1. Turismo de Natureza
Prof: Rui Gomes
2011
Luciana Oliveira | Animação Turística
2011
Reinventing the Wheel:
A Definitional Discussion of Bicycle Tourism
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Índice
1. Introdução 3
2. Corpo de Trabalho
2.1 Resumo 4
2.2 Introdução e Contexto 5/6
2.3 Conclusões 7
2.4 Comparação com os Paradoxos 8/9
3. Conclusão 10
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Introdução
Com a análise deste artigo pretende-se esclarecer conceitos sobre uma temática de
turismo da natureza, nomeadamente o cicloturismo que surge como uma vertente de
ecoturismo, que pretende continuar a sua existência em harmonia com a
biodiversidade e vingar no panorama do turismo a nível global. Como tal, o principal
objetivo é que o leitor no final fique sensibilizado para estas tendências e aja de uma
maneira mais sustentavel e amiga do ambiente, permitindo que as gerações vindouras
tenham recursos para a sua sobrevivência e possam conhecer a natureza como nós já a
conhecemos.
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Corpo de trabalho
Reinventing the Wheel: A Definitional Discussion of Bicycle Tourism (“A
reinvenção da Roda”: reestruturação da definição do conceito de cicloturismo)
por Matthew Lamont
Resumo
A relação entre cicloturismo e turismo tem vindo a atrair cada vez mais a atenção
dos estudiosos. Pois, o cicloturismo foi alvo de um ressurgimento na forma de lazer,
entretenimento e prática desportiva.
Enquanto existirem várias tentativas de definição de cicloturismo, a interpretação
atual é dividida com base na análise de parâmetros na caracterização do publico-alvo
do cicloturismo.
Também existe uma disparidade entre a série de actividades de cicloturismo e as
características que distinguem a participação dos turistas desta modalidade de outros
turistas.
Ao mesmo tempo, alguns mercados turísticos potencialmente significativos
relacionados com o cicloturismo tem sido ignorados ou exageradamente excluídos das
definições existentes.
Este trabalho examina criticamente as definições existentes e propõe uma definição
técnica de cicloturismo, destinado a facilitar uma mais rigorosa e consistente
dimensão estatística sobre esta forma de turismo. Incompatibilidades dos parâmetros
utilizados na definição proposta também serão discutidos ao longo do papel.
Palavras-Chave: Cicloturismo; Ciclismo; Definição; Lazer; Entretenimento.
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Introdução e Contexto
Durante a década de 1890, a bicicleta representou um meio de transporte para a
maioria das classes sociais, antes da produção em massa de veículos a motor. O
ciclismo foi extremamente popular até por volta de 1920, até que os automóveis se
tornaram acessíveis às classes superiores. Assim, O “boom da bicicleta” deixou
embaixadores/testemunhos em forma de organizações, tais como: a Liga de Ciclistas
Americanos e o Clube de Ciclistas no Reino Unido, que continuam a defender o
ciclismo de alta qualidade e, por isso, o uso da bicicleta tem vindo a aumentar (Tobin,
1974). Hoje, a modalidade é emergente e sugere-se o ciclismo não só como lazer,
mas também como entretenimento e turismo. No entanto está passando por uma
fase de reestruturação. Ritchie (1998) chamou à atenção para dados que indicam um
crescimento em vendas de bicicletas em toda a Europa, no Reino Unido e na Nova
Zelândia. Enquanto fontes do governo australiano, demonstram um aumento no
ciclismo de lazer e entretenimento, entre 1997 e 2006 (Ministério das Comunicações,
Tecnologia da Informação às Artes, 2006). O desenvolvimento de infra-estruturas
para suporte de lazer e de entretenimento para o ciclismo, têm como objetivo
incentivar o turismo, tornando-se cada vez mais importante sob as decisões dos
autarcas e dirigentes políticos. Estes que têm vindo a reconhecer o potencial do
ciclismo em contribuir para a revitalização económica, particularmente nas
comunidades rurais (Ritchie & Hall, 1999). Além disso, Faulks· (2006) observou
o aumento do predomínio da organização de eventos de ciclismo na Austrália,
que muitas vezes geram benefícios económicos para as comunidades de acolhimento,
de que o New South Wales e o passeio Big Bike Ride são exemplos.
Independentemente disso existem numerosas iniciativas que visam estimular viagens
de bicicleta. Estas iniciativas geralmente envolvem a construção de infra-estruturas
juntamente com a comercialização de campanhas (Publicidade).
A Rede Nacional de Ciclovias, no Reino Unido é uma iniciativa da British Sustrans,
associação de caridade de transportes sustentáveis. A visão deste projeto é criar
um país, com rede de ciclovias de alta qualidade para passageiros,
ciclistas recreativos, bem como incentivando o turismo (Sustrans, 2007). Similar à
Rede Nacional de Ciclovias, Eurovelo é uma iniciativa da Federação Europeia de
Ciclistas, que visa proporcionar alta qualidade aos ciclistas em todo o continente,
minimizando a interação com os veículos a motor e, mantendo-os seguros. Em
60.000 km de vias delineadas, e embora os passageiros locais sejam o foco principal
da Eurovelo, o turismo é uma consideração a ter em conta como o percurso será em
última análise, permitindo aos ciclistas andar por todo o continente de forma livre
(Federação Europeia de Ciclistas, 2007).
O potencial do ciclismo relacionado com o turismo contribui para o desenvolvimento
económico da Austrália rural, que está sendo gradualmente reconhecido.
Por exemplo, o Munda Trail Biddi na Austrália Ocidental, em meandros com mais
de 900 km, através de uma configuração na maior parte de floresta e por meio de
pequenas cidades. O trilho é construído a partir de caminhos florestais velhos e em
caminhos ferroviários inutilizáveis. A maioria dos visitantes supostamente despende
cerca de três dias de ciclismo no trilho, com uma procura elevada, para o uso durante
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a noite, de aluguer de bicicletas, alojamento, transporte, alimentação e bebidas em
muitas das cidades da rota (Munda Biddi Foundation, 2005). Apesar da
prevalência crescente de iniciativas de oferta e procura de cicloturismo em produtos
turísticos, existem estudos académicos sobre a relação entre ciclismo e turismo, que
consideram esta fraca. Tem havido pouca discussão em relação às características que
distinguem turistas de cicloturismo de outros turistas, resultando em
medidas questionáveis sobre o tamanho do mercado de cicloturismo, bem como uma
estatística imprecisa, com medições sobre esta forma de turismo.
Fomentar o debate sobre parâmetros técnicos que poderiam ser usados para definir o
turismo pode contribuir para uma pesquisa mais rigorosa para o tamanho do mercado,
avaliação e benefícios e impactos no cicloturismo. Portanto, o objetivo deste trabalho
é contribuir com uma definição técnica, o que pode ajudar a esclarecer o alcance e
natureza das atividades que podem ser considerados formas de cicloturismo, bem
como sugerindo parâmetros para os investigadores de turistas de cicloturismo
e distingui-los de outros turistas.
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Conclusões
A relação entre ciclismo e turismo tem sido observada desde a década de 1890. No
entanto, esta relação só recentemente despertou o interesse para estudos. A pesquisa
em todo o âmbito dessa relação parece limitada pela falta de debate sobre as
características que distinguem os turistas de cicloturismo de outros turistas, como tal
tem-se procurado corrigir este papel.
Definições inconsistentes podem resultar em conhecimentos divididos, onde é difícil e,
muitas vezes imprudente comparar os resultados de diferentes estudos.
Até à data existem várias definições de cicloturismo, muitas das quais estão limitadas
por parâmetros conceituais do turismo; pela aplicação equivocada de conceitos; ou
pela exclusão de atividades de ciclismo com ligações claras com o turismo.
Este trabalho analisou criticamente as definições existentes de cicloturismo, e criticou
os conceitos incorporados em tais definições. Como resultado, foi proposta a definição
por um especialista, apontando o cicloturismo como viagens de um indivíduo para
fora da sua região de origem, sendo que a participação ativa ou passiva no ciclismo
são considerados o principal objetivo para essa viagem.
Esta nova definição amplia o objetivo da investigação da relação entre ciclismo e
turismo, justificando a inclusão de pessoas que viajam com o propósito de se alistar no
ciclismo competitivo, além de pessoas que viajam especificamente para observar
eventos de ciclismo. Um aspecto desta definição proposta que pode causar mais
debate é a questão da diferenciação entre excursionistas no mesmo dia e visitantes
durante a noite.
A definição apresentada inclui no mesmo dia excursionistas e visitantes durante a
noite como turistas de cicloturismo, enquanto ao mesmo tempo, enfatizando que esta
é uma questão altamente controversa quando se formula uma definição universal do
turismo.
No entanto, foi sugerida uma aproximação de forma prudente para que estudiosos
fornecessem os resultados separados entre excursionistas
e visitantes durante a noite, de forma a reduzir as possibilidades de interpretações
ambíguas de resultados de investigação, que podem ocorrer se os dados de ambos
os grupos forem combinados. Isto é, convém ser particularmente prudente em
estudos que medem os benefícios do turismo em regiões específicas, atribuindo aos
turistas de cicloturismo no mesmo dia e durante a noite.
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Comparação com os Paradoxos
Tal como é referido no documento auxiliar, em Definition Paradoxes: From concept to
definition de Peter Björk, o Ecoturismo é considerado como uma forma de turismo
alternativa à cultura de massas, praticado de uma maneira sustentável tendo em conta
os recursos naturais e culturais de uma dada área. Este conceito de “ecoturismo” tem
sofrido por várias fases desde sua “criação”, pois tem sido mencionado como um
movimento platónico em busca de um panorama ideal, que pretende atingir um
equilíbrio entre o Turismo e a Natureza. (Ambos os conceitos interligados suscitam a
duvida de permanecer em harmonia constante). Assim, devido a esta dificuldade de
conseguir atingir ou tornar real a atitude que a sua teoria defende, o ecoturismo tem
sido criticado pois o consideram como impossível de concretizar.
Ecotourism has been considered more an ideal than a reality.
No entanto, é importante salientar que o ecoturismo não defende apenas a
preservação da biodiversidade em áreas onde se pratica turismo e a presença humana
é notável. Mas também se preocupa em ser uma alternativa económica viável ao
turismo de massas. Na medida em que, pretende concentrar-se em pequenas escalas e
de uma forma sustentável. Tendo como principal objetivo o de atenuar a elevada
exploração dos recursos e áreas naturais por parte dos turistas que não estão
sensibilizados para a preservação da natureza. Como tal, a esta forma alternativa de
turismo foi-lhe concebida a difícil tarefa de respeitar a natureza mas também, a de ter
mais seguidores desta causa. Não pelo facto de se transformar em mais uma tipologia
de turismo de massas mas, para transformar comportamentos dos turistas que visitam
estes locais (ou mesmo outros). Mas para que esta vontade se concretize é fulcral uma
coordenação mútua entre o comportamento dos turistas, os interesses dos dirigentes
políticos e os objetivos das organizações.
Ecotourism, for example, should be managed ‘to be low-impact’ (Fennell, 2003).
Apresentados estes factos, segue-se uma contextualização entre ecoturismo e o tema
deste artigo, - o cicloturismo. Na medida em que, o cicloturismo é uma tipologia de
turismo em contacto com a natureza. Ou seja, se as atividades organizadas não forem
realizadas da maneira mais correcta e respeitando a biodiversidade pode mesmo ser
fatal. Sendo que nos esquecemos e estamos a prejudicar habitats de outros seres
vivos, destruindo recursos naturais e modificando paisagens unicas, contribuindo,
assim, (sem darmos conta) para o aumento de distúrbios na economia, através de
desperdícios e poluição no nosso planeta.
Ecotourism is not mass tourism, and can therefore not be the (only) solution to
sustainable tourism development
Em jeitos de conclusão, é fundamental mencionar que para o cicloturismo ser uma
forma de turismo sustentável e que respeite a natureza o contributo principal vem de
cada um de nós. A nossa atitude mais que nunca tem que mudar! O turismo não vai
deixar de existir e nós não vamos deixar de visitar locais e explorar a biodiversidade ao
longo do globo. No entanto, as pessoas têm que perceber que há locais que devem
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permanecer intactos e NATURAIS como eles são. Apesar da sua beldade a natureza
não existe para contemplar os humanos. Assim se adequa ao cicloturismo, que é
realizado em ambientes naturais (e, organizado por humanos). Estes mesmos que
devem urgentemente aprender que se podem divertir, relaxar, estar em contacto com
a natureza sem a prejudicar. Acima de tudo os humanos devem reconhecer o seu lugar
no Mundo e a sua pequenez em relação à Mãe Natureza. Afinal ela é que manda e só
cá estamos devido a ela. Respeitá-la é importante.
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Conclusão
A realização deste trabalho permitiu-me compreender novos conceitos em relação ao
cicloturismo que se enquadra na vertente do turismo da natureza. Considero-os
importantes na medida em que futuramente me irão ser úteis não só para a
organização de atividades que se realizem em ambientes naturais, mas também
permitiu que se concretizasse uma sensibilização da minha perspetiva em relação à
natureza e às atitudes que tenho no meu quotidiano. Não por que não tivesse já
conhecimento mas porque me deu mais vontade e coragem para continuar a agir de
uma forma sustentavel e amiga do ambiente. Assim como, convencer mais pessoas a
agirem desta forma, fazendo-as perceber que é preciso fazer algo e preservar a
natureza que está sempre presente ao longo da nossa vida. E para que ela se
mantenha assim por muito tempo é necessário respeitá-la mais e ajudá-la a sobreviver
à presença humana.