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HISTÓRIA DO BRASIL

                 A COMUNIDADE INDÍGENA DO BRASIL PRÉ-CABRALINO

1. O TERMO ÍNDIO:
− o termo índio nasceu de um engano histórico: ao desembarcar na América, o navegador Cristóvão
Colombo chamou seus habitantes de índios, pois pensava ter chegado nas Índias.
− outras designações para o habitante da América pré-colombiana: aborígene, ameríndio, autóctone,
brasilíndio, gentio, íncola, “negro da terra”, nativo, bugre, silvícola, etc.
− o termo índio designa quem habitava e ainda habita as terras que receberiam o nome de América.

2. DIVERSIDADE CULTURAL:
− os diferentes povos indígenas do Brasil (Pindorama ou Piratininga), a exemplo dos demais índios
da América, tinham maneiras próprias de organizar-se: diferentes modos de vida, línguas e culturas.

3. NAÇÕES INDÍGENAS:
+ Classificação: baseada em critérios linguísticos.
· Tupi: litoral.
· Jê ou Tapuia (Macro-Jê): Planalto Central.
· Nuaruaque: bacia Amazônica.
· Caraíba: norte da bacia Amazônica.

4. ORGANIZAÇÃO SOCIAL:
· Regime de Comunidade Primitiva
− igualdade social.
− relação coletiva com a terra.
− divisão do trabalho por sexo e idade.
− socialização das técnicas de produção.
− distribuição igualitária.
− pequeno desenvolvimento tecnológico.
− produção voltada para o autoconsumo.
− era muito pequena a produção de excedente.
− habitação: malocas (ocas) − aldeia (taba) − tribo − nação.
                   Oca = casa comunal
− nomadismo e semi-nomadismo.
− atividades econômicas: caça, pesca, coleta e agricultura.
− instrumentos rudimentares.
− religião: politeísta  Pajé=sacerdote.
− política: chefe de maloca – Conselho − chefe da aldeia (principal, cacique ou morubixaba).
− a guerra tinha muita importância e era fonte de prestígio e elevação de status.
− costumes:
                   -coivara: queimada.
                   -couvade: resguardo do pai da criança.
                   -antropofagia: ritual.
                   -dar presentes: generosidade na distribuição de bens.
                   -casamento:poligênico (o homem ter mais de uma mulher) e poliândrico (mulher
                    casada com vários homens).
O DESCOBRIMENTO DO BRASIL


1. PEDRO ÁLVARES CABRAL:
− navegador português.
− a esquadra enviada por D. Manuel, rei de Portugal, às Índias, tinha como objetivo estabelecer uma
sólida relação comercial e política com os povos do Oriente.
− 22 de abril de 1500: Cabral oficializa a posse de Portugal sobre o Brasil.
− o Descobrimento do Brasil fez parte de um processo mais amplo de expansão marítima, comercial
e territorial realizada pelos europeus no início da Idade Moderna, ou seja, o descobrimento do Brasil
e sua colonização devem ser analisados como uma etapa do desenvolvimento comercial europeu.
− Nomes: Monte Pascoal  Ilha de Vera Cruz  Terra de Santa Cruz  Brasil ("terra abençoada",
em celta-irlandês; nome já constava em mapas medievais dos séculos XIV e XV).

· Controvérsias sobre o descobrimento:
+ casualidade ou intencionalidade ?
+ descobrimento, conquista , encontro de culturas ou achamento ?
*Hipótese mais aceita: intencionalidade e conquista.
- razões: conhecimentos náuticos portugueses;
           Tratado de Tordesilhas (1494).


                              PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530)

1. CONCEITO:
− período (1500-30) em que Portugal não se interessa pela efetiva colonização do Brasil, em função
deste não preencher os seus interesses mercantilistas (metais e comércio).

2. MOTIVOS DO DESINTERESSE DE PORTUGAL PELA COLONIZAÇÃO:
− os portugueses não encontraram, no Brasil, sociedades organizadas com base na produção para
mercados;
− o Brasil não oferecia metais preciosos nem produtos para o comércio;
− a crise demográfica portuguesa;
− Portugal estava concentrado em torno do comércio oriental.

3. CARACTERÍSTICAS:
− durante esse período, Portugal limitou-se a enviar para o Brasil expedições de reconhecimento e
de defesa, iniciando a extração do pau-brasil.

4. EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS:
· Gaspar de Lemos (1501);
· Gonçalo Coelho (1503).
+ objetivos: fazer o reconhecimento geográfico e verificar as possibilidades de exploração econômica
da nova terra descoberta.
+ resultados: denominação dos acidentes geográficos e constatação da existência de pau-brasil.
5. EXPEDIÇÕES GUARDA-COSTEIRAS:
· Cristóvão Jacques (1516-1526).
+ objetivos: policiar o litoral e expulsar os contrabandistas.

6. EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL:
− primeira atividade econômica portuguesa no Brasil → exploração e comércio da madeira de
tinturaria.
− atividade extrativa, assistemática e predatória.
− estanco: monopólio régio ; uma limitação ao exercício de uma atividade econômica, salvo o seu
desempenho pela Coroa ou a quem esta delegasse.
- escambo: tipo de relação de trabalho onde há troca de serviço/mercadoria por outra mercadoria; o
corte e o transporte da madeira eram feitos pelos indígenas que, em troca, recebiam bugigangas.
− feitorias: eram os depósitos que armazenavam as toras de pau-brasil.
             ↳ não geraram povoamento.
1502 - arrendamento da extração de pau-brasil, por três anos, a Fernão de Noronha (cristão-novo),
1º capitão-donatário do Brasil.




                                       PERÍODO COLONIAL

                                 O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO (1530)


1. MOTIVOS:
− a constante e crescente presença francesa no litoral do Brasil: ameaça à posse portuguesa;
− a decadência do comércio das Índias: problemas financeiros;
− a descoberta de metais preciosos na América Espanhola (prata no Peru, ouro no México).


2.   A EXPEDICÃO COLONIZADORA DE MARTIM AFONSO DE SOUSA (1531):

· Objetivo: lançar os fundamentos da ocupação efetiva da terra, estabelecendo núcleos de
povoamento (povoar a terra, defendê-la, organizar sua administração e sistematizar a exploração
econômica, ou seja, colonizar).
− colonizar: ocupar um região para explorá-la economicamente.

· Ação colonizadora:
− instalação do primeiro núcleo de povoamento português no Brasil:a vila de São Vicente (1532);
− implantação da primeira unidade produtora de açúcar no Brasil: o Engenho do Senhor
  Governador ou São Jorge dos Erasmos (1533);
− introdução das primeiras cabeças de gado;
− início da utilização de escravos africanos.
ADMINISTRAÇÃO COLONIAL

1. SIGNIFICADO:
+ a organização político-administrativa do Brasil-Colônia estava calcada na divisão territorial em
Capitanias, no estabelecimento dos Governos Gerais e na criação das Câmaras Municipais;          +
atendia às necessidades inerentes à relação Metrópole-Colônia:
−    promover a ocupação territorial do Brasil através do povoamento;
−    evitar gastos supérfluos com o envio de funcionários da Metrópole para a Colônia;
−    possibilitar a efetivação do interesses mercantilistas metropolitanos;
− defender a colônia dos ataques e invasões das potências rivais.

2. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534):
· Objetivo: acelerar a efetiva colonização do Brasil, transferindo para particulares os encargos da
colonização.
· Funcionamento: Portugal buscava atrair os interesses de alguns nobres portugueses pelo Brasil,
dando a eles direitos e poderes sobre a terra e transformando-os em donatários das capitanias.
· Documentos:
+ Carta de Doação: estipulava a concessão da capitania ao donatário.
+ Foral: determinava os direitos e deveres dos donatários e funcionava como um código tributário.
− os donatários recebiam poderes políticos, judiciários e administrativos, de que lhes advinham
vantagens econômicas.
− fundação de vilas, concessão de sesmarias, redízima (1/10) das rendas da Coroa, vintena (5%)
sobre o valor do pau-brasil e da pesca, cobrança de tributos sobre todas as salinas, moendas de
água e engenhos (só podiam ser construídos com a sua licença).
· Características:
− processo de colonização descentralizado: sistema político-administrativo descentralizado;
− os donatários recebiam as capitanias não como proprietários, mas como administradores (posse);
− as capitanias eram hereditárias, indivisíveis, intransferíveis e inalienáveis;
− os donatários deveriam arcar com as despesas da colonização;
− o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias (grandes lotes de terras) entre os donatários;
− para fins administrativos, a capitania no Brasil se dividia em comarcas, as comarcas em termos, e
os termos em freguesias;
− sistema já utilizado por Portugal nas suas ilhas atlânticas: Açores, Madeira e Cabo Verde.
· Capitanias que prosperaram:
− São Vicente (Martim Afonso de Sousa): auxílio da Coroa Portuguesa ; devido ao fracasso da
lavoura de exportação (distância da metrópole e concorrência nordestina), foi lentamente regredindo
para uma lavoura de subsistência.
− Pernambuco (Duarte Coelho): excelente administração, aliança com os índios, financiamento do
capital flamengo (holandês) e desenvolvimento do agromanufatura açucareira.
· Fracasso do Sistema:
+ Fatores:
− as dificuldades encontradas na empresa de colonização;
− a falta de recursos dos donatários (inviabilidade da colonização, baseada exclusivamente no
capital particular);
− a descentralização (choque com os interesses do Estado absolutista português);
− os ataques dos índios;
− a distância da metrópole;
− a falta de comunicação entre as capitanias;
− a má administração e a falta de interesse dos donatários.

3. GOVERNO GERAL (1548):
· Motivo: o fracasso do sistema de Capitanias ( falta de recursos e descentralização).
· Objetivos: centralizar a administração e dar apoio às capitanias.
· Características:
− as capitanias não foram extintas; com o tempo, as capitanias foram passando para o domínio real,
porque Portugal ou as confiscava por abandono, ou as comprava dos herdeiros. Contudo, a última
capitania só desapareceu em 1759, por determinação do marquês de Pombal.
− os donatários passaram a prestar obediência ao governador-geral.
− o governador era o representante do rei na colônia.
· Documento:
+ Regimento de 1548: conjunto de leis que determinava as funções administrativa, judicial, militar e
tributária do governador-geral.
· Assessores:
− ouvidor-mor: Justiça;
− provedor-mor: Finanças (negócios da Fazenda);
− capitão-mor: defesa da costa;
− alcaide-mor: chefe da milícia.

· Governadores-gerais:

+ Tomé de Sousa (1549-53):
− a Bahia foi transformada em Capitania Real do Brasil e passou a ser sede do Governo Geral;
− fundação da primeira cidade (Salvador);
− fundação do primeiro bispado do Brasil;
− fundação do primeiro colégio;
− incentivo à agricultura e à pecuária;
− alguns jesuítas vieram chefiados por Manuel da Nóbrega.

+ Duarte da Costa (1553-58):
− conflito com o bispo Pero Fernandes Sardinha;
− invasão francesa no Rio de Janeiro: fundaram a França Antártica (1555);
− fundação do Colégio de São Paulo (25.01.1554): José de Anchieta e Manuel da Nóbrega.

+ Mem de Sá (1558-72):
− fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (01.03.1565): Estácio de Sá;
− expulsão do franceses em 1567;
− reunião dos índios em missões (reduções).

4. CÂMARAS MUNICIPAIS:
+ responsáveis pela administração dos municípios (cidades e vilas): pelourinho.
− conservação das ruas, limpezas da cidade e arborização;
− construção de obras públicas: estradas, pontes, calçadas e edifícios;
− regulamentação dos ofícios, do comércio, das feiras e mercados;
− abastecimento de gêneros e cultura da terra.
+ representavam o poder local (o verdadeiro poder político colonial): o poder dos proprietários de
terras, de engenhos e de escravos - os “homens bons”.
+ composição: almocatéis (fiscalizavam o cumprimento da lei), procurador (representante judicial),
vereadores (“homens bons”) e um juiz (ordinário ou de fora).
+ atuaram principalmente no Nordeste açucareiro.
+ tiveram seus poderes reduzidos a partir de 1642, com a criação do Conselho Ultramarino:
centralização administrativa.

5.  DIVISÕES ADMINISTRATIVAS DO BRASIL:
    − 1572 : Governo do Norte: sede em Salvador - Luís de Brito
              Governo do Sul: sede no Rio de Janeiro - Antonio Salema.
    − 1578: unificação com Lourenço da Veiga.
       − 1580-1640: a estrutura político-administrativa do Brasil colonial sofreu mudanças com a
ascensão dos Felipes ao trono português;
     − 1621: Estado do Maranhão: sede em São Luís, mais tarde transformado em Estado do Grão-
Pará e Maranhão, com sede em Belém.
             Estado do Brasil: sede em Salvador e, a partir de 1763, com sede no Rio de Janeiro.
    − 1774: nova unificação.

6. ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA:
+ a administração eclesiástica acompanhou no Brasil Colonial a própria evolução administrativa da
Colônia:
− a criação de capitanias, comarcas e freguesias eram acompanhadas pela criação de prelazias,
dioceses e paróquias.
− a Igreja Católica teve papel relevante no processo de colonização: catequização do índio pelos
jesuítas e a utilização dos silvícolas como mão-de-obra nas propriedades da Companhia de Jesus.
− o ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os colonos referia-se à
escravização dos indígenas e, em especial, à forma de atuar dos bandeirantes, e, no norte da
Colônia, também devido à exploração das “drogas do sertão”.
− os jesuítas pretendiam criar uma "teocracia" na América Latina e monopolizar o controle dos
indígenas.
− os jesuítas, intimamente relacionados com a expansão européia e a realidade colonial, foram
expulsos de Portugal e do Brasil no reinado de D. José I (na época do ministro Marquês de Pombal).
+ O projeto missionário e catequizador dos jesuítas:
− os jesuítas atuaram em duas frentes: o trabalho missionário com os índios e a educação com a
fundação dos colégios.
− a legitimação da espoliação e da fraternidade cristã.
− a simbiose da alegoria cristã e do pensamento mercantil.
− o ardor da diplomacia cristã, mistura de veemência e ambiguidade.
− os caminhos violentos e sedutores da pedagogia missionária: "missões" e conflitos com colonos e
bandeirantes.
+ Educação:
− na Educação, através das Ordens Religiosas, a Igreja monopolizou as instituições de ensino até o
século XVIII.
− a Companhia de Jesus foi instrumento fundamental para a evangelização das colônias americanas:
− o ensino desenvolveu-se influenciado pela cultura religiosa do colonizador;
− não conseguiram dissociar a evangelização do processo colonizador luso-brasileiro;
− os jesuítas procuraram aprender as línguas indígenas;
− os jesuítas pretenderam divulgar a fé, formando novos súditos tementes a Deus e obedientes ao
rei;
− os jesuítas catequizavam os indígenas e educavam os índios e colonos;
− os jesuítas exerceram um papel de grande importância em relação à educação dos filhos dos
grandes proprietários de escravos e terras até sua expulsão. Sua presença foi tão significativa que
seus colégios constituíram-se enquanto marcos da ação colonizadora portuguesa na América;
− contribuíram para amenizar as tensões entre indígenas e colonos;
− os jesuítas tinham por objetivo promover a Igreja Católica e, para isso, acabaram por alterar a
cultura indígena (aculturação dos indígenas, à medida que a colonização portuguesa se
consolidava);
− quanto à escravidão, tanto os jesuítas quanto a Igreja Católica, no período colonial, se limitavam ao
repúdio às torturas e aos maus tratos, não havendo, porém, questionamento da escravidão enquanto
instituição: as desigualdades terrenas são reconhecidas pelos jesuítas, que elegem como espaço de
julgamento o fórum divino;
− o negro foi excluído da catequese e do processo de educação, porque existia a crença de que o
negro não tinha alma.


                          A ECONOMIA AÇUCAREIRA (SÉC. XVI E XVII)


1. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL:
− sistema de dominação da metrópole sobre a colônia: conjunto de relações políticas, econômicas,
sociais, ideológicas e culturais.
− um conjunto de normas e leis que regulam as relações metrópole-colônia, principalmente no
campo econômico.
· Pacto Colonial:
− relação de domínio exclusivo do comércio colonial pela metrópole: monopólio.
− também chamado “regime do exclusivo colonial”, denomina o sistema de monopólio comercial e
controle econômico imposto pelas metrópoles às suas colônias nos Tempos Modernos (capitalismo
comercial/mercantilismo).
+ O Sentido da Colonização:
− o monopólio do comércio das colônias pela metrópole define o sistema colonial, porque é através
dele que as colônias preenchem sua função histórica de produzir riquezas para o maior
desenvolvimento econômico da metrópole: a colonização toma o aspecto de uma vasta empresa
comercial destinada a explorar os recursos das colônias em proveito do comércio europeu.
− monopólio:
    - as colônias são áreas complementares da economia metropolitana;
    - as colônias só podem comerciar com a metrópole: só podiam vender seus produtos para o
    grupo mercantil metropolitano;
    - as colônias não podem ter fábricas e são obrigadas a consumirem os produtos manufaturados
    da metrópole;
    - as colônias só podem produzir o que a metrópole não tem condições de fazer, nunca concorrer
    com ela;
    - as colônias devem produzir em larga escala, a baixos custos e com o máximo de
    lucratividade.
2. COLONIZAÇÃO DE BASE AGRÍCOLA:
− colonização: desdobramento da expansão marítima e comercial européia;
− a agricultura foi o recurso encontrado para a exploração do litoral brasileiro;
− a colonização foi organizada em torno do cultivo da cana-de-açúcar;
− valorização econômica das terras;
− passou-se do âmbito da circulação de mercadorias para o da produção;
− com a empresa açucareira, Portugal solucionava o seu problema de utilização econômica das suas
terras americanas e o Brasil se integrava, como fonte produtora, aos mercados consumidores
europeus;
− colonização: instrumento de acumulação de capital na Europa.


3. MOTIVOS DA ESCOLHA DO AÇÚCAR:
− existência de mercados consumidores na Europa;
− a participação holandesa no financiamento, refino e distribuição do produto;
− a experiência portuguesa;
− a qualidade do solo (massapê) e as condições climáticas.


4. EMPRESA AÇUCAREIRA:
− estrutura de empresa comercial exportadora.
− empresa de base agrícola, destinada à exploração econômica e à colonização do litoral brasileiro,
principalmente o nordestino (principal centro produtor).
− o engenho: unidade de produção (moenda, casa-grande, senzala, capela, canaviais) ; exigia
grandes investimentos.
− tipos de engenho: os reais, movidos à água, e os trapiches, que utilizavam tração animal.
− Nordeste: principal centro produtor (PE e BA).




− trabalhadores livres: mestre do açúcar, feitor, lavradores contratados.
− grupo flutuante formado por mestiços, mamelucos, rendeiros e agregados.
− a montagem da empresa açucareira obedeceu ao sistema de plantation.

· Plantation:
+ sistema de produção:
− monocultura: especialização na produção de um artigo de real interesse no mercado europeu.
− escravismo: utilização de numerosa força de trabalho compulsória (escrava): índia, depois africana.
− latifúndio: grande propriedade de terra.
−dependência externa: havia uma total ausência de autonomia dos produtores e a economia ficava
atrelada ao mercado europeu e inteiramente voltada para o mercado externo.

5. SOCIEDADE COLONIAL AÇUCAREIRA:
− uma sociedade caracterizada pelo caráter predominante do trabalhador escravo, base da
economia colonial e do prestígio do grande proprietário.
− uma sociedade conservadora, patriarcal, escravista, rural (agrária).
− o engenho era o centro dinâmico de toda a vida colonial e onde a pouca vida urbana era mero
prolongamento da vida rural.
− uma organização social intimamente articulada à propriedade e à riqueza.




+ início do processo de miscigenação entre os três grandes grupos étnicos responsáveis pela
formação da sociedade colonial brasileira: o índio americano, o branco europeu e o negro africano.
•   mulato: mestiço de branco com negro.
•   mameluco (caboclo): mestiço de índio com branco.
•   cafuzo: mestiço de negro com índio.

6.   A ESCRAVIDÃO:

+ Motivos da utilização da mão-de-obra escrava:
− a plantation exigia uma grande quantidade de trabalhadores.
− crise demográfica portuguesa.
− a inviabilidade da utilização da mão-de-obra branca, devido à sua escassez e ao seu custo.
− os trabalhadores europeus não se sentiam atraídos em trabalhar na colônia: difíceis condições de
trabalho.
− os lucros proporcionados pelo tráfico de escravos.
· Escravidão Indígena:
− os índios foram utilizados como escravos no início da economia canavieira, contudo, demonstrou-
se incompatível com a produção açucareira e foram substituídos pelos negros africanos.

* Motivos da substituição do índio pelo negro na grande lavoura açucareira:
− a imposição de um trabalho disciplinado, vigiado, forçado, ordenado, dinâmico, organizado e
metódico chocou-se com a cultura indígena;
− a alta lucratividade operada pelo tráfico negreiro, que, para ser mantida, necessitava manter a
escravidão negra.
* Consequências da Escravidão e da Colonização sobre os Índios:
− massacre de milhares de índios;
− ocupação de suas terras;
− o contato do branco europeu com a comunidade indígena destruía a cultura do índio;
− desestruturação do sistema produtivo e das instituições indígenas;
− mortalidade em função de doenças contraídas dos brancos europeus.




* Áreas Periféricas:
− o escravismo indígena ocorria principalmente em áreas muito pobres, onde os colonos não tinham
recursos para comprar escravos negros: São Vicente e Maranhão.




· Escravidão Negra:
− os negros foram introduzidos no Brasil a fim de atender às necessidades do colono branco, dos
grupos mercantis e da Coroa Portuguesa.
+ Formas de Aquisição do Negro na África:
− caça, captura e aprisionamento;
− compra de africanos ao chefes locais (sobas): muitas tribos africanas passaram a escravizar outras
para vendê-las aos traficantes em troca de bugigangas (vidro, facões, panos, fumo, rapadura,
cachaça).


+ Tráfico Negreiro:
− navios negreiros (tumbeiros) - 30% de mortalidade no transporte dos escravos.
− banzo (depressão, saudade da terra natal).
− marcados com ferro.
− os negros (peças do gentio da Guiné) eram embarcados geralmente em Angola, Moçambique e
Guiné e desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.




                                         Navio negreiro

+ Grupos :
− Sudaneses: oriundos da Nigéria, Daomé, Costa do Ouro (Ioruba, Jejes, Fanti-ashantis).
− Bantos: divididos em dois grupos (angola-congoleses e moçambiques).
− Malês: sudaneses islamizados.

+ Resistência do Negro à Escravidão:
− evitando a reprodução;
− suicidando-se;
− matando feitores e capitães-do-mato;
− fugindo;
− formando quilombos.


+ Quilombos:
− comunidades negras formadas por escravos que fugiam dos seus senhores e passavam a viver em
liberdade.
* Quilombo dos Palmares (1630 -1694):
- localizava-se no atual estado de Alagoas, na Serra da Barriga.
- o número de habitantes do quilombo cresceu durante a invasão holandesa em Pernambuco.
- produziam e faziam um pequeno comércio com as aldeias próximas.
- simbolizava a liberdade e, por isso, era uma atração constante para novas fugas de escravos.
- representava uma ameaça à ordem escravocrata.
- líder: Zumbi.
- em 1694, foi destruído pelo paulista Domingos Jorge Velho, contratado pelos senhores nordestinos.
- em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi morto numa emboscada.

7. ATIVIDADES ECONÔMICAS COMPLEMENTARES:
− paralelamente ao desenvolvimento da lavoura açucareira, desenvolveu-se na colônia um setor de
subsistência responsável pela produção de gêneros, que vinham atender às necessidades básicas
dos colonos e escravos: pecuária e cultivo do tabaco, algodão, mandioca, milho, feijão.
· a mandioca era o principal produto agrícola de subsistência para o consumo interno: elemento
básico da alimentação do brasileiro.
· o fumo era o produto de exportação que servia para aquisição de escravos no mercado africano:
cultivado em zonas restritas da Bahia e Alagoas.
· o algodão era usado no fabrico de tecidos de baixa qualidade, destinados à confecção de roupas
para os mais pobres e escravos: cultivados no Maranhão e Pernambuco.

                                 AS INVASÕES FRANCESAS


1. MOTIVOS:
· O Tratado de Tordesilhas, que dividia o novo mundo descoberto entre Portugal e Espanha e
marginalizava (excluía) as outras nações européias;
· Interesses econômicos: o tráfico do pau-brasil, da pimenta nativa, do algodão nativo e produção de
gêneros tropicais.

2. AS INVASÕES:
· Rio de Janeiro (1555-1567): França Antártica.
· Maranhão (1612-1615): França Equinocial.

3. A FRANÇA ANTÁRTICA:
· Objetivos:
− fundar uma colônia de exploração econômica;
− abrigar os protestantes (huguenotes) que eram perseguidos pelas guerras de religião.
· Comandante:
− Nicolau Durand de Villegaignon.
· Ocupação:
− os franceses se instalaram nas ilhas de Serigipe, Paranapuã, Uruçumirim e Laje.
− aliaram-se aos índios tamoios: formação da Confederação dos Tamoios.
· Expulsão:
− a Confederação dos Tamoios foi dissolvida (1563) por Nóbrega e Anchieta, que fizeram um acordo
com os índios através do armistício de Iperoig (Ubatuba).
− na expulsão dos franceses, o governador Mem de Sá contou com o auxílio de Estácio de Sá, dos
índios Temininós (Araribóia) e pelos tamoios do sul.
− fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (01.03.1565): Estácio de Sá.
− os franceses são expulsos em 1567.




4. A FRANÇA EQUINOCIAL:
· Objetivo:
− fundar uma colônia de exploração econômica.
· Comandante:
− Daniel de La Touche.
· Ocupação:
− fundação da povoação de São Luís (homenagem ao rei francês Luís XIII).

· Expulsão:
− os franceses são expulsos em 1615 pelas tropas portuguesas comandadas por Jerônimo de
Albuquerque e Alexandre de Moura.

5. A OCUPAÇÃO PORTUGUESA DO LITORAL ACIMA DE PERNAMBUCO:
· Quando os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro, procuraram alojar-se no litoral acima de
Pernambuco e foi da luta contra eles que iniciou o povoamento:
− Paraíba: Filipéia de Nossa Senhora das Neves (1584) - João Pessoa.
− Rio Grande do Norte: Forte dos Reis Magos (1599) - Natal.
− Ceará: Forte de Nossa Senhora do Amparo (1613) - Fortaleza.
− Pará: Forte do Presépio (1616) - Belém.


                               AS INVASÕES HOLANDESAS

1. MOTIVOS:

· a União das Monarquias Ibéricas (1580-1640): Portugal e suas colônias submetidos ao domínio
espanhol - Juramento de Tomar (1581), feito por Filipe II da Espanha (respeito à particularismos
portugueses, "asiento" - concessão da venda de escravos nas colônias espanholas da América à
burguesia portuguesa);
· os conflitos político-militares entre a Espanha e a Holanda: devido à separação da Holanda do
domínio espanhol;
· o Embargo Espanhol: proibição de quaisquer relações comerciais entre os holandeses e todas as
áreas sob dominação espanhola.

2. REPERCUSSÕES DA UNIÃO DAS MONARQUIAS IBÉRICAS:
· Brasil Filipino:
− reforma da política fiscal: rigidez para evitar a corrupção e os desvios.
− criação do Tribunal de Relação de Salvador: os colonos podiam apelar das sentenças - dinamizou
a prática de justiça.
− a colonização se expandiu no litoral ao norte de Pernambuco, chegando até o Amazonas:
expansão oficial.
− nova divisão política do Brasil (1621): criação do Estado do Maranhão (capitanias do Grão-Pará,
Maranhão e Ceará).
− invasões francesas: França Equinocial no Maranhão.
− invasões holandesas: Bahia e Pernambuco.

3. OBJETIVOS:
· romper o monopólio ibérico;
· recuperar o comércio do açúcar;
· controlar os centros produtores de açúcar;
· estabelecer uma colônia de exploração econômica.

4. AS INVASÕES:
· Os Holandeses na Bahia (1624-1625):
− tentativa fracassada de conquista da Bahia (sede do Governo Geral do Estado do Brasil).
− reação luso-brasileira, comandada pelo bispo D. Marcos Teixeira e por Matias de Albuquerque:
guerrilhas.
− as guerrilhas impediram o avanço holandês para o interior e, por isso, os holandeses só
conquistaram a cidade de Salvador.
− os holandeses são expulsos pelos colonos luso-brasileiros e pela esquadra luso-espanhola
("Jornada dos Vassalos").

· Os Holandeses em Pernambuco (1630-1654):
− os holandeses se refizeram dos prejuízos da invasão da Bahia, saqueando navios que saíam do
Brasil carregados de açúcar e aprisionando galeões espanhóis que saíam da América carregados de
prata.
− invasão e conquista de Pernambuco (maior centro açucareiro do Brasil, mas pouco guarnecido
militarmente).
− a resistência dos colonos, através de guerrilhas no interior, foi comandada por Matias de
Albuquerque: impediram a imediata conquista holandesa de todo o Nordeste açucareiro.
− o principal centro de resistência era o Arraial de Bom Jesus.
− a “traição” de Calabar: este integrante das tropas de resistência passou para o lado holandês e
indicou os focos (centros) de resistência dos colonos → os holandeses passam a ocupar áreas do
litoral nordestino.
− com a queda do Arraial do Bom Jesus (1635), os holandeses começam a efetivar a conquista do
Nordeste.


5. CARACTERÍSTICAS DO DOMÍNIO HOLANDÊS:
− as invasões tiveram um caráter exclusivamente mercantil: foram comandadas pela Companhia das
Índias Ocidentais (WIC).
− aliança com os senhores de engenho.
− respeito às propriedades e à classe dominante colonial.
− tolerância política e religiosa.
− concessão de empréstimos aos senhores de engenho.

6. A ADMINISTRAÇÃO NASSOVIANA (1637-1644):
· Conde João Maurício de Nassau: funcionário da WIC.




− consolidou a dominação holandesa e o sistema produtor de açúcar.
− criou facilidades de produção e comercialização do açúcar.
− domínio do Nordeste brasileiro: do Maranhão até Sergipe.
− criação da Câmara dos Escabinos: assembléia de representantes das várias câmaras municipais
da região.
− monopólio do mercado escravista: domínio de áreas portuguesas na África para garantir o
fornecimento de escravos.
− embelezamento e urbanização de Recife: pontes, palácios, jardins, pavimentação.
− a vinda de intelectuais europeus: Franz Post, Piso, Marcgrave.

7. A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-1654):
· a luta para expulsar os holandeses do Nordeste do Brasil.
· motivos:
+ mudança da política colonial holandesa (WIC):
− arrocho financeiro: aumento dos impostos, altos preços dos fretes e cobrança de pagamento dos
empréstimos.
− confisco de terras.
* Nassau não concorda com esta política imposta pela WIC ao produtores brasileiros e pede
demissão.
· Líderes: André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias (negro) e pelo índio Poti
(Filipe Camarão).
· Batalhas: Monte das Tabocas (1645), Guararapes (1648 e 1649) e Campina da Taborda (1654).

8. CONSEQUÊNCIAS DA EXPULSÃO:
− Tratado de Haia (1661): a Holanda recebia uma indenização (dinheiro, açúcar, tabaco e sal), a
restituição de sua artilharia e favores no comércio do açúcar.
− o auxílio inglês a Portugal nas lutas contra os espanhóis (1640 - Restauração = D. João IV) e
contra os holandeses e a consequente aliança entre as Coroas inglesa e portuguesa resultaram na
dependência da nação lusitana e do Brasil ao capital inglês.
− crise na empresa açucareira brasileira, devido à concorrência do açúcar produzido pelos
holandeses nas Antilhas: crise econômica no Brasil e crise política e econômica (financeira) em
Portugal (saiu economicamente arruinado do domínio espanhol).

9. CONSELHO ULTRAMARINO (1642):
+ reorganização da administração do Brasil para obter maiores recursos e para garantir o real
controle sobre a colônia.
− limitar os poderes da aristocracia latifundiária.
− centralização política-administrativa.
− limitava o poder das Câmaras Municipais e dos “homens bons”: submissão às autoridades
metropolitanas.
− os juízes passaram a ser nomeados diretamente pelo rei: juízes de fora.
− em 1720, o governo português elevou a colônia a vice-reinado e os governadores passaram a ser
titulados vice-reis: visava aumentar a centralização e o controle do Brasil.
− criação de companhias privilegiadas de comércio para manter um controle mais rígido sobre a
economia: Companhia Geral de Comércio do Brasil e Companhia de Comércio do Estado do
Maranhão.


                                 A EXPANSÃO TERRITORIAL

1. DEFINIÇÃO:
− processo de expansão da colonização para o interior do Brasil, ultrapassando os limites de
Tordesilhas e ampliando o território brasileiro, realizado nos séculos XVII e XVIII.

2. CONTEXTO HISTÓRICO:
− o período do domínio espanhol (1580-1640) foi marcado pela expansão da colonização para o
interior, pela conquista do litoral setentrional norte, pela expansão bandeirante e pela ocupação das
terras além da linha fixada pelo Tratado de Tordesilhas.
− processou-se fundamentalmente de acordo com as necessidades econômicas da Colônia e de
Portugal.

3. FATORES DA EXPANSÃO:
− a expansão oficial: conquista militar do litoral setentrional e colonização do Amazonas;
− a pecuária;
− o bandeirismo;
− a mineração;
− os jesuítas: missões;
− a Colônia do Sacramento (1680).

4. A EXPANSÃO OFICIAL:
· Conquista do litoral setentrional (acima de Pernambuco):
− através de tropas militares para expulsar os franceses e seus aliados indígenas que faziam entre si
o escambo (pau-brasil, pimenta-nativa, algodão nativo).
· Colonização do Amazonas:
− através de tropas militares para expulsar os ingleses e holandeses, que exploravam as “drogas do
sertão” (cacau, baunilha, guaraná, cravo, pimenta, castanhas, ervas aromáticas e medicinais), e de
expedições exploradoras.

5. A PECUÁRIA:
* responsável pela ocupação do sertão do Nordeste e do Sul.
· Pecuária bovina no Nordeste: avanço do gado rumo ao sertão.
− atividade econômica complementar: lavoura canavieira e mineração.
− funções para o engenho: alimento, força de tração animal e meio de transporte.
− inicialmente criado nos engenhos do litoral baiano e pernambucano, o gado penetrou para os
sertões a partir do século XVII.

* Motivos do deslocamento do gado do litoral para o interior:
− crescente expansão da grande lavoura açucareira: o gado estragava as plantações de cana-de-
açúcar;
− necessidade de maior espaço para o plantio da cana: as terras deveriam ser usadas para o plantio
de cana e não para pastagens;
− importância econômica inferior da pecuária.

* Ocupação do sertão nordestino: processo pecuarista de colonização e expansão do interior do
Brasil.
− Rio São Francisco: “Rio dos Currais” - nas suas margens, surgiram várias fazendas de gado.
− a fazenda de gado exigia pouco capital e pouca mão-de-obra.
− o trabalhador era geralmente livre: vaqueiro - recebiam um pequeno salário e um quarto das crias
(após cinco anos de trabalho).
− o fazendeiro e o vaqueiro mantinham um relacionamento amistoso e o vaqueiro, com o tempo,
podia se tornar um fazendeiro (cabeças de gado que recebia e a abundância de terras).
− muitas feiras e fazendas de gado deram origem a vários núcleos de povoamento: centros urbanos.
− o gado realizou a integração de diferentes regiões econômicas.
− atividade econômica voltada para o mercado interno.
− abastecimento da região mineradora: séc. XVIII.
− o couro: matéria-prima fundamental.
− diversificação econômica: couro, leite, carne.

· Pecuária no Sul:
− atividade complementar a da mineração: séc. XVIII.
− gado muar e bovino: vivendo em estado selvagem desde a destruição de missões jesuíticas pelas
bandeiras no século XVII.
− tropas de mula: abastecimento das regiões mineiras.
− estâncias (fazendas): fundadas por paulistas.
− produção de charque (carne-seca).
− os peões boiadeiros viviam submetidos à rigidez da fiscalização dos capatazes e jamais teriam
condições de montar sua própria fazenda.




6. BANDEIRISMO:

· Conceito:
− expedições que penetravam no interior com o objetivo de procurar riquezas (índios para serem
escravizados e metais e pedras preciosas).
· Centro irradiador das Bandeiras:
− a Capitania de São Vicente.

+ Motivo:
− a pobreza econômica da capitania, devido ao fracasso da lavoura de exportação e o seu
isolamento político.
· Ciclos:
− Ouro de Lavagem;
− Caça ao Índio;
− Ouro de Mina;
− Sertanismo de Contrato.

* Ciclo do Ouro de Lavagem:
− zona litorânea.
− Curitiba: Heliodoro Eobanos - ouro de aluvião.
− São Roque: Afonso Sardinha - ouro de aluvião.

* Ciclo da Caça ao Índio ou de apresamento ou de preação:
+ Motivos: necessidade de mão-de-obra.
− aumento da produtividade agrícola.
− as invasões holandesas no Nordeste provocaram a dispersão dos escravos.
− os holandeses dominaram áreas de fornecimento de escravos na África.
+ Características:
− os paulistas passaram a apresar o índio para vendê-lo como escravo.
− missões jesuíticas: Tape, Itatim e Guairá - os índios já estavam aculturados, catequizados.
− bandeirantes: Antônio Raposo Tavares, Manuel Preto.




− decadência: a partir da segunda metade do século XVII, devido à extinção da maioria das missões
e a reconquista do monopólio do tráfico negreiro pelos portugueses após a expulsão do holandeses
do Brasil e da África.

* Ciclo do ouro e do diamante:
+ Motivos:
− a decadência da economia açucareira;
− o estímulo dado pela metrópole: financiamento, títulos e privilégios;
− a decadência do apresamento do índio.
+ Características:
− áreas de exploração (prospecção): Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
− bandeirantes: Fernão Dias Pais, Antonio Rodrigues Arzão (descobriu ouro em Cataguases em
1693: primeira notícia oficial de descoberta de jazida de ouro), Antonio Dias de Oliveira (Ouro Preto),
Borba Gato (Sabará), Bernardo da Fonseca Lobo (diamantes no Arraial do Tijuco: Diamantina),
Pascoal Moreira (Cuiabá) e Bartolomeu Bueno da Silva Filho (Goiás).

+ Monções:
− expedições fluviais de abastecimento das longínquas e de difícil acesso regiões do Mato Grosso e
Goiás;
− os bandeirantes utilizavam os rios como caminhos naturais: pousadas e roças nas margens.

* Ciclo do Sertanismo de Contrato:
− Bandeiras contratadas por autoridades e senhores de fazendas, principalmente do Nordeste (BA e
PE) para combaterem índios rebelados e negros dos quilombos.
− bandeirante: Domingos Jorge Velho → destruição do Quilombo dos Palmares.




7. COLÔNIA DO SACRAMENTO (1680):
− fundação de uma colônia portuguesa no estuário do rio da Prata, quase em frente a Buenos Aires.




• Motivos:
− a pecuária;
− o comércio do couro;
− o contrabando;
− o interesse nas regiões mineradoras do Peru e Bolívia;
− os interesses ingleses.

• Reação Espanhola:
− reação dos colonos de Buenos Aires e da Coroa Espanhola: invasões à Colônia do Sacramento,
fundação dos Sete Povos das Missões (RS) e assinatura de tratados de limites.

• Tratados de Limites e Formação de Fronteiras:
* Tratado de Lisboa (1681):
− a Espanha reconhecia a posse portuguesa da Colônia do Sacramento.

* Tratado de Utrecht (1715):
− a Espanha é obrigada, mais uma vez, a ceder a Colônia do Sacramento para Portugal.

* Tratado de Madri (1750):
− definia a posse, de direito e de fato, das terras efetivamente ocupadas por Portugal além dos
limites de Tordesilhas.
− não houve participação da Igreja.
− princípio: uti possidetis, uta possideatis (quem possui de fato deve possuir de direito) → a terra
pertence por direito a quem a ocupa → Alexandre de Gusmão.
− a Espanha reconhecia a posse portuguesa de todas as terras efetivamente ocupadas por
portugueses além da linha de Tordesilhas e cedia a Portugal a região dos Sete Povos das Missões.
− Portugal devolveria à Espanha a Colônia do Sacramento.
− por este tratado, o Brasil assumiu, praticamente, sua atual configuração geográfica.




+ Guerras Guaraníticas: 1750 - 1767
− revolta dos índios dos Sete Povos das Missões, liderados pelos jesuítas.
− motivos: os jesuítas não concordavam com a entrega dos Sete Povos das Missões para os
portugueses e os índios suspeitavam de uma possível ocupação de suas terras e da escravização.
− repressão portuguesa: a população de Sete Povos das Missões foi chacinada pela tropas
portuguesas; expulsão dos jesuítas das colônias portuguesas e de Portugal (1759).
Destaque: cacique Sepé Tiaraju.

* Tratado de El Pardo (1761):
− anulava o Tratado de Madri e a Colônia do Sacramento voltava para Portugal.

* Tratado de Santo Ildefonso (1777):
− a Colônia do Sacramento e os Sete Povos das Missões foram devolvidos para a Espanha.

* Tratado de Badajós (1801):
− confirmava os limites estabelecidos pelo Tratado de Madri.
A ECONOMIA MINERADORA (SÉC. XVIII)

1. CONTROLE ADMINISTRATIVO:

• Regimento de 1702:
− a mineração era rigidamente controlada pela metrópole: política fiscal e controle absoluto sobre a
mineração.
− a exploração era livre, mas os mineradores deveriam submeter-se às autoridades da Coroa e
pagar os impostos.

+ Intendência das Minas:
− órgão responsável pelo policiamento, fiscalização e direção da exploração das jazidas, além de
funcionar como um tribunal, e de ser responsável pela cobrança dos impostos.
− todas as minas pertenciam ao rei e o descobridor de uma jazida deveria comunicar à Intendência,
caso contrário seria preso e julgado.
− a mina, depois de descoberta, era dividida pela Intendência em lotes (datas): as duas primeiras
datas eram escolhidas pelo descobridor da mina, a terceira data era reservada para a Coroa e
depois leiloada e as demais datas eram distribuídas com os interessados que tivessem maior
número de escravos.




2. TIPOS DE EXTRAÇÃO:
• Faiscação (Faisqueira):
− pequena extração: no leito dos rios e riachos.
− garimpeiro: geralmente um trabalhador livre que trabalhava isoladamente.
• Lavra (Jazidas):
− mina: grande unidade de extração.
− volume razoável de capital.
− numerosa mão-de-obra escrava.

3. A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES:
− descobridor: o bandeirante Bernardo da Fonseca Lobo (1729).
− local: Vale do rio Jequitinhonha → Arraial do Tijuco → Diamantina (MG).
− Regimento dos Diamantes (1730).
* Distrito Diamantino: rígida fiscalização
+ Tipos de Extração:
− a Coroa concedia a particulares o direito de extração e estes pagariam taxas e impostos.
− a Coroa passou a conceder o direito de extração a um único individuo: o contratador.
− o monopólio régio sobre a extração: a região foi fechada e a circulação das pessoas era
controlada.
4. OS IMPOSTOS: carga tributária onerosa e opressiva.
• Quinto: 20% do ouro extraído.
• Casas de Fundição (1719):
− criadas com o objetivo de evitar o contrabando e a sonegação fiscal: facilitar a cobrança do quinto.
− o ouro em pepita e em pó era fundido em barras timbradas com o selo real e quintadas.
• capitação: 17g de ouro por escravo.
• fintas: quotas anuais (100 arrobas).
• derrama: cobrança complementar e violenta do imposto (quinto) atrasado.

5. DESTINO DO OURO BRASILEIRO:
• Tratado de Methuen (1703): Tratado de Panos e Vinhos.
− assinado entre Portugal e Inglaterra.
− estipulava que Portugal teria vantagens alfandegárias na venda de vinhos para a Inglaterra e esta
teria vantagens alfandegárias na venda de manufaturados para Portugal: grande desvantagem
comercial para os portugueses.
− grande parte do ouro brasileiro serviu para a Coroa pagar suas dívidas e cobrir os prejuízos da
balança comercial deficitária.
+ Consequências:
− Portugal tornou-se um país exclusivamente agrário;
− o desenvolvimento manufatureiro foi prejudicado;
− submissão de Portugal ao capital inglês.

6. A DECADÊNCIA DA MINERAÇÃO:
• Fatores:
− o esgotamento das jazidas: ouro de aluvião;
− o baixo nível técnico;
→ a economia colonial entrou novamente em crise.

7. CONSEQUÊNCIAS:
− crescimento demográfico;
− desenvolvimento da vida urbana;
− crescimento do comércio e do artesanato: mercado interno;
− integração entre diferentes regiões do Brasil com a zona mineradora;
− aparecimento de uma camada social média;
− uma certa mobilidade social;
− piores condições de vida e de trabalho para os negros escravos;
− crescimento das atividades intelectuais e culturais: arquitetura, escultura, música religiosa, poesia,
contato com as idéias iluministas → barroco → Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa,
Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto;
− crescimento da mão-de-obra livre;
− conflitos: Guerra dos Emboabas, Revolta de Filipe dos Santos, Inconfidência Mineira, quilombos
(Rio das Mortes em Minas Gerais e o de Carlota no Mato Grosso).

8. A ÉPOCA POMBALINA (1750-1777): Despotismo Esclarecido
− Marquês de Pombal: ministro do rei D. José I;
− buscou salvar Portugal da dependência inglesa;
    − desejava anular os efeitos desastrosos do Tratado de Methuen para a economia portuguesa;
    − estimulou as manufaturas portuguesas;
    − proibiu a exportação de ouro;
    − combateu vigorosamente o contrabando;
    − criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e da Companhia de Comércio de
    Pernambuco: visava racionalizar a exploração da colônia para recompor a economia da metrópole →
    monopólio do comércio e da navegação;
    − centralismo e fortalecimento do Estado metropolitano: choque com parcela da nobreza e com a
    Companhia de Jesus;
    − expulsou os jesuítas (1759): acusava-os de constituírem um império em terras brasileiras;
    − escolas régias: professores leigos;
    − reforma na Universidade de Coimbra: ciências exatas, naturais e jurídicas;
    − transferência da capital do Estado do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro;
    − política colonial marcada pelos excessos e abusos: política fiscal rígida e opressiva;
    − instituiu a derrama.


                            MOVIMENTOS NATIVISTAS (SÉC. XVII E XVIII)

1. DEFINIÇÃO:
− reações ao domínio metropolitano nos séculos XVII e XVIII.

2. MOTIVOS:
− a forma de exploração econômica pelo sistema colonial;
− o crescimento demográfico colonial;
− o opressivo sistema tributário metropolitano;
− os monopólios;
− a formação de grupos sociais que passam a protestar contra a exploração metropolitana.

3. CARACTERIZAÇÃO:
− não havia consciência completa da exploração colonial e sim de alguns aspectos que prejudicavam
  a classe dominante colonial;
− eram movimentos locais;
− nunca levaram à contestação do pacto colonial como um todo;
− nunca chegaram a formular um projeto de separação política e sempre buscaram, junto à metrópole,
  a legitimação para as suas medidas reivindicatórias;
− eram movimentos reformistas.

4. OS MOVIMENTOS NATIVISTAS:

• Revolta de Beckman (MA-1684):
+ Motivos: os abusos cometidos pelo opressivo monopólio exercido pela Companhia de Comércio do
Maranhão, a falta de mão-de-obra negra, o impedimento de escravizar os índios, o choque dos colonos
(fazendeiros) com os jesuítas (devido à escravização dos índios) e a concorrência (fazendeiros e jesuítas)
na exploração das “drogas do sertão”.

• Guerra dos Emboabas (MG-1709):
+ Motivos: a presença de forasteiros (emboabas) na região das minas, que passaram a controlar o
comércio e a tornarem-se donos de minas, prejudicando os vicentinos, os primeiros descobridores das
minas.

• Guerra dos Mascates (PE-1710):
+ Motivos: choque de interesses entre a aristocracia rural de Olinda (decadente) e os comerciantes ou
mascates de Recife (próspera e urbanizada) e a elevação desta a categoria de vila, separando-a de
Olinda, além das dívidas dos senhores de engenho.




• Revolta de Vila Rica ou de Filipe dos Santos (MG-1720):
+ Motivos: as Casas de Fundição, o aumento da exploração colonial e o monopólio dos reinóis sobre o
comércio.




5. SIGNIFICADOS:
+ Estes movimentos serviram para:
− demonstrar o descontentamento da classe proprietária no Brasil, prejudicada com a dominação
portuguesa.
− mostrar que os interesses da aristocracia rural eram bem diferentes dos interesses portugueses.
− mostrar que o pacto colonial já não estava tão sólido.


                                      HISTÓRIA DA AMÉRICA

                                CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS

1. Incas:
- surgiram por volta do século XII, em função da reunião de povos sob o comando do grupo quíchua na
região peruana de Cuzco.
- poder político: o imperador (inca) era investido de autoridade religiosa e o Estado controlava a
sociedade.
- expansão imperial: os domínios do império estenderam-se do Equador ao norte do Chile.
- cidades: Cuzco (capital do império) e Machu Pichu (planejamento e arquitetura sofisticados).
- sociedade: servidão coletiva e hierarquizada (soberano, funcionários, sacerdotes e camponeses).
- administração:
       o império era dividido em quatro territórios comandados pelos após (chefes);
       o cada território subdividia-se em wamanis (províncias) sob o comando de um kuiricuk
           (governador);
       o os curacas (funcionários hereditários) recolhiam os impostos;
       o os ayllus (aldeias) eram comandadas pelos curacas e pelos camayocs.
- economia:
       o servidão coletiva;
       o as terras eram consideradas propriedade do imperador;
       o as aldeias pagavam impostos (mita: trabalho forçado dos aldeões – mitaios – na realização de
            obras públicas e outros serviços ao governo);
       o base agrária.

2. Maias:
- localização: península mexicana de Iucatã, Guatemala, Belize e Honduras.
- cidades-estados: Palenke, Tikal, Copan, El Tajin, Xochicalco, Colula.
- poder político: era exercido por um poderoso Estado e sua burocracia (administração e cobrança de
impostos).
- sociedade: servidão coletiva (camponeses) e o predomínio social cabia a uma elite militar e sacerdotal
de caráter hereditário.

3. Astecas:
- império que se estendia desde o oeste mexicano até o sul da Guatemala.
- capital: Mexihco – Tenochtitlán.
- os povos dominados eram obrigados a pagar tributos.
- organização política: centralização; império dividido em 38 províncias (império teocrático de regadio).
- economia: agrária; a posse da terra era comunal; as aldeias (calpulli) pagavasm tributos ao Estado.
- sociedade: nobres e sacerdotes, comerciantes e camponeses (servidão coletiva).
                              A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA

1. JUSTIFICATIVA:
- como pretexto para a exploração colonial, utilizou-se o argumento da necessidade de civilizar os povos
americanos, por meio da cultura européia e da fé cristã.
- acobertou-se a dominação dizimadora, justificando-a cmo um empreendimento comercial e de
cristianização.

2. A CONQUISTA:
- os conquistadores se utilizavam da pólvora e do cavalo , além de se valerem da fragiliade grupal das
tribos, divididas em facções muitas vezes rivais.
- Hernán Cortez: México (1520)
- Francisco Pizarro e Diogo Almagro: Peru (1530)

3. EXPLORAÇÃO:
- extração de prata e ouro (Bolívia, Peru e México);
- agricultura, criação de animais de tração, como mulas, produção de tecidos (Chile e Argentina).

4. FORMAS DE TRABALHO COMPULSÓRIO:
* a produção colonial foi organizada a partir da exploração da mão-de-obra indígena.
- mita: os índios trabalhavam nas minas por um prazo determinado e sob um pagamneto irrisório; foi
utilizado principalmente nas minas de prata de Potosí (Bolívia) e contribuiu para arruinar a estrutura
comunitária indígena e exterminar a população nativa.
- encomienda: exploração dos nativos como servos nos campos e nas minas; a exploração era
justificada como um pagamento de tributos, feito pelos índios em forma de serviços, por receberem
proteção e educação cristã.

5. SOCIEDADE:
* organizada com base na exploração estabelecida pelo mercantilismo (hierárquica):
- chapetones: espanhóis da metrópole que ocupavam altos postos militares e civis (justiça e
admnistração);
- clero;
- criollos: espanhóis nascidos na América (aristocracia colonial – grandes proprietários e comerciantes)
que, por constituírem a elite colonial, participavam das câmaras municipais (cidades mais importantes),
denominadas cabildos (ou ayuntamientos).
- mestiços;
- índios;
- escravos negros
6. ADMINISTRAÇÃO COLONIAL:

* Conselho Real e Supremo das Índias:
- controlador da colonização;
- nomeação dos vice-reis;
- fiscalização administrativa.


* Casas de Contratação:
- responsável pelos negócios e arrecadação de impostos.

* Sistema de Porto Único:
- refere-se às ligasções comerciais entre metrópole e colônia.
- na América, os portos de saída das mercadorias eram Vera Cruz (México), Porto Belo (Panamá) e
Cartagena (Colômbia).
- na Espanha, a chegada era em Sevilha, depois Cádiz.

* Divisões Administrativas:
- Vice-reinados (4): importância econômica – Nova Espanha, Nova Granada, Peru e Prata, compostos de
intendências governadas por alcaides.
- Capitanias Gerais (4): áreas estratégicas – Cuba, Guatemala, Chile e Venezuela.
COLONIZAÇÃO INGLESA NA AMÉRICA

1. Início: 1584, 1585 e 1587, com três expedições sob o comando de Walter Raleigh.
- costa leste do atual EUA: Carolina do Norte e Virgínia (em homenagem à Elisabeth I).
- não alcançaram o sucesso esperado: os insistentes ataques indígenas arruinaram essa primeira
empresa colonizadora.

2. Edificação: só a partir de 1607 iniciou-se de forma definitiva e duradoura a colonização.
- motivos: consolidação da atividade colonial inglesa, criação de companhias de comércio, excedente
populacional, conflitos religiosos e políticos que estimularam a emigração de puritanos e quakers.

3. Treze Colônias:

* Norte: colônias de povoamento ( New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova
Jersey, Delaware, Nova York e Pensilvânia).
- economia autônoma, mercantil e manufatureira, não dependente da metrópole.
- conhecida como Nova Inglaterra, devido ao clima e às condições naturias semelhantes aos da Europa.
- colonizadores puritanos (peregrinos), vindos no navio Mayflower (1620): Massachusetts (cidade de
Plymouth).
- pequena e média propriedade agrícola: o trablhador era geralmente o próprio colono.
- diversificação da produção: agricultura, comércio, manufaturas e construção naval.
- relações comerciais com as Antilhas, áfrica e até com a Europa: comércios triangulares.
- relativa autonomia econômica e política.
- capitalização.

* Sul: colônias de exploração (Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia).
- Virgínia: primeira colônia inglesa fundada na América.
- economia agrícola: tabaco, índigo (anil), arroz e algodão.
- produção para o mercado externo.
- plantation: monocultura, grandes propriedades, mão-de-obra escrava.




                                 COLONIZAÇÃO FRANCESA NA AMÉRICA

* CARACTERÍSTICAS:
- iniciou-se efetivamente no século XVII.
- ocupação do Norte da América: Canadá e faixa interior (dos Grandes Lagos ao México – Louisiana).
- ocupação de algumas ilhas das Antilhas (principal: Haiti, foi cedida à França pela Espanha em 1697; no
século XVIII, a região foi a mais próspera colônia francesa na América, graças à exportação de açúcar,
cacau e café.)
- Canadá: colonização baseada no extrativismo de madeiras, peles, na pesca e no comércio com os
indígenas.



                                COLONIZAÇÃO HOLANDESA NA AMÉRICA


* CARACTERÍSTICAS:
- criação da Companhia das Índias Ocidentais (1621): comércio e ocupação de áreas da América.
- invasões ao Nordeste brasileiro (União Ibérica e prejuízo com a interrupção do comércio do açúcar).
- ocupação de algumas ilhas nas Antilhas e Guiana (atual Suriname).
- fundação de Nova Amsterdam, rebatizada de Nova York após a conquista inglesa (séc. XVIII).

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  • 1. HISTÓRIA DO BRASIL A COMUNIDADE INDÍGENA DO BRASIL PRÉ-CABRALINO 1. O TERMO ÍNDIO: − o termo índio nasceu de um engano histórico: ao desembarcar na América, o navegador Cristóvão Colombo chamou seus habitantes de índios, pois pensava ter chegado nas Índias. − outras designações para o habitante da América pré-colombiana: aborígene, ameríndio, autóctone, brasilíndio, gentio, íncola, “negro da terra”, nativo, bugre, silvícola, etc. − o termo índio designa quem habitava e ainda habita as terras que receberiam o nome de América. 2. DIVERSIDADE CULTURAL: − os diferentes povos indígenas do Brasil (Pindorama ou Piratininga), a exemplo dos demais índios da América, tinham maneiras próprias de organizar-se: diferentes modos de vida, línguas e culturas. 3. NAÇÕES INDÍGENAS: + Classificação: baseada em critérios linguísticos. · Tupi: litoral. · Jê ou Tapuia (Macro-Jê): Planalto Central. · Nuaruaque: bacia Amazônica. · Caraíba: norte da bacia Amazônica. 4. ORGANIZAÇÃO SOCIAL: · Regime de Comunidade Primitiva − igualdade social. − relação coletiva com a terra. − divisão do trabalho por sexo e idade. − socialização das técnicas de produção. − distribuição igualitária. − pequeno desenvolvimento tecnológico. − produção voltada para o autoconsumo. − era muito pequena a produção de excedente. − habitação: malocas (ocas) − aldeia (taba) − tribo − nação. Oca = casa comunal − nomadismo e semi-nomadismo. − atividades econômicas: caça, pesca, coleta e agricultura. − instrumentos rudimentares. − religião: politeísta  Pajé=sacerdote. − política: chefe de maloca – Conselho − chefe da aldeia (principal, cacique ou morubixaba). − a guerra tinha muita importância e era fonte de prestígio e elevação de status. − costumes: -coivara: queimada. -couvade: resguardo do pai da criança. -antropofagia: ritual. -dar presentes: generosidade na distribuição de bens. -casamento:poligênico (o homem ter mais de uma mulher) e poliândrico (mulher casada com vários homens).
  • 2. O DESCOBRIMENTO DO BRASIL 1. PEDRO ÁLVARES CABRAL: − navegador português. − a esquadra enviada por D. Manuel, rei de Portugal, às Índias, tinha como objetivo estabelecer uma sólida relação comercial e política com os povos do Oriente. − 22 de abril de 1500: Cabral oficializa a posse de Portugal sobre o Brasil. − o Descobrimento do Brasil fez parte de um processo mais amplo de expansão marítima, comercial e territorial realizada pelos europeus no início da Idade Moderna, ou seja, o descobrimento do Brasil e sua colonização devem ser analisados como uma etapa do desenvolvimento comercial europeu. − Nomes: Monte Pascoal  Ilha de Vera Cruz  Terra de Santa Cruz  Brasil ("terra abençoada", em celta-irlandês; nome já constava em mapas medievais dos séculos XIV e XV). · Controvérsias sobre o descobrimento: + casualidade ou intencionalidade ? + descobrimento, conquista , encontro de culturas ou achamento ? *Hipótese mais aceita: intencionalidade e conquista. - razões: conhecimentos náuticos portugueses; Tratado de Tordesilhas (1494). PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530) 1. CONCEITO: − período (1500-30) em que Portugal não se interessa pela efetiva colonização do Brasil, em função deste não preencher os seus interesses mercantilistas (metais e comércio). 2. MOTIVOS DO DESINTERESSE DE PORTUGAL PELA COLONIZAÇÃO: − os portugueses não encontraram, no Brasil, sociedades organizadas com base na produção para mercados; − o Brasil não oferecia metais preciosos nem produtos para o comércio; − a crise demográfica portuguesa; − Portugal estava concentrado em torno do comércio oriental. 3. CARACTERÍSTICAS: − durante esse período, Portugal limitou-se a enviar para o Brasil expedições de reconhecimento e de defesa, iniciando a extração do pau-brasil. 4. EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS: · Gaspar de Lemos (1501); · Gonçalo Coelho (1503). + objetivos: fazer o reconhecimento geográfico e verificar as possibilidades de exploração econômica da nova terra descoberta. + resultados: denominação dos acidentes geográficos e constatação da existência de pau-brasil.
  • 3. 5. EXPEDIÇÕES GUARDA-COSTEIRAS: · Cristóvão Jacques (1516-1526). + objetivos: policiar o litoral e expulsar os contrabandistas. 6. EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL: − primeira atividade econômica portuguesa no Brasil → exploração e comércio da madeira de tinturaria. − atividade extrativa, assistemática e predatória. − estanco: monopólio régio ; uma limitação ao exercício de uma atividade econômica, salvo o seu desempenho pela Coroa ou a quem esta delegasse. - escambo: tipo de relação de trabalho onde há troca de serviço/mercadoria por outra mercadoria; o corte e o transporte da madeira eram feitos pelos indígenas que, em troca, recebiam bugigangas. − feitorias: eram os depósitos que armazenavam as toras de pau-brasil. ↳ não geraram povoamento. 1502 - arrendamento da extração de pau-brasil, por três anos, a Fernão de Noronha (cristão-novo), 1º capitão-donatário do Brasil. PERÍODO COLONIAL O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO (1530) 1. MOTIVOS: − a constante e crescente presença francesa no litoral do Brasil: ameaça à posse portuguesa; − a decadência do comércio das Índias: problemas financeiros; − a descoberta de metais preciosos na América Espanhola (prata no Peru, ouro no México). 2. A EXPEDICÃO COLONIZADORA DE MARTIM AFONSO DE SOUSA (1531): · Objetivo: lançar os fundamentos da ocupação efetiva da terra, estabelecendo núcleos de povoamento (povoar a terra, defendê-la, organizar sua administração e sistematizar a exploração econômica, ou seja, colonizar). − colonizar: ocupar um região para explorá-la economicamente. · Ação colonizadora: − instalação do primeiro núcleo de povoamento português no Brasil:a vila de São Vicente (1532); − implantação da primeira unidade produtora de açúcar no Brasil: o Engenho do Senhor Governador ou São Jorge dos Erasmos (1533); − introdução das primeiras cabeças de gado; − início da utilização de escravos africanos.
  • 4. ADMINISTRAÇÃO COLONIAL 1. SIGNIFICADO: + a organização político-administrativa do Brasil-Colônia estava calcada na divisão territorial em Capitanias, no estabelecimento dos Governos Gerais e na criação das Câmaras Municipais; + atendia às necessidades inerentes à relação Metrópole-Colônia: − promover a ocupação territorial do Brasil através do povoamento; − evitar gastos supérfluos com o envio de funcionários da Metrópole para a Colônia; − possibilitar a efetivação do interesses mercantilistas metropolitanos; − defender a colônia dos ataques e invasões das potências rivais. 2. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534): · Objetivo: acelerar a efetiva colonização do Brasil, transferindo para particulares os encargos da colonização. · Funcionamento: Portugal buscava atrair os interesses de alguns nobres portugueses pelo Brasil, dando a eles direitos e poderes sobre a terra e transformando-os em donatários das capitanias. · Documentos: + Carta de Doação: estipulava a concessão da capitania ao donatário. + Foral: determinava os direitos e deveres dos donatários e funcionava como um código tributário. − os donatários recebiam poderes políticos, judiciários e administrativos, de que lhes advinham vantagens econômicas. − fundação de vilas, concessão de sesmarias, redízima (1/10) das rendas da Coroa, vintena (5%) sobre o valor do pau-brasil e da pesca, cobrança de tributos sobre todas as salinas, moendas de água e engenhos (só podiam ser construídos com a sua licença). · Características: − processo de colonização descentralizado: sistema político-administrativo descentralizado; − os donatários recebiam as capitanias não como proprietários, mas como administradores (posse); − as capitanias eram hereditárias, indivisíveis, intransferíveis e inalienáveis; − os donatários deveriam arcar com as despesas da colonização; − o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias (grandes lotes de terras) entre os donatários; − para fins administrativos, a capitania no Brasil se dividia em comarcas, as comarcas em termos, e os termos em freguesias; − sistema já utilizado por Portugal nas suas ilhas atlânticas: Açores, Madeira e Cabo Verde. · Capitanias que prosperaram: − São Vicente (Martim Afonso de Sousa): auxílio da Coroa Portuguesa ; devido ao fracasso da lavoura de exportação (distância da metrópole e concorrência nordestina), foi lentamente regredindo para uma lavoura de subsistência. − Pernambuco (Duarte Coelho): excelente administração, aliança com os índios, financiamento do capital flamengo (holandês) e desenvolvimento do agromanufatura açucareira. · Fracasso do Sistema: + Fatores: − as dificuldades encontradas na empresa de colonização; − a falta de recursos dos donatários (inviabilidade da colonização, baseada exclusivamente no capital particular); − a descentralização (choque com os interesses do Estado absolutista português); − os ataques dos índios; − a distância da metrópole; − a falta de comunicação entre as capitanias; − a má administração e a falta de interesse dos donatários. 3. GOVERNO GERAL (1548): · Motivo: o fracasso do sistema de Capitanias ( falta de recursos e descentralização). · Objetivos: centralizar a administração e dar apoio às capitanias. · Características: − as capitanias não foram extintas; com o tempo, as capitanias foram passando para o domínio real, porque Portugal ou as confiscava por abandono, ou as comprava dos herdeiros. Contudo, a última capitania só desapareceu em 1759, por determinação do marquês de Pombal. − os donatários passaram a prestar obediência ao governador-geral. − o governador era o representante do rei na colônia. · Documento: + Regimento de 1548: conjunto de leis que determinava as funções administrativa, judicial, militar e tributária do governador-geral.
  • 5. · Assessores: − ouvidor-mor: Justiça; − provedor-mor: Finanças (negócios da Fazenda); − capitão-mor: defesa da costa; − alcaide-mor: chefe da milícia. · Governadores-gerais: + Tomé de Sousa (1549-53): − a Bahia foi transformada em Capitania Real do Brasil e passou a ser sede do Governo Geral; − fundação da primeira cidade (Salvador); − fundação do primeiro bispado do Brasil; − fundação do primeiro colégio; − incentivo à agricultura e à pecuária; − alguns jesuítas vieram chefiados por Manuel da Nóbrega. + Duarte da Costa (1553-58): − conflito com o bispo Pero Fernandes Sardinha; − invasão francesa no Rio de Janeiro: fundaram a França Antártica (1555); − fundação do Colégio de São Paulo (25.01.1554): José de Anchieta e Manuel da Nóbrega. + Mem de Sá (1558-72): − fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (01.03.1565): Estácio de Sá; − expulsão do franceses em 1567; − reunião dos índios em missões (reduções). 4. CÂMARAS MUNICIPAIS: + responsáveis pela administração dos municípios (cidades e vilas): pelourinho. − conservação das ruas, limpezas da cidade e arborização; − construção de obras públicas: estradas, pontes, calçadas e edifícios; − regulamentação dos ofícios, do comércio, das feiras e mercados; − abastecimento de gêneros e cultura da terra. + representavam o poder local (o verdadeiro poder político colonial): o poder dos proprietários de terras, de engenhos e de escravos - os “homens bons”. + composição: almocatéis (fiscalizavam o cumprimento da lei), procurador (representante judicial), vereadores (“homens bons”) e um juiz (ordinário ou de fora). + atuaram principalmente no Nordeste açucareiro. + tiveram seus poderes reduzidos a partir de 1642, com a criação do Conselho Ultramarino: centralização administrativa. 5. DIVISÕES ADMINISTRATIVAS DO BRASIL: − 1572 : Governo do Norte: sede em Salvador - Luís de Brito Governo do Sul: sede no Rio de Janeiro - Antonio Salema. − 1578: unificação com Lourenço da Veiga. − 1580-1640: a estrutura político-administrativa do Brasil colonial sofreu mudanças com a ascensão dos Felipes ao trono português; − 1621: Estado do Maranhão: sede em São Luís, mais tarde transformado em Estado do Grão- Pará e Maranhão, com sede em Belém. Estado do Brasil: sede em Salvador e, a partir de 1763, com sede no Rio de Janeiro. − 1774: nova unificação. 6. ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA: + a administração eclesiástica acompanhou no Brasil Colonial a própria evolução administrativa da Colônia: − a criação de capitanias, comarcas e freguesias eram acompanhadas pela criação de prelazias, dioceses e paróquias. − a Igreja Católica teve papel relevante no processo de colonização: catequização do índio pelos jesuítas e a utilização dos silvícolas como mão-de-obra nas propriedades da Companhia de Jesus. − o ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os colonos referia-se à escravização dos indígenas e, em especial, à forma de atuar dos bandeirantes, e, no norte da Colônia, também devido à exploração das “drogas do sertão”. − os jesuítas pretendiam criar uma "teocracia" na América Latina e monopolizar o controle dos indígenas.
  • 6. − os jesuítas, intimamente relacionados com a expansão européia e a realidade colonial, foram expulsos de Portugal e do Brasil no reinado de D. José I (na época do ministro Marquês de Pombal). + O projeto missionário e catequizador dos jesuítas: − os jesuítas atuaram em duas frentes: o trabalho missionário com os índios e a educação com a fundação dos colégios. − a legitimação da espoliação e da fraternidade cristã. − a simbiose da alegoria cristã e do pensamento mercantil. − o ardor da diplomacia cristã, mistura de veemência e ambiguidade. − os caminhos violentos e sedutores da pedagogia missionária: "missões" e conflitos com colonos e bandeirantes. + Educação: − na Educação, através das Ordens Religiosas, a Igreja monopolizou as instituições de ensino até o século XVIII. − a Companhia de Jesus foi instrumento fundamental para a evangelização das colônias americanas: − o ensino desenvolveu-se influenciado pela cultura religiosa do colonizador; − não conseguiram dissociar a evangelização do processo colonizador luso-brasileiro; − os jesuítas procuraram aprender as línguas indígenas; − os jesuítas pretenderam divulgar a fé, formando novos súditos tementes a Deus e obedientes ao rei; − os jesuítas catequizavam os indígenas e educavam os índios e colonos; − os jesuítas exerceram um papel de grande importância em relação à educação dos filhos dos grandes proprietários de escravos e terras até sua expulsão. Sua presença foi tão significativa que seus colégios constituíram-se enquanto marcos da ação colonizadora portuguesa na América; − contribuíram para amenizar as tensões entre indígenas e colonos; − os jesuítas tinham por objetivo promover a Igreja Católica e, para isso, acabaram por alterar a cultura indígena (aculturação dos indígenas, à medida que a colonização portuguesa se consolidava); − quanto à escravidão, tanto os jesuítas quanto a Igreja Católica, no período colonial, se limitavam ao repúdio às torturas e aos maus tratos, não havendo, porém, questionamento da escravidão enquanto instituição: as desigualdades terrenas são reconhecidas pelos jesuítas, que elegem como espaço de julgamento o fórum divino; − o negro foi excluído da catequese e do processo de educação, porque existia a crença de que o negro não tinha alma. A ECONOMIA AÇUCAREIRA (SÉC. XVI E XVII) 1. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL: − sistema de dominação da metrópole sobre a colônia: conjunto de relações políticas, econômicas, sociais, ideológicas e culturais. − um conjunto de normas e leis que regulam as relações metrópole-colônia, principalmente no campo econômico. · Pacto Colonial: − relação de domínio exclusivo do comércio colonial pela metrópole: monopólio. − também chamado “regime do exclusivo colonial”, denomina o sistema de monopólio comercial e controle econômico imposto pelas metrópoles às suas colônias nos Tempos Modernos (capitalismo comercial/mercantilismo). + O Sentido da Colonização: − o monopólio do comércio das colônias pela metrópole define o sistema colonial, porque é através dele que as colônias preenchem sua função histórica de produzir riquezas para o maior desenvolvimento econômico da metrópole: a colonização toma o aspecto de uma vasta empresa comercial destinada a explorar os recursos das colônias em proveito do comércio europeu. − monopólio: - as colônias são áreas complementares da economia metropolitana; - as colônias só podem comerciar com a metrópole: só podiam vender seus produtos para o grupo mercantil metropolitano; - as colônias não podem ter fábricas e são obrigadas a consumirem os produtos manufaturados da metrópole; - as colônias só podem produzir o que a metrópole não tem condições de fazer, nunca concorrer com ela; - as colônias devem produzir em larga escala, a baixos custos e com o máximo de lucratividade.
  • 7. 2. COLONIZAÇÃO DE BASE AGRÍCOLA: − colonização: desdobramento da expansão marítima e comercial européia; − a agricultura foi o recurso encontrado para a exploração do litoral brasileiro; − a colonização foi organizada em torno do cultivo da cana-de-açúcar; − valorização econômica das terras; − passou-se do âmbito da circulação de mercadorias para o da produção; − com a empresa açucareira, Portugal solucionava o seu problema de utilização econômica das suas terras americanas e o Brasil se integrava, como fonte produtora, aos mercados consumidores europeus; − colonização: instrumento de acumulação de capital na Europa. 3. MOTIVOS DA ESCOLHA DO AÇÚCAR: − existência de mercados consumidores na Europa; − a participação holandesa no financiamento, refino e distribuição do produto; − a experiência portuguesa; − a qualidade do solo (massapê) e as condições climáticas. 4. EMPRESA AÇUCAREIRA: − estrutura de empresa comercial exportadora. − empresa de base agrícola, destinada à exploração econômica e à colonização do litoral brasileiro, principalmente o nordestino (principal centro produtor). − o engenho: unidade de produção (moenda, casa-grande, senzala, capela, canaviais) ; exigia grandes investimentos. − tipos de engenho: os reais, movidos à água, e os trapiches, que utilizavam tração animal. − Nordeste: principal centro produtor (PE e BA). − trabalhadores livres: mestre do açúcar, feitor, lavradores contratados. − grupo flutuante formado por mestiços, mamelucos, rendeiros e agregados. − a montagem da empresa açucareira obedeceu ao sistema de plantation. · Plantation: + sistema de produção: − monocultura: especialização na produção de um artigo de real interesse no mercado europeu.
  • 8. − escravismo: utilização de numerosa força de trabalho compulsória (escrava): índia, depois africana. − latifúndio: grande propriedade de terra. −dependência externa: havia uma total ausência de autonomia dos produtores e a economia ficava atrelada ao mercado europeu e inteiramente voltada para o mercado externo. 5. SOCIEDADE COLONIAL AÇUCAREIRA: − uma sociedade caracterizada pelo caráter predominante do trabalhador escravo, base da economia colonial e do prestígio do grande proprietário. − uma sociedade conservadora, patriarcal, escravista, rural (agrária). − o engenho era o centro dinâmico de toda a vida colonial e onde a pouca vida urbana era mero prolongamento da vida rural. − uma organização social intimamente articulada à propriedade e à riqueza. + início do processo de miscigenação entre os três grandes grupos étnicos responsáveis pela formação da sociedade colonial brasileira: o índio americano, o branco europeu e o negro africano. • mulato: mestiço de branco com negro. • mameluco (caboclo): mestiço de índio com branco. • cafuzo: mestiço de negro com índio. 6. A ESCRAVIDÃO: + Motivos da utilização da mão-de-obra escrava: − a plantation exigia uma grande quantidade de trabalhadores. − crise demográfica portuguesa. − a inviabilidade da utilização da mão-de-obra branca, devido à sua escassez e ao seu custo. − os trabalhadores europeus não se sentiam atraídos em trabalhar na colônia: difíceis condições de trabalho. − os lucros proporcionados pelo tráfico de escravos. · Escravidão Indígena: − os índios foram utilizados como escravos no início da economia canavieira, contudo, demonstrou- se incompatível com a produção açucareira e foram substituídos pelos negros africanos. * Motivos da substituição do índio pelo negro na grande lavoura açucareira: − a imposição de um trabalho disciplinado, vigiado, forçado, ordenado, dinâmico, organizado e metódico chocou-se com a cultura indígena; − a alta lucratividade operada pelo tráfico negreiro, que, para ser mantida, necessitava manter a escravidão negra.
  • 9. * Consequências da Escravidão e da Colonização sobre os Índios: − massacre de milhares de índios; − ocupação de suas terras; − o contato do branco europeu com a comunidade indígena destruía a cultura do índio; − desestruturação do sistema produtivo e das instituições indígenas; − mortalidade em função de doenças contraídas dos brancos europeus. * Áreas Periféricas: − o escravismo indígena ocorria principalmente em áreas muito pobres, onde os colonos não tinham recursos para comprar escravos negros: São Vicente e Maranhão. · Escravidão Negra: − os negros foram introduzidos no Brasil a fim de atender às necessidades do colono branco, dos grupos mercantis e da Coroa Portuguesa.
  • 10. + Formas de Aquisição do Negro na África: − caça, captura e aprisionamento; − compra de africanos ao chefes locais (sobas): muitas tribos africanas passaram a escravizar outras para vendê-las aos traficantes em troca de bugigangas (vidro, facões, panos, fumo, rapadura, cachaça). + Tráfico Negreiro: − navios negreiros (tumbeiros) - 30% de mortalidade no transporte dos escravos. − banzo (depressão, saudade da terra natal). − marcados com ferro. − os negros (peças do gentio da Guiné) eram embarcados geralmente em Angola, Moçambique e Guiné e desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Navio negreiro + Grupos : − Sudaneses: oriundos da Nigéria, Daomé, Costa do Ouro (Ioruba, Jejes, Fanti-ashantis). − Bantos: divididos em dois grupos (angola-congoleses e moçambiques). − Malês: sudaneses islamizados. + Resistência do Negro à Escravidão: − evitando a reprodução; − suicidando-se; − matando feitores e capitães-do-mato; − fugindo; − formando quilombos. + Quilombos: − comunidades negras formadas por escravos que fugiam dos seus senhores e passavam a viver em liberdade. * Quilombo dos Palmares (1630 -1694): - localizava-se no atual estado de Alagoas, na Serra da Barriga. - o número de habitantes do quilombo cresceu durante a invasão holandesa em Pernambuco. - produziam e faziam um pequeno comércio com as aldeias próximas. - simbolizava a liberdade e, por isso, era uma atração constante para novas fugas de escravos. - representava uma ameaça à ordem escravocrata. - líder: Zumbi. - em 1694, foi destruído pelo paulista Domingos Jorge Velho, contratado pelos senhores nordestinos. - em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi morto numa emboscada. 7. ATIVIDADES ECONÔMICAS COMPLEMENTARES:
  • 11. − paralelamente ao desenvolvimento da lavoura açucareira, desenvolveu-se na colônia um setor de subsistência responsável pela produção de gêneros, que vinham atender às necessidades básicas dos colonos e escravos: pecuária e cultivo do tabaco, algodão, mandioca, milho, feijão. · a mandioca era o principal produto agrícola de subsistência para o consumo interno: elemento básico da alimentação do brasileiro. · o fumo era o produto de exportação que servia para aquisição de escravos no mercado africano: cultivado em zonas restritas da Bahia e Alagoas. · o algodão era usado no fabrico de tecidos de baixa qualidade, destinados à confecção de roupas para os mais pobres e escravos: cultivados no Maranhão e Pernambuco. AS INVASÕES FRANCESAS 1. MOTIVOS: · O Tratado de Tordesilhas, que dividia o novo mundo descoberto entre Portugal e Espanha e marginalizava (excluía) as outras nações européias; · Interesses econômicos: o tráfico do pau-brasil, da pimenta nativa, do algodão nativo e produção de gêneros tropicais. 2. AS INVASÕES: · Rio de Janeiro (1555-1567): França Antártica. · Maranhão (1612-1615): França Equinocial. 3. A FRANÇA ANTÁRTICA: · Objetivos: − fundar uma colônia de exploração econômica; − abrigar os protestantes (huguenotes) que eram perseguidos pelas guerras de religião. · Comandante: − Nicolau Durand de Villegaignon. · Ocupação: − os franceses se instalaram nas ilhas de Serigipe, Paranapuã, Uruçumirim e Laje. − aliaram-se aos índios tamoios: formação da Confederação dos Tamoios. · Expulsão: − a Confederação dos Tamoios foi dissolvida (1563) por Nóbrega e Anchieta, que fizeram um acordo com os índios através do armistício de Iperoig (Ubatuba). − na expulsão dos franceses, o governador Mem de Sá contou com o auxílio de Estácio de Sá, dos índios Temininós (Araribóia) e pelos tamoios do sul. − fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (01.03.1565): Estácio de Sá. − os franceses são expulsos em 1567. 4. A FRANÇA EQUINOCIAL: · Objetivo:
  • 12. − fundar uma colônia de exploração econômica. · Comandante: − Daniel de La Touche. · Ocupação: − fundação da povoação de São Luís (homenagem ao rei francês Luís XIII). · Expulsão: − os franceses são expulsos em 1615 pelas tropas portuguesas comandadas por Jerônimo de Albuquerque e Alexandre de Moura. 5. A OCUPAÇÃO PORTUGUESA DO LITORAL ACIMA DE PERNAMBUCO: · Quando os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro, procuraram alojar-se no litoral acima de Pernambuco e foi da luta contra eles que iniciou o povoamento: − Paraíba: Filipéia de Nossa Senhora das Neves (1584) - João Pessoa. − Rio Grande do Norte: Forte dos Reis Magos (1599) - Natal. − Ceará: Forte de Nossa Senhora do Amparo (1613) - Fortaleza. − Pará: Forte do Presépio (1616) - Belém. AS INVASÕES HOLANDESAS 1. MOTIVOS: · a União das Monarquias Ibéricas (1580-1640): Portugal e suas colônias submetidos ao domínio espanhol - Juramento de Tomar (1581), feito por Filipe II da Espanha (respeito à particularismos portugueses, "asiento" - concessão da venda de escravos nas colônias espanholas da América à burguesia portuguesa); · os conflitos político-militares entre a Espanha e a Holanda: devido à separação da Holanda do domínio espanhol; · o Embargo Espanhol: proibição de quaisquer relações comerciais entre os holandeses e todas as áreas sob dominação espanhola. 2. REPERCUSSÕES DA UNIÃO DAS MONARQUIAS IBÉRICAS: · Brasil Filipino: − reforma da política fiscal: rigidez para evitar a corrupção e os desvios. − criação do Tribunal de Relação de Salvador: os colonos podiam apelar das sentenças - dinamizou a prática de justiça. − a colonização se expandiu no litoral ao norte de Pernambuco, chegando até o Amazonas: expansão oficial. − nova divisão política do Brasil (1621): criação do Estado do Maranhão (capitanias do Grão-Pará, Maranhão e Ceará). − invasões francesas: França Equinocial no Maranhão. − invasões holandesas: Bahia e Pernambuco. 3. OBJETIVOS: · romper o monopólio ibérico; · recuperar o comércio do açúcar; · controlar os centros produtores de açúcar; · estabelecer uma colônia de exploração econômica. 4. AS INVASÕES: · Os Holandeses na Bahia (1624-1625): − tentativa fracassada de conquista da Bahia (sede do Governo Geral do Estado do Brasil). − reação luso-brasileira, comandada pelo bispo D. Marcos Teixeira e por Matias de Albuquerque: guerrilhas. − as guerrilhas impediram o avanço holandês para o interior e, por isso, os holandeses só conquistaram a cidade de Salvador. − os holandeses são expulsos pelos colonos luso-brasileiros e pela esquadra luso-espanhola ("Jornada dos Vassalos"). · Os Holandeses em Pernambuco (1630-1654): − os holandeses se refizeram dos prejuízos da invasão da Bahia, saqueando navios que saíam do Brasil carregados de açúcar e aprisionando galeões espanhóis que saíam da América carregados de prata.
  • 13. − invasão e conquista de Pernambuco (maior centro açucareiro do Brasil, mas pouco guarnecido militarmente). − a resistência dos colonos, através de guerrilhas no interior, foi comandada por Matias de Albuquerque: impediram a imediata conquista holandesa de todo o Nordeste açucareiro. − o principal centro de resistência era o Arraial de Bom Jesus. − a “traição” de Calabar: este integrante das tropas de resistência passou para o lado holandês e indicou os focos (centros) de resistência dos colonos → os holandeses passam a ocupar áreas do litoral nordestino. − com a queda do Arraial do Bom Jesus (1635), os holandeses começam a efetivar a conquista do Nordeste. 5. CARACTERÍSTICAS DO DOMÍNIO HOLANDÊS: − as invasões tiveram um caráter exclusivamente mercantil: foram comandadas pela Companhia das Índias Ocidentais (WIC). − aliança com os senhores de engenho. − respeito às propriedades e à classe dominante colonial. − tolerância política e religiosa. − concessão de empréstimos aos senhores de engenho. 6. A ADMINISTRAÇÃO NASSOVIANA (1637-1644): · Conde João Maurício de Nassau: funcionário da WIC. − consolidou a dominação holandesa e o sistema produtor de açúcar. − criou facilidades de produção e comercialização do açúcar. − domínio do Nordeste brasileiro: do Maranhão até Sergipe. − criação da Câmara dos Escabinos: assembléia de representantes das várias câmaras municipais da região. − monopólio do mercado escravista: domínio de áreas portuguesas na África para garantir o fornecimento de escravos. − embelezamento e urbanização de Recife: pontes, palácios, jardins, pavimentação. − a vinda de intelectuais europeus: Franz Post, Piso, Marcgrave. 7. A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-1654): · a luta para expulsar os holandeses do Nordeste do Brasil. · motivos: + mudança da política colonial holandesa (WIC): − arrocho financeiro: aumento dos impostos, altos preços dos fretes e cobrança de pagamento dos empréstimos. − confisco de terras. * Nassau não concorda com esta política imposta pela WIC ao produtores brasileiros e pede demissão.
  • 14. · Líderes: André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias (negro) e pelo índio Poti (Filipe Camarão). · Batalhas: Monte das Tabocas (1645), Guararapes (1648 e 1649) e Campina da Taborda (1654). 8. CONSEQUÊNCIAS DA EXPULSÃO: − Tratado de Haia (1661): a Holanda recebia uma indenização (dinheiro, açúcar, tabaco e sal), a restituição de sua artilharia e favores no comércio do açúcar. − o auxílio inglês a Portugal nas lutas contra os espanhóis (1640 - Restauração = D. João IV) e contra os holandeses e a consequente aliança entre as Coroas inglesa e portuguesa resultaram na dependência da nação lusitana e do Brasil ao capital inglês. − crise na empresa açucareira brasileira, devido à concorrência do açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas: crise econômica no Brasil e crise política e econômica (financeira) em Portugal (saiu economicamente arruinado do domínio espanhol). 9. CONSELHO ULTRAMARINO (1642): + reorganização da administração do Brasil para obter maiores recursos e para garantir o real controle sobre a colônia. − limitar os poderes da aristocracia latifundiária. − centralização política-administrativa. − limitava o poder das Câmaras Municipais e dos “homens bons”: submissão às autoridades metropolitanas. − os juízes passaram a ser nomeados diretamente pelo rei: juízes de fora. − em 1720, o governo português elevou a colônia a vice-reinado e os governadores passaram a ser titulados vice-reis: visava aumentar a centralização e o controle do Brasil. − criação de companhias privilegiadas de comércio para manter um controle mais rígido sobre a economia: Companhia Geral de Comércio do Brasil e Companhia de Comércio do Estado do Maranhão. A EXPANSÃO TERRITORIAL 1. DEFINIÇÃO: − processo de expansão da colonização para o interior do Brasil, ultrapassando os limites de Tordesilhas e ampliando o território brasileiro, realizado nos séculos XVII e XVIII. 2. CONTEXTO HISTÓRICO: − o período do domínio espanhol (1580-1640) foi marcado pela expansão da colonização para o interior, pela conquista do litoral setentrional norte, pela expansão bandeirante e pela ocupação das terras além da linha fixada pelo Tratado de Tordesilhas. − processou-se fundamentalmente de acordo com as necessidades econômicas da Colônia e de Portugal. 3. FATORES DA EXPANSÃO: − a expansão oficial: conquista militar do litoral setentrional e colonização do Amazonas; − a pecuária; − o bandeirismo; − a mineração; − os jesuítas: missões; − a Colônia do Sacramento (1680). 4. A EXPANSÃO OFICIAL: · Conquista do litoral setentrional (acima de Pernambuco): − através de tropas militares para expulsar os franceses e seus aliados indígenas que faziam entre si o escambo (pau-brasil, pimenta-nativa, algodão nativo). · Colonização do Amazonas: − através de tropas militares para expulsar os ingleses e holandeses, que exploravam as “drogas do sertão” (cacau, baunilha, guaraná, cravo, pimenta, castanhas, ervas aromáticas e medicinais), e de expedições exploradoras. 5. A PECUÁRIA: * responsável pela ocupação do sertão do Nordeste e do Sul. · Pecuária bovina no Nordeste: avanço do gado rumo ao sertão. − atividade econômica complementar: lavoura canavieira e mineração. − funções para o engenho: alimento, força de tração animal e meio de transporte.
  • 15. − inicialmente criado nos engenhos do litoral baiano e pernambucano, o gado penetrou para os sertões a partir do século XVII. * Motivos do deslocamento do gado do litoral para o interior: − crescente expansão da grande lavoura açucareira: o gado estragava as plantações de cana-de- açúcar; − necessidade de maior espaço para o plantio da cana: as terras deveriam ser usadas para o plantio de cana e não para pastagens; − importância econômica inferior da pecuária. * Ocupação do sertão nordestino: processo pecuarista de colonização e expansão do interior do Brasil. − Rio São Francisco: “Rio dos Currais” - nas suas margens, surgiram várias fazendas de gado. − a fazenda de gado exigia pouco capital e pouca mão-de-obra. − o trabalhador era geralmente livre: vaqueiro - recebiam um pequeno salário e um quarto das crias (após cinco anos de trabalho). − o fazendeiro e o vaqueiro mantinham um relacionamento amistoso e o vaqueiro, com o tempo, podia se tornar um fazendeiro (cabeças de gado que recebia e a abundância de terras). − muitas feiras e fazendas de gado deram origem a vários núcleos de povoamento: centros urbanos. − o gado realizou a integração de diferentes regiões econômicas. − atividade econômica voltada para o mercado interno. − abastecimento da região mineradora: séc. XVIII. − o couro: matéria-prima fundamental. − diversificação econômica: couro, leite, carne. · Pecuária no Sul: − atividade complementar a da mineração: séc. XVIII. − gado muar e bovino: vivendo em estado selvagem desde a destruição de missões jesuíticas pelas bandeiras no século XVII. − tropas de mula: abastecimento das regiões mineiras. − estâncias (fazendas): fundadas por paulistas. − produção de charque (carne-seca). − os peões boiadeiros viviam submetidos à rigidez da fiscalização dos capatazes e jamais teriam condições de montar sua própria fazenda. 6. BANDEIRISMO: · Conceito: − expedições que penetravam no interior com o objetivo de procurar riquezas (índios para serem escravizados e metais e pedras preciosas).
  • 16. · Centro irradiador das Bandeiras: − a Capitania de São Vicente. + Motivo: − a pobreza econômica da capitania, devido ao fracasso da lavoura de exportação e o seu isolamento político. · Ciclos: − Ouro de Lavagem; − Caça ao Índio; − Ouro de Mina; − Sertanismo de Contrato. * Ciclo do Ouro de Lavagem: − zona litorânea. − Curitiba: Heliodoro Eobanos - ouro de aluvião. − São Roque: Afonso Sardinha - ouro de aluvião. * Ciclo da Caça ao Índio ou de apresamento ou de preação: + Motivos: necessidade de mão-de-obra. − aumento da produtividade agrícola. − as invasões holandesas no Nordeste provocaram a dispersão dos escravos. − os holandeses dominaram áreas de fornecimento de escravos na África. + Características: − os paulistas passaram a apresar o índio para vendê-lo como escravo. − missões jesuíticas: Tape, Itatim e Guairá - os índios já estavam aculturados, catequizados. − bandeirantes: Antônio Raposo Tavares, Manuel Preto. − decadência: a partir da segunda metade do século XVII, devido à extinção da maioria das missões e a reconquista do monopólio do tráfico negreiro pelos portugueses após a expulsão do holandeses do Brasil e da África. * Ciclo do ouro e do diamante: + Motivos: − a decadência da economia açucareira; − o estímulo dado pela metrópole: financiamento, títulos e privilégios; − a decadência do apresamento do índio. + Características: − áreas de exploração (prospecção): Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. − bandeirantes: Fernão Dias Pais, Antonio Rodrigues Arzão (descobriu ouro em Cataguases em 1693: primeira notícia oficial de descoberta de jazida de ouro), Antonio Dias de Oliveira (Ouro Preto), Borba Gato (Sabará), Bernardo da Fonseca Lobo (diamantes no Arraial do Tijuco: Diamantina), Pascoal Moreira (Cuiabá) e Bartolomeu Bueno da Silva Filho (Goiás). + Monções:
  • 17. − expedições fluviais de abastecimento das longínquas e de difícil acesso regiões do Mato Grosso e Goiás; − os bandeirantes utilizavam os rios como caminhos naturais: pousadas e roças nas margens. * Ciclo do Sertanismo de Contrato: − Bandeiras contratadas por autoridades e senhores de fazendas, principalmente do Nordeste (BA e PE) para combaterem índios rebelados e negros dos quilombos. − bandeirante: Domingos Jorge Velho → destruição do Quilombo dos Palmares. 7. COLÔNIA DO SACRAMENTO (1680): − fundação de uma colônia portuguesa no estuário do rio da Prata, quase em frente a Buenos Aires. • Motivos: − a pecuária; − o comércio do couro; − o contrabando; − o interesse nas regiões mineradoras do Peru e Bolívia; − os interesses ingleses. • Reação Espanhola: − reação dos colonos de Buenos Aires e da Coroa Espanhola: invasões à Colônia do Sacramento, fundação dos Sete Povos das Missões (RS) e assinatura de tratados de limites. • Tratados de Limites e Formação de Fronteiras:
  • 18. * Tratado de Lisboa (1681): − a Espanha reconhecia a posse portuguesa da Colônia do Sacramento. * Tratado de Utrecht (1715): − a Espanha é obrigada, mais uma vez, a ceder a Colônia do Sacramento para Portugal. * Tratado de Madri (1750): − definia a posse, de direito e de fato, das terras efetivamente ocupadas por Portugal além dos limites de Tordesilhas. − não houve participação da Igreja. − princípio: uti possidetis, uta possideatis (quem possui de fato deve possuir de direito) → a terra pertence por direito a quem a ocupa → Alexandre de Gusmão. − a Espanha reconhecia a posse portuguesa de todas as terras efetivamente ocupadas por portugueses além da linha de Tordesilhas e cedia a Portugal a região dos Sete Povos das Missões. − Portugal devolveria à Espanha a Colônia do Sacramento. − por este tratado, o Brasil assumiu, praticamente, sua atual configuração geográfica. + Guerras Guaraníticas: 1750 - 1767 − revolta dos índios dos Sete Povos das Missões, liderados pelos jesuítas. − motivos: os jesuítas não concordavam com a entrega dos Sete Povos das Missões para os portugueses e os índios suspeitavam de uma possível ocupação de suas terras e da escravização. − repressão portuguesa: a população de Sete Povos das Missões foi chacinada pela tropas portuguesas; expulsão dos jesuítas das colônias portuguesas e de Portugal (1759). Destaque: cacique Sepé Tiaraju. * Tratado de El Pardo (1761): − anulava o Tratado de Madri e a Colônia do Sacramento voltava para Portugal. * Tratado de Santo Ildefonso (1777): − a Colônia do Sacramento e os Sete Povos das Missões foram devolvidos para a Espanha. * Tratado de Badajós (1801): − confirmava os limites estabelecidos pelo Tratado de Madri.
  • 19. A ECONOMIA MINERADORA (SÉC. XVIII) 1. CONTROLE ADMINISTRATIVO: • Regimento de 1702: − a mineração era rigidamente controlada pela metrópole: política fiscal e controle absoluto sobre a mineração. − a exploração era livre, mas os mineradores deveriam submeter-se às autoridades da Coroa e pagar os impostos. + Intendência das Minas: − órgão responsável pelo policiamento, fiscalização e direção da exploração das jazidas, além de funcionar como um tribunal, e de ser responsável pela cobrança dos impostos. − todas as minas pertenciam ao rei e o descobridor de uma jazida deveria comunicar à Intendência, caso contrário seria preso e julgado. − a mina, depois de descoberta, era dividida pela Intendência em lotes (datas): as duas primeiras datas eram escolhidas pelo descobridor da mina, a terceira data era reservada para a Coroa e depois leiloada e as demais datas eram distribuídas com os interessados que tivessem maior número de escravos. 2. TIPOS DE EXTRAÇÃO: • Faiscação (Faisqueira): − pequena extração: no leito dos rios e riachos. − garimpeiro: geralmente um trabalhador livre que trabalhava isoladamente. • Lavra (Jazidas): − mina: grande unidade de extração. − volume razoável de capital. − numerosa mão-de-obra escrava. 3. A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES: − descobridor: o bandeirante Bernardo da Fonseca Lobo (1729). − local: Vale do rio Jequitinhonha → Arraial do Tijuco → Diamantina (MG). − Regimento dos Diamantes (1730). * Distrito Diamantino: rígida fiscalização + Tipos de Extração: − a Coroa concedia a particulares o direito de extração e estes pagariam taxas e impostos. − a Coroa passou a conceder o direito de extração a um único individuo: o contratador. − o monopólio régio sobre a extração: a região foi fechada e a circulação das pessoas era controlada.
  • 20. 4. OS IMPOSTOS: carga tributária onerosa e opressiva. • Quinto: 20% do ouro extraído. • Casas de Fundição (1719): − criadas com o objetivo de evitar o contrabando e a sonegação fiscal: facilitar a cobrança do quinto. − o ouro em pepita e em pó era fundido em barras timbradas com o selo real e quintadas. • capitação: 17g de ouro por escravo. • fintas: quotas anuais (100 arrobas). • derrama: cobrança complementar e violenta do imposto (quinto) atrasado. 5. DESTINO DO OURO BRASILEIRO: • Tratado de Methuen (1703): Tratado de Panos e Vinhos. − assinado entre Portugal e Inglaterra. − estipulava que Portugal teria vantagens alfandegárias na venda de vinhos para a Inglaterra e esta teria vantagens alfandegárias na venda de manufaturados para Portugal: grande desvantagem comercial para os portugueses. − grande parte do ouro brasileiro serviu para a Coroa pagar suas dívidas e cobrir os prejuízos da balança comercial deficitária. + Consequências: − Portugal tornou-se um país exclusivamente agrário; − o desenvolvimento manufatureiro foi prejudicado; − submissão de Portugal ao capital inglês. 6. A DECADÊNCIA DA MINERAÇÃO: • Fatores: − o esgotamento das jazidas: ouro de aluvião; − o baixo nível técnico; → a economia colonial entrou novamente em crise. 7. CONSEQUÊNCIAS: − crescimento demográfico; − desenvolvimento da vida urbana; − crescimento do comércio e do artesanato: mercado interno; − integração entre diferentes regiões do Brasil com a zona mineradora; − aparecimento de uma camada social média; − uma certa mobilidade social; − piores condições de vida e de trabalho para os negros escravos; − crescimento das atividades intelectuais e culturais: arquitetura, escultura, música religiosa, poesia, contato com as idéias iluministas → barroco → Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto; − crescimento da mão-de-obra livre; − conflitos: Guerra dos Emboabas, Revolta de Filipe dos Santos, Inconfidência Mineira, quilombos (Rio das Mortes em Minas Gerais e o de Carlota no Mato Grosso). 8. A ÉPOCA POMBALINA (1750-1777): Despotismo Esclarecido − Marquês de Pombal: ministro do rei D. José I;
  • 21. − buscou salvar Portugal da dependência inglesa; − desejava anular os efeitos desastrosos do Tratado de Methuen para a economia portuguesa; − estimulou as manufaturas portuguesas; − proibiu a exportação de ouro; − combateu vigorosamente o contrabando; − criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e da Companhia de Comércio de Pernambuco: visava racionalizar a exploração da colônia para recompor a economia da metrópole → monopólio do comércio e da navegação; − centralismo e fortalecimento do Estado metropolitano: choque com parcela da nobreza e com a Companhia de Jesus; − expulsou os jesuítas (1759): acusava-os de constituírem um império em terras brasileiras; − escolas régias: professores leigos; − reforma na Universidade de Coimbra: ciências exatas, naturais e jurídicas; − transferência da capital do Estado do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro; − política colonial marcada pelos excessos e abusos: política fiscal rígida e opressiva; − instituiu a derrama. MOVIMENTOS NATIVISTAS (SÉC. XVII E XVIII) 1. DEFINIÇÃO: − reações ao domínio metropolitano nos séculos XVII e XVIII. 2. MOTIVOS: − a forma de exploração econômica pelo sistema colonial; − o crescimento demográfico colonial; − o opressivo sistema tributário metropolitano; − os monopólios; − a formação de grupos sociais que passam a protestar contra a exploração metropolitana. 3. CARACTERIZAÇÃO: − não havia consciência completa da exploração colonial e sim de alguns aspectos que prejudicavam a classe dominante colonial; − eram movimentos locais; − nunca levaram à contestação do pacto colonial como um todo; − nunca chegaram a formular um projeto de separação política e sempre buscaram, junto à metrópole, a legitimação para as suas medidas reivindicatórias; − eram movimentos reformistas. 4. OS MOVIMENTOS NATIVISTAS: • Revolta de Beckman (MA-1684): + Motivos: os abusos cometidos pelo opressivo monopólio exercido pela Companhia de Comércio do Maranhão, a falta de mão-de-obra negra, o impedimento de escravizar os índios, o choque dos colonos (fazendeiros) com os jesuítas (devido à escravização dos índios) e a concorrência (fazendeiros e jesuítas) na exploração das “drogas do sertão”. • Guerra dos Emboabas (MG-1709):
  • 22. + Motivos: a presença de forasteiros (emboabas) na região das minas, que passaram a controlar o comércio e a tornarem-se donos de minas, prejudicando os vicentinos, os primeiros descobridores das minas. • Guerra dos Mascates (PE-1710): + Motivos: choque de interesses entre a aristocracia rural de Olinda (decadente) e os comerciantes ou mascates de Recife (próspera e urbanizada) e a elevação desta a categoria de vila, separando-a de Olinda, além das dívidas dos senhores de engenho. • Revolta de Vila Rica ou de Filipe dos Santos (MG-1720): + Motivos: as Casas de Fundição, o aumento da exploração colonial e o monopólio dos reinóis sobre o comércio. 5. SIGNIFICADOS: + Estes movimentos serviram para: − demonstrar o descontentamento da classe proprietária no Brasil, prejudicada com a dominação portuguesa. − mostrar que os interesses da aristocracia rural eram bem diferentes dos interesses portugueses. − mostrar que o pacto colonial já não estava tão sólido. HISTÓRIA DA AMÉRICA CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS 1. Incas: - surgiram por volta do século XII, em função da reunião de povos sob o comando do grupo quíchua na região peruana de Cuzco. - poder político: o imperador (inca) era investido de autoridade religiosa e o Estado controlava a sociedade. - expansão imperial: os domínios do império estenderam-se do Equador ao norte do Chile. - cidades: Cuzco (capital do império) e Machu Pichu (planejamento e arquitetura sofisticados).
  • 23. - sociedade: servidão coletiva e hierarquizada (soberano, funcionários, sacerdotes e camponeses). - administração: o império era dividido em quatro territórios comandados pelos após (chefes); o cada território subdividia-se em wamanis (províncias) sob o comando de um kuiricuk (governador); o os curacas (funcionários hereditários) recolhiam os impostos; o os ayllus (aldeias) eram comandadas pelos curacas e pelos camayocs. - economia: o servidão coletiva; o as terras eram consideradas propriedade do imperador; o as aldeias pagavam impostos (mita: trabalho forçado dos aldeões – mitaios – na realização de obras públicas e outros serviços ao governo); o base agrária. 2. Maias: - localização: península mexicana de Iucatã, Guatemala, Belize e Honduras. - cidades-estados: Palenke, Tikal, Copan, El Tajin, Xochicalco, Colula. - poder político: era exercido por um poderoso Estado e sua burocracia (administração e cobrança de impostos). - sociedade: servidão coletiva (camponeses) e o predomínio social cabia a uma elite militar e sacerdotal de caráter hereditário. 3. Astecas: - império que se estendia desde o oeste mexicano até o sul da Guatemala. - capital: Mexihco – Tenochtitlán. - os povos dominados eram obrigados a pagar tributos. - organização política: centralização; império dividido em 38 províncias (império teocrático de regadio). - economia: agrária; a posse da terra era comunal; as aldeias (calpulli) pagavasm tributos ao Estado. - sociedade: nobres e sacerdotes, comerciantes e camponeses (servidão coletiva). A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA 1. JUSTIFICATIVA: - como pretexto para a exploração colonial, utilizou-se o argumento da necessidade de civilizar os povos americanos, por meio da cultura européia e da fé cristã. - acobertou-se a dominação dizimadora, justificando-a cmo um empreendimento comercial e de cristianização. 2. A CONQUISTA: - os conquistadores se utilizavam da pólvora e do cavalo , além de se valerem da fragiliade grupal das tribos, divididas em facções muitas vezes rivais. - Hernán Cortez: México (1520) - Francisco Pizarro e Diogo Almagro: Peru (1530) 3. EXPLORAÇÃO: - extração de prata e ouro (Bolívia, Peru e México); - agricultura, criação de animais de tração, como mulas, produção de tecidos (Chile e Argentina). 4. FORMAS DE TRABALHO COMPULSÓRIO: * a produção colonial foi organizada a partir da exploração da mão-de-obra indígena. - mita: os índios trabalhavam nas minas por um prazo determinado e sob um pagamneto irrisório; foi utilizado principalmente nas minas de prata de Potosí (Bolívia) e contribuiu para arruinar a estrutura comunitária indígena e exterminar a população nativa. - encomienda: exploração dos nativos como servos nos campos e nas minas; a exploração era justificada como um pagamento de tributos, feito pelos índios em forma de serviços, por receberem proteção e educação cristã. 5. SOCIEDADE: * organizada com base na exploração estabelecida pelo mercantilismo (hierárquica): - chapetones: espanhóis da metrópole que ocupavam altos postos militares e civis (justiça e admnistração); - clero; - criollos: espanhóis nascidos na América (aristocracia colonial – grandes proprietários e comerciantes) que, por constituírem a elite colonial, participavam das câmaras municipais (cidades mais importantes), denominadas cabildos (ou ayuntamientos). - mestiços; - índios; - escravos negros
  • 24. 6. ADMINISTRAÇÃO COLONIAL: * Conselho Real e Supremo das Índias: - controlador da colonização; - nomeação dos vice-reis; - fiscalização administrativa. * Casas de Contratação: - responsável pelos negócios e arrecadação de impostos. * Sistema de Porto Único: - refere-se às ligasções comerciais entre metrópole e colônia. - na América, os portos de saída das mercadorias eram Vera Cruz (México), Porto Belo (Panamá) e Cartagena (Colômbia). - na Espanha, a chegada era em Sevilha, depois Cádiz. * Divisões Administrativas: - Vice-reinados (4): importância econômica – Nova Espanha, Nova Granada, Peru e Prata, compostos de intendências governadas por alcaides. - Capitanias Gerais (4): áreas estratégicas – Cuba, Guatemala, Chile e Venezuela.
  • 25. COLONIZAÇÃO INGLESA NA AMÉRICA 1. Início: 1584, 1585 e 1587, com três expedições sob o comando de Walter Raleigh. - costa leste do atual EUA: Carolina do Norte e Virgínia (em homenagem à Elisabeth I). - não alcançaram o sucesso esperado: os insistentes ataques indígenas arruinaram essa primeira empresa colonizadora. 2. Edificação: só a partir de 1607 iniciou-se de forma definitiva e duradoura a colonização. - motivos: consolidação da atividade colonial inglesa, criação de companhias de comércio, excedente populacional, conflitos religiosos e políticos que estimularam a emigração de puritanos e quakers. 3. Treze Colônias: * Norte: colônias de povoamento ( New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova Jersey, Delaware, Nova York e Pensilvânia). - economia autônoma, mercantil e manufatureira, não dependente da metrópole. - conhecida como Nova Inglaterra, devido ao clima e às condições naturias semelhantes aos da Europa.
  • 26. - colonizadores puritanos (peregrinos), vindos no navio Mayflower (1620): Massachusetts (cidade de Plymouth). - pequena e média propriedade agrícola: o trablhador era geralmente o próprio colono. - diversificação da produção: agricultura, comércio, manufaturas e construção naval. - relações comerciais com as Antilhas, áfrica e até com a Europa: comércios triangulares. - relativa autonomia econômica e política. - capitalização. * Sul: colônias de exploração (Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia). - Virgínia: primeira colônia inglesa fundada na América. - economia agrícola: tabaco, índigo (anil), arroz e algodão. - produção para o mercado externo. - plantation: monocultura, grandes propriedades, mão-de-obra escrava. COLONIZAÇÃO FRANCESA NA AMÉRICA * CARACTERÍSTICAS: - iniciou-se efetivamente no século XVII. - ocupação do Norte da América: Canadá e faixa interior (dos Grandes Lagos ao México – Louisiana). - ocupação de algumas ilhas das Antilhas (principal: Haiti, foi cedida à França pela Espanha em 1697; no século XVIII, a região foi a mais próspera colônia francesa na América, graças à exportação de açúcar, cacau e café.) - Canadá: colonização baseada no extrativismo de madeiras, peles, na pesca e no comércio com os indígenas. COLONIZAÇÃO HOLANDESA NA AMÉRICA * CARACTERÍSTICAS: - criação da Companhia das Índias Ocidentais (1621): comércio e ocupação de áreas da América. - invasões ao Nordeste brasileiro (União Ibérica e prejuízo com a interrupção do comércio do açúcar). - ocupação de algumas ilhas nas Antilhas e Guiana (atual Suriname). - fundação de Nova Amsterdam, rebatizada de Nova York após a conquista inglesa (séc. XVIII).