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Do que trata Is 7,1-17?

Trata desta esperança chamada Ezequias. É um texto que deve ser lido em duas etapas. O
primeiro bloco, Is 7,1-9, relata o encontro de Isaías com Acaz, às vésperas da guerra siro-
efraimita, em 734 ou 733 a.C. Quando os reis de Damasco e de Samaria planejam invadir Judá
para depor Acaz e no seu lugar colocar um rei não-davídico - o filho de Tabeel - que envolveria
o país na coalizão antiassíria, Isaías vai ao encontro de Acaz acompanhado por seu filho Sear-
Iasub (= Um-resto-voltará), indicação ou sinal de esperança frente à crítica situação que se
desenha. Acaz está cuidando das defesas de Jerusalém. Segundo Isaías, a dinastia davídica
está ameaçada por dois fatores: os planos inimigos e o medo do rei. Os planos inimigos
fracassarão, o temor e as alianças políticas farão o rei de Judá fracassar. O que dá estabilidade
é a fé a confiança em Iahweh.

O que diz Isaías a Acaz nesta ocasião?

O que Isaías diz a Acaz, segundo os vv. 4-9 do capítulo 7, é o seguinte:

Toma as tuas precauções, mas conserva a calma e não tenhas medo nem vacile o
teu coração diante dessas duas achas de lenha fumegantes, isto é, por causa da
cólera de Rason, de Aram, e do filho de Romelias, pois que Aram, Efraim e o filho de
Romelias tramaram o mal contra ti, dizendo: Subamos contra Judá e provoquemos a
cisão e a divisão em seu seio em nosso benefício e estabeleçamos como rei sobre ele
o filho de Tabeel.
Assim diz o Senhor Iahweh:
Tal não se realizará, tal não há de suceder,
porque a cabeça de Aram é Damasco, e a cabeça de Damasco é Rason; (...)
A cabeça de Efraim é Samaria e a cabeça de Samaria é o filho de Romelias.
Se não o crerdes, não vos mantereis firmes.


O que andou falando Isaías na época do rei Joatão?

Isaías falou muito das condições sociais e políticas em que Judá se encontrava. E, às vezes,
falava também de Samaria, que ainda existia nesta época. E ele não anda muito contente com
o seu país e com o rumo das coisas. Vive anunciando um julgamento que está para se abater
sobre o país, porque há muitos problemas internos, uma elite que se recusa a encarar estes
problemas, sem esquecer que o Império assírio é uma ameaça crescente que paira sobre todos
os pequenos reinos da região.

Por que Isaías se queixa tanto de seus conterrâneos?

Porque, diz ele em 1,2-3, a aliança com Iahweh foi esquecida em Judá. Embora Iahweh tenha
um enorme amor por seu povo, os israelitas são incapazes de ver isso, revoltando-se contra ele
e, assim, colocando-se abaixo até mesmo do boi e do jumento. Diz o profeta:

Mas as pessoas não estão procurando Iahweh no Templo de Jerusalém?

Estão freqüentando o Templo sim. Mas para Isaías isso não basta. Encher o Templo com
iniqüidade e solenidade é um erro enorme, vai dizer Isaías em 1,10-20. Porque as pessoas que
vivem levando tantas oferendas para Iahweh são as mesmas que não se importam em fazer o
direito (mishpât) funcionar, que não fazem justiça ao desprotegido órfão e à abandonada viúva.
Isaías, em um dos textos proféticos mais violentos contra um culto que funciona só para
mascarar as injustiças que se cometem no dia-a-dia, pede aos príncipes de Sodoma e ao povo
de Gomorra - na verdade, de Jerusalém! - para ouvirem a palavra de Iahweh:
E como Isaías vê esta sua atividade profética?

Is 6,1-13, em um relato escrito muito tempo depois, como qualquer texto de vocação, o
profeta reflete sobre o sentido de sua missão e sobre o insucesso de sua pregação. Sua função
foi de fato, pensa Isaías, pregar o fim e a morte de Judá.

Até quando, Isaías se pergunta em 6,11-12, ele deve ser o porta-voz de Iahweh?
Até que as cidades fiquem desertas, por falta de habitantes, e as casas vazias, por
falta de moradores; até que o solo se reduza a um ermo, a uma desolação; até que
Iahweh remova para longe os seus homens e no seio da terra reine uma grande
solidão.

E na época de Acaz, o que aconteceu em Judá?

Na época de Acaz aconteceu em Judá uma grande crise política e militar, provocada pela
crescente ameaça do Império assírio e pelos muitos erros do governo de Judá. Vamos olhar a
situação internacional. A Assíria passou, a partir da política expansionista do rei Teglat-Falasar
III, inaugurada em 745 a.C., a constituir a grande ameaça para os pequenos reinos da região.
Israel (do norte), Damasco e outros da região tornaram-se tributários da Assíria. Golpes de
Estado em Israel, alianças com a a Assíria ou contra a Assíria estavam na ordem do dia.

Então o rei golpista Facéia, de Israel, fez uma aliança com Damasco e ambos decidiram invadir
Judá, derrubar Acaz e colocar um estrangeiro em seu lugar, para usar o reino do sul numa
coalizão militar contra a Assíria. Esta é a chamada guerra siro-efraimita, desencadeada em
734 a.C. Acaz, acuado, resolveu pedir o auxílio da Assíria e Teglat-Falasar III acabou com
Damasco e tomou 3/4 de Israel, reduzindo o país a quase nada. Aliás, poucos anos depois, em
722 a.C., Samaria foi destruída pelas tropas assírias de Salmanasar V e de Sargão II, pondo fim
ao reino do norte que congregava a maior parte das tribos israelitas. Judá, por enquanto,
escapou da destruição.

Quanto custou para Judá esta ajuda assíria?

Judá perdeu sua independência. Entre outras coisas, Acaz viu-se obrigado a reconhecer os
deuses assírios como seus libertadores e a prestar-lhes culto. Além disso, o rei de Judá foi
obrigado a apresentar-se a Teglat-Falasar III para prestar-lhe obediência e teve que pagar forte
tributo à Assíria, rapinando tesouros do palácio e do Templo e aumentando os impostos pagos
pelo povo. Então, a injustiça, que já era moeda corrente na época anterior, como denunciava
Isaías, correu solta. A religião oficial era mantida pelo Estado e se calava, ou melhor, encobria
os problemas com grandes festas, como se tudo estivesse bem. A situação econômica,
entretanto, tornou-se péssima e Acaz ficou desmoralizado frente ao povo de Judá. E olhem que
ele era um rei em começo de governo e ainda bem jovem, tendo, no início da crise, quando
muito, 20 anos de idade.

Mas havia alguma esperança para Judá?

Havia. Chamava-se Ezequias e era filho de Acaz. Ainda criança, Ezequias foi associado ao trono,
provavelmente com 5 anos de idade apenas, em 728/7 a.C. Mas o que podia um menino desta
idade fazer por Judá? Manter a esperança. É que nesta época se ensinava em Judá que Iahweh
escolhera Sião (= Jerusalém) como lugar privilegiado e fizera à dinastia davídica uma promessa
de permanência eterna no poder. Se um rei davídico - como Acaz, neste caso - não fosse bem
sucedido no governo, o problema poderia ser resolvido com o rei seguinte. Acaz estava indo
muito mal, mas Ezequias era uma esperança de dias melhores.

E Isaías trata destes problemas na época de Acaz?
Trata. É neste contexto da guerra siro-efraimita e da conseqüente dependência assíria que
devemos ler os oráculos deste período, que estão em Is 7,1-12,6. Por causa de 7,14,
convencionou-se chamar este bloco de Livro do Emanuel. Os textos falam de invasão,
ataque, libertação, proteção, ameaças e promessas. São seis capítulos organizados pelo redator
do livro de Isaías em torno de três temas:

               os sinais, como o do menino que vai nascer, em 7,14-15.
               o binômio invasão/libertação, que aparece em vários textos
               o significado de nomes próprios, como os dos filhos de Isaías ("Pronto-
               saque-próxima-pilhagem" e "Um-resto-voltará") e até mesmo o nome de Isaías
               ("Iahweh é salvação"). Diz 8,18: "Eis que eu e os filhos que Iahweh me
               deu nos tornamos, em Israel, sinais ('othôth) e prodígios (môphethîm)
               da parte de Iahweh dos Exércitos, que habita no monte Sião".

Afinal, o que pretendia Isaías com a sua pregação?

Isaías quer que o homem de sua época restabeleça o equilíbrio perdido na sua relação com
Iahweh. O homem de seu tempo se colocara no cume de um panteão terreno, dominando e
decidindo tudo segundo mesquinhos interesses, sem exigências éticas de justiça e
solidariedade. Isaías percebe Iahweh como soberano, glorioso, santo. E o homem, em geral, na
sua condição humana, e, concretamente, o seu povo, os seus contemporâneos, como impuros
e fracos, como aparece no texto de sua vocação no capítulo 6. Se Israel não aceitar Iahweh -
leia-se a prática do javismo - como decisivo, então virá o dia de Iahweh, e a arrogância
humana será despedaçada. Como diz Is 2,12-17:

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Isaías

  • 1. Do que trata Is 7,1-17? Trata desta esperança chamada Ezequias. É um texto que deve ser lido em duas etapas. O primeiro bloco, Is 7,1-9, relata o encontro de Isaías com Acaz, às vésperas da guerra siro- efraimita, em 734 ou 733 a.C. Quando os reis de Damasco e de Samaria planejam invadir Judá para depor Acaz e no seu lugar colocar um rei não-davídico - o filho de Tabeel - que envolveria o país na coalizão antiassíria, Isaías vai ao encontro de Acaz acompanhado por seu filho Sear- Iasub (= Um-resto-voltará), indicação ou sinal de esperança frente à crítica situação que se desenha. Acaz está cuidando das defesas de Jerusalém. Segundo Isaías, a dinastia davídica está ameaçada por dois fatores: os planos inimigos e o medo do rei. Os planos inimigos fracassarão, o temor e as alianças políticas farão o rei de Judá fracassar. O que dá estabilidade é a fé a confiança em Iahweh. O que diz Isaías a Acaz nesta ocasião? O que Isaías diz a Acaz, segundo os vv. 4-9 do capítulo 7, é o seguinte: Toma as tuas precauções, mas conserva a calma e não tenhas medo nem vacile o teu coração diante dessas duas achas de lenha fumegantes, isto é, por causa da cólera de Rason, de Aram, e do filho de Romelias, pois que Aram, Efraim e o filho de Romelias tramaram o mal contra ti, dizendo: Subamos contra Judá e provoquemos a cisão e a divisão em seu seio em nosso benefício e estabeleçamos como rei sobre ele o filho de Tabeel. Assim diz o Senhor Iahweh: Tal não se realizará, tal não há de suceder, porque a cabeça de Aram é Damasco, e a cabeça de Damasco é Rason; (...) A cabeça de Efraim é Samaria e a cabeça de Samaria é o filho de Romelias. Se não o crerdes, não vos mantereis firmes. O que andou falando Isaías na época do rei Joatão? Isaías falou muito das condições sociais e políticas em que Judá se encontrava. E, às vezes, falava também de Samaria, que ainda existia nesta época. E ele não anda muito contente com o seu país e com o rumo das coisas. Vive anunciando um julgamento que está para se abater sobre o país, porque há muitos problemas internos, uma elite que se recusa a encarar estes problemas, sem esquecer que o Império assírio é uma ameaça crescente que paira sobre todos os pequenos reinos da região. Por que Isaías se queixa tanto de seus conterrâneos? Porque, diz ele em 1,2-3, a aliança com Iahweh foi esquecida em Judá. Embora Iahweh tenha um enorme amor por seu povo, os israelitas são incapazes de ver isso, revoltando-se contra ele e, assim, colocando-se abaixo até mesmo do boi e do jumento. Diz o profeta: Mas as pessoas não estão procurando Iahweh no Templo de Jerusalém? Estão freqüentando o Templo sim. Mas para Isaías isso não basta. Encher o Templo com iniqüidade e solenidade é um erro enorme, vai dizer Isaías em 1,10-20. Porque as pessoas que vivem levando tantas oferendas para Iahweh são as mesmas que não se importam em fazer o direito (mishpât) funcionar, que não fazem justiça ao desprotegido órfão e à abandonada viúva. Isaías, em um dos textos proféticos mais violentos contra um culto que funciona só para mascarar as injustiças que se cometem no dia-a-dia, pede aos príncipes de Sodoma e ao povo de Gomorra - na verdade, de Jerusalém! - para ouvirem a palavra de Iahweh:
  • 2. E como Isaías vê esta sua atividade profética? Is 6,1-13, em um relato escrito muito tempo depois, como qualquer texto de vocação, o profeta reflete sobre o sentido de sua missão e sobre o insucesso de sua pregação. Sua função foi de fato, pensa Isaías, pregar o fim e a morte de Judá. Até quando, Isaías se pergunta em 6,11-12, ele deve ser o porta-voz de Iahweh? Até que as cidades fiquem desertas, por falta de habitantes, e as casas vazias, por falta de moradores; até que o solo se reduza a um ermo, a uma desolação; até que Iahweh remova para longe os seus homens e no seio da terra reine uma grande solidão. E na época de Acaz, o que aconteceu em Judá? Na época de Acaz aconteceu em Judá uma grande crise política e militar, provocada pela crescente ameaça do Império assírio e pelos muitos erros do governo de Judá. Vamos olhar a situação internacional. A Assíria passou, a partir da política expansionista do rei Teglat-Falasar III, inaugurada em 745 a.C., a constituir a grande ameaça para os pequenos reinos da região. Israel (do norte), Damasco e outros da região tornaram-se tributários da Assíria. Golpes de Estado em Israel, alianças com a a Assíria ou contra a Assíria estavam na ordem do dia. Então o rei golpista Facéia, de Israel, fez uma aliança com Damasco e ambos decidiram invadir Judá, derrubar Acaz e colocar um estrangeiro em seu lugar, para usar o reino do sul numa coalizão militar contra a Assíria. Esta é a chamada guerra siro-efraimita, desencadeada em 734 a.C. Acaz, acuado, resolveu pedir o auxílio da Assíria e Teglat-Falasar III acabou com Damasco e tomou 3/4 de Israel, reduzindo o país a quase nada. Aliás, poucos anos depois, em 722 a.C., Samaria foi destruída pelas tropas assírias de Salmanasar V e de Sargão II, pondo fim ao reino do norte que congregava a maior parte das tribos israelitas. Judá, por enquanto, escapou da destruição. Quanto custou para Judá esta ajuda assíria? Judá perdeu sua independência. Entre outras coisas, Acaz viu-se obrigado a reconhecer os deuses assírios como seus libertadores e a prestar-lhes culto. Além disso, o rei de Judá foi obrigado a apresentar-se a Teglat-Falasar III para prestar-lhe obediência e teve que pagar forte tributo à Assíria, rapinando tesouros do palácio e do Templo e aumentando os impostos pagos pelo povo. Então, a injustiça, que já era moeda corrente na época anterior, como denunciava Isaías, correu solta. A religião oficial era mantida pelo Estado e se calava, ou melhor, encobria os problemas com grandes festas, como se tudo estivesse bem. A situação econômica, entretanto, tornou-se péssima e Acaz ficou desmoralizado frente ao povo de Judá. E olhem que ele era um rei em começo de governo e ainda bem jovem, tendo, no início da crise, quando muito, 20 anos de idade. Mas havia alguma esperança para Judá? Havia. Chamava-se Ezequias e era filho de Acaz. Ainda criança, Ezequias foi associado ao trono, provavelmente com 5 anos de idade apenas, em 728/7 a.C. Mas o que podia um menino desta idade fazer por Judá? Manter a esperança. É que nesta época se ensinava em Judá que Iahweh escolhera Sião (= Jerusalém) como lugar privilegiado e fizera à dinastia davídica uma promessa de permanência eterna no poder. Se um rei davídico - como Acaz, neste caso - não fosse bem sucedido no governo, o problema poderia ser resolvido com o rei seguinte. Acaz estava indo muito mal, mas Ezequias era uma esperança de dias melhores. E Isaías trata destes problemas na época de Acaz?
  • 3. Trata. É neste contexto da guerra siro-efraimita e da conseqüente dependência assíria que devemos ler os oráculos deste período, que estão em Is 7,1-12,6. Por causa de 7,14, convencionou-se chamar este bloco de Livro do Emanuel. Os textos falam de invasão, ataque, libertação, proteção, ameaças e promessas. São seis capítulos organizados pelo redator do livro de Isaías em torno de três temas: os sinais, como o do menino que vai nascer, em 7,14-15. o binômio invasão/libertação, que aparece em vários textos o significado de nomes próprios, como os dos filhos de Isaías ("Pronto- saque-próxima-pilhagem" e "Um-resto-voltará") e até mesmo o nome de Isaías ("Iahweh é salvação"). Diz 8,18: "Eis que eu e os filhos que Iahweh me deu nos tornamos, em Israel, sinais ('othôth) e prodígios (môphethîm) da parte de Iahweh dos Exércitos, que habita no monte Sião". Afinal, o que pretendia Isaías com a sua pregação? Isaías quer que o homem de sua época restabeleça o equilíbrio perdido na sua relação com Iahweh. O homem de seu tempo se colocara no cume de um panteão terreno, dominando e decidindo tudo segundo mesquinhos interesses, sem exigências éticas de justiça e solidariedade. Isaías percebe Iahweh como soberano, glorioso, santo. E o homem, em geral, na sua condição humana, e, concretamente, o seu povo, os seus contemporâneos, como impuros e fracos, como aparece no texto de sua vocação no capítulo 6. Se Israel não aceitar Iahweh - leia-se a prática do javismo - como decisivo, então virá o dia de Iahweh, e a arrogância humana será despedaçada. Como diz Is 2,12-17: