2. Controlo de pragas
Uma praga é a
abundância de
indivíduos de uma
espécie indesejável
que, invadindo os
campos de cultura,
competem com o
Homem pela obtenção
de alimentos ou
disseminam doenças.
Estima-se que cerca de 35% da produção primária
mundial de alimentos é destruída por pragas.
4. Equilíbrio dinâmico
Em ecossistemas naturais e agrossistemas de policultura, as
populações das espécies consideradas pragas encontram-se
em equilíbrio dinâmico com as populações de predadores e
de espécies patogénicas.
Os danos que causam a estes sistemas não são muito graves.
5. Ausência de equilíbrio
Em agrossistemas de monocultura, a falta de
biodiversidade limita as interacções entre diferentes
populações e as pragas tornam-se um problema grave
que é tradicionalmente combatido com a aplicação de
agentes biocidas.
6. Biocidas ou pesticidas
Um agente biocida ou pesticida é um produto
químico utilizado no controlo de pragas.
Principais agentes biocidas:
Herbicidas
Fungicidas
Inseticidas
Rodenticidas
7. Breve história dos pesticidas
A história dos pesticidas começa... na antiguidade!
Mesmo nos anos antes de Cristo os povos da China, da Grécia e
da Suméria já se tinham apercebido do efeito de alguns sais
inorgânicos no combate aos insetos nas suas colheitas.
Mais tarde aperceberam-se também que certas plantas
funcionavam perfeitamente como um veneno potente para a
maioria dos vertebrados e invertebrados, embora não tivessem
a menor ideia de quais as substâncias ativas que elas
continham.
8. O uso "oficial" de pesticidas começou no final do século XIX,
com a comercialização de alguns sais inorgânicos no combate
às espécies de escaravelhos que nessa altura afetavam as
plantações de batatas. No entanto a maioria destes sais eram
tão tóxicos para as pestes como para o Homem. E por isso
acabaram por ser abandonados uns anos depois, sendo
substituídos por compostos orgânicos. Realize a atividade da página 54
Breve história dos pesticidas
No século VII, o sulfato de nicotina
extraído das folhas da planta do
tabaco era usado como inseticida
9. O DDT - um perigo "latente”
Como seguimento aos sais inorgânicos, que se mostravam
eficientes mas demasiado tóxicos, surge em 1941 o DDT. Este
inseticida organoclorado (orgânico que contém cloro),
também conhecido como Diclorodifeniltricloroetano, pode
ser considerado o pesticida de maior importância histórica,
devido ao seu impacto no ambiente, agricultura e saúde
humana.
10. O DDT - um perigo "latente”
10
Este composto,
surpreendentemente,
demonstrava ser eficaz
contra uma vasta gama de
insetos, o que levou a uma
rápida comercialização e a
um uso vastíssimo,
abrangendo na década de
60 a aplicação para 334
variedades diferentes de
produtos agrícolas, só nos
Estados Unidos.
11. Características dos pesticidas
Espetro de ação de um pesticida:
quantidade de espécies para as
quais é tóxico. Quanto mais largo o
espetro de ação maior o número
de espécies sensíveis aos seus
efeitos.
Página 55
Persistência de um
pesticida: intervalo de
tempo que permanece
ativo, desde algumas horas,
dias ou semanas (baixa) até
alguns anos (alta).
12. Aplicação de pesticidas
A utilização de pesticidas
permite aumentar a
produtividade agrícola e
combater a expansão de
certas doenças, como a
malária e o paludismo, mas
apresenta desvantagens.
13. Aplicação de pesticidas
APLICAÇÃO DO PESTICIDA
ELIMINAÇÃO DOS NÃO
RESISTENTES SOBREVIVÊNCIA DE
RESISTENTES
PROLIFERAÇÃO DOS RESISTENTES
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14. Desenvolvimento de variedades
resistentes - o desenvolvimento
destas variedades é tão mais
rápido quanto mais curto for o
ciclo reprodutor
Desvantagens
Pode afetar outros organismos, por vezes predadores
naturais das pragas, provocando desequilíbrios nos
ecossistemas
Origina fenómenos de bioacumulação e bioampliação por
aumentar a concentração do pesticida de nível trófico para
nível trófico, ao longo das cadeias alimentares
15. Bioacumulação
A bioacumulação
consiste na absorção e
no armazenamento das
moléculas do pesticida,
em tecidos ou órgãos
específicos, numa
concentração mais
elevada do que aquela
que seria de esperar.
LEGENDA
Nº com circulo – [DDT] no respetivo compartimento (água, peixes e ave)
Nº associado a uma seta – [DDT] que se transfere de um compartimento
para outro.
16. Bioampliação
A bioampliação
consiste no aumento da
concentração do
pesticida, de nível
trófico para nível
trófico, ao longo das
cadeias alimentares –
ameaça à saúde
humana de forma
direta, por
envenenamento, e de
forma indireta, ao
longo das cadeias
alimentares.
Realizar a atividade da página 72
17. Métodos
alternativos de
controlo de pragas
Práticas de cultura alternativas
Biopesticidas
Engenharia genética
Controlo biológico
Esterilização de insetos
Uso de feromonas
Hormonas juvenis e de muda
Luta Integrada
18. Práticas de cultura alternativas
Certas práticas agrícolas permitem
reduzir os danos causados pelas
pragas, como p. ex:
rotação de culturas;
plantação de sebes em redor das
culturas, criando habitats para os
inimigos naturais das pragas;
cultivo de espécies em locais onde
não existem pragas que as atacam;
ajuste dos ciclos de cultura de forma
a fazer coincidir a altura de maior
produção com a fase do ciclo de vida
da praga em que é menos ativa;
culturas marginais, que desviam as
pragas.Página 58
19. Biopesticidas
Alguns microrganismos
produzem toxinas, específicas e
biodegradáveis, que podem ser
usadas como pesticidas
biológicos.
É o caso das toxinas Bt,
produzidas por bactérias do solo
Bacillus thuringienses, que são
aplicadas às culturas,
protegendo-as das pragas de
insetos, sem afetar outros
organismos.
Página 58
20. Engenharia genética
A tecnologia do DNA
recombinante pode ser usada
para introduzir genes nas plantas
que codificam a produção de
biopesticidas. As toxinas Bt,
quitases e lisozima são algumas
dessas substâncias com ação
pesticida.
A transformação genética permite
aumentar a especificidade,
eficiência e estabilidade dos
biopesticidas e já foi testada em
várias espécies de plantas, como o
tomateiro, o milho e o algodão.
21. Engenharia genética
A criação de plantas transgénicas torna possível:
• aumentar a produtividade das culturas;
• reduzir o impacto ambiental da aplicação de pesticidas
sintéticos.
No entanto, a transferência dos genes estranhos para espécies
selvagens pode introduzir desequilíbrios nos ecossistemas.
23. Controlo biológico
Regulação das populações
de pragas pelos seus
inimigos naturais, como
predadores, parasitas e
agentes patogénicos.
É um método de regulação
seletivo e não tóxico.
24. Quais são as principais vantagens do controlo natural
(biológico)?
Relações
Bióticas
É um método eficaz, pouco dispendioso, sem
impactes ambientais e de longa duração
Alimentam-se de outros
insetos e larvas, que
consomem grandes
quantidades de
culturas, podendo ser
libertadas pelo Homem.
Os morcegos, devem
ser preservados, pois
alimentam-se de
grandes quantidades
de insetos,
funcionando como
controlos naturais.
Algumas vespas são
utilizadas como
importantes controlos
biológicos, pois atacam
outras espécies que se
constituem como
pragas.
Joaninhas Morcegos Vespas
Controlo biológico
25. Controlo Biológico
Desvantagens:
dificuldades na seleção do
melhor inimigo natural e na sua
produção em grande escala;
maior lentidão da ação dos
inimigos naturais em relação
aos pesticidas;
risco do crescimento das
populações de inimigos naturais
podendo entrar em descontrolo
e originar novas pragas.
26. Esterilização de insetos
Machos de insetos criados em
laboratório tornados estéreis são
libertados numa zona infestada
pela sua espécie.
O seu acasalamento com as
fêmeas não produz descendência
e a população da praga diminui.
Desvantagens:
aplicação reduzida a algumas
espécies;
método dispendioso;
aplicação contínua, exigindo
grandes quantidades de machos
estéreis.
27. As feromonas são substâncias
produzidas pelos animais e que lhes
permitem estabelecer
comunicação.
Nos insetos, são libertadas em
época de acasalamento para atrair
o parceiro.
As feromonas são colocadas em
armadilhas, atraindo os insetos e
desviando-os das culturas. Podem,
também, ser utilizadas para atrair
os predadores ou parasitas
naturais.
Uso de feromonas
28. Uso de feromonas
Tem uma ação muito
específica, mas a
identificação, o
isolamento e a
produção de uma
feromona é
demorado e
dispendioso.
29. Hormonas de muda e juvenis
A larva no estádio A foi alimentada com um composto que impede a
formação de hormonas de muda, impedindo, portanto a sua
transformação no estádio B
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30. Hormonas de muda e juvenis
Estas hormonas controlam o
desenvolvimento e a reprodução dos
insetos em diferentes momentos do seu
ciclo de vida.
A aplicação de hormonas sintéticas ou
outras substâncias que interfiram com as
hormonas naturais pode impedir que se
complete o ciclo de vida do inseto.
Inibidores do Crescimento de
Insetos simulam no corpo do
insecto a presença permanente do
hormona juvenil e, assim, ele não
muda para fase seguinte tornar-se
biologicamente inviável.
Inibidores do Crescimento de
Insetos agem impedindo a
formação ou deposição da quitina
(a proteína que forma a carapaça
dos insectos), tornando-o
biologicamente inviável.
31. Luta integrada
Não tem como objetivo a erradicação das
pragas, mas a sua redução e manutenção –
gestão controlada – em níveis aceitáveis
Os programas de controlo integrado de pragas
baseiam-se no conhecimento e na avaliação
do sistema ecológico formado pela cultura,
pragas que a atacam, inimigos naturais,
condições ambientais e outras.
Associam diferentes métodos com o objetivo
de conjugar a produtividade das culturas com
redução dos riscos ambientais.
A aplicação destes programas é complexa e
demorada.
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