Este documento discute as origens e premissas de várias escolas de pensamento estratégico. Apresenta seis escolas prescritivas (Design, Planejamento, Posicionamento) e quatro descritivas (Empreendedora, Cognitiva, Aprendizado, Poder), destacando suas contribuições e críticas.
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Tema: As Escolas do Pensamento Estratégico I
Objetivo: Conhecer as origens, o modelo, as premissas,
críticas e contribuições das escolas do pensamento
estratégico.
As Escolas do Pensamento Estratégico.
A Escola do Design.
A Escola do Planejamento.
A Escola do Posicionamento.
A Escola Empreendedora.
A Escola Cognitiva.
Escolas de Pensamento
Estratégico
Prescritivas: preocupadas
em como as estratégias
devem ser formuladas.
Descritivas: preocupadas
em como as estratégias são
formuladas.
As Dez Escolas de Estratégia
Escolas
Prescritivas
Design
Planejamento
Posicionamento
Escolas
Descritivas
Empreendedora
Cognitiva
Aprendizado
Poder
Cultural
Ambiental
Configuração
A Escola do Design
“A formação de Estratégia como processo de
Concepção”
Origens: Selznick (1957); Andrew (1965)
A Escola do Design
Premissas:
A formação da estratégia deve ser
um processo deliberado de
pensamento consciente.
A responsabilidade por esse controle
é feita pelo Presidente.
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A Escola do Design
Premissas:
Processo baseado na adaptação essencial
entre forças e fraquezas internas e ameaças
e oportunidades externas.
Modelo de formulação de estratégia simples
e informal.
As estratégias só poderão ser
implementadas no final do processo de
formulação
A Escola do Design
A Escola do Design
Críticas:
Foco na concepção e não no aprendizado
Falta de interação entre os membros da
organização no processo.
Pouco espaço para improvisação e
estratégias emergentes.
Separação entre o pensamento e a ação.
A Escola do Planejamento
“A formação de Estratégia como um processo
Formal”
Origens: Ansoff (1965)
A Escola do Planejamento
Premissas:
Processo controlado e consciente de
planejamento formal.
Decomposição do processo em etapas
distintas.
O controle:
do processo é feito pelo executivo principal
da execução é feito pelos planejadores
A Escola do Planejamento
Premissas:
As estratégias são implementadas através de
objetivos, orçamentos, programas e planos
operacionais.
Modelo básico do planejamento estratégico
(fixação de objetivos, auditoria externa e
interna, avaliação e operacionalização da
estratégia, programação de todo o processo).
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A Escola do Planejamento
A Escola do Planejamento
Críticas:
Predeterminação: previsões de longo
prazo podem tornar estratégias inviáveis
Desliga o pensar-fazer: desproporciona a
interação entre pensadores e executores
Formalização: engessa a organização
A Escola de Posicionamento
“A formação de Estratégia como um processo
Analítico”
Origens: Porter (1980)
A Escola de Posicionamento
Premissas:
Estratégias como posições genéricas
no mercado.
Conceito de mercado econômico e
competitivo.
Processo de formação de estratégias
com base em cálculos analíticos.
A Escola de Posicionamento
Premissas:
Responsáveis pelo processo:
analistas e gerentes.
As estratégias saem deste processo
totalmente desenvolvidas para
serem articuladas e implementadas.
PRIMEIRA ONDA:
Origens nas Máximas Militares
Escola mais antiga de formação de estratégia;
ótimas para posições específicas em batalhas
militares.
Sun Tzu
Importância de estar informado
sobre o inimigo.
Ênfase nos cálculos e no estado da
indústria.
“Vantagem do primeiro que se
movimenta”.
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PRIMEIRA ONDA:
Origens nas Máximas Militares
Von Clausewitz
Estratégia clara e simples.
Concentrar recursos onde a empresa
tem uma vantagem competitiva
significativa.
Princípios flexíveis para reger o
pensamento a respeito da guerra.
Estratégia busca moldar o futuro.
SEGUNDA ONDA:
Imperativos de Consultoria
Feita sob medida para os consultores.
Boston Consulting Group (BCG): matriz de
crescimento-participação e curva da
experiência (vantagem da primeira empresa a
entrar no mercado).
Utiliza duas categorias da escola do design:
ambiente externo e capacidades internas.
Participação de mercado é um prêmio e não
uma estratégia.
A Escola de Posicionamento TERCEIRA ONDA
O Desenvolvimento de Proposições Empíricas
Somente umas poucas estratégias “genéricas”
sobrevivem à concorrência a longo prazo:
definição da escola de posicionamento.
São elas:
Liderança em custo: ser o produtor de baixo
custo da indústria.
Diferenciação: Desenvolvimento de produtos
ou serviços únicos (lealdade).
Foco: para atender segmentos de mercado,
linhas de produtos.
TERCEIRA ONDA
O Desenvolvimento de Proposições Empíricas
O papel da escola de posicionamento
acaba sendo relegado a apoiar a
estratégia, e não ser a estratégia,
devido a sua ênfase em análises e
cálculos.
Poderia ser apropriada para a formulação
de estratégias se as condições fossem
estáticas.
Modelo de Porter
Poder de negociação
dos fornecedores
FORNECEDORES
COMPRADORES
Poder de negociação
dos compradores
ENTRANTES
CONCORRENTES
NA INDÚSTRIA
Rivalidade entre as
Empresas
Existentes
Ameaças de produtos
ou serviços substitutos
Ameaças de novos
entrantes
SUBSTITTOS
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Estratégias Genéricas (Porter)
Unicidade observada pelo cliente Posição de baixo custo
No âmbito de
toda a indústria
Apenas um
Segmento
Particular
VANTAGEM ESTRATÉGICA
ALVO ESTRATÉGICO
Diferenciação Liderança pelo
Custo Total
Enfoque
Michael Porter em Estratégia Competitiva
A Escola de Posicionamento
Críticas:
Foco limitado: importância exclusiva ao
fator econômico
Processo focado nos números: limitação da
criatividade, aprendizado e empenho
pessoal
Generalização da estratégia: desencoraja a
criação de novas categorias
Valorização apenas de fatores tangíveis
A Escola Empreendedora
“A formação de Estratégia como um processo
Visionário”
Origens: Schumpeter (1950); Cole (1959)
A Escola Empreendedora
Premissas:
Conceito central focado na visão.
Senso de direção a longo prazo – visão do futuro.
Processo de formação da estratégia semiconsciente
e intuitiva.
Representação mental da estratégia, formulação e
implementação da visão são feitas pelo líder.
Visão estratégica maleável, permite que o líder
possa manobrá-la.
A Escola Empreendedora
Missão e Visão
Liderança e messianismo (sucesso/fracasso)
Líder carismático
Líder democrático
Líder Técnico
Líder Contingencial
Ressalta os papéis das características individuais:
intuição, julgamento, sabedoria, experiência e
critério.
Empreendedor interno.
A Escola Empreendedora
Críticas:
Formação da estratégia centrada em um
único indivíduo
Visões mirabolantes e inviáveis podem
levar a empresa ao fracasso
Sobrecarga em torno do desempenho do
líder
Ideal: construir uma organização visionária
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A Escola Cognitiva
“A formação de Estratégia como processo
Mental”
Origens: Simon (1947)
A Escola Cognitiva
Premissas:
A formação de estratégia é um
processo cognitivo - ação de adquirir,
absorver conhecimentos - que tem
lugar na mente do estrategista.
As estratégias emergem como
perspectivas da maneira pela qual as
pessoas lidam com informações vindas
do ambiente.
A Escola Cognitiva
Premissas:
As estratégias são difíceis de serem
mudadas quando não são mais viáveis
Informações fluem de vários filtros
(objetividade) estratégia emerge como
um conceito/mapa (subjetividade) que
dão forma a maneira em que se lida no
ambiente (interpretação/percepção).
A Escola Cognitiva
Compreensão do ambiente para a construção
estratégica: positivista (realidade); subjetiva
(interpretação)
Racionalidade Limitada:
mundo vasto e complexo
X
capacidade do cérebro para processar
informações
Tendências: busca de evidências,
inconsistência, conservadorismo, ancoragem.
A Escola Cognitiva
Paradigmas Lentes
Filtros Ressalta
crenças
Descarta
Informação
Modelo de processo paralelo de
tomada de decisões estratégicas
Fonte: Córner, Kinicki e Keats
Atenção: sensor; qual informação processar?
Codificação:Significado; categorizar, combinar, tratar – análise, decisão
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A Escola Cognitiva
Críticas:
A escola não responde algumas questões
fundamentais:
“Como se formam os conceitos na mente de
um estrategista?”
“Como a mente distorce e integra uma
diversidade de informações complexas?
Tema: As Escolas do Pensamento Estratégico II
Objetivo: Conhecer as origens, o modelo, as premissas,
críticas e contribuições das escolas do pensamento
estratégico.
As Escolas do Pensamento Estratégico.
A Escola do Aprendizado.
A Escola do Poder.
A Escola Cultural.
A Escola Ambiental.
A Escola da Configuração.
A Escola do Aprendizado
“A formação de Estratégia como um processo
Emergente”
Origens: Lindblom (1959); Quinn (1980); Hamel (1990)
A Escola do Aprendizado
Premissas:
As empresas aprendem ao longo do tempo.
Indistinção entre formulação e implementação.
Aprendizado coletivo.
Aprendizado através da reflexão do que foi feito.
Processo de aprendizado estratégico gerenciado
pelo líder.
Articulação entre o passado, presente e futuro.
A Escola do Aprendizado
As estratégias emergem, conforme as circunstâncias,
sendo o resultado de uma variedade de pequenas
ações e decisões tomadas por todos os tipos de
pessoas diferentes.
Incrementalismo desarticulado: as estratégias são montadas
incrementalmente, sem uma lógica (enfrentar o ambiente).
Incrementalismo lógico: a estratégia tende a evoluir à
medida que decisões internas e eventos externos fluem.
Empreendimento estratégico: empreendedorismo
interno (intrapreneurship).
Compreensão retrospectiva.
A Escola do Aprendizado
Críticas:
Inexistência de estratégia: é necessário ter um foco a
ser seguido, senão ocorre dispersão.
Estratégia perdida: uma estratégia coerente e viável pode ser
deixada de lado pelo fato de não ser mais nova ou
interessante.
Estratégia errada: a total abertura para criação de
estratégias pode levar a organização adotar uma estratégia
indesejada e inviável.
O Processo de Aprendizagem contínuo pode ser
oneroso, demorado e desgastante para as pessoas da
organização.
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A Escola do Poder
“A formação de Estratégia como processo de
Negociação”
Origens: Allison (1971); Astley (1984)
A Escola do Poder
Premissas:
A Formação de estratégia é moldada por poder e
política
Visão micro:
Interesses próprios por trás da formação de
estratégias.
O desenvolvimento de estratégias envolve
negociações, persuasões e confrontos internos
entre os que partilham o poder.
A Escola do Poder
Premissas:
Visão macro:
A organização usa seu poder sobre os outros e
entre seus parceiros em alianças para negociar
estratégias coletivas.
As organizações podem adaptar-se ao ambiente
para cumprir requisitos ou tentar alterá-lo às
capacidades delas.
A Escola do Poder
Escola do poder (Pluralismo)
Organizações = Sistemas políticos
Organizações = Arenas de conflito
Objetivo formal é “fachada”
Coopetição = Competição + Cooperação
Alianças estratégicas
Conflito tem uma função construtiva
A Escola do Poder A Escola Cultural
Críticas:
Enfatiza com exagero o poder e exclui
fatores como liderança e cultura
A dimensão política descontrolada pode ser
fonte de desperdício e distorção nas
organizações
O poder macro na forma de alianças pode
criar sérios problemas de conluio (trama) em
uma sociedade de grandes organizações
“A formação de Estratégia como um processo
Coletivo”
Origens: Rhenman e Normann (final dos anos 60)
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A Escola Cultural
Premissas:
A formação da estratégia baseia-se em um
processo de integração social; a formação é
baseada nas crenças e interpretações comuns
aos membros da empresa.
A estratégia assume a forma de uma
perspectiva enraizada em intenções coletivas.
A cultura reforça as estratégias existentes,
resistindo a mudanças.
Duas culturas organizacionais diferentes
comprometem uma fusão.
A Escola Cultural
Críticas:
A cultura desencoraja estratégias
emergentes e mudanças necessárias
Desequilíbrio entre adequação de forças
internas com fatores externos
A Escola Ambiental
“A formação de Estratégia como um processo
Reativo”
Origens: Hannan e Freeman (1977)
A Escola Ambiental
Premissas:
O ambiente externo é o agente central no processo
de geração de estratégias; a organização deve
responder a essas forças ou será “eliminada”.
A liderança torna-se um elemento passivo, para fins
de ler o ambiente e garantir uma adaptação
adequada pela organização.
As organizações devem selecionar posições
específicas que se aproveitem das forças ambientais
positivas que resistam às negativas.
A Escola Ambiental A Escola da Configuração
Críticas:
Dimensões do ambiente bastante abstratas,
vagas e agregadas.
Imperativo ambiental: afirmação de que as
organizações não têm nenhuma opção
estratégica real.
Processo limitado: criação de estratégias
baseada na reação da empresa com o contexto
em que está inserida, e não ao que ela é de
fato.
“A formação de Estratégia como processo de
Transformação”
Origens: Chandler (1962); Miles e Snow (1978)
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A Escola da Configuração
Premissas:
As organizações são vistas como configurações
(agrupamentos coerentes de características e
comportamentos).
Esses estados de configuração estáveis são
ocasionalmente interrompidos por algum processo
de transformação (salto quântico – medidas
discretas, não contínuas - para outra configuração).
A Escola da Configuração
Premissas:
A chave para a Administração estratégica é:
sustentar a estabilidade a maior parte do tempo;
reconhecer a necessidade de transformação e
ser capaz de gerenciar esse processo com
eficácia.
A Escola da Configuração Síntese
Críticas:
Apresenta as organizações de forma
caricatural.
A realidade é sempre mais complexa
que qualquer teoria e, nesse sentido,
todas as teorias seriam falsas.
Escola do design - Arquitetura
Escola do Planejamento estratégico - Teoria dos sistemas
Escola do Posicionamento - Economia
Escola Empreendedora - Economia
Escola Cognitiva - Psicologia
Escola do Aprendizado - Teoria do Caos
Escola do Poder - Ciência Política
Escola Cultural - Antropologia
Escola Ambiental - Biologia
Escola da Configuração - História
Considerações finais
Escolas de Pensamento Estratégico
Engenharia e
Arquitetura
Formulação de estratégia como um
Escola do Design processo de concepção
Formulação de estratégia como um Teoria dos Sistemas
Escola do Planejamento processo formal
Formulação de estratégia como um Economia
Escola Empreendedora processo visionário
Formulação de estratégia como um Psicologia
processo mental
Escola Cognitiva
Formulação de estratégia como um Teoria do Caos
Escola de Aprendizado processo emergente
Formulação de estratégia como um Ciência Política
Escola de Poder processo de negociação
Antropologia e
Sociologia
Formulação de estratégia como um
Escola Cultural processo coletivo
Formulação de estratégia como um Biologia
Escola Ambiental processo reativo
Formulação de estratégia como um História
Escola de Configuração processo transformação
Escolas Descritivas
Formulação de estratégia como um Economia
Escola do Posicionamento processo analítico
Escolas Prescritivas
Escola de Pensamento Lógica Estratégica Principal Ciência
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Biblioteca Virtual
Utilize para pesquisa e aquisição
de novos conhecimentos a
Biblioteca Virtual do aluno.
Há um acervo sobre todas as
especialidades que envolvem o
curso.