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ENTREVISTA
Restrições orçamentais
não travam acção aNorte
CONFERÊNCIA
Sector avança, apesar da
crise que o País enfrenta
VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PT
Este suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 2628,
de 14 de Novembro de 2013, e não pode ser vendido separadamente
n+negócios mais.
edição especial
Portugal é um país com muito potencial na área dos serviços partilhados, mas faltam
acções de marketing que o possam dar a conhecer aos maiores investidores
internacionais. Estas ideias-chave traduzem uma das principais conclusões da
conferência “Serviços Partilhados do Futuro”, iniciativa organizada na cidade do Porto
pela Ernst & Young, em parceria com o Negócios.
Portugal abre portas ao futuro
dos serviços partilhados
Pub
RicardoCastelo
.
II | Edição Especial | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013
Empresas já avançaram | Júlio Esteves, Rosário Arnaud, Ana Sofia Henriques e Tiag
CONFERÊNCIA
Serviços partilhados
ganham terreno,
apesar da crise
e da incerteza fiscal
Empresas jácomeçaramaautonomizarcertas divisões, que
funcionamcomo umfornecedordentro daprópriasociedade
ALEXANDRA NORONHA
anoronha@negocios.pt
Autonomizarserviços de apoio e
depoisprestá-losatodososdepar-
tamentos de uma empresa. De
umaformamuitosimpleséestaa
definição de serviços partilhados
(SP), umnegócio que movimenta
muitosmilhõesemtodoomundo
e que não tem fronteiras. Países
comoaÍndia,FilipinasouPolónia
são os campeões dos centros de
serviços partilhados das multina-
cionaisdetodoomundo.EmPor-
tugal, mesmo comacrise e coma
incertezafiscalaqueosinvestido-
res estão sujeitos, este mercado
estáaavançar.
Aseparaçãonãoimplicaqueos
SP estejam afastados do resto da
empresa.“AestratégiadosSPestá
alinhadacomaestratégiado gru-
po. O código genético estámuito
interiorizado.Queremossobretu-
do acompanharos desafios inter-
nacionais.Oobjectivoéaliaraes-
tratégiaesermosumparceironas
decisões”.TiagoCruz,director-ge-
ral daMota-Engil Serviços Parti-
lhados explicou, durante aconfe-
rênciadaErnst&Young(EY)“Ser-
viçosPartilhadosdoFuturo”,que
se realizou no Porto, que naárea
porsiliderada,oprincipalobjecti-
vo é, “mais do que tudo, alargaro
portfólio,diversificaroposiciona-
mento e acompanharo grupo em
desafiosinternacionais”.
Júlio Boim Esteves, da Solvay
BusinessServices,realçouaimpor-
tânciadocentroemPortugalpara
ogrupo.“Desdeoiníciodecidimos
quehaviaum“backoffice”emLis-
boa,ondetemos300pessoas.Aevo-
lução e a mudança não pára nem
podeparar.ASolvaytemquesera
mudança.Em2005tínhamos30fi-
nanceirosnumafábricaondeagora
háapenasum.Contamoscomcen-
trosemLisboa,CuritibaeBangue-
coque”,evidenciouaquelerespon-
sável,dandonotadequeacoorde-
naçãodetodososlocaiséfeitanaca-
pitalportuguesa,oqueéfacilitado
pelofactodeosprocessosutilizados
seremiguaiseporoinglêsseralín-
guacomum.“Masfalam-sesetelín-
guasemLisboaequatronoBrasil.
EmBanguecoqueéqueémaiscom-
plicado...”,ironizouJúlioEsteves.
A Sonae Indústria também já
centralizouumasériedeactivida-
desdeapoio.AnaSofiaHenriques,
responsávelporestesegmentona
empresa,explicouqueestenúcleo
teveinícionoano2000.“Noprin-
cípiofoiconsolidaçãoeconquista.
Depoisteveumcrescimentoenor-
me e suportámos isso em toda a
áreaadministrativa,financeiraede
qualidade”.AdirectoradaSonaeIn-
dústria explicou ainda ao que, na
prática, foi preciso dar resposta:
“Temosmaisclientesemalgumas
geografiasdesde2006,masnofun-
docrescemosnosserviçosquepres-
tamos.Porexemplo,nacontabili-
dadeinternacional,paralibertaras
estruturaslocaisdessaresponsabi-
lidade. Alémdisso, temos vindo a
apostarem‘outsourcing’enotra-
balhotemporário.Éistoquemer-
cadoagoraexige”.
Rosário Arnaud, Directora da
HBFuller,afirmouporseuturno
queaestratégiadaempresaconta
em grande parte com o papel dos
serviçospartilhados.“Começámos
em2005. Transferimos o ‘Custo-
merService’daHolandaparacáe,
depois, as áreas financeiras. Em
Marçocomprámosumconcorren-
tecomsetefábricaseanossatarefa
actualmenteéfecharetransferiros
serviçosparacá”,explicou.
Estado não ajuda
OsresponsáveisdeSPquefalaram
naconferênciaforamunânimesem
considerar que o sector tem sido
prejudicadopelacrise.“SeoGover-
noeosgovernantessecalassemera
óptimo.Àsvezesneméaquestão
dasleis,éaformacomosediz.Não
hádianenhumemquenãohajadis-
parates.Quesejammaisclarosnas
mensagens”,exigiuJúlioEsteves.
Ana Sofia Henriques, pelo seu
lado,recordouumproblemacróni-
co. “Aquestão fiscalé umentrave
paraasempresasviremparaPortu-
gal.Receberdosclienteséumaques-
tãomuitocomplicada,eseforpara
tribunaldemoraimenso”realçoua
responsáveldaSonaeIndústria.
A Mota-Engil sofre do mesmo
problema.“Entendoquesecomba-
taafugaaofisco,masotempopara
tratardeimpostoseburocraciaséas-
sustador.Nonossocasotemumefei-
tonegativoemtermosdecustosde
oportunidade”,disseTiagoCruz.
Serviços partilhados do futuro
Acentralizaçãodeactividadesde
apoiotem queser“vendida” ao
restodaempresacom tempo. “Na
Mota-Engilno, noinício, tivemos
quenosimpor. Mostraroretorno
doinvestimento”, dizTiagoCruz. O
responsável deSPdaconstrutora
dizqueaequipaem quetrabalha
destacou-se“tirandopartidoda
centralizaçãodeequipasorientadas
paraoprocesso, oquepermite
economiasdeescalaemaior
produtividade”. Conformeadianta,
éprecisoqueexista“um equilíbrio
entreaautonomiaeacentralização
doprocesso”, mastambém que
haja“capacidadeparaabordar
empresasegeografiasnumalógica
colaborativacom ocompromisso
entreonossoângulo”.
“No início tivemos
que nos impor”
na Mota-Engil
Acentralização de
vários serviços é no
início olhadacom
algumadesconfiança
pelas empresas. Mas
depois de justificado o
investimento começam
aaparecerresultados e
deixade serimportante
em que sítio do mundo é
que estáaserfeito o
trabalho
SERVIÇOS
PARTILHADOS
GANHAM
TERRENO
Aestratégia
dos serviços
partilhados está
alinhada com
a do grupo.
TIAGO CRUZ
Mota-Engil
Se o Governo
e os governantes
se calassem
era óptimo.
JÚLIO BOIM ESTEVES
Solvay
.
Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 | Edição Especial | III
go Cruz deram conta das suas experiências no campo dos serviços partilhados.
ASonaeIndústriaestápresenteem
váriospaíses, masAnaSofia
Henriquesdizqueissonão
complicaaactividade. “Paraos
nossosclientesterem um serviço
naáreadecontabilidadenãoé
relevantesaberseestamosa
trabalharem equipaslocais,
porqueestamosatrabalharem
conjunto. Umaparceladotrabalho
éfeitaem Portugal eorestoem
outroslocais”. Aresponsável avisa,
porém, que“estepassonãodeve
serdadologonoinício. Épreciso
umagrandematuridadeparater
funçõesbem definidas”, explica.
Oprópriocentrodeserviçosparti-
lhadosevoluiu em algumasáreas,
dizaresponsável, salientandoque
o‘outsourcing’ estáacrescer.
Na Sonae, onde
o trabalho se faz
“não é relevante”
AHB Fullertem umagrande
experiênciano processo de
transferirumasérie de actividades
paraPortugal. Agora, o objectivo é
outro. “Jásomos mais um
‘business support’. Não somos os
serviços financeiros. Jádemos o
passo em frente. Neste momento o
nosso desafio é global”, adianta
Rosário Arnaud. “Temos que
competircom aAméricalatina.
Acho que aatitude e vontade de
vencerdos portugueses é muito
importante”, diz aresponsável.
Mas nem sempre foi fácil.
“Quando falamos em transferirda
Alemanhafoi complicado. Aindaé
um desafio. Acho que estamos no
bom caminho. Mas este trabalho
só vai acabarem 2014”, realça.
“Já demos o passo
em frente” na HB
Fuller
ASolvaytem um centro de
serviços partilhados com 300
pessoas e umaagilidade ganha
com aexperiência. Júlio Esteves
diz que hácoisas que não fazem
sentido e criam “ruído” no
trabalho. “Não percam tempo com
ninharias como dias de férias.
Acimade tudo temos que ser
inteligentes. Mais ou menos três
dias [de férias] não aquecem nem
arrefecem. E não queremos que as
pessoas saiam depois das 18
horas”, realça. O mesmo
responsável sublinhaasuaideia
dizendo que é preciso apostarnos
recursos humanos. “Somos todos
licenciados e damos formação.
Além disso exportamos talentos
parao grupo”, frisaJúlio Esteves.
Na Solvay não
se perde tempo
com “ninharias”
Ricardo Castelo
Recomendo que
escolhamáreas
emque têmvalor
acrescentado,
como aengenharia.
Senão têmque
competir comos
serviços básicos
transaccionais
que normalmente
estão no
estrangeiro (Índia
ouFilipinas, bem
como aPolónia).
Sei que na nossa
lista está o Porto,
mas temos que ter
a certeza que está
em outras. Se não
conhecermos
a localização, ela
não aparece.
Recomendei
Portugal à Adidas.
Não faria isso se
não fosse um bom
destino.
Têm que
promover Portugal
para centros
de 200 ou 300
pessoas.
CHRISTIAN MERTIN
Partner, Shared Services Competence
Center Leader, EY
DITO
PERGUNTAS A
“Portugal
não é bem
conhecido”
Oqueachadomercadoportuguês
paraosserviçospartilhados?Dis-
põe de condiçõesde acolhimento
paraosmesmos?
Nogeral,achoquehátrêsala-
vancasparaosectordeserviços
partilhados.Primeiroas‘skills’,
quetêmquesairdasuniversida-
des.Asegundasãoaslínguas.A
terceirasãooscustos.Portugal
estánumnívelbaixoeistotem-
semantidoaolongodosanos.De
qualquerformaéimportanteque
nosfoquemosemáreasdevalor
acrescentadoenãoemtudo.Re-
comendo,paraoPorto,queesco-
lham áreas em que têm valor
acrescentado,comoaengenha-
ria.Senãotêmquecompetircom
os serviços básicos transaccio-
naisquenormalmenteestãono
estrangeiro(ÍndiaouFilipinas,
bemcomoaPolónia).Porisso,o
enfoquetemquesernosserviços
pelosquaisPortugaléfamoso.
Portugal époucoconhecidoneste
sector?Alegislaçãodificulta?
Nãosinto quesejaalegislação,
émaisaquestãodeserconheci-
do.Eucomeçavapelasconsulto-
ras, porque são elas que reco-
mendamàsempresasoquefazer
eonde.Seiquenanossalistaestá
oPorto,mastemosqueteracer-
tezaqueestáemoutras.Senão
conhecermos a localização ela
nãoaparece.Edepoistemosque
olharparaasconferências.Mui-
tasdelassãonoReinoUnidaena
Alemanha.Temqueseiramui-
tasdestasconferênciasparapro-
moverodestino.
AimagemdePortugalpoderáestar
queimadacomaactualcrise?
Nãoacho.Nãotemavercom
isso.Asempresasolhamparao
mapa, perguntam aos outros.
Têméquesaberquealocaliza-
çãoexiste.
Asautoridadesnãopromovembem
odestino?
Nãopossodizerisso.MasPor-
tugalnãoébemconhecidoneste
sector.
● CHRISTIAN
MERTIN
PARTNER, ERNST & YOUNG
.
IV | Edição Especial | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013
CARLOS NEVES, VICE-PRESIDENTE DA COMISSÃO DE
COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO NORTE
“Não podemos
trabalhar de
forma isolada
no Estado”
Carlos Neves, vice-presidente
daCCDRN, diz que hámuito afazer
em articulação com as universidades
e aAICEP paraatrair centros
de serviços partilhados parao Norte
ALEXANDRA NORONHA
anoronha@negocios,pt
AComissãodeCoordenaçãoeDes-
envolvimento Regional do Norte
(CCDRN) está a trabalhar para
atrairprojectosdeserviçospartilha-
dos,contandocomosfundoscomu-
nitáriosqueestãoasernegociados
até2020.Paraovice-presidenteda
entidadeéessencialaparticipação
das universidades no processo e
umaapostasignificativanomarke-
ting.
OqueéqueaCCDRNestáafazerpara
atrairinvestimentonaáreadosservi-
çospartilhados?
Nãoéumaestratégianossa,éda
regiãoNorte.Nósestamosmanda-
tadosparadesenvolverestaestraté-
gia,queiráestarnabasedaquiloque
éopróximoquadrodefundosco-
munitários que tem o horizonte
2014-2020.Estaéumadaspriorida-
desparaaestratégiaqueterá,depois,
instrumentos de financiamento
atravésdosváriossistemasquees-
tãoaserdesenhados.
Quantoéqueseráinvestido?
Neste momento, é prematuro
dizê-lo,porquesetratadeumpro-
jectoqueestáemcurso.Nestespro-
cessosnadaestádefinidoatétudo
estardefinido.Masaprioridadeestá
sinalizada,osserviçospartilhados
representamumracionalmuitoem
linhacomaquiloqueéanossaestra-
tégiaparaaregiãoqueésercapazes
devalorizarosrecursoseactivosque
temosemtermosdecapitalhuma-
no.Ede outrascapacidadesinstala-
das,istoé,emedifícios.
Refere-seconcretamenteaquê?
Aatrairparaascidades,mesmo
paraalgumaszonasqueestãodevo-
lutas, operações intensivas em
mão-de-obraqualificadae,comisso,
conseguircrescimentoparaoster-
ritórios,queé,nofimdodia, aquilo
que nos move. Todo este racional
dos serviçospartilhadoséconver-
gentecomanossaestratégiaeépor
causadissoquenósainscrevemos.
Naturalmentequeestamosadesen-
volverumprocessoquenãoérápi-
do,temoseutiming.Estánestemo-
mento em curso e não poderei
adiantaraquiloqueéofuturo.
Estãoatrabalharemconjuntocomas
universidades?
Claroquesim.Asuniversidades
sãoumparceirofundamentalneste
processo, um parceiro que está a
montante.Maséimportanteparaas
empresasquesãotomadorasdesse
capitalhumano,masquetambém
têm os seus núcleos de formação.
Alimentamesteactivofundamen-
taldegentequalificadaquenóste-
mosnoterritório.Juntandoisso
comoquesãoosinteressesdasem-
presas,nomeadamentemultina-
cionais,temosalgocompotencial.
Qualéopapeldasconsultorasnesta
estratégia?
Tambémalgumasdasempre-
sasaquipresentes[naconferência]
equesãoprescritorasdessesmes-
monegóciosfazempartedaestra-
tégia. Em fóruns internacionais,
identificamquaissãoosterritórios
emtodoomundomaisatractivos
para instalar as acções dos seus
clientes.Portantoháaquiumaló-
gicade sinalizaraosclientesfinais
estasoportunidades,mastambém
àsempresas.
Amaiorpartesãoconsultoras
multinacionaisqueestãoelaspró-
priasmuitoatentasaverosterritó-
riosmaiscompetitivosporquetêm
estatísticassobreisso.Eportanto
oNortetemqueseposicionarnes-
secampeonatoefazerasuacomu-
nicação.
Sãoprecisasmaisacçõesdemarke-
ting porpartedePortugalparaatrair
estemercado?
Sim,claro.Nãofazsentidoque
os organismos daadministração
públicatrabalhemdeformaisola-
da, em ilhas de actividade. A
CCDRNéumparceirodaAICEP
(AgênciaparaoInvestimentoeCo-
mércio Externo de Portugal) no
Norteetodossomosparceirosdo
país,claro.Eéumaestratégiacon-
junta porque nós temos instru-
mentosdepolíticaemfimdequa-
dro,masiremostermaisnofutu-
ro.Temososenvelopesfinanceiros
paragerireaAICEPéumaparcei-
rafundamental nagestão destes
envelopes.Emfazerchegarestes
financiamentosaosinteressadose
àsempresas.Háaquiumalógicade
Serviços partilhados do futuro
Os serviços
partilhados
representam
um racional
muito em linha
com aquilo
que é a nossa
estratégia
para a região.
.
Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 | Edição Especial | V
parceriaóbviaqueexistiuevaivol-
taraexistir.
Émaisdifícilnegociarestesassuntos
comasuniversidadesmaiores?Como
adoPorto?Comoéquevocêscontor-
namesseproblema?
Não podemos forçar a que as
universidadesolhemparaestaes-
tratégiacomoumdosprincipaisca-
minhosparaescoarmuitosdosdi-
plomadosquetêmfracaemprega-
bilidade.Asuniversidadestêmum
problemadetaxadeempregabili-
dadeeesseéumdosindicadores
que não tenho dúvidas fará com
quemuitosalunosescolhamauni-
versidade‘x’emdetrimentoda‘y’.
Este exercício de marketing,
sensibilizaçãoeconvencimentoé
umque fazemostodososdias.As
universidadesmaispequenases-
tãoemoutrosterritóriosetêmou-
traagilidadeesãomaissensíveis.A
forma como se desenrola passa
muito pelas pessoas que estão à
frentedasequipasreitorais.Issoé
umpoucoadiferençaentrePMEe
outrasempresas.
Asempresasmaispequenassão
maiságeis.Estamosafazerumtra-
balhojuntodosgrandespólosuni-
versitários(Porto,Minho,Braga,
Guimarães,VianaeBragançaque
tambémtemumpolitécnicoim-
portanteequepodeespecializar-
se em várias temáticas como as
TecnologiasdeInformaçãoeMul-
timédiaepodeserútilparainsta-
laralgumasoperaçõesfocadasnes-
sastemáticas.Hátodoumprogra-
made especialização que depois
queremos fazer na óptica do
marketingterritorialparaosclien-
tesquepodem olharparaaregião
donortecomoumdestinoprefe-
rencialemdetrimentodeoutros.
Porqueestaremossempreacom-
petir à escala global e nomeada-
mentenaEuropa.
Ricardo Castelo
ALEXANDRA NORONHA
anoronha@negocios.pt
A Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do
Norte(CCDRN)temapostadoem
mostrar a sua estratégia para o
sectordosserviçospartilhadosno
Porto, apesar das dificuldades
com as restrições orçamentais.
CarlosNevesdizqueasempresas
estãointeressadasno‘know-how’
que existe nacidade em tecnolo-
gias,porexemplo.
Dequeformaestãoosconstrangimen-
tosorçamentaisaafectaravossaacti-
vidade?
Desdelogoafectamonossoor-
çamento de funcionamento, mas
issoéavida.Tentamosfazercada
vez mais com menos, o que é um
desafio para o Estado português
também. Não vamos deixarde fa-
zeraquiloqueéútil,claro.Estaste-
máticas, que paranós são funda-
mentais,irãocontinuarateresfor-
çodosrecursoshumanoseumen-
velope financeiro adequado àdi-
mensãodasnossaspossibilidades
deacçõesquesãoporvezesdepe-
dagogiajuntodasuniversidadese
empresasquetêmqueseposicio-
narmaisemtermosdecomunica-
çãojuntodos clientesdemercado-
alvoquenósqueremosatingir.
Quetipodeempresassetêm mostra-
dointeressadaseminstalarestescen-
tros?
São empresas em torno das
Tecnologias de Informação. São
osserviçosclássicos.Porexemplo,
o conceito de teletrabalho aqui
funcionarelativamentebem.Seja
nalógicado‘outsourcing’puroou
do serviço aclientes existem mi-
lhares de pessoas a trabalhar na
regiãoNortedoPaísparaessetipo
deoperações.
Trabalham em centros de en-
genharia, serviços intensivos de
conhecimentoeespecializado.Há
outras operações para serviços
queasprópriasempresaspodem
concentrar ou seja, não são para
foramasdentrodasprópriasem-
presas, do mesmo grupo para os
serviçospartilhados,apoioadmi-
nistrativo,financeiro.Lógicasum
poucodiversas.
MashágrandescentroscomoodaAdi-
das..
Sim,temfeitoodesenvolvimen-
todeprodutonoNorte,engenharia
deprodutoedeprocesso.Odesen-
volvimento de ‘software’ ou BPO
(externalizaçãodefinanças).Não
existeumapanópliagrandeporque
aindaestamosaconstruiranossa
massacrítica.Aáreados‘contact’e
‘call centers’ é também uma área
clássica. E existemmuitas opera-
çõesdessasaNorteeemtodooPaís.
“Tentamos fazer
cada vez mais
com menos, o que
é um desafio”
Restrições orçamentais não
param estratégiaparaaregião
Estas temáticas,
que para nós são
fundamentais,
irão continuar
a ter esforço dos
recursos humanos
e um envelope
financeiro
adequado.
As universidades
têm um problema
de taxa de
empregabilidade
e esse é um
indicador que
fará com que os
alunos escolham
uma instituição.
PERFIL
Carlos Neves é bem conhecedor
dos méritos das universidades
do Norte, que agoraqueratrair
paraarede de conhecimentos
que pode trazerinvestimentos à
região. É licenciado em
EngenhariaMetalomecânicana
Universidade do Minho e
frequentao mestrado de
Sistemas de Informação na
mesmainstituição de ensino.
Passou porvárias empresas
onde ocupou cargos com
responsabilidade naáreada
engenharia. Foi engenheiro de
projecto naempresaMaquisis,
daQualidade naBA- Fábricade
Vidros Barbosa&Almeida,
directordo estaleiro central da
EmpresaJ. Gomes – Sociedade
de Construções do Cávado.
Trabalhou aindanaGasaire na
Sevenforma. Assumiu
posteriormente o cargo de
directorExecutivo daordem
dos Engenheiros – Região Norte.
Natural de Vilado Conde,
assumiu depois avice-
-presidênciadaComissão
de Coordenação
e Desenvolvimento Regional
do Norte.
UM ENGENHEIRO NA
PROMOÇÃO DO NORTE
.
VI | Edição Especial | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013
SECTOR PÚBLICO
Somos ou não
competitivos
nos serviços
partilhados?
Estilo de vidano País é
importante paraatrair
investimentos de multinacionais
ALEXANDRA NORONHA
anoronha@negocios.pt
Seráqueasentidadespúblicases-
tão a fazer o que podem para
atraircentros de serviços parti-
lhados(SP)paraPortugal?Opre-
sidente da Câmara do Fundão,
Paulo Fernandes acreditaque a
suaautarquiaéumexemplo.“Co-
locamosnoacordodeempresaa
criaçãodeum‘hub’.Umabolsade
casasduranteumcontratodefi-
delizaçãocomasociedade.Mos-
tramosquantocusta.Equeosva-
loresemcausasãomaiscompe-
titivosnoFundãoqueemMarro-
cos, Roménia, Polónia. E trata-
mosdaformaçãoavançada,que
montamos em quatro meses”,
disseoresponsáveldaautarquia
quefoinotíciaesteanoporcap-
taruminvestimentodemilhões
damultinacionalAltran.
Aatracção de investimentos
nestesectoréaespecialidadeda
plataforma‘AtlanticNearshore’.
LuísSottomayor,fundadordaini-
ciativaexplicou,duranteaconfe-
rência da Ernst & Young (EY)
“ServiçosPartilhadosdoFuturo”.
“Oquefizemosfoireuniracap-
taçãodeoperaçõesinternacionais
deserviços.Umdelessãoasáreas
deBPO(serviçosfinanceiros)as
outrassãofábricasdesoftwaree
outrasoscentrosdeengenharia”,
explicouoresponsável.“Hámui-
tos recursos potenciais que não
estãoaserusados”,adiantou.
Do lado da AICEP (Agência
paraoInvestimentoeComércio
Externo de Portugal) Luís Reis
explicacomoéqueéapresenta-
do apaís apotenciais investido-
res no sector dos SP. “No diaa
dia, os processos começam por
pedirinformaçãosobrerecursos
humanoseoutrasquestões. Ete-
mosumainformaçãoquedispo-
nibilizamosasempresas.Tenta-
mos assim colocar Portugal no
mapaparairmospassandonase-
lecçãoeestarna‘shortlist’doin-
vestimentoemcausa. Claroque
fazemosonossomarketing,tira-
mos as coisas más e pomos as
boas”, admitiu o ‘Key Account
Manager’daAICEP.
LuísSottomayorcontouain-
daque “játivemos reuniões em
universidadeseempresas.Seca-
lhar as instituições de ensino
maispequenassãoasmaisaber-
taseágeis.Asmaioresporvezes
sãomaisresistentes”.Omesmo
responsáveldisseaindaque“es-
tamos também acasaro sector
público com o privado. Muitas
vezes não sabem a linguagem
unsdosoutros.Porexemplo,as
empresas devem participarem
módulosdeformação.Secalhar
temos um professorlicenciado
emengenhariadesempregadoe
podemos integrá-lo”, explicou
LuísSottomayor.
Trazê-los cá é importante
Osresponsáveisdosorganismos
públicos realçam que trazer a
Portugalosfuturosinvestidores
é um passo importante. “Um
dosfactoresdeatracçãodePor-
tugal é o estilo de vida”, salien-
touPaulo Fernandes. Luís Reis
diz que “quando conseguimos
chegarao ponto de os trazercá,
depois é mais fácil”, realçou o
responsáveldaAICEP.
“DesdeAgostoquetemosum
projectoquepodechegara1.500
engenheiros.Econseguimosque
as universidades recebessem a
empresa”,explicouLuísReis.
JúlioEsteves,daSolvay,inter-
veiodaplateiaparasalientarque
acredita“estamos no centro do
mundo”,deacordocomosmapas
queforamfeitospeloseuropeus.
“Enãopodemostrataraspessoas
comosefossematrasadosmen-
tais”,concluiuoresponsáveldos
SPdamultinacionalquímica.
Serviços partilhados do futuro
Os valores em
causa são mais
competitivos no
Fundão que em
Marrocos,
Roménia e
Polónia.
PAULO FERNANDES
Presidente da Câmara do Fundão
Claro que fazemos
o nosso
marketing,
tiramos as coisas
más e pomos
as boas.
LUÍS CARMO REIS
Key Account Manager, AICEP
Já tivemos
reuniões em
universidades
e empresas. Se
calhar as mais
pequenas são
as mais abertas
e ágeis.
LUÍS SOTTOMAYOR
Fundador, Atlantic Nearshore
Instituições públicas promovem país | Mas ainda há muito a fazer para captar investimento.
Ricardo Castelo
.
Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 | Edição Especial | VII
CONFERÊNCIA DA ERNEST & YOUNG TEVE O PORTO COMO ANFITRIÃOINSTITUIÇÕES
PÚBLICAS
À CAÇA DE SP
Durante umamanhã, no Porto, vários especialistas, empresários e representantes de entidades
públicas debateram o estado dos serviços partilhados em Portugal. Concluiu-se que o País tem
muito potencial, mas também que faltam acções de marketingparao dar aconhecer aos maiores
investidores. Aorganização, em parceriacom o Negócios, foi daErnst& Youngem Portugal, uma
consultoraque pode ajudar as multinacionais aescolher o nosso país parainstalar os seus centros.
Paulo Fernandes, presidente da
Câmarado Fundão, explicou que o
município não contou com grandes
apoios. “Estaquestão do marketing,
de tornaras coisas mais ‘sexy’ é
interessante. Nós não fomos através
do AICEP. Lançamos um desafio de
virem programarem “open source”
paraum palácio naregião. E depois
veio o investidor. O “open source”
hoje estáem locais de decisão, com
gurus que o promovem. Atrás
desses centros de investigação e
desenvolvimento vieram os Serviços
Partilhados”, adiantou.
Fundão delineou
estratégia
sem apoio
Luís Carmo Reis, daAICEP, diz que o
país tem os recursos de base para
atrairmais investimentos em SP.
“Nos últimos 20 anos tivemos
muitas mudanças. Mais pessoas a
estudarengenharia. Temos muitas
parcerias institucionais temos uma
taxade desemprego elevada. 126
mil têm curso universitário e que
podem serforçade trabalho para
os SP”, explicou. “Se falarmos de
salários e custos somos
competitivos” adiantou. E concluiu
que os preços dos escritórios são
competitivos”.
AICEP “vende”
desempregados
às empresas
A‘Atlantic Nearshore’, àimagem da
AICEP diz que hámuito potencial
porexplorarno país. “Hámuitos
recursos que não estão aser
usados. O suporte legal tem um
papel muito importante, mas ao
nível de sistemas fiscais nunca
vamos mudarse calhara
necessidade dos nossos
governantes serem alteradores
compulsivos disso”. O responsável
salinetou aindaque “Queremos
trazergrandes eventos parao norte
e sobretudo consultoras”, explicou
Sottomayor.
Recursos por usar,
diz a ‘Atlantic
Nearshore’
Luís Carmo Reis |
A AICEP mostra a
estratégia para vender a
região e o País lá fora.
Carlos Neves da CCDRN
e Christian Mertin da EY|
Especialista deu dicas à
instituição para captar
investimento.
Christian Mertin | O ‘partner’
da Ernst & Young tem uma
experiência de vários anos na
área dos serviços partilhados.
Conferência no Porto |
Empresários e representantes de
instituições públicas discutiram
captação de investimento.
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  • 3. ENTREVISTA Restrições orçamentais não travam acção aNorte CONFERÊNCIA Sector avança, apesar da crise que o País enfrenta VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PT Este suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 2628, de 14 de Novembro de 2013, e não pode ser vendido separadamente n+negócios mais. edição especial Portugal é um país com muito potencial na área dos serviços partilhados, mas faltam acções de marketing que o possam dar a conhecer aos maiores investidores internacionais. Estas ideias-chave traduzem uma das principais conclusões da conferência “Serviços Partilhados do Futuro”, iniciativa organizada na cidade do Porto pela Ernst & Young, em parceria com o Negócios. Portugal abre portas ao futuro dos serviços partilhados Pub RicardoCastelo
  • 4. . II | Edição Especial | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 Empresas já avançaram | Júlio Esteves, Rosário Arnaud, Ana Sofia Henriques e Tiag CONFERÊNCIA Serviços partilhados ganham terreno, apesar da crise e da incerteza fiscal Empresas jácomeçaramaautonomizarcertas divisões, que funcionamcomo umfornecedordentro daprópriasociedade ALEXANDRA NORONHA anoronha@negocios.pt Autonomizarserviços de apoio e depoisprestá-losatodososdepar- tamentos de uma empresa. De umaformamuitosimpleséestaa definição de serviços partilhados (SP), umnegócio que movimenta muitosmilhõesemtodoomundo e que não tem fronteiras. Países comoaÍndia,FilipinasouPolónia são os campeões dos centros de serviços partilhados das multina- cionaisdetodoomundo.EmPor- tugal, mesmo comacrise e coma incertezafiscalaqueosinvestido- res estão sujeitos, este mercado estáaavançar. Aseparaçãonãoimplicaqueos SP estejam afastados do resto da empresa.“AestratégiadosSPestá alinhadacomaestratégiado gru- po. O código genético estámuito interiorizado.Queremossobretu- do acompanharos desafios inter- nacionais.Oobjectivoéaliaraes- tratégiaesermosumparceironas decisões”.TiagoCruz,director-ge- ral daMota-Engil Serviços Parti- lhados explicou, durante aconfe- rênciadaErnst&Young(EY)“Ser- viçosPartilhadosdoFuturo”,que se realizou no Porto, que naárea porsiliderada,oprincipalobjecti- vo é, “mais do que tudo, alargaro portfólio,diversificaroposiciona- mento e acompanharo grupo em desafiosinternacionais”. Júlio Boim Esteves, da Solvay BusinessServices,realçouaimpor- tânciadocentroemPortugalpara ogrupo.“Desdeoiníciodecidimos quehaviaum“backoffice”emLis- boa,ondetemos300pessoas.Aevo- lução e a mudança não pára nem podeparar.ASolvaytemquesera mudança.Em2005tínhamos30fi- nanceirosnumafábricaondeagora háapenasum.Contamoscomcen- trosemLisboa,CuritibaeBangue- coque”,evidenciouaquelerespon- sável,dandonotadequeacoorde- naçãodetodososlocaiséfeitanaca- pitalportuguesa,oqueéfacilitado pelofactodeosprocessosutilizados seremiguaiseporoinglêsseralín- guacomum.“Masfalam-sesetelín- guasemLisboaequatronoBrasil. EmBanguecoqueéqueémaiscom- plicado...”,ironizouJúlioEsteves. A Sonae Indústria também já centralizouumasériedeactivida- desdeapoio.AnaSofiaHenriques, responsávelporestesegmentona empresa,explicouqueestenúcleo teveinícionoano2000.“Noprin- cípiofoiconsolidaçãoeconquista. Depoisteveumcrescimentoenor- me e suportámos isso em toda a áreaadministrativa,financeiraede qualidade”.AdirectoradaSonaeIn- dústria explicou ainda ao que, na prática, foi preciso dar resposta: “Temosmaisclientesemalgumas geografiasdesde2006,masnofun- docrescemosnosserviçosquepres- tamos.Porexemplo,nacontabili- dadeinternacional,paralibertaras estruturaslocaisdessaresponsabi- lidade. Alémdisso, temos vindo a apostarem‘outsourcing’enotra- balhotemporário.Éistoquemer- cadoagoraexige”. Rosário Arnaud, Directora da HBFuller,afirmouporseuturno queaestratégiadaempresaconta em grande parte com o papel dos serviçospartilhados.“Começámos em2005. Transferimos o ‘Custo- merService’daHolandaparacáe, depois, as áreas financeiras. Em Marçocomprámosumconcorren- tecomsetefábricaseanossatarefa actualmenteéfecharetransferiros serviçosparacá”,explicou. Estado não ajuda OsresponsáveisdeSPquefalaram naconferênciaforamunânimesem considerar que o sector tem sido prejudicadopelacrise.“SeoGover- noeosgovernantessecalassemera óptimo.Àsvezesneméaquestão dasleis,éaformacomosediz.Não hádianenhumemquenãohajadis- parates.Quesejammaisclarosnas mensagens”,exigiuJúlioEsteves. Ana Sofia Henriques, pelo seu lado,recordouumproblemacróni- co. “Aquestão fiscalé umentrave paraasempresasviremparaPortu- gal.Receberdosclienteséumaques- tãomuitocomplicada,eseforpara tribunaldemoraimenso”realçoua responsáveldaSonaeIndústria. A Mota-Engil sofre do mesmo problema.“Entendoquesecomba- taafugaaofisco,masotempopara tratardeimpostoseburocraciaséas- sustador.Nonossocasotemumefei- tonegativoemtermosdecustosde oportunidade”,disseTiagoCruz. Serviços partilhados do futuro Acentralizaçãodeactividadesde apoiotem queser“vendida” ao restodaempresacom tempo. “Na Mota-Engilno, noinício, tivemos quenosimpor. Mostraroretorno doinvestimento”, dizTiagoCruz. O responsável deSPdaconstrutora dizqueaequipaem quetrabalha destacou-se“tirandopartidoda centralizaçãodeequipasorientadas paraoprocesso, oquepermite economiasdeescalaemaior produtividade”. Conformeadianta, éprecisoqueexista“um equilíbrio entreaautonomiaeacentralização doprocesso”, mastambém que haja“capacidadeparaabordar empresasegeografiasnumalógica colaborativacom ocompromisso entreonossoângulo”. “No início tivemos que nos impor” na Mota-Engil Acentralização de vários serviços é no início olhadacom algumadesconfiança pelas empresas. Mas depois de justificado o investimento começam aaparecerresultados e deixade serimportante em que sítio do mundo é que estáaserfeito o trabalho SERVIÇOS PARTILHADOS GANHAM TERRENO Aestratégia dos serviços partilhados está alinhada com a do grupo. TIAGO CRUZ Mota-Engil Se o Governo e os governantes se calassem era óptimo. JÚLIO BOIM ESTEVES Solvay
  • 5. . Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 | Edição Especial | III go Cruz deram conta das suas experiências no campo dos serviços partilhados. ASonaeIndústriaestápresenteem váriospaíses, masAnaSofia Henriquesdizqueissonão complicaaactividade. “Paraos nossosclientesterem um serviço naáreadecontabilidadenãoé relevantesaberseestamosa trabalharem equipaslocais, porqueestamosatrabalharem conjunto. Umaparceladotrabalho éfeitaem Portugal eorestoem outroslocais”. Aresponsável avisa, porém, que“estepassonãodeve serdadologonoinício. Épreciso umagrandematuridadeparater funçõesbem definidas”, explica. Oprópriocentrodeserviçosparti- lhadosevoluiu em algumasáreas, dizaresponsável, salientandoque o‘outsourcing’ estáacrescer. Na Sonae, onde o trabalho se faz “não é relevante” AHB Fullertem umagrande experiênciano processo de transferirumasérie de actividades paraPortugal. Agora, o objectivo é outro. “Jásomos mais um ‘business support’. Não somos os serviços financeiros. Jádemos o passo em frente. Neste momento o nosso desafio é global”, adianta Rosário Arnaud. “Temos que competircom aAméricalatina. Acho que aatitude e vontade de vencerdos portugueses é muito importante”, diz aresponsável. Mas nem sempre foi fácil. “Quando falamos em transferirda Alemanhafoi complicado. Aindaé um desafio. Acho que estamos no bom caminho. Mas este trabalho só vai acabarem 2014”, realça. “Já demos o passo em frente” na HB Fuller ASolvaytem um centro de serviços partilhados com 300 pessoas e umaagilidade ganha com aexperiência. Júlio Esteves diz que hácoisas que não fazem sentido e criam “ruído” no trabalho. “Não percam tempo com ninharias como dias de férias. Acimade tudo temos que ser inteligentes. Mais ou menos três dias [de férias] não aquecem nem arrefecem. E não queremos que as pessoas saiam depois das 18 horas”, realça. O mesmo responsável sublinhaasuaideia dizendo que é preciso apostarnos recursos humanos. “Somos todos licenciados e damos formação. Além disso exportamos talentos parao grupo”, frisaJúlio Esteves. Na Solvay não se perde tempo com “ninharias” Ricardo Castelo Recomendo que escolhamáreas emque têmvalor acrescentado, como aengenharia. Senão têmque competir comos serviços básicos transaccionais que normalmente estão no estrangeiro (Índia ouFilipinas, bem como aPolónia). Sei que na nossa lista está o Porto, mas temos que ter a certeza que está em outras. Se não conhecermos a localização, ela não aparece. Recomendei Portugal à Adidas. Não faria isso se não fosse um bom destino. Têm que promover Portugal para centros de 200 ou 300 pessoas. CHRISTIAN MERTIN Partner, Shared Services Competence Center Leader, EY DITO PERGUNTAS A “Portugal não é bem conhecido” Oqueachadomercadoportuguês paraosserviçospartilhados?Dis- põe de condiçõesde acolhimento paraosmesmos? Nogeral,achoquehátrêsala- vancasparaosectordeserviços partilhados.Primeiroas‘skills’, quetêmquesairdasuniversida- des.Asegundasãoaslínguas.A terceirasãooscustos.Portugal estánumnívelbaixoeistotem- semantidoaolongodosanos.De qualquerformaéimportanteque nosfoquemosemáreasdevalor acrescentadoenãoemtudo.Re- comendo,paraoPorto,queesco- lham áreas em que têm valor acrescentado,comoaengenha- ria.Senãotêmquecompetircom os serviços básicos transaccio- naisquenormalmenteestãono estrangeiro(ÍndiaouFilipinas, bemcomoaPolónia).Porisso,o enfoquetemquesernosserviços pelosquaisPortugaléfamoso. Portugal époucoconhecidoneste sector?Alegislaçãodificulta? Nãosinto quesejaalegislação, émaisaquestãodeserconheci- do.Eucomeçavapelasconsulto- ras, porque são elas que reco- mendamàsempresasoquefazer eonde.Seiquenanossalistaestá oPorto,mastemosqueteracer- tezaqueestáemoutras.Senão conhecermos a localização ela nãoaparece.Edepoistemosque olharparaasconferências.Mui- tasdelassãonoReinoUnidaena Alemanha.Temqueseiramui- tasdestasconferênciasparapro- moverodestino. AimagemdePortugalpoderáestar queimadacomaactualcrise? Nãoacho.Nãotemavercom isso.Asempresasolhamparao mapa, perguntam aos outros. Têméquesaberquealocaliza- çãoexiste. Asautoridadesnãopromovembem odestino? Nãopossodizerisso.MasPor- tugalnãoébemconhecidoneste sector. ● CHRISTIAN MERTIN PARTNER, ERNST & YOUNG
  • 6. . IV | Edição Especial | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 CARLOS NEVES, VICE-PRESIDENTE DA COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO NORTE “Não podemos trabalhar de forma isolada no Estado” Carlos Neves, vice-presidente daCCDRN, diz que hámuito afazer em articulação com as universidades e aAICEP paraatrair centros de serviços partilhados parao Norte ALEXANDRA NORONHA anoronha@negocios,pt AComissãodeCoordenaçãoeDes- envolvimento Regional do Norte (CCDRN) está a trabalhar para atrairprojectosdeserviçospartilha- dos,contandocomosfundoscomu- nitáriosqueestãoasernegociados até2020.Paraovice-presidenteda entidadeéessencialaparticipação das universidades no processo e umaapostasignificativanomarke- ting. OqueéqueaCCDRNestáafazerpara atrairinvestimentonaáreadosservi- çospartilhados? Nãoéumaestratégianossa,éda regiãoNorte.Nósestamosmanda- tadosparadesenvolverestaestraté- gia,queiráestarnabasedaquiloque éopróximoquadrodefundosco- munitários que tem o horizonte 2014-2020.Estaéumadaspriorida- desparaaestratégiaqueterá,depois, instrumentos de financiamento atravésdosváriossistemasquees- tãoaserdesenhados. Quantoéqueseráinvestido? Neste momento, é prematuro dizê-lo,porquesetratadeumpro- jectoqueestáemcurso.Nestespro- cessosnadaestádefinidoatétudo estardefinido.Masaprioridadeestá sinalizada,osserviçospartilhados representamumracionalmuitoem linhacomaquiloqueéanossaestra- tégiaparaaregiãoqueésercapazes devalorizarosrecursoseactivosque temosemtermosdecapitalhuma- no.Ede outrascapacidadesinstala- das,istoé,emedifícios. Refere-seconcretamenteaquê? Aatrairparaascidades,mesmo paraalgumaszonasqueestãodevo- lutas, operações intensivas em mão-de-obraqualificadae,comisso, conseguircrescimentoparaoster- ritórios,queé,nofimdodia, aquilo que nos move. Todo este racional dos serviçospartilhadoséconver- gentecomanossaestratégiaeépor causadissoquenósainscrevemos. Naturalmentequeestamosadesen- volverumprocessoquenãoérápi- do,temoseutiming.Estánestemo- mento em curso e não poderei adiantaraquiloqueéofuturo. Estãoatrabalharemconjuntocomas universidades? Claroquesim.Asuniversidades sãoumparceirofundamentalneste processo, um parceiro que está a montante.Maséimportanteparaas empresasquesãotomadorasdesse capitalhumano,masquetambém têm os seus núcleos de formação. Alimentamesteactivofundamen- taldegentequalificadaquenóste- mosnoterritório.Juntandoisso comoquesãoosinteressesdasem- presas,nomeadamentemultina- cionais,temosalgocompotencial. Qualéopapeldasconsultorasnesta estratégia? Tambémalgumasdasempre- sasaquipresentes[naconferência] equesãoprescritorasdessesmes- monegóciosfazempartedaestra- tégia. Em fóruns internacionais, identificamquaissãoosterritórios emtodoomundomaisatractivos para instalar as acções dos seus clientes.Portantoháaquiumaló- gicade sinalizaraosclientesfinais estasoportunidades,mastambém àsempresas. Amaiorpartesãoconsultoras multinacionaisqueestãoelaspró- priasmuitoatentasaverosterritó- riosmaiscompetitivosporquetêm estatísticassobreisso.Eportanto oNortetemqueseposicionarnes- secampeonatoefazerasuacomu- nicação. Sãoprecisasmaisacçõesdemarke- ting porpartedePortugalparaatrair estemercado? Sim,claro.Nãofazsentidoque os organismos daadministração públicatrabalhemdeformaisola- da, em ilhas de actividade. A CCDRNéumparceirodaAICEP (AgênciaparaoInvestimentoeCo- mércio Externo de Portugal) no Norteetodossomosparceirosdo país,claro.Eéumaestratégiacon- junta porque nós temos instru- mentosdepolíticaemfimdequa- dro,masiremostermaisnofutu- ro.Temososenvelopesfinanceiros paragerireaAICEPéumaparcei- rafundamental nagestão destes envelopes.Emfazerchegarestes financiamentosaosinteressadose àsempresas.Háaquiumalógicade Serviços partilhados do futuro Os serviços partilhados representam um racional muito em linha com aquilo que é a nossa estratégia para a região.
  • 7. . Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 | Edição Especial | V parceriaóbviaqueexistiuevaivol- taraexistir. Émaisdifícilnegociarestesassuntos comasuniversidadesmaiores?Como adoPorto?Comoéquevocêscontor- namesseproblema? Não podemos forçar a que as universidadesolhemparaestaes- tratégiacomoumdosprincipaisca- minhosparaescoarmuitosdosdi- plomadosquetêmfracaemprega- bilidade.Asuniversidadestêmum problemadetaxadeempregabili- dadeeesseéumdosindicadores que não tenho dúvidas fará com quemuitosalunosescolhamauni- versidade‘x’emdetrimentoda‘y’. Este exercício de marketing, sensibilizaçãoeconvencimentoé umque fazemostodososdias.As universidadesmaispequenases- tãoemoutrosterritóriosetêmou- traagilidadeesãomaissensíveis.A forma como se desenrola passa muito pelas pessoas que estão à frentedasequipasreitorais.Issoé umpoucoadiferençaentrePMEe outrasempresas. Asempresasmaispequenassão maiságeis.Estamosafazerumtra- balhojuntodosgrandespólosuni- versitários(Porto,Minho,Braga, Guimarães,VianaeBragançaque tambémtemumpolitécnicoim- portanteequepodeespecializar- se em várias temáticas como as TecnologiasdeInformaçãoeMul- timédiaepodeserútilparainsta- laralgumasoperaçõesfocadasnes- sastemáticas.Hátodoumprogra- made especialização que depois queremos fazer na óptica do marketingterritorialparaosclien- tesquepodem olharparaaregião donortecomoumdestinoprefe- rencialemdetrimentodeoutros. Porqueestaremossempreacom- petir à escala global e nomeada- mentenaEuropa. Ricardo Castelo ALEXANDRA NORONHA anoronha@negocios.pt A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte(CCDRN)temapostadoem mostrar a sua estratégia para o sectordosserviçospartilhadosno Porto, apesar das dificuldades com as restrições orçamentais. CarlosNevesdizqueasempresas estãointeressadasno‘know-how’ que existe nacidade em tecnolo- gias,porexemplo. Dequeformaestãoosconstrangimen- tosorçamentaisaafectaravossaacti- vidade? Desdelogoafectamonossoor- çamento de funcionamento, mas issoéavida.Tentamosfazercada vez mais com menos, o que é um desafio para o Estado português também. Não vamos deixarde fa- zeraquiloqueéútil,claro.Estaste- máticas, que paranós são funda- mentais,irãocontinuarateresfor- çodosrecursoshumanoseumen- velope financeiro adequado àdi- mensãodasnossaspossibilidades deacçõesquesãoporvezesdepe- dagogiajuntodasuniversidadese empresasquetêmqueseposicio- narmaisemtermosdecomunica- çãojuntodos clientesdemercado- alvoquenósqueremosatingir. Quetipodeempresassetêm mostra- dointeressadaseminstalarestescen- tros? São empresas em torno das Tecnologias de Informação. São osserviçosclássicos.Porexemplo, o conceito de teletrabalho aqui funcionarelativamentebem.Seja nalógicado‘outsourcing’puroou do serviço aclientes existem mi- lhares de pessoas a trabalhar na regiãoNortedoPaísparaessetipo deoperações. Trabalham em centros de en- genharia, serviços intensivos de conhecimentoeespecializado.Há outras operações para serviços queasprópriasempresaspodem concentrar ou seja, não são para foramasdentrodasprópriasem- presas, do mesmo grupo para os serviçospartilhados,apoioadmi- nistrativo,financeiro.Lógicasum poucodiversas. MashágrandescentroscomoodaAdi- das.. Sim,temfeitoodesenvolvimen- todeprodutonoNorte,engenharia deprodutoedeprocesso.Odesen- volvimento de ‘software’ ou BPO (externalizaçãodefinanças).Não existeumapanópliagrandeporque aindaestamosaconstruiranossa massacrítica.Aáreados‘contact’e ‘call centers’ é também uma área clássica. E existemmuitas opera- çõesdessasaNorteeemtodooPaís. “Tentamos fazer cada vez mais com menos, o que é um desafio” Restrições orçamentais não param estratégiaparaaregião Estas temáticas, que para nós são fundamentais, irão continuar a ter esforço dos recursos humanos e um envelope financeiro adequado. As universidades têm um problema de taxa de empregabilidade e esse é um indicador que fará com que os alunos escolham uma instituição. PERFIL Carlos Neves é bem conhecedor dos méritos das universidades do Norte, que agoraqueratrair paraarede de conhecimentos que pode trazerinvestimentos à região. É licenciado em EngenhariaMetalomecânicana Universidade do Minho e frequentao mestrado de Sistemas de Informação na mesmainstituição de ensino. Passou porvárias empresas onde ocupou cargos com responsabilidade naáreada engenharia. Foi engenheiro de projecto naempresaMaquisis, daQualidade naBA- Fábricade Vidros Barbosa&Almeida, directordo estaleiro central da EmpresaJ. Gomes – Sociedade de Construções do Cávado. Trabalhou aindanaGasaire na Sevenforma. Assumiu posteriormente o cargo de directorExecutivo daordem dos Engenheiros – Região Norte. Natural de Vilado Conde, assumiu depois avice- -presidênciadaComissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. UM ENGENHEIRO NA PROMOÇÃO DO NORTE
  • 8. . VI | Edição Especial | Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 SECTOR PÚBLICO Somos ou não competitivos nos serviços partilhados? Estilo de vidano País é importante paraatrair investimentos de multinacionais ALEXANDRA NORONHA anoronha@negocios.pt Seráqueasentidadespúblicases- tão a fazer o que podem para atraircentros de serviços parti- lhados(SP)paraPortugal?Opre- sidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes acreditaque a suaautarquiaéumexemplo.“Co- locamosnoacordodeempresaa criaçãodeum‘hub’.Umabolsade casasduranteumcontratodefi- delizaçãocomasociedade.Mos- tramosquantocusta.Equeosva- loresemcausasãomaiscompe- titivosnoFundãoqueemMarro- cos, Roménia, Polónia. E trata- mosdaformaçãoavançada,que montamos em quatro meses”, disseoresponsáveldaautarquia quefoinotíciaesteanoporcap- taruminvestimentodemilhões damultinacionalAltran. Aatracção de investimentos nestesectoréaespecialidadeda plataforma‘AtlanticNearshore’. LuísSottomayor,fundadordaini- ciativaexplicou,duranteaconfe- rência da Ernst & Young (EY) “ServiçosPartilhadosdoFuturo”. “Oquefizemosfoireuniracap- taçãodeoperaçõesinternacionais deserviços.Umdelessãoasáreas deBPO(serviçosfinanceiros)as outrassãofábricasdesoftwaree outrasoscentrosdeengenharia”, explicouoresponsável.“Hámui- tos recursos potenciais que não estãoaserusados”,adiantou. Do lado da AICEP (Agência paraoInvestimentoeComércio Externo de Portugal) Luís Reis explicacomoéqueéapresenta- do apaís apotenciais investido- res no sector dos SP. “No diaa dia, os processos começam por pedirinformaçãosobrerecursos humanoseoutrasquestões. Ete- mosumainformaçãoquedispo- nibilizamosasempresas.Tenta- mos assim colocar Portugal no mapaparairmospassandonase- lecçãoeestarna‘shortlist’doin- vestimentoemcausa. Claroque fazemosonossomarketing,tira- mos as coisas más e pomos as boas”, admitiu o ‘Key Account Manager’daAICEP. LuísSottomayorcontouain- daque “játivemos reuniões em universidadeseempresas.Seca- lhar as instituições de ensino maispequenassãoasmaisaber- taseágeis.Asmaioresporvezes sãomaisresistentes”.Omesmo responsáveldisseaindaque“es- tamos também acasaro sector público com o privado. Muitas vezes não sabem a linguagem unsdosoutros.Porexemplo,as empresas devem participarem módulosdeformação.Secalhar temos um professorlicenciado emengenhariadesempregadoe podemos integrá-lo”, explicou LuísSottomayor. Trazê-los cá é importante Osresponsáveisdosorganismos públicos realçam que trazer a Portugalosfuturosinvestidores é um passo importante. “Um dosfactoresdeatracçãodePor- tugal é o estilo de vida”, salien- touPaulo Fernandes. Luís Reis diz que “quando conseguimos chegarao ponto de os trazercá, depois é mais fácil”, realçou o responsáveldaAICEP. “DesdeAgostoquetemosum projectoquepodechegara1.500 engenheiros.Econseguimosque as universidades recebessem a empresa”,explicouLuísReis. JúlioEsteves,daSolvay,inter- veiodaplateiaparasalientarque acredita“estamos no centro do mundo”,deacordocomosmapas queforamfeitospeloseuropeus. “Enãopodemostrataraspessoas comosefossematrasadosmen- tais”,concluiuoresponsáveldos SPdamultinacionalquímica. Serviços partilhados do futuro Os valores em causa são mais competitivos no Fundão que em Marrocos, Roménia e Polónia. PAULO FERNANDES Presidente da Câmara do Fundão Claro que fazemos o nosso marketing, tiramos as coisas más e pomos as boas. LUÍS CARMO REIS Key Account Manager, AICEP Já tivemos reuniões em universidades e empresas. Se calhar as mais pequenas são as mais abertas e ágeis. LUÍS SOTTOMAYOR Fundador, Atlantic Nearshore Instituições públicas promovem país | Mas ainda há muito a fazer para captar investimento. Ricardo Castelo
  • 9. . Jornal de Negócios | Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2013 | Edição Especial | VII CONFERÊNCIA DA ERNEST & YOUNG TEVE O PORTO COMO ANFITRIÃOINSTITUIÇÕES PÚBLICAS À CAÇA DE SP Durante umamanhã, no Porto, vários especialistas, empresários e representantes de entidades públicas debateram o estado dos serviços partilhados em Portugal. Concluiu-se que o País tem muito potencial, mas também que faltam acções de marketingparao dar aconhecer aos maiores investidores. Aorganização, em parceriacom o Negócios, foi daErnst& Youngem Portugal, uma consultoraque pode ajudar as multinacionais aescolher o nosso país parainstalar os seus centros. Paulo Fernandes, presidente da Câmarado Fundão, explicou que o município não contou com grandes apoios. “Estaquestão do marketing, de tornaras coisas mais ‘sexy’ é interessante. Nós não fomos através do AICEP. Lançamos um desafio de virem programarem “open source” paraum palácio naregião. E depois veio o investidor. O “open source” hoje estáem locais de decisão, com gurus que o promovem. Atrás desses centros de investigação e desenvolvimento vieram os Serviços Partilhados”, adiantou. Fundão delineou estratégia sem apoio Luís Carmo Reis, daAICEP, diz que o país tem os recursos de base para atrairmais investimentos em SP. “Nos últimos 20 anos tivemos muitas mudanças. Mais pessoas a estudarengenharia. Temos muitas parcerias institucionais temos uma taxade desemprego elevada. 126 mil têm curso universitário e que podem serforçade trabalho para os SP”, explicou. “Se falarmos de salários e custos somos competitivos” adiantou. E concluiu que os preços dos escritórios são competitivos”. AICEP “vende” desempregados às empresas A‘Atlantic Nearshore’, àimagem da AICEP diz que hámuito potencial porexplorarno país. “Hámuitos recursos que não estão aser usados. O suporte legal tem um papel muito importante, mas ao nível de sistemas fiscais nunca vamos mudarse calhara necessidade dos nossos governantes serem alteradores compulsivos disso”. O responsável salinetou aindaque “Queremos trazergrandes eventos parao norte e sobretudo consultoras”, explicou Sottomayor. Recursos por usar, diz a ‘Atlantic Nearshore’ Luís Carmo Reis | A AICEP mostra a estratégia para vender a região e o País lá fora. Carlos Neves da CCDRN e Christian Mertin da EY| Especialista deu dicas à instituição para captar investimento. Christian Mertin | O ‘partner’ da Ernst & Young tem uma experiência de vários anos na área dos serviços partilhados. Conferência no Porto | Empresários e representantes de instituições públicas discutiram captação de investimento. Fotos: Ricardo Castelo