Pequeno artigo que explica os impactos das reestruturações organizacionais nas pessoas e nos seus cérebros. Para melhor entender o stress que provocam as reestruturações, e o impacto nos colaboradores das empresas.
Good Stuff Happens in 1:1 Meetings: Why you need them and how to do them well
Reestruturação organizacional e o cérebro um pequeno resumo
1. Num contexto de reestruturação organizacional, especialmente se esta tem a duração de vários anos, e envolve a
necessidade de que algumas pessoas terem de deixar a empresa, um ambiente de ameaça é criado. Este ambiente
provoca incerteza na mente das pessoas, pois elas podem ter um pensamento constante e inconsciente sobre se irão
deixar a empresa ou não.
Esta situação provoca uma dificuldade em usar adequadamente as capacidades / características do Cortex Pré Frontal as pessoas são impulsionadas principalmente pelas percepções e medo do que pode acontecer com elas ao longo do
processo de reestruturação. Planeamento, elaboração de estratégias, ter a capacidade de se concentrar no que é
realmente necessário e importante a fazer para manter o negócio em curso, com tudo o que está a acontecer em torno
das pessoas, torna-se extremamente difícil.
As pessoas inconscientemente começam a usar mais o sistema reflexivo (automático) (impulsionada pela amígdala e
pelo sistema límbico – o córtex pré-frontal ventromedial e os gânglios basais também são regiões mais activas), do que
o sistema reflexivo (dirigido pelo córtex pré-frontal medial, lateral e dorsomedial e pelo lobo temporal medial).
Geralmente as empresas pretendem que as pessoas e organizações / unidades de negócio comecem a agir na nova
forma de fazer as coisas, usando principalmente uma abordagem imposta de cima para baixo, decidindo a nível superior
as novas hierarquias organizacionais, desenhando "caixas", onde eles vão colocar os diretores, executivos, gerentes, etc,
na maioria das vezes sem consultar / ouvir as pessoas operacionais que realmente sabem como fazer o trabalho, e o
que é importante para que esse trabalho possa ser feito corretamente.
Sem um propósito comum / o envolvimento de algumas das pessoas afectadas, as reestruturações tornam-se mais um
exercício imposto, do que um exercício desejado e de compromisso voluntário.
Imposições vindas do topo, combinadas com o stresse geralmente relacionado com a incerteza / falta de comunicação
adequada / oportuna, são uma combinação poderosa para que as reestruturações não forneçam os resultados previstos
e desejados no topo.
As pessoas estão principalmente a funcionar em piloto automático (funcionamento mais activo dos gânglios basais, que
regulam os hábitos), fazem as coisas na sua maneira conhecida e habitual, são muito sensíveis e dão respostas
emocionais muito rapidamente, algumas das quais se podem arrepender mais tarde. As pessoas são "vítimas" do seu
sistema límbico - "A Sobrevivência" (encontrar um novo emprego / encontrar maneiras de escapar a ser demitido)
torna-se o fio condutor subjacente do seu comportamento.
Aprender a fazer as coisas de novas formas, tendo a capacidade de prestar atenção focada sobre o que são as suas
tarefas, é quase humanamente impossível.
No entanto, as pessoas no topo que decidem reorganizações, continuam a fazer as coisas da mesma maneira, apesar de
todos os sinais das suas pesquisas de clima interno e dos resultados de mais de 4 décadas de pesquisas sobre essas
situações de mudança organizacional - de forma consistente apenas cerca de 30% dass iniciativas de mudança são bem
sucedidas.
Se as pessoas que estão na Direcção das empresas, e que decidem as reestruturações, soubessem como o cérebro
funciona em tal ambiente, isso poderia contribuir para que começassem a conduzir as coisas de uma maneira diferente.
Sabendo que este ambiente ameaçador automaticamente faz com que as pessoas afastem das pessoas ou situações
que causam uma ameaça percebida ou real, eles iriam entender que com o Cortéx Pré Frontal a não funcionar
corretamente, o que impera são as respostas de luta ou fuga (fight or flight) - o cérebro prepara os motores sensoriais
para ações relacionadas com a sobrevivência - coração e pulmões obtêm um fornecimento extra de sangue e oxigénio,
reduzindo a quantidade de tais substâncias no cérebro, especialmente no Cortéx Pré Frontal.
Com menos recursos para trabalhar de acordo com suas funções naturais, o Cortéx Pré Frontal reduz o seu papel de
liderança no cérebro, fazendo com que a atenção concentrada das pessoas se torne mais escassa.
A atenção pode ser definida como a capacidade de se concentrar num estímulo sensorial particular, enquanto inibimos
a vontade de nos concentrarmos em distrações no ambiente que nos rodeia. Num ambiente de reestruturação
organizacional, uma vez que as ameaças estão "no ar", eles agem como distractores o tempo todo, fazendo com que a
atenção seja dirigida para os estímulos que podem sinalizar que uma ameaça está prestes a acontecer. O cérebro está
sempre a fazer um “scan” ao ambiente e os neurónios estão sempre ativos para decidir se e como responder.
Mesmo que as pessoas sejam direcionadas para manterem o seu foco no negócio e ignorarem o "ruído" causado pela
reestruturação, os mecanismos cerebrais necessárias para prestar atenção ao que é relevante têm dificuldade em fazer