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Conservação de Alimentos



A conservação de alimentos tem por objetivo oferecer ao consumidor,
alimentos e produtos alimentícios, não só com qualidades nutritivas,
organolépticas e de qualidade normal, mas principalmente produtos isentos de
microrganismos e suas toxinas, nocivos a saúde. Em resumo determinam-se
como fatores responsáveis pela alteração ou deterioração dos alimentos, o
oxigênio, a prática inadequada na manipulação, a luz, as reações químicas e
os microrganismos.

Métodos de Conservação de Alimentos

1. CONSERVAÇÃO PELO CALOR.



O seu principal objetivo é a redução da carga microbiana e a desnaturação de
enzimas. Dentro desse processo destaca-se o seguinte tratamento térmico.




     1.1. Pasteurização



Essa técnica recebe esse nome em homenagem ao seu autor, Luis Pasteur.
Em 1863, Pasteur descobriu que o aquecimento de certos alimentos e bebidas
acima de 60º C evitava sua deterioração, reduzindo de maneira sensível o
número de microorganismos presentes na sua composição.

É um processo industrial, empregado no tratamento do leite e outros alimentos
e bebidas(sorvetes, cervejas etc.). A Portaria nº 379, de 26 de abril de 1999 do
Ministério da Saúde, cita como obrigatória a pasteurização de gelados
comestíveis elaborados com produtos de laticínios e/ou ovos.

Tem como objetivo a destruição de microrganismos patogênicos sensíveis a
temperatura mais elevadas como bactérias vegetativas, bolores e leveduras,
sem modificar o valor nutritivo e as características organolépticas associados
ao alimento e aumentar a vida de prateleira do produto alimentício, reduzindo
as taxas de alterações microbiológicas e enzimáticas.

Para este processo há vários tipos de equipamentos, um exemplo é o trocador
de calor tubular com tubos internos de aço inox, veja a Figura 1. Esses
trocadores são muito usados para pasteurização de alimentos líquidos, tais
como leite bovino, calda de sorvetes e sucos de frutas. A pasteurização hoje
pode ser feita de três maneiras: pasteurização lenta, pasteurização rápida e
ultrapasteurização.




                      Figura 1 - Trocador de Calor Tubo a Tubo



       1.1.1. Pasteurização Lenta



A técnica de pasteurização low temperature large time (LTLT) consiste em
aquecer o leite a 62-63°C e mantê-lo nesta temperatura por 30-35 min.,
seguido por resfriamento brusco a 5°C ou menos. Como a lentidão nessa fase
pode favorecer um aumento considerável de bactérias, é importante a rapidez
no resfriamento. Durante o tempo de aquecimento, o leite deve ser agitado
para evitar aderências às paredes do recipiente, promover aquecimento
uniforme de todas as suas partículas, além de evitar a formação de espuma.
Essa técnica de LTLT é aplicada em leite de cabra e leite em pequenas
quantidades e utilizada por indústrias de pequeno porte, onde o volume de
produção não justifica a aquisição de um pasteurizador de placas. Apresenta a
vantagem de não modificar as propriedades do leite. Não se coagulam as
albuminas nem as globulinas e o estado dos glóbulos de gordura permanente
inalterados.   A sua desvantagem é de ser um processo demorado,
descontínuo, com operação manual e com possibilidade de desenvolver
microbiota termófila na espuma.




        1.1.2. Pasteurização Rápida




A pasteurização do tipo high temperature short time (HTST) consiste em
aquecer o leite a 72° C e mantê-lo por 15 segundos em um equipamento com
trocadores de calor de placas, seguido de choque térmico semelhante ao uso
da pasteurização lenta. A pasteurização HTST é utilizada nos leites de
saquinho tipo A, B e C, sendo o processo mais usado nas indústrias de médio
e grande porte. Apresenta como desvantagem o alto custo de aquisição e
manutenção do equipamento, mas tem a vantagem de ser um processo
continuo, de controle mais eficaz, de maior rapidez, menor área para
instalação, menos perdas por evaporação, maior eliminação de termófilos e
economia de mão-de-obra.




        1.1.3. Ultrapasteurização




A pasteurização do tipo ultra high temperature (UHT) é um processo térmico
para preservar o leite líquido. O leite é homogeneizado e submetido a uma
temperatura de 130 a 150º C durante curtíssimo período de tempo, de 2 a 4
segundos, e imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32ºC.

A alta temperatura elimina as bactérias, com isso as propriedades do leite são
preservadas sem a necessidade de refrigeração ou qualquer tipo de
conservante, daí o nome longa vida. Se a embalagem for asséptica, ou seja,
que protege o alimento de microorganismos, o leite pode ser armazenado por
meses em temperatura ambiente.
2. CONSERVAÇÃO PELO USO DE IRRADIAÇÃO




No método da irradiação de alimentos, o objetivo é a utilização de radiações
que tenham boa penetração, mas de uma forma que não afetará somente os
microorganismos localizados na superfície dos mesmos, mas em todo o
alimento. Também não se pode utilizar radiação com alta energia, pois, podem
tornar os alimentos radioativos. É um método utilizado para eliminação de
microrganismos patogênicos, causadores de doenças de origem alimentar.

O principal objetivo desse método é prolongar o tempo de vida útil (shelf life) de
produtos   alimentícios   para   auxiliar   em   processos   de   distribuição   e
comercialização. As propriedades organolépticas são as propriedades que
podem ser percebidas pelos sentidos do consumidor, como a cor, o sabor, a
texturas, e o odor.

O tratamento por irradiação pode ser aplicado para inibir brotamento, (para
bulbos e tubérculos), retardar a maturação e senescência,               ou seja,
envelhecimento (frutas e legumes), redução de carga microbiológica (carnes,
frutas e legumes), eliminação de parasitas e pragas (grãos, cereais, frutas e
especiarias) e esterilização (alimentos prontos para o consumo, conservados
em temperatura ambiente).

Das radiações ionizantes, somente os raios gama e as partículas beta é que
são utilizadas com maior sucesso na conservação dos alimentos. Sabe-se que
os alimentos são bastante variados na sua composição química, estrutura
física e grau de alteração que possam sofrer até serem consumidos.

Os raios gama são obtidos de equipamentos que possuem uma fonte de
isótopo de alta energia, a partir de Cobalto-60 (64Co) ou Césio -137 (137Cs).
Como a fonte do isótopo esta continuamente irradiando e não pode ser
desligada, ela é mantida blindada em um tanque de água, localizado abaixo da
área de processo. Quando em funcionamento, a fonte é elevada e o alimento
embalado é carregado em esteiras transportadoras automáticas que o levam
através de campo de irradiação em uma rota circular. Isso permite o maximo
aproveitamento da irradiação emitida e garante a uniformidade de dose. O
tempo de residência do alimento é determinado pela dose requerida e pela
força de saída da fonte. O Co-60 tem uma média de vida de 5,26 anos e, por
isso, requer a substituição de 12,3% da atividade a cada ano para conservar a
media de saída da usina.

As partículas beta (elétrons) são emitidas por aceleradores de elétrons
(lineares, Van de Graff etc.) que consistem de um catodo para fornecer elétrons
e um cubo com vácuo em que os elétrons são acelerados por um campo
eletrostático de alta voltagem. As vantagens dos aceleradores é que podem ser
facilmente desligados e os feixes de elétrons podem ser direcionados sobre o
alimento embalado. No entanto, sua penetração e muito pequena, da ordem de
3,8 cm em cada superfície.

A dose de irradiação a ser aplicada depende da resistência do microrganismo e
enzimas, do tipo de alimentos e do objeto a ser alcançado. O DL 30 (dose de
radiação que destrói 50% da população) do homem e de aproximadamente 5
Gy (500 rads).

Os dois tipos de processos de irradiação podem ser divididos pelo objetivo do
tratamento e dose utilizada em:

 a) Radapertização – processo que equivale à esterilização térmica que
    previne o produto da decomposição e das toxinas de origem microbiana,
    podendo ser estocados em temperatura ambiente. Utilizado em produtos
    cárneos, como, peito de peru e filé de frango.

 b) Radiação ou radiciação – empregando doses de 2,5 a 10 kGy, suficientes
    para reduzir o numero de microrganismos patogenicos viaveis, eliminando
    patógenos não formadores de esporos, como Salmonella spp. utilizado em
    pasteurizaçao de sucos, carnes e massas frescas, etc.
 c) Radurização – mas com dose relativamente baixas (0,75 – 2,5 kGy) para
    destruição   de   leveduras,   bolores   e   bactérias   não   esporulantes,
    aumentando assim a vida útil do alimento irradiado. E muitas vezes
    empregada em associação com outros processos de conservação, como a
    refrigeração. Utilizado na prevenção de brotamentos em bulbos e
    tubérculos, retardar o tempo de maturação de frutas, prevenir a
deterioração por fungos em frutas e hortaliças e controle de infestação por
    insetos e ácaros.

 d) Controle do Amadurecimento – alguns tipos de frutas e hortaliças
    (morango, tomate) podem ser irradiadas para prolongar a sua vida útil de
    prateleira em duas a três vezes.

 e) Desinfestação – doses baixas, inferiores a 1 kGy, são eficazes contra
    insetos e larvas infestando grãos e frutas.

 f) Inibiçao do Brotamento – tem sido utilizada comercialmente em batata,
    cebola e alho com doses baixas 9150Gy).




     2.1. Legislação




O Ministério da Saúde publicou sobre alimentos irradiados o Decreto nº 72.718,
de 29 de agosto de 1973, a Lei nº 7.394, de 29 de outro de 1985, e a
Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de 2001.

A Resolução RDC nº 21, que aprova o Regulamento Técnico para Irradiação
de Alimentos, define:

   a) Irradiação de alimentos e o processo físico de tratamento que consiste
      em submeter o alimento, já embalado ou a granel, a doses controladas
      de radiação ionizante, com finalidade sanitária, fitossanitária e/ou
      tecnológica.
   b) Alimento irradiado e todo alimento que tenha sido intencionalmente
      submetido ao processo de irradiação com radiação ionizante.
   c) Radiação ionizante e qualquer radiação que ioniza átomos de materiais
      a ela submetidos. Serão consideradas radiações ionizantes apenas
      aquelas de energia inferior ao limiar das reações nucleares que
      poderiam induzir radioatividade no alimento irradiado.
   d) As fontes de radiação são aquelas autorizadas pela Comissao Nacional
      de Energia Nuclear, a saber:
1) Isótopos radioativos emissores de radiação gama: cobalto -60 e
            césio -137;
       2) Raios X gerados por maquinas que trabalham com energia de ate 5
            Mev; e
       3) Elétrons gerados por maquinas que trabalhavam com energias de
            ate 10 Mev.
e) Na rotulagem dos alimentos irradiados o painel principal deve conter a
    frase “alimento tratado por processo de irradiação”, com determinado
    tamanho de letras.
f) A mesma informação deve estar nos locais de exposição a venda de
    produtos irradiados, a granel.




  2.2. Vantagens




Redução das perdas dos alimentos pós-colheita;

Evita brotamento de tubérculos;

Pode     retardar    ou   mesmo   interromper   os   processos   naturais   de
amadurecimento e deterioração;

Desinfestação de insetos em grãos, frutas secas e frescas sem uso de
produtos químicos;

Pode esterilizar completamente um alimento;

O produto é tratado em sua embalagem final, evitando a recontaminação;

Não há elevação de temperatura durante o tratamento;

Não causa danos ao consumidor como os agrotóxicos, pesticidas e alguns
aditivos.




  2.3. Desvantagens
Pode ser aplicado somente para alguns tipos de alimentos;
  Pode afetar vitaminas como E e C;
  É ineficiente contra vírus;
  Podem ser formados radicais livres, sendo muitas vezes associados ao
desenvolvimento de câncer.

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Anuário de patentes USP 2010-2011
 

Conservação de Alimentos: Métodos e Técnicas

  • 1. Conservação de Alimentos A conservação de alimentos tem por objetivo oferecer ao consumidor, alimentos e produtos alimentícios, não só com qualidades nutritivas, organolépticas e de qualidade normal, mas principalmente produtos isentos de microrganismos e suas toxinas, nocivos a saúde. Em resumo determinam-se como fatores responsáveis pela alteração ou deterioração dos alimentos, o oxigênio, a prática inadequada na manipulação, a luz, as reações químicas e os microrganismos. Métodos de Conservação de Alimentos 1. CONSERVAÇÃO PELO CALOR. O seu principal objetivo é a redução da carga microbiana e a desnaturação de enzimas. Dentro desse processo destaca-se o seguinte tratamento térmico. 1.1. Pasteurização Essa técnica recebe esse nome em homenagem ao seu autor, Luis Pasteur. Em 1863, Pasteur descobriu que o aquecimento de certos alimentos e bebidas acima de 60º C evitava sua deterioração, reduzindo de maneira sensível o número de microorganismos presentes na sua composição. É um processo industrial, empregado no tratamento do leite e outros alimentos e bebidas(sorvetes, cervejas etc.). A Portaria nº 379, de 26 de abril de 1999 do Ministério da Saúde, cita como obrigatória a pasteurização de gelados comestíveis elaborados com produtos de laticínios e/ou ovos. Tem como objetivo a destruição de microrganismos patogênicos sensíveis a temperatura mais elevadas como bactérias vegetativas, bolores e leveduras, sem modificar o valor nutritivo e as características organolépticas associados
  • 2. ao alimento e aumentar a vida de prateleira do produto alimentício, reduzindo as taxas de alterações microbiológicas e enzimáticas. Para este processo há vários tipos de equipamentos, um exemplo é o trocador de calor tubular com tubos internos de aço inox, veja a Figura 1. Esses trocadores são muito usados para pasteurização de alimentos líquidos, tais como leite bovino, calda de sorvetes e sucos de frutas. A pasteurização hoje pode ser feita de três maneiras: pasteurização lenta, pasteurização rápida e ultrapasteurização. Figura 1 - Trocador de Calor Tubo a Tubo 1.1.1. Pasteurização Lenta A técnica de pasteurização low temperature large time (LTLT) consiste em aquecer o leite a 62-63°C e mantê-lo nesta temperatura por 30-35 min., seguido por resfriamento brusco a 5°C ou menos. Como a lentidão nessa fase pode favorecer um aumento considerável de bactérias, é importante a rapidez no resfriamento. Durante o tempo de aquecimento, o leite deve ser agitado para evitar aderências às paredes do recipiente, promover aquecimento uniforme de todas as suas partículas, além de evitar a formação de espuma. Essa técnica de LTLT é aplicada em leite de cabra e leite em pequenas quantidades e utilizada por indústrias de pequeno porte, onde o volume de produção não justifica a aquisição de um pasteurizador de placas. Apresenta a vantagem de não modificar as propriedades do leite. Não se coagulam as albuminas nem as globulinas e o estado dos glóbulos de gordura permanente
  • 3. inalterados. A sua desvantagem é de ser um processo demorado, descontínuo, com operação manual e com possibilidade de desenvolver microbiota termófila na espuma. 1.1.2. Pasteurização Rápida A pasteurização do tipo high temperature short time (HTST) consiste em aquecer o leite a 72° C e mantê-lo por 15 segundos em um equipamento com trocadores de calor de placas, seguido de choque térmico semelhante ao uso da pasteurização lenta. A pasteurização HTST é utilizada nos leites de saquinho tipo A, B e C, sendo o processo mais usado nas indústrias de médio e grande porte. Apresenta como desvantagem o alto custo de aquisição e manutenção do equipamento, mas tem a vantagem de ser um processo continuo, de controle mais eficaz, de maior rapidez, menor área para instalação, menos perdas por evaporação, maior eliminação de termófilos e economia de mão-de-obra. 1.1.3. Ultrapasteurização A pasteurização do tipo ultra high temperature (UHT) é um processo térmico para preservar o leite líquido. O leite é homogeneizado e submetido a uma temperatura de 130 a 150º C durante curtíssimo período de tempo, de 2 a 4 segundos, e imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32ºC. A alta temperatura elimina as bactérias, com isso as propriedades do leite são preservadas sem a necessidade de refrigeração ou qualquer tipo de conservante, daí o nome longa vida. Se a embalagem for asséptica, ou seja, que protege o alimento de microorganismos, o leite pode ser armazenado por meses em temperatura ambiente.
  • 4. 2. CONSERVAÇÃO PELO USO DE IRRADIAÇÃO No método da irradiação de alimentos, o objetivo é a utilização de radiações que tenham boa penetração, mas de uma forma que não afetará somente os microorganismos localizados na superfície dos mesmos, mas em todo o alimento. Também não se pode utilizar radiação com alta energia, pois, podem tornar os alimentos radioativos. É um método utilizado para eliminação de microrganismos patogênicos, causadores de doenças de origem alimentar. O principal objetivo desse método é prolongar o tempo de vida útil (shelf life) de produtos alimentícios para auxiliar em processos de distribuição e comercialização. As propriedades organolépticas são as propriedades que podem ser percebidas pelos sentidos do consumidor, como a cor, o sabor, a texturas, e o odor. O tratamento por irradiação pode ser aplicado para inibir brotamento, (para bulbos e tubérculos), retardar a maturação e senescência, ou seja, envelhecimento (frutas e legumes), redução de carga microbiológica (carnes, frutas e legumes), eliminação de parasitas e pragas (grãos, cereais, frutas e especiarias) e esterilização (alimentos prontos para o consumo, conservados em temperatura ambiente). Das radiações ionizantes, somente os raios gama e as partículas beta é que são utilizadas com maior sucesso na conservação dos alimentos. Sabe-se que os alimentos são bastante variados na sua composição química, estrutura física e grau de alteração que possam sofrer até serem consumidos. Os raios gama são obtidos de equipamentos que possuem uma fonte de isótopo de alta energia, a partir de Cobalto-60 (64Co) ou Césio -137 (137Cs). Como a fonte do isótopo esta continuamente irradiando e não pode ser desligada, ela é mantida blindada em um tanque de água, localizado abaixo da área de processo. Quando em funcionamento, a fonte é elevada e o alimento embalado é carregado em esteiras transportadoras automáticas que o levam através de campo de irradiação em uma rota circular. Isso permite o maximo aproveitamento da irradiação emitida e garante a uniformidade de dose. O
  • 5. tempo de residência do alimento é determinado pela dose requerida e pela força de saída da fonte. O Co-60 tem uma média de vida de 5,26 anos e, por isso, requer a substituição de 12,3% da atividade a cada ano para conservar a media de saída da usina. As partículas beta (elétrons) são emitidas por aceleradores de elétrons (lineares, Van de Graff etc.) que consistem de um catodo para fornecer elétrons e um cubo com vácuo em que os elétrons são acelerados por um campo eletrostático de alta voltagem. As vantagens dos aceleradores é que podem ser facilmente desligados e os feixes de elétrons podem ser direcionados sobre o alimento embalado. No entanto, sua penetração e muito pequena, da ordem de 3,8 cm em cada superfície. A dose de irradiação a ser aplicada depende da resistência do microrganismo e enzimas, do tipo de alimentos e do objeto a ser alcançado. O DL 30 (dose de radiação que destrói 50% da população) do homem e de aproximadamente 5 Gy (500 rads). Os dois tipos de processos de irradiação podem ser divididos pelo objetivo do tratamento e dose utilizada em: a) Radapertização – processo que equivale à esterilização térmica que previne o produto da decomposição e das toxinas de origem microbiana, podendo ser estocados em temperatura ambiente. Utilizado em produtos cárneos, como, peito de peru e filé de frango. b) Radiação ou radiciação – empregando doses de 2,5 a 10 kGy, suficientes para reduzir o numero de microrganismos patogenicos viaveis, eliminando patógenos não formadores de esporos, como Salmonella spp. utilizado em pasteurizaçao de sucos, carnes e massas frescas, etc. c) Radurização – mas com dose relativamente baixas (0,75 – 2,5 kGy) para destruição de leveduras, bolores e bactérias não esporulantes, aumentando assim a vida útil do alimento irradiado. E muitas vezes empregada em associação com outros processos de conservação, como a refrigeração. Utilizado na prevenção de brotamentos em bulbos e tubérculos, retardar o tempo de maturação de frutas, prevenir a
  • 6. deterioração por fungos em frutas e hortaliças e controle de infestação por insetos e ácaros. d) Controle do Amadurecimento – alguns tipos de frutas e hortaliças (morango, tomate) podem ser irradiadas para prolongar a sua vida útil de prateleira em duas a três vezes. e) Desinfestação – doses baixas, inferiores a 1 kGy, são eficazes contra insetos e larvas infestando grãos e frutas. f) Inibiçao do Brotamento – tem sido utilizada comercialmente em batata, cebola e alho com doses baixas 9150Gy). 2.1. Legislação O Ministério da Saúde publicou sobre alimentos irradiados o Decreto nº 72.718, de 29 de agosto de 1973, a Lei nº 7.394, de 29 de outro de 1985, e a Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de 2001. A Resolução RDC nº 21, que aprova o Regulamento Técnico para Irradiação de Alimentos, define: a) Irradiação de alimentos e o processo físico de tratamento que consiste em submeter o alimento, já embalado ou a granel, a doses controladas de radiação ionizante, com finalidade sanitária, fitossanitária e/ou tecnológica. b) Alimento irradiado e todo alimento que tenha sido intencionalmente submetido ao processo de irradiação com radiação ionizante. c) Radiação ionizante e qualquer radiação que ioniza átomos de materiais a ela submetidos. Serão consideradas radiações ionizantes apenas aquelas de energia inferior ao limiar das reações nucleares que poderiam induzir radioatividade no alimento irradiado. d) As fontes de radiação são aquelas autorizadas pela Comissao Nacional de Energia Nuclear, a saber:
  • 7. 1) Isótopos radioativos emissores de radiação gama: cobalto -60 e césio -137; 2) Raios X gerados por maquinas que trabalham com energia de ate 5 Mev; e 3) Elétrons gerados por maquinas que trabalhavam com energias de ate 10 Mev. e) Na rotulagem dos alimentos irradiados o painel principal deve conter a frase “alimento tratado por processo de irradiação”, com determinado tamanho de letras. f) A mesma informação deve estar nos locais de exposição a venda de produtos irradiados, a granel. 2.2. Vantagens Redução das perdas dos alimentos pós-colheita; Evita brotamento de tubérculos; Pode retardar ou mesmo interromper os processos naturais de amadurecimento e deterioração; Desinfestação de insetos em grãos, frutas secas e frescas sem uso de produtos químicos; Pode esterilizar completamente um alimento; O produto é tratado em sua embalagem final, evitando a recontaminação; Não há elevação de temperatura durante o tratamento; Não causa danos ao consumidor como os agrotóxicos, pesticidas e alguns aditivos. 2.3. Desvantagens
  • 8. Pode ser aplicado somente para alguns tipos de alimentos; Pode afetar vitaminas como E e C; É ineficiente contra vírus; Podem ser formados radicais livres, sendo muitas vezes associados ao desenvolvimento de câncer.