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Observação da equipa do Sporting
 Clube de Portugal- Futebol SAD




Sporting Clube de Portugal – Futebol Clube do Porto
                    Juniores A

                  10/03/2012
   João Eduardo Louro Baptista Crugeira Correia
DADOS DO JOGO
ENQUADRAMENTO

Futebol – Juniores – Campeonato Nacional – 5.ª jornada – Fase final
2012-03-10 Academia Sporting/Puma
Árbitro: Fábio Veríssimo (Leiria)
Árbitros assistentes: Alberto Oliveira e Gracindo Vieira.
Resultado ao intervalo: 0-0.

SPORTING

(1) Rafael Veloso, (2) Ricardo Esgaio, (3) Edgar Ié, (4) Tiago Ilori, (5)
Agostinho Cá, (6) Rodolfo Simões, (7) Armindo Bangna, (8) João Mário,
(9) Carlos Mané, (10) Carlos Chaby e (11) Altaír Júnior.
Treinador: Abel.
Substituições: 57 m – Saiu Altaír Júnior e entrou Gael Etock (18); 79 m –
Saiu Carlos Chaby e entrou Luca Stojanovic (15); 90 m – Saiu Armindo
Bangna e entrou Tobias Figueiredo (13).
Não utilizados: (12) Mickael Meira, (14) Mateus Fonseca, (16) Farley Rosa
e (17) Iuri Medeiros.
Disciplina: Cartão amarelo a Edgar Ié (37 m) e Carlos Chaby (75 m);
Cartão vermelho a Agostinho Cá (75 m).
Golo: Gael Etock (71 m).

FC PORTO

(1) Kadu, (2) André Teixeira, (3) Floro, (4) Hugo Basto, (5) Tiago Ferreira,
(6) Mikel, (7) Fábio Martins, (8) Alves, (9) Vion, (10) Tó Zé e (11) Ebo.
Treinador: Rui Gomes.
Substituições: 77 m – Saiu Alves e entrou Paulo Jorge (15); 80 m – Saiu
Fábio Martins e entrou Gonçalo (18); 84 m – Saiu André Teixeira e entrou
Fred (17).
Não utilizados: (12) Eloi, (13) Gil Dias, (14) Leandro e (16) Jorge.
Disciplina: Cartão amarelo a Mikel (39 m).


Resultado final:
Sporting Clube de Portugal 1 – 0 Futebol Clube do Porto
                      (Juniores A)
OBSERVAÇÃO DA EQUIPA DE JUNIORES DO SPORTING
              CLUBE DE PORTUGAL

1.Organização Ofensiva




Equipa organizada em 4x3x3 ofensivo com avançado móvel. Esquema
compacto e bem organizado. O ritmo de jogo raramente é elevado e, nestes
esquemas pede-se uma velocidade maior nos processos de jogo, do que o
que foi apresentada.

  A construção de jogo curto tem 1º passe para o central ou para um dos
laterais. Verifica-se que os centrais são muito vulneráveis na 1ª fase quando
se encontram sob pressão, principalmente Tiago Ilori, que quando se vê
pressionado coloca a bola de novo no guarda-redes ou procura o jogo
directo para o sector ofensivo, sempre sem resultado. Em geral, os centrais
colocam a bola ou em Agostinho Cá ou num dos laterais. No passe para
Agostinho Cá, a equipa perdeu duas vezes a bola e ficou exposta a
situações de perigo. Quando a bola é colocada num dos laterais, o lateral
que tem a bola sobe rapidamente passando para o extremo do lado referente
ou para João Mário/ Shaby (dependendo de quem abrir linha de passe).
   A construção de jogo longo a partir dos centrais não se apresenta como
uma ameaça, pois o Sporting não tem, realmente neste jogo, um elemento
no ataque que ganhe bolas no jogo aéreo à equipa do Porto, sendo que a
única forma do Sporting ganhar a posse de bola nestas situações seria
apostar nas segundas bolas ou no erro da defensiva do FCP.
Da 2ª para a 3ª fase, o Sporting mostra alguns padrões na construção de
jogo, utilizando ou o jogo directo para uma das linhas ou a posse de bola
com jogo curto. Quando adopta uma filosofia de posse de bola, o Sporting
torna-se muito forte, com Chaby a vir buscar muitas vezes o jogo
colocando a mesma em João Mário ou em Agostinho Cá. Nestas situações,
o ataque ganha mais dinamismo quando a bola parte para o lado direito, na
medida em que o lateral Ricardo Esgaio sobe muito e bem, criando
situações de desiquilíbrio para os defesas do Porto.

    Tendo em conta o sistema de jogo do Sporting, um dos médios do
corredor central tem que subir sempre. Em geral, quando a bola se encontra
no lado direito quem sobe é João Mário. Por outro lado, à esquerda é
Chaby. Por vezes, esta situação ganhou excepções mas sempre com uma
comunicação perfeita entre os dois jogadores, o que permitiu uma boa
continuidade no processo ofensivo. Quando Chaby e João Mário não
conseguem colocar a bola em Carlos Mané (apartir dos 79 minutos Gael
Etock) a bola é colocada numa das linhas em um dos extremos ou, se no
lado direito, também em Esgaio.

 Relativamente aos extremos, Armindo Bangna foi o mais imprevisível e o
que teve melhor desempenho. Dando largura, conseguindo ganhar espaço
para o cruzamento, mas também, utilizando diagonais. Grande qualidade
no 1 para 1.

   Foi no sector mais adiantado que o Sporting pecou mais, falhando
excessivamente no último passe e apostando em demasia nos cruzamentos.
As bolas cruzadas acabavam sempre na cabeça de um jogador do Porto, na
medida em que nenhum jogador do Sporting conseguia superiorizar-se no
jogo aéreo na área do Porto.

  Uma rotina que se verifica no último terço do campo, éi Carlos Mané que,
ocasionalmente, desce para abrir linha de passe e Shaby desmarca-se
rapidamente para a zona central ofensiva. Ou seja, há praticamente uma
troca entre os dois jogadores, movimento padrão que os jogadores já
dominam insconscientemente.




2.Transição Ofensiva
Quando o Sporting recupera a bola, verifica-se uma mudança de atitude.
Passa a querer jogar mais rápido e com mais agressividade. Nestas
situações, a maior ameaça consiste nos passes em ruptura para Carlos Mané
ou para Bruma. Um grande problema com as transições do Sporting deve-
se ao facto dos jogadores implementarem um ritmo demasiado elevado
para aquilo que conseguem, o que faz com que a grande parte das
transições não tenha sucesso. Teria sido com certeza mais vantajoso para a
dinâmica sportinguista, no momento da recuperação de bola, se os
jogadores parassem um pouco o jogo, pensassem e, só depois, fizessem o
passe.


3.Organização Defensiva

  Organizada com um bloco defensivo médio até ao minuto 75 (expulsão
de Agostinho Cá) e após o minuto 75 passam a jogar com um bloco baixo.
Equipa com boa vocação defensiva, muito bem organizada e consciente dos
processos técnico-tácticos ofensivos do Futebol Clube Do Porto.

   Nos primeiros 45 minutos, quando o FCP inicia a construção de jogo,
verifica-se que João Mário pressiona o defesa central que tem a posse de
bola e o ponta-de-lança Mané (ou Gael Etock
quando entrou) aproxima-se do defesa central
que não tem a posse de bola. Esta pressão alta
criou grandes problemas à construção de jogo
portista. A partir da segunda parte João Mário
deixou de pressionar tão em cima e passou a ter
uma atitude de contenção no meio-campo.

  No sector central a equipa teve uma atitude
pressionante correcta. É importante destacar o
trabalho defensivo de Agostinho Cá, pois a
forma como luta pela recuperação da bola é
fantástica, tanto no meio-campo como no
último terço do campo.

   No sector mais defensivo um dos centrais
marca individualmente Vion. O central que
marca depende do lado em que Vion descai. Se
for para o lado direito da defesa do Sporting,
quem o marca é Edgar Ié, se o nº 9 francês
descair para a esquerda quem o marca é Ilori.
Quando a bola vai para uma das linhas e quem aparece para receber a bola
é Vion, o central do lado de onde tiver a bola acompanha Vion e o lateral
do lado referente desloca-se rapidamente para o meio.


4.Transição Defensiva após perda da posse de bola

     Após a perda da posse de bola o Sporting deveria repor-se
defensivamente muito mais rápido. Regista-se uma atitute bastante passiva
por parte de alguns jogadores. Seria possível optimizar as transições
defensivas se João Mário ou Chaby descessem mais rapidamente após a
equipa perder a bola. Quando o Porto recupera a bola faz enormes
desiquilíbrios. Estes, devem-se principalmente à passividade de Chaby e de
João Mário após a perda da bola, pois quando a equipa perde a bola
Agostinho Cá preenche sempre um lugar vazio (no caso de um lateral subir
e perder a bola, é Agostinho Cá que cobre o lugar vazio). Assim sendo, a
zona central do meio-campo defensivo do Sporting nas transições
defensivas encontra-se muito fragilizada.
É muito importante referir que nas transições defensivas, o Sporting é
mais frágil no lado esquerdo, na medida em que Rodolfo Simões é mais
lento a recuperar a posição do que Ricardo Esgaio.




5.Bolas Paradas

5.1.A favor:
 Livres laterais batidos por João Mário ou Rodolfo Simões;
 Livres frontais batidos por Edgar Ié ou Rodolfo Simões;
 Cantos batidos por João Mário;
 Lançamentos efectuados pelos laterais.

 Nos livres laterais e nos cantos, os dois centrais do Sporting sobem para a
área e ficam na defesa Agostinho Cá e Ricardo Esgaio, sendo que
Agostinho Cá é responsável por marcar Vion. Após a expulsão de
Agostinho Cá esta situação altera-se, pois Tiago Ilori passa a ficar na
defesa nos lances de bola parada. Esta situação deve-se também ao facto do
Sporting já estar a ganhar 1-0.



5.2.Contra:
 Nos livres laterais contra a equipa, o Sporting coloca dois jogadores na
barreira e nenhum salta. Dentro da área todos os defesas marcam à zona.

Não se registaram livres frontais contra o Sporting.

   Nos cantos contra, o Sporting utiliza marcação zonal, com Bruma à
entrada da área para iniciar o contra-ataque. Enquanto o Sporting está a
jogar com 11 coloca um jogador na frente, quando começa a jogar em
inferioridade numérica não coloca nenhum jogador perto do meio-campo
adversário.


6.Outras observações:

  6.1.Pontos a melhorar:
- Nas transições defensivas deverá haver uma maior entreajuda. Um dos
dois jogadores mais ofensivos do meio-campo (Chaby ou João Mário) tem
que descer obrigatoriamente. A probabilidade de sofrer golo com esta
passividade é muito grande.
- Jogo aéreo. Para combater este problema o trienador deve encorajar os
jogadores a não utilizar o jogo directo e a minimizar os cruzamento em
altura.

 6.2. Ponto crítico do encontro:
 Sporting a jogar em inferioridade numérica, o que mudou?

  Com a expulsão de Agostinho Cá, a grande “estabilidade” defensiva dos
Juniores do Sporting, saíu Chaby e entrou Stojanovic para dar maior força
defensiva e física ao meio-campo. A equipa com bola passa a jogar em
4x4x1 e sem bola podemos dizer que alterna num 5x3x1 ou 5x4x0, com um
dos extremos a descer sempre à linha defensiva.

  A jogar com 10 o Sporting passa a jogar com a equipa atrás da linha da
bola e quando a recupera tem apenas como preocupação colocá-la no
meio--campo contrário. O bloco defensivo passa a ser baixo, com Bruma e
Mané a descerem no terreno.

 Com 10 jogadores houve um movimento que se repetiu bastantes vezes,
que foi a troca de posição constante entre Etock e João Mário (o mesmo
movimento que Carlos Mané estava a fazer com Chaby).
6.3. Prestação do guarda-redes
  Apesar de não ter tido muito trabalho, sempre que foi chamado a actuar
mostrou enorme competência e coragem.

   Quando apostava no jogo curto jogava nos centrais ou num dos laterais.
Quando, por outro lado, procurava o jogo directo tentava meter em
profundidade nos corredores laterais no sector ofensivo.


7. Em destaque:

  Destaco a exibição de Ricardo Esgaio. O nº2 mostrou ser um jogador
muito completo e com uma grande mentalidade competitiva. Sobe “muito e
bem”, rápido e defensivamente sempre correcto. Levou sempre a melhor
sobre os atacantes do Porto. Segundo a minha observação, foi o melhor em
campo.

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  • 1. Observação da equipa do Sporting Clube de Portugal- Futebol SAD Sporting Clube de Portugal – Futebol Clube do Porto Juniores A 10/03/2012 João Eduardo Louro Baptista Crugeira Correia
  • 2. DADOS DO JOGO ENQUADRAMENTO Futebol – Juniores – Campeonato Nacional – 5.ª jornada – Fase final 2012-03-10 Academia Sporting/Puma Árbitro: Fábio Veríssimo (Leiria) Árbitros assistentes: Alberto Oliveira e Gracindo Vieira. Resultado ao intervalo: 0-0. SPORTING (1) Rafael Veloso, (2) Ricardo Esgaio, (3) Edgar Ié, (4) Tiago Ilori, (5) Agostinho Cá, (6) Rodolfo Simões, (7) Armindo Bangna, (8) João Mário, (9) Carlos Mané, (10) Carlos Chaby e (11) Altaír Júnior. Treinador: Abel. Substituições: 57 m – Saiu Altaír Júnior e entrou Gael Etock (18); 79 m – Saiu Carlos Chaby e entrou Luca Stojanovic (15); 90 m – Saiu Armindo Bangna e entrou Tobias Figueiredo (13). Não utilizados: (12) Mickael Meira, (14) Mateus Fonseca, (16) Farley Rosa e (17) Iuri Medeiros. Disciplina: Cartão amarelo a Edgar Ié (37 m) e Carlos Chaby (75 m); Cartão vermelho a Agostinho Cá (75 m). Golo: Gael Etock (71 m). FC PORTO (1) Kadu, (2) André Teixeira, (3) Floro, (4) Hugo Basto, (5) Tiago Ferreira, (6) Mikel, (7) Fábio Martins, (8) Alves, (9) Vion, (10) Tó Zé e (11) Ebo. Treinador: Rui Gomes. Substituições: 77 m – Saiu Alves e entrou Paulo Jorge (15); 80 m – Saiu Fábio Martins e entrou Gonçalo (18); 84 m – Saiu André Teixeira e entrou Fred (17). Não utilizados: (12) Eloi, (13) Gil Dias, (14) Leandro e (16) Jorge. Disciplina: Cartão amarelo a Mikel (39 m). Resultado final: Sporting Clube de Portugal 1 – 0 Futebol Clube do Porto (Juniores A)
  • 3. OBSERVAÇÃO DA EQUIPA DE JUNIORES DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL 1.Organização Ofensiva Equipa organizada em 4x3x3 ofensivo com avançado móvel. Esquema compacto e bem organizado. O ritmo de jogo raramente é elevado e, nestes esquemas pede-se uma velocidade maior nos processos de jogo, do que o que foi apresentada. A construção de jogo curto tem 1º passe para o central ou para um dos laterais. Verifica-se que os centrais são muito vulneráveis na 1ª fase quando se encontram sob pressão, principalmente Tiago Ilori, que quando se vê pressionado coloca a bola de novo no guarda-redes ou procura o jogo directo para o sector ofensivo, sempre sem resultado. Em geral, os centrais colocam a bola ou em Agostinho Cá ou num dos laterais. No passe para Agostinho Cá, a equipa perdeu duas vezes a bola e ficou exposta a situações de perigo. Quando a bola é colocada num dos laterais, o lateral que tem a bola sobe rapidamente passando para o extremo do lado referente ou para João Mário/ Shaby (dependendo de quem abrir linha de passe). A construção de jogo longo a partir dos centrais não se apresenta como uma ameaça, pois o Sporting não tem, realmente neste jogo, um elemento no ataque que ganhe bolas no jogo aéreo à equipa do Porto, sendo que a única forma do Sporting ganhar a posse de bola nestas situações seria apostar nas segundas bolas ou no erro da defensiva do FCP.
  • 4. Da 2ª para a 3ª fase, o Sporting mostra alguns padrões na construção de jogo, utilizando ou o jogo directo para uma das linhas ou a posse de bola com jogo curto. Quando adopta uma filosofia de posse de bola, o Sporting torna-se muito forte, com Chaby a vir buscar muitas vezes o jogo colocando a mesma em João Mário ou em Agostinho Cá. Nestas situações, o ataque ganha mais dinamismo quando a bola parte para o lado direito, na medida em que o lateral Ricardo Esgaio sobe muito e bem, criando situações de desiquilíbrio para os defesas do Porto. Tendo em conta o sistema de jogo do Sporting, um dos médios do corredor central tem que subir sempre. Em geral, quando a bola se encontra no lado direito quem sobe é João Mário. Por outro lado, à esquerda é Chaby. Por vezes, esta situação ganhou excepções mas sempre com uma comunicação perfeita entre os dois jogadores, o que permitiu uma boa continuidade no processo ofensivo. Quando Chaby e João Mário não conseguem colocar a bola em Carlos Mané (apartir dos 79 minutos Gael Etock) a bola é colocada numa das linhas em um dos extremos ou, se no lado direito, também em Esgaio. Relativamente aos extremos, Armindo Bangna foi o mais imprevisível e o que teve melhor desempenho. Dando largura, conseguindo ganhar espaço para o cruzamento, mas também, utilizando diagonais. Grande qualidade no 1 para 1. Foi no sector mais adiantado que o Sporting pecou mais, falhando excessivamente no último passe e apostando em demasia nos cruzamentos. As bolas cruzadas acabavam sempre na cabeça de um jogador do Porto, na medida em que nenhum jogador do Sporting conseguia superiorizar-se no jogo aéreo na área do Porto. Uma rotina que se verifica no último terço do campo, éi Carlos Mané que, ocasionalmente, desce para abrir linha de passe e Shaby desmarca-se rapidamente para a zona central ofensiva. Ou seja, há praticamente uma troca entre os dois jogadores, movimento padrão que os jogadores já dominam insconscientemente. 2.Transição Ofensiva
  • 5. Quando o Sporting recupera a bola, verifica-se uma mudança de atitude. Passa a querer jogar mais rápido e com mais agressividade. Nestas situações, a maior ameaça consiste nos passes em ruptura para Carlos Mané ou para Bruma. Um grande problema com as transições do Sporting deve- se ao facto dos jogadores implementarem um ritmo demasiado elevado para aquilo que conseguem, o que faz com que a grande parte das transições não tenha sucesso. Teria sido com certeza mais vantajoso para a dinâmica sportinguista, no momento da recuperação de bola, se os jogadores parassem um pouco o jogo, pensassem e, só depois, fizessem o passe. 3.Organização Defensiva Organizada com um bloco defensivo médio até ao minuto 75 (expulsão de Agostinho Cá) e após o minuto 75 passam a jogar com um bloco baixo. Equipa com boa vocação defensiva, muito bem organizada e consciente dos processos técnico-tácticos ofensivos do Futebol Clube Do Porto. Nos primeiros 45 minutos, quando o FCP inicia a construção de jogo, verifica-se que João Mário pressiona o defesa central que tem a posse de bola e o ponta-de-lança Mané (ou Gael Etock quando entrou) aproxima-se do defesa central que não tem a posse de bola. Esta pressão alta criou grandes problemas à construção de jogo portista. A partir da segunda parte João Mário deixou de pressionar tão em cima e passou a ter uma atitude de contenção no meio-campo. No sector central a equipa teve uma atitude pressionante correcta. É importante destacar o trabalho defensivo de Agostinho Cá, pois a forma como luta pela recuperação da bola é fantástica, tanto no meio-campo como no último terço do campo. No sector mais defensivo um dos centrais marca individualmente Vion. O central que marca depende do lado em que Vion descai. Se for para o lado direito da defesa do Sporting, quem o marca é Edgar Ié, se o nº 9 francês descair para a esquerda quem o marca é Ilori.
  • 6. Quando a bola vai para uma das linhas e quem aparece para receber a bola é Vion, o central do lado de onde tiver a bola acompanha Vion e o lateral do lado referente desloca-se rapidamente para o meio. 4.Transição Defensiva após perda da posse de bola Após a perda da posse de bola o Sporting deveria repor-se defensivamente muito mais rápido. Regista-se uma atitute bastante passiva por parte de alguns jogadores. Seria possível optimizar as transições defensivas se João Mário ou Chaby descessem mais rapidamente após a equipa perder a bola. Quando o Porto recupera a bola faz enormes desiquilíbrios. Estes, devem-se principalmente à passividade de Chaby e de João Mário após a perda da bola, pois quando a equipa perde a bola Agostinho Cá preenche sempre um lugar vazio (no caso de um lateral subir e perder a bola, é Agostinho Cá que cobre o lugar vazio). Assim sendo, a zona central do meio-campo defensivo do Sporting nas transições defensivas encontra-se muito fragilizada.
  • 7. É muito importante referir que nas transições defensivas, o Sporting é mais frágil no lado esquerdo, na medida em que Rodolfo Simões é mais lento a recuperar a posição do que Ricardo Esgaio. 5.Bolas Paradas 5.1.A favor: Livres laterais batidos por João Mário ou Rodolfo Simões; Livres frontais batidos por Edgar Ié ou Rodolfo Simões; Cantos batidos por João Mário; Lançamentos efectuados pelos laterais. Nos livres laterais e nos cantos, os dois centrais do Sporting sobem para a área e ficam na defesa Agostinho Cá e Ricardo Esgaio, sendo que Agostinho Cá é responsável por marcar Vion. Após a expulsão de Agostinho Cá esta situação altera-se, pois Tiago Ilori passa a ficar na defesa nos lances de bola parada. Esta situação deve-se também ao facto do Sporting já estar a ganhar 1-0. 5.2.Contra: Nos livres laterais contra a equipa, o Sporting coloca dois jogadores na barreira e nenhum salta. Dentro da área todos os defesas marcam à zona. Não se registaram livres frontais contra o Sporting. Nos cantos contra, o Sporting utiliza marcação zonal, com Bruma à entrada da área para iniciar o contra-ataque. Enquanto o Sporting está a jogar com 11 coloca um jogador na frente, quando começa a jogar em inferioridade numérica não coloca nenhum jogador perto do meio-campo adversário. 6.Outras observações: 6.1.Pontos a melhorar:
  • 8. - Nas transições defensivas deverá haver uma maior entreajuda. Um dos dois jogadores mais ofensivos do meio-campo (Chaby ou João Mário) tem que descer obrigatoriamente. A probabilidade de sofrer golo com esta passividade é muito grande. - Jogo aéreo. Para combater este problema o trienador deve encorajar os jogadores a não utilizar o jogo directo e a minimizar os cruzamento em altura. 6.2. Ponto crítico do encontro: Sporting a jogar em inferioridade numérica, o que mudou? Com a expulsão de Agostinho Cá, a grande “estabilidade” defensiva dos Juniores do Sporting, saíu Chaby e entrou Stojanovic para dar maior força defensiva e física ao meio-campo. A equipa com bola passa a jogar em 4x4x1 e sem bola podemos dizer que alterna num 5x3x1 ou 5x4x0, com um dos extremos a descer sempre à linha defensiva. A jogar com 10 o Sporting passa a jogar com a equipa atrás da linha da bola e quando a recupera tem apenas como preocupação colocá-la no meio--campo contrário. O bloco defensivo passa a ser baixo, com Bruma e Mané a descerem no terreno. Com 10 jogadores houve um movimento que se repetiu bastantes vezes, que foi a troca de posição constante entre Etock e João Mário (o mesmo movimento que Carlos Mané estava a fazer com Chaby).
  • 9. 6.3. Prestação do guarda-redes Apesar de não ter tido muito trabalho, sempre que foi chamado a actuar mostrou enorme competência e coragem. Quando apostava no jogo curto jogava nos centrais ou num dos laterais. Quando, por outro lado, procurava o jogo directo tentava meter em profundidade nos corredores laterais no sector ofensivo. 7. Em destaque: Destaco a exibição de Ricardo Esgaio. O nº2 mostrou ser um jogador muito completo e com uma grande mentalidade competitiva. Sobe “muito e bem”, rápido e defensivamente sempre correcto. Levou sempre a melhor sobre os atacantes do Porto. Segundo a minha observação, foi o melhor em campo.