Deleuze e Guattari definem o conceito de rizoma como uma raiz que cresce horizontalmente sem uma direção definida, diferente da raiz tradicional. Eles usam este conceito para criticar as estruturas hierárquicas e propor um modelo de resistência político e filosófico baseado em linhas em vez de formas fechadas. O rizoma escapa das tentativas de totalização e se conecta com outras raízes, seguindo linhas de intensidade em vez de regras pré-estabelecidas.
1. 5/6/2014 Deleuze: rizoma | Razão Inadequada
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Deleuze: rizoma
Publicado em 21/09/2013 por Rafael Trindade
rizoma: ri.zo.ma, sm (rizo+oma) Bot. Caule subterrâneo no todo ou em parte e de
crescimento horizontal. (definição do dicionário Michaelis)
Mais uma vez, se vamos definir o que significa o conceito de rizoma para Deleuze e
Razão Inadequada
Uma postura inadequada é a nossa maneira de viver em uma cultura da adequação…
2. 5/6/2014 Deleuze: rizoma | Razão Inadequada
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Guattari, é importante evidenciar a diferença entre o substantivo e o conceito. Rizoma é
uma raiz, mas não aquela raiz padrão que aprendemos a desenhar na escola, trata-se de
uma raiz que tem um crescimento diferenciado, polimorfo, ela cresce horizontalmente, não
tem uma direção clara e definida.
Deleuze e Guattari “roubam” esta definição da botânica para aplicá-la à filosofia. Do
mesmo modo que Descartes afirma que a filosofia seria uma árvore “a raiz a metafísica, o
caule a física e a copa e os frutos a ética”, Deleuze subverte esta ideia para transformá-la
em um rizoma. Não devemos mais acreditar em árvores, nem em seus prometidos frutos.
Queremos um pouco de terra… já é tempo.
O rizoma é um modelo de resistência ético-estético-político, trata-se de linhas e não de
formas. Por isso o rizoma pode fugir, se esconder, confundir, sabotar, cortar caminho. Não
que existam caminhos certos, talvez o correto seja o mais intensivo (e não o caminho do
meio). As linhas de fuga são aquelas que escapam da tentativa totalizadora e fazem
contato com outras raízes, seguem outras direções. Não é uma forma fechada, não há
ligação definitiva. São linhas de intensidade, apenas linhas de intensidade.
“Uma agenciamento é precisamente este crescimento das dimensões numa
multiplicidade que muda necessariamente de natureza à medida que ela aumenta
suas conexões. Não existem pontos ou posições num rizoma como se encontra
numa estrutura, numa árvore, numa raiz. Existem somente linhas” (Deleuze &
Gattari, Mil Platôs I).
As estruturas quebram o rizoma, o aprisionam. Veja o que acontece com todas as teorias:
elas cortam as multiplicidades, elas reduzem seu objeto. “Toda vez que uma
multiplicidade se encontra presa numa estrutura, seu crescimento é compensado por uma
redução das leis de combinação” (Deleuze & Gattari, Mil Platôs I). O rizoma não se deixa
conduzir ao Uno (n), ele tem pavor da unidade, por isso podemos defini-lo como n-1,
contra um fechamento, contra regras pré-estabelecidas, o pensamento rizomático se move
e se abre, explode em todas as direções.
“Deixarão que vocês vivam e falem, com a condição de impedir qualquer saída.
Quando um rizoma é fechado, arborificado, acabou, do desejo nada mais passa;
porque é sempre por rizoma que o desejo se move e produz” (Deleuze & Guattari, Mil
Platôs I).
Pesadelo do pensamento linear, o rizoma não se fecha sobre si, é aberto para
experimentações, é sempre ultrapassado por outras linhas de intensidade que o
atravessam. Como um mapa que se espalha em todas as direções, se abre e se fecha,
pulsa, constrói e desconstrói. Cresce onde há espaço, floresce onde encontra
possibilidades, cria seu ambiente. Se trata de ciência? Isso importa? São apenas
agenciamentos, linhas movendo-se em várias direções, escapando pelos cantos, o desejo
segue direções, se esparrama, faz e desfaz alianças. Chame do que quiser então: “riacho
sem início nem fim, que rói suas duas margens e adquire velocidade no meio” (Deleuze &
Guattari, Mil Platôs I).
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Não podemos mais apostar em compartimentos, o rizoma se espalha. Não há motivos
para seguir uma linha reta, um método cartesiano. As linhas tortas se ligam, se
confundem, se espalham, alastram. As conexões se multiplicam, logo, a intensidade
também. Aí sim temos a chance de criar novos sentidos, micro-conexões se difundindo,
se diluindo, se confundindo, se disseminando. “A questão é produzir inconsciente e, com
ele, novos enunciados, outros desejos: o rizoma é esta produção de inconsciente mesmo”
(Deleuze & Guattari, Mil Platôs I).
Este texto faz parte da série de “Esquizoanálise“
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Sobre Rafael Trindade
Estudo psicologia e filosofia, mas tenho interesse em todas as áreas do
saber humano. Troquei a guitarra pelo violão, o inglês pelo francês e a
ciência pela arte... de resto, não sei definir-me.
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Christiano
em 18/03/2014 às 4:20 pm disse:
Quando mais leio mais me apaixono pela esquizoanalise. A leitura por si so nos
movimenta em varias direçoes de modo que sinto um vulçao em erupçao.
Djeovani
em 17/05/2014 às 7:55 pm disse:
Olá, gostaria de saber quem é o autor deste texto sobre Rizoma. São de vocês
mesmo?
Pois utilizarei como referência em meu trabalho de pesquisa.
Se puder, por gentileza, me enviar por e-mail agradeço.
Desde já agradeço.
Abraços.
Ruthe Oliveira
em 23/05/2014 às 1:00 am disse:
Olá, Djeovani, no próprio texto tem a referência bibliográfica. O livro que
trata o conceito de rizoma é dos filósofos Deleuze e Gattari, e o título é
“Mil Platôs – Capitalismo e Esquizofrenia”.
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Djeovani
em 29/05/2014 às 12:39 am disse:
Olá Ruthe, Muito Obrigado.
Mas estava me referindo exatamente ao texto acima mesmo,
publicado no blog, que descreve sobre “rizoma” a partir da leitura de
Deleuze e Guattari. Pois é dessa releitura sobre o conceito que
potencializou a minha interpretação sobre rizoma, por isso pedi a
referência. Mas já identifiquei que o texto é de autoria de Rafael
Trindade.
De qualquer forma agradeço pela atenção.
Abraços.