O documento discute o mercado de bens em uma economia aberta, distinguindo entre demanda interna e demanda por bens produzidos internamente. Ele explica que:
1) A demanda por bens produzidos internamente é igual à demanda interna menos as importações mais as exportações;
2) Uma desvalorização cambial ou aumento da demanda estrangeira melhora a balança comercial, enquanto um aumento da demanda interna deteriora a balança comercial;
3) Para reduzir o déficit comercial sem alterar o produto, o governo
1. O Mercado de Bens em uma
Economia Aberta
• Agora precisamos saber distinguir a demanda
interna por bens e a demanda por bens produzidos
internamente.
• Parte da demanda interna recai sobre bens
estrangeiros, e parte da demanda por bens
produzidos internamente vem de estrangeiros.
• Demanda Interna por bens Z C I G
• Demanda por bens produzidos internamente
Z C I G Q X
2. A relação IS para economias abertas
• Numa economia aberta, a demanda por bens
domésticos é dada por:
Z C I G Q X
Até o momento, examinamos apenas C + I + G. Mas
agora temos de fazer dois ajustes:
– Primeiro, devemos subtrair as importações.
– Segundo, devemos adicionar as exportações.
3. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
• Demanda Interna
C I G C (Y T ) I (Y , r ) G
( ) ( , )
• Determinantes das importações
Q Q(Y , )
( , )
– Um aumento da renda doméstica, Y, leva a um aumento das
importações.
– Um aumento da taxa real de câmbio, , leva a uma
diminuição das importações, Q.
4. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
• Determinantes das exportações
X X (Y * , )
( , )
– Um aumento na renda estrangeira, Y*, leva a um aumento
das exportações.
– Um aumento na taxa real de câmbio, , leva a um aumento
das exportações.
5. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
A demanda doméstica por bens é uma função crescente da renda
(produto). [Figura (a).] A demanda interma por bens produzidos
internamente é obtida ao subtrair o valor das importações da demanda
doméstica e somar as exportações. [Figura 19.1 (b).]
6. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
• A linha DD traça a demanda interna C+I+G, como
função do produto.
• A inclinação da reta é positiva mas inferior a 1. O
aumento de renda aumenta a demanda mas em
proporções inferiores a um.
• Para chegar a demanda por bens produzidos
internamente temos que subtrais as importações.
• Isso é feito na figura b, que possibilita traçar a
linha AA: a distância entre a DD e AA é igual ao
valor das importações, Q.
7. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
• AA é mais plana que DD pois, a medida
que a renda aumenta, parte da demanda
interna adicional recai sobre os bens
estrangeiros.
• O aumento da renda provoca um aumento
da demanda por bens produzidos
internamente.
8. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
9. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
• As exportações são representada pela reta ZZ,
acima da AA. A distância entre ZZ e AA
corresponde as exportações.
• Como as exportações não dependem do produto
interno, a distância entre ZZ e AA é constante, de
modo que as duas retas são paralelas.
• Na figura (c), pode-se caracterizar o
comportamento das exportações liquidas ( X Q)
como uma função do produto.
10. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
• Para o nível de produto Y, por exemplo, as
exportações são dadas pela distância AC e as
importações pela distância AB, de modo que as
exportações líquidas são dadas pela distância BC.
• A relação entre exportações líquidas e produto é
dada pela figura (d), pela reta NX.
• As exportações líquidas são uma função
decrescente do produto: quando o produto
aumenta, as importações aumentam e as
exportações não são afetadas, o que conduz a uma
queda nas exportações líquidas.
11. A relação IS para economias abertas
Determinantes demanda por bens produzidos internamente
• chamamos de YTB o nível de produto no qual o
valor das importações é exatamente igual ao das
exportações, de modo que as exportações líquidas
é igual a zero.
• Os níveis de produto acima de YTB aumentam as
importações e provocam um déficit comercial.
• Os níveis de produto abaixo de YTB fazem diminuir
as importações, gerando um superávit comercial.
12. Produto de Equilíbrio e Balança Comercial
• O mercado de bens está em equilíbrio quando o
produto doméstico é igual à demanda – tanto
doméstica quanto estrangeira – por bens
domésticos:
Y Z
• Reunindo as relações que derivamos para os
componentes da demanda por bens domésticos, Z,
temos:
Y C (Y T ) I (Y , r ) G Q(Y , ) X (Y * , )
13. Produto de Equilíbrio e Balança Comercial
• O mercado de bens está em equilíbrio quando o produto
doméstico (produto interno) é igual à demanda por bens
domésticos. No nível de produto de equilíbrio, a balança
comercial pode mostrar um déficit ou um superávit.
• A reta ZZ plota a demanda como uma função do produto,
figura (a). A figura (b) traça as exportações líquidas como
uma função decrescente do produto.
• O gráfico demonstra que o produto esta acima do produto
de equilíbrio para o qual o comércio exterior esteja em
equilíbrio, ou seja, Y> YTB .
• O produto de equilíbrio esta associado a um déficit
correspondente a distância BC.
15. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
O Aumento da Demanda Interna
• Suponhamos que a economia esteja em
recessão e que o governo aumente seus
gastos para tirar a economia deste estágio.
• O que ocorrerá com o produto e com a
balança comercial?
• Suponhamos que a economia esteja em
equilíbrio de modo que Y = YTB
16. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
O Aumento da Demanda Interna
• O que acontece com o aumento dos gastos do
governo?
• Para qualquer nível de produto a demanda será
maior em G , de modo que a reta da demanda se
elevará em G, de ZZ a ZZ’.
• O produto se desloca de A par A’ e o produto
aumento de Y para Y’.
• O aumento do produto provoca um déficit
comercial igual a BC.
18. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
O Aumento da Demanda Interna
• Há duas diferenças importantes a serem
notadas entre economias abertas e fechadas:
– Há agora um efeito sobre a balança comercial. O
aumento do produto de Y para Y’ leva a um déficit
comercial igual a BC. As importações sobem e as
exportações não se alteram.
– O efeito dos gastos do governo no produto é menor do
que seria numa economia fechada. Isso significa que o
multiplicador é menor na economia aberta. Pois, o
aumento da renda recai tanto sob os produtos internos
quanto nos produtos estrangeiros.
19. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
O Aumento da Demanda Estrangeira
• Consideramos um aumento da renda
estrangeira Y*.
• O que ocorrerá com o produto interno e
com a balança comercial?
• Suponhamos que a economia esteja em
equilíbrio de modo que Y = YTB .
• A figura mostra a demanda interna por bens
representada pela reta DD.
20. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
O Aumento da Demanda Estrangeira
• A diferença entre DD e ZZ é igual as
exportações líquidas, NX.
• Se o comércio estiver em equilíbrio a reta
ZZ e DD se cruzam.
• Imaginamos um aumento na renda
estrangeira, Y .
• Os efeitos diretos consistirão no aumento
das exportações, que chamaremos de X .
21. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
O Aumento da Demanda Estrangeira
• A reta de demanda por bens produzidos
internamente ZZ se desloca para cima em resposta
ao aumento da Y*.
• Quando as exportações aumentam em X para um
nível dado de produto, a reta que representa as
exportações líquidas como uma função do produto
na figura (b) também se desloca para cima em X ,
de NX para NX’.
• O novo equilíbrio se da em A’ com um nível de
produto Y’.
22. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
O Aumento da Demanda Estrangeira
• O aumento do produto estrangeiro conduz a maiores
exportações de bens produzidos internamente, o que, por
sua vez, eleva o produto interno e a demanda por bens por
meio do multiplicador.
• O que aconteça com a balança comercial?
• No novo equilíbrio do produto Y’, a demanda interna é
dada por DC. E a demanda por bens produzidos
internamente é dada por DA’.
• As exportações líquidas são dadas por CA’, embora as
importações aumentem, elas não anulam o aumento das
exportações e a balança comercial melhora.
23. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
O Aumento da Demanda Estrangeira
24. Aumento da Demanda Interna e Estrangeira
• Até aqui, derivamos dois resultados básicos:
– Um aumento da demanda doméstica leva a um
aumento do produto doméstico, mas leva
também a uma deterioração da balança
comercial.
– Um aumento da demanda doméstica estrangeira
leva a um aumento do produto doméstico e a
uma melhora da balança comercial.
25. Depreciação, Balança Comercial e Produto
• Lembre-se de que a taxa real de câmbio é dada por:
EP *
P
• Em palavras:
• A taxa real de câmbio, , é igual à taxa nominal de
câmbio, E, multiplicada pelo nível de preços
estrangeiro, P*, dividido pelo nível de preços internos,
P.
• Quais serão os efeitos da depreciação sobre a balança
comercial?
26. Depreciação, Balança Comercial e Produto
A Condição de Marshall-Lerner
• Esta condição deve-se aos dois economista
Alfred Marshall e Abba Lerner que foram
os primeiros a formulá-la.
• As exportações líquidas são dadas por:
NX X Q
• Ou
NX X (Y * , ) Q(Y , )
27. Depreciação, Balança Comercial e Produto
A Condição de Marshall-Lerner
• Como a taxa real de câmbio entra em três lugares,
essa equação deixa claro que a depreciação real –
um aumento de - afeta a balança comercial por
meios de três canais.
– X aumenta. Os bens nacionais ficam mais baratos;
– Q diminui. Os bens estrangeiros tornam-se mais caros.
– O preço relativo das importações , aumenta. A
depreciação tende a aumentar a conta de importação Q .
A mesma quantidade de importação custa agora mais
caro.
28. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Os efeitos da Depreciação
• Assim como o aumento do produto estrangeiro, a
depreciação provoca, para qualquer nível de
produto, o aumento das exportações líquidas NX.
• Assim tanto a relação de demanda ZZ quanto as
exportações líquidas NX, desloca-se para cima.
• A balança comercial melhora: o aumento na
importação induzido pelo aumento do produto é
menor do que a melhoria da balança comercial
induzida diretamente pela depreciação.
29. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Os efeitos da Depreciação
Resumindo: a depreciação leva
a um deslocamento da
demanda, tanto estrangeira
quanto doméstica, em direção
aos bens produzidos
internamente. Esse
deslocamento da demanda leva,
por sua vez, tanto a um
aumento do produto doméstico
quanto a uma melhora da
balança comercial.
30. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Combinação das Políticas Cambial e Fiscal
• Suponhamos que o governo queira reduzir o déficit
comercial sem alterar o produto.
• O que o governo deveria fazer?
• O governo deve usar uma combinação certa de depreciação
e contração fiscal.
• Primeiro o governo tem de promover uma depreciação
suficiente para eliminar o déficit comercial ao nível inicial
do produto.
• Assim a depreciação tem de ser tal que consiga deslocar a
relação das exportações líquidas de NX para NX’.
31. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Combinação das Políticas Cambial e Fiscal
• Segundo, o governo tem que reduzir seus
gastos de modo a conduzir ZZ’ de volta
para ZZ.
• Essa combinação de depreciação com
contração fiscal mantém o mesmo nível de
produto e melhora a balança comercial.
32. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Combinação das Políticas Cambial e Fiscal
Para reduzir o déficit
comercial sem alterar o
produto, o governo deve
tanto realizar uma
depreciação quanto
diminuir os gastos do
governo.
33. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Observação da Dinâmica: A curva J
• Até agora, argumentamos que a depreciação
provoca um aumento das exportações e a
diminuição das importações.
• Esses efeitos não ocorrem da noite para o
dia.
• No primeiro momento esse efeito é sentido
somente nos preços. Todavia, a quantidade
de importações e exportações tende a se
ajustar lentamente.
34. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Observação da Dinâmica: A curva J
• O preço das importações sobe no mercado interno.
A depreciação, portanto, pode produzir uma
deterioração na balança comercial, através do
efeito adverso dos preços, o que causa o declínio
das exportações líquidas.
• A medida que o tempo passa as exportações
aumentam e as importações diminuem. A
condição de Marshall-Lerner prevalece.
35. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Observação da Dinâmica: A curva J
• Uma depreciação pode levar a uma deterioração
inicial da balança comercial; aumenta, mas nem
X nem Q ajustam-se muito a princípio.
( X Q)
• Após algum tempo, os efeitos da mudança das exportações
e importações se tornarão mais fortes, e a depreciação
levará a uma melhora da balança comercial.
( X , Q, ) ( X Q)
36. Depreciação, Balança Comercial e Produto
Observação da Dinâmica: A curva J
Uma depreciação real leva inicialmente a uma
deterioração e, então, a uma melhora da balança
comercial.
37. Poupança, Investimento e Déficits Comerciais
• Uma forma alternativa de examinar o equilíbrio como a
condição de que o investimento seja igual à poupança tem
um importante significado.
• Começamos com a condição de equilíbrio:
Y C I G Q X
• Subtraímos C+T em ambos os lados da equação e
utilizamos o fato de que a poupança privada é dada por S =
Y-C-T e obtemos:
S I G T Q X
38. Poupança, Investimento e Déficits Comerciais
• Usando a definição de exportações líquidas NX X Q
e reorganizando os termos temos:
NX S (T G ) I
• A balança comercial (NX) tem de ser igual a
poupança privada (S) e pública (T-G) menos o
investimento.
• O superávit comercial corresponde ao excesso de
poupança em relação ao investimento.
• O déficit corresponde ao excesso de investimento
em relação a poupança.
39. Poupança, Investimento e Déficits Comerciais
• Dada a equação anterior, conclui-se que:
– Um aumento do investimento deve se refletir ou em um
aumento da poupança privada ou da poupança pública,
ou em uma deterioração da balança comercial.
– Um aumento do déficit orçamentário deve se refletir ou
em um aumento da poupança privada, ou em uma
diminuição do investimento, ou em uma deterioração da
balança comercial.
– Um país com uma alta taxa de poupança deve ter ou
uma alta taxa de investimento ou um grande superávit
comercial.