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Brasil
Revoltas, Guerras, Conflitos e
Movimentos Sociais
  Guerra Dos Canudos
 A chamada Guerra de Canudos, revolução de
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 Inicialmente, em Canudos, os sertanejos não
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 Aos poucos, construiu-se em torno de Antônio
Conselheiro e seus adeptos uma imagem
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monarquistas" a serviço de potências
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imperial, devido, entre outros ao fato de o
Exército Brasileiro sair derrotado em três
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Coronel Antônio Moreira César, também
conhecido como "corta-cabeças" pela fama de
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repressão à Revolução Federalista em Santa
Catarina, expedição que contou com mais de mil
homens. A derrota das tropas do Exército nas
primeiras expedições contra o povoado
apavorou o país, e deu legitimidade para a
perpetração deste massacre que culminou com
a morte de mais de seis mil sertanejos. Todas as
casas foram queimadas e destruídas.
 Canudos era uma pequena aldeia que
surgiu durante o século 18 às margens do
rio Vaza-Barris. Com a chegada de
Antônio Conselheiro em 1893 passou a
crescer vertiginosamente, em poucos
anos chegando a contar por volta de 25
000 habitantes. Antônio Conselheiro
rebatizou o local de Belo Monte, apesar
de estar situado num vale, entre colinas.
 A situação na região, à época, era muito
precária devido às secas, à fome, à
pobreza e à violência social. Esse quadro,
somado à elevada religiosidade dos
sertanejos, deflagrou uma série de
distúrbios sociais, os quais, diante da
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em debelá-los, conduziram a um conflito
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 A figura de Antônio Conselheiro
 Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio
Conselheiro", nascido em Quixeramobim (CE) a 13 de
março de 1830, de tradicional família que vivia nos sertões
entre Quixeramobim e Boa Viagem, fora comerciante,
professor e advogado prático nos sertões de Ipu e Sobral.
Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um
sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões
em uma andança de vinte e cinco anos. Chegou a
Canudos em 1893, tornando-se líder do arraial e atraindo
milhares de pessoas. Acreditava que era um enviado de
Deus para acabar com as diferenças sociais e com a
cobrança de tributos. Acreditava ainda que a "República"
(então recém-implantada no país) era a materialização
do reino do "Anti-Cristo" na Terra, uma vez que o governo
laico seria uma profanação da autoridade da Igreja
Católica para legitimar os governantes. A cobrança de
impostos efetuada de forma violenta, a celebração do
casamento civil, a separação entre Igreja e Estado eram
provas cabais da proximidade do "fim do mundo".

 A escravidão havia acabado poucos anos antes
no país, e pelas estradas e sertões, grupos de ex-
escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e
com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim
como os caboclos sertanejos, essa gente
paupérrima agrupou-se em torno do discurso do
peregrino "Bom Jesus" (outro apelido de
Conselheiro), que sobrevivia de esmolas, e viajava
pelo Sertão.
O governo da República, recém-instalado, queria
dinheiro para materializar seus planos, e só se fazia
presente pela cobrança de impostos. Para
Conselheiro e para a maioria das pessoas que
viviam nesta área, o mundo estava próximo do fim.
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Guerra dos canudos/Estude para o Enem!

  • 1. Brasil Revoltas, Guerras, Conflitos e Movimentos Sociais   Guerra Dos Canudos
  • 2.  A chamada Guerra de Canudos, revolução de Canudos ou insurreição de Canudos, foi o confronto entre um movimento popular de fundo sócio-religioso e o Exército da República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, no Brasil.  O episódio foi fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que encontrava a região à época, historicamente caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social. 
  • 3.  Inicialmente, em Canudos, os sertanejos não contestavam o regime republicano recém- adotado no país; houve apenas mobilizações esporádicas contra a municipalização da cobrança de impostos. A imprensa, o clero e os latifundiários da região incomodaram-se com uma nova cidade independente e com a constante migração de pessoas e valores para aquele novo local passaram a acusá-los disso, ganhando, desse modo, o apoio da opinião pública do país para justificar a guerra movida contra o arraial de Canudos e os seus habitantes.
  • 4.  Aos poucos, construiu-se em torno de Antônio Conselheiro e seus adeptos uma imagem equivocada de que todos eram "perigosos monarquistas" a serviço de potências estrangeiras, querendo restaurar no país o regime imperial, devido, entre outros ao fato de o Exército Brasileiro sair derrotado em três expedições, incluindo uma comandada pelo Coronel Antônio Moreira César, também conhecido como "corta-cabeças" pela fama de ter mandado executar mais de cem pessoas na repressão à Revolução Federalista em Santa Catarina, expedição que contou com mais de mil homens. A derrota das tropas do Exército nas primeiras expedições contra o povoado apavorou o país, e deu legitimidade para a perpetração deste massacre que culminou com a morte de mais de seis mil sertanejos. Todas as casas foram queimadas e destruídas.
  • 5.  Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século 18 às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25 000 habitantes. Antônio Conselheiro rebatizou o local de Belo Monte, apesar de estar situado num vale, entre colinas.
  • 6.  A situação na região, à época, era muito precária devido às secas, à fome, à pobreza e à violência social. Esse quadro, somado à elevada religiosidade dos sertanejos, deflagrou uma série de distúrbios sociais, os quais, diante da incapacidade dos poderes constituídos em debelá-los, conduziram a um conflito de maiores proporções
  • 7.  A figura de Antônio Conselheiro  Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio Conselheiro", nascido em Quixeramobim (CE) a 13 de março de 1830, de tradicional família que vivia nos sertões entre Quixeramobim e Boa Viagem, fora comerciante, professor e advogado prático nos sertões de Ipu e Sobral. Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões em uma andança de vinte e cinco anos. Chegou a Canudos em 1893, tornando-se líder do arraial e atraindo milhares de pessoas. Acreditava que era um enviado de Deus para acabar com as diferenças sociais e com a cobrança de tributos. Acreditava ainda que a "República" (então recém-implantada no país) era a materialização do reino do "Anti-Cristo" na Terra, uma vez que o governo laico seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes. A cobrança de impostos efetuada de forma violenta, a celebração do casamento civil, a separação entre Igreja e Estado eram provas cabais da proximidade do "fim do mundo". 
  • 8.  A escravidão havia acabado poucos anos antes no país, e pelas estradas e sertões, grupos de ex- escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim como os caboclos sertanejos, essa gente paupérrima agrupou-se em torno do discurso do peregrino "Bom Jesus" (outro apelido de Conselheiro), que sobrevivia de esmolas, e viajava pelo Sertão. O governo da República, recém-instalado, queria dinheiro para materializar seus planos, e só se fazia presente pela cobrança de impostos. Para Conselheiro e para a maioria das pessoas que viviam nesta área, o mundo estava próximo do fim. Com estas idéias em mente, Conselheiro reunia em torno de si um grande número de seguidores que acreditavam que ele realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida. 