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Karoline Lima Pereira – Interna -
HMI
Qualquer
sangramento do
trato
gastrointestinal
que se origine até
o ângulo de Treitz.
A hemorragia
digestiva aguda,
evidenciada
clinicamente pela
exteriorização de
hematêmese, melena
ou enterorragia, é uma
causa frequente de
hospitalização de
urgência.
AGUDO:
sintomas e sinais
recentes
CRONICO:
geralmente
assintomaticas, e a
perda crônica de
sangue oculto se
manifesta com anemia
persistente.
Solicitar : Hb , Ht , Plaquetas
, Coagulograma e Tipagem
sanguinea.
Exame proctologico NÃO
deve ser dispensado
HDA
VARICOSA
(20 A 30% DOS CASOS)
HDA NÃO VARICOSA
(60% DOS CASOS)
HDA por varizes esofagianas
é presumível em um
paciente
admitido com história de
hepatopatia crônica ou com
estigmas
periféricos de insuficiência
hepática, uma vez que essa
etiologia é identificada em
70% dos pacientes com
hipertensão portal.
Regimes de pressão portal
>12mmHg podem
desencadear rotura de varizes
e hemorragia digestiva.
Habitualmente produz
séria instabilidade
hemodinâmica, mas
cessa
espontaneamente em
40% a 50% dos casos.
Desta forma , devem ser
transferidos para unidades de
terapia intensiva para adequada
monitorização hemodinâmica e
adoção de medidas de suporte
inicial.
A. ESTABILIZAÇÃO E MONITORIZAÇÃO RESPIRATORIA E
HEMODINAMICA
-2 ACESSOS PERIFERICOS CALIBROSOS ( REPOSIÇÃO VOLÊMICA E
COLETA DE EXAMES DE SANGUE)
REPOSIÇÃO SANGUÍNEA
-CONCENTRADO DE HEMACIAS ( DEVE-
SE MANTER O HEMATOCRITO ENTRE
25-30%)
• EM SANGRAMENTOS ATIVOS :
TRANSFUSÃO DE PLAQUETAS ( SE <
50,000;ML OU DISFUNÇÃO
PLAQUETÁRIA PELO USO DE AAS –
APESAR DOS VALORES NORMAIS NA
CONTAGEM DE PLAQUETAS)
• HEMORRAGIAS MACIÇAS :
DEVE-SE ADMINISTRAR UMA BOLSA DE
PLASMA FRESCO PARA CADA 5
UNIDADES DE CONCENTRADOS DE
HEMACIAS)
REPOSIÇÃO DO CÁLCIO , SEGUNDO
B. TERAPIA MEDICAMENTOSA:
-SEMPRE INCLUIR INIBIDORES DE BOMBA PROTÔNICA (IDEAL) NA
AUSÊNCIA DESTE : INIBIDORES DOS RECEPTORES H2.
-EVITAR ANTIACIDOS OU SUCRALFATO ( ADEREM A PAREDE GASTRICA
E IMPEDEM A VISUALIZAÇÃO ENDOSCOPICA)
-INFUSÃO DE DROGAS VASOATIVAS - promovem vasoconstrição
esplâncnica – INDICADO DE IMEDIATO P/ HDA SEGUNDARIA A
HIPERTENSAO PORTAL
TERLIPRESSINA –única
droga que isoladamente
demonstrou redução de
mortalidade na HDA
varicosa,.
ADM: 2μg em bolus, EV
4/4h inicialmente.
Com redução para 1 mg,
endovenosa, 4/4 h após o
controle da hemorragia.
As demais drogas vasoativas demonstram
benefícios quando associadas ao tratamento
endoscópico:
O tempo de manutenção da terapêutica
farmacoló-gica pode variar de 2 a 5 dias
SOMATOSTATINA
250μg em bolus,
seguida de infusão
contínua de 250 μg
por hora. EV
OCTREOTIDA -50
μg em bolus,
seguida de infusão
contínua de 50 μg
por hora. EV
C. HEMOSTASIA ENDOSCOPICA:
Ligadura elástica (tecnica recomendada) por menores taxas de
complicações e resangramento.
Escleroterapia pode ser empregada na vigência do sangramento
agudo, nas situações em que a ligadura elástica demonstrar-se
tecnicamente difícil.
Os melhores resultados da
terapia endoscópica são
obtidos quando há
associação com o
tratamento
farmacológico, que deve
ser iniciado
preferencialmente antes
da EDA
aumenta as taxas
de controle inicial
do sangramento e
reduz o
ressangramento
precoce
É recomendável
passar SONDA
NASOGASTRICA e
efetuar lavagem com
1000 a 1500 ml de
soro fisiológico –
melhora as condições
de trabalho do
endoscopista .
A presença de sangue
“vermelho vivo” no aspirado
é descrita como importante
indicador prognóstico de
recorrência ou
persistência da HDA
Cerca de 10% a 20% dos
pacientes poderão não
obter sucesso no controle
do sangramento ou
ressangramento dentro das
primeiras 24 horas.
Persistindo o
sangramento, está
indicada a colocação
do balão de
Sengstaken-
Blakemore , que, por
seu alto risco de
complicações e
mortalidade (20% )–
deverá ser mantido por,
no máximo, 24 horas.
Balão – complicações ( 20%
de mortalidade) aspiração
traqueal,
migração,
necrose e perfuração
esofagiana,
D. PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES.
Embora a ocorrência de encefalopatia hepática possa ser precipitada por
sangramentos digestivos, não há evidência que justifique o uso
profilático da Lactulose em pacientes cirróticos com HDA.
Poderá ser ministrada por via oral, em doses variáveis que permitam 2 a 3
evacuações ao dia.
As lavagens colônicas por via
retal – clisteres glicerinados de
500 a 1000 ml ao dia – poderão
ser utilizadas nos casos de
hemorragias vultosas, com
encefalopatia manifesta, em que
se pretenda uma exoneração
colônica imediata.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL :
em pacientes com depressão
acentuada do nível de
consciência.
Nesses casos, a manutenção da
sonda nasogástrica pode ser útil
para a oferta de medicamentos.Outros potenciais fatores
precipitantes de encefalopatia
hepática devem ser identificados e
corrigidos, como: desidratação,
hipoxia, hipoglicemia, azotemia,
anemia, medicamentos (sedativos,
tranquilizantes) e distúrbios
eletrolíticos.
Infecções bacterianas são
frequentemente documentadas
em pacientes com HDA
varicosa e a sua ocorrência é
um importante fator
prognóstico de falha no
controle do sangramento ou de
ressangramento precoce.
Mais frequentes:
 Peritonite
bacteriana
espontânea
(50%),
 Infecções de
vias urinárias
(25%)
 Infecções de
vias aéreas
(25%)
antibioticoterapia
profilática (7 dias) é
mandatória para todo
paciente cirrótico com
HDA varicosa e deve ser
iniciada no momento da
admissão hospitalar
Norfloxacina 400 mg, via oral,
12/12h
Ciprofloxacina endovenosa pode
ser usada quando a administração
oral não for possível.
A alimentação por via oral deve ser restituída o
mais precocemente possível – 24 horas após
estabilização do sangramento – com restrição de
proteína animal para aqueles com encefalopatia
hepática, até melhora clínica
Pacientes de alto risco, com :
Ascite,
Choque hipovolêmico,
Icterícia
Desnutrição.
o uso de Ceftriaxona endovenosa (1g/dia) - já
demonstra melhores resultados na profilaxia
infecciosa.
ETIOLOGIA :
1. Úlcera péptica
gastroduodenal
2. Lesão aguda de
mucosa
gastroduadenal (
LAMG)
3. Laceração aguda da
transição esôfago-
gástrica (Mallory-
Weiss)
4. Câncer gástrico e
esofagites.
Causas mais raras :
- Lesões vasculares
(angiodisplasias, fístula
aorto-duodenal, lesão de
Dieulafoy)
- Pólipos
- Hemobilia
- Hemosucus
pancreaticus.
Embora cerca de 80% das HDA
não varicosas cessem
espontaneamente, a abordagem
diagnóstica necessita ser
dinâmica e associada a cuidados
terapêuticos no sentido de
preservar o equilíbrio
hemodinâmico e a vida.
O momento exato para a realização da endoscopia
digestiva
alta ainda é controverso.
A estratificação dos pacientes em “baixo risco” e “alto
risco”
tem sido utilizada para a definição do momento da
endoscopia
Classificação de
Forrest Modificada, sendo:
• Forrest Ia (FIa): hemorragia ativa em jato
• Forrest Ib (FIb): hemorragia ativa em gotejamento ou babação
• Forrest IIa (FIIa): vaso visível não hemorrágico
• Forrest IIb (FIIb): coágulo aderido
• Forrest IIc (FIIc): pigmentações planas pretas, marrons
ou avermelhadas, ou uma mancha plana grande e escura sobre
o leito ulceroso
• Forrest III (FIII): base limpa
A. ESTABILIZAÇÃO E MONITORIZAÇÃO RESPIRATORIA E
HEMODINAMICA
B. TERAPIA ANTISECRETORA
IBP - Sugere-se que o omeprazol endovenoso seja utilizado na dose
de 80 mg, endovenosa, em bolus, seguido da infusão de 8 mg/h, por 72
horas, quando
deverá ser trocado para 20 mg por via oral; 1x ao dia por 8 semanas.
A suspensão da medicação após esse período estará na dependência
da correção de fatores precipitantes, como H. pylori, anti-inflamatórios
nãoesteroides (AINE) e ácido acetilsalicílico
• PROJETO DIRETRIZES- ASSOCIAÇÃO MÉDICA
BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
• CONSENSO BRASILEIRO DE ENDOSCOPIA
DIGESTIVA ALTA - SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ENDOSCOPIA DIGESTIVA (SOBED).
• VIDEO :THE NEW ENGLAND JOURNAL OF MEDICINE
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Hemorragia digestiva alta

  • 1. Karoline Lima Pereira – Interna - HMI
  • 2.
  • 3. Qualquer sangramento do trato gastrointestinal que se origine até o ângulo de Treitz. A hemorragia digestiva aguda, evidenciada clinicamente pela exteriorização de hematêmese, melena ou enterorragia, é uma causa frequente de hospitalização de urgência.
  • 4. AGUDO: sintomas e sinais recentes CRONICO: geralmente assintomaticas, e a perda crônica de sangue oculto se manifesta com anemia persistente.
  • 5. Solicitar : Hb , Ht , Plaquetas , Coagulograma e Tipagem sanguinea. Exame proctologico NÃO deve ser dispensado
  • 6.
  • 7. HDA VARICOSA (20 A 30% DOS CASOS) HDA NÃO VARICOSA (60% DOS CASOS)
  • 8. HDA por varizes esofagianas é presumível em um paciente admitido com história de hepatopatia crônica ou com estigmas periféricos de insuficiência hepática, uma vez que essa etiologia é identificada em 70% dos pacientes com hipertensão portal. Regimes de pressão portal >12mmHg podem desencadear rotura de varizes e hemorragia digestiva. Habitualmente produz séria instabilidade hemodinâmica, mas cessa espontaneamente em 40% a 50% dos casos. Desta forma , devem ser transferidos para unidades de terapia intensiva para adequada monitorização hemodinâmica e adoção de medidas de suporte inicial.
  • 9.
  • 10. A. ESTABILIZAÇÃO E MONITORIZAÇÃO RESPIRATORIA E HEMODINAMICA -2 ACESSOS PERIFERICOS CALIBROSOS ( REPOSIÇÃO VOLÊMICA E COLETA DE EXAMES DE SANGUE) REPOSIÇÃO SANGUÍNEA -CONCENTRADO DE HEMACIAS ( DEVE- SE MANTER O HEMATOCRITO ENTRE 25-30%) • EM SANGRAMENTOS ATIVOS : TRANSFUSÃO DE PLAQUETAS ( SE < 50,000;ML OU DISFUNÇÃO PLAQUETÁRIA PELO USO DE AAS – APESAR DOS VALORES NORMAIS NA CONTAGEM DE PLAQUETAS) • HEMORRAGIAS MACIÇAS : DEVE-SE ADMINISTRAR UMA BOLSA DE PLASMA FRESCO PARA CADA 5 UNIDADES DE CONCENTRADOS DE HEMACIAS) REPOSIÇÃO DO CÁLCIO , SEGUNDO
  • 11. B. TERAPIA MEDICAMENTOSA: -SEMPRE INCLUIR INIBIDORES DE BOMBA PROTÔNICA (IDEAL) NA AUSÊNCIA DESTE : INIBIDORES DOS RECEPTORES H2. -EVITAR ANTIACIDOS OU SUCRALFATO ( ADEREM A PAREDE GASTRICA E IMPEDEM A VISUALIZAÇÃO ENDOSCOPICA) -INFUSÃO DE DROGAS VASOATIVAS - promovem vasoconstrição esplâncnica – INDICADO DE IMEDIATO P/ HDA SEGUNDARIA A HIPERTENSAO PORTAL TERLIPRESSINA –única droga que isoladamente demonstrou redução de mortalidade na HDA varicosa,. ADM: 2μg em bolus, EV 4/4h inicialmente. Com redução para 1 mg, endovenosa, 4/4 h após o controle da hemorragia. As demais drogas vasoativas demonstram benefícios quando associadas ao tratamento endoscópico: O tempo de manutenção da terapêutica farmacoló-gica pode variar de 2 a 5 dias SOMATOSTATINA 250μg em bolus, seguida de infusão contínua de 250 μg por hora. EV OCTREOTIDA -50 μg em bolus, seguida de infusão contínua de 50 μg por hora. EV
  • 12. C. HEMOSTASIA ENDOSCOPICA: Ligadura elástica (tecnica recomendada) por menores taxas de complicações e resangramento. Escleroterapia pode ser empregada na vigência do sangramento agudo, nas situações em que a ligadura elástica demonstrar-se tecnicamente difícil. Os melhores resultados da terapia endoscópica são obtidos quando há associação com o tratamento farmacológico, que deve ser iniciado preferencialmente antes da EDA aumenta as taxas de controle inicial do sangramento e reduz o ressangramento precoce É recomendável passar SONDA NASOGASTRICA e efetuar lavagem com 1000 a 1500 ml de soro fisiológico – melhora as condições de trabalho do endoscopista . A presença de sangue “vermelho vivo” no aspirado é descrita como importante indicador prognóstico de recorrência ou persistência da HDA
  • 13. Cerca de 10% a 20% dos pacientes poderão não obter sucesso no controle do sangramento ou ressangramento dentro das primeiras 24 horas.
  • 14. Persistindo o sangramento, está indicada a colocação do balão de Sengstaken- Blakemore , que, por seu alto risco de complicações e mortalidade (20% )– deverá ser mantido por, no máximo, 24 horas. Balão – complicações ( 20% de mortalidade) aspiração traqueal, migração, necrose e perfuração esofagiana,
  • 15. D. PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES. Embora a ocorrência de encefalopatia hepática possa ser precipitada por sangramentos digestivos, não há evidência que justifique o uso profilático da Lactulose em pacientes cirróticos com HDA. Poderá ser ministrada por via oral, em doses variáveis que permitam 2 a 3 evacuações ao dia. As lavagens colônicas por via retal – clisteres glicerinados de 500 a 1000 ml ao dia – poderão ser utilizadas nos casos de hemorragias vultosas, com encefalopatia manifesta, em que se pretenda uma exoneração colônica imediata. INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL : em pacientes com depressão acentuada do nível de consciência. Nesses casos, a manutenção da sonda nasogástrica pode ser útil para a oferta de medicamentos.Outros potenciais fatores precipitantes de encefalopatia hepática devem ser identificados e corrigidos, como: desidratação, hipoxia, hipoglicemia, azotemia, anemia, medicamentos (sedativos, tranquilizantes) e distúrbios eletrolíticos.
  • 16. Infecções bacterianas são frequentemente documentadas em pacientes com HDA varicosa e a sua ocorrência é um importante fator prognóstico de falha no controle do sangramento ou de ressangramento precoce. Mais frequentes:  Peritonite bacteriana espontânea (50%),  Infecções de vias urinárias (25%)  Infecções de vias aéreas (25%) antibioticoterapia profilática (7 dias) é mandatória para todo paciente cirrótico com HDA varicosa e deve ser iniciada no momento da admissão hospitalar Norfloxacina 400 mg, via oral, 12/12h Ciprofloxacina endovenosa pode ser usada quando a administração oral não for possível.
  • 17. A alimentação por via oral deve ser restituída o mais precocemente possível – 24 horas após estabilização do sangramento – com restrição de proteína animal para aqueles com encefalopatia hepática, até melhora clínica Pacientes de alto risco, com : Ascite, Choque hipovolêmico, Icterícia Desnutrição. o uso de Ceftriaxona endovenosa (1g/dia) - já demonstra melhores resultados na profilaxia infecciosa.
  • 18. ETIOLOGIA : 1. Úlcera péptica gastroduodenal 2. Lesão aguda de mucosa gastroduadenal ( LAMG) 3. Laceração aguda da transição esôfago- gástrica (Mallory- Weiss) 4. Câncer gástrico e esofagites. Causas mais raras : - Lesões vasculares (angiodisplasias, fístula aorto-duodenal, lesão de Dieulafoy) - Pólipos - Hemobilia - Hemosucus pancreaticus. Embora cerca de 80% das HDA não varicosas cessem espontaneamente, a abordagem diagnóstica necessita ser dinâmica e associada a cuidados terapêuticos no sentido de preservar o equilíbrio hemodinâmico e a vida.
  • 19.
  • 20. O momento exato para a realização da endoscopia digestiva alta ainda é controverso. A estratificação dos pacientes em “baixo risco” e “alto risco” tem sido utilizada para a definição do momento da endoscopia
  • 21.
  • 22. Classificação de Forrest Modificada, sendo: • Forrest Ia (FIa): hemorragia ativa em jato • Forrest Ib (FIb): hemorragia ativa em gotejamento ou babação • Forrest IIa (FIIa): vaso visível não hemorrágico • Forrest IIb (FIIb): coágulo aderido • Forrest IIc (FIIc): pigmentações planas pretas, marrons ou avermelhadas, ou uma mancha plana grande e escura sobre o leito ulceroso • Forrest III (FIII): base limpa
  • 23. A. ESTABILIZAÇÃO E MONITORIZAÇÃO RESPIRATORIA E HEMODINAMICA B. TERAPIA ANTISECRETORA IBP - Sugere-se que o omeprazol endovenoso seja utilizado na dose de 80 mg, endovenosa, em bolus, seguido da infusão de 8 mg/h, por 72 horas, quando deverá ser trocado para 20 mg por via oral; 1x ao dia por 8 semanas. A suspensão da medicação após esse período estará na dependência da correção de fatores precipitantes, como H. pylori, anti-inflamatórios nãoesteroides (AINE) e ácido acetilsalicílico
  • 24. • PROJETO DIRETRIZES- ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA • CONSENSO BRASILEIRO DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA (SOBED). • VIDEO :THE NEW ENGLAND JOURNAL OF MEDICINE