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HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES 10º
ANO
MÓDULO II: A PINTURA ROMANA
Desde quando, e como, se conhece
  a pintura romana?
 As principais fontes para o
  estudo da pintura mural
  romana encontram-se nas
  antigas cidades de Pompeia
  e de Herculano, soterradas
  pela erupção do Vesúvio em
  79.
 A partir de 1715, com as
  escavações em Pompeia, as
  elites europeias começaram
  a conhecer esta pintura e a
  divulgá-la.
 A partir do séc. II a.C. o uso crescente de
  argamassas e de cimento obrigam ao
  revestimento dos muros. Para receberem
  decoração (pintura, escultura ou mosaico) as
  paredes tinham de ser preparadas – Descubra
 Pompeia permitiu um conhecimento exaustivo
  sobre a pintura a fresco.
Influências
 Etruscas (séc. VI a    Egípcias – na arte de
  IV a.C.)                retrato (efígies que
  revestimento d e        evocam os defuntos)
  paredes dos túmulos    Gregas – escassos
  e templos com           vestígios gregos;
  frescos. Mais tarde     algumas referências
  usados em casas.        são do período d e
  Pintura de grande       colonização romana
  vivacidade e            – Batalha de Isso –
  realismo
A técnica da “encáustica”:
               A pintura mural era feita
                segundo      a    técnica    da
                encáustica, pintura em que a
                cera quente era usada como
                aglutinante (misturado com
                os pigmentos de cor) e
                aplicada sobre uma superfície
                de cal com sabão. A cal
                tornava a pintura mais sólida
                e    o    sabão    ajudava    à
                conservação da pintura. Por
                outro lado, a cera quente
                “impermeabilizava”            o
                conjunto.     Estas    pinturas
                murais       decoravam       os
                interiores       de       casas
                particulares e de edifícios
                públicos como termas.
Temas
 Pintura Triunfal – (cenas       Pintura    Mitológica   –
  históricas – batalhas,           mitos e mistérios da vida
  episódios políticos, feitos      dos deuses. Composições
  dos chefes) usada com            ricas de figuras e de
  fins              políticos,     cromatismo
  documentais                e    Pintura de Paisagem –
  comemorativos. Data do           inspira-se na Natureza e
  séc. III a.C. mas tem            tem cariz bucólico e
  origem etrusca: recorre          poético
  à    narrativa   contínua,
  sendo a fig. Principal
  repetida e as secundárias
  colocadas lado a lado
  (disposição paractática)
 Naturezas-mortas e    Retratos – feitos a
  cenas de género –      fresco ou a
  muito realistas e      encáustica sobre
  pormenorizadas –       madeira ou metal
                         (como no Egipto)
                        Realismo fotográfico
                         e psicológico do
                         retratado
Existem 4 “estilos” nesta pintura,
com base na técnica e iconografia

 O primeiro estilo,
 também        referido
 como de incrustação,
 esteve em evidência
 do século II a.C. até
 o ano 80 da nossa
 era.    Caracteriza-se
 pela simulação de
 mármores e o uso de
 cores vivas.
O segundo estilo, arquitetónico,
dominou o século I a.C.: as paredes
eram decoradas com elementos
arquitetónicos e composições em
“trompe l’oeil”. Esta técnica realçava
alguns elementos para sugerir
tridimensionalidade, utilizando, por
exemplo,     a    representação     de
colunas ou janelas. Imagens de
falsas   arquiteturas    rasgavam-se
para paisagens naturais ou urbanas,
desenhadas em perspectiva.
O        terceiro        estilo,
ornamental, foi o resultado
de uma reação ao anterior,
por volta de 20 a 10 a.C.
Deixava     a     cena     mais
figurativa      e      colorida
incluída num conjunto que
combinava                falsos
mármores          e      falsas
arquiteturas.        Também
incluía             medalhões
decorativos,              frisos
ornamentais, etc.
O quarto estilo, chamado
cenográfico,    aparece    por
volta do ano 60 da nossa
era, sendo uma síntese entre
os      dois     precedentes,
incorporando     ainda   uma
abundância de ornamentos.
Uma     característica  típica
deste estilo é o uso de
figuras     destacadas      do
contexto da cena e inseridas
numa arquitetura complexa,
palaciana, parecida com a de
um cenário do teatro.
Conclusões
 As pinturas de Pompeia e de Herculano são a maior
  fonte histórica sobre a pintura do império romano
 Embora houvesse 4 “estilos” com temáticas definidas,
  as técnicas-base eram as mesmas
 Os romanos usavam a perspectiva linear e a técnica
  de “trompe l’oeil” para sugerir a profundidade
 Usavam, também, um jogo de claro/escuro para
  sugerir relevo às figuras (valores tácteis)
 A    iconografia    mais   frequente    era:   cenários
  arquitetónicos, paisagens, cenas de quotidiano
  (incluindo eróticas), cenas triunfais e históricas,
  retratos,    cenas     mitológicas    ou    meramente
  decorativas (elementos geométricos, florais e
  animais)
Mosaico
 Constituído por tesselas de materiais coloridos
  ( mármore, pedra e vidro) aplicadas sobre
  argamassa fresca. Primeiramente cobria o chão
  mas mais tarde é também aplicado a muros
  exteriores e tetos de pequenas cúpulas.
 De tradição oriental, egípcia e grega os
  romanos desenvolveram a técnica com grande
  qualidade
 Temas: geométricos, mitológicos, paisagens,
  flora, fauna, cenas de batalhas, de género,
  naturezas-mortas…- 93 a 99

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Pintura romana

  • 1. HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES 10º ANO MÓDULO II: A PINTURA ROMANA
  • 2. Desde quando, e como, se conhece a pintura romana?  As principais fontes para o estudo da pintura mural romana encontram-se nas antigas cidades de Pompeia e de Herculano, soterradas pela erupção do Vesúvio em 79.  A partir de 1715, com as escavações em Pompeia, as elites europeias começaram a conhecer esta pintura e a divulgá-la.
  • 3.  A partir do séc. II a.C. o uso crescente de argamassas e de cimento obrigam ao revestimento dos muros. Para receberem decoração (pintura, escultura ou mosaico) as paredes tinham de ser preparadas – Descubra  Pompeia permitiu um conhecimento exaustivo sobre a pintura a fresco.
  • 4. Influências  Etruscas (séc. VI a  Egípcias – na arte de IV a.C.) retrato (efígies que revestimento d e evocam os defuntos) paredes dos túmulos  Gregas – escassos e templos com vestígios gregos; frescos. Mais tarde algumas referências usados em casas. são do período d e Pintura de grande colonização romana vivacidade e – Batalha de Isso – realismo
  • 5. A técnica da “encáustica”:  A pintura mural era feita segundo a técnica da encáustica, pintura em que a cera quente era usada como aglutinante (misturado com os pigmentos de cor) e aplicada sobre uma superfície de cal com sabão. A cal tornava a pintura mais sólida e o sabão ajudava à conservação da pintura. Por outro lado, a cera quente “impermeabilizava” o conjunto. Estas pinturas murais decoravam os interiores de casas particulares e de edifícios públicos como termas.
  • 6. Temas  Pintura Triunfal – (cenas  Pintura Mitológica – históricas – batalhas, mitos e mistérios da vida episódios políticos, feitos dos deuses. Composições dos chefes) usada com ricas de figuras e de fins políticos, cromatismo documentais e  Pintura de Paisagem – comemorativos. Data do inspira-se na Natureza e séc. III a.C. mas tem tem cariz bucólico e origem etrusca: recorre poético à narrativa contínua, sendo a fig. Principal repetida e as secundárias colocadas lado a lado (disposição paractática)
  • 7.  Naturezas-mortas e  Retratos – feitos a cenas de género – fresco ou a muito realistas e encáustica sobre pormenorizadas – madeira ou metal (como no Egipto)  Realismo fotográfico e psicológico do retratado
  • 8. Existem 4 “estilos” nesta pintura, com base na técnica e iconografia O primeiro estilo, também referido como de incrustação, esteve em evidência do século II a.C. até o ano 80 da nossa era. Caracteriza-se pela simulação de mármores e o uso de cores vivas.
  • 9. O segundo estilo, arquitetónico, dominou o século I a.C.: as paredes eram decoradas com elementos arquitetónicos e composições em “trompe l’oeil”. Esta técnica realçava alguns elementos para sugerir tridimensionalidade, utilizando, por exemplo, a representação de colunas ou janelas. Imagens de falsas arquiteturas rasgavam-se para paisagens naturais ou urbanas, desenhadas em perspectiva.
  • 10. O terceiro estilo, ornamental, foi o resultado de uma reação ao anterior, por volta de 20 a 10 a.C. Deixava a cena mais figurativa e colorida incluída num conjunto que combinava falsos mármores e falsas arquiteturas. Também incluía medalhões decorativos, frisos ornamentais, etc.
  • 11. O quarto estilo, chamado cenográfico, aparece por volta do ano 60 da nossa era, sendo uma síntese entre os dois precedentes, incorporando ainda uma abundância de ornamentos. Uma característica típica deste estilo é o uso de figuras destacadas do contexto da cena e inseridas numa arquitetura complexa, palaciana, parecida com a de um cenário do teatro.
  • 12. Conclusões  As pinturas de Pompeia e de Herculano são a maior fonte histórica sobre a pintura do império romano  Embora houvesse 4 “estilos” com temáticas definidas, as técnicas-base eram as mesmas  Os romanos usavam a perspectiva linear e a técnica de “trompe l’oeil” para sugerir a profundidade  Usavam, também, um jogo de claro/escuro para sugerir relevo às figuras (valores tácteis)  A iconografia mais frequente era: cenários arquitetónicos, paisagens, cenas de quotidiano (incluindo eróticas), cenas triunfais e históricas, retratos, cenas mitológicas ou meramente decorativas (elementos geométricos, florais e animais)
  • 13. Mosaico  Constituído por tesselas de materiais coloridos ( mármore, pedra e vidro) aplicadas sobre argamassa fresca. Primeiramente cobria o chão mas mais tarde é também aplicado a muros exteriores e tetos de pequenas cúpulas.  De tradição oriental, egípcia e grega os romanos desenvolveram a técnica com grande qualidade  Temas: geométricos, mitológicos, paisagens, flora, fauna, cenas de batalhas, de género, naturezas-mortas…- 93 a 99