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Universidade Anhanguera - Uniderp
  Centro de Educação a Distância



      Caderno de Atividades

    Serviço Social
            Coordenação do Curso
       Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre




                    Autores
             Andrea Tochio de Antonio
       Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
           Emanuela Patrícia de Oliveira
                Enilda Maria Lemos
                Silvia C. A. Marques
                     Yaeko Ozaki
Universidade Anhanguera - Uniderp
                        Centro de Educação a Distância
Chanceler                                              Diretor-Adjunto
Ana Maria Costa de Sousa                               Luciano Sathler
Reitor
Guilherme Marback Neto                                 Coordenação de Qualidade do Material
Vice-Reitora                                           Didático
Heloisa Helena Gianotti Pereira                        Luciano Gamez: Coordenador e organizador
Pró-Reitores                                           da publicação
Pró-Reitor Administrativo: Antonio Fonseca             Fernanda Bocchi Balthazar
de Carvalho                                            Helena Okada
Pró-Reitor de Extensão, Cultura e                      Waurie Rolão
Desporto: Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato
Pró-Reitor de Graduação: Eduardo de                    Ilustrações
Oliveira Elias                                         Ednei Marx
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação:
Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
                                                       ANHANGUERA PUBLICAÇÕES
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA                         Gerente Editorial
Diretor-Geral                                          Adauto Damásio
José Manuel Moran



                            C129   Caderno de atividades: serviço social / Andrea Tochio de Antonio
                                      …[et al.]; Organizador Luciano Gamez; Coordenação do cur-
                                      so Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre. - Valinhos : Anhan-
                                      guera Publicações, 2010.
                                      p. 248 - (EAD ; 2ª série).



                                       ISBN: 978-85-7969-033-4

© 2010 Anhanguera
Publicações - Proibida
a reprodução final ou                   1. Serviço social - Metodologia. 2. Sociologia. 3. Serviço social
parcial por qualquer meio
de impressão, em forma
                                   - Filosofia. I. Antonio, Andrea Tochio de. II. Nobre, Elisa Cléia Pi-
idêntica, resumida ou              nheiro Rodrigues. III. Série.
modificada em língua
portuguesa ou qualquer
outro idioma. Impresso                                                        CDD – 20 ed. : 370.15
no Brasil 2010
Nossa Missão, Nossos Valores
Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do
seu crescimento.
Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é uma
Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científica e
extensão, que oferecemos.
Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons-
tante transformação.
Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente
e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu-
cionais, tais como:
•   Programa de Iniciação Científica (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de
    pesquisa supervisionada pelos nossos professores.
•   Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa-
    rem especialização, mestrado e doutorado.
•   Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores
    autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores.
•   Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e financeira aos
    alunos.
•   Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos
    o pleno exercício da cidadania, beneficiando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.
A fim de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia
o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho.
Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es-
tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera.
Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri-
tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan-
guera - UNIDERP -, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite
a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma finalidade:
aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada
vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos alunos.
A todos, bons estudos!

                                                                                Prof. Antonio Carbonari Netto
                                                                                   Presidente - Anhanguera Educacional
Sobre o Caderno de Atividades
Caro(a) Aluno(a),
Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que você
está matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveis
nas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques,
propostas de atividades individuais e em grupo e desafios de aprendizagem a serem realizados.
As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi-
ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dos
alunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seu
futuro desempenho profissional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas fora
do âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas.
Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso
permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar para
aproveitar ao máximo a interação com a equipe docente.
Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo.



                                                                     José Manuel Moran e Luciano Sathler
                                                                           Diretoria do Centro de Educação a Distância
                                                                                   Universidade Anhanguera - UNIDERP
Autores

                                        Andrea Tochio de Antonio
               Graduação: Ciências Sociais - Universidade Federal de São Carlos - UFscar, 2004.
              Graduação: Psicologia - Universidade Paulista - UNIP Jundiaí, cursando 5º semestre.
             Mestrado: Antropologia Social - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 2008.

                                     Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
                      Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco, 1992.
  Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade do Estado e da Região do Pantanal/UNIDERP, 2003.
                Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/UFMS, 2007.

                                        Emanuela Patrícia de Oliveira
     Graduação: Ciências Sociais: Bacharel em Sociologia e Antropologia e Licenciatura em Ciências Sociais -
                                   Universidade Estadual de Campinas, 2004.
     Especialização: Didática e Metodologia do Ensino Superior - Universidade Anhanguera-UNIDERP, 2008.
                   Mestrado: Antropologia Social - Universidade Estadual de Campinas, 2007.

                                              Enilda Maria Lemos
  Graduação: Estudos Sociais - Faculdade de Ciência, Letras e Educação de Presidente Prudente (FCLEPP), 1975.
             Graduação: Serviço Social. Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), 1979.
Especialização: Metodologia de Ação do Serviço Social. Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), 1982.
  Mestrado: Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da
                           Região do Pantanal, UNIDERP, Campo Grande, Brasil, 2004.

                                          Sílvia C. A. Marques
               Graduação: Comunicação Social com habilitação em Cinema e vídeo - FAAP, 2000.
                       Mestrado: Comunicação e Semiótica - PUC de São Paulo, 2003.
                      Doutorado: Comunicação e Semiótica - PUC de São Paulo, 2009.

                                                 Yaeko Ozaki
                        Graduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF), 1991.
       Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT), 1993.
                 Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, 2008.



                               Luciano Gamez – Organizador da publicação
                            Graduação: Psicologia - Universidade de Lisboa, 1992.
                       Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho, 1998.
                    Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia
                                Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.
Sumário

Fundamentos Históricos e Teóricos-Metodológicos do Serviço Social I
    Tema 1 - O Processo de Produção Capitalista ............................................................. 15
    Tema 2 - O Serviço Social e o Trabalho do Assistente Social ........................................ 21
    Tema 3 - As Origens do Serviço Social Brasileiro e Latino-Americano .......................... 26
    Tema 4 - Manifestações sociais das décadas de 1920 e de 1930 ................................ 34
    Tema 5 - As Primeiras Escolas Brasileiras de Serviço Social .......................................... 40
    Tema 6 - A Prática e o Discurso dos Primeiros Assistentes Sociais ............................... 46
    Tema 7 - Primeiras Instituições Públicas e Privadas que Implantaram
             o Serviço Social ........................................................................................... 52
    Tema 8 - Primeiros Congressos Brasileiros de Serviço Social ........................................ 58


Formação Social, Econômica e Política do Brasil
    Tema 1 - O Brasil Colônia ........................................................................................... 71
    Tema 2 - A Economia Cafeeira ................................................................................... 77
    Tema 3 - A Crise do Trabalho Escravo......................................................................... 82
    Tema 4 - A Imigração e o Esgotamento do Sistema Cafeeiro ...................................... 88
    Tema 5 - O Brasil Republicano e a Industrialização ..................................................... 94
    Tema 6 - As Diferenças Econômicas Regionais no Brasil ............................................ 100
    Tema 7 - Revolução de 1930 e a Era Vargas ............................................................. 105
    Tema 8 - O Processo de Substituição de Importações ............................................... 110


Filosofia Aplicada ao Serviço Social
    Tema 1 - O Ser Humano .......................................................................................... 129
    Tema 2 - O conhecimento ........................................................................................ 185
    Tema 3 - História da Filosofia ................................................................................... 141
    Tema 4 - Filosofia Moderna...................................................................................... 146
    Tema 5 - Filosofia Contemporânea ........................................................................... 151
    Tema 6 - Ciência e Filosofia ...................................................................................... 157
    Tema 7 - Ética e Filosofia .......................................................................................... 162
    Tema 8 - Filosofia Política e Estética ......................................................................... 167
Sociologia
   Tema 1 - Fundamentos básicos da Sociologia Geral: da pesquisa sociológica
            ao planejamento governamental ............................................................... 180
   Tema 2 - Cultura e sociedade: as estruturas, as interações e os grupos sociais .......... 187
   Tema 3 - O papel das instituições na regulamentação e controle social..................... 194
   Tema 4 - O papel da sociedade civil na dinâmica social e na luta pelo
            desenvolvimento sustentável ..................................................................... 202


Responsabilidade Social e Meio Ambiente
   Tema 1 - Ecossistemas e aquecimento global ........................................................... 215
   Tema 2 - As metas do milênio e a sustentabilidade .................................................. 221
   Tema 3 - Responsabilidade empresarial ................................................................... 228
   Tema 4 - Marketing sustentável ............................................................................... 235
Filosofia Aplicada
Tema 1 - Atividades                               ao Serviço Social




                      Filosofia
                      Aplicada ao
                      Serviço Social



                      Autoras:
                      Andrea Tochio de Antonio
                      Emanuela de Oliveira
Filosofia Aplicada
 ao Serviço Social

 Orientações de estudo
 Caro(a) aluno(a),
 Este caderno de atividades foi elaborado com base
 no livro “Fundamentos da Filosofia: História e Gran-
 des Temas” do autor Gilberto COTRIM, da Editora
 Saraiva, 2006.
 Ele é composto por 8 temas:



 Tema 1
 O Ser Humano
 Aborda os conteúdos situados nos capítulos 1, 2, e 3. Neles você observará que o conceito de “ser humano”
 do ponto de vista filosófico e social abrange características que vão além do corpo biológico e, até por isso, o
 diferencia dos demais animais. Os homens são seres culturais que modificam a natureza e possuem aspectos
 como aprender, inventar, perceber, interpretar, transformar a si mesmo e o que está ao seu redor.
 Ocorre no ser humano uma síntese, ou seja, uma integração de características hereditárias e adquiridas, aspec-
 tos individuais e sociais, elementos de natureza e de cultura. Assim, enquanto o comportamento dos animais
 é definido por reflexos e instintos hereditários, os homens possuem “linguagem simbólica” que os capacita a
 questionar, transformar e criar a si mesmos e o que está ao redor.
 Os antropólogos, historiadores e sociólogos chamam de cultura o conjunto dos modos de vida criados e
 transmitidos de uma geração para outra, entre os membros de uma sociedade. Dessa maneira, abrange co-
 nhecimentos, crenças, artes, normas, costumes e outros elementos adquiridos socialmente pelos homens. A
 cultura é um conceito amplo que envolve o que pensamos, fazemos e temos, como membros de um grupo
 social. Sendo assim, todas as sociedades humanas, desde a pré-história aos dias de hoje, possuem uma cultura.
 Podemos falar em diferentes culturas: a cultura ocidental ou oriental (própria de um conjunto de povos com
 determinadas características comuns), cultura chinesa ou brasileira (própria de uma nação ou civilização),
 cultura tupi ou africana (própria de um grupo étnico), cultura cristã ou muçulmana (própria de um grupo
 religioso) e assim por diante.
 A cultura se caracteriza por ser adquirida pela aprendizagem e não herdada pelos instintos naturais; é trans-
 mitida de geração a geração, por intermédio da linguagem, nas diferentes sociedades; é uma criação exclusiva
 dos seres humanos, incluindo a produção material e não material; é múltipla e variável no tempo e no espaço,
 de sociedade para sociedade.
 O trabalho é toda atividade em que o ser humano utiliza sua energia para satisfazer necessidades ou atingir
 determinado objetivo. A função do trabalho pode ser abordada por meio de duas perspectivas: a individual,
 na qual o trabalho é capaz de moldar a realidade sociocultural do homem e a si mesmo, e a social, na qual o
 trabalho tem como objetivo a manutenção, a satisfação da vida e o desenvolvimento da sociedade.
 Ao longo da história, o trabalho teria sido desviado de sua função positiva em vez de servir ao bem comum,
 sendo utilizado para o enriquecimento de algumas classes sociais. É o que chamamos de alienação, que signi-
 fica “tornar algo alheio a alguém”.




122
O Taylorismo consiste numa forma de organização do trabalho em linhas de operação e montagem que foi
aperfeiçoada pelo engenheiro e economista Frederick Taylor (1856-1915). Sua principal consequência é que
a fragmentação do trabalho conduz à fragmentação do saber, pois o trabalhador perde a noção de conjunto
do processo produtivo. Isso acaba com o envolvimento afetivo e intelectual que o trabalhador teria com seu
trabalho, até que se torne uma relação fria, monótona e apática.
Ao executar a rotina de trabalho alienado, o trabalhador se submete a um sistema de exploração que, em
grande parte, não lhe permite desfrutar financeiramente dos benefícios de sua própria atividade. Assim, o tra-
balhador alienado produz para satisfazer as necessidades do mercado e não as pessoais, o que acaba gerando
desprazer, embrutecimento e sua própria exploração.
Uma das características que o ser humano possui é a consciência. Ela é uma atividade mental que nos permite
estar no mundo com algum saber, “com consciência”. O processo de conscientização faz do homem um siste-
ma aberto, que se encontra relacionado com o mundo e consigo mesmo. Há duas dimensões complementares
no processo de conscientização: a consciência de si que exige a reflexão, atingindo a dimensão da interioridade
por meio da fala, criação e inovação e a consciência do outro, dos objetos exteriores, que exige atenção por
meio do escutar, absorver, rever e renovar.
A consciência crítica depende do crescimento dessas duas dimensões: a reflexão sobre si mesmo e a atenção
sobre o mundo.
A palavra Ideologia foi criada pelo filósofo francês Destutt de Tracy (1754-1836), e compreende o estudo da
origem e do desenvolvimento das ideias. Posteriormente, e por influência de Karl Marx, foi bastante utilizada
na filosofia e nas ciências sociais, adquirindo um significado crítico e negativo.
Dessa maneira, a ideologia não seria apenas um conjunto de ideias que elaboram uma compreensão da rea-
lidade, mas também um conjunto delas que dissimulam essa realidade, porque mostram as coisas de forma
parcial ou distorcida em relação ao que realmente são.


Tema 2
O conhecimento
Aborda os conteúdos situados no capítulo 4. Nele você observará que uma das questões filosóficas importan-
tes é o conhecimento. O ser humano sempre buscou compreender a si mesmo e o mundo a sua volta. A teoria
do conhecimento, gnosiologia, crítica do conhecimento ou epistemologia busca responder a algumas ques-
tões: O que é conhecimento? Qual é o fundamento do conhecimento? É possível o conhecimento verdadeiro?
No processo de conhecimento existe a relação de dois elementos básicos: um sujeito conhecedor (nossa cons-
ciência/mente) e um objeto conhecido (a realidade/mundo).
Na corrente filosófica chamada de realismo, as percepções que temos dos objetos são reais, ou seja, correspon-
dem de fato às características presentes nesses objetos. Já no idealismo, o sujeito é que predomina em relação
ao objeto, ou seja, é a percepção da realidade que é construída pelas nossas ideias, pela nossa consciência.
Assim, os objetos seriam construídos de acordo com a percepção do sujeito.
A palavra empirismo tem sua origem no grego empeiria, que significa “experiência sensorial”. Defende que
todas as nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, paladar e olfato).
Locke afirmava que, ao nascermos, nossa mente é como um papel em branco, desprovida de ideias.
O racionalismo é uma doutrina que atribui confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer
a verdade. Segundo Descartes, “nunca devemos deixar persuadir senão pela evidência de nossa razão”.
Uma doutrina que buscou o Meio termo foi o apriorismo kantiano. Kant afirma que todo conhecimento co-
meça com a experiência, mas que a experiência sozinha não dá conta do conhecimento. Assim, é preciso um
trabalho do sujeito para organizar os dados da experiência.




                                                                                                             123
Tema 3
 História da Filosofia
 Aborda os conteúdos situados nos capítulos 5, 6, 7 e 8. Neles você observará, que na Grécia Antiga, o pe-
 ríodo pré-socrático foi dominado pela investigação da natureza e tinha um sentido cosmológico, baseado
 na mitologia grega.
 Seguiu-se a esse período uma nova fase filosófica caracterizada pelo interesse no próprio homem e nas
 relações políticas do homem - homem esse chamado Sofista - com a sociedade. A lição dos sofistas tinha
 como objetivo a argumentação, a habilidade retórica - eles transmitiam um jogo de palavras, raciocínios e
 concepções baseados na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários. Disso seguem as
 concepções relativistas nas quais não há verdade única, absoluta.
 A teoria das ideias baseada em Platão procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano.
 Segundo ele, o processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo
 das sombras e aparências para o mundo das ideias e essências. Assim, o conhecimento deve ultrapassar a
 esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião e penetrar na esfera racional da sabedoria - o mundo
 das ideias.
 O conhecimento é elaborado quando se alcança a ideia, que rompe com as aparências e a diversidade
 ilusória. O método proposto por Platão é a dialética, que consiste na contraposição de uma opinião com a
 crítica que dela podemos fazer.
 O epicurismo fundado por Epícuro (324-271 a.C.) propunha que o ser humano deve buscar o prazer, pois o
 prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz. Já o estoicismo foi fundado por Zenão de Cício (336-262 a.C)
 e defendia que toda realidade existente é uma realidade racional. Todos os seres, os homens e a natureza
 fazem parte desta realidade.
 A patrística (IV-VIII) buscou uma reconciliação entre a razão e a fé, na qual se destacou Santo Agostinho e a
 influência da filosofia platônica. A patrística foi um conjunto de textos sobre fé e revelação cristãs.
 Santo Agostinho argumentou a favor da superioridade da alma humana, na supremacia do espírito sobre o
 corpo, a matéria. A alma teria sido criada por Deus para reinar sobre o corpo para dirigi-lo à prática do bem.
 O homem pecador em posse do livre-arbítrio, inverte essa relação fazendo o corpo assumir o governo da
 alma. A verdadeira liberdade estaria na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus. A salvação
 estaria na combinação de seu esforço pessoal de vontade e a graça divina.
 Tomás de Aquino, um filósofo escolástico, introduziu uma distinção entre o ser e a essência. O único ser que
 realmente é pleno é Deus, no qual o ser e a essência se identificam. Ele partiu da filosofia de Aristóteles para
 realizar uma sistematização da doutrina cristã.
 Para ele, Deus é o Ser que existe como fundamento da realidade das outras essências que, uma vez existen-
 tes, participam do seu Ser.
 Idade Moderna é o período histórico que vai do século XV-XVIII na qual ocorreram mudanças importantes,
 tais como: a passagem do feudalismo para o capitalismo, a formação dos Estados nacionais, o movimento
 da Reforma, o desenvolvimento da ciência natural e a invenção da imprensa. Houve também importantes
 mudanças na concepção de homem e de mundo baseadas no antropocentrismo (homem como centro, e
 não mais Deus ou a igreja católica), o desenvolvimento do racionalismo (ênfase na razão humana) e uma
 filosofia laica (não-religiosa).
 O movimento cultural que marcou as transformações socioculturais da Idade Moderna na Europa foi o
 Renascimento (séculos XV-XVI), inspirado no humanismo, movimento intelectual que defendia o estudo da
 cultura greco-romana e o retorno de ideais de exaltação do homem e de seus atributos como a razão e a
 liberdade.




124
Tema 4
Filosofia Moderna
Aborda os conteúdos situados no capítulo 9. Nele você observará que o Empirismo defende a tese de que
a origem fundamental do conhecimento está na experiência sensível. Contrapõe-se aos racionalistas que
acreditam que as ideias são inatas, ou seja, já nascem com os indivíduos, tendo Descartes, como principal
expoente.
Entre os principais representantes do empirismo estão: Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e
David Hume.
A expansão capitalista dos séculos XVII-XVIII trouxe uma crescente ascensão da burguesia. A corrente racio-
nalista encontrava uma grande influência na Europa nesse período, colocando na razão o principal instru-
mento do homem para enfrentar sua realidade.
Dessa maneira, a partir da Revolução Industrial, os elementos tais como a razão, a ciência e a tecnologia
tornaram-se centrais. De forma paralela, desenvolvia-se o Iluminismo, Ilustração ou Século das Luzes (sé-
culo XVIII), que foi um movimento cultural que defendia ideias como: igualdade, tolerância, liberdade e
propriedade privada. Havia entre os iluministas uma série de pensadores que tinham em comum a busca
pelo racional das pessoas. Eram eles: Montesquieu, Voltaire, Diderot, D´alembert, Rosseau, Adam Smith e
Immanuel Kant.


Tema 5
Filosofia Contemporânea
Aborda os conteúdos situados nos capítulos 10 e 11. Neles você observará que a Revolução Francesa
(1789-1799) é considerada o marco inicial da época contemporânea. Esse movimento histórico foi liderado
por grupos burgueses em ascensão econômica que, por meio do capitalismo industrial, reivindicavam uma
participação no poder político e na construção de um novo modelo de sociedade.
Juntamente com as aspirações dos trabalhadores urbanos e do campesinato, tais anseios geraram em seus
desdobramentos as lutas e correntes socialistas do século XIX, que denunciavam a exploração do trabalho
no contexto do capitalismo industrial, bem como uma série de questões sociais e políticas ganharam desta-
que nas reflexões filosóficas.
O romantismo foi um movimento cultural que se iniciou no final do século XVIII e predominou durante a
primeira metade do século XIX, envolvendo a arte e a filosofia. Esse movimento reagiu contra o espírito
racionalista, a racionalização e a mecanização que caracterizavam o mundo industrial.
Segundo o ideal romântico, tais características ameaçavam a expressão humana, pois os sentimentos indivi-
duais ficavam relegados a segundo plano. São aspectos do romantismo: exaltação das paixões e sentimen-
tos, valorização da sensibilidade e do sujeito, ideia de natureza como força vital que resiste à racionalização
tecnológica, concepção mística e emocional, o desenvolvimento do nacionalismo, o amor pela pátria, a
valorização das tradições nacionais e o anseio pela liberdade individual. Os grandes nomes do romantismo
são: Göethe (1749-1832), Beethoven (1770-1827) e Chopin (1810-1849), entre outros.
O idealismo alemão, um importante movimento filosófico do século XIX, reteve do romantismo o aspecto
do nacionalismo, do amor à pátria, da valorização do povo e do Estado e teve Hegel como seu maior repre-
sentante (1770-1831).
Hegel postulou o conceito de realidade como Espírito, a partir da filosofia de Fitchte e Schelling. De acordo
com Hegel, a realidade é entendida como um processo, um movimento, e não somente como coisa (subs-
tância). A realidade, como Espírito, possui uma vida própria, um movimento dialético - diversos movimentos
sucessivos (e contraditórios) pelos quais a realidade se apresenta.
Nascido na França, Augusto Comte (1789-1857) foi o pai da sociologia. Criou o positivismo que é a doutri-
na que valoriza o método científico das ciências positivas (baseadas nos fatos e na experiência) e na recusa
de discussões metafísicas. Consiste num culto à ciência e à sacralização do método científico.




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Manifestando-se em vários países ocidentais a partir da segunda metade do século XIX, o positivismo reflete,
 no plano filosófico, o entusiasmo burguês pelo progresso capitalista e pelo desenvolvimento técnico-industrial.
 O objetivo do método positivo de investigação é a pesquisa das leis gerais que regem os fenômenos naturais.
 Com base nessas leis, o homem torna-se capaz de prever os fenômenos naturais, podendo agir sobre a re-
 alidade. Um exemplo do lema positivista é a bandeira brasileira: ordem e progresso, pois as transformações
 impulsionadas pelas ciências visam o progresso e este dever estar subordinado à ordem.
 Um dos filósofos de maior influência na filosofia contemporânea foi Karl Marx (1818-1883). Marx realizou
 uma crítica à filosofia idealista de Hegel e elaborou bases teóricas para seu próprio pensamento que se baseou
 em escritos socialistas de sua época e desenvolveu uma atividade teórica de análise da realidade social - o so-
 cialismo marxista e uma atividade prática na organização de movimentos de trabalhadores.
 De acordo com Marx, os homens não podem ser pensados de forma abstrata como na filosofia de Hegel, nem
 de forma isolada, como nas filosofias de Feuerbach, de Proudhon, Schopenhauer e Kierkegaard. Para Marx
 não existe o indivíduo formado fora das relações sociais. Isso significa que a forma como os indivíduos se com-
 portam, agem, sentem e pensam se vincula com a forma de produção da vida material, isto é, pela maneira
 como trabalham e produzem os meios necessários para a sustentação material das sociedades.
 A Dialética Marxista se vale dos princípios da dialética, porém de forma distinta de Hegel. A dialética em Marx
 permite compreender a história em seu movimento e cada etapa não é vista como algo estático e definitivo,
 mas sim, como algo transitório, e que pode ser transformado pela ação humana.
 As grandes transformações, segundo esse autor, se deram primeiramente no campo da economia, causadas
 por contradições no interior do próprio modo de produção. Diferentemente de Hegel, Marx não concebe a
 história guiada pelo Espírito ou pela Razão, mas sim pelos homens, que podem transformar a realidade social.
 Karl Marx possui uma visão materialista da história - a forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem
 e pensam se vincula com a forma como se dão as relações sociais.
 Ao falar sobre a produção material da vida, ele não se refere apenas à produção das inúmeras coisas necessá-
 rias à manutenção física dos indivíduos; ele está considerando também, o fato de que, ao produzirem todas as
 coisas, os homens constroem a si mesmos como indivíduos.
 O termo existencialismo designa um conjunto de tendências filosóficas que, embora divergentes em vários
 aspectos, possuem na existência humana o ponto de partida e o objeto fundamental de reflexões.
 O existencialismo entende o ser humano como uma realidade imperfeita, aberta e inacabada, a liberdade
 humana é condicionada às circunstâncias históricas da existência e a vida humana não é um caminho seguro
 em direção ao progresso, ao êxito ou ao crescimento. Ao contrário, é marcada por situações de sofrimento,
 doenças, injustiças, luta pela sobrevivência, fracassos, velhice e morte.
 As filosofias da existência surgiram no século XX e sofreram influência dos pré-existencialistas, tais como:
 Schopenhauer, Nietzsche e Husserl.
 Na virada do século XIX para o século XX, surgiu uma corrente filosófica que, pela análise lógica da linguagem,
 procurava esclarecer o sentido das expressões (conceitos, enunciados, uso contextual) e seu uso no discurso
 linguístico - é a filosofia analítica ou filosofia da linguagem.
 De acordo com essa corrente, muitos dos problemas filosóficos se reduziriam a equívocos e mal-entendidos
 originados do uso ambíguo da linguagem. Alguns nomes importantes são: Jurgen Habermas, Bertrand Russel
 e Ludwig Wittgenstein, entre outros.
 A Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de pensadores alemães do Instituto de Pesquisas Sociais de
 Frankfurt, fundado na década de 1920. São eles: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Hebert
 Marcuse, Jurgen Habermas e Eric Fromm.
 Cada um desses pensadores possui uma forma de pensamento, porém a preocupação comum de estudar
 variados aspectos da vida social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade.
 Os pontos de partida para isso foram as reflexões da teoria marxista e a teoria freudiana, que trouxe elementos
 novos sobre o psiquismo das pessoas. Há também influências de Hegel, Kant e Max Weber.




126
A Indústria Cultural é um termo difundido por Adorno e Horkheimer para designar a indústria da diversão
de massa, veiculada pela televisão, pelo cinema, pelo rádio, pelas revistas, pelos jornais, pelas músicas, pelas
propagandas e demais meios de comunicação. Ela é a causa da homogeneização dos comportamentos e a
massificação das pessoas.
O termo pós-moderno se aplica a um grupo de intelectuais, entre eles alguns filósofos, que possuem em co-
mum a crítica ao projeto da modernidade. É entendido como projeto de emancipação humano-social por meio
do desenvolvimento da razão.
Tais pensadores partem da constatação dos desastres sociais e ambientais aos quais a sociedade contemporâ-
nea chegou: miséria, desigualdades sociais, catástrofes ambientais, guerras, dominação de países economica-
mente desenvolvidos sobre os demais e a situação de barbárie que se verifica em algumas regiões do planeta.
O pós-modernismo designa o fim do projeto da modernidade - a desesperança historicamente constatada de
que a razão técnico-científica favoreça a emancipação humana. Dessa forma, a filosofia pós-moderna passou
a analisar os diversos aspectos da vida social, nos quais se verifica maior racionalização, racionalização essa
rumo ao controle dos indivíduos, denunciando as formas de opressão que os acompanham em sua vida coti-
diana. Os pensadores pós-modernos mais significantes são: Michel Foucault, Jean Baudrillard, Jacques Derrida
e Jean-François Lyotard.


Tema 6
Ciência e Filosofia
Aborda os conteúdos situados no capítulo 12. Nele você observará que, na virada do século XIX para o século
XX, algumas descobertas voltaram a revolucionar os princípios da ciência, originando questões referentes à
epistemologia - a teoria que se dá o conhecimento - é o que se chama de a “crise da ciência”.
Nesse período, a matemática e a física clássica foram revolucionadas por novas descobertas que romperam os
modelos já estabelecidos. Muitas certezas foram abaladas, fazendo surgir novos questionamentos e reavalia-
ções dos critérios de verdade e da validade dos métodos e teorias científicas. Sendo assim, a filosofia da ciência
se debruçou sobre essas questões.
A questão da neutralidade da ciência é importante, pois o conhecimento científico não é neutro e o seu uso é
menos neutro ainda. A produção científica se insere no conjunto de interesses das sociedades. É direcionada
por verbas e financiamentos vinculados a objetivos dos grupos que exercem poder social.


Tema 7
Ética e Filosofia
Aborda os conteúdos situados no capítulo 13. Nele você observará que embora os termos ética e moral sejam,
algumas vezes, usados como sinônimos, é possível fazer uma distinção entre eles. A palavra moral vem do
latim mos, mores, “costumes”, e se refere ao conjunto de normas que orientam o comportamento humano
tendo como base os valores próprios de cada cultura. São questões relativas à moral: O que devo fazer para
ser justo? Quais valores devo escolher para guiar minha vida?, etc.
Já a palavra ética vem do grego ethikos, “modo de ser”, “comportamento”, e se aplica à disciplina filosófica
que investiga os diversos sistemas morais elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação
das normas e proibições próprias a cada um. Nesse sentido, a ética é uma disciplina teórica sobre uma prática
humana, que é o comportamento moral, e busca aplicar o conhecimento sobre o ser para construir aquilo que
deve ser.
As normas morais e as normas jurídicas são criadas pelos membros da sociedade e ambas possuem como obje-
tivo regulamentar as relações sociais. Há alguns aspectos comuns entre elas: devem ser seguidas por todos os
indivíduos da sociedade, buscam uma melhor convivência social, orientam-se pelos valores culturais próprios
de cada grupo, têm um caráter histórico, ou seja, mudam de acordo com as transformações histórico-sociais.
Porém, existem diferenças: as normas morais são cumpridas a partir da convicção individual de cada indivíduo
e é mais ampla, atingindo diversos aspectos da vida humana. Já as normas jurídicas se aplicam na legislação e
se restringem a questões específicas nascidas da interferência de condutas sociais.


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Tema 8
 Filosofia Política e Estética
 Aborda os conteúdos situados nos capítulos 14 e 15. Neles você observará que o termo política vem do grego
 polis (“cidade-Estado”) e designa, desde a Antiguidade, o campo da atividade humana que se refere à cidade,
 ao Estado, à administração pública e ao conjunto dos cidadãos. Os vínculos entre filosofia e política existem
 desde a origem do pensamento filosófico.
 A filosofia política pode ser definida como o campo de reflexão filosófica que, historicamente, se ocupou do
 fenômeno político e das características que o distinguem dos demais fenômenos sociais, analisando as ins-
 tituições e práticas das sociedades políticas existentes, refletindo sobre a melhor maneira de se construir as
 sociedades futuras.
 O poder é um tema central dentro da filosofia política e se refere à capacidade, força ou recurso para produzir
 certos efeitos. Segundo Bertrand Russell (1872-1970), “poder é a posse dos meios que levam à produção de
 efeitos desejados”. Sendo assim, o indivíduo que detém esses meios tem a capacidade de exercer influência
 ou domínio e alcançar os efeitos que desejar.
 O fenômeno do poder é dividido em duas categorias: o poder do homem sobre a natureza e o poder do ho-
 mem sobre outros homens. A filosofia política investiga o poder do homem sobre outros homens - o poder
 social. Mas também se preocupa com o poder sobre a natureza.
 Muitos estudiosos procuraram entender uma das mais complexas instituições sociais criadas e desenvolvidas
 pelo homem ao longo da história: o Estado. Max Weber (1864-1920) caracteriza o Estado por ser uma “insti-
 tuição política que, dirigida por um governo soberano, reivindica o monopólio do uso legítimo da força física
 em determinado território, subordinando os membros da sociedade que nele vivem.”
 Duas correntes de pensamento destacaram as funções do Estado: a corrente liberal e a corrente marxista. Para
 o pensamento liberal, o Estado deve promover a conciliação dos grupos sociais, amortecendo os choques dos
 setores divergentes para evitar a desagregação da sociedade. É função do Estado alcançar a harmonia entre
 os grupos rivais, preservando os interesses comuns. Entre os pensadores liberais clássicos estão: John Locke e
 Jean-Jacques Rosseau.
 Já para o pensamento marxista, o Estado não é um simples mediador de grupos rivais, pois entre eles se con-
 figura a luta de classes. O Estado é uma instituição que interfere nessa luta de modo parcial, quase sempre to-
 mando partido das classes sociais dominantes. É sua função tomar partido das classes dominantes, garantindo
 o domínio de classe. Os fundadores dessa corrente são: Karl Marx e Friedrich Engels.
 O termo estética vem da palavra grega aisthetiké e se refere a tudo aquilo que pode ser percebido pelos
 sentidos. Para Kant, a estética é o estudo das condições da percepção pelos sentidos. Seu principal objeto de
 investigação é o fenômeno artístico que se traduz na obra de arte.
 O ser humano pode fazer juízos de fato (dizer o que são as coisas) e juízos de valor (julgar se determinada
 coisa é boa, ruim, agradável, bonita, feia). Entre os juízos de valor podemos distinguir o juízo moral e o juízo
 estético, sendo o juízo estético um conceito importante dentro da estética filosófica. Os filósofos que se dedi-
 caram à investigação do que é beleza se dividem em duas crenças: 1) a beleza é algo que está objetivamente
 nas coisas; 2) a beleza é um juízo subjetivo, pessoal e intransferível das coisas. São as concepções idealistas e
 empiristas, respectivamente.


 ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambiente
 virtual do curso. Consulte seu professor-tutor para maiores informações.




128
Tema 1
O ser humano

Objetivos de aprendizagem
•    Conhecer as questões introdutórias da Filosofia, Ciências Humanas e Sociais, tais como a visão do ser hu-
     mano como ser social, cultural e histórico, a diferenciação dos homens e dos animais, ou seja, da cultura
     e da natureza;
•    Reconhecer e compreender o conceito de trabalho como atividade típica do homem ao longo da história
     e das diferentes culturas, bem como a relação do homem moderno com seu trabalho por meio da alie-
     nação que afeta milhões de trabalhadores nas sociedades contemporâneas;
•    Identificar o estudo do aspecto da consciência, a esfera do saber, como um dos aspectos fundamentais
     da existência humana e da convivência social e a importância do seu conhecimento para o profissional do
     serviço social junto para às comunidades.



Para início de conversa
Você já parou para pensar o que é o “ser humano”? O que o
torna tão diferente ou singular? Diferentemente dos outros
animais e seres que habitam nosso planeta, os homens não
são apenas seres biológicos produzidos pela natureza.
Os homens são também seres culturais que modificam o es-
tado de natureza, ou seja, o modo de ser, a condição natu-
ral das coisas, definida natureza. Alguns estudiosos afirmam
que a diferença entre natureza e cultura está na linguagem,
enquanto outros ressaltam a construção de instrumentos de
trabalho.
Outro aspecto importante da existência humana e da convi-
vência social, além da cultura e do trabalho, é a consciência,
o desenvolvimento dessa atividade mental que nos permite
estar no mundo com algum saber.



Por dentro do tema
A Filosofia, as Ciências Humanas e Sociais possuem uma visão bastante particular
do ser humano como um ser social, cultural e histórico. O ser humano possui
como característica a capacidade de aprender, inventar, perceber, interpretar e
comunicar o que percebeu, além de transformar a si mesmo e o que está ao seu
redor. Ocorre no ser humano uma síntese de características hereditárias, adquiri-
das, aspectos individuais e sociais.
A cultura pode ser considerada um amplo conjunto de conceitos, símbolos, va-
lores e atitudes que modelam a vida em sociedade. Envolve o que pensamos,
fazemos e temos, como membros de um grupo social. Nesse sentido, todas as
sociedades humanas, desde a pré-história aos dias atuais, possuem uma cultura.




                                                                                                          129
Entendemos por trabalho toda atividade na qual o ser humano utiliza sua energia para satisfazer necessidades
 ou atingir determinado objetivo. É uma atividade tipicamente humana, porque implica a existência de um
 projeto mental que modela uma conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo. Outra atividade
 que envolve características mentais do homem é o processo de conscientização, que faz do ser humano um
 ser dinâmico, que consegue olhar tanto para si mesmo, quanto para os objetos exteriores - a dimensão da
 alteridade.




130
Filosofia Aplicada                                                   Tema 1 - Atividades
ao Serviço Social




                                                      Agora, é com você! Responda às questões
  Atividades                                          a seguir para conferir o que aprendeu!

  INSTRUÇÕES
  As atividades sobre “o Ser Humano” devem ser        Questão 1
  realizadas em duplas. Para isso, além da atenção
  aos conteúdos dados em aula referentes a este
                                                      Reflita sobre o conceito de cultura e justifique a
  tema, é importante a leitura e debate dos três
                                                      seguinte afirmação:
  primeiros capítulos do livro-texto da disciplina.
                                                      “Cada pessoa é, em grande medida, a criação
                                                      diária e constante da cultura em que vive.”
                                                      (COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
  Ponto de partida                                    História e grandes temas. São Paulo: Saraiva,
                                                      2006, p.17).

  Leia, reflita e interprete sobre a seguinte afirma-
  ção:
  “Todas as sociedades humanas, da pré-história
  aos dias atuais, possuem uma cultura. E cada
  cultura tem seus próprios valores e sua própria
  verdade.”
  (COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
  História e grandes temas. São Paulo: Saraiva,
  2006, p.17).




                                                      Questão 2
                                                      Reflita sobre exemplos da cultura brasileira que
                                                      possam demonstrar como ela é distinta e abar-
                                                      ca muitas particularidades.




                                                                                                 131
Filosofia Aplicada
Tema 1 - Atividades                                                              ao Serviço Social




  Questão 3                                         Questão 5
  O trabalho consiste numa atividade tipicamente    A ideologia se refere ao conjunto de ideias que
  humana e faz parte da vida social. Qual a pers-   dissimulam a realidade, pois mostram coisas de
  pectiva de Karl Marx sobre o trabalho?            maneira parcial ou distorcida em relação ao que
                                                    elas são. Reflita sobre a importância do “exercí-
                                                    cio de estranhamento” perante o senso comum
                                                    e os dados vistos como naturais.




  Questão 4
  Explique o que é o processo de alienação.
                                                    Questão 6
                                                    (Prefeitura São Luiz-MA, Concurso Filosofia,
                                                    2007). “O pior analfabeto é o analfabeto polí-
                                                    tico. Ele não ouve, não fala, nem participa dos
                                                    acontecimentos políticos. Ele não sabe que o
                                                    custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da fa-
                                                    rinha, do aluguel, do sapato dependem de deci-
                                                    sões políticas.” Bertold Brecht .
                                                    A partir da leitura do trecho acima, marque a
                                                    opção que reflete o estado desse homem não-
                                                    politizado.
                                                    a) Desolação e descrença.
                                                    b) Alienação e indiferença.
                                                    c) Insatisfação e acomodação.
                                                    d) Preocupação e ingenuidade.
                                                    e) Desamparo e incompreensão.




132
Filosofia Aplicada                                                    Tema 1 - Atividades
ao Serviço Social




  Questão 7                                            Questão 10
  (Prefeitura Barueri-SP, Concurso Filosofia, 2006).    (Secretaria de Administração- Estado do Tocan-
  O que faz a diferença entre a memória do com-        tins, Cesgranrio, 2009).
  putador e a memória do ser humano é que a se-        Em uma aula de Filosofia, o professor trabalha
  gunda é:                                             com os textos apresentados a seguir.
  a) vazia de recordação, e recordar vem do latim      “Não podemos esquecer que toda prática so-
      (recordis) e significa tornar a passar pelo co-   cial tem como ponto de partida a ideologia. Ela
      ração.                                           impregna tudo, até a própria ciência. Por isso,
  b) “encharcada” de emoção. O ser humano tem          é preciso cuidado ao filosofar, porque, sem o
      recordações. O humano é fruto da articula-       percebermos, podemos estar sendo governados
      ção da razão, da imaginação, da memória e        pela ideologia, ideias que, a priori, já estão em
      da emoção.                                       nossas mentes”.
  c) só aparência, e as aparências enganam e nos       TELES, Maria Luiza S. Filosofia para jovens, Petró-
      afastam das essências.                           polis: Vozes, 1996, p. 70.
  d) ocultadora da essência, pois está carregada       “Meu partido
      de emoções.                                      É um coração partido
  e) semelhante a um filme, não nos leva ao estu-       E as ilusões
      do das causas.                                   Estão todas perdidas
                                                       (...)
                                                       Meus heróis
                                                       Morreram de overdose
  Questão 8                                            Meus inimigos
                                                       Estão no poder
                                                       Ideologia!
  (Governo do Estado do Ceará- CESPEUnb, 2009)         Eu quero uma prá viver”.
  Para Marx, as forças produtivas são:                 Cazuza e Roberto Frejat. (CD “O poeta está
  a) a terra e o trabalho humano.                      vivo”).
  b) a natureza, o trabalho humano e a técnica.        O professor pede a três estudantes uma defini-
  c) os meios de produção e a força de trabalho.       ção do tema central da aula e recebe as seguin-
                                                       tes respostas:
  d) os meios de produção e as relações de produ-
     ção.                                              Ana - Ideologia é um sistema de ideias para expli-
                                                       car a realidade, e todos nós precisamos de uma.
                                                       Rodrigo - A ideologia governa, como um parti-
                                                       do, o nosso pensamento e a nossa ação. A filoso-
  Questão 9                                            fia pode revelar essa forma de comando.
                                                       Carlos - Ideologia é uma maneira de conhecer a
  (Governo do Estado do Ceará- CESPUnb, 2009).         verdade e a falsidade das coisas, que pode ser
                                                       verdadeira ou falsa, boa ou negativa.
   Para Marx, a medida do valor é determinada:
                                                       Dos textos apresentados e das respostas obtidas,
  a) pela lei da oferta e da procura.
                                                       conclui-se que:
  b) pelo tempo de trabalho socialmente necessá-
                                                       a) Carlos define a temática de maneira coerente
      rio para a produção de um valor de uso.
                                                             e justificada.
  c) pelo desenvolvimento das forças produtivas.
                                                       b) Rodrigo foi o único a definir a proposta te-
  d) pela relação entre o capital investido e a taxa         mática do professor.
      de lucro aferida.
                                                       c) Ana não articula, em sua definição, os dois
                                                             textos propostos em aula.




                                                                                                   133
Filosofia Aplicada
Tema 1 - Atividades                                     ao Serviço Social




  d) Ana e Carlos não definem a temática central
     da aula.
  e) Ana e Rodrigo definem, com coerência, a
     proposta temática da aula.


  AMPLIANDO O CONHECIMENTO
  Quer saber mais sobre esse assunto? Então, con-
  sulte:
  Disponível em:
  • <www.consciencia.org>, é um site de estudo,
  pesquisa e ensino sobre Filosofia e Ciências Hu-
  manas.
  • <http://www.revistaindice.com.br>, a Revista
  Índice é um periódico online de Filosofia que
  abrange também outras áreas das ciências hu-
  manas.

  Sugestões de artigos científicos:
  • IANNI, Octavio. Tipos e Mitos do Pensamento
  Brasileiro. In: Revista Brasileira de Ciências So-
  ciais. v.17 n.49 São Paulo ,2002. (Disponível em :
  http://www.scielo.br)
  • DUBZ, Georges. História Social e Ideologia das
  Sociedades. Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1976.


  FINALIZANDO
  Nesta disciplina você viu que as atividades pro-
  postas no Tema 1 “O Ser Humano” visaram o
  aprofundamento dos conceitos introdutórios da
  Filosofia, das Ciências Humanas e Sociais. Enxer-
  gar o ser humano por um viés cultural, social e
  histórico por meio de questões importantes tais
  como: o conceito de cultura, de trabalho e de
  consciência. Os conceitos de alienação e ideolo-
  gia também estiveram presentes por intermédio
  das questões objetivas e dissertativas.
  Dessa maneira, o estudo e a fixação do temas
  relevantes na compreensão da realidade social,
  cultural, política e filosófica por meio dos exer-
  cícios apresentados só vêm a acrescentar na for-
  mação intelectual e crítica dos profissionais en-
  volvidos com o Serviço Social.




134
Tema 2
O conhecimento

Objetivos de aprendizagem
•   Oferecer ao aluno as noções básicas para entender os chamados “problemas filosóficos”, entre eles
    o conhecimento, que desde a antiguidade grega consiste em um assunto de grande interesse para a
    Filosofia;
•   Compreensão dos principais questionamentos que envolvem a Teoria do Conhecimento e suas vertentes
    filosóficas.



Para início de conversa
Você já parou para pensar o que é o conhecimento? O ser
humano vive, desde os seus primórdios, em busca de ques-
tionamentos que envolvem a compreensão de si e do mun-
do a sua volta. Isso levou muitos pensadores a questiona-
rem sobre a capacidade de entender dos indivíduos - é o
que dentro da Filosofia chama-se Teoria do Conhecimento.
A Teoria do Conhecimento somente foi assim denominada
e tratada como uma das disciplinas centrais da Filosofia a
partir da Idade Moderna. Entre os filósofos que colabo-
raram para isso estão: René Descartes (1596-1650), John
Locke (1632-1704) e Immanuel Kant (1724-1804).



Por dentro do tema
Foi visto que desde a antiguidade grega os filósofos possuíam a preocupação
com o conhecimento, com a investigação sobre as condições do conhecimen-
to verdadeiro. É o que chamam de Teoria do Conhecimento.
Cada Teoria do Conhecimento constitui uma reflexão filosófica para compre-
ender as origens, possibilidades, fundamentos, extensão e valor do conheci-
mento. E existem inúmeras vertentes filosóficas que procuram entender tais
questões. O realismo acredita que as percepções que temos dos objetos são
reais, isto é, correspondem de fato às características presentes na realidade. Já
para os idealistas, a percepção da realidade é construída pelas nossas ideias,
pela nossa consciência.
O ceticismo e o dogmatismo são duas correntes opostas na filosofia a respeito
das possibilidades do conhecimento humano. O ceticismo diagnostica a impossibilidade de conhecermos a
verdade e o dogmatismo defende de forma categórica a possibilidade de atingirmos a verdade. O criticismo
é uma tentativa de superação do impasse entre o ceticismo e o dogmatismo; trata de uma posição crítica
diante da possibilidade do conhecimento.




                                                                                                    135
Outro problema central da Teoria do Conhecimento é de onde se originam as ideias, os conceitos, as re-
  presentações? Há varias correntes filosóficas como por exemplo o empirismo, o racionalismo, o apriorismo
  kantiano. O empirismo defende que todas as nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensórias
  (visão, audição, paladar, tato, olfato). O racionalismo afirma que a experiência sensorial é uma fonte de erros
  sobre a realidade do mundo, sendo que somente a razão humana pode atingir o conhecimento verdadeiro e
  os princípios lógicos são inatos, ou seja, já estão na mente do homem desde o seu nascimento. O apriorismo
  kantiano elaborado por Kant afirma que todo conhecimento começa com a experiência, mas que a experiên-
  cia não dá conta sozinha, é preciso um trabalho do sujeito para organizar os dados da experiência. Para Kant,
  a experiência fornece a matéria do conhecimento, enquanto a razão organiza essa matéria de acordo com
  suas estruturas existentes a priori no pensamento.




136
Filosofia Aplicada                                                 Tema 2 - Atividades
ao Serviço Social




  Atividades                                        Agora, é com você! Responda às questões a
                                                    seguir para conferir o que aprendeu!

  INSTRUÇÕES
  As atividades sobre o tema de “O Conhecimen-      Questão 1
  to” dentro das vertentes filosóficas devem ser
  realizadas individualmente como uma forma de
  estimular a fixação dos conteúdos vistos durante   Foi visto que o problema do conhecimento é um
  as aulas e os estudos independentes.              dos temas centrais da Filosofia. Explique por quê.




  Ponto de partida
  De acordo com John Locke, ao nascermos a men-
  te humana é como um papel em branco, despro-
  vida de ideias. Comente o que esta frase quer
  dizer, no contexto da Teoria do Conhecimento, e
  identifique a corrente filosófica a que pertence.




                                                    Questão 2
                                                    Qual é a diferença entre idealismo e realismo?




                                                                                               137
Filosofia Aplicada
Tema 2 - Atividades                                                          ao Serviço Social




  Questão 3                                       Questão 5
  Explique a diferença entre ceticismo e dogma-   O apriorismo kantiano busca um meio-termo en-
  tismo.                                          tre o empirismo e o racionalismo. Explique esta
                                                  afirmação.




  Questão 4
  Como o criticismo foi criado?
                                                  Questão 6
                                                  (Seduc-MT- Unemat-2010)
                                                  A Filosofia oferece resposta à seguinte questão:
                                                  a razão é algo próprio do ser humano ou adqui-
                                                  rida pela experiência?
                                                  Uma das possíveis respostas é a de que o homem,
                                                  ao nascer, traz, em sua inteligência, não só os
                                                  princípios racionais, mas também algumas ideias
                                                  verdadeiras.
                                                  A resposta acima corresponde a qual perspectiva
                                                  filosófica?
                                                  a) Inatismo.
                                                  b) Fenomenologia.
                                                  c) Existencialismo.
                                                  d) Empirismo.
                                                  e) Estruturalismo.




138
Filosofia Aplicada                                                    Tema 2 - Atividades
ao Serviço Social




                                                       4. O conhecimento tinha, para Descartes, li-
  Questão 7                                               mites que eram dados pelos sentidos que
                                                          apreendem seus objetos (mundo exterior ou
                                                          operações da mente) e pode-se dizer que era
  (Seduc-MT-Unemat-2010)                                  limitado, também, pelo objeto, já que toda e
  “A razão humana não é somente razão teórica,            qualquer ideia dele depende.
  ou seja, capaz de conhecer, mas também razão         São corretas as afirmativas:
  prática, capaz de determinar a vontade e a ação
                                                       a) 1, 2, 3 e 4.
  moral. Trata-se, portanto, de mostrar que a ra-
  zão é suficiente por si só (sem o auxílio de im-      b) 2 e 4, somente.
  pulsos sensíveis) para mover a vontade, porque       c) 1 e 3, somente.
  apenas neste caso podem existir princípios mo-       d) 2 e 3, somente.
  rais válidos sem exceção para todos os homens,
  ou seja, leis morais universais”.
  (In: REALE, Giovani. História da Filosofia: De Spi-
  nosa a Kant, v.4 São Paulo: Paulus, 2003, pág.       Questão 9
  376).
  Essas afirmações correspondem às reflexões filo-        (Fundação Educacional Araçatuba-FEA-SP-2008).
  sóficas de qual pensador?                             Teoria epistemológica que afirma a radical deri-
  a) Jean-Jacques Rousseau.                            vação, direta ou indireta, de todo conhecimento
  b) David Hume.                                       da experiência sensível, seja ela interna ou ex-
                                                       terna:
  c) Benedito Spinosa.
                                                       a) Racionalismo.
  d) Thomas Hobbes.
                                                       b) Iluminismo.
  e) Immanuel Kant.
                                                       c) Postulado.
                                                       d) Empirismo.

  Questão 8
  (Escola Bosque - Universidade da Amazônia-
                                                       Questão 10
  2008). Dentre as correntes da filosofia moder-
  na, destaca-se, na França, o Racionalismo, de        (Fundação Educacional Araçatuba-FEA-SP-2008).
  René Descartes, que se apresentou como uma           São as duas grandes orientações da teoria do co-
  resposta ao problema gnosiológico do século          nhecimento:
  XVII. Analise as afirmativas e indique qual a fon-    a) Física e Metafísica.
  te verdadeira e determinante do conhecimento
                                                       b) Ação e Reação.
  humano.
                                                       c) Racionalismo e Empirismo.
  1. Descartes afirmava que tudo que conhece-
      mos, que todas as ideias que temos, são ad-      d) Crítica e Autocrítica.
      quiridas, derivam da experiência.
  2. O Racionalismo de Descartes acreditava na
      possibilidade de se conhecer e de se chegar à
      verdade somente pela recuperação da razão.
  3. Descartes chega à crença na razão através de
      um processo em que, usando a dúvida como
      procedimento metódico, a estende a tudo o
      que o cerca.




                                                                                                 139
Filosofia Aplicada
Tema 2 - Atividades                                   ao Serviço Social




  AMPLIANDO O CONHECIMENTO
  Você quer saber mais sobre esse assunto? En-
  tão, consulte:
  Disponível em:
  • <http://www.pucsp.br/pos/filosofia/Pragmatis-
  mo/cognitio_estudos/cognitio_estudos.htm>, é
  o site da Revista Eletrônica Cognitio-Estudos da
  Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
  • <http://criticanarede.com> é o site de uma re-
  vista de Filosofia que aborda vários temas como:
  ciência, filosofia e epistemologia, entre outros.
  Sugestão de artigos científicos:
  • CHISHOLM, Roderick. O que é Teoria do Co-
  nhecimento. Disponível em: <http://cfh.ufsc.
  br/~wfil/chisholm.htm>.
  • DUCLÓS, Miguel. A crítica de Platão ao tea-
  tro e a Homero como educador. Disponível em:
  <htpp://www.consciencia.org.br/artigos.shtml>.


  FINALIZANDO
  Nesse tema você viu que abarcar a problemáti-
  ca da “Teoria do Conhecimento” e suas verten-
  tes filosóficas foi o foco das questões objetivas
  e dissertativas que compuseram as atividades.
  Dessa forma, a fixação deste conteúdo por meio
  de tais atividades é importante para os profis-
  sionais de Serviço Social por ser uma comple-
  mentação na formação reflexiva e crítica, que é
  esperada desses futuros profissionais.




140                                                               21
Tema 3
História da Filosofia

Objetivos de aprendizagem
•    Oferecer ao aluno condições para um entendimento introdutório das principais vertentes filosóficas de
     acordo com a tradição histórica;
•    Informar aos alunos sobre o modo como cada filósofo, em épocas históricas distintas, emprega uma lin-
     guagem conceitual própria e formula seus próprios problemas filosóficos, a partir de temas, problemas
     e conceitos que lhes são precedentes;
•    Desenvolver habilidades de compreensão das vertentes filosóficas e sua relação com a história, chaman-
     do atenção para o fato de que a filosofia se realiza de acordo com uma tradição histórica, pela discussão
     com uma tradição que lhe é anterior, retomando-a, transformando-a e redefinindo-a.



Para início de conversa
Você já ouviu falar em Zeus, Atena, Hera ou no mito de Édi-
po que matou o pai e casou-se com a própria mãe?
Essas histórias são chamadas de mitologias e foram criadas
pelos gregos como forma de explicação sobre a origem dos
homens e do universo.
Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na
Grécia entre os séculos VI e VII a.C., promovendo a passa-
gem do saber mítico - baseado na mitologia grega - ao
pensamento racional - baseado na razão humana. Porém,
esse processo foi longo e sem um rompimento total com as
formas de conhecimento do passado.



Por dentro do tema
O momento histórico da Grécia antiga em que se afirma a utilização da razão
em contraposição à explicação mítica dos homens e do universo está vincu-
lado ao surgimento da pólis - organização social e política desenvolvida entre
os séculos VIII e VI a.C. A cidade-Estado grega era dirigida pelos cidadãos,
sendo criação dos homens e não dos deuses. Isso abriu espaço para reflexão
de forma racional, além da prática constante da discussão política em praça
pública pelos cidadãos. Com o tempo, todas as outras questões passaram a
ser refletidas de acordo com a razão.
A filosofia grega nasce com o período pré-socrático, ou seja, anterior à Sócra-
tes - um grande filósofo, e abrange as reflexões de Tales de Mileto (623-546
a. C.) até o aparecimento de Sócrates (468-399 a.C.). Diversas foram as ver-
tentes filosóficas a partir de então, inúmeros filósofos foram surgindo ao longo da história, cada um tomando
como base os pensamentos precedentes para formular pensamentos únicos e distintos.




                                                                                                        141
Filosofia Aplicada
Tema 3 - Atividades                                                              ao Serviço Social




  Atividades
                                                      Questão 1
  INSTRUÇÕES                                          O que é mitologia grega e qual sua relação com
  As atividades relacionadas ao tema “História da     o pensamento filosófico?
  Filosofia” devem ser realizadas em dupla. Para
  isso, além do conteúdo das aulas é necessária a
  leitura dos capítulos 5, 6, 7 e 8 do livro-texto,
  bem como a discussão e fomentação de debates
  com os demais alunos.



  Ponto de partida
  A filosofia nasceu na Grécia entre os séculos VI e
  VII a. C. promovendo a passagem do saber míti-
  co ao saber racional. Porém essa passagem não
  ocorreu de forma brusca, havendo ainda ele-
  mentos míticos em algumas explicações. Reflita
  sobre isso, tomando como base os primeiros fi-
  lósofos gregos - Tales, Anaximandro e Anaxíme-
  nes que caracterizaram o período pré-socrático.




                                                      Questão 2
                                                      O que se entende por período pré-socrático?
                                                      Quais eram suas preocupações filosóficas?




 Agora, é com você! Responda às questões
 a seguir para conferir o que aprendeu!




142                                                                                            23
Filosofia Aplicada                                                Tema 3 - Atividades
ao Serviço Social




  Questão 3                                        Questão 5
  Comente a importância dos sofistas e suas preo-   (Ministério da Educação-ENADE-CESPE-2005).
  cupações filosóficas.                              Quem duvida que vive, recorda, compreende,
                                                   quer, pensa, sabe e julga? Pois, se duvida, vive;
                                                   se duvida de onde vem sua dúvida, recorda; se
                                                   duvida, compreende que está duvidando; se du-
                                                   vida, quer estar certo; se duvida, pensa; se duvi-
                                                   da, sabe que não sabe; se duvida, julga que não
                                                   convém consentir temerariamente. E embora
                                                   se possa duvidar de muitas coisas, dessas não se
                                                   pode duvidar, porque, se não existissem, de nada
                                                   se poderia duvidar.
                                                   Santo Agostinho. Tratado sobre a Trindade.
                                                   Relacione esse texto de Agostinho com a afir-
                                                   mação dos céticos de seu tempo, os quais diziam
                                                   que nós não temos certeza de coisa alguma.




  Questão 4
  Analise e defina as diferenças de método entre
  Platão e Aristóteles.




                                                   Questão 6
                                                   (Seduc-MT-UNEMAT-2010). Em meados do século
                                                   V, em Atenas, um grupo de intelectuais escan-
                                                   dalizou os filósofos da época ao fazer do saber,
                                                   profissão, oferecendo aulas de retórica e de elo-
                                                   quência aos jovens da classe dirigente, que pre-
                                                   tendiam dedicar-se à carreira política.
                                                   Como se chamou esse grupo?




                                                                                               143
Filosofia Aplicada
Tema 3 - Atividades                                                                ao Serviço Social




  a)   Eleatas.                                        a) A essência do ser humano, ou de qualquer
  b)   Monistas.                                          outro objeto do conhecimento não é desven-
                                                          dada no próprio ser humano ou no objeto
  c)   Pitagóricos.
                                                          que esteja sendo investigado.
  d)   Sofistas.
                                                       b) O ser real é constituído de dois coprincípios
  e)   Socráticos.                                        que são indissociáveis, sendo que um expres-
                                                          sa a potência para ser e o outro a atualização
                                                          do ser.

  Questão 7                                            c) O mundo externo do sujeito é compreendido
                                                          a partir do mundo racional, baseado em dois
                                                          princípios.
  (Seduc-MT-UNEMAT-2010). Considerando o               d) O ser verdadeiro é abstrato e não representa
  núcleo da reflexão filosófica de Platão, leia os           a realidade concreta do ser dual.
  enunciados.
                                                       e) As mutabilidades visíveis no cotidiano das
  I. Platão propõe a organização ideal do Estado          coisas e da vida são perfeitamente concilia-
       segundo sua compreensão ontológica e ética         das com a idéia de ser.
       do mundo e da vida.
  II. Para Platão, o Estado deve garantir a harmo-
       nia para que todos os cidadãos possam puri-
       ficar sua alma e chegar à sabedoria, que é o     Questão 9
       caminho do retorno ao mundo das essências,
       ao mundo divino.
                                                       (Instituto Federal do Pará-AOCP-2009). O século
  III. À semelhança da alma humana, Platão orga-       XVIII é conhecido como Século das Luzes, Ilumi-
       nizou o estado em duas classes - dos artesões   nismo ou Ilustração. Como as próprias designa-
       e dos filósofos.                                 ções sugerem, o que caracteriza esse movimento
  IV. Para que reine a paz e a harmonia no Estado,     de ideias é a valorização do homem e a defesa
       segundo Platão, cada classe deve realizar o     da autonomia da razão em face dos argumentos
       seu papel, todas agindo em vista do mesmo       tirados da autoridade e da tradição.
       fim: o bem e a justiça.                          Sobre o Iluminismo, assinale abaixo a alternativa
  Com base nos enunciados, assinale a alternativa      correta.
  correta.                                             a) Podemos falar do Iluminismo como um movi-
  a) Apenas III está correta.                              mento absolutamente homogêneo. Quando
  b) Apenas II e IV estão corretas.                        falamos em Iluminismo, portanto, estamos
  c) Apenas IV está correta.                               nos referindo a uma doutrina sistemática sus-
                                                           cetível de ser exposta como um todo uno e
  d) Apenas I, II e IV estão corretas.                     coerente.
  e) Todas estão corretas.                             b) Esse movimento de ideias ocorreu apenas
                                                           em um país da Europa, a França. Seus repre-
                                                           sentantes maiores são Voltaire, Diderot e os
                                                           enciclopedistas. A publicação da Enciclopédia
  Questão 8                                                caracterizou-se pela erudição com que seus
                                                           verbetes foram escritos, o que inviabilizou
  (Prefeitura Municipal de São Luiz-MA-FSADU-              sua divulgação.
  UFMA-2007). Aristóteles, filósofo da Idade An-        c) Esse movimento se difundiu em vários países
  tiga, centrou sua atenção numa questão essen-            da Europa, englobando uma grande varie-
  cial do filosofar - o ser - partindo do real como         dade de escolas e pensadores. Achamo-nos
  substância, para compreendê-lo, e daí formular           diante de um movimento de ideias que se
  entendimento sobre o conhecer e o agir. Indi-            manifesta por meio de uma grande varieda-
  que a alternativa abaixo que revela o seu proje-         de de obras distintas que, no entanto, parti-
  to filosófico.                                             cipam de um mesmo “espírito” comum e de
                                                           uma mesma atmosfera cultural.




144
Filosofia Aplicada                                                   Tema 3 - Atividades
ao Serviço Social




  d) Para os filósofos das Luzes há apenas uma         AMPLIANDO O CONHECIMENTO
     autoridade que não pode ser regida pelos
                                                      Quer saber mais sobre esse assunto? Então, con-
     domínios da razão: a esfera moral, pois é ela
                                                      sulte:
     a principal responsável por dirigir e organi-
     zar a vida em sociedade, sendo fundamen-         Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br>
     tada não na razão, mas nos princípios da         – Um site do Instituto Humanitas Unisinos que
     liberdade, fraternidade e igualdade.             abarca vários temas das ciências humanas e so-
                                                      ciais.
  e) Novos domínios, novos territórios vão sen-
     do descobertos pela Ilustração no mapa do        • <http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/
     saber. A atenção dos filósofos se volta para      materiais/> - Site da Revista On-line do Arquivo
     este mundo, a imanência religiosa cede lu-       Público de São Paulo.
     gar à transcendência da razão.
                                                      Sugestão de Bibliografia Complementar:
                                                      • CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Edito-
  Questão 10                                          ra Ática, 1996. Disponível em: <http://cfh.ufsc.
                                                      br/~wfil/convite.pdf>.

  (Prefeitura Municipal de São Luiz-MA-FSADU-
  UFMA-2007). No período da Idade Média em            FINALIZANDO
  que a Escolástica se desenvolveu de maneira
                                                      Neste tema você viu que as atividades sugeri-
  mais fecunda, identifica-se a filosofia aristoté-
                                                      das buscaram o aprofundamento de questões
  lico-tomista que utiliza, tanto as luzes da razão
                                                      e conceitos que envolvem desde o nascimento
  divina quanto as luzes da razão natural.
                                                      da filosofia, com o período pré-socrático, até a
  Diante desta assertiva, assinale a alternativa      formação da filosofia na Idade Moderna. Foram
  que evidencia essa visão filosófica.                  vários filósofos e inúmeras correntes filosóficas
  a) A “Suma Teológica” de São Tomás de Aqui-         estudados e o conhecimento ampliado por ques-
      no representa a mais alta expressão da pos-     tões objetivas e dissertativas.
      sível conciliação entre a fé e a razão.         Sendo assim, o objetivo foi suprir a necessidade
  b) O conteúdo das verdades da revelação divi-       de compreensão das vertentes filosóficas, por
      na é contrário às verdades oriundas da ra-      intermédio de uma perspectiva histórica que
      zão.                                            abarcasse as vertentes filosóficas desde seu nas-
  c) Na Baixa Idade Média começam a haver mu-         cimento.
      danças fundamentais no campo da cultura,
      todavia não se constata o desenvolvimento
      do gosto pelo racional.
  d) Crer para compreender é o lema que norteia
      a base doutrinária do dogma cristão ao lon-
      go do pensamento tomista.
  e) Diferentemente da Alta Idade Média, a filo-
      sofia cristã escolástica defende as verdades
      teológicas que predominam sobre a verda-
      de intelectiva.




                                                                                                145
Tema 4
 Filosofia Moderna

 Objetivos de aprendizagem
 •    Desenvolver habilidades de compreensão da Filosofia Moderna;
 •    Introduzir o aluno ao conhecimento dos fundamentos teóricos e principais filósofos dos séculos XVII e
      XVIII que formularam diversas epistemologias sobre o conhecimento.



 Para início de conversa
  Thomas Hobbes, René Descartes, John Locke, George Berkeley, David Hume, Montesquieu, Voltaire, Rosseau, Adam
  Smith, Immanuel Kant são alguns dos grandes nomes que caracterizam o pensamento filosófico na Idade Moderna
  (XV-XVIII).

  Você sabia que as duas correntes de investigação - a empi-
  rista e a racionalista - retomaram a reflexão sobre o conhe-
  cimento? O racionalismo moderno teve René Descartes
  como expoente a partir da tese das ideias inatas (nascem
  com o indivíduo) - o inatismo, que teve como defensores
  Platão na Antiguidade, Santo Agostinho na Idade Média e
  Descartes na Filosofia Moderna.
  Em contraposição estão os empiristas modernos que
  defendem a experiência sensível como ponto de parti-
  da - Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George
  Berkeley e David Hume. Outro ponto de destaque são os
  filósofos iluministas, com reflexões importantes sobre a
  vida social e a experiência humana.



 Por dentro do tema
 A expansão capitalista dos séculos XVII-XVIII corroborou para a ascensão da
 burguesia. Nessa época, imperava na Europa a confiança de que a razão seria
 o principal instrumento do homem na vida social. É também nessa época que
 ocorre a Revolução Industrial e o nascimento da ciência moderna, juntamente
 com o crescimento de diversas especialidades - como a química, a física e a
 matemática. Expandiu-se a crença na razão, na ciência e na tecnologia, como
 formas de impulsionar o homem e a sociedade para a verdade e o progresso.
 A partir dessas mudanças de paradigmas surgiu um movimento cultural cha-
 mado de Iluminismo ou Filosofia das Luzes (século XVIII). Os filósofos iluminis-
 tas acreditavam na capacidade humana e na razão, com a proposta de libertar
 o homem dos medos irracionais, superstições e crendices que marcaram a
 Idade Média. Para isso, eles formularam diversas doutrinas críticas e analíticas
 aos diversos campos da atividade humana.




146
Filosofia Aplicada                                                  Tema 4 - Atividades
ao Serviço Social




  Atividades
  INSTRUÇÕES
  As atividades referentes ao tema “Filosofia Mo-
  derna” devem ser realizadas individualmente.
  Para isso, é importante a leitura atenta do capí-
  tulo 9 do livro-texto.



  Ponto de partida
  O que foi o Iluminismo e quais são seus princi-
  pais pensadores?




                                                      Questão 2
                                                      Conceitue as idéias de George Berkeley.




  Agora, é com você! Responda às questões a se-
  guir para conferir o que aprendeu.



  Questão 1
  Explique quais as diferenças entre as correntes
  empiristas e racionalistas e diga quais foram
  seus principais expoentes.




                                                                                                147
Filosofia Aplicada
Tema 4 - Atividades                                                            ao Serviço Social




  Questão 3                                       Questão 5
  Explique a teoria do conhecimento de David      (Ministério da Educação-ENADE-CESPE-2005).
  Hume.                                           Uma ação praticada por dever tem o seu valor
                                                  moral, não no propósito que com ela se quer
                                                  atingir, mas na máxima que a determina; ela não
                                                  depende, portanto, da realidade do objeto da
                                                  ação, mas somente do princípio do querer se-
                                                  gundo o qual a ação, abstraindo-se de todos os
                                                  objetos da faculdade de desejar, foi praticada.
                                                  I. Kant. Fundamentação da Metafísica dos Costu-
                                                  mes (com adaptações).
                                                  Com base no fragmento de texto acima, analise
                                                  as relações entre vontade, liberdade e agir moral
                                                  em Kant.




  Questão 4
  Uma das questões mais importantes de Kant foi
  a respeito do conhecimento. Explique.




                                                  Questão 6
                                                  (Prefeitura Municipal de São Luiz-MA-FSADU-
                                                  UFMA-2007). Rousseau, um dos filósofos críticos
                                                  de seu tempo, tratou, com muita pertinência, de
                                                  questões sociais, políticas e educacionais. Desta-
                                                  ca-se sua relevante contribuição, por ter promo-
                                                  vido a “Revolução Copernicana” na educação,
                                                  deixando como lição o otimismo pedagógico.




148
Filosofia Aplicada                                                    Tema 4 - Atividades
ao Serviço Social




 Tomando por base essa assertiva, assinale a res-      b) As duas asserções são proposições verdadei-
 posta CORRETA.                                           ras, mas a segunda não é uma justificativa
 a) Uma nova maneira de lidar com a natureza hu-          correta da primeira.
    mana que possibilitou no processo da educa-        c) A primeira asserção é uma proposição verda-
    ção: a a valorização da infância, a abertura de       deira e a segunda é uma proposição falsa.
    espaço para as individualidades, o sentimento      d) A primeira asserção é uma proposição falsa
    de liberdade e o relacionamento interpessoal.         e a segunda é uma proposição verdadeira.
 b) Sua posição inovadora na política e o enten-       e) Tanto a primeira como a segunda asserções
    dimento sobre Estado e soberania assinalam            são proposições falsas.
    uma relação muito próxima com o propósito
    da educação.
 c) A espontaneidade e as emoções não predomi-
    nam sobre a razão, sobre o pensamento ela-         Questão 8
    borado do indivíduo em estado de natureza.
 d) A escola deve ser espaço de alegria, de prazer,    (Ministério da Educação-ENADE-CESPE-2005). A
    todavia, pelas exigências quanto ao domínio        mente é, como dissemos, um papel em branco,
    intelectivo, não propicia a cooperação entre       desprovida de todos os caracteres, sem quais-
    os alunos.                                         quer ideias; como ela será suprida? De onde
 e) A criança precisa ser considerada enquanto         provém este vasto estoque, que a ativa e que a
    tal, desenvolver seus interesses, sua indepen-     ilimitada fantasia do homem pintou com uma
    dência, porém é vista como miniatura do adul-      variedade quase infinita? De onde apreende to-
    to, não sendo reconhecida como centro do           dos os materiais da razão e do conhecimento?
    processo educativo.                                A isso respondo, numa palavra, da experiência.
                                                       John Locke. Ensaio acerca do entendimento hu-
                                                       mano ( com adaptações).
                                                       Tendo como referência o texto acima, analise as
 Questão 7                                             asserções a seguir.
                                                       Para Locke, a mente é uma tabula rasa e não
 (Prefeitura Municipal de São Luiz-MA-FSADU-           contém nada inscrito antes de qualquer conta-
 UFMA-2007). Se queremos denominar a recepti-          to do homem com a experiência, porque todo o
 vidade de nossa mente a receber representações        material da mente é constituído exclusivamente
 na medida em que é afetada de algum modo, de          de ideias.
 sensibilidade, a faculdade de produzir ela mesma      Considerando as afirmativas acima, assinale a
 representações, ou a espontaneidade do conhe-         opção correta.
 cimento é, contrariamente, o entendimento. (...)
                                                       a) As duas asserções são proposições verdadei-
 Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado,
                                                           ras e a segunda é uma justificativa correta da
 e sem entendimento nenhum seria pensado. Pen-
                                                           primeira.
 samentos sem conteúdo são vazios, intuições sem
 conceitos são cegas. Immanuel Kant. Crítica da Ra-    b) As duas asserções são proposições verdadei-
 zão Pura.                                                 ras, mas a segunda não é uma justificativa
                                                           correta da primeira.
 A partir do texto acima, analise as asserções abai-
 xo.                                                   c) A primeira asserção é uma proposição verda-
                                                           deira e a segunda é falsa.
 Para Kant, pensamentos sem conteúdo são vazios,
 intuições sem conceitos são cegas porque faz-se       d) A primeira asserção é uma proposição falsa
 necessário, para que ocorra conhecimento, a sín-          e a segunda é uma proposição verdadeira.
 tese das intuições com os conceitos.                  e) Tanto a primeira como a segunda asserções
 A propósito dessas assertivas, assinale a opção           são proposições falsas.
 correta.
 a) As duas asserções são proposições verdadeiras
     e a segunda é uma justificativa correta da pri-
     meira.




                                                                                                  149
Filosofia Aplicada
Tema 4 - Atividades                                                                ao Serviço Social




                                                      AMPLIANDO O CONHECIMENTO
  Questão 9                                           Para saber mais sobre esse assunto consulte:
                                                      Disponível em:
  (Secretaria de Estado de Educação do RJ- Fun-       • <http://cafehistoria.ning.com> - Site que re-
  dação Escola de Serviço Público-FESP RJ-2008).      úne notícias exclusivas de história, entrevistas
  Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke,           com historiadores, blogs, vídeos, grupos de es-
  George Berkeley e David Hume são alguns dos         tudos, entre outros.
  mais importantes nomes da tradição empirista,
                                                      • <http://www.ufjf.br/rehb> - Site da Revista
  corrente filosófica desenvolvida especialmente
                                                      Eletrônica de História do Brasil.
  na Inglaterra e nos países de língua inglesa. No
  pensamento de Hume, é fundamental sua con-
  clusão sobre o que se pode chamar de “identi-       Sugestão de Bibliografia Complementar:
  dade pessoal”. Para ele, o “eu” é definido como:     • DUCLÓS, Miguel. Aspectos da Filosofia Moral
  a) feixe de percepções                              e da Política de Kant. Disponível em: <www.
  b) folha em branco                                  consciencia.org/artigos.shtml>.
  c) substância pensante                              • VIEIRA, Júlia Lemos. Rosseau: o papel da pe-
                                                      dagogia na manutenção da vontade geral. Dis-
  d) sujeito transcendental
                                                      ponível em: <http://www.revistaindice.com.br>.
  e) espírito absoluto

                                                      FINALIZANDO

  Questão 10                                          Nesse tema você viu que as questões objetivas e
                                                      dissertativas tiveram como objetivo a reflexão e
                                                      a fixação dos conhecimentos adquiridos sobre a
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  a) o modo teórico, visando apenas refletir sobre     bém propiciar um conhecimento introdutório
     o objeto e seu conceito; e o modo prático,       sobre os diversos filósofos iluministas.
     visando apenas determiná-lo.
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     o objeto e seu conceito; e o modo prático,
     visando apenas refletir sobre ele .
  c) o modo teórico, visando realizar ou tornar
     real o objeto e seu conceito; e o modo práti-
     co, visando apenas determiná-lo.
  d) o modo teórico, visando apenas determinar
     o objeto e seu conceito; e o modo prático,
     visando também realizá-lo ou torná-lo real.
  e) o modo teórico, visando apenas determinar
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  • 1. Universidade Anhanguera - Uniderp Centro de Educação a Distância Caderno de Atividades Serviço Social Coordenação do Curso Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre Autores Andrea Tochio de Antonio Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre Emanuela Patrícia de Oliveira Enilda Maria Lemos Silvia C. A. Marques Yaeko Ozaki
  • 2. Universidade Anhanguera - Uniderp Centro de Educação a Distância Chanceler Diretor-Adjunto Ana Maria Costa de Sousa Luciano Sathler Reitor Guilherme Marback Neto Coordenação de Qualidade do Material Vice-Reitora Didático Heloisa Helena Gianotti Pereira Luciano Gamez: Coordenador e organizador Pró-Reitores da publicação Pró-Reitor Administrativo: Antonio Fonseca Fernanda Bocchi Balthazar de Carvalho Helena Okada Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Waurie Rolão Desporto: Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato Pró-Reitor de Graduação: Eduardo de Ilustrações Oliveira Elias Ednei Marx Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini ANHANGUERA PUBLICAÇÕES CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Gerente Editorial Diretor-Geral Adauto Damásio José Manuel Moran C129 Caderno de atividades: serviço social / Andrea Tochio de Antonio …[et al.]; Organizador Luciano Gamez; Coordenação do cur- so Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre. - Valinhos : Anhan- guera Publicações, 2010. p. 248 - (EAD ; 2ª série). ISBN: 978-85-7969-033-4 © 2010 Anhanguera Publicações - Proibida a reprodução final ou 1. Serviço social - Metodologia. 2. Sociologia. 3. Serviço social parcial por qualquer meio de impressão, em forma - Filosofia. I. Antonio, Andrea Tochio de. II. Nobre, Elisa Cléia Pi- idêntica, resumida ou nheiro Rodrigues. III. Série. modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. Impresso CDD – 20 ed. : 370.15 no Brasil 2010
  • 3. Nossa Missão, Nossos Valores Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do seu crescimento. Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é uma Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científica e extensão, que oferecemos. Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons- tante transformação. Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu- cionais, tais como: • Programa de Iniciação Científica (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de pesquisa supervisionada pelos nossos professores. • Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa- rem especialização, mestrado e doutorado. • Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores. • Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e financeira aos alunos. • Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos o pleno exercício da cidadania, beneficiando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais. A fim de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho. Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es- tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera. Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri- tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan- guera - UNIDERP -, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma finalidade: aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos alunos. A todos, bons estudos! Prof. Antonio Carbonari Netto Presidente - Anhanguera Educacional
  • 4.
  • 5. Sobre o Caderno de Atividades Caro(a) Aluno(a), Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que você está matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveis nas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques, propostas de atividades individuais e em grupo e desafios de aprendizagem a serem realizados. As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi- ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seu futuro desempenho profissional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas fora do âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas. Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar para aproveitar ao máximo a interação com a equipe docente. Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo. José Manuel Moran e Luciano Sathler Diretoria do Centro de Educação a Distância Universidade Anhanguera - UNIDERP
  • 6. Autores Andrea Tochio de Antonio Graduação: Ciências Sociais - Universidade Federal de São Carlos - UFscar, 2004. Graduação: Psicologia - Universidade Paulista - UNIP Jundiaí, cursando 5º semestre. Mestrado: Antropologia Social - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 2008. Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco, 1992. Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade do Estado e da Região do Pantanal/UNIDERP, 2003. Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/UFMS, 2007. Emanuela Patrícia de Oliveira Graduação: Ciências Sociais: Bacharel em Sociologia e Antropologia e Licenciatura em Ciências Sociais - Universidade Estadual de Campinas, 2004. Especialização: Didática e Metodologia do Ensino Superior - Universidade Anhanguera-UNIDERP, 2008. Mestrado: Antropologia Social - Universidade Estadual de Campinas, 2007. Enilda Maria Lemos Graduação: Estudos Sociais - Faculdade de Ciência, Letras e Educação de Presidente Prudente (FCLEPP), 1975. Graduação: Serviço Social. Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), 1979. Especialização: Metodologia de Ação do Serviço Social. Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), 1982. Mestrado: Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, UNIDERP, Campo Grande, Brasil, 2004. Sílvia C. A. Marques Graduação: Comunicação Social com habilitação em Cinema e vídeo - FAAP, 2000. Mestrado: Comunicação e Semiótica - PUC de São Paulo, 2003. Doutorado: Comunicação e Semiótica - PUC de São Paulo, 2009. Yaeko Ozaki Graduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF), 1991. Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT), 1993. Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, 2008. Luciano Gamez – Organizador da publicação Graduação: Psicologia - Universidade de Lisboa, 1992. Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho, 1998. Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.
  • 7. Sumário Fundamentos Históricos e Teóricos-Metodológicos do Serviço Social I Tema 1 - O Processo de Produção Capitalista ............................................................. 15 Tema 2 - O Serviço Social e o Trabalho do Assistente Social ........................................ 21 Tema 3 - As Origens do Serviço Social Brasileiro e Latino-Americano .......................... 26 Tema 4 - Manifestações sociais das décadas de 1920 e de 1930 ................................ 34 Tema 5 - As Primeiras Escolas Brasileiras de Serviço Social .......................................... 40 Tema 6 - A Prática e o Discurso dos Primeiros Assistentes Sociais ............................... 46 Tema 7 - Primeiras Instituições Públicas e Privadas que Implantaram o Serviço Social ........................................................................................... 52 Tema 8 - Primeiros Congressos Brasileiros de Serviço Social ........................................ 58 Formação Social, Econômica e Política do Brasil Tema 1 - O Brasil Colônia ........................................................................................... 71 Tema 2 - A Economia Cafeeira ................................................................................... 77 Tema 3 - A Crise do Trabalho Escravo......................................................................... 82 Tema 4 - A Imigração e o Esgotamento do Sistema Cafeeiro ...................................... 88 Tema 5 - O Brasil Republicano e a Industrialização ..................................................... 94 Tema 6 - As Diferenças Econômicas Regionais no Brasil ............................................ 100 Tema 7 - Revolução de 1930 e a Era Vargas ............................................................. 105 Tema 8 - O Processo de Substituição de Importações ............................................... 110 Filosofia Aplicada ao Serviço Social Tema 1 - O Ser Humano .......................................................................................... 129 Tema 2 - O conhecimento ........................................................................................ 185 Tema 3 - História da Filosofia ................................................................................... 141 Tema 4 - Filosofia Moderna...................................................................................... 146 Tema 5 - Filosofia Contemporânea ........................................................................... 151 Tema 6 - Ciência e Filosofia ...................................................................................... 157 Tema 7 - Ética e Filosofia .......................................................................................... 162 Tema 8 - Filosofia Política e Estética ......................................................................... 167
  • 8. Sociologia Tema 1 - Fundamentos básicos da Sociologia Geral: da pesquisa sociológica ao planejamento governamental ............................................................... 180 Tema 2 - Cultura e sociedade: as estruturas, as interações e os grupos sociais .......... 187 Tema 3 - O papel das instituições na regulamentação e controle social..................... 194 Tema 4 - O papel da sociedade civil na dinâmica social e na luta pelo desenvolvimento sustentável ..................................................................... 202 Responsabilidade Social e Meio Ambiente Tema 1 - Ecossistemas e aquecimento global ........................................................... 215 Tema 2 - As metas do milênio e a sustentabilidade .................................................. 221 Tema 3 - Responsabilidade empresarial ................................................................... 228 Tema 4 - Marketing sustentável ............................................................................... 235
  • 9. Filosofia Aplicada Tema 1 - Atividades ao Serviço Social Filosofia Aplicada ao Serviço Social Autoras: Andrea Tochio de Antonio Emanuela de Oliveira
  • 10. Filosofia Aplicada ao Serviço Social Orientações de estudo Caro(a) aluno(a), Este caderno de atividades foi elaborado com base no livro “Fundamentos da Filosofia: História e Gran- des Temas” do autor Gilberto COTRIM, da Editora Saraiva, 2006. Ele é composto por 8 temas: Tema 1 O Ser Humano Aborda os conteúdos situados nos capítulos 1, 2, e 3. Neles você observará que o conceito de “ser humano” do ponto de vista filosófico e social abrange características que vão além do corpo biológico e, até por isso, o diferencia dos demais animais. Os homens são seres culturais que modificam a natureza e possuem aspectos como aprender, inventar, perceber, interpretar, transformar a si mesmo e o que está ao seu redor. Ocorre no ser humano uma síntese, ou seja, uma integração de características hereditárias e adquiridas, aspec- tos individuais e sociais, elementos de natureza e de cultura. Assim, enquanto o comportamento dos animais é definido por reflexos e instintos hereditários, os homens possuem “linguagem simbólica” que os capacita a questionar, transformar e criar a si mesmos e o que está ao redor. Os antropólogos, historiadores e sociólogos chamam de cultura o conjunto dos modos de vida criados e transmitidos de uma geração para outra, entre os membros de uma sociedade. Dessa maneira, abrange co- nhecimentos, crenças, artes, normas, costumes e outros elementos adquiridos socialmente pelos homens. A cultura é um conceito amplo que envolve o que pensamos, fazemos e temos, como membros de um grupo social. Sendo assim, todas as sociedades humanas, desde a pré-história aos dias de hoje, possuem uma cultura. Podemos falar em diferentes culturas: a cultura ocidental ou oriental (própria de um conjunto de povos com determinadas características comuns), cultura chinesa ou brasileira (própria de uma nação ou civilização), cultura tupi ou africana (própria de um grupo étnico), cultura cristã ou muçulmana (própria de um grupo religioso) e assim por diante. A cultura se caracteriza por ser adquirida pela aprendizagem e não herdada pelos instintos naturais; é trans- mitida de geração a geração, por intermédio da linguagem, nas diferentes sociedades; é uma criação exclusiva dos seres humanos, incluindo a produção material e não material; é múltipla e variável no tempo e no espaço, de sociedade para sociedade. O trabalho é toda atividade em que o ser humano utiliza sua energia para satisfazer necessidades ou atingir determinado objetivo. A função do trabalho pode ser abordada por meio de duas perspectivas: a individual, na qual o trabalho é capaz de moldar a realidade sociocultural do homem e a si mesmo, e a social, na qual o trabalho tem como objetivo a manutenção, a satisfação da vida e o desenvolvimento da sociedade. Ao longo da história, o trabalho teria sido desviado de sua função positiva em vez de servir ao bem comum, sendo utilizado para o enriquecimento de algumas classes sociais. É o que chamamos de alienação, que signi- fica “tornar algo alheio a alguém”. 122
  • 11. O Taylorismo consiste numa forma de organização do trabalho em linhas de operação e montagem que foi aperfeiçoada pelo engenheiro e economista Frederick Taylor (1856-1915). Sua principal consequência é que a fragmentação do trabalho conduz à fragmentação do saber, pois o trabalhador perde a noção de conjunto do processo produtivo. Isso acaba com o envolvimento afetivo e intelectual que o trabalhador teria com seu trabalho, até que se torne uma relação fria, monótona e apática. Ao executar a rotina de trabalho alienado, o trabalhador se submete a um sistema de exploração que, em grande parte, não lhe permite desfrutar financeiramente dos benefícios de sua própria atividade. Assim, o tra- balhador alienado produz para satisfazer as necessidades do mercado e não as pessoais, o que acaba gerando desprazer, embrutecimento e sua própria exploração. Uma das características que o ser humano possui é a consciência. Ela é uma atividade mental que nos permite estar no mundo com algum saber, “com consciência”. O processo de conscientização faz do homem um siste- ma aberto, que se encontra relacionado com o mundo e consigo mesmo. Há duas dimensões complementares no processo de conscientização: a consciência de si que exige a reflexão, atingindo a dimensão da interioridade por meio da fala, criação e inovação e a consciência do outro, dos objetos exteriores, que exige atenção por meio do escutar, absorver, rever e renovar. A consciência crítica depende do crescimento dessas duas dimensões: a reflexão sobre si mesmo e a atenção sobre o mundo. A palavra Ideologia foi criada pelo filósofo francês Destutt de Tracy (1754-1836), e compreende o estudo da origem e do desenvolvimento das ideias. Posteriormente, e por influência de Karl Marx, foi bastante utilizada na filosofia e nas ciências sociais, adquirindo um significado crítico e negativo. Dessa maneira, a ideologia não seria apenas um conjunto de ideias que elaboram uma compreensão da rea- lidade, mas também um conjunto delas que dissimulam essa realidade, porque mostram as coisas de forma parcial ou distorcida em relação ao que realmente são. Tema 2 O conhecimento Aborda os conteúdos situados no capítulo 4. Nele você observará que uma das questões filosóficas importan- tes é o conhecimento. O ser humano sempre buscou compreender a si mesmo e o mundo a sua volta. A teoria do conhecimento, gnosiologia, crítica do conhecimento ou epistemologia busca responder a algumas ques- tões: O que é conhecimento? Qual é o fundamento do conhecimento? É possível o conhecimento verdadeiro? No processo de conhecimento existe a relação de dois elementos básicos: um sujeito conhecedor (nossa cons- ciência/mente) e um objeto conhecido (a realidade/mundo). Na corrente filosófica chamada de realismo, as percepções que temos dos objetos são reais, ou seja, correspon- dem de fato às características presentes nesses objetos. Já no idealismo, o sujeito é que predomina em relação ao objeto, ou seja, é a percepção da realidade que é construída pelas nossas ideias, pela nossa consciência. Assim, os objetos seriam construídos de acordo com a percepção do sujeito. A palavra empirismo tem sua origem no grego empeiria, que significa “experiência sensorial”. Defende que todas as nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, paladar e olfato). Locke afirmava que, ao nascermos, nossa mente é como um papel em branco, desprovida de ideias. O racionalismo é uma doutrina que atribui confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade. Segundo Descartes, “nunca devemos deixar persuadir senão pela evidência de nossa razão”. Uma doutrina que buscou o Meio termo foi o apriorismo kantiano. Kant afirma que todo conhecimento co- meça com a experiência, mas que a experiência sozinha não dá conta do conhecimento. Assim, é preciso um trabalho do sujeito para organizar os dados da experiência. 123
  • 12. Tema 3 História da Filosofia Aborda os conteúdos situados nos capítulos 5, 6, 7 e 8. Neles você observará, que na Grécia Antiga, o pe- ríodo pré-socrático foi dominado pela investigação da natureza e tinha um sentido cosmológico, baseado na mitologia grega. Seguiu-se a esse período uma nova fase filosófica caracterizada pelo interesse no próprio homem e nas relações políticas do homem - homem esse chamado Sofista - com a sociedade. A lição dos sofistas tinha como objetivo a argumentação, a habilidade retórica - eles transmitiam um jogo de palavras, raciocínios e concepções baseados na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários. Disso seguem as concepções relativistas nas quais não há verdade única, absoluta. A teoria das ideias baseada em Platão procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. Segundo ele, o processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das ideias e essências. Assim, o conhecimento deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião e penetrar na esfera racional da sabedoria - o mundo das ideias. O conhecimento é elaborado quando se alcança a ideia, que rompe com as aparências e a diversidade ilusória. O método proposto por Platão é a dialética, que consiste na contraposição de uma opinião com a crítica que dela podemos fazer. O epicurismo fundado por Epícuro (324-271 a.C.) propunha que o ser humano deve buscar o prazer, pois o prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz. Já o estoicismo foi fundado por Zenão de Cício (336-262 a.C) e defendia que toda realidade existente é uma realidade racional. Todos os seres, os homens e a natureza fazem parte desta realidade. A patrística (IV-VIII) buscou uma reconciliação entre a razão e a fé, na qual se destacou Santo Agostinho e a influência da filosofia platônica. A patrística foi um conjunto de textos sobre fé e revelação cristãs. Santo Agostinho argumentou a favor da superioridade da alma humana, na supremacia do espírito sobre o corpo, a matéria. A alma teria sido criada por Deus para reinar sobre o corpo para dirigi-lo à prática do bem. O homem pecador em posse do livre-arbítrio, inverte essa relação fazendo o corpo assumir o governo da alma. A verdadeira liberdade estaria na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus. A salvação estaria na combinação de seu esforço pessoal de vontade e a graça divina. Tomás de Aquino, um filósofo escolástico, introduziu uma distinção entre o ser e a essência. O único ser que realmente é pleno é Deus, no qual o ser e a essência se identificam. Ele partiu da filosofia de Aristóteles para realizar uma sistematização da doutrina cristã. Para ele, Deus é o Ser que existe como fundamento da realidade das outras essências que, uma vez existen- tes, participam do seu Ser. Idade Moderna é o período histórico que vai do século XV-XVIII na qual ocorreram mudanças importantes, tais como: a passagem do feudalismo para o capitalismo, a formação dos Estados nacionais, o movimento da Reforma, o desenvolvimento da ciência natural e a invenção da imprensa. Houve também importantes mudanças na concepção de homem e de mundo baseadas no antropocentrismo (homem como centro, e não mais Deus ou a igreja católica), o desenvolvimento do racionalismo (ênfase na razão humana) e uma filosofia laica (não-religiosa). O movimento cultural que marcou as transformações socioculturais da Idade Moderna na Europa foi o Renascimento (séculos XV-XVI), inspirado no humanismo, movimento intelectual que defendia o estudo da cultura greco-romana e o retorno de ideais de exaltação do homem e de seus atributos como a razão e a liberdade. 124
  • 13. Tema 4 Filosofia Moderna Aborda os conteúdos situados no capítulo 9. Nele você observará que o Empirismo defende a tese de que a origem fundamental do conhecimento está na experiência sensível. Contrapõe-se aos racionalistas que acreditam que as ideias são inatas, ou seja, já nascem com os indivíduos, tendo Descartes, como principal expoente. Entre os principais representantes do empirismo estão: Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume. A expansão capitalista dos séculos XVII-XVIII trouxe uma crescente ascensão da burguesia. A corrente racio- nalista encontrava uma grande influência na Europa nesse período, colocando na razão o principal instru- mento do homem para enfrentar sua realidade. Dessa maneira, a partir da Revolução Industrial, os elementos tais como a razão, a ciência e a tecnologia tornaram-se centrais. De forma paralela, desenvolvia-se o Iluminismo, Ilustração ou Século das Luzes (sé- culo XVIII), que foi um movimento cultural que defendia ideias como: igualdade, tolerância, liberdade e propriedade privada. Havia entre os iluministas uma série de pensadores que tinham em comum a busca pelo racional das pessoas. Eram eles: Montesquieu, Voltaire, Diderot, D´alembert, Rosseau, Adam Smith e Immanuel Kant. Tema 5 Filosofia Contemporânea Aborda os conteúdos situados nos capítulos 10 e 11. Neles você observará que a Revolução Francesa (1789-1799) é considerada o marco inicial da época contemporânea. Esse movimento histórico foi liderado por grupos burgueses em ascensão econômica que, por meio do capitalismo industrial, reivindicavam uma participação no poder político e na construção de um novo modelo de sociedade. Juntamente com as aspirações dos trabalhadores urbanos e do campesinato, tais anseios geraram em seus desdobramentos as lutas e correntes socialistas do século XIX, que denunciavam a exploração do trabalho no contexto do capitalismo industrial, bem como uma série de questões sociais e políticas ganharam desta- que nas reflexões filosóficas. O romantismo foi um movimento cultural que se iniciou no final do século XVIII e predominou durante a primeira metade do século XIX, envolvendo a arte e a filosofia. Esse movimento reagiu contra o espírito racionalista, a racionalização e a mecanização que caracterizavam o mundo industrial. Segundo o ideal romântico, tais características ameaçavam a expressão humana, pois os sentimentos indivi- duais ficavam relegados a segundo plano. São aspectos do romantismo: exaltação das paixões e sentimen- tos, valorização da sensibilidade e do sujeito, ideia de natureza como força vital que resiste à racionalização tecnológica, concepção mística e emocional, o desenvolvimento do nacionalismo, o amor pela pátria, a valorização das tradições nacionais e o anseio pela liberdade individual. Os grandes nomes do romantismo são: Göethe (1749-1832), Beethoven (1770-1827) e Chopin (1810-1849), entre outros. O idealismo alemão, um importante movimento filosófico do século XIX, reteve do romantismo o aspecto do nacionalismo, do amor à pátria, da valorização do povo e do Estado e teve Hegel como seu maior repre- sentante (1770-1831). Hegel postulou o conceito de realidade como Espírito, a partir da filosofia de Fitchte e Schelling. De acordo com Hegel, a realidade é entendida como um processo, um movimento, e não somente como coisa (subs- tância). A realidade, como Espírito, possui uma vida própria, um movimento dialético - diversos movimentos sucessivos (e contraditórios) pelos quais a realidade se apresenta. Nascido na França, Augusto Comte (1789-1857) foi o pai da sociologia. Criou o positivismo que é a doutri- na que valoriza o método científico das ciências positivas (baseadas nos fatos e na experiência) e na recusa de discussões metafísicas. Consiste num culto à ciência e à sacralização do método científico. 125
  • 14. Manifestando-se em vários países ocidentais a partir da segunda metade do século XIX, o positivismo reflete, no plano filosófico, o entusiasmo burguês pelo progresso capitalista e pelo desenvolvimento técnico-industrial. O objetivo do método positivo de investigação é a pesquisa das leis gerais que regem os fenômenos naturais. Com base nessas leis, o homem torna-se capaz de prever os fenômenos naturais, podendo agir sobre a re- alidade. Um exemplo do lema positivista é a bandeira brasileira: ordem e progresso, pois as transformações impulsionadas pelas ciências visam o progresso e este dever estar subordinado à ordem. Um dos filósofos de maior influência na filosofia contemporânea foi Karl Marx (1818-1883). Marx realizou uma crítica à filosofia idealista de Hegel e elaborou bases teóricas para seu próprio pensamento que se baseou em escritos socialistas de sua época e desenvolveu uma atividade teórica de análise da realidade social - o so- cialismo marxista e uma atividade prática na organização de movimentos de trabalhadores. De acordo com Marx, os homens não podem ser pensados de forma abstrata como na filosofia de Hegel, nem de forma isolada, como nas filosofias de Feuerbach, de Proudhon, Schopenhauer e Kierkegaard. Para Marx não existe o indivíduo formado fora das relações sociais. Isso significa que a forma como os indivíduos se com- portam, agem, sentem e pensam se vincula com a forma de produção da vida material, isto é, pela maneira como trabalham e produzem os meios necessários para a sustentação material das sociedades. A Dialética Marxista se vale dos princípios da dialética, porém de forma distinta de Hegel. A dialética em Marx permite compreender a história em seu movimento e cada etapa não é vista como algo estático e definitivo, mas sim, como algo transitório, e que pode ser transformado pela ação humana. As grandes transformações, segundo esse autor, se deram primeiramente no campo da economia, causadas por contradições no interior do próprio modo de produção. Diferentemente de Hegel, Marx não concebe a história guiada pelo Espírito ou pela Razão, mas sim pelos homens, que podem transformar a realidade social. Karl Marx possui uma visão materialista da história - a forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam se vincula com a forma como se dão as relações sociais. Ao falar sobre a produção material da vida, ele não se refere apenas à produção das inúmeras coisas necessá- rias à manutenção física dos indivíduos; ele está considerando também, o fato de que, ao produzirem todas as coisas, os homens constroem a si mesmos como indivíduos. O termo existencialismo designa um conjunto de tendências filosóficas que, embora divergentes em vários aspectos, possuem na existência humana o ponto de partida e o objeto fundamental de reflexões. O existencialismo entende o ser humano como uma realidade imperfeita, aberta e inacabada, a liberdade humana é condicionada às circunstâncias históricas da existência e a vida humana não é um caminho seguro em direção ao progresso, ao êxito ou ao crescimento. Ao contrário, é marcada por situações de sofrimento, doenças, injustiças, luta pela sobrevivência, fracassos, velhice e morte. As filosofias da existência surgiram no século XX e sofreram influência dos pré-existencialistas, tais como: Schopenhauer, Nietzsche e Husserl. Na virada do século XIX para o século XX, surgiu uma corrente filosófica que, pela análise lógica da linguagem, procurava esclarecer o sentido das expressões (conceitos, enunciados, uso contextual) e seu uso no discurso linguístico - é a filosofia analítica ou filosofia da linguagem. De acordo com essa corrente, muitos dos problemas filosóficos se reduziriam a equívocos e mal-entendidos originados do uso ambíguo da linguagem. Alguns nomes importantes são: Jurgen Habermas, Bertrand Russel e Ludwig Wittgenstein, entre outros. A Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de pensadores alemães do Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, fundado na década de 1920. São eles: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Hebert Marcuse, Jurgen Habermas e Eric Fromm. Cada um desses pensadores possui uma forma de pensamento, porém a preocupação comum de estudar variados aspectos da vida social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade. Os pontos de partida para isso foram as reflexões da teoria marxista e a teoria freudiana, que trouxe elementos novos sobre o psiquismo das pessoas. Há também influências de Hegel, Kant e Max Weber. 126
  • 15. A Indústria Cultural é um termo difundido por Adorno e Horkheimer para designar a indústria da diversão de massa, veiculada pela televisão, pelo cinema, pelo rádio, pelas revistas, pelos jornais, pelas músicas, pelas propagandas e demais meios de comunicação. Ela é a causa da homogeneização dos comportamentos e a massificação das pessoas. O termo pós-moderno se aplica a um grupo de intelectuais, entre eles alguns filósofos, que possuem em co- mum a crítica ao projeto da modernidade. É entendido como projeto de emancipação humano-social por meio do desenvolvimento da razão. Tais pensadores partem da constatação dos desastres sociais e ambientais aos quais a sociedade contemporâ- nea chegou: miséria, desigualdades sociais, catástrofes ambientais, guerras, dominação de países economica- mente desenvolvidos sobre os demais e a situação de barbárie que se verifica em algumas regiões do planeta. O pós-modernismo designa o fim do projeto da modernidade - a desesperança historicamente constatada de que a razão técnico-científica favoreça a emancipação humana. Dessa forma, a filosofia pós-moderna passou a analisar os diversos aspectos da vida social, nos quais se verifica maior racionalização, racionalização essa rumo ao controle dos indivíduos, denunciando as formas de opressão que os acompanham em sua vida coti- diana. Os pensadores pós-modernos mais significantes são: Michel Foucault, Jean Baudrillard, Jacques Derrida e Jean-François Lyotard. Tema 6 Ciência e Filosofia Aborda os conteúdos situados no capítulo 12. Nele você observará que, na virada do século XIX para o século XX, algumas descobertas voltaram a revolucionar os princípios da ciência, originando questões referentes à epistemologia - a teoria que se dá o conhecimento - é o que se chama de a “crise da ciência”. Nesse período, a matemática e a física clássica foram revolucionadas por novas descobertas que romperam os modelos já estabelecidos. Muitas certezas foram abaladas, fazendo surgir novos questionamentos e reavalia- ções dos critérios de verdade e da validade dos métodos e teorias científicas. Sendo assim, a filosofia da ciência se debruçou sobre essas questões. A questão da neutralidade da ciência é importante, pois o conhecimento científico não é neutro e o seu uso é menos neutro ainda. A produção científica se insere no conjunto de interesses das sociedades. É direcionada por verbas e financiamentos vinculados a objetivos dos grupos que exercem poder social. Tema 7 Ética e Filosofia Aborda os conteúdos situados no capítulo 13. Nele você observará que embora os termos ética e moral sejam, algumas vezes, usados como sinônimos, é possível fazer uma distinção entre eles. A palavra moral vem do latim mos, mores, “costumes”, e se refere ao conjunto de normas que orientam o comportamento humano tendo como base os valores próprios de cada cultura. São questões relativas à moral: O que devo fazer para ser justo? Quais valores devo escolher para guiar minha vida?, etc. Já a palavra ética vem do grego ethikos, “modo de ser”, “comportamento”, e se aplica à disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas morais elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das normas e proibições próprias a cada um. Nesse sentido, a ética é uma disciplina teórica sobre uma prática humana, que é o comportamento moral, e busca aplicar o conhecimento sobre o ser para construir aquilo que deve ser. As normas morais e as normas jurídicas são criadas pelos membros da sociedade e ambas possuem como obje- tivo regulamentar as relações sociais. Há alguns aspectos comuns entre elas: devem ser seguidas por todos os indivíduos da sociedade, buscam uma melhor convivência social, orientam-se pelos valores culturais próprios de cada grupo, têm um caráter histórico, ou seja, mudam de acordo com as transformações histórico-sociais. Porém, existem diferenças: as normas morais são cumpridas a partir da convicção individual de cada indivíduo e é mais ampla, atingindo diversos aspectos da vida humana. Já as normas jurídicas se aplicam na legislação e se restringem a questões específicas nascidas da interferência de condutas sociais. 127
  • 16. Tema 8 Filosofia Política e Estética Aborda os conteúdos situados nos capítulos 14 e 15. Neles você observará que o termo política vem do grego polis (“cidade-Estado”) e designa, desde a Antiguidade, o campo da atividade humana que se refere à cidade, ao Estado, à administração pública e ao conjunto dos cidadãos. Os vínculos entre filosofia e política existem desde a origem do pensamento filosófico. A filosofia política pode ser definida como o campo de reflexão filosófica que, historicamente, se ocupou do fenômeno político e das características que o distinguem dos demais fenômenos sociais, analisando as ins- tituições e práticas das sociedades políticas existentes, refletindo sobre a melhor maneira de se construir as sociedades futuras. O poder é um tema central dentro da filosofia política e se refere à capacidade, força ou recurso para produzir certos efeitos. Segundo Bertrand Russell (1872-1970), “poder é a posse dos meios que levam à produção de efeitos desejados”. Sendo assim, o indivíduo que detém esses meios tem a capacidade de exercer influência ou domínio e alcançar os efeitos que desejar. O fenômeno do poder é dividido em duas categorias: o poder do homem sobre a natureza e o poder do ho- mem sobre outros homens. A filosofia política investiga o poder do homem sobre outros homens - o poder social. Mas também se preocupa com o poder sobre a natureza. Muitos estudiosos procuraram entender uma das mais complexas instituições sociais criadas e desenvolvidas pelo homem ao longo da história: o Estado. Max Weber (1864-1920) caracteriza o Estado por ser uma “insti- tuição política que, dirigida por um governo soberano, reivindica o monopólio do uso legítimo da força física em determinado território, subordinando os membros da sociedade que nele vivem.” Duas correntes de pensamento destacaram as funções do Estado: a corrente liberal e a corrente marxista. Para o pensamento liberal, o Estado deve promover a conciliação dos grupos sociais, amortecendo os choques dos setores divergentes para evitar a desagregação da sociedade. É função do Estado alcançar a harmonia entre os grupos rivais, preservando os interesses comuns. Entre os pensadores liberais clássicos estão: John Locke e Jean-Jacques Rosseau. Já para o pensamento marxista, o Estado não é um simples mediador de grupos rivais, pois entre eles se con- figura a luta de classes. O Estado é uma instituição que interfere nessa luta de modo parcial, quase sempre to- mando partido das classes sociais dominantes. É sua função tomar partido das classes dominantes, garantindo o domínio de classe. Os fundadores dessa corrente são: Karl Marx e Friedrich Engels. O termo estética vem da palavra grega aisthetiké e se refere a tudo aquilo que pode ser percebido pelos sentidos. Para Kant, a estética é o estudo das condições da percepção pelos sentidos. Seu principal objeto de investigação é o fenômeno artístico que se traduz na obra de arte. O ser humano pode fazer juízos de fato (dizer o que são as coisas) e juízos de valor (julgar se determinada coisa é boa, ruim, agradável, bonita, feia). Entre os juízos de valor podemos distinguir o juízo moral e o juízo estético, sendo o juízo estético um conceito importante dentro da estética filosófica. Os filósofos que se dedi- caram à investigação do que é beleza se dividem em duas crenças: 1) a beleza é algo que está objetivamente nas coisas; 2) a beleza é um juízo subjetivo, pessoal e intransferível das coisas. São as concepções idealistas e empiristas, respectivamente. ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambiente virtual do curso. Consulte seu professor-tutor para maiores informações. 128
  • 17. Tema 1 O ser humano Objetivos de aprendizagem • Conhecer as questões introdutórias da Filosofia, Ciências Humanas e Sociais, tais como a visão do ser hu- mano como ser social, cultural e histórico, a diferenciação dos homens e dos animais, ou seja, da cultura e da natureza; • Reconhecer e compreender o conceito de trabalho como atividade típica do homem ao longo da história e das diferentes culturas, bem como a relação do homem moderno com seu trabalho por meio da alie- nação que afeta milhões de trabalhadores nas sociedades contemporâneas; • Identificar o estudo do aspecto da consciência, a esfera do saber, como um dos aspectos fundamentais da existência humana e da convivência social e a importância do seu conhecimento para o profissional do serviço social junto para às comunidades. Para início de conversa Você já parou para pensar o que é o “ser humano”? O que o torna tão diferente ou singular? Diferentemente dos outros animais e seres que habitam nosso planeta, os homens não são apenas seres biológicos produzidos pela natureza. Os homens são também seres culturais que modificam o es- tado de natureza, ou seja, o modo de ser, a condição natu- ral das coisas, definida natureza. Alguns estudiosos afirmam que a diferença entre natureza e cultura está na linguagem, enquanto outros ressaltam a construção de instrumentos de trabalho. Outro aspecto importante da existência humana e da convi- vência social, além da cultura e do trabalho, é a consciência, o desenvolvimento dessa atividade mental que nos permite estar no mundo com algum saber. Por dentro do tema A Filosofia, as Ciências Humanas e Sociais possuem uma visão bastante particular do ser humano como um ser social, cultural e histórico. O ser humano possui como característica a capacidade de aprender, inventar, perceber, interpretar e comunicar o que percebeu, além de transformar a si mesmo e o que está ao seu redor. Ocorre no ser humano uma síntese de características hereditárias, adquiri- das, aspectos individuais e sociais. A cultura pode ser considerada um amplo conjunto de conceitos, símbolos, va- lores e atitudes que modelam a vida em sociedade. Envolve o que pensamos, fazemos e temos, como membros de um grupo social. Nesse sentido, todas as sociedades humanas, desde a pré-história aos dias atuais, possuem uma cultura. 129
  • 18. Entendemos por trabalho toda atividade na qual o ser humano utiliza sua energia para satisfazer necessidades ou atingir determinado objetivo. É uma atividade tipicamente humana, porque implica a existência de um projeto mental que modela uma conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo. Outra atividade que envolve características mentais do homem é o processo de conscientização, que faz do ser humano um ser dinâmico, que consegue olhar tanto para si mesmo, quanto para os objetos exteriores - a dimensão da alteridade. 130
  • 19. Filosofia Aplicada Tema 1 - Atividades ao Serviço Social Agora, é com você! Responda às questões Atividades a seguir para conferir o que aprendeu! INSTRUÇÕES As atividades sobre “o Ser Humano” devem ser Questão 1 realizadas em duplas. Para isso, além da atenção aos conteúdos dados em aula referentes a este Reflita sobre o conceito de cultura e justifique a tema, é importante a leitura e debate dos três seguinte afirmação: primeiros capítulos do livro-texto da disciplina. “Cada pessoa é, em grande medida, a criação diária e constante da cultura em que vive.” (COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: Ponto de partida História e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006, p.17). Leia, reflita e interprete sobre a seguinte afirma- ção: “Todas as sociedades humanas, da pré-história aos dias atuais, possuem uma cultura. E cada cultura tem seus próprios valores e sua própria verdade.” (COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006, p.17). Questão 2 Reflita sobre exemplos da cultura brasileira que possam demonstrar como ela é distinta e abar- ca muitas particularidades. 131
  • 20. Filosofia Aplicada Tema 1 - Atividades ao Serviço Social Questão 3 Questão 5 O trabalho consiste numa atividade tipicamente A ideologia se refere ao conjunto de ideias que humana e faz parte da vida social. Qual a pers- dissimulam a realidade, pois mostram coisas de pectiva de Karl Marx sobre o trabalho? maneira parcial ou distorcida em relação ao que elas são. Reflita sobre a importância do “exercí- cio de estranhamento” perante o senso comum e os dados vistos como naturais. Questão 4 Explique o que é o processo de alienação. Questão 6 (Prefeitura São Luiz-MA, Concurso Filosofia, 2007). “O pior analfabeto é o analfabeto polí- tico. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da fa- rinha, do aluguel, do sapato dependem de deci- sões políticas.” Bertold Brecht . A partir da leitura do trecho acima, marque a opção que reflete o estado desse homem não- politizado. a) Desolação e descrença. b) Alienação e indiferença. c) Insatisfação e acomodação. d) Preocupação e ingenuidade. e) Desamparo e incompreensão. 132
  • 21. Filosofia Aplicada Tema 1 - Atividades ao Serviço Social Questão 7 Questão 10 (Prefeitura Barueri-SP, Concurso Filosofia, 2006). (Secretaria de Administração- Estado do Tocan- O que faz a diferença entre a memória do com- tins, Cesgranrio, 2009). putador e a memória do ser humano é que a se- Em uma aula de Filosofia, o professor trabalha gunda é: com os textos apresentados a seguir. a) vazia de recordação, e recordar vem do latim “Não podemos esquecer que toda prática so- (recordis) e significa tornar a passar pelo co- cial tem como ponto de partida a ideologia. Ela ração. impregna tudo, até a própria ciência. Por isso, b) “encharcada” de emoção. O ser humano tem é preciso cuidado ao filosofar, porque, sem o recordações. O humano é fruto da articula- percebermos, podemos estar sendo governados ção da razão, da imaginação, da memória e pela ideologia, ideias que, a priori, já estão em da emoção. nossas mentes”. c) só aparência, e as aparências enganam e nos TELES, Maria Luiza S. Filosofia para jovens, Petró- afastam das essências. polis: Vozes, 1996, p. 70. d) ocultadora da essência, pois está carregada “Meu partido de emoções. É um coração partido e) semelhante a um filme, não nos leva ao estu- E as ilusões do das causas. Estão todas perdidas (...) Meus heróis Morreram de overdose Questão 8 Meus inimigos Estão no poder Ideologia! (Governo do Estado do Ceará- CESPEUnb, 2009) Eu quero uma prá viver”. Para Marx, as forças produtivas são: Cazuza e Roberto Frejat. (CD “O poeta está a) a terra e o trabalho humano. vivo”). b) a natureza, o trabalho humano e a técnica. O professor pede a três estudantes uma defini- c) os meios de produção e a força de trabalho. ção do tema central da aula e recebe as seguin- tes respostas: d) os meios de produção e as relações de produ- ção. Ana - Ideologia é um sistema de ideias para expli- car a realidade, e todos nós precisamos de uma. Rodrigo - A ideologia governa, como um parti- do, o nosso pensamento e a nossa ação. A filoso- Questão 9 fia pode revelar essa forma de comando. Carlos - Ideologia é uma maneira de conhecer a (Governo do Estado do Ceará- CESPUnb, 2009). verdade e a falsidade das coisas, que pode ser verdadeira ou falsa, boa ou negativa. Para Marx, a medida do valor é determinada: Dos textos apresentados e das respostas obtidas, a) pela lei da oferta e da procura. conclui-se que: b) pelo tempo de trabalho socialmente necessá- a) Carlos define a temática de maneira coerente rio para a produção de um valor de uso. e justificada. c) pelo desenvolvimento das forças produtivas. b) Rodrigo foi o único a definir a proposta te- d) pela relação entre o capital investido e a taxa mática do professor. de lucro aferida. c) Ana não articula, em sua definição, os dois textos propostos em aula. 133
  • 22. Filosofia Aplicada Tema 1 - Atividades ao Serviço Social d) Ana e Carlos não definem a temática central da aula. e) Ana e Rodrigo definem, com coerência, a proposta temática da aula. AMPLIANDO O CONHECIMENTO Quer saber mais sobre esse assunto? Então, con- sulte: Disponível em: • <www.consciencia.org>, é um site de estudo, pesquisa e ensino sobre Filosofia e Ciências Hu- manas. • <http://www.revistaindice.com.br>, a Revista Índice é um periódico online de Filosofia que abrange também outras áreas das ciências hu- manas. Sugestões de artigos científicos: • IANNI, Octavio. Tipos e Mitos do Pensamento Brasileiro. In: Revista Brasileira de Ciências So- ciais. v.17 n.49 São Paulo ,2002. (Disponível em : http://www.scielo.br) • DUBZ, Georges. História Social e Ideologia das Sociedades. Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1976. FINALIZANDO Nesta disciplina você viu que as atividades pro- postas no Tema 1 “O Ser Humano” visaram o aprofundamento dos conceitos introdutórios da Filosofia, das Ciências Humanas e Sociais. Enxer- gar o ser humano por um viés cultural, social e histórico por meio de questões importantes tais como: o conceito de cultura, de trabalho e de consciência. Os conceitos de alienação e ideolo- gia também estiveram presentes por intermédio das questões objetivas e dissertativas. Dessa maneira, o estudo e a fixação do temas relevantes na compreensão da realidade social, cultural, política e filosófica por meio dos exer- cícios apresentados só vêm a acrescentar na for- mação intelectual e crítica dos profissionais en- volvidos com o Serviço Social. 134
  • 23. Tema 2 O conhecimento Objetivos de aprendizagem • Oferecer ao aluno as noções básicas para entender os chamados “problemas filosóficos”, entre eles o conhecimento, que desde a antiguidade grega consiste em um assunto de grande interesse para a Filosofia; • Compreensão dos principais questionamentos que envolvem a Teoria do Conhecimento e suas vertentes filosóficas. Para início de conversa Você já parou para pensar o que é o conhecimento? O ser humano vive, desde os seus primórdios, em busca de ques- tionamentos que envolvem a compreensão de si e do mun- do a sua volta. Isso levou muitos pensadores a questiona- rem sobre a capacidade de entender dos indivíduos - é o que dentro da Filosofia chama-se Teoria do Conhecimento. A Teoria do Conhecimento somente foi assim denominada e tratada como uma das disciplinas centrais da Filosofia a partir da Idade Moderna. Entre os filósofos que colabo- raram para isso estão: René Descartes (1596-1650), John Locke (1632-1704) e Immanuel Kant (1724-1804). Por dentro do tema Foi visto que desde a antiguidade grega os filósofos possuíam a preocupação com o conhecimento, com a investigação sobre as condições do conhecimen- to verdadeiro. É o que chamam de Teoria do Conhecimento. Cada Teoria do Conhecimento constitui uma reflexão filosófica para compre- ender as origens, possibilidades, fundamentos, extensão e valor do conheci- mento. E existem inúmeras vertentes filosóficas que procuram entender tais questões. O realismo acredita que as percepções que temos dos objetos são reais, isto é, correspondem de fato às características presentes na realidade. Já para os idealistas, a percepção da realidade é construída pelas nossas ideias, pela nossa consciência. O ceticismo e o dogmatismo são duas correntes opostas na filosofia a respeito das possibilidades do conhecimento humano. O ceticismo diagnostica a impossibilidade de conhecermos a verdade e o dogmatismo defende de forma categórica a possibilidade de atingirmos a verdade. O criticismo é uma tentativa de superação do impasse entre o ceticismo e o dogmatismo; trata de uma posição crítica diante da possibilidade do conhecimento. 135
  • 24. Outro problema central da Teoria do Conhecimento é de onde se originam as ideias, os conceitos, as re- presentações? Há varias correntes filosóficas como por exemplo o empirismo, o racionalismo, o apriorismo kantiano. O empirismo defende que todas as nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensórias (visão, audição, paladar, tato, olfato). O racionalismo afirma que a experiência sensorial é uma fonte de erros sobre a realidade do mundo, sendo que somente a razão humana pode atingir o conhecimento verdadeiro e os princípios lógicos são inatos, ou seja, já estão na mente do homem desde o seu nascimento. O apriorismo kantiano elaborado por Kant afirma que todo conhecimento começa com a experiência, mas que a experiên- cia não dá conta sozinha, é preciso um trabalho do sujeito para organizar os dados da experiência. Para Kant, a experiência fornece a matéria do conhecimento, enquanto a razão organiza essa matéria de acordo com suas estruturas existentes a priori no pensamento. 136
  • 25. Filosofia Aplicada Tema 2 - Atividades ao Serviço Social Atividades Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu! INSTRUÇÕES As atividades sobre o tema de “O Conhecimen- Questão 1 to” dentro das vertentes filosóficas devem ser realizadas individualmente como uma forma de estimular a fixação dos conteúdos vistos durante Foi visto que o problema do conhecimento é um as aulas e os estudos independentes. dos temas centrais da Filosofia. Explique por quê. Ponto de partida De acordo com John Locke, ao nascermos a men- te humana é como um papel em branco, despro- vida de ideias. Comente o que esta frase quer dizer, no contexto da Teoria do Conhecimento, e identifique a corrente filosófica a que pertence. Questão 2 Qual é a diferença entre idealismo e realismo? 137
  • 26. Filosofia Aplicada Tema 2 - Atividades ao Serviço Social Questão 3 Questão 5 Explique a diferença entre ceticismo e dogma- O apriorismo kantiano busca um meio-termo en- tismo. tre o empirismo e o racionalismo. Explique esta afirmação. Questão 4 Como o criticismo foi criado? Questão 6 (Seduc-MT- Unemat-2010) A Filosofia oferece resposta à seguinte questão: a razão é algo próprio do ser humano ou adqui- rida pela experiência? Uma das possíveis respostas é a de que o homem, ao nascer, traz, em sua inteligência, não só os princípios racionais, mas também algumas ideias verdadeiras. A resposta acima corresponde a qual perspectiva filosófica? a) Inatismo. b) Fenomenologia. c) Existencialismo. d) Empirismo. e) Estruturalismo. 138
  • 27. Filosofia Aplicada Tema 2 - Atividades ao Serviço Social 4. O conhecimento tinha, para Descartes, li- Questão 7 mites que eram dados pelos sentidos que apreendem seus objetos (mundo exterior ou operações da mente) e pode-se dizer que era (Seduc-MT-Unemat-2010) limitado, também, pelo objeto, já que toda e “A razão humana não é somente razão teórica, qualquer ideia dele depende. ou seja, capaz de conhecer, mas também razão São corretas as afirmativas: prática, capaz de determinar a vontade e a ação a) 1, 2, 3 e 4. moral. Trata-se, portanto, de mostrar que a ra- zão é suficiente por si só (sem o auxílio de im- b) 2 e 4, somente. pulsos sensíveis) para mover a vontade, porque c) 1 e 3, somente. apenas neste caso podem existir princípios mo- d) 2 e 3, somente. rais válidos sem exceção para todos os homens, ou seja, leis morais universais”. (In: REALE, Giovani. História da Filosofia: De Spi- nosa a Kant, v.4 São Paulo: Paulus, 2003, pág. Questão 9 376). Essas afirmações correspondem às reflexões filo- (Fundação Educacional Araçatuba-FEA-SP-2008). sóficas de qual pensador? Teoria epistemológica que afirma a radical deri- a) Jean-Jacques Rousseau. vação, direta ou indireta, de todo conhecimento b) David Hume. da experiência sensível, seja ela interna ou ex- terna: c) Benedito Spinosa. a) Racionalismo. d) Thomas Hobbes. b) Iluminismo. e) Immanuel Kant. c) Postulado. d) Empirismo. Questão 8 (Escola Bosque - Universidade da Amazônia- Questão 10 2008). Dentre as correntes da filosofia moder- na, destaca-se, na França, o Racionalismo, de (Fundação Educacional Araçatuba-FEA-SP-2008). René Descartes, que se apresentou como uma São as duas grandes orientações da teoria do co- resposta ao problema gnosiológico do século nhecimento: XVII. Analise as afirmativas e indique qual a fon- a) Física e Metafísica. te verdadeira e determinante do conhecimento b) Ação e Reação. humano. c) Racionalismo e Empirismo. 1. Descartes afirmava que tudo que conhece- mos, que todas as ideias que temos, são ad- d) Crítica e Autocrítica. quiridas, derivam da experiência. 2. O Racionalismo de Descartes acreditava na possibilidade de se conhecer e de se chegar à verdade somente pela recuperação da razão. 3. Descartes chega à crença na razão através de um processo em que, usando a dúvida como procedimento metódico, a estende a tudo o que o cerca. 139
  • 28. Filosofia Aplicada Tema 2 - Atividades ao Serviço Social AMPLIANDO O CONHECIMENTO Você quer saber mais sobre esse assunto? En- tão, consulte: Disponível em: • <http://www.pucsp.br/pos/filosofia/Pragmatis- mo/cognitio_estudos/cognitio_estudos.htm>, é o site da Revista Eletrônica Cognitio-Estudos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. • <http://criticanarede.com> é o site de uma re- vista de Filosofia que aborda vários temas como: ciência, filosofia e epistemologia, entre outros. Sugestão de artigos científicos: • CHISHOLM, Roderick. O que é Teoria do Co- nhecimento. Disponível em: <http://cfh.ufsc. br/~wfil/chisholm.htm>. • DUCLÓS, Miguel. A crítica de Platão ao tea- tro e a Homero como educador. Disponível em: <htpp://www.consciencia.org.br/artigos.shtml>. FINALIZANDO Nesse tema você viu que abarcar a problemáti- ca da “Teoria do Conhecimento” e suas verten- tes filosóficas foi o foco das questões objetivas e dissertativas que compuseram as atividades. Dessa forma, a fixação deste conteúdo por meio de tais atividades é importante para os profis- sionais de Serviço Social por ser uma comple- mentação na formação reflexiva e crítica, que é esperada desses futuros profissionais. 140 21
  • 29. Tema 3 História da Filosofia Objetivos de aprendizagem • Oferecer ao aluno condições para um entendimento introdutório das principais vertentes filosóficas de acordo com a tradição histórica; • Informar aos alunos sobre o modo como cada filósofo, em épocas históricas distintas, emprega uma lin- guagem conceitual própria e formula seus próprios problemas filosóficos, a partir de temas, problemas e conceitos que lhes são precedentes; • Desenvolver habilidades de compreensão das vertentes filosóficas e sua relação com a história, chaman- do atenção para o fato de que a filosofia se realiza de acordo com uma tradição histórica, pela discussão com uma tradição que lhe é anterior, retomando-a, transformando-a e redefinindo-a. Para início de conversa Você já ouviu falar em Zeus, Atena, Hera ou no mito de Édi- po que matou o pai e casou-se com a própria mãe? Essas histórias são chamadas de mitologias e foram criadas pelos gregos como forma de explicação sobre a origem dos homens e do universo. Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia entre os séculos VI e VII a.C., promovendo a passa- gem do saber mítico - baseado na mitologia grega - ao pensamento racional - baseado na razão humana. Porém, esse processo foi longo e sem um rompimento total com as formas de conhecimento do passado. Por dentro do tema O momento histórico da Grécia antiga em que se afirma a utilização da razão em contraposição à explicação mítica dos homens e do universo está vincu- lado ao surgimento da pólis - organização social e política desenvolvida entre os séculos VIII e VI a.C. A cidade-Estado grega era dirigida pelos cidadãos, sendo criação dos homens e não dos deuses. Isso abriu espaço para reflexão de forma racional, além da prática constante da discussão política em praça pública pelos cidadãos. Com o tempo, todas as outras questões passaram a ser refletidas de acordo com a razão. A filosofia grega nasce com o período pré-socrático, ou seja, anterior à Sócra- tes - um grande filósofo, e abrange as reflexões de Tales de Mileto (623-546 a. C.) até o aparecimento de Sócrates (468-399 a.C.). Diversas foram as ver- tentes filosóficas a partir de então, inúmeros filósofos foram surgindo ao longo da história, cada um tomando como base os pensamentos precedentes para formular pensamentos únicos e distintos. 141
  • 30. Filosofia Aplicada Tema 3 - Atividades ao Serviço Social Atividades Questão 1 INSTRUÇÕES O que é mitologia grega e qual sua relação com As atividades relacionadas ao tema “História da o pensamento filosófico? Filosofia” devem ser realizadas em dupla. Para isso, além do conteúdo das aulas é necessária a leitura dos capítulos 5, 6, 7 e 8 do livro-texto, bem como a discussão e fomentação de debates com os demais alunos. Ponto de partida A filosofia nasceu na Grécia entre os séculos VI e VII a. C. promovendo a passagem do saber míti- co ao saber racional. Porém essa passagem não ocorreu de forma brusca, havendo ainda ele- mentos míticos em algumas explicações. Reflita sobre isso, tomando como base os primeiros fi- lósofos gregos - Tales, Anaximandro e Anaxíme- nes que caracterizaram o período pré-socrático. Questão 2 O que se entende por período pré-socrático? Quais eram suas preocupações filosóficas? Agora, é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu! 142 23
  • 31. Filosofia Aplicada Tema 3 - Atividades ao Serviço Social Questão 3 Questão 5 Comente a importância dos sofistas e suas preo- (Ministério da Educação-ENADE-CESPE-2005). cupações filosóficas. Quem duvida que vive, recorda, compreende, quer, pensa, sabe e julga? Pois, se duvida, vive; se duvida de onde vem sua dúvida, recorda; se duvida, compreende que está duvidando; se du- vida, quer estar certo; se duvida, pensa; se duvi- da, sabe que não sabe; se duvida, julga que não convém consentir temerariamente. E embora se possa duvidar de muitas coisas, dessas não se pode duvidar, porque, se não existissem, de nada se poderia duvidar. Santo Agostinho. Tratado sobre a Trindade. Relacione esse texto de Agostinho com a afir- mação dos céticos de seu tempo, os quais diziam que nós não temos certeza de coisa alguma. Questão 4 Analise e defina as diferenças de método entre Platão e Aristóteles. Questão 6 (Seduc-MT-UNEMAT-2010). Em meados do século V, em Atenas, um grupo de intelectuais escan- dalizou os filósofos da época ao fazer do saber, profissão, oferecendo aulas de retórica e de elo- quência aos jovens da classe dirigente, que pre- tendiam dedicar-se à carreira política. Como se chamou esse grupo? 143
  • 32. Filosofia Aplicada Tema 3 - Atividades ao Serviço Social a) Eleatas. a) A essência do ser humano, ou de qualquer b) Monistas. outro objeto do conhecimento não é desven- dada no próprio ser humano ou no objeto c) Pitagóricos. que esteja sendo investigado. d) Sofistas. b) O ser real é constituído de dois coprincípios e) Socráticos. que são indissociáveis, sendo que um expres- sa a potência para ser e o outro a atualização do ser. Questão 7 c) O mundo externo do sujeito é compreendido a partir do mundo racional, baseado em dois princípios. (Seduc-MT-UNEMAT-2010). Considerando o d) O ser verdadeiro é abstrato e não representa núcleo da reflexão filosófica de Platão, leia os a realidade concreta do ser dual. enunciados. e) As mutabilidades visíveis no cotidiano das I. Platão propõe a organização ideal do Estado coisas e da vida são perfeitamente concilia- segundo sua compreensão ontológica e ética das com a idéia de ser. do mundo e da vida. II. Para Platão, o Estado deve garantir a harmo- nia para que todos os cidadãos possam puri- ficar sua alma e chegar à sabedoria, que é o Questão 9 caminho do retorno ao mundo das essências, ao mundo divino. (Instituto Federal do Pará-AOCP-2009). O século III. À semelhança da alma humana, Platão orga- XVIII é conhecido como Século das Luzes, Ilumi- nizou o estado em duas classes - dos artesões nismo ou Ilustração. Como as próprias designa- e dos filósofos. ções sugerem, o que caracteriza esse movimento IV. Para que reine a paz e a harmonia no Estado, de ideias é a valorização do homem e a defesa segundo Platão, cada classe deve realizar o da autonomia da razão em face dos argumentos seu papel, todas agindo em vista do mesmo tirados da autoridade e da tradição. fim: o bem e a justiça. Sobre o Iluminismo, assinale abaixo a alternativa Com base nos enunciados, assinale a alternativa correta. correta. a) Podemos falar do Iluminismo como um movi- a) Apenas III está correta. mento absolutamente homogêneo. Quando b) Apenas II e IV estão corretas. falamos em Iluminismo, portanto, estamos c) Apenas IV está correta. nos referindo a uma doutrina sistemática sus- cetível de ser exposta como um todo uno e d) Apenas I, II e IV estão corretas. coerente. e) Todas estão corretas. b) Esse movimento de ideias ocorreu apenas em um país da Europa, a França. Seus repre- sentantes maiores são Voltaire, Diderot e os enciclopedistas. A publicação da Enciclopédia Questão 8 caracterizou-se pela erudição com que seus verbetes foram escritos, o que inviabilizou (Prefeitura Municipal de São Luiz-MA-FSADU- sua divulgação. UFMA-2007). Aristóteles, filósofo da Idade An- c) Esse movimento se difundiu em vários países tiga, centrou sua atenção numa questão essen- da Europa, englobando uma grande varie- cial do filosofar - o ser - partindo do real como dade de escolas e pensadores. Achamo-nos substância, para compreendê-lo, e daí formular diante de um movimento de ideias que se entendimento sobre o conhecer e o agir. Indi- manifesta por meio de uma grande varieda- que a alternativa abaixo que revela o seu proje- de de obras distintas que, no entanto, parti- to filosófico. cipam de um mesmo “espírito” comum e de uma mesma atmosfera cultural. 144
  • 33. Filosofia Aplicada Tema 3 - Atividades ao Serviço Social d) Para os filósofos das Luzes há apenas uma AMPLIANDO O CONHECIMENTO autoridade que não pode ser regida pelos Quer saber mais sobre esse assunto? Então, con- domínios da razão: a esfera moral, pois é ela sulte: a principal responsável por dirigir e organi- zar a vida em sociedade, sendo fundamen- Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br> tada não na razão, mas nos princípios da – Um site do Instituto Humanitas Unisinos que liberdade, fraternidade e igualdade. abarca vários temas das ciências humanas e so- ciais. e) Novos domínios, novos territórios vão sen- do descobertos pela Ilustração no mapa do • <http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/ saber. A atenção dos filósofos se volta para materiais/> - Site da Revista On-line do Arquivo este mundo, a imanência religiosa cede lu- Público de São Paulo. gar à transcendência da razão. Sugestão de Bibliografia Complementar: • CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Edito- Questão 10 ra Ática, 1996. Disponível em: <http://cfh.ufsc. br/~wfil/convite.pdf>. (Prefeitura Municipal de São Luiz-MA-FSADU- UFMA-2007). No período da Idade Média em FINALIZANDO que a Escolástica se desenvolveu de maneira Neste tema você viu que as atividades sugeri- mais fecunda, identifica-se a filosofia aristoté- das buscaram o aprofundamento de questões lico-tomista que utiliza, tanto as luzes da razão e conceitos que envolvem desde o nascimento divina quanto as luzes da razão natural. da filosofia, com o período pré-socrático, até a Diante desta assertiva, assinale a alternativa formação da filosofia na Idade Moderna. Foram que evidencia essa visão filosófica. vários filósofos e inúmeras correntes filosóficas a) A “Suma Teológica” de São Tomás de Aqui- estudados e o conhecimento ampliado por ques- no representa a mais alta expressão da pos- tões objetivas e dissertativas. sível conciliação entre a fé e a razão. Sendo assim, o objetivo foi suprir a necessidade b) O conteúdo das verdades da revelação divi- de compreensão das vertentes filosóficas, por na é contrário às verdades oriundas da ra- intermédio de uma perspectiva histórica que zão. abarcasse as vertentes filosóficas desde seu nas- c) Na Baixa Idade Média começam a haver mu- cimento. danças fundamentais no campo da cultura, todavia não se constata o desenvolvimento do gosto pelo racional. d) Crer para compreender é o lema que norteia a base doutrinária do dogma cristão ao lon- go do pensamento tomista. e) Diferentemente da Alta Idade Média, a filo- sofia cristã escolástica defende as verdades teológicas que predominam sobre a verda- de intelectiva. 145
  • 34. Tema 4 Filosofia Moderna Objetivos de aprendizagem • Desenvolver habilidades de compreensão da Filosofia Moderna; • Introduzir o aluno ao conhecimento dos fundamentos teóricos e principais filósofos dos séculos XVII e XVIII que formularam diversas epistemologias sobre o conhecimento. Para início de conversa Thomas Hobbes, René Descartes, John Locke, George Berkeley, David Hume, Montesquieu, Voltaire, Rosseau, Adam Smith, Immanuel Kant são alguns dos grandes nomes que caracterizam o pensamento filosófico na Idade Moderna (XV-XVIII). Você sabia que as duas correntes de investigação - a empi- rista e a racionalista - retomaram a reflexão sobre o conhe- cimento? O racionalismo moderno teve René Descartes como expoente a partir da tese das ideias inatas (nascem com o indivíduo) - o inatismo, que teve como defensores Platão na Antiguidade, Santo Agostinho na Idade Média e Descartes na Filosofia Moderna. Em contraposição estão os empiristas modernos que defendem a experiência sensível como ponto de parti- da - Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume. Outro ponto de destaque são os filósofos iluministas, com reflexões importantes sobre a vida social e a experiência humana. Por dentro do tema A expansão capitalista dos séculos XVII-XVIII corroborou para a ascensão da burguesia. Nessa época, imperava na Europa a confiança de que a razão seria o principal instrumento do homem na vida social. É também nessa época que ocorre a Revolução Industrial e o nascimento da ciência moderna, juntamente com o crescimento de diversas especialidades - como a química, a física e a matemática. Expandiu-se a crença na razão, na ciência e na tecnologia, como formas de impulsionar o homem e a sociedade para a verdade e o progresso. A partir dessas mudanças de paradigmas surgiu um movimento cultural cha- mado de Iluminismo ou Filosofia das Luzes (século XVIII). Os filósofos iluminis- tas acreditavam na capacidade humana e na razão, com a proposta de libertar o homem dos medos irracionais, superstições e crendices que marcaram a Idade Média. Para isso, eles formularam diversas doutrinas críticas e analíticas aos diversos campos da atividade humana. 146
  • 35. Filosofia Aplicada Tema 4 - Atividades ao Serviço Social Atividades INSTRUÇÕES As atividades referentes ao tema “Filosofia Mo- derna” devem ser realizadas individualmente. Para isso, é importante a leitura atenta do capí- tulo 9 do livro-texto. Ponto de partida O que foi o Iluminismo e quais são seus princi- pais pensadores? Questão 2 Conceitue as idéias de George Berkeley. Agora, é com você! Responda às questões a se- guir para conferir o que aprendeu. Questão 1 Explique quais as diferenças entre as correntes empiristas e racionalistas e diga quais foram seus principais expoentes. 147
  • 36. Filosofia Aplicada Tema 4 - Atividades ao Serviço Social Questão 3 Questão 5 Explique a teoria do conhecimento de David (Ministério da Educação-ENADE-CESPE-2005). Hume. Uma ação praticada por dever tem o seu valor moral, não no propósito que com ela se quer atingir, mas na máxima que a determina; ela não depende, portanto, da realidade do objeto da ação, mas somente do princípio do querer se- gundo o qual a ação, abstraindo-se de todos os objetos da faculdade de desejar, foi praticada. I. Kant. Fundamentação da Metafísica dos Costu- mes (com adaptações). Com base no fragmento de texto acima, analise as relações entre vontade, liberdade e agir moral em Kant. Questão 4 Uma das questões mais importantes de Kant foi a respeito do conhecimento. Explique. Questão 6 (Prefeitura Municipal de São Luiz-MA-FSADU- UFMA-2007). Rousseau, um dos filósofos críticos de seu tempo, tratou, com muita pertinência, de questões sociais, políticas e educacionais. Desta- ca-se sua relevante contribuição, por ter promo- vido a “Revolução Copernicana” na educação, deixando como lição o otimismo pedagógico. 148
  • 37. Filosofia Aplicada Tema 4 - Atividades ao Serviço Social Tomando por base essa assertiva, assinale a res- b) As duas asserções são proposições verdadei- posta CORRETA. ras, mas a segunda não é uma justificativa a) Uma nova maneira de lidar com a natureza hu- correta da primeira. mana que possibilitou no processo da educa- c) A primeira asserção é uma proposição verda- ção: a a valorização da infância, a abertura de deira e a segunda é uma proposição falsa. espaço para as individualidades, o sentimento d) A primeira asserção é uma proposição falsa de liberdade e o relacionamento interpessoal. e a segunda é uma proposição verdadeira. b) Sua posição inovadora na política e o enten- e) Tanto a primeira como a segunda asserções dimento sobre Estado e soberania assinalam são proposições falsas. uma relação muito próxima com o propósito da educação. c) A espontaneidade e as emoções não predomi- nam sobre a razão, sobre o pensamento ela- Questão 8 borado do indivíduo em estado de natureza. d) A escola deve ser espaço de alegria, de prazer, (Ministério da Educação-ENADE-CESPE-2005). A todavia, pelas exigências quanto ao domínio mente é, como dissemos, um papel em branco, intelectivo, não propicia a cooperação entre desprovida de todos os caracteres, sem quais- os alunos. quer ideias; como ela será suprida? De onde e) A criança precisa ser considerada enquanto provém este vasto estoque, que a ativa e que a tal, desenvolver seus interesses, sua indepen- ilimitada fantasia do homem pintou com uma dência, porém é vista como miniatura do adul- variedade quase infinita? De onde apreende to- to, não sendo reconhecida como centro do dos os materiais da razão e do conhecimento? processo educativo. A isso respondo, numa palavra, da experiência. John Locke. Ensaio acerca do entendimento hu- mano ( com adaptações). Tendo como referência o texto acima, analise as Questão 7 asserções a seguir. Para Locke, a mente é uma tabula rasa e não (Prefeitura Municipal de São Luiz-MA-FSADU- contém nada inscrito antes de qualquer conta- UFMA-2007). Se queremos denominar a recepti- to do homem com a experiência, porque todo o vidade de nossa mente a receber representações material da mente é constituído exclusivamente na medida em que é afetada de algum modo, de de ideias. sensibilidade, a faculdade de produzir ela mesma Considerando as afirmativas acima, assinale a representações, ou a espontaneidade do conhe- opção correta. cimento é, contrariamente, o entendimento. (...) a) As duas asserções são proposições verdadei- Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, ras e a segunda é uma justificativa correta da e sem entendimento nenhum seria pensado. Pen- primeira. samentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas. Immanuel Kant. Crítica da Ra- b) As duas asserções são proposições verdadei- zão Pura. ras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. A partir do texto acima, analise as asserções abai- xo. c) A primeira asserção é uma proposição verda- deira e a segunda é falsa. Para Kant, pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas porque faz-se d) A primeira asserção é uma proposição falsa necessário, para que ocorra conhecimento, a sín- e a segunda é uma proposição verdadeira. tese das intuições com os conceitos. e) Tanto a primeira como a segunda asserções A propósito dessas assertivas, assinale a opção são proposições falsas. correta. a) As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da pri- meira. 149
  • 38. Filosofia Aplicada Tema 4 - Atividades ao Serviço Social AMPLIANDO O CONHECIMENTO Questão 9 Para saber mais sobre esse assunto consulte: Disponível em: (Secretaria de Estado de Educação do RJ- Fun- • <http://cafehistoria.ning.com> - Site que re- dação Escola de Serviço Público-FESP RJ-2008). úne notícias exclusivas de história, entrevistas Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, com historiadores, blogs, vídeos, grupos de es- George Berkeley e David Hume são alguns dos tudos, entre outros. mais importantes nomes da tradição empirista, • <http://www.ufjf.br/rehb> - Site da Revista corrente filosófica desenvolvida especialmente Eletrônica de História do Brasil. na Inglaterra e nos países de língua inglesa. No pensamento de Hume, é fundamental sua con- clusão sobre o que se pode chamar de “identi- Sugestão de Bibliografia Complementar: dade pessoal”. Para ele, o “eu” é definido como: • DUCLÓS, Miguel. Aspectos da Filosofia Moral a) feixe de percepções e da Política de Kant. Disponível em: <www. b) folha em branco consciencia.org/artigos.shtml>. c) substância pensante • VIEIRA, Júlia Lemos. Rosseau: o papel da pe- dagogia na manutenção da vontade geral. Dis- d) sujeito transcendental ponível em: <http://www.revistaindice.com.br>. e) espírito absoluto FINALIZANDO Questão 10 Nesse tema você viu que as questões objetivas e dissertativas tiveram como objetivo a reflexão e a fixação dos conhecimentos adquiridos sobre a (Secretaria de Estado de Educação do RJ- Funda- Filosofia Moderna. A intenção foi complemen- ção Escola de Serviço Público-FESP RJ-2008). Para tar o processo de aprendizagem de conceitos a filosofia de Kant, o conhecimento da razão importantes tais como o questionamento em- pode ser referido de dois modos a seu objeto. pirista e racionalista sobre a epistemologia do No prefácio para a segunda edição da Crítica da conhecimento; a compreensão histórica e social Razão Pura, ele então explica que há: do Iluminismo ou Século das Luzes - XVIII e tam- a) o modo teórico, visando apenas refletir sobre bém propiciar um conhecimento introdutório o objeto e seu conceito; e o modo prático, sobre os diversos filósofos iluministas. visando apenas determiná-lo. b) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando apenas refletir sobre ele . c) o modo teórico, visando realizar ou tornar real o objeto e seu conceito; e o modo práti- co, visando apenas determiná-lo. d) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando também realizá-lo ou torná-lo real. e) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo estético, visando também realizá-lo ou torná-lo real. 150