PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
Oficina 1 operações - material do monitor
1. Oficina CNI/EF
Material do MONITOR
Setor de Educação de Jovens e Adultos
Oficina – Operações
A oficina está dividida em 3 etapas:
- Na primeira etapa serão discutidas com os alunos algumas das inúmeras situações cotidianas em
que fazemos uso das operações com números.
- Na segunda etapa, serão propostas duas situações-problema que envolvem as quatro operações
básicas e o uso do “material dourado” para representar os números.
- A última etapa é constituída de alguns jogos, atividades e curiosidades sobre as operações.
1ª etapa – Discussão sobre a importância das operações
Para iniciar a oficina, é interessante discutir com os alunos que as situações cotidianas que exigem a
capacidade de operar com números são vastas. Pedir que eles deem alguns exemplos. A seguir vão
algumas sugestões.
- Orçamento doméstico: soma das despesas mensais, subtração entre receitas e despesas. Escrever
ou projetar na lousa uma pequena “planilha” e mostrar como determinamos as receitas, os gastos e
o quanto sobra. Neste momento, não é preciso fazer as contas, pois o objetivo é apenas mostrar o
uso das operações em uma situação cotidiana.
Receitas: Despesas:
Salário 1: R$1.200,00 Alimentação: R$ 450,00
Salário 2: R$ 540,00 Serviços básicos (água, luz, gás...): R$ 95,00
Transporte: R$ 300,00
Aluguel: R$ 400,00
- Estimativa da quantidade de tijolos necessários para fazer um muro. Para determinar quantos
tijolos formam uma fileira, devemos dividir o comprimento da fileira pelo comprimento de um tijolo
(mais o rejunte); a mesma coisa para o número de fileiras: devemos dividir a altura da parede pela
altura do tijolo; finalmente, o número total de tijolos na parede é dado pela multiplicação do
número de tijolos em uma fileira pelo número de fileiras. Novamente, ilustrar esse procedimento
desenhando ou projetando na lousa a imagem de uma parede de tijolos, e mostrando como
determinaríamos os números citados, apontando o uso das operações, mas sem fazer os cálculos.
2. Oficina CNI/EF
Material do MONITOR
Setor de Educação de Jovens e Adultos
- Preparação de uma feijoada: se serão usados 5 kg de feijão, quantos pacotes de meio quilo de feijão
deverão ser comprados? (operação de divisão).
- Estimativa do gasto mensal com transporte: multiplicação do gasto diário pelo número de dias no
mês em que se faz uso de transporte pago.
- Comparação de datas - resolver problemas como o seguinte: “Minha mãe nasceu em 1947. Quantos
anos ela tinha no golpe militar de 1964”? A operação envolvida é uma subtração entre os anos.
Como foi dito, os exemplos são inúmeros. A lista vai longe...
2ª etapa – Proposição de situações-problema
Nesta etapa, serão propostas algumas situações-problema sobre operações. Argumentar com os
alunos que o primeiro e mais importante passo é identificar a operação envolvida no problema. É
evidente que as técnicas de cálculo são importantes (fundamentais, na verdade), mas só com o
domínio das técnicas não se chega a lugar nenhum! É fundamental compreender o problema e
identificar conceitualmente a operação envolvida.
Com o objetivo de fazer com que os alunos aprimorem sua compreensão e habilidade de cálculo,
pediremos que eles representem com o material dourado os números e as operações necessárias
para a resolução de cada problema.
Se a altura do muro mede 55 cm e a
altura do tijolo (mais o rejunte) é de 5
cm, então haverá 11 fileiras de tijolos
(55 5).
Se a largura do muro mede 120 cm e a largura do tijolo
(mais o rejunte) é de 20 cm, então haverá 6 tijolos em uma
fileira (120 20).
O número total de tijolos é
aproximadamente 11∙6 = 66.
3. Oficina CNI/EF
Material do MONITOR
Setor de Educação de Jovens e Adultos
PROBLEMA 1
Um atleta, preparando-se para a corrida de São Silvestre, realizou os seguintes treinos na semana
que antecedeu a prova:
Segunda-feira: 18 km
Terça feira: 20 km
Quarta feira: 15 km
Quinta feira: 14 km
Sexta feira: 13 km
a) Qual a distância total percorrida na semana? Resposta: 80 km
b) Quantos quilômetros a mais ele percorreu na terça feira em relação à quinta feira? Resposta: 6
c) Suponha que nas 5 semanas anteriores ele tenha seguido exatamente o mesmo cronograma de
treinos. Qual a distância total percorrida nestas 5 semanas? Resposta: 400 km
d) Se ele quisesse percorrer a mesma distância total na semana, mas correndo uma mesma distância
todos os dias, quantos quilômetros ele deveria correr por dia? Resposta: 16.
Comentários: Esse problema aborda as quatro operações básicas.
Para o item a), o aluno deverá representar cada uma das 5 distâncias com o material dourado e
depois somá-las, agrupando as unidades e dezenas e transformando os grupos de 10 unidades em
uma dezena. Para os demais itens, seguir a mesma ideia de representação (no item c), será
necessário usar as placas de centenas do material dourado). No item d), comentar que esse cálculo
de divisão recebe um nome especial: é a famosa “média”!
PROBLEMA 2
Um pedreiro vai azulejar uma cozinha. Veja as medidas das quatro paredes:
400 cm
220 cm 220 cm
260 cm
Há duas paredes como essa
40 cm 40 cm
220 cm
260 cm
20 cm
120 cm
Janela
Porta
20 cm
60 cm 120 cm
4. Oficina CNI/EF
Material do MONITOR
Setor de Educação de Jovens e Adultos
Considere que os azulejos escolhidos para o revestimento são quadrados com lados de 20 cm, já
contando a pequena espessura do rejunte.
a) Quantos azulejos serão usados na cozinha? Resposta: 650 azulejos.
b) Considere que os azulejos são vendidos em caixas que contêm, cada uma, 30 peças. Quantas
caixas o pedreiro precisará comprar para este serviço? Resposta: 22 caixas.
Comentários: Antes de apresentar o problema com todos os seus dados, é interessante propô-lo aos
alunos de maneira bem aberta. Por exemplo, perguntar simplesmente: “quantos azulejos são
necessários para revestir uma parede?” O objetivo é fazer com que os alunos identifiquem as
variáveis relevantes: as medidas das paredes e o tamanho do azulejo.
Esse é um ponto muito importante: os problemas “tradicionais”, isto é, do tipo que costuma ser
cobrado em avaliações, sempre trazem as informações necessárias. Entretanto, avaliar quais são
essas informações é uma habilidade essencial, que devemos desenvolver nos alunos em atividades
como essa.
Após ouvir a opinião dos alunos sobre quais são os dados necessários, fornecer as medidas. Dar
liberdade para que os alunos resolvam como acharem mais conveniente. Para aqueles que não
conseguirem, sugerir que usem a estratégia mencionada no exemplo da parede de tijolos, isto é,
verificar quantos azulejos cabem em uma fileira (dividindo o comprimento da fileira pelos 20 cm de
cada azulejo) e em seguida multiplicar o resultado pelo número de fileiras necessárias. Atenção para
a subtração dos azulejos que ocupariam o espaço da porta e da janela. Veja um exemplo para a
parede com a janela (o desenho está meio desproporcional!):
A exemplo do problema anterior, este trabalha as 4 operações básicas. Não esquecer de representar
as operações com o material dourado (13 ∙ 11, 260 20 etc.)
Janela
N° de azulejos caso não houvesse a janela: 143
13 ∙ 11 = 143
N° de azulejos “ocupados” pela janela: 36 (4 ∙ 9)
N° de azulejos utilizados: 143 – 36 = 107
260 20
220 20
5. Oficina CNI/EF
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Setor de Educação de Jovens e Adultos
3ª etapa – Atividades, jogos e curiosidades
Atividade 1 – Subtração diferente
Propor aos alunos a leitura do seguinte texto, retirado do site português NETMATE
(http://www.eb23-guifoes.rcts.pt/NetMate/sitio/curiosidades.htm#Algumas curiosidades com
números):
No ano 830, Mohamed Ben Musa Alkarismí, um dos sábios mais notáveis do Século IX, fazia
subtrações de números inteiros da seguinte forma:
(Para que possa acompanhar as operações usaremos aqui algarismos modernos.)
De 12025 vamos tirar 3604.
A operação era iniciada pela esquerda (operação I). Assim, a 12 tirava 3 e restavam 9; cancelava os
algarismos considerados( 12 e 3) e escrevia o resto obtido em cima do "minuendo". (Veja abaixo.)
1 2 0 2 5
3 6 0 4
Continuando: a 90 tirava 6 restavam 84.
A diferença obtida (operação II) era escrita sobre o "minuendo", e os algarismos que formavam os
termos de subtracção eram cancelados.
Por fim, a 8425 tirava 4 e restavam 8421 (operação III).
E assim temos a diferença entre os números dados.
12 – 3 = 9
9 0 2 5
6 0 4
9 0 2 5
6 0 4
8 4 2 5
0 4
90 – 6 = 84
6. Oficina CNI/EF
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Setor de Educação de Jovens e Adultos
PROBLEMA 3
Usando a técnica descrita no texto, efetue a subtração 1114 – 469
Resposta:
1 1 1 4
4 6 9
O resultado é 654 – 9 = 645.
Atividade 2 - O problema dos “quatro quatros”
Leia a descrição de um interessante jogo matemático.
O problema dos quatro quatros foi apresentado na obra “O Homem que Calculava”, do autor
brasileiro Júlio César de Mello e Souza, sob o heterônimo Malba Tahan. O problema consiste em
formar expressões aritméticas utilizando apenas quatro algarismos 4, equivalentes, cada um, aos
números inteiros.
Segundo o autor, é possível formar todos os números inteiros entre 0 e 100, utilizando, além dos
números, quaisquer sinais e operações matemáticas
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quatro_quatros
Para compreender melhor o “problema”, vejamos algumas maneiras de se obter os números 0 e 1
por meio de expressões contendo apenas “4 algarismos 4” e os sinais operatórios básicos:
0 = 44 – 44
0 = 4 + 4 – 4 – 4
1 =
1 =
PROBLEMA 4
Tente construir expressões para os números de 0 a 10, formadas apenas quatro algarismos 4 e os
sinais +, – , ∙ e . É permitido também usar os parênteses. Por exemplo:
0 = 4 + 4 – (4 + 4)
Resposta: A seguir estão algumas outras possibilidades, além das escritas acima.
11 – 4 = 7
7 1 4
6 9
71 – 6 = 65
6 5 4
9
7. Oficina CNI/EF
Material do MONITOR
Setor de Educação de Jovens e Adultos
;
; ;
;
;
;
;
Comentário: De acordo com o problema original, outros símbolos e operações matemáticas podem
ser usados, como a potenciação, a raiz quadrada, o fatorial (símbolo “!”) etc. Como os alunos ainda
estão no início do curso, devemos nos limitar às operações básicas (+, -, ∙ e ), que, como vimos, são
suficientes para obter expressões para os números de 0 a 10. Talvez os alunos não estejam
familiarizados com o uso dos parênteses. Caso isso aconteça, dar uma breve explicação sobre sua
função em uma expressão numérica, argumentando que futuramente eles verão isso em mais
detalhes (uma sugestão é imaginar os parênteses como um “grupinho” isolado do resto).
Atividade 3 – O problema dos cinco dois
Esta atividade foi extraída do excelente livro “A Magia da Matemática”, de Ilydio Pereira de Sá1
. Ela é
bem parecida com a anterior.
PROBLEMA 5
Tente construir expressões para os números de 0 a 10, formadas apenas com cinco algarismos 2 e os
sinais +, – , ∙ e . É permitido também usar os parênteses, mas não é necessário!
Resposta:
Seguem algumas possibilidades (há várias outras, principalmente se usarmos os parênteses!):
0 =
1
Editora Ciência Moderna, 2007.
8. Oficina CNI/EF
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Atividade 4 – Multiplicação Russa
Como você deve ter percebido na atividade 1, as técnicas “tradicionais” que aprendemos para
efetuar cálculos não são únicas. Diversos povos desenvolveram seus próprios métodos. Veremos
agora uma técnica para efetuar a multiplicação entre dois números inteiros, conhecida como
“multiplicação russa” (por ter sido, segundo alguns pesquisadores, utilizada por camponeses russos
no século 19). Esta técnica também está descrita no livro “A Magia da Matemática”, citado
anteriormente.
Vamos imaginar uma multiplicação qualquer entre dois números inteiros. Por exemplo: 88 ∙ 29.
Escrevemos os dois números lado a lado.
88 29
Em seguida, aplicamos repetidamente o seguinte procedimento: dividimos o número da coluna da
esquerda por 2 e multiplicamos o da direita por 2, escrevendo os resultados na linha de baixo. Caso a
divisão por dois (na coluna da esquerda) não seja exata, o resultado deve ser aproximado para baixo.
O processo termina quando o número da coluna da esquerda chega a 1. Veja:
88 29
44 58
22 116
11 232
5 464
2 928
1 1856
As divisões 11 2 e 5 2 não são exatas. Por exemplo, 11 2 tem
quociente 5 e resto 1. Neste caso, mantém-se o 5 na linha de baixo.
2 ∙2
9. Oficina CNI/EF
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O passo seguinte é eliminar da tabela as linhas em que o número da esquerda é par:
11 232
5 464
1 1856
Finalmente, somamos os números da coluna da direita:
1856 + 464 + 232 = 2552
Este é justamente o resultado da multiplicação procurada. Pode verificar!
É interessante notar que, com esse método, é possível calcular qualquer multiplicação apenas com
multiplicações e divisões por 2!
PROBLEMA 6
Calcule o produto 24∙431 pelo método russo descrito acima.
Resposta:
24 431
12 862
6 1.724
3 3.448
1 6.896
PROBLEMA 7 – Desafio
Você conseguiria explicar por que o método da multiplicação russa funciona? Discuta com seus
colegas e seu (sua) professor(a) e envie a resposta para fmedeiros@fundacaobradesco.org.br. Se ela
estiver correta, o grupo será recompensado com “fabulosas somas em dinheiro”!
Outra pergunta: No exemplo dado, se o 29 tivesse sido colocado na coluna da esquerda e o 88 na
coluna da direita, de forma que o 29 fosse sendo dividido por 2 e o 88 fosse sendo multiplicado por
2, isso faria alguma diferença? Resposta: Não!
Atividade 5 – Quadrados mágicos
Um passatempo matemático muito interessante são os “Quadrados Mágicos”, cuja origem remonta
a antes da era Cristã. Como o próprio nome sugere, um quadrado mágico é uma tabela com igual
número de linhas e colunas, onde cada posição deve ser ocupada por um número diferente, de tal
forma que a soma dos números em qualquer linha, coluna ou diagonal seja sempre a mesma. Veja
um exemplo:
3 3.448
1 6.896
3.448 + 6.896 = 10.334
10. Oficina CNI/EF
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Setor de Educação de Jovens e Adultos
Observe que a soma dos números em todas as linhas, colunas e nas duas diagonais é sempre igual a
15. Este é um quadrado “de ordem 3”, por possuir 3 linhas e 3 colunas, mas há quadrados de ordens
muito superiores.
O passatempo consiste em completar um quadrado mágico inicialmente preenchido com apenas
algumas posições. Veja um exemplo abaixo:
Podemos iniciar observando que a soma de uma diagonal é 12+15+18 = 45. Esse deve ser, portanto,
o resultado da soma dos números em todas as linhas e colunas. Na coluna da direita, por exemplo, já
temos os números 12 e 14, que somados resultam em 26. Portanto, para que a soma nessa coluna
seja 45, o número do meio deve valer 19 (pois 45 – 26 = 19). O mesmo raciocínio nos permite
concluir que o número do meio da última linha deve ser 13 (pois 18 + 14 = 32, e 45 – 32 = 13). Com
essas duas novas posições preenchidas, não é difícil completar o restante:
PROBLEMA 8
Tente completar o seguinte quadrado mágico:
Atividade 6 – Jogo do resto
O jogo do resto é bastante simples, e está descrito nas páginas 4 e 5 do seguinte artigo:
http://www.feg.unesp.br/~jrzeni/pesquisa/2007/3Jogos/3Jogos-Zeni.pdf
Além de jogar, os alunos deverão responder às 5 questões propostas pelo autor:
37 44 39
36
19
13
11
1716
11. Oficina CNI/EF
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Setor de Educação de Jovens e Adultos
PROBLEMA 9
1. No começo do jogo, quais os resultados do dado que não permitem ao jogador avançar?
2. Qual o maior número de casas que um jogador pode andar?
3. Por que na casa “0” está escrita a palavra “Tchau”?
4. Estando em uma casa qualquer, quais os resultados no dado que não permitem ao jogador
avançar?
5. Se o jogador estiver na casa “80”, quais são os números que devem sair no dado para que ele
ganhe o jogo? E se ele estiver na casa “51”?