3. Nossa Missão, Nossos Valores
_______________________________
A Anhanguera Educacional completa 15 anos em 2009. Desde sua fundação, buscou a ino-
vação e o aprimoramento acadêmico em todas as suas ações e programas. É uma Instituição de
Ensino Superior comprometida com a qualidade dos cursos que oferece e privilegia a preparação
dos alunos para a realização de seus projetos de vida e sucesso no mercado de trabalho.
A missão da Anhanguera Educacional é traduzida na capacitação dos alunos e estará sempre
preocupada com o ensino superior voltado às necessidades do mercado de trabalho, à adminis-
tração de recursos e ao atendimento aos alunos. Para manter esse compromisso com a melhor
relação qualidade/custo, adotaram-se inovadores e modernos sistemas de gestão nas instituições
de ensino. As unidades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul preservam a missão e difundem os valores
da Anhanguera.
Atuando também no Ensino a Distância, a Anhanguera Educacional orgulha-se de poder es-
tar presente, por meio do exemplar trabalho educacional da Uniderp Interativa, nos seus pólos
espalhados por todo o Brasil.
Boa aprendizagem e bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente — Anhanguera Educacional
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5. AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
Apresentação
____________________
A Universidade Anhanguera/UNIDERP, ao longo de sua existência, prima pela excelência no
desenvolvimento de seu sólido projeto institucional, concebido a partir de princípios modernos,
arrojados, pluralistas, democráticos.
Consolidada sobre patamares de qualidade, a Universidade conquistou credibilidade de par-
ceiros e congêneres no país e no exterior. Em 2007, sua entidade mantenedora (CESUP) passou
para o comando do Grupo Anhanguera Educacional, reconhecido pelo compromisso com a
qualidade do ensino, pela forma moderna de gestão acadêmico-administrativa e pelos propósi-
tos responsáveis em promover, cada vez mais, a inclusão e a ascensão social.
Reconhecida pela ousadia de estar sempre na vanguarda, a Universidade impôs a si mais um
desafio: o de implantar o sistema de ensino a distância. Com o propósito de levar oportunida-
des de acesso ao ensino superior a comunidades distantes, implantou o Centro de Educação a
Distância.
Trata-se de uma proposta inovadora e bem-sucedida, que, em pouco tempo, saiu das frontei-
ras do Estado do Mato Grosso do Sul e se expandiu para outras regiões do país, possibilitando o
acesso ao ensino superior de uma enorme demanda populacional excluída.
O Centro de Educação a Distância atua por meio de duas unidades operacionais: a Uniderp
Interativa e a Faculdade Interativa Anhanguera(FIAN). Com os modelos alternativos ofereci-
dos e respectivos pólos de apoio presencial de cada uma das unidades operacionais, localizados
em diversas regiões do país e exterior, oferece cursos de graduação, pós-graduação e educação
continuada, possibilitando, dessa forma, o atendimento de jovens e adultos com metodologias
dinâmicas e inovadoras.
Com muita determinação, o Grupo Anhanguera tem dado continuidade ao crescimento da
Instituição e realizado inúmeras benfeitorias na estrutura organizacional e acadêmica, com re-
flexos positivos nas práticas pedagógicas. Um exemplo é a implantação do Programa do Livro-
Texto – PLT, que atende às necessidades didático-pedagógicas dos cursos de graduação, viabiliza
a compra, pelos alunos, de livros a preços bem mais acessíveis do que os praticados no mercado
e estimula-os a formar a própria biblioteca, promovendo, assim, a melhoria na qualidade de sua
aprendizagem.
É nesse ambiente de efervescente produção intelectual, de construção artístico-cultural, de
formação de cidadãos competentes e críticos, que você, acadêmico(a), realizará os seus estudos,
preparando-se para o exercício da profissão escolhida e uma vida mais plena na sociedade.
Prof. Guilherme Marback Neto
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7. Autores
____________________
AMIRTES MENEZES DE CARVALHO E SILVA
Graduação: Pedagogia – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS – 1998
Pós-graduação: Fundamentos da Educação – Área de Concentração:
Psicologia da Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS – 2001
Mestrado: Em Educação – Área de Concentração: Psicologia –
Universidade de Mato Grosso do Sul – UFMS – 2003
EDILENE MARIA DE OLIVEIRA ARAÚJO
Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidades Católica
de Mato Grosso – FUCMT – 1986
Pós-graduação Lato Sensu: Formação de Formadores em Educação
de Jovens e Adultos – Universidade Nacional de Brasília – UNB – 2003
Pós-graduação Lato Sensu: Gestão de Iniciativas Sociais –
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – 2002
Pós-graduação Lato Sensu: Administração em Marketing
e Comércio Exterior – UCDB – 1998
ANgELA CRISTINA DIAS DO REgO CATONIO
Graduação: Letras – Língua Portuguesa e Língua Inglesa/Universidade Católica Dom Bosco
– UCDB, Campo Grande/MS – 1996
Especialização: Comunicação Social/Universidade Metodista de São Paulo – UMESP, São
Paulo/SP, 1999
Mestrado: Comunicação Social/Universidade Metodista de São Paulo – IMESP, São Bernardo
do Campo/SP, 2000
MARIA CLOTILDE PIRES BASTOS
Graduação: Pedagogia com Habilitação em Administração e Supervisão
Escolar de 1º e 2º Graus – Universidade Católica Dom Bosco – UCDB – 1981
Pós-graduação Lato Sensu: Metodologia do Ensino Superior – Universidade
para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal – UNIDERP – 1988
Pós-graduação Strictu Sensu: Educação – Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul – UFMS – 1997
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9. Sumário
____________________
MÓDULO – COMUNICAÇÃO E METODOLOgIA DA PESQUISA
UNIDADE DIDÁTICA – ESTÁgIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL
AULA 1
Estágio supervisionado e a prática do saber ...................................................................................... 3
AULA 2
Legislação e a profissão do assistente social ....................................................................................... 13
UNIDADE DIDÁTICA – COMUNICAÇÃO SOCIAL
AULA 1
Linguagem e sua função social ........................................................................................................... 23
AULA 2
Modalidades verbais e não verbais na comunicação ......................................................................... 29
AULA 3
Comunicação: conceitos e modelos ................................................................................................... 33
AULA 4
Funções da linguagem e tipos de comunicação................................................................................. 38
AULA 5
Habilidades em comunicação............................................................................................................. 42
AULA 6
Comunicação e novas tecnologias da comunicação ......................................................................... 46
AULA 7
Relações humanas ............................................................................................................................... 49
AULA 8
Comportamento e moda .................................................................................................................... 51
UNIDADE DIDÁTICA – METODOLOgIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
AULA 1
O conhecimento e a ciência ................................................................................................................ 59
AULA 2
O método científico ............................................................................................................................ 63
AULA 3
O processo de pesquisa ....................................................................................................................... 67
AULA 4
A pesquisa qualitativa ......................................................................................................................... 72
AULA 5
Leitura e registro ................................................................................................................................. 76
AULA 6
Apresentação de trabalhos acadêmicos – Normas da ABNT ............................................................ 79
SEMINÁRIO INTEGRADO..................................................................................................................... 94
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10. MÓDULO – DIREITO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNIDADE DIDÁTICA – DIREITO E LEgISLAÇÃO SOCIAL
AULA 1
A aplicabilidade do direito no serviço social ..................................................................................... 97
AULA 2
A pessoa e seu inter-relacionamento social ....................................................................................... 106
AULA 3
A institucionalização da sociedade..................................................................................................... 118
AULA 4
O direito familiar ................................................................................................................................ 132
AULA 5
A estruturação dos direitos constitucionais e as garantias fundamentais: direitos humanos
e cidadania ........................................................................................................................................... 143
AULA 6
O direito infraconstitucional e suas aplicações no serviço social – a legislação social e a proteção
da sociedade ........................................................................................................................................ 160
AULA 7
O direito trabalhista e as relações políticas de trabalho .................................................................... 169
AULA 8
O direito previdenciário – sistema brasileiro de seguridade social .................................................. 193
UNIDADE DIDÁTICA – MOVIMENTOS SOCIAIS
AULA 1
Movimentos sociais............................................................................................................................. 209
AULA 2
Aspectos teóricos – histórico dos movimentos sociais no Brasil ...................................................... 212
AULA 3
Movimentos sociais e cidadania ......................................................................................................... 215
AULA 4
Políticas sociais – a contribuição dos movimentos sociais ............................................................... 218
AULA 5
A sociedade civil e a construção de espaços públicos........................................................................ 221
AULA 6
O caráter educativo do movimento social popular ........................................................................... 223
AULA 7
Os movimentos sociais e a articulação entre educação não formal e sistema formal de ensino .... 226
AULA 8
Movimentos sociais em suas diferentes expressões ........................................................................... 229
AULA 9
Tendências dos movimentos sociais na realidade brasileira contemporânea .................................. 232
AULA 10
Redes de ações coletivas ...................................................................................................................... 239
SEMINÁRIO INTEGRADO..................................................................................................................... 243
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11. Módulo
COMUNICAÇÃO
E METODOLOGIA
DA PESQUISA
Professora Ma. Maria Clotilde Pires Bastos
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12. Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
Apresentação
Prezado Aluno,
Nesta Unidade Didática você refletirá sobre o processo de investigação científica no Serviço Social.
O módulo Metodologia Científica foi pensado para trazer até você as questões mais atuais que estão re-
lacionadas ao processo de construção do conhecimento científico, o processo de investigação científica e as
indagações acerca do método em ciências sociais. Nessa perspectiva, as temáticas eleitas visam subsidiá-los
nos conhecimentos necessários para o entendimento da ciência, do método científico, o reconhecimento das
ciências sociais como campo científico, além da normalização de trabalhos acadêmicos.
Para que você possa aproveitar melhor os estudos, verifique a bibliografia indicada na lista de referências,
as sugestões indicadas no material impresso e online, bem como as atividades solicitadas em cada aula.
Seremos parceiros nesta caminhada; contudo, lembre-se de que o curso depende muito de você e que sua
participação é fundamental.
Bom trabalho!
Professora Ma. Maria Clotilde Pires Bastos
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13. AULA 1 — O Conhecimento e a Ciência
Unidade Didática – Metodologia da Pesquisa Científica
AULA
____________________ 1
O CONHECIMENTO E A CIÊNCIA
Conteúdo
• O processo histórico de construção da ciência moderna
• Diferentes tipos de conhecimento
• Definição de Ciência
Competências e habilidades
• Conhecer o processo de construção da ciência moderna
• Identificar diferentes tipos de conhecimento
• Caracterizar a ciência e o conhecimento científico
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
O PROCESSO HISTÓRICO DE CONSTRUÇÃO As transformações ocorridas no pensamento
DA CIÊNCIA MODERNA científico estiveram vinculadas a outros aconteci-
A busca de explicações racionais acerca dos fe- mentos importantes e que representaram profun-
nômenos do mundo acompanha os seres humanos das modificações na estrutura social, tais como a
há muito tempo, entretanto as explicações pauta- emergência da burguesia, o desenvolvimento da
economia capitalista, a revolução industrial etc.
das em critérios de comprovação e objetividade, tal
A burguesia emergente valorizava o trabalho ma-
como modernamente se concebe, nasceu no século
nual e a expansão dos seus domínios requeria o de-
XVII em meio a grandes transformações no contex-
senvolvimento de invenções e tecnologia, de modo a
to social. Nessa época, configurou-se o movimento
dominar a natureza utilizando seus recursos de todas
denominado “Renascimento Científico” cujo aspec- as formas. A Revolução Industrial acelerou esse pro-
to principal foi o de romper com as tradicionais for- cesso, pois a racionalização do trabalho e a produção
mas de conhecer, lançando as bases para uma nova e comercialização em larga escala exigiam a constru-
concepção de saber. ção de equipamentos cada vez mais sofisticados.
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14. Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
Assim também nasce um novo homem crente no Assim é que a partir do século XVII o conheci-
poder da razão e da transformação do mundo. Dife- mento científico passa a ser reconhecido como um
rente do homem medieval, que temia a Deus e bus- tipo de conhecimento específico separando-se do
cava na vida após a morte as recompensas por uma conhecimento filosófico e no século XIX o otimis-
vida sem pecados, o homem que nascia no interior mo cientificista foi tal que muitos autores afirma-
dessas transformações recolocava-se como figura vam que somente a ciência poderia oferecer todas as
central e retomava o domínio da sua vida. explicações a partir do método científico.
Dessa forma, o conhecimento aceito é aquele Para Morais (1988), há uma questão importante
marcado pela razão, experimentação, demonstração a ser tratada no que se refere à atividade científi-
e comprovação, utilizando o método científico, cri- ca: será a ciência una ou dividida? Quando se pensa
térios diferentes dos até então aceitos, fundamenta- nas suas finalidades, pode-se afirmar que é una, mas
dos especialmente na revelação e autoridade divina. quando se considera a amplitude de objetos passí-
O novo método científico mostrou-se fecundo e veis de serem investigados, também será dividida.
aos poucos foi adaptado a outros campos de pesqui- Chauí (2000, p. 260) pondera que “ciências, no plu-
sa, fazendo surgir diversas ciências particulares. ral, refere-se às diferentes maneiras de realização do
Segundo Morais (1988), a preocupação científica ideal de cientificidade, segundo os diferentes fatos
já estava presente na Idade Antiga, entretanto, gre- investigados e os diferentes métodos e tecnologias
gos e romanos favoreceram o desenvolvimento das empregadas”. Seguindo a classificação apresentada
chamadas ciências formais pois não consideravam
pela autora, as ciências podem ser divididas em: ma-
a experimentação como algo importante. Para os
temáticas ou lógico-matemáticas, ciências naturais,
gregos, havia o desprezo pelas atividades manuais,
ciências humanas ou sociais e ciências aplicadas.
consideradas menos nobres, sendo as atividades da
O breve histórico apresentado demonstra que a
“razão” consideradas elevadas. Já os romanos, cujas
sociedade ocidental contemporânea desenvolveu
preocupações eram mais pragmáticas, não valoriza-
um ideal de cientificidade baseado principalmente
vam a experimentação.
na demonstração e prova, cujos aspectos principais
Já na Idade Média, tendo em vista o predomínio
são: distinção entre sujeito e objeto, criação de uma
da visão religiosa, não havia condições para o de-
senvolvimento do pensamento científico. linguagem específica e própria, importância do mé-
todo, uso de instrumentos tecnológicos etc. Isso leva
Assim, somente quando o homem recoloca-se
à crença de que os resultados obtidos pela ciência
no centro dos fatos históricos e busca compreender
a natureza sem medo de profaná-la, é que se tor- ocorrem de forma independente do desejo, convic-
na possível o desenvolvimento do racionalismo e ção e interesse do cientista, portanto a ciência seria
experimentalismo científico. Morais (1988) afirma neutra. Essa visão cientificista parte do pressuposto
que na Idade Moderna, especialmente a partir do de que a ciência pode conhecer tudo e esse conheci-
Renascimento, são oferecidas as condições objetivas mento permitirá manipular tecnicamente a realida-
para a transformação da concepção do pensamento de de forma ilimitada. Essa forma de encarar a ciên-
até então predominante. cia traz no seu interior a possibilidade de exercer o
Sem dúvida, o que se observa é que, muito em- controle sobre o pensamento humano agindo como
bora o pensamento científico estivesse manifesto uma forma de controle social; é a chamada ideolo-
ao longo da história humana, foi a partir do desen- gia da competência. Nesse sentido, a sociedade está
volvimento do experimentalismo que se criou uma formada por pessoas que sabem (competentes) e as
atitude mental diferenciada em face do mundo na- que não sabem, cabendo às primeiras o direito de
tural, condição necessária para o desenvolvimento exercer o comando e controle sobre as demais, que
do pensamento científico moderno. deverão executar as determinações.
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15. AULA 1 — O Conhecimento e a Ciência
Outro aspecto importante a ser considerado O senso comum
quanto à ciência moderna é sua ligação íntima com O senso comum ou conhecimento vulgar é o co-
a técnica. Originalmente, técnica (do grego téchne) nhecimento popular que busca explicar os fatos,
mais se aproximava da arte no sentido de habilida- sem perquirir suas causas. Ele é fruto do acúmulo
de; com o desenvolvimento do conhecimento cien- de experiências pessoais, portanto assistemático,
tífico, também houve a possibilidade da construção fragmentado e muitas vezes simplista e ingênuo.
de instrumentos para ampliar e potencializar suas
funções. Morais (1988, p. 51) afirma que “houve um O conhecimento teológico
tempo em que se ensinava que a ciência é o conheci- O conhecimento teológico ou religioso busca ex-
mento, e a técnica, a aplicação desse conhecimento”. plicações a partir de entes divinos ou sobrenaturais.
A ciência moderna, levando à construção de instru- Esse tipo de conhecimento torna impossível buscar
mentos que possibilitam conhecimentos mais exa- as causas dos fenômenos, pois estas se encontram
tos, transforma a técnica em tecnologia, objetiva o fora do âmbito da condição humana; é dogmático.
conhecimento por meio de um objeto técnico.
Em face do desenvolvimento do modelo produ- O conhecimento filosófico
tivo capitalista, a ciência e a tecnologia tornaram-se O conhecimento filosófico busca investigar cau-
parte integrante da atividade econômica e assim o sas e razões dos fenômenos por meio das ideias,
montante de recursos financeiros a serem destina- relações conceituais que não podem ser reduzidas
dos a pesquisas científicas são definidos a partir do a observação empírica. Esse tipo de conhecimen-
to tem por finalidade questionar, refletir de forma
seu uso, distante do controle social.
mais ampla sobre as questões humana incluindo
objetivos e conclusões da própria ciência.
Diferentes tipos de conhecimento
A necessidade de conhecer o funcionamento da O conhecimento científico
natureza visando dominá-la levou a diferentes for-
Muitas são as caracterizações elaboradas sobre
mas de explicação sobre o mundo. Assim, desde in- o conhecimento científico; para este estudo, esta-
terpretações místicas até as científicas são tentativas remos adotando a sistematização apresentada por
de dar um sentido para os fenômenos e fatos que Oliveira (apud Ander-Egg, 2001, p. 50):
ocorrem, ou seja, são formas diferentes de se pro-
cessar o conhecimento. [...] ciência é um conjunto de conhecimentos racio-
nais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente,
Todo conhecimento consiste em uma relação en-
sistematizados e verificáveis, que fazem referência
tre o sujeito (cognoscente) e o objeto (aquilo que
a objetos de uma mesma natureza, subdividindo-
será conhecido), que produz uma imagem (repre- os em:
sentação). Para Ruiz (1996, p. 90), “todo conheci- • conhecimento racional, isto é, que tem exigên-
mento consiste numa relação sui generis entre o su- cia de método [...];
jeito cognoscente e o objeto conhecido: relação de • certo ou provável, já que não se pode atribuir à
assimilação do objeto pelo sujeito, relação de pro- ciência a certeza indiscutível de todo saber que a
dução do objeto pelo sujeito, relação de coincidên- compõe [...];
• obtidos metodicamente, pois não se os adquire
cia ou de identificação entre sujeito e objeto”.
ao acaso ou na vida cotidiana [...];
A fim de melhor caracterizar o conhecimento • verificáveis, pelo fato de que as afirmações que
científico, é importante identificar outras formas de não podem ser comprovadas ou que não passam
se conhecer, pois a ciência não é o único modo de se pelo exame da experiência não fazem parte do
explicar a realidade. âmbito da ciência [...];
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16. Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
• relativas a objetos da mesma natureza, ou seja, e empírica” e o de Trujillo Ferrari (apud LAKATOS,
objetos pertencentes a determinada realidade, que 1999, p. 80), que entende a ciência como “[...] um
guardam entre si características de homogeneidade. conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas
ao sistemático conhecimento com objeto limitado,
Definição de ciência capaz de ser submetido à verificação”. Observa-se,
Muitos autores apresentam conceitos de ciência. assim, a coincidência de alguns aspectos considera-
Destacamos o apresentado por Megale (1989, p. 41), dos importantes para a compreensão do conceito e
que afirma: “ciência é o conjunto de conhecimentos que serão comuns em maior ou menor grau entre
obtidos através da investigação sistemática, objetiva os autores.
* ANOTAÇÕES
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17. AULA 1 — O Conhecimento e a Ciência
Unidade Didática – Metodologia da Pesquisa Científica
AULA
____________________ 2
O MÉTODO CIENTÍFICO
Conteúdo
• Origens do método científico
• Etapas do método científico
• Tipos de métodos
Competências e habilidades
• Contextualizar as origens do método científico
• Identificar as principais características do método científico
• Apresentar os principais tipos de métodos científicos
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
ORIGENS DO MÉTODO CIENTÍFICO Vários filósofos buscaram estabelecer uma concep-
No âmbito das ciências modernas, o método ção sobre o método, entretanto até o século XVII os
exerce papel tão relevante que muitas vezes se con- problemas filosóficos estavam mais vinculados à ques-
funde a ciência com o seu método. Entretanto, a tão do ser. A Filosofia antiga não indaga sobre a reali-
utilização do método não é privilégio da ciência. dade do mundo. É Descartes que propõe como méto-
A palavra método vem do grego methodos (meta = do, começar duvidando de tudo; é a dúvida metódica.
através de; hodos = caminho), ou seja, é a orienta-
É a partir da Idade Moderna, que as questões do co-
ção, o guia para se conseguir algo. No seu sentido
nhecer ganham vulto tendo em vista o fator subjetivi
mais amplo, significa o conjunto de procedimentos
dade. A partir dessa época os filósofos preocupam-se
utilizados para se alcançar conhecimento seguro de
forma mais racional; na ciência, método é a ordem muito mais com o sujeito cognoscente tendo em vista
imposta no caminho para se chegar a um fim de- a sua dúvida de se pode ou não alcançar a verdade.
terminado. Assim, depreende-se que, pelo método, Chauí (2000) afirma que no decorrer da história
pode-se demonstrar ou verificar conhecimentos. o método sempre desempenhou o papel de regula-
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18. Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
dor do pensamento, pois “guia o trabalho intelectual ressaltar que toda pesquisa necessita ter claramen-
[...] e avalia os resultados obtidos” (p. 159); contu- te formulado um problema, entretanto, nem todos
do, foi a partir do desenvolvimento da ciência mo- os problemas são passíveis de tratamento científico
derna que se colocou a necessidade da construção por não poderem ser respondidos, comprovados
de procedimentos que permitissem a demonstração por demonstração. Como afirma Gil (1996, p. 27), a
do conhecimento por meio da evidência, levando à pesquisa científica não pode responder “a questões
organização do método científico. de ‘engenharia’ e de valor porque sua correção ou
Ao se tratar do método científico, uma importan- incorreção não é passível de verificação empírica”.
te questão merece ser elucidada: a diferença entre Richardson (1999) sugere formular a pergunta uti-
método e metodologia, pois muitas vezes toma-se o lizando como, o que e quando preferencialmente a
significado de um pelo outro. Por método entende- por quê.
se a organização das etapas fundamentais do pro- Tendo sido o problema identificado, coloca-se a
cesso de pesquisa a partir das teorias que orientam necessidade de buscar informações acerca do fenô-
a busca da verdade. Já metodologia incorpora o mé- meno que será investigado. Nessa etapa, as princi-
todo e as técnicas, ou seja, os instrumentos para a pais fontes de informação são aquelas que apresen-
investigação científica (coleta, tabulação, análise e tam alguma sistematização sobre o assunto, espe-
interpretação de dados etc.). cialmente livros, relatórios, periódicos, internet etc.
Na sequência do processo está a formulação da
Etapas do método científico hipótese, ou seja, a elaboração de resposta prévia ao
A investigação da natureza de forma científica, problema formulado. A hipótese normalmente é le-
ou seja, utilizando o método científico, requer do vantada quando o investigador já realizou revisão da
investigador uma constante atitude de reflexão e literatura pertinente ao fenômeno em estudo, ob-
crítica diante da realidade e do permanente ques- tendo considerável conhecimento sobre o problema
tionamento acerca das conclusões obtidas. Muito que permite a tentativa de resposta; é evidente que
embora essa atitude deva também fazer parte da vida a hipótese será testada no processo de investigação e
cotidiana das pessoas, para o cientista deve ser um assim poderá ser comprovada ou refutada.
exigência que compreende alguns passos ou etapas. Para Richardson (1999), o meio formal de testar
Neste estudo utilizaremos a sistematização apresenta- a hipótese é a predição que consiste na tentativa de
da por Richardson (1999, p. 26-29), que compreende: predizer o resultado da hipótese pelo uso da esta-
a observação, a formulação de um problema, a ob- tística. O raciocínio é que se a resposta é acertada,
tenção de informações referenciais, o levantamen- os resultados são específicos e, muito embora rara-
to de hipóteses, a predição, a experimentação e a mente a predição seja totalmente perfeita, é funda-
análise. mental para o teste da hipótese.
Pode-se afirmar que a observação é o primeiro A experimentação visa comparar os resultados
momento da investigação, pois compreende infor- obtidos, mediante a realização de atividades que,
mações mais gerais obtidas por meio da experiência dadas determinadas condições, permitam obter res-
cotidiana ou mesmo de leituras realizadas, o que ca- postas a partir da manipulação intencional, e cons-
racteriza como diferencial é que “essas observações titui-se em etapa importante do método científico.
devem ser sensíveis, mensuráveis e passíveis de re- A análise configura-se como a fase final do mé-
petição, para que possam ser observadas por outras todo científico e consiste na confirmação ou não da
pessoas” (RICHARDSON, 1999, p. 26). hipótese levantada, permitindo construir, confirmar
A partir da observação, o pesquisador constata ou rejeitar determinada teoria.
alguma questão que necessita ser respondida e parte Uma questão se coloca: e quanto às ciências so-
para a formulação do problema de pesquisa. Cabe ciais? Haveria um método específico para as ciên-
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19. AULA 2 — O Método Científico
cias sociais? O humano como objeto de investigação tre eles [...], generalização da relação [...]”. Ou seja,
passa a ter importância a partir do século XIX, con- após a observação de um fenômeno, faz-se o grupa-
tudo, como nesse momento os critérios de cientifi- mento dos fatos segundo as suas relações constantes
cidade já estavam estabelecidos, houve a incorpora- para generalizar para todos os fenômenos da mes-
ção dos mesmos métodos e técnicas utilizados nas ma espécie.
ciências da natureza para a análise dos fenômenos
sociais. Contudo, por não ser possível uma trans- Método dedutivo – contrariamente à indução, o
posição pura e simples dos métodos das ciências método dedutivo parte de enunciados mais gerais
naturais para o estudo dos fenômenos humanos, os para chegar aos particulares ou menos gerais. Se-
resultados obtidos tornaram-se pouco científicos gundo Oliveira (2001, p. 62), “a dedução como for-
e, portanto, foram muito contestados. Richardson ma de raciocínio lógico tem como ponto de partida
(1999) reflete que o fracasso das ciências sociais se um princípio tido como verdadeiro a priori. O seu
deveu à transferência acrítica da metodologia das objetivo é a tese ou conclusão que é aquilo que se
ciências físicas e naturais ao fenômeno humano. pretende provar”. É importante enfatizar que a de-
Para o autor, as bases da pesquisa empirista utiliza- dução e a indução são procedimentos do raciocínio
da nas análises dos fenômenos sociais levou “a uma que se complementam no processo da investigação.
deturpação total da meta fundamental das ciências
sociais: o desenvolvimento do homem e da socieda- Método dialético – A dialética tem sua origem na
de” (p. 30). Grécia e em seus primórdios significava a arte de
Somente a partir dos anos 1980, já no século XX, dialogar. Em Platão e Aristóteles já é possível iden-
há uma real ruptura com os modelos até então con- tificar no conceito o aspecto de transformação, por
solidados e ocorre uma mudança radical no estudo intermédio da contradição, entretanto, é Hegel que
dos fenômenos humanos e sociais. Richardson pon- sistematiza a dialética como processo, movimento,
dera ainda que as características do método cientí- mudança, transformação a partir de leis próprias.
fico valem para qualquer ciência, contudo, “o que A história é vista como obra humana dentro de um
muda é a aplicação de regras e instrumentos que processo dinâmico e não somente como a ocor-
devem estar adequados para a medição dos fenô- rência de fatos. Para Hegel, esse processo se dá nas
menos sociais. Por exemplo, fenômenos qualitativos ideias, na razão; sendo determinado pela reflexão,
não podem ser analisados com instrumentos quan- pelo pensamento, e, assim, o objeto é identificado
titativos” (p. 30). como consciência abstrata. Marx busca o conceito
Assim, ainda que com muita controvérsia, os fe- desenvolvido por Hegel trazendo-o para a realidade
nômenos humanos e sociais tornam-se objetos de objetiva, ou seja, o desenvolvimento não se dá pelo
ciências específicas, tendo métodos próprios para pensamento, mas mediante as práticas sociais reali-
análise desses fenômenos. zadas materialmente pelos homens.
São três as leis da dialética: a transformação da
Tipos de métodos quantidade em qualidade, a interpenetração dos con-
Método indutivo – é um processo mental que trários e a negação da negação.
parte do registro de fatos singulares ou menos ge- • Lei da passagem da quantidade à qualidade –
rais, mas suficientemente constatados, para alcançar define que a passagem de um objeto para outro
conclusões mais gerais. No método indutivo, anali- com características diferentes (qualidade) se dá
sam-se as partes para compreender o todo. Lakatos pelo aumento quantitativo de determinadas
e Marconi (1998, p. 87) consideram três elementos características do objeto.
principais no procedimento da indução: “observa- • Lei da unidade e luta dos contrários – estabele-
ção dos fenômenos [...], descoberta da relação en- ce que na contradição é que se dá o movimen-
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20. Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
to, ou seja, os elementos que não podem existir que cria o novo não elimina totalmente o ve-
sem o outro também buscam superar-se. Ao lho, pois mesmo o novo significando um novo
tempo em que um só existe em função do ou- objeto possui qualidades do elemento antigo.
tro, também busca sua ultrapassagem. São for-
ças antagônicas que convivem em um mesmo O método desempenha um papel fundamental
movimento; são faces de uma mesma moeda. no processo de pesquisa; por meio dele se constroem
• Lei da negação da negação – explica que a o objeto e as etapas que orientarão a investigação.
transformação do objeto em seu contrário se Portanto, a definição do método não deve ser vista
dá pela negação. O novo é construído pela ne- como uma atividade burocrática, mas como as ba-
gação do velho, que por sua vez, ao envelhecer, ses sobre as quais estarão sendo construídos os co-
é negado por algo novo. Na luta dos contrários nhecimentos acerca do objeto em estudo.
* ANOTAÇÕES
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21. AULA 3 — O Processo de Pesquisa
AULA
Unidade Didática – Metodologia da Pesquisa Científica
____________________ 3
O PROCESSO DE PESQUISA
Conteúdo
• O que é pesquisa
• Tipos/caracterização da pesquisa
• Fases da pesquisa
• Instrumentos e técnicas para coleta de dados em pesquisa social
Competências e habilidades
• Conceituar o que vem a ser pesquisa científica
• Caracterizar os diferentes tipos de pesquisa
• Identificar as fases de elaboração da pesquisa
• Identificar as principais técnicas para coleta de dados em pesquisas sociais
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
A PESQUISA: DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÀO Gil (1991, p. 19), a pesquisa é “o procedimento ra-
E TÉCNICAS cional e sistemático que tem como objetivo propor-
A pesquisa científica é um processo reflexivo que cionar respostas aos problemas que são propostos”.
visa construir conhecimentos a partir de procedi- A partir dessas definições é possível identificar que
mentos racionais e sistemáticos. Santos (2000, p. 15) a pesquisa é um meio de se produzir conhecimen-
caracteriza a pesquisa como “atividade intelectual tos aplicando, para isso, metodologias apropriadas
intencional que visa responder às necessidades hu- de forma racional, organizada, metódica e reflexiva
manas”. Lakatos e Marconi (1995, p. 155) afirmam voltada à resolução de problemas.
que a pesquisa “é um procedimento formal, com A preparação de uma pesquisa científica requer
método de pensamento reflexivo, que requer um um planejamento, para mais racionalmente se or-
tratamento científico e se constitui no caminho para ganizarem os procedimentos. Essa preparação com-
conhecer ou para descobrir verdades parciais”. Para preende quatro grandes etapas ou fases: a prepa-
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22. Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
ração, a elaboração do projeto, a execução do pla- p. 23) esquematiza as etapas decorrentes daquelas,
nejado e a elaboração do relatório final. Gil (1996, conforme o fluxograma a seguir:
Formulação Construção Determinação Operacionalização
do Problema de Hipóteses do Plano de Variáveis
Elaboração dos
Pré-teste dos
Instrumentos Seleção da Amostra Coleta de Dados
Instrumentos
de Coleta de Dados
Análise e Interpretação Redação do Relatório
dos Dados da Pesquisa
A fase de preparação é o momento em que o inves- A apresentação formal do projeto pode variar
tigador define o tema a ser pesquisado, realiza a de- conforme o autor utilizado ou o convencionado por
vida revisão de literatura a fim de identificar o atual cada Instituição de Ensino, entretanto, os questio-
estágio de estudos sobre o assunto, bem como se há namentos levantados deverão estar contemplados
fontes de dados disponíveis para que possa realizar no sentido de atender aos objetivos inerentes a qual-
o estudo. A revisão de literatura também permite a quer projeto de pesquisa.
delimitação mais clara do problema a ser estudado e Um dos aspectos fundamentais no processo de
o estabelecimento de hipóteses (quando for o caso) pesquisa refere-se à formulação do problema a ser
ou respostas provisórias ao problema enunciado. investigado, pois na busca da sua solução é que se es-
tará apropriando, construindo e transformando co-
Na etapa seguinte estará organizando o plano ou
nhecimentos. Dessa forma, pode-se afirmar que toda
projeto de pesquisa, elemento fundamental no pro-
pesquisa inicia-se com um problema, entretanto nem
cesso, pois permite ao pesquisador estabelecer metas
todo problema é passível de tratamento científico.
de forma clara, dentro de um prazo possível, com
Lakatos e Marconi (1995) definem problema como
técnicas mais adequadas em face do que se pretende
uma dificuldade apresentada no entendimento de
investigar e atendendo a determinado orçamento. A um assunto efetivamente importante e para o qual
terceira etapa pode ser compreendida como a etapa se vai buscar uma solução. Para Gil (1991), um pro-
de execução do projeto ou plano, quando os dados blema será científico quando for passível de ser ve-
serão coletados, tabulados e analisados, e a quarta e rificado, observado empiricamente ou manipulado.
última etapa refere-se à elaboração do relatório final A formulação do problema não é tarefa fácil visto
de pesquisa, quando serão apresentados os resulta- que não se trata de tão-somente identificar o que se
dos do estudo dentro de normas e padrões previa- pretende investigar, é preciso ter clareza e objetivi-
mente estabelecidos (NBR 14724 da ABNT). dade. Sugere-se formular o problema em forma de
O projeto de pesquisa vem responder aos seguin- pergunta (ou questão) delimitando-o a uma abran-
tes questionamentos: gência que o torne viável de ser resolvido, com ma-
• O que investigar? teriais e técnicas disponíveis e acessíveis ao pesqui-
• Por que investigar? sador. Gil (1991) recomenda ter cuidado quando o
problema referir-se a valores, pois por basear-se em
• Para que e para quem investigar?
aspectos subjetivos corre-se o risco de comprometer
• Fundamentado em quais fontes de informação? a validade dos resultados obtidos.
• Que soluções são propostas?
• Como, com o que ou onde pesquisar? Classificação das pesquisas
• Quais recursos orçamentários são necessários? A realização de uma pesquisa, especialmente nas
• Qual é o tempo necessário para cumprir as etapas? ciências sociais, não segue um modelo único tendo
• Quais fontes foram consultadas? em vista a complexidade própria da vida social vis-
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23. AULA 3 — O Processo de Pesquisa
lumbrada em diferentes nuanças e aspectos ao olhar Essa organização pretendeu apresentar uma for-
do investigador. ma de classificação; determinados tipos ocorrem
Neste estudo, adotaremos a classificação siste- com mais regularidade em pesquisas sociais, en-
matizada por Gil (1991), que as organiza a partir tretanto, em alguns casos pode-se recorrer a vários
de dois critérios principais: quanto aos objetivos e tipos em uma mesma pesquisa para se responder à
quanto aos procedimentos técnicos utilizados. questão investigada.
Quanto aos objetivos gerais
A coleta de dados
Visa criar maior aproximação com
o tema, proporcionando maior Em face da pesquisa que será realizada e dos ob-
Pesquisa
familiaridade com o problema; na maioria jetivos definidos pelo pesquisador, as informações
Exploratória
dos casos, assume a forma de pesquisa
bibliográfica ou de estudo de caso. poderão ser obtidas de diferentes fontes, sendo três
Visa descrever as características as principais: a utilização de documentos, a obser-
Pesquisa de determinada população ou
Descritiva fenômeno utilizando técnicas
vação, e as entrevistas e questionários.
padronizadas para coleta de dados. Os documentos se referem ao material escrito
Visa identificar os fatores que ao qual o investigador poderá ter acesso, podendo
Pesquisa determinam a ocorrência de determinados
Explicativa fenômenos. Busca explicar a razão, “o distinguir-se em: documentos oficiais (normalmen-
porquê” de acontecerem.
te provenientes de governo ou de empresas), docu-
mentos pessoais, material de imprensa e utilitários
Quanto aos procedimentos técnicos utilizados (catálogos, folhetos etc.).
É desenvolvida a partir da utilização de
Pesquisa material impresso elaborado – livros,
A observação como técnica para coletar dados
Bibliográfica artigos científicos, material eletrônico, deverá atender às características próprias de cada
almanaques etc.
pesquisa e se realiza mediante contato do investiga-
É desenvolvida a partir de fontes
Pesquisa
documentais, que podem ou não ter
dor com o fenômeno em estudo. Essa técnica é fun-
Documental
recebido tratamento analítico. damental em pesquisas sociais, pois permite apre-
Pesquisa Consiste na reprodução de um fenômeno ender fatos e aspectos para os quais outros tipos de
Experimental a partir de condições controladas.
instrumentos se mostram limitados, contudo deve
Utiliza os mesmos procedimentos da
pesquisa experimental, diferindo no ser utilizada de forma combinada com outras téc-
Pesquisa
aspecto de que, neste caso, os fatos nicas.
Ex-post-facto
são espontâneos, não podendo o
pesquisador controlar as variáveis. Segundo Dencker (2001, p. 146), a observação
Baseia-se na interrogação direta ao pode ser realizada de duas formas: direta e indireta.
grupo que se pretende investigar; “Observação direta, como o próprio nome já diz, é a
neste caso, recorre-se à amostra que
deverá ser significativa para possibilitar realizada diretamente sobre o objeto da observação,
Levantamento
generalizações. As pesquisas desse tipo
enquanto a indireta é feita de tal modo que o obser-
não são adequadas quando se tratar
de estudos de problemas referentes a vado não se percebe como o principal elemento da
relações e estruturas sociais complexas.
investigação”.
Tem como base o estudo de um ou
Estudo de
poucos objetos visando conhecê-lo(s) de A entrevista é compreendida como um diálogo
Caso
forma profunda e detalhada. entre duas pessoas (entrevistador e entrevistado)
É realizada de forma articulada a uma com objetivos claramente definidos. Essa técnica
Pesquisa-ação ação diante de um problema detectado
no processo de pesquisa. permite obter as informações diretamente da pes-
Há interação entre o pesquisador e soa, bem como a observação de toda a situação e
o grupo de interesse da pesquisa e, reação do entrevistado. Assim como a observação,
Pesquisa
muito embora tenha semelhança com a
Participante a entrevista como técnica para coleta pode ter sua
pesquisa-ação, procura distinguir a ação
espontânea (popular) da ação científica. validade questionada tendo em vista a possível in-
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24. Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
fluência do entrevistador nas respostas do entre- termos que sejam amplamente conhecidos, atentar-
vistado, ou mesmo a distorção que pode ocorrer se somente aos objetivos da pesquisa, limitá-lo em
na análise do material obtido. Entretanto, em que extensão e cuidar para não ser tendencioso. Sugere-
pesem esses aspectos, Minayo (2001, p. 59) destaca a se testar os questionários antes de aplicá-los, ou seja,
importância da noção de entrevista em profundida- realizar um pré-teste em que um grupo pequeno
de “que possibilita um diálogo intensamente corres- responderá ao questionário de modo a identificar
pondido entre entrevistador e informante [...] Esse seus pontos falhos e que mereçam ser revistos, a fim
relato fornece um material extremamente rico para de verificar se atendem às expectativas.
análises do vivido”.
Para se alcançar a validade nas respostas, é im- Forma de registro
portante preparar a entrevista atentando-se ao que O registro das informações obtidas no processo de
será indagado e cercando-se de certos cuidados para coleta de dados é de fundamental importância; as-
não interferir nas respostas do entrevistado. Quan- sim, para não se deparar com a ausência de algum
to à organização, buscar marcar com antecedência, dado relevante, é conveniente estabelecer a forma de
obter algum conhecimento prévio sobre o entrevis- realizar e organizar os registros.
tado, preparar as perguntas e criar uma situação de Quando se tratar de entrevistas, é possível utili-
discrição. No decorrer da entrevista, é importante zar, além do recurso da anotação, a gravação, a par-
estar mais preparado para ouvir do que para falar, tir do consentimento do entrevistado.
intervir no momento oportuno em que uma ques- O uso da filmagem é também uma forma interes-
tão tenha relevância para ser aprofundada e buscan- sante de realizar os registros, pois permite rever as
do manter-se fiel aos objetivos da entrevista, não situações vivenciadas pelo grupo estudado e que por
permitindo desvios no que se pretende. vezes escapam ao olhar do investigador. Assim como
O questionário pode ser definido como um ins- a filmagem, a fotografia permite reter informações
trumento impessoal e que permite maior facilida- importantes no momento em que se realiza o es-
de na coleta de informações. Nesse instrumento, o tudo, pois o efeito das transformações do tempo cer-
investigador estabelece as questões, cujas respostas tamente estará modificando formas, paisagens etc.
serão obtidas de forma escrita, podendo o entrevis- Minayo (1994) alerta que em estudos sociais é im-
tado responder livremente ou assinalar as alternati- portante que se utilize o “diário de campo”, que são
vas predeterminadas. anotações sistemáticas realizadas pelo pesquisador e
Assim, o questionário poderá apresentar per- que estarão enriquecendo as análises e descrições.
guntas do tipo aberta e/ou fechada, a depender do
objetivo da pesquisa. As perguntas abertas são aque- Algumas considerações sobre a amostragem
las que permitem a livre resposta do entrevistado, A amostra é um recurso a ser utilizado quando
ficando a seu critério a extensão da resposta a ser a população-alvo for muito grande para ser usada
fornecida. As perguntas fechadas são aquelas cujas inteira. Por população-alvo compreende-se o grupo
respostas já se encontram previamente estabeleci- formado pelos indivíduos ou elementos que pos-
das, ficando o entrevistado no papel de somente as- suem determinadas características definidas para
sinalar a alternativa que achar mais adequada. um estudo; assim, a amostra representa uma parte
A elaboração de um questionário requer alguns (um subconjunto) desse grupo. Richardson (1999)
cuidados por parte do investigador: procurar ini- acrescenta que, além do tamanho da população-al-
cialmente explicar de forma objetiva a finalidade vo, os custos e o tempo são fatores importantes na
do questionário não se esquecendo de agradecer a utilização da amostragem, pois essa técnica permite
colaboração de quem o respondeu, apresentar as reduzir custos e minimizar as distorções decorrentes
questões de forma compreensível e com palavras e da variação do tempo de obtenção das informações.
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25. AULA 3 — O Processo de Pesquisa
Como nas ciências sociais trabalha-se com gru- população-alvo fossem idênticos, uma amostra de
pos humanos cuja característica principal é a hete- um só elemento seria perfeitamente representativa.
rogeneidade, a técnica da amostragem permite sele-
As amostras podem ser de dois tipos: as proba-
cionar as amostras mais adequadas ao propósito da
bilísticas e as não probabilísticas, em que somente
investigação. as últimas poderão permitir generalizações estatís-
Uma característica importante das amostras é ticas por estarem apoiadas no princípio da inferên-
que o resultado obtido a partir dos dados da amos- cia estatística. As amostras do tipo probabilística
tra deverão permitir as generalizações, ou seja, o que caracterizam-se, principalmente, por permitir que
é característica da amostra também é característi- cada elemento da população-alvo tenha a probabi-
ca de todo o conjunto que não se pôde observar. O lidade de fazer parte da amostra. Os principais tipos
fato de se utilizar uma amostra e não a população- de amostras probabilísticas são: amostra aleatória
alvo total pode levar a erros que poderão ser mini- simples, amostra sistemática, amostra por conglo-
mizados quando se conhecem todos os parâmetros merado e amostra estratificada.
da população-alvo, pois nesse caso pode-se calcular As amostras não probabilísticas utilizam critérios
o erro da amostra. Quando não se conhecem esses baseados no raciocínio e na lógica para compor a
parâmetros, é preciso estabelecer critérios visando amostra e não no princípio do acaso. Os principais ti-
minimizar a margem de erro. Contandriopoulos et pos são: amostras acidentais, amostras de voluntários,
al. (1999, p. 60) indicam dois critérios para se discu- amostras por escolhas racionais e amostras por cotas.
tir essa margem: O tamanho da amostra depende de vários fatores
intrinsecamente articulados ao que se pretende in-
Quanto maior a “fração da amostra”, menor o “er-
vestigar, aos custos decorrentes da coleta de dados e
ro da amostra”. Intuitivamente é fácil conceber
que, quanto maior a amostra em relação à popula- aos métodos estatísticos a serem utilizados.
ção-alvo, mais segura é a representatividade dessa Qualquer que seja o método utilizado, é preciso
amostra. Inversamente quanto mais homogênea ter-se clareza que cada um apresentará vantagens e
for a população-alvo, menos necessária será uma desvantagens e que não há apenas um que seja uni-
grande amostra. No limite, se todos os elementos da versalmente válido para todas as situações.
* ANOTAÇÕES
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26. Unidade Didática – Metodologia da Pesquisa Científica
Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
AULA
____________________ 4
A PESQUISA QUALITATIVA
Conteúdo
• Pesquisa qualitativa – conceito e características
• O qualitativo e o quantitativo – diferentes faces de um mesmo processo
Competências e habilidades
• Compreender o que é a pesquisa qualitativa
• Identificar as características da pesquisa qualitativa
• Relacionar pesquisa qualitativa e quantitativa
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com professor interativo
2 h/a – presenciais com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
O QUE É PESQUISA QUALITATIvA? A pesquisa qualitativa pode ser definida como
As pesquisas sociais têm sido marcadas pela uti- uma abordagem que busca entender determinado
lização de metodologias do tipo quantitativo na fenômeno de forma aprofundada, descrevendo-o,
abordagem e análise dos fenômenos que investiga, analisando-o e interpretando-o. Muito mais do que
contudo nos últimos anos um tipo de abordagem descrições estatísticas que visam à generalização dos
resultados, a pesquisa qualitativa trabalho com outro
tem se mostrado promissor por ter como foco as-
nível de realidade que nem sempre pode ser mensu-
pectos que privilegiem a subjetividade na compre-
rado ou transformado em dados quantitativos.
ensão e entendimentos do objeto de estudos.
Um aspecto importante nas pesquisas qualitati-
Embora vista com desconfiança por alguns pes-
vas é a não padronização da forma de abordagem e
quisadores, a pesquisa qualitativa tem ganhado força tratamento do objeto de estudo, muito comum em
em áreas importantes. Sobre isso, Neves (1996, p. 1) pesquisas de cunho quantitativo. “A pesquisa qua-
comenta: “Surgido inicialmente no seio da Antropo- litativa pode ser caracterizada como a tentativa de
logia e da Sociologia [...] esse tipo de pesquisa ga- uma compreensão detalhada dos significados e ca-
nhou espaço em áreas como a psicologia, a educação racterísticas situacionais apresentadas pelos entre-
e a administração de empresas”, entre outras. vistados, em lugar da produção de medidas quanti-
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27. AULA 4 — A Pesquisa Qualitativa
tativas de características ou comportamentos” (RI- possam servir de parâmetro para se chegar à verda-
CHARDSON, 1999, p. 87). de dos fenômenos. Contudo, a questão da credibili-
É possível afirmar que há uma tentativa de apreen- dade está vinculada a questões muito específicas das
der a riqueza da dimensão humana em toda sua ciências sociais, principalmente quando se conside-
magnitude, sem que isso signifique o aprisionamen- ra o seu nascedouro.
to a fórmulas e padrões previamente definidos. Segundo Santos Filho (2000), no século XIX uma
Godoy (1995, p. 62) enumera algumas caracterís- das questões principais para os pesquisadores que
ticas que permitem identificar as pesquisas do tipo discutiam os fenômenos humanos e sociais foi o
qualitativa: problema da unidade das ciências. No século ante-
rior, as ciências da natureza demonstraram que, pelo
1 – o ambiente natural como fonte direta dos dados método científico baseado na quantificação e gene-
e o pesquisador como instrumento fundamental;
ralização dos resultados, seria possível predizer com
2 – o caráter descritivo;
vistas a alcançar dados muito precisos, que revelas-
3 – o significado que as pessoas dão às coisas e à sua
sem a verdade sobre os fenômenos observados.
vida como preocupação do investigador;
4 – enfoque indutivo. Então, as questões sociais, que nesse momen-
to revelavam toda sua complexidade, passam a ser
O que se depreende é que o aspecto subjetivo tem pauta de indagação no sentido da busca de métodos
destaque. que pudessem garantir o mesmo sucesso alcançado
Segundo Minayo (2001, p. 23), nas ciências so- pelos métodos utilizados nas ciências da natureza.
ciais a pesquisa qualitativa se ocupa com um nível
de realidade que não pode ser quantificado: Duas respostas ou posições foram assumidas diante
desse problema. Uma defendia a unidade das ciên-
Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, cias e, portanto, a legitimidade do uso do mesmo
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o método em todas as ciências. A outra posição era
que, corresponde a um espaço mais profundo das favorável à tese da peculiaridade das ciências so-
relações, dos processos e dos fenômenos que não po- ciais e humanas e, portanto, defendiam um método
dem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. científico específico para estas ciências (SANTOS
FILHO, 2000, p. 15).
Assim, a subjetividade ganha destaque ocupando
um lugar fundamental na abordagem dos fenôme- A unidade das ciências teve no Positivismo de
nos, pois a objetividade representada em diagramas, Comte sua maior defesa, e influenciou as ciências
gráficos e quantificação nem sempre apreende a di- sociais principalmente na forma de apreensão e
nâmica presente na vida e que é revelada a partir da análise dos fenômenos, pois para conferir atributos
fala dos sujeitos que a constitui. e qualidade ao objeto de investigação adotou termos
Richardson (1999, p. 90) corrobora esse pensa- matemáticos e a linguagem de variáveis, caracterís-
mento quando afirma que “a pesquisa qualitativa tica das ciências da natureza.
pode ser caracterizada como a tentativa de uma Minayo (2001, p. 23) sintetiza bem esse posicio-
compreensão detalhada dos significados e caracte- namento quando define os seguintes critérios para
rísticas situacionais apresentadas pelos entrevista- análise dos fenômenos sociais, com base nas ciên-
dos, em lugar da produção de medidas quantitativas cias da natureza:
de características ou comportamentos”.
a – o mundo social opera de acordo com leis cau-
As pesquisas qualitativas vêm ganhando espaço, sais;
embora ainda não sejam aceitas por muitos pesqui- b – alicerce da ciência é a observação sensorial;
sadores exatamente pela questão da validade cientí- c – a realidade consiste em estruturas e instituições
fica, ou seja, como garantir que aspectos subjetivos identificáveis enquanto dados brutos por um lado
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