
• Quando inquiridos sobre se seria muito difícil deixar de possuir algumas
Tecnologias de Informação e da Comunicação (TIC), deixar de ter televisão e
telemóvel são das tecnologias mais apontadas tanto pelos seniores jovens como
pelos mais velhos, com destaque para as mulheres de ambos os escalões etários.
• Tal reforça a adesão massiva dos seniores a estas tecnologias.
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36. USO(S) DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO:INTERESSES E MOTIVAÇÕES
Fig. 4. Até que ponto seria difícil deixar de ter as seguintes TIC
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37. CONCLUSÕES
• Os dados apresentados evidenciam, de alguma forma, uma relação entre a idade,
o género dos entrevistados e algumas tecnologias de informação e da
comunicação, em particular o telemóvel, o computador e a internet.
• São, com efeito, os homens seniores (inclusive os mais velhos) que revelam um
uso mais frequente desta última tecnologia.
• No caso das mulheres, são as idosas mais jovens que o fazem, embora por razões
distintas.
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38. CONCLUSÕES
• Apesar de alguns seniores mais jovens usarem a internet por razões profissionais,
os mais velhos fazem-no por necessidades de pesquisa, obtenção de informação,
comunicação, entretenimento, lazer e interação com as gerações mais novas
(filhos e netos).
• Nas mulheres idosas mais jovens destaca-se o uso com fins de comunicação e
interação com familiares e amigos. Estas razões são comuns ao uso do
computador.
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39. CONCLUSÕES
• São mais as mulheres que usam pouco o computador e a internet, principalmente
as mais velhas.
• Algumas, devido ao estado avançado da idade, recusam o próprio “conceito” de
computador, outras admitem que teriam dificuldades no seu uso, porém referem
que quando têm necessidade de alguma informação solicitam a colaboração de
familiares.
• Podemos, afirmar que no caso das mulheres idosas-jovens existe uma relação
positiva entre nível de escolaridade superior e uso de tecnologias digitais.
• Por seu turno, nas idosas mais velhas observa-se uma relação negativa entre
baixos níveis de escolaridade e nenhum uso do computador e da internet.
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40. CONCLUSÕES
• Tal não sucede entre os seniores do sexo masculino, quer entre os mais jovens,
quer entre os mais velhos.
• Em ambos os casos constata-se um uso considerável de ambas as tecnologias ora
por razões profissionais, ora por necessidades e interesses associados à pesquisa,
consulta, informação, cultura, lazer, entretenimento e comunicação.
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41. CONCLUSÕES
• A relação dos seniores com alguns media é distinta da descrita relativamente ao
uso do computador e da internet.
• Vimos que a televisão e o telemóvel surgem como os meios de comunicação mais
frequentes quer para entretenimento e lazer, quer com o fim de comunicação.
• O telemóvel é representado como um meio essencial de comunicação com a
família e os amigos, desempenhando, de certa forma, uma função de incremento
das sociabilidades amicais e intergeracionais
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42. CONCLUSÕES
• Para os idosos mais velhos, sobretudo as mulheres, os telemóveis devem ser
tecnologicamente simples.
• Ao contrário dos seniores mais jovens, que para além de adquirem telemóveis de
gerações tecnologicamente mais avançadas, usam-nos com vários fins (e.g.,
comunicação, entretenimento, lazer, navegar na internet, etc.).
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43. CONCLUSÕES
• O interesse pelas tecnologias digitais e o seu uso com finalidades distintas é
revelador de um comportamento, por parte de alguns seniores, que se inscreve,
como vimos, na noção de formação ao longo da vida, contribuindo assim para a
sua inclusão nas sociedades tecnológicas atuais e para o fomento das relações e
solidariedades intergeracionais e amicais.
• Inscreve-se, de igual modo, no conceito de envelhecimento produtivo, na medida
em que tais práticas permitem o envolvimento dos seniores em actividades de
realização significativas, pessoalmente satisfatórias e com um impacto positivo nas
suas vidas e nas dos outros (Kaye, Butter e Webster, 2003).
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44. CONCLUSÕES
• Em síntese, subjacente ao uso das tecnologias digitais por parte dos seniores da
nossa amostra encontram-se funções de actualização pessoal e profissional, de
comunicação, informação e conhecimento, de pesquisa de serviços, lazer,
entretenimento e de convívio com familiares e amigos.
• São, portanto, um meio de inclusão sociodigital.
• As mulheres mais velhas(66 e mais anos) são, como vimos, as que manifestam
níveis mais baixos de interesse pelas tecnologias de informação e da comunicação.
• Importa estar, de igual modo, atento ao género da(ex)inclusão digital nesta fase
do ciclo de vida humana.
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45. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• CASTELLS, M. (2007), La Sociedad Red, Vol. I, Madrid, Alianza Editorial.
• GUIONNET, Christine; NEVEU, Erik (2005), Féminins/Masculins. Sociologie du Genre, Paris,
Armand Colin.
• KAYE, L. W.; BUTTER, S. S.; WEBSTER, N. M. (2003), “Toward a productive ageing paradigm for
geriatric practice, in Ageing International, 28 (2), pp. 200-213.
• LIMA, I. ; NOGUEIRA, S. ; BURGOS, T. (2008), “Inclusão do idoso no mundo digital: Realidade
Mossoroense e cenário brasileiro”, XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação,
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Conferência Diversidade Digital, Lisboa, 4
45
de Novembro de 2011
46. Agradeço a atenção.
PowerPoint disponível no site do
Projecto Inclusão e Participação Digital
http://digital_inclusion.up.pt
Isabel Dias, mdias@letras.up.pt