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Arte no brasil nos anos 60
1. Seminários de Arte no Brasil II Curso de Licenciatura em Artes Visuais UFRGS e UCS Prof. Luís Edegar Costa Lauralice Marcolin Heberle REGESD-Polo-Porto Alegre 1
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3. Glauber Rocha( cinema novo) “ A arte não é só talento, mas sobretudo coragem.” andy warhol
5. Desde 1956, na 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, anuncia-se uma divergência latente entre os trabalhos dos artistas paulistas, oriundos do Grupo Ruptura, e cariocas, oriundos do Grupo Frente. Iniciava-se a cisão do movimento concreto. Assim, em 22 de março de 1959, os artistas do Rio de Janeiro rompem com o concretismo, publicando o Manifesto Neoconcreto no Jornal do Brasil e realizando a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta no MAM/RJ. No manifesto, os signatários colocam-se contra a exacerbação racionalista a que os concretistas haviam levado sua obra. Defendem a introdução da expressão na obra de arte, rejeitando o primado da razão sobre a sensibilidade. Ronaldo Brito afirma que "o neoconcretismo representou a um só tempo o vértice da consciência construtiva no Brasil e a sua explosão. Até 1961, quando se deu a dissolução do grupo, outras três mostras são realizadas - em Salvador, Rio Janeiro e São Paulo - bem como a Exposição de Livros-Poemas, o Balé Neoconcreto, de Lygia Pape e Reynaldo Jardim, e o lançamento da Teoria do Não-Objeto de Ferreira Gullar. Grupo Neoconcreto
6. Participantes do Movimento Neoconcreto (Grupo Frente) em 1956 Da esquerda para a direita: Oliveira Bastos, Helio Oiticica (encoberto). Ferreira Gullar, Teresa Aragão, Bezerra, Mário Pedrosa, Lygia Clark, Vera Pedrosa, Ivan Serpa (atrás), Lea e Abrahan Palatnik (Arquivo Ferreira Gullar-RJ)
7. Fundadores/Organizadores Amilcar de Castro Ferreira Gullar Franz Weissmann Lygia Clark Lygia Pape Reynaldo Jardim Theon Spanudis Integrantes Aluísio Carvão Carlos Fernando Fortes de Almeida Cláudio Melo e Souza Décio Vieira Hélio Oiticica Hércules Barsotti Osmar Dillon Roberto Pontual Willys de Castro
8. "apresentar esta exposição weissmann não é apresentar a escultura weissmann o escultor weissmann as esculturas desta exposição são uma explosão no edifício de uma escultura cuja função fora sempre fazer da pedra cristal no método de um escultor cujo gosto foi sempre o perfil claro e solar (...) quem sabe e por isso antecipa que antes mesmo de que pouse de todo o pó desta explosão estará weissmann com toda essa caliça e essa sucata de volta às construções de razão como as antes das que irradiam em torno o espaço de um mundo de luz limpa e sadia portanto justo João Cabral de Melo Neto - Galería San Jorge - Madrid - 1962 Coluna Neoconcreta Nº 3
9. Atelier Madri 1962 weissmann Franz Weissmann Roma: Galleria d’arte della Casa do Brasil, 1963
10. Sem Título, 1960 Amilcar de Castro Lygia Clark - A arte como interatividade & participação
11. Desenhe com o dedo, 1966. Saco plástico (20 x 30 cm) e água. Referência: Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tàpies, 1997 Barsotti, Hércules Branco/Preto, 1961
12. Idealizada pelo marchand, proprietário da Galeria Relevo no Rio de Janeiro, Jean Boghici, e organizada pela crítica de arte, residente em Paris, Ceres Franco, a coletiva Opinião 65 inspirava-se no entusiasmo geral que o show organizado pelo Teatro Arena do Rio de Janeiro despertara: justamente por ser a primeira manifestação cultural organizada após e contra o golpe militar de 1964. A coletiva Opinião 65 inclusive tomara seu nome de empréstimo desse show, estrelado por Nara Leão (depois substituída pela então estreante Maria Bethânia), João do Vale e Zé Ketti, e cuja canção-tema dizia:
13. Em 1965, um grupo de 29 artistas plásticos realizava, no Rio de Janeiro, a Mostra Opinião 65, uma experiência de vanguarda repetida, no ano seguinte, com Opinião 66, responsável por lançar o conceito de Antiarte. Nessas mostras são apresentadas algumas das questões que mobilizavam a vanguarda brasileira: volta à figuração, ao concretismo e ao neoconcretismo; tendência ao objeto e às manifestações coletivas. “ Podem me prender / podem me bater / podem ateé deixar-me sem comer / que eu não mudo de opinião.”
14. Roy Adzac José Roberto Aguillar Adriano de Aquino Ângelo de Aquino Antonio Berni Gianni Bertini Manuel Calvo John Christophorou Waldemar Cordeiro Antônio Dias Pedro Escosteguy Peter Foldés Ivan Freitas Yannis Gaitis Juan Genovês Rubens Gerchman Gastão Manuel Henrique Flávio Império Alan Jacquet José Paredes Jardiel Tomoshige Kusuno Michel Macréau Roberto Magalhães Hélio Oiticica Vilma Pasqualini Ivan Serpa Gérard Tisserrand Jack Vañarsky Carlos Vergara Lista de artistas Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
15. Estória / O fim da Idade do Chumbo Museu Arte Moderna RJ 1965 Pedro Escosteguy
17. Hélio Oiticica e a multisensorialidade dos parangolés . Hélio Oiticica foi um pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas. É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente. Uma de suas principais obras é o parangolé, expressão artística que envolve a dança os tecidos e as cores. O parangolé vem de uma relação com a dança, o samba mais especificamente, a uma imersão no ritmo, leveza e suavidade.
18. “ A minha posição ao propor Parangolé é a busca de uma nova fundação objetiva na arte. Não se confundir com uma “nova figuração”, isto é, pretexto para uma volta a uma representação figurada de todo superada, ou ao “quadro”, seu suporte expressivo. O “Parangolé” é não só a superação definitiva do quadro, como a proposição de uma estrutura nova do objeto-arte, uma nova reestruturação da visão espacial da obra de arte, superando também a contradição das categorias “pintura e escultura”. Na verdade ao propor uma arte ambiental não quero sair do “quadro” para a “escultura”, mas fundar uma nova condição estrutural do objeto que já não admite essas categorias tradicionais. Seria tentar a constituição de um novo “mito do objeto”, que não é nem o objeto transposto da pop art, nem o objeto-verdade do nouveau-realisme, mas a fundação do objeto em todas as suas ordens e categorias manifestadas no mundo ambiental, que é revelada aqui pela obra de arte. O objeto que não existia passa a existir e o que já existia revela-se de outro modo pela visão dada pelo novo objeto que passou a existir. Está reservada ao artista a tarefa e o poder de transformar a visão e os conceitos na sua estrutura mais íntima e fundamental; é esta a maneira mais eficaz para o homem de hoje dominar o mundo ambiental, isto é, para recriá-lo a seu modo e segundo sua suprema vontade. É esta também uma proposição eminentemente coletiva, que visa abarcar a grande massa popular e dar-lhes também uma oportunidade criativa. Esta oportunidade é claro teria que se realizar através das individualidades nessa coletividade; o novo aqui é que as possibilidades dessa valorização do indivíduo na coletividade torna-se cada vez mais generalizada – há a exaltação dos valores coletivos nas suas aspirações criativas mais fundamentais ao mesmo tempo em que é dada ao indivíduo a possibilidade de inventar, de criar – é a retomada dos mitos de cor, da dança, das estruturas criativas enfim.” Hélio Oiticica
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20. Pintura sem título (1966) que integra a coleção Roberto Carlos Maurício Nogueira Lima Whoosh, 1967
21. "Guevara Vivo ou Morto", 1967 - Tinta em massa e acrílica sobre aglomerado Claúdio Tossi "USA E abUSA" 1966 - Tinta em massa e acrílico sobre madeira
22. De tudo aquilo que pode ser I, II e II Cenas de Rua II, 1968 óleo sobre madeira Cybele Varela
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24. No papel do artista é o de ser “revolucionário e conseqüente” e a sua arte de resistência, agressiva, de militância política na produção cultural. Os novos direcionamentos da arte se deflagram em exposições e salões, que surgem naquele momento, como o I e II Salão da Bússola, ou o I e II Salão de Verão, palcos de confrontos, protestos, entre críticos de arte, artistas e a censura oficial. É conseqüente o combate político que se desencadeia, não só propondo uma visão crítica da situação do país, mas também da arte e cultura. A poética da anti-arte se concretiza de forma contrária ao que é convencionado como obra artística, colocando em xeque o status da arte e da crítica de arte. TEMPOS DE ARTE E GUERRILHA
25. Cildo Meireles Coca cola Bebês Brasileiros Mamam Coca-Cola, 1969 Celulóide E Madeira Pintada, Plástico e Tampas De Metal SONIA VON BRUSKY
26. "O guerrilheiro é um reformador social." Ernesto Che Guevara Presos políticos libertados em troca do embaixador americano Nestes anos de censura, medo, e silêncio, que se seguiram à promulgação do AI-5, Cildo Meireles destacou-se por uma série de propostas política e socialmente críticas, como por exemplo, seu trabalho em carimbo em notas de um cruzeiro: “Quem matou Herzog?”, de 1975.
27. A geração de artistas que emerge entre os anos 1968-1970, à qual pertence Sonia von Brusky, é aquela que se contrapõe aos golpes radicais do endurecimento do governo militar, à perda da liberdade, às perseguições e torturas e aos desaparecimentos de pessoas. É participante das agitadas manifestações de protesto, passeatas contra a censura e a favor da cultura que invadem as ruas do Rio de Janeiro, enfrentando a violência das repressões, a morte, as agressões físicas e sevícias junto às multidões, nos momentos de maior resistência civil na história do país. Por outro lado, a atuação dos artistas e intelectuais adquire outras características. A oposição se radicaliza, não mais em manifestações, porém em diretas e vivas ações, uma militância política que se materializa em atos de expressão corporal, visual ou gráfica, musical ou oral. São exemplos os discursos relâmpagos de intelectuais e artistas, de crítica à censura; como o de Mário Pedrosa diante do corpo de um estudante vitimado pela repressão; ou ainda, o enfrentamento dos carros de combate, de dispersão das manifestações, como o da atriz Vanja Orico; ou ainda, o boicote dos artistas brasileiros à X Bienal de São Paulo, do qual participa Sonia Von Brusky, em consonância ao boicote internacional.
30. "Bela Lindonéia" Rubens Gerchman Lindonéia Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso/Gilberto Gil Na frente do espelho Sem que ninguém a visse Miss Linda, feia Lindonéia desaparecida Despedaçados Atropelados Cachorros mortos nas ruas Policiais vigiando O sol batendo nas frutas Sangrando Oh, meu amor A solidão vai me matar de dor Lindonéia, cor parda Fruta na feira Lindonéia solteira Lindonéia, domingo Segunda-feira Lindonéia desaparecida Na igreja, no andor Lindonéia desaparecida Na preguiça, no progresso Lindonéia desaparecida Nas paradas de sucesso Ah, meu amor A solidão vai me matar de dor No avesso do espelho Mas desaparecida Ela aparece na fotografia Do outro lado da vida Despedaçados, atropelados Cachorros mortos nas ruas Policiais vigiando O sol batendo nas frutas Sangrando Oh, meu amor A solidão vai me matar de dor Vai me matar Vai me matar de dor
34. Manuscrito da Galeria G4 Galeria G4. Carlos Vergara: ‘A pintura funciona como uma música sem letra’”
35. Estória / O fim da Idade do Chumbo - Museu Arte Moderna RJ 1965 Psicodrama / 1965 - VII Bienal de São Paulo PEDRO ESCOSTEGUY
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37. REX GALLERY & SONS junho de 1966 a maio de 1967 Irreverente, iconoclasta, ruidoso, polêmico, e...... efêmero. O Grupo REX, da mesma forma que surgiu, também desapareceu: gerando polêmica, causando tumulto.À origem desta cooperativa artística paulista relaciona-se ao episódio em que Wesley Duke Lee, Nelson Leirner e Geraldo de Barros retiraram suas obras da exposição coletiva Propostas 65, em protesto e em solidariedade ao artista Décio Bar que teve alguns de seus trabalhos censuradas pelo regime militar. Teria sido justamente após este incidente, que estes artistas decidiram não apenas formar um grupo, mas abrir uma galeria e publicar um jornal, como ‘frentes de luta’, para questionar e combater a mistificação da arte e o circuito se formava em torno dela: galerias, marchands, críticos, mídia. Poucos meses antes deste episódio, em setembro de 1965, Nelson Leirner e Geraldo de Barros já haviam declarado ‘guerra’ também ao predomínio da abstração, em uma exposição conjunta na Galeria Atrium, em São Paulo; na qual apresentavam uma série de objetos. Sendo assim, em 03 de junho de 1966, dava-se o ‘happening’ de inauguração da REX Gallery & Sons.
39. O Grupo Austral, articulado por Walter Zanini, primeiro diretor do MAC-USP e grande animador de PHASES, constitui-se em 1967 como mais um dos pólos da comunidade internacional de artistas PHASES. Entretanto, antecedente a este fato, já se esboçara um círculo inicial de PHASES, no MAC-USP, de artistas de São Paulo: Wesley Duke Lee, Bin Kondo, Fernando Odriozola e Yo Yoshitome. Convidados por Zanini, participaram de uma das maiores mostras internacionais de PHASES no museu em junho de 1964, vinda da Argentina, para seguir depois ao Rio de Janeiro e a Belo Horizonte. Com exceção de Wesley, que se afastara em 1966, a este agrupamento vem se ajuntar duas artistas Sara Ávila e Maria Carmem, emergindo o Grupo Austral do Movimento PHASES, com a exposição dos cinco artistas, no MAC-USP, em 1967. Até o início dos anos 1970, o Grupo Austral vem acrescido de Bernardo Cid e de Flávio-Shiró. Neste segmento do grupo, as obras destes artistas convocam a atmosfera enérgica e difusa de PHASES, onde se materializam os imaginários pessoais.