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Prefeitura Municipal de Florianópolis
         Secretaria Municipal de Educação
          Diretoria de Ensino Fundamental




PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
               GESTAR II




FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DOS
ANOS/SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL




                          Formadoras: Josefina da Silva Pisani
                                      Maria Letícia Naime Muza

                          Coordenadora: Rosane Immig




                 Florianópolis, 2009.
2


Sumário

Apresentação ....................................................................................................................4

Introdução .........................................................................................................................7

Histórico da RME ............................................................................................................8

Primeira viagem de formação .........................................................................................10

Recepção ao GESTAR II na RME de Florianópolis ......................................................12

Primeira dificuldade: a greve ..........................................................................................14

Estudo do TP3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 9 e 10 ...........................................15

Relatos de experiência e Oficina 5 do TP3......................................................................18

Caracterização da turma .................................................................................................21

Estudo do TP3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 11 e 12 .........................................23

Relatos de experiência e Oficina 6 do TP3......................................................................24

Estudo do TP4 – Leitura e processos de escrita I: unidades 13 e 14 ..............................28

Oficina 7 do TP4..............................................................................................................31

Estudo do TP4 - Leitura e processos de escrita I: unidades 15 e 16 ...............................34

Oficina 8 do TP4...……………………………………………………………………...36

GESTAR II – 2ª etapa.....................................................................................................37

Relatos de experiência do TP4 – Leitura e processos de escrita.....................................40

Estudo do TP5 – Estilística e coerência textual: unidades 17 e 18..................................47

Prova Floripa...................................................................................................................49

Relatos de experiência e Oficina 9 do TP5......................................................................51

Estudo do TP5 – Coesão e relações lógicas no texo: unidades 19 e 20..........................55

Relatos de experiência e Oficina 10 do TP5....................................................................57

Estudo dos TP6 – Leitura e processos de escrita II e TP1 – Linguagem e cultura.........62

Atividades de encerramento............................................................................................67
3

Considerações finais........................................................................................................68

Conclusão........................................................................................................................71

Referências……………………………………………………………………………..72

Anexo 1 – 1. Apresentação do Guia Geral .....................................................................73
         2. Cronograma das atividades realizadas .......................................................76

Anexo 2 – 1. Ficha diagnóstica ......................................................................................78
          2. Ficha de avaliação ....................................................................................79
          3. Tópicos para o relato de experiência ........................................................80
          4. Tópicos para o projeto de fim de curso ....................................................81

Anexo 3 – Sínteses do TP3, TP4 e TP5 ..........................................................................82

Anexo 4 – Textos de apoio ...........................................................................................107

Anexo 5 - Relatos de experiência, Oficinas e Avaliações ............................................112
4


Apresentação

           A escola que temos não é a que queremos. Certeza confirmada pelos dados
educacionais que, a cada avaliação realizada, revelam baixos índices de conhecimento
na leitura, escrita e cálculo, pelos alunos do ensino fundamental da escola pública
brasileira, bem como pelos elevados percentuais de distorção idade/série (10,5% em
2009, na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, nos Anos Iniciais do EF). Estes
dados, aliados aos avanços tecnológicos, que se processaram nas últimas décadas e ao
advento das novas tecnologias da informação e comunicação que vêm para dinamizar o
processo de aprendizagem, incitam o pensar sobre o quê estamos fazendo e na mudança
do processo de ensino-aprendizagem de forma a contemplar a função social da escola
pública.
           A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, sobretudo, a partir da
década de 80, tem o currículo como uma constante nas suas discussões. A partir de 90,
tem se empenhado em produzir e publicar documentos, que trazem referenciais
curriculares a serem considerados pelos educadores ao elaborarem seus planos de
ensino e projetos pedagógicos das unidades educativas. Assim, tem presente que o
currículo deve ser objeto de constantes discussões e atualizações, centrando o
compromisso na qualificação do ensino e da escola pública. Neste movimento de
ressignificação curricular e de contemplar a criança e o jovem como sujeitos de direitos,
e, na prerrogativa de que todos podem aprender, tem priorizado programas e ações de
forma a qualificar a educação realizada pela escola pública municipal. Dentre estes
destaca-se a formação continuada permanente em serviço aos educadores da rede.
           Tem-se a compreensão que a formação continuada em serviço é um dos
elementos que contribui para qualificar o processo educacional na medida em que
possibilita espaços/momentos para o aperfeiçoamento acadêmico e desempenho
profissional dos educadores. Ela proporciona ampliar reflexões, impulsionar práticas
pedagógicas diversas, avaliar processos e reafirmar princípios. O objetivo é criar
condições de forma a implementar ações que promovam aprendizagem significativa a
todos os alunos por meio de práticas pedagógicas que atendam aos pressupostos nos
quais se pautam os projetos das escolas da rede, ou seja, promovida na perspectiva da
criação de uma nova escola que contemple a complexidade do mundo contemporâneo
articulado com a educação de nossos alunos, para uma escola mais democrática e
prazerosa.
5

         Igualmente, a formação continuada em serviço propõe-se a auxiliar na
superação das limitações verificadas no âmbito da formação inicial, atendendo às
demandas em relação à prática pedagógica da sala de aula e de projetos educativos. É
organizada e realizada com vistas a garantir a transposição dos pressupostos teórico-
metodológicos que sustentam a proposta curricular da rede. Ainda tem o objetivo da
valorização profissional por meio do aperfeiçoamento em serviço instrumentalizando os
educadores com técnicas, metodologias e conhecimentos de modo a transformar
conteúdos do ensino em atividades significativas de aprendizagem para todos.
Seminários, palestras, oficinas, grupos de estudos, reuniões, grupos de formação por
área de conhecimento ou etapa de ensino, ciclos de formação sobre temas específicos
têm caracterizado a sua organização.
         Neste viés, é organizado o Programa GESTAR II na Rede Municipal de Ensino
de Florianópolis. Um curso que vem para aprimorar a prática pedagógica e profissional
dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática que atuam no Ensino
Fundamental II, objetivando a melhoria do processo ensino-aprendizagem.
         Desde a adesão ao Programa, ainda em 2008, os educadores da área têm sido
informados sobre o curso. No entanto, a dinâmica de operacionalização e de
participação foi apresentada apenas no início do curso aos educadores, assim como
reuniões de sensibilização, de leitura e estudo do Guia Geral e encaminhamento sobre as
atividades presenciais e a distância.
         O curso traduziu-se no estudo dos TP (Teoria e Prática) e realização de
Oficinas proporcionando espaços de estudo e reflexão e de compartilhamento de
experiências e resolução de problemas, ancorado numa relação estreita com a dimensão
da prática do cotidiano da escola (sala de aula) e com a dimensão formal da proposta
pedagógica.
         Estes estudos foram incrementados, além do material do Programa, com textos
sugeridos pela coordenação geral do curso ou buscados pelos formadores, com debates
e consultoria específica sobre temas.
         Esclarecimentos de dúvidas e questionamentos, orientações específicas,
planejamento e elaboração de situações didáticas ou ainda complementação de materiais
foram atendidos/acompanhados como apoio pedagógico ao cursista.
         Ressalta-se que no decorrer deste primeiro semestre, aconteceram vários
momentos para rever planejamento e calendário, considerando a carga horária a ser
trabalhada e a disponibilidade para a execução das metas, considerando a greve dos
6

servidores de 25 dias no mês de março e início de abril, bem como a diversas
paralisações do transporte coletivo que prejudicou, em parte, a dinâmica dos encontros.
        Todavia, o curso desenvolvido até esta etapa, ainda considerando as
resistências de alguns educadores quanto à dinâmica e estratégias de participação do
curso, uma vez que propõe o estudo, a aplicação e discussão da prática, os resultados
alcançados, conforme expostos neste portifólio, indicam que o grupo avança na
proposta.



                                                                         Rosane Immig
                                                     Gerente de Articulação Pedagógica
7


Introdução


       A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis aderiu ao programa do
MEC, GESTAR II – Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar, como uma
proposta de formação continuada para professores dos anos/séries finais do Ensino
Fundamental.

       Com o objetivo de aprimorar a prática pedagógica e profissional do professor
que atua em sala de aula, num trabalho participativo, interativo e interdisciplinar, o
programa deverá ser trabalhado em um ano letivo. Todos os professores que se
inscreveram nesse programa receberam um kit com material de teoria e prática, ao todo
seis, além de 12 cadernos de atividades de apoio à aprendizagem – 6, versão do
professor e 6, do aluno – mais um Guia Geral contendo informações sobre o programa
como estrutura, carga horária, avaliação e ementa de conteúdos. Em Língua Portuguesa
serão abordados os seguintes tópicos: TP1 – Linguagem e cultura; TP2 – Análise
linguística e análise literária; TP3 – Gêneros e tipos textuais; TP4 – Leitura e processos
de escrita I; TP5 – Estilo, coerência e coesão e TP6 – Leitura e processos de escrita II.

       No primeiro semestre de 2009, estudamos o TP3, numa proposição do próprio
tutor, e o TP4, em função da demora na entrega do material e greves. No segundo
semestre, a formação alcançou os relatos de experiência do TP4, todo o TP 5 e estudos
teóricos dos TP6 e 1, em função de novos problemas: agora foi a vez da Gripe H1N1
que não permitiu aglomerações e que postergou para setembro a retomada das
formações na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. Ficou faltando para 2010,
abordar integralmente o TP2, bem como os relatos de experiências do TP6 e 1.
       Apresentamos, neste documento, os resultados alcançados com os trabalhos
realizados até o momento. Assim, seguem os relatos das ações das formadoras, bem
como os estudos, planejamento e socializações das práticas em sala de aula, realizados
pelos professores. Registros fotográficos, materiais de apoio e produções textuais dos
alunos também fazem parte deste trabalho. Esperamos que ele dê uma ideia de como se
configurou o exercício até o momento.
8


Histórico


       Os cadernos do GESTAR II chegaram às escolas da Rede Municipal de Ensino
(RME) de Florianópolis em setembro de 2008. Em conversa durante as formações de
Língua Portuguesa (LP) na Rede, alguns professores relatavam que a equipe pedagógica
os convidara a observá-los para ver do que tratavam. E alguns perceberam que os
cadernos traziam muitas e variadas atividades que contribuiriam, certamente, com a
prática pedagógica em sala de aula, e que ali estavam materializados e sistematizados
exercícios fáceis de aplicar e que, dado o acúmulo de trabalho, nem sempre era possível
prepará-los e planejá-los. Havia uma espécie de curiosidade sobre o que estaria sendo
articulado por conta do material, e enquanto isso colegas relatavam que haviam
utilizado alguns exercícios dos cadernos.
       Mas nossa questão central era, dentro da Proposta Curricular da Prefeitura
Municipal de Florianópolis (PMF), elaborar um caderno de atividades que subsidiassem
a prática pedagógica na perspectiva dos gêneros textuais. Este caderno deveria ser
publicado com a Proposta. Vínhamos tentando elaborá-lo desde 2006, quando a
consultora Maria Marta Furlanetto assessorou os Professores de Línguas na teoria que
subsidia a Proposta Curricular publicada em 2008. Ainda não havíamos conseguido dar
um formato ao caderno, porque as discussões ficavam presas ao plano da teoria. As
atividades práticas, tão necessárias à efetiva transposição teoria-prática, que pudessem
nos dar um pouco de segurança no dia-a-dia da sala de aula, eram poucas. Sem contar
que alguns professores tinham (têm) uma boa prática, mas quando solicitados a
sistematizar sua experiência apresentavam (apresentam) algumas dificuldades.
       Acreditamos que por conta do ofício, o professor acaba, muitas vezes, relegando
sua própria atividade escrita e, com essa atitude, a reflexão sistemática sobre seus
avanços e retrocessos não acontece. Se não reflete, se angustia, pois não tem clareza do
seu fazer.
       Em 2007, as formações de LP foram voltadas para a Diversidade Étnico-Racial,
de tal modo que o nosso “caderno de atividades” ficou relegado. Concorreram para isso
inúmeras questões: a teoria dos gêneros textuais não estava totalmente formatada para
ser impressa na Proposta; alguns grupos, responsáveis pela elaboração de atividades
para o caderno, conseguiram apresentá-las e outros, não; houve troca de coordenador de
LP; houve mudança de gestão política e acabamos perdendo o foco e a paciência.
9

       Já em 2008, voltamos nosso olhar para os gêneros a serem estudados e
trabalhados em cada série/ano, dentro dos domínios de que tratam Dolz e Schneuwly –
narrar, relatar, expor, instruir e argumentar – e para os aspectos da língua ou da
gramática normativa a serem contemplados, de acordo com o gênero. Foi mais um
longo exercício teórico. A prática, a atividade a ser transposta para a sala de aula, ficou
novamente por conta de cada professor.
       A chegada do GESTAR II reabriu a possibilidade de termos à mão, atividades
práticas que devem subsidiar nosso fazer – além daqueles materiais de que já dispomos
– sem que precisemos elaborá-las ou pensá-las. Mas elas pedem um pouco de
planejamento para que possamos adaptá-las ou executá-las.
       Nas páginas a seguir, relatamos o percurso que os professores e as formadoras,
também professoras, da RME de Florianópolis vêm realizando com o GESTAR II.
10


Primeira viagem de formação


       A 1ª etapa de Formação no GESTAR II aconteceu em Treze Tílias – SC – entre
os dias 02 e 06 de março de 2009. A expectativa era grande e as surpresas foram
maiores. Um mar de gente, entre professores de Português e de Matemática de
praticamente todo o Estado, técnicos, tutores vindos de Brasília e de outros lugares do
Brasil se encontraram para estudar, conhecer, orientar e ajudar a compreender a
proposta do GESTAR II. (Anexo 1)




                        Encontro em Treze Tílias – 02 a 06 de março de 2009


       Nesta 1ª etapa, trabalhamos com os TP3, TP4 e TP5. Cada grupo de professores,
em nº de mais ou menos 40 por sala, procurou compreender, discutir e aplicar, numa
espécie de simulado, as atividades propostas pelo tutor, o Professor Djalma G. Mendes
Jr, as quais depois seriam aplicadas no grupo que formaríamos. O grupo discutiu a
teoria e a prática de cada TP, refletiu e apresentou resultados de algumas atividades (em
Oficinas) propostas pelo tutor, dentre as quais uma que abordava a hibridização que os
gêneros podem apresentar, ou seja, os gêneros podem se misturar de acordo com as
intenções do autor para determinada situação sociocomunicativa. Então, o professor
11

propôs que elaborássemos uma Receita para melhorar a Educação (TP3, unidade 9,
seção 3).


                                    DOCE(NTE)

 Ingredientes
 -1 homem enquanto sujeito
 -1 curso de licenciatura
 -1 concurso público
 -1 proposta pedagógica consistente
 -Planejamentos diários e semanais
 -Tecnologia e recursos didático-pedagógicos de última geração a gosto
 -1 bom salário
 -1 encontro semanal de formação continuada

 Modo de Preparo
 Pegue o homem enquanto sujeito. Cozinhe-o em fogo brando durante 4 anos no curso
 de licenciatura. Passe-o pela peneira do concurso público. Reserve.
 À parte, misture a proposta pedagógica consistente, planejamentos semanais e as
 tecnologias e recursos didático-pedagógicos. Mergulhe o concursado nesta mistura e
 acrescente-lhe a formação continuada. Acrescente-lhe um bom salário e sirva um
 professor qualificado para a escola pública.



       O exercício pôde ser realizado individualmente ou em grupo. Após, todos
apresentarem e discutirem, o tutor solicitou-nos, ao fim das apresentações que
colocássemos esta atividade no portfólio.
       Outras atividades foram realizadas durante a semana de formação: trabalhamos o
poema “Cidadezinha Qualquer”, de Carlos Drummond de Andrade, nos mesmos moldes
da Oficina do TP4, assistimos ao filme “Narradores de Javé”, entre outros.
       Houve muita ansiedade, pois as novidades eram muitas e as incertezas quanto à
aplicação da proposta nos deixaram apreensivas, muito embora o professor nos dissesse
que sempre poderíamos adaptá-la à realidade do nosso grupo. Mas de modo geral, foi
uma semana enriquecedora.
12


Recepção ao GESTAR II na RME de Florianópolis


         Em 19/03/2009, apresentamos o GESTAR II aos professores de LP da RME.
Houve quem recebesse o curso como uma bem-vinda; houve também resistências, visto
que tudo que é imposto ou obrigatório torna-se antipático. Porém, na discussão bastante
acalorada havia um consenso: todos os que tiveram contato com o material antes desta
data diziam ter gostado dele, inclusive alguns presentes já estavam usando exercícios
dos cadernos em sua sala de aula, mesmo sem saber que haveria uma formação para
melhor aproveitá-lo.




                Sala de aula no Centro de Eventos e Formação Continuada - Florianópolis


         Para aqueles que ainda não haviam entrado em contato com o material,
providenciamos fotocópia (Anexo1), apontando questões a serem observadas no Guia
Geral.


         - O que é o GESTAR II
         - Como se estrutura
         - Como se desenvolve
         1) Leituras individuais (teoria)
         2) Realização de atividades (no caderno TP)
         3) Debate das leituras; dever de casa (aplicação na sala)
13

       4) Socialização do dever de casa (oficinas)
       5) Oficinas com exercícios coletivos (AAA)
       - Como será a avaliação
       - Pressupostos do GESTAR II
       - Currículo
       - Direitos e deveres do cursista
       - Cronograma e carga horária




                        Professores acompanham as explicações sobre o Guia


       Ficou determinado que, assim que o material do GESTAR II chegasse, os
professores seriam chamados para recebê-lo no Centro de Eventos.
       É fato que não foi uma recepção calorosa, mas conhecendo o grupo, sabíamos
que esse primeiro contato teria oposições, resistências e aceitações. O grupo de LP
possui uma caminhada de estudos e formação diferente das outras disciplinas da Rede.
E mesmo quando as formações não tinham o caráter obrigatório, o grupo se reunia e
estabelecia metas de estudos, realizava relatos, discutia, sempre trazendo assuntos,
consultores e propondo, até que em 1996 publicou um caderno de relatos. Esta
caminhada veio se constituindo desde 1987, talvez um pouco antes. A imposição de
uma formação chateou o grupo pelo caráter da obrigatoriedade.
14


Primeira dificuldade: a greve


       Em 02/04, os professores de LP, efetivos e substitutos com portaria até
dezembro, foram convocados, via Comunicação Interna (CI), a receber os cadernos do
GESTAR II.
       A frequência se deu em torno de 50% dos professores, visto que os servidores
municipais entravam em greve por tempo indeterminado a partir deste dia.
       Os que compareceram ao curso de formação neste dia receberam orientações de
leitura e conferiram o material composto de:
       - 1 Guia Geral
       - 6 Cadernos de Teoria e Prática (TP)
       - 6 Cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem (AAA) – versão do
professor
       - 6 AAA – versão do aluno
       Entre as orientações, sugerimos a leitura integral e atenta do Guia Geral, para
que se confirmassem as informações passadas em 19/03, e a leitura do primeiro
caderno: TP3 – Gêneros e tipos textuais – unidades 9, 10, 11 e 12, a ser discutido no
encontro seguinte.
       Solicitamos também, em função da greve, a realização de 4 atividades, a saber:
              - unidade 9, seção 2, atividade 7, p. 30-31
              - unidade 9, seção 3, atividade 10, p. 38-40
              - unidade 11, seção 3, ampliando nossas referências, p. 129-132
              - unidade 12, seção 3, atividade 9, p. 167-168
       O grupo presente sugeriu que a formação no GESTAR tivesse continuidade,
mesmo durante a greve, para que o cronograma fosse cumprido e não houvesse
acúmulos e atropelos no retorno. A coordenadora ficou de estudar junto à Secretaria
Municipal de Educação (SME) as questões legais e as implicações, visto tratar-se de um
curso obrigatório, cuja expedição de certificado estava condicionada também à
frequência mínima de 75%. De todo o modo, notícias seriam dadas através de e-mails.
Os professores preencheram a ficha cadastral com dados para a emissão dos
certificados, bem como para controle de frequência, em modelo próprio do Centro de
Eventos.
15


Estudo do TP3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 9 e 10

       No dia 28 de abril, a greve dos servidores municipais foi encerrada e, como não
havia tempo hábil para envio de CI convocando os professores para a formação em
30/04, a 1ª sessão de estudo e discussão do TP3 ficou marcada para 07/05.
       Neste dia, os professores que ainda não haviam recebido o material puderam
fazê-lo; outros vieram e se inscreveram espontaneamente. Na RME de Florianópolis,
alguns professores são contratados para lecionar Português e Língua Estrangeira e, por
essa razão, não estavam obrigados a fazer a formação no GESTAR, pois poderiam optar
pela formação específica em Língua Estrangeira, porém manifestaram o desejo de
também realizar esta formação. Como sobravam alguns kits, em função de licenças,
aposentadorias, entre outras ausências, não vimos problemas em aceitar estas inscrições.
       O estudo das unidades 9 e 10, do TP3, teve início mesmo com um pouco de
tumulto, de entra e sai, de conferência de material, e o já relatado descontentamento
com a obrigatoriedade da formação. Mas já que a Rede realiza formação desde muito
tempo, com certificação válida para Promoção por Aperfeiçoamento, o certificado de
300 horas a ser conferido com o GESTAR II serviu como estímulo para alguns; outros
aventaram a hipótese de realizarmos mais 60 horas de estudo para que o certificado
tivesse o valor de uma Especialização. Ficamos de levar o assunto ao tutor.
       Esta sugestão, oriunda do grupo, veio confirmar o que mencionáramos
anteriormente sobre o grupo de LP da Rede: uma permanente capacidade de estudo e o
desejo de aperfeiçoamento, reiterados na Ficha diagnóstica (Anexo2) de caracterização
da turma, assunto a ser tratado em outra parte deste trabalho.
       Pensando num modo de visualização rápida das unidades, preparamos um
esquema ou síntese de cada unidade, correlacionando as três seções, os objetivos, os
gêneros, as atividades com suas respectivas abordagens, os conceitos e as teorias que
deram suporte ao estudo que o GESTAR II propõe no TP3. Esta preparação se deu em
todas as unidades dos TPs estudados. Inclusive, uma nova síntese foi apresentada a cada
Oficina, numa espécie de retomada. Todas estão convenientemente anexadas (Anexo 3).
       À medida que pontuávamos as questões mais importantes das unidades, alguns
professores apresentavam falas sobre processos vários, equivocados ou não, pessoais ou
de Rede, e que íamos considerando ou não, conforme a pertinência. Temos uma
dificuldade na nossa prática: conseguimos ser pouco objetivos, pois toda e qualquer
formação serve como momento de desabafo e catarse. Todos querem falar, todos
16

desejam expor suas angústias e acabamos todos não percebendo com a devida clareza o
quanto temos acertado em nossa prática, nem o quanto precisamos rever. Fica tudo meio
misturado, perdemos o foco. Mas o exercício com o GESTAR vem na direção de
colocarmos um pouco mais de clareza e sistematização na nossa prática e, assim,
adquirirmos um pouco mais de certeza quanto ao que seja essencial ao nosso fazer
pedagógico: é fundamental que nossos alunos saibam ler e escrever, se insiram na
cultura letrada e, lembrando César Coll, adquiram saberes essenciais cuja assimilação e
apropriação são fundamentais para seu desenvolvimento e socialização. E que nós,
professores das séries finais do Ensino Fundamental, precisamos sistematizar
conteúdos, conhecimentos, conceitos, habilidades, sobre cuja importância não restam
dúvidas, mas que sem a nossa intervenção específica não serão aprendidos com
significado.
       E como boa parte dos presentes ainda não tinha tido contato com o material, a
discussão não se deu como gostaríamos. Porém fomos resgatando, com os conteúdos
trabalhados nas unidades 9 e 10, a importância de que fossem associados à Proposta
Curricular da Rede que aponta para um trabalho na perspectiva dos gêneros textuais e
que o material do GESTAR II viria preencher a lacuna do caderno de atividades com o
qual sonháramos.
       Apresentamos e fizemos circular, entre outros, alguns livros listados na
referência e apontamos para a necessidade de o professor a desenvolver uma
consciência de seu referencial teórico e até de compor seu próprio material apoio e
pesquisa, no sentido de que sua prática seja cada vez mais fundamentada.
       Na sequência, apresentamos dois textos (Anexo 4) nos quais Ingedore Koch
trabalha a questão da hibridização dos gêneros, também proposta no GESTAR (TP3,
Unidade 9, seção 3, p. 33 e ss.)
       Poucos professores realizaram as tarefas solicitadas, mas os que fizeram,
socializaram o resultado e o grupo discutiu.
       Finalmente, apresentamos duas tarefas a serem aplicadas como lição de casa: o
Avançando na prática, p. 25, que trata da biografia e o da p. 41, que aborda a fábula.
Solicitamos que sentassem em grupo para o planejamento dos passos que seriam
seguidos durante a aplicação na sala de aula (registrando a previsão de material, xerox,
turma, e tudo o mais que achassem necessário; considerando que já tinham um
planejamento, as adaptações necessárias). Alguns professores socializaram esta
atividade e gostaram de realizá-la. Houve empenho.
17

       Relembramos que as práticas deveriam ser relatadas por escrito seguindo os
itens apresentados no quadro e posteriormente enviados por e-mail (Anexo 2).
       Professores não estavam muito receptivos, porém, acreditamos que em função
dos desgastes da greve; consideraram o tempo exíguo para a realização das atividades e
o prazo para aplicá-las menor ainda. Reiteramos a necessidade de adaptação e que a
experiência não tinha que dar certo, mas precisava ser relatada para que houvesse o
registro e a posterior discussão no grupo. E que, de qualquer forma, um resultado
negativo ou um planejamento que não deu certo, também se constituíam resultados que
poderiam ser objetos de reflexão à luz dos apontamentos e dos registros.
18


Relatos de experiência e Oficina 5 do TP3


       Em 21/05/2009, iniciamos a oficina colocando no quadro a pauta do dia e as
atividades a serem realizadas em cada momento. À medida que íamos avançando,
circulávamos o quadro de modo a garantir que todas as etapas fossem cumpridas. Assim
ficou disposta a pauta:
       Das 8:00 às 8:30h – Síntese de retomada das unidades 9 e10 (Anexo 3)
             8:30 às 9:30h – Relatos de experiência (Avançando na prática)
             9:30 às 10:30h – Planejamento das Atividades da Oficina 5
             10:30 às 11:30h – Socialização
             11:30 às 12:00h – Avaliação da oficina e tarefas
       Preparamos uma síntese (Anexo 3) para garantir que todos tivessem pelo menos
alguns elementos para a sequência da oficina. Professores estavam atentos à leitura da
síntese e abordaram a questão da gramática na perspectiva do estudo do poema ou do
texto literário. Professores se lembraram dos textos “O gigolô das palavras”, de Luis
Fernando Veríssimo, conhecido pela maioria, e “Liberdade”, de Fernando Pessoa – a
serem entregues aos professores no próximo encontro (Anexo 4), visto que nem todos
conheciam.




                          Professora Leonda relatando sua prática e...
19




                                  ... a audiência atenta a escuta.


       Professores relataram suas experiências em sala. Seguimos o caderno do
formador, alternando 2 ou 3 relatos e abrindo para a discussão. Nem todos trouxeram
produções de seus alunos; apenas o relato escrito. Solicitamos que o professor anexasse
ao relato pelo menos 3 produções dos alunos, as quais pudessem revelar o nível de
aprendizado deles.
       Relembramos aos professores que abrissem uma pasta para registrar e organizar
todo o material (recebido ou entregue) referente ao GESTAR II, pois ele ajudaria a
melhor refletir sobre o Projeto (Anexo 2) a ser apresentado e aplicado na escola ao final
do curso, bem como a encaminhar as mudanças na prática.
       Os professores estavam bastante animados e receptivos. Houve uma verdadeira
ebulição e uma virada em relação aos primeiros encontros.
       Para o planejamento proposto na Oficina, entregamos o poema de Manuel
Bandeira, devidamente escrito em 1 estrofe, com 6 versos, bem como a referência, pois
20

do jeito apresentado na Oficina do caderno TP3 gerou confusões, e bem sérias, em se
tratando de um poema. Comentários a respeito são feitos na página das Considerações
finais. Baixamos do Youtube a música “Bom dia”, cuja letra também entrou como
proposta de trabalho nesta Oficina (Foi um momento glorioso. O silêncio feito na sala –
devido à pouca amplificação da caixa de som – merecia um vídeo, pois a turma, às
vezes, é bastante barulhenta). Depois o grupo se dividiu em pequenos grupos e cada um
planejou as atividades de leitura, interpretação e produção textual, levando em conta os
conteúdos trabalhados na unidade: tema, finalidade, jogos de linguagem e tudo o que
dissesse respeito à análise, caracterização e classificação do gênero poético.
       Na sequência, os grupos relataram, discutiram, anotaram e avaliaram como
bastante produtiva e eficaz a oficina. Houve o compromisso de entregar as questões
pensadas e as atividades planejadas para que todo o grupo tivesse acesso à produção de
todos os grupos (Ver algumas produções no Anexo 5).
       O grupo começou a perceber o alcance do material e as possibilidades que se
abrem a partir dele. As discussões e a realização das atividades e tarefas, bem como os
relatos, tendem a ganhar volume.
       Finalizamos registrando as tarefas para o próximo encontro: leitura e realização
das atividades do TP3, unidades 11 e 12.
       À tarde, realizamos atividade de apoio aos professores que ainda estavam
aderindo ao curso ou que faltaram em alguma das etapas anteriores.
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Caracterização da turma

       Para conhecermos os cursistas do GESTAR II, do Município de Florianópolis,
elaboramos uma Ficha diagnóstica (Anexo 2).
       Das 50 fichas entregues, 42 voltaram. Alguns professores vieram ao primeiro
encontro, depois deixaram de comparecer, muito embora a formação na RME de
Florianópolis tenha caráter obrigatório. Outros comparecem eventualmente.
       Considerando apenas as fichas devolvidas dos 42 cursistas, constatamos que
65% são efetivos na Rede e 35% são substitutos. 100% têm formação superior completa
na área de Língua e Literatura. Destes, 40% possuem especialização, 11%, mestrado e
9% estão realizando especialização em um dos três níveis: Especialização, Mestrado ou
Doutorado.
       Entre os cursistas, 66% trabalham apenas com LP; 27% ministram Português e
Língua Estrangeira (LE) e 7% trabalham apenas com LE.
       Com relação à formação superior, 52% fizeram a licenciatura apenas em Língua
Portuguesa e Literatura Brasileira; 43% têm licenciatura em Língua Portuguesa e
Estrangeira; 3% têm formação apenas em Licenciatura Estrangeira e 2% não
responderam ao quesito.
       Com relação ao tempo de serviço na educação na Rede ou em outra, o tempo
varia entre 6 meses e 35 anos. Temos aqui profissionais que já se aposentaram em
outras redes, mas continuam trabalhando na Rede Municipal de Ensino de
Florianópolis. O contingente que trabalha entre 6 meses e 5 anos corresponde a 40%;
entre 6 e 10 anos, temos 17%; entre 15 e 20 anos de trabalho temos 12%; entre 21 e 23
anos são 15% e dos 29 aos 35, 7%. Não responderam ao quesito 9% dos professores,
mas é interessante notar que entre 11 e 14 anos de trabalho não houve registro.
       Dentre os cursistas, 61% trabalham apenas na RME; 34%, em outras redes e 5%
não responderam. Quando questionados sobre as formações, 61% participaram delas em
2008; 35% não participaram e 4% não responderam. Quanto ao quesito formação em
anos anteriores a 20087, 76% responderam que vêm participando das formações
oferecidas; 23% não participaram e 1% não respondeu.
       Quanto às dificuldades que vêm encontrando para implementar as atividades e
oficinas vistas nas formações, os cursistas apontaram para a aplicação das atividades
planejadas nas oficinas devido:
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       a) a falta de tempo (devido às greves do Serviço Municipal e de ônibus – foram
4, entre paralisações e greve), pois há necessidade de reposições aos sábados e isto gera
uma sobrecarga;
       b) a falta de recursos materiais: fotocópias e outros materiais e ambientes, como
a sala informatizada (há uma cota de cópias para cada professor. Há escolas em que a
cota se limita a 1 folha/mês para cada aluno nas disciplinas);
       c) a falta de sincronia entre as atividades do GESTAR e o planejamento da
escola: fica difícil “encaixar” ou parar o que vinha sendo feito para aplicar a atividade,
que, às vezes, parece descontextualizada do planejamento. Professores apontam que esta
formação deveria ter sido iniciada em fevereiro, antes meso das aulas;
       d) a falta de interesse dos alunos, o grande número deles em sala e, muitas vezes,
as ausências dos mesmos que perdem continuidade e se dispersam;
       e) algumas escolas ainda não estão devidamente envolvidas com o GESTAR II,
pois entre a formação no GESTAR II e as atividades da escola (planejamentos,
conselhos, festas, mostras, etc.) a prioridade é cumprir para as atividades planejadas
pela escola, por essas razões, às vezes, os professores faltam.
       Quanto às expectativas com o curso, a maioria dos professores reconhece que o
curso é bom e o material é bastante útil para quem não tem o livro didático e espera:
aperfeiçoar a prática que o leve a despertar o interesse e motivar os alunos para a
aprendizagem;     ampliar    os   conhecimentos    através   dos   subsídios   teóricos    e
procedimentais, profusos no curso; trocar experiências, tão necessárias a um trabalho
mais significativo e planejar com os pares da área na perspectiva da diferenciação, da
inovação, pois o fazer profissional está a exigir novos processos, nova consciência sobre
o ensino e a aprendizagem.
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Estudo do TP3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 11 e 12


       O encontro para o estudo do TP3, unidades 11 e 12, deu-se no dia 28/05,
iniciando com a apresentação da pauta e informes feitos pela coordenadora. Reforçou-se
a necessidade de que os relatos escritos fossem entregues com produção de material dos
alunos, pois alguns relatos estavam chegando sem os mesmos.
       No primeiro momento, entregamos um esquema (Anexo 3) (mapa conceitual)
com os principais tópicos a serem discutidos nestas unidades facilitando, assim, o
acompanhamento pelo professor e, à medida que íamos avançando nas discussões,
poder-se-ia, desta forma,    acompanhar no próprio material do TP3, conforme as
referências dadas pelo esquema.
       Com o desenrolar da apresentação pairou, em um certo instante, uma dúvida
sobre a diferença entre gêneros e tipos textuais. Concluímos que os gêneros podem
apresentar-se misturados, ou seja, podemos encontrar mais de um em um mesmo texto,
mas o que conta é o gênero predominante. Quanto aos tipos textuais, estes dificilmente
aparecem puros e os mais frequentes são os tipos descritivo, narrativo e dissertativo,
este último, abrangendo o expositivo e argumentativo. Os autores do TP3 ainda
acrescentam a instrução (injunção) e o diálogo (conversação) à tipologia de textos.
       Foram trazidas ao grupo discussões como narrativas que trazem apenas o tempo
psicológico e que não apresentam marcas temporais: a ordem atemporal dentro do caos,
citando-se autores de textos de memória e realismo mágico. Como marcas que
diferenciam a narração da descrição, temos verbos no passado, na primeira e, na
segunda, não há ação, mas há verbos de ligação e características de algo ou alguém.
Falou-se dos textos injuntivos ou instrucionais, dos preditivos – os que predizem algo,
como exemplo, o horóscopo.
       Chamamos a atenção para que os exercícios do caderno fossem aplicados com
os alunos. Quanto aos textos argumentativos, foram apresentadas técnicas de trabalho
com tema e idéia central.
       Pontuamos, também, que há sempre uma intenção comunicativa nos textos
trabalhados e que nem sempre a deixamos clara nas questões que propomos, como no
exercício HQ, da página 122, do TP3. Pontuamos que o óbvio, às vezes, precisa ser dito
e o grupo sugeriu outra forma de organizar esta atividade, mas apontou para a
necessidade de revisão por parte dos autores do caderno. Da mesma forma, observaram-
24

se outros exercícios com problemas que estão devidamente referenciados nas
Considerações finais. Lemos o texto “Balas para crescimento”, do TP e trouxemos
outro, “Pai – um santo remédio” (Anexo 4) .
       No final, os professores levantaram a questão sobre a extinção da categoria
profissional e lemos o texto “Mestres em extinção”, recebido do tutor, para refletirmos.
       No segundo momento do encontro, os professores, em grupo, planejaram
atividades a serem aplicadas na sala de aula. Em seguida, professores socializaram no
grande grupo, o que foi planejado: fotocópias, textos a serem utilizados, atividades,
releituras e atividades adaptadas. Finalizamos com a avaliação do encontro e marcando
o próximo para 18/06.
25


Relatos de experiência e Oficina 6 do TP3


       Iniciamos a atividade deste dia com a pauta e a síntese de retomada das unidades
11 e 12, (Anexo 3) resgatando alguns pontos do que fora discutido no encontro anterior.
       Em seguida, os professores iniciaram a apresentação de seus relatos.
Estipulamos um tempo para esta atividade, para que pudéssemos contemplar, ao menos
uma vez, todos os professores e unidades educativas.




                       Professora Dóris relata atividade realizada na 5ª série.


       No entanto, a riqueza dos relatos tomou-nos um tempo maior porque mais
professores quiseram colaborar e participar, conforme pudemos observar pelos relatos
(Anexo 5) e pelas fotos. Nem todos os relatos, pelo espaço, poderiam seguir neste
trabalho, por isso, elegemos um de cada etapa ou encontro realizado a partir do 1º
estudo do TP3.
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         Professora Ângela relata seu trabalho com a Epopeia na 7ª série.




Professora Vera P. e seu relato sobre o texto argumentativo com a 8ª série.
27

       No momento seguinte, em grupos, os professores discutiram as questões
propostas na oficina e organizaram-se para socializar o que pensaram.
       Na socialização, percebemos que esta oficina ficou meio truncada. Alguns
grupos, no desejo de sempre se preparem para aplicar em sala, aproveitando o tempo e o
grupo para enriquecer as discussões, acabaram não prestando a devida atenção para a
proposta da sistematização dos conceitos trabalhados no TP3, apresentados como
proposta desta Oficina.
       Mas ficou válida pelo aspecto de que em formação, nem sempre precisamos
pensar na aplicação prática ou imediata na sala de aula do assunto discutido. Ficou bem
claro, em alguns momentos, que o estudo teórico nem sempre terá aplicação prática; que
nem sempre precisamos pensar no aluno ou na escola, mas na nossa qualificação
pessoal e profissional; que, às vezes, o que se está estudando é para melhor capacitar o
professor e levá-lo a conscientizar-se cada vez mais da sua prática.
       Acordamos que voltaremos a esta oficina, em outro tempo, para que todos
possamos aproveitá-la e compreendê-la melhor.
       Finalizamos o encontro com a avaliação e confirmamos a data e as atividades
sugeridas para o próximo encontro.
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Estudo do TP4 – Leitura e processos de escrita I: unidades 13 e 14


       Em 09/07/2009, o grupo de cursistas se reuniu para a discussão das unidades 13
e 14, do TP4: Leitura e processos de escrita I. Preparamos uma síntese das unidades
(Anexo 3), de modo a facilitar o acompanhamento pelos cursistas dos tópicos principais
das unidades.
       Por solicitação do coordenador, professor Djalma G. Mendes Jr.,deveríamos
promover um debate com os professores sobre a seção 1 – Letramento – da unidade 13,
mais especificamente sobre os depoimentos de Patativa do Assaré e de Paulo Freire (p.
18 e 19) quanto às suas práticas de leitura e escrita.
       Nossa impressão inicial foi a de que o grupo não realizou a atividade da maneira
como esperávamos. Ela foi solicitada como tarefa em 18/06, na última oficina do TP3, e
seria “cobrada” em 02/07, data postergada em função de uma greve no Transporte
Público da Capital. O debate, assim, não rendeu o que poderia e o grupo, pressionado,
apresentou justificativas várias: conselho de classe, reuniões de planejamento, aulas aos
sábados para reposição da greve, entrega de boletim, preparação de festas, e que, mais
uma vez, não houve tempo para a leitura mínima da seção e para a realização da
atividade.
       Reiteramos a necessidade de leitura para os encontros, e chamamos a atenção
quanto à certificação estar condicionada à realização de algumas tarefas. Percebemos
pelas respostas, que o certificado não é o fator mais importante para boa parte deste
grupo, conforme já ficou diagnosticado, mas que os professores presentes participam
pela apropriação de novas formas, novas estratégias, novos saberes capazes de melhorar
sua prática.. Dizendo melhor: quem comparece ao curso, o faz movido por expectativas
variadas e se esta ou aquela tarefa não pôde ser realizada, paciência.
       Podemos depreender desta atitude, no mínimo, 2 leituras e algumas indagações:
1. A mudança de prática tem que ser desejada, somente assim o profissional se
compromete.
2. É fato que não houve tempo para realizar a atividade solicitada. Existem outras
prioridades.
3. As formadoras motivaram suficientemente para que a leitura fosse feita pelos
cursistas? Se não, como monitorar, à distância, a motivação de adultos?
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       Por outro lado, entre aqueles que realizaram a leitura, apareceram algumas
colocações bem pertinentes em relação às perguntas (p. 20):
       1) Que cada autor aprendeu a ler a escrever observando o mundo que os cercava,
mas o que há de mais importante é que ambos desejavam conhecer. Movidos pela
curiosidade, o querer aprender mais e o ir buscar foi o que mobilizou cada um. Então
desejo e curiosidade marcaram a vida dos autores em questão.
       2) Que nossas crianças, quando chegam à 5ª série, já estão desencantadas,
frustradas. A afirmação é de uma professora que também atua nos anos iniciais do
Ensino Fundamental. Ela diz que quando as crianças querem aprender alguma coisa e o
professor oferece material, motiva, aguça a curiosidade, elas leem, alcançam o que
desejam, mas depois, em algum lugar do ensino, elas se desencantam, não desejam, nem
querem mais nada, tudo o que lhes é oferecido as chateia; ler é chato, cansativo. E fazer
esse resgate de leitura é bastante difícil nas séries finais do Ensino Fundamental.
       3) Que havia um contexto mais simples à época da infância dos autores e não
havia salas de aula tão numerosas quanto as que os professores têm que enfrentar
atualmente.
       4) A falta de contextualização faz com que algumas atividades não deem certo,
ou não alcancem satisfatoriamente a todas as crianças. Por outro lado, alguns indagam:
como conhecer cada indivíduo particularmente, o seu ambiente, cada criança no seu
específico, nos seus desejos, se as salas de aula são tão numerosas e o professor trabalha
em escolas diferentes ou com realidades materiais e sociais muito díspares? Por conta
desta realidade, há uma tendência ao nivelamento (por baixo) das práticas pedagógicas e
isso agrava o desinteresse e o desencanto das crianças. Alguns ainda apontam para a
necessidade de projetos e até já os fazem. Outros alegam que não se pode querer ensinar
tudo a todos, porque os níveis de aprendizagem são diferentes. Cada aluno tem um
ritmo diferente que precisa ser respeitado.
        5) Para alguns professores do grupo, os autores em questão se utilizam da
escrita para socializar suas experiências de mundo e mostrar que é possível partir do
próprio ambiente da criança para inseri-la na cultura letrada.
       Promover um debate sobre posições convergentes, como as dos autores em
questão, não rende muito, sobretudo se os debatedores não se prepararam para o tema
(nem leram para dar conta de algumas questões), ou se a prática dos autores já é um
exemplo para muitos. Então, ou as ponderações, de alguns, ficam no campo das
impossibilidades e das lamentações sobre falta de tempo e sobrecarga, ou da
30

concordância e da alegria, para outros, por se reconhecerem no caminho, difícil, é
verdade, mas possível. Posto que escolhas são sempre difíceis e necessárias, quando
contextualizadas na realidade do aluno, materializam nossa intenção com mais clareza.




                   Formadoras: Letícia (de pé) e Josefina. Onde foi que erramos?


       Passamos à Oficina da p. 215, do TP4, acreditando que o grupo possa ganhar
novo ânimo no trabalho mais prático.
31


Oficina 7 do TP4


       Contrariando as expectativas dos autores dos cadernos do GESTAR II, não
houve discussão ou dificuldades assinaladas pelos cursistas, tampouco houve pontos
polêmicos, obscuros ou interessantes observados no texto de referência. Por conta do
trabalho na perspectiva dos gêneros textuais, e das formações continuadas sobre o
assunto, os professores de Línguas da Rede Municipal têm sido orientados a levar em
consideração a circunstância comunicativa que envolve a produção do texto. E têm
levado à sala, na sua prática pedagógica, esse novo modo de fazer em virtude até da
escolha – quase única – do livro didático adotado pela Rede. Temos recebido formação
com uma das autoras do livro escolhido e essa formação tem sido ampliada para além
da disciplina de português, atingindo outras disciplinas num Curso anual intitulado “Ler
e escrever: compromisso da escola, compromisso de todas as áreas”. O Curso atendia,
inicialmente, a apenas uma escola, atingindo, porém, todos os profissionais de 1ª a 8ª
série. A escola se encarregava de convidar outros professores de português interessados
na formação. Atualmente, o Curso se estendeu para outra escola e mais profissionais
estão recebendo formação. De forma que, talvez se deva a essa situação, além “da
crônica falta de tempo” já relatada, o fato da pouca discussão.
       Passamos à parte III da oficina, a qual solicita a formulação de perguntas de
interpretação para uma turma. Cada grupo de professores sentou e planejou as questões
que foram recolhidas após a socialização nos grupos.




                    Profª. Marceli, Ângela e Clara planejando as questões
32




                        Professora Ana Rita registrando as questões.


       Foi interessante notar, e as fotos podem demonstrar o empenho, as discussões,
anotações e reflexões durante o exercício.
       Este foi um momento bastante produtivo e motivador. Professores relataram a
necessidade de este planejamento conjunto ser realizado com mais vagar, sem muita
pressão do tempo, para isso sugeriram que houvesse menos discussão teórica e mais
relatos de experiências e planejamento de práticas, pois ao ouvir e relatar sentem-se
acolhidos, aplaudidos e mesmo questionados nas escolhas, e até mais seguros no
momento da execução em sala de aula.
       Durante a socialização, com a intervenção das formadoras, as questões
planejadas pelos professores foram colocadas em discussão e apontou-se para a
necessidade de que as mesmas fossem respondidas primeiramente pelos professores. A
falta de resposta ou mesmo a inconsistência dela serviu, em alguns momentos, para que
o grupo de professores sugerisse correções de percurso, porém a todo o momento
reiterávamos que o professor se sentisse à vontade para proceder às mudanças sugeridas
que julgasse convenientes.
33




         Profª. Michela, Andréa e Raquel... Sem descuidar da pose. Olha o GESTAR, aí, gente!


       O trabalho nesta Oficina com o poema “Cidadezinha qualquer” deflagrou uma
desconfiança em relação aos textos, sobretudo dos poemas, transpostos no GESTAR II,
pois o mesmo poema é apresentado no TP3, mas num formato completamente diferente
do apresentado no TP4 – o que levou professores a formularem questões que induziram
ao erro. Esta questão será discutida nas Considerações finais.
       Sugerimos que esta Oficina fosse executada em sala e um relato nos fosse
apresentado no próximo encontro. Mas, também deixamos os professores à vontade
para que escolhessem uma atividade do Avançando na prática, ou outra do caderno,
aplicassem e não se esquecessem de relatar a experiência.
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Estudo do TP4 – Leitura e processos de escrita I: unidades 15 e 16


       No dia 09/07, no período vespertino, trabalhamos o TP4, unidades 15 e 16.
Mudamos a dinâmica do encontro por conta do tempo para a aplicação em sala de aula e
também pelo próprio cronograma do GESTAR.
       Iniciamos com a apresentação da síntese das unidades 15 e 16 (Anexo 3),
abrindo, concomitantemente espaço às discussões.




                                   Letícia às voltas com o TP4


       Enfatizamos a importância dos procedimentos de leitura: a ativação dos
conhecimentos prévios, as perguntas que devem ser feitas aos alunos, a análise das
respostas, a análise da estrutura do texto para melhor compreendê-lo, bem como as
questões relacionadas à escrita e reescrita. A unidade 15 trouxe vários exemplos de
atividades de leitura, a partir de um trecho do livro Admirável mundo louco, da escritora
Ruth Rocha contemplando, com outros textos e exemplos, todas as etapas de leitura. A
unidade 16 finaliza o TP4 com proposta de atividades de produção textual. Assim,
observamos, passo a passo, como deve ser uma sequência didática desse trabalho com
leitura e escrita. Lembramos a questão da função sociocomunicativa do ato de ler e
escrever que deveria estar presente tanto na escola como no cotidiano do aluno,
podendo e devendo ser algo prazeroso, embora implique em disposição e trabalho. Por
falta de tempo, os professores cursistas não resolveram as questões apresentadas nestas
35

unidades do TP4, mas comprometeram-se com o trabalho a ser apresentado nos relatos
do “Avançando na prática”.
36


Oficina 8 do TP4
          Os professores reuniram-se em grupos para lerem a proposta da Oficina,
discutirem e fazerem um plano de aula.
          Após, cada grupo apresentou sua proposta de planejamento.




                  Professora Izabel relatando as atividades de planejamento do seu grupo.


          Observamos que muitos professores já trabalham dentro da perspectiva de
elaborar estratégias e procedimentos de leitura e que alguns ainda apresentam
dificuldades. É extremamente pertinente que o educador prepare-se para trabalhar este
conteúdo – leitura e escrita - lendo, pesquisando, formulando questões, aproveitando
questionamentos dos alunos e o que é oferecido no livro didático e, até mesmo, revendo
algumas questões. Para isso, deve o professor, como mediador, responder a todas as
questões sugeridas por ele mesmo ou pelo autor do livro didático, antes de levá-las aos
alunos.
          Não devemos nos esquecer de que o professor é modelo de leitor e questionador.
          A participação e contribuição de todos para aperfeiçoar o que foi proposto pelos
colegas foi fundamental.
          Finalizamos este encontro, marcando o próximo para 20/08.
37


GESTAR II - 2ª Etapa

       A 2ª etapa de formação do GESTAR II aconteceu em Balneário Camboriú, entre
os dias 20 e 24 de julho de 2009.
       No dia 20/07, Ana Paula passou alguns informes sobre a bolsa, o preenchimento
de alguns documentos e o CD com as matrizes diagnósticas e avaliações de entrada que
receberíamos nas escolas.
       Na sequência, o professor Djalma, tutor do grupo, reportou-nos algumas
apreensões no grupo, relatadas a ele por e-mail, sobre questões do material, da carga
horária extensa para período reduzido, bem como da perda da qualidade em função da
quantidade de leitura e da correria, entre outras, para as quais nos orientou a formalizar
junto ao MEC qualquer protelação ou adiamento dos prazos, alegando as razões e
justificativas. Informou-nos ainda que o encontro de avaliação ocorreria nos dias 19 e
20 de novembro em local a ser divulgado.
       Conforme fôramos informados no início da manhã, cada município ali
representado faria o relato de como estavam ocorrendo os trabalhos com o Programa e
assim ocorreu até o meio-dia do dia seguinte, 21/07. Houve relatos bastante bons, mas
foi uma atividade cansativa visto que enquanto alguns ocuparam em torno de 30
minutos, outros se estenderam demais. Ao final todos entregaram seus portfólios,
estando dispensados os que apresentaram o Blog.




          Professoras Letícia, Josefina (Português), Rosane (Coordenadora) e Sandra (Matemática)
38

       Ainda no dia 21/07, assistimos ao filme O saber e o sabor em que alguns
educadores, entre eles Madalena Freire e Rubem Alves falam sobre o fazer do
professor. Trata-se de um filme muito interessante, visto que diferentes educadores-
pensadores da educação relatam suas memórias enquanto alunos que foram, passando
pelo que pensam da educação no presente e o que se espera de um professor. O filme foi
adquirido junto com outros que serão utilizados na formação dos professores da rede de
Florianópolis.
       Em 22/07, o professor Djalma tratou do Projeto de leitura que o professor
cursista deverá elaborar e aplicar para receber a certificação do GESTAR. Alguns
professores mencionaram a dificuldade de seguir o que está exposto no Guia Geral (p.
51). Por isso, o tutor aproveitou para chamar a atenção para o Projeto elaborado pela
professora Viviane, a qual nos apresentou seu trabalho e disse-nos que nos enviava por
e-mail. Neste momento, o professor nos orientou para a apresentação que faremos em
novembro, no Seminário de Avaliação. Para o referido Seminário, deveremos trazer
uma apresentação visual (“Power Point”, “banner”, filme, vídeo, dança, etc.) que mostre
o que fizemos em termos de GESTAR no município, de março a novembro. Para a
apresentação, teremos em torno de trinta minutos, depois o apresentado ficará exposto
se for o caso.
       O caderno TP6 - Leitura e processos de escrita II - recebeu algumas
considerações em 23/07, mas nada aprofundado, apenas algumas questões sobre a
argumentação e o uso da vírgula, pontuado por alguns “filminhos” que circulam na
Internet, alguns deles o professor já havia nos mostrado na 1ª formação, e que serão
enviados posteriormente por e-mail. À tarde, assistimos ao filme Língua: Vidas em
Português que serviu de introdução ao TP1 – Linguagem e cultura. Solicitamos, neste
dia, que houvesse alguma prática ou dinâmica em relação às oficinas que deveríamos
trabalhar, mas o grupo, em sua maioria, optou por permanecer do jeito que o professor
vinha tratando. Apenas mais duas pessoas manifestaram também o desejo de atividades
mais práticas, porém fomos voto vencido. À tarde, vimos algumas questões do TP2 –
Análise linguística e análise literária. Depois, o tutor nos ensinou a criar um Blog.
       Em 24/07, começamos o dia assistindo ao filme O carteiro e o poeta para
terminarmos com algumas considerações sobre arte, língua e literatura e mais algumas
indicações de filmes.
       Sentimos falta de um pouco mais de aprofundamento em certas questões, de uma
pauta que nos apontasse as etapas, de um pouco mais de prática em algumas atividades
39

que poderíamos passar aos professores cursistas e até de um planejamento, pois algumas
coisas se repetiram da 1ª para a 2ª formação.
40


Relatos de experiência do TP4 – Leitura e processos de escrita I



       Depois de tantos adiamentos oficiais por conta da Gripe H1N1, finalmente
voltamos à formação em 17/09/2009. Depois das boas-vindas, os informes ficaram em
torno das provas Brasil e Floripa, e da necessidade da elaboração de um banco de
questões que pudessem compor a prova.




                                     Letícia dá as boas-vindas
       Muitos professores relataram suas práticas neste dia, com boas intervenções,
questionamentos e sugestões.
       A primeira professora a relatar apontou para a questão de que os alunos só
conseguem interpretar se ela lê com eles, que eles se desinteressam facilmente se o texto
é mais longo, que não sabe como dar conta de todo o conteúdo gramatical do livro
didático com uma turma de 7ª série que mal consegue ler. Um professor presente
acompanhou a professora na sua fala, ao que apontamos para a necessidade das
estratégias de leitura que todo professor deve ter para abordar textos mais longos ou
difíceis e que, neste sentido, o TP4 elencava algumas, que era preciso voltar ao estudo
para conhecê-las e aplicá-las adequadamente a cada texto.
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       Outra professora relatou uma bem sucedida atividade de leitura envolvendo
contos e crônicas com dois objetivos claramente delineados: diferenciar os dois gêneros
e produzir um conto. A atividade teve por base um texto do livro didático e o texto
“Admirável mundo louco”, presente no TP4. Os alunos gostaram muito de realizar a
atividade, pois houve leitura na biblioteca, momento em que puderam trocar os livros
entre si, comentar suas impressões, e até parar de ler quando o texto não o agradasse. O
trabalho com os mesmos gêneros também foi relatado por outra professora que percebeu
melhoras na produção textual da turma que conseguiu sistematizar os conceitos
coletivamente no quadro.
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       Uma professora relatou sentir a necessidade de se colocar como modelo para os
alunos. Neste sentido, querendo que os alunos produzissem uma paródia, depois do
estudo de poemas, fez ela mesma sua paródia sobre os alunos, tendo por base a estrutura
de um dos poemas, leu para eles, envolveu-os, e lançou a proposta, cujo resultado foi
publicado no Blog da escola. Frisou ainda que julga importante que o professor tenha
clareza quanto aos objetivos, e que não fique tão ansioso porque não consegue passar
todo o conteúdo: a seleção é fundamental.




       Outro relato trouxe a leitura e a produção de Haicai, cujo resultado será um livro
a ser feito pela professora e os alunos, com envolvimento da sala informatizada,
biblioteca, enfim toda a escola. Segundo a professora, houve bastante dificuldade
quanto ao tamanho dos versos, pois a proposta era seguir a estrutura do gênero. Outra
dificuldade também ocorreu com a ilustração, pois a turma de 6ª série não conseguia
aliar as duas linguagens: verbal e não-verbal. O trabalho com a reflexão, a reescrita, o
“enxugamento” dos versos também rendeu alguns ir e vir, e muita leitura de autores
como Paulo Leminski, José Paulo Paes entre outros.
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       Um professor relatou que usou o tema da Festa Junina para trabalhar quadras e
poemas cinéticos com uma turma de 5ª série. Pontuou os conceitos da linguagem formal
e coloquial, bem como da linguagem verbal e não-verbal. Os poemas e quadras foram
expostos num varal e posteriormente vai ser apresentado na mostra cultural da escola.
Relatou ainda que sentiu dificuldade com os versos longos no início do trabalho e com o
processo de reescrita.




       Outra professora cursista aproveitou a oportunidade do tema Festa Junina e
apresentou seu relato dizendo que motivada pela época, trabalhou a música “Baião”
constante no TP4 com as 7ª e 8ª séries e produziu com os alunos os convites para a festa
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que ocorreria na escola. Estudaram a letra da música, passando pela questão desta festa
cultural tão marcante em outras regiões do país. Elencou também palavras e expressões
típicas do povo nordestino, bastante presente na nossa região. Sentiu dificuldades com
os verbos no Modo Imperativo, por isso, depois que terminaram os cartões e os
ilustraram, a professora apresentou, sistematizou e exercitou com as turmas o uso deste
modo verbal.
       O gênero cartão despertou outro relato de uma professora que procurou fazer um
regate do Dia dos Pais. Para o trabalho, ela selecionou o texto “Você lembra, pai”, da
p.48 do TP4, providenciou um xérox par os alunos da 5ª série, elaborou cinco questões
relativas ao texto e passou à produção do cartão, cuja frase central - “Pai, o melhor
ensinamento que você já me deu foi...” - deveria ser completada pelos alunos. A
professora acha que a produção foi legal, e mesmo as crianças, cuja figura paterna não
fazia parte de suas vidas, fizeram o cartão para entregar a quem elas mais consideravam
como pai.




       Os relatos suscitaram comentários bastante felizes no sentido de que devemos
priorizar certos fazeres em nossa prática, como por exemplo, buscar desenvolver
trabalhos mais significativos para a vida, a família, que estimulem a conscientização, a
gentileza, o cuidado com o meio ambiente, porque há momentos que parece que as
nossas maiores dificuldades são com os hábitos, as atitudes e os valores. Palavras como
“bom dia”, “por favor”, “com licença” e “obrigado”, precisam ser reiteradas e
vivenciadas todos os dias. Exercitar, no ambiente escolar como um todo, a prática de
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certos gêneros, e estabelecer critérios no trabalho com a língua dentro dos textos, de
modo a que não nos tornemos, enquanto professores de línguas, os únicos a enfocar o
trabalho com a leitura e a escrita.
       Finalizamos os relatos no período matutino com uma professora que trabalhou
uma sequência didática do conto popular em prosa. O trabalho foi realizado numa 5ª
série e tinha como objetivo final reconhecer e produzir um conto. As etapas passaram
pela leitura para localizar informações explícitas e implícitas; pela interpretação e
exploração, conforme se apresenta no livro didático utilizado pela professora (que é
praticamente o mesmo para toda a rede). Na sequência, a leitura da imagem que vai ser
a base do conto escrito pelos alunos e a 1ª escrita do texto. A professora achou os textos
muito pobres, por isso solicitou a ajuda da equipe pedagógica. Juntas - equipe e
professora - decidiram colocar uma produção num papel, de modo a ampliar o texto,
com as devidas correções ortográficas. Então, a professora passou ao trabalho de
exploração e ampliação do texto original que já tinha sido corrigido uma 1ª vez por ela.
Com o texto ampliado, os elementos da narrativa foram sendo relembrados para
constarem no texto escrito na 2ª versão. A professora considera que a apropriação foi
maravilhosa, os alunos se empolgam. Quanto às dificuldades, ela diz ter várias: as
recorrentes, ela põe no quadro, e trata com todos os alunos; as individuais recebem
recados escritos na correção
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       Não cabem todos os relatos e todas as práticas relatadas neste dia em 2 períodos
de 4 horas.
       Ao fim de cada período, reiteramos a tarefa necessária para o próximo encontro,
a se realizar em 24/09: leitura do TP5, unidades 17 e 18, que tratam de estilo e
coerência. Solicitamos também que trouxessem seus materiais didáticos: livros, provas,
exercícios, os cadernos AAA, para que pudéssemos pensar e elaborar o Banco de
questões da Prova Floripa.
       Em virtude da distância entre a última formação (09/07) e esta, houve um pouco
de dispersão e desencontros, de forma que marcamos Apoio para os professores que
estavam com alguma dificuldade, no Centro de Formação ou na Escola, conforme a
necessidade de cada um, para auxiliá-los ou motivá-los.
       Percebemos uma rotatividade bastante grande no grupo de professores que
frequentam o Curso GESTAR/a formação. Muitos professores novos/ACT estão
chegando à formação em função das licenças dos efetivos. Aqueles que estavam em
licença no início do curso, reencontramo-los agora. Esta movimentação levou-nos ao
questionamento a respeito da certificação, pois é prática da SME fornecer certificação à
presença nas formações e não teríamos condições de fazer duas formações: uma para o
GESTAR e outra para quem não queria ou não poderia fazer o Curso em função das
questões levantadas. Decidimos certificar a presença relativa ao número de horas
frequentadas, sem condicioná-las ao GESTAR, muito embora o conteúdo programático
deste certificado seja o do GESTAR. Para aqueles que continuam no Curso, a
certificação será concedida ao final do mesmo, em 2010, desde que cumpridas as
exigências já expostas no início do mesmo.
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Estudo do TP5 – Estilística e coerência textual: unidades 17 e 18

       No dia 24/09, os professores reuniram-se no Centro de Educação Continuada
para discutirem sobre estilística e coerência textual. A professora- formadora elaborou
uma síntese das unidades 17 e 18 (Anexo 3) como um roteiro para facilitar as
discussões. Para isso, os objetivos, bastante claros, de cada seção dessas unidades
auxiliaram o desenrolar das atividades.
       Iniciamos com a leitura dos trechos (páginas 15 e 16) de diversos exemplos de
estilos de narradores de esporte ao relatarem o “gol” das partidas de futebol, mostrando,
muito criativamente, o que é estilo. Na sequência, sem marcação prévia, uma professora
lia um trecho correspondente a cada um dos narradores. A atividade ficou bem
interessante. Daí, pudemos compreender do que trata a Estilística.




       Assim, também, percebemos a diferença entre dialeto e idioleto já entrando na
área da Lingüística. Outras leituras enriqueceram os trabalhos como “Trem de ferro” de
Manuel Bandeira e “O trem do Manuel” de Almir Correia, a leitura de quadrinhas e
poemas observando a sonoridade das palavras. A duração/tempo ao pronunciar uma
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palavra mostra a intenção do falante, da mesma forma a escolha dos sinais de pontuação
ou repetição de letras apresentam uma intenção do autor.
       Leituras de outros textos como “Palavras são palavras...” (páginas 36 e 37),
“Palavra” (página 40), “Nunca é tarde, sempre é tarde” (páginas 43 e 44) mostraram a
riqueza de recursos da língua portuguesa chamando a atenção para recurso de estilo e
transgressão gramatical.
       No que se refere à coerência do texto, um exemplo bem didático foi a análise da
figura apresentada na página 71. As pistas induzem a leitura das partes para a
compreensão do todo.
       Outros exemplos de textos verbais e não-verbais foram lembrados, como jogos
de quebra-cabeça que exercitam o raciocínio ao desenvolver a habilidade de procurar
pistas que tornam a imagem coerente.
       Concluímos que o conhecimento de mundo do leitor se articula com o contexto
linguístico para identificar a organização textual. Terminamos o encontro marcando o
próximo para a realização da oficina e a socialização dos relatos.
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Prova Floripa
       Em 24/09, os professores da Rede M. de Florianópolis foram chamados a
organizar o banco de questões da prova, no período da tarde.
       Foi solicitado que os professores trouxessem os Cadernos AAA do Gestar, bem
como a avaliação diagnóstica feita no início do ano, livros didáticos e outros materiais
que julgassem necessários. Assim sendo, em grupo, questões foram escritas e debatidas
para o português, o inglês e o espanhol. Houve muita reclamação, pois montar uma
prova para uma avaliação de rede não é fácil, muito embora alguns professores tenham
um pouco mais de facilidade. O grupo era muito grande, mas houve envolvimento.
Alguns professores se posicionaram no sentido de não montar as questões alegando que
uma prova, com 5 questões, não consegue medir o conhecimento que as crianças têm;
que esta prova só servirá para “ranquear” as escolas...
        Ouvimos atentamente todas as ponderações, e Letícia, como representante dos
professores de Línguas junto à SME, também se colocou no sentido das
responsabilidades de delegarmos a uma equipe que não conhece a rede o preparo de
uma prova para avaliar esta mesma rede. Ponderava ela que teríamos condições de
elaborá-la, sim, e que mesmo com deficiências, a prova teria o nosso jeito e seria mais
um aprendizado.




                    Professoras de Inglês discutindo questões da Prova Floripa

       Como a elaboração das questões da prova era uma atividade que exigia muito, e
por solicitação dos professores que não gostariam de levar mais uma tarefa para casa,
marcamos mais um período para elaboração e discussões.
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       Ao fim da tarde, aconteceram algumas discussões no grande grupo. Outras
ficaram para outro momento, visto que encontramos dificuldades técnicas de elaboração
de uma prova deste teor. Esperávamos poder discutir algumas questões com a
professora consultora que viria para um curso na semana seguinte.
       Os professores foram convidados a participar do “Curso: ler e compreender _
compromisso de toda a escola”, a ser realizado numa escola da rede, nos dias 01 e 02 de
outubro, como mais uma atividade ligada à formação do GESTAR, visto que
organização do evento estava convidando todos os professores de português
interessados. Discorremos, para quem ainda não conhecia, sobre a consultora, da sua
competência e da importância das discussões que ela vinha provocando; e da clareza
com que vinha abordando as questões de que tratávamos nas formações. Por conta deste
curso, que alguns professores gostariam de participar visto que o acompanham de etapas
anteriores, a próxima formação do Gestar ficaria para o dia 08/10.




             Um grupo de professoras discutindo questões de Português para a Prova.


       Finalizamos remarcando os relatos e a oficina do TP5, para 08/10, orientando
para que ficassem atentos ao calendário já que este que ficaria um pouco mais corrido
no mês de outubro, em função do Seminário de Avaliação do Gestar que ocorreria em
novembro e da necessidade de comprovarmos materialmente as atividades
desenvolvidas.
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Relatos de experiência e Oficina 9 do TP5


       No dia 08/10, reuniram-se os professores para a socialização das práticas
pedagógicas sugeridas no “Avançando na prática”, do Caderno TP5 – Estilo, coerência
e coesão. O compartilhar, o trocar experiências é, sem dúvida, o mais precioso momento
e o mais esperado pelo grupo, pois é aqui que mostram como adequaram seus
planejamentos às atividades propostas.
       A professora Rita apresentou o relato seguindo o proposto na página 82 (jogo de
quebra-cabeça) com uma turma de 8ª série. Os alunos acharam a atividade fácil. A
professora aliou a atividade do Gestar ao livro didático usando ora conjunções ora
elementos coesivos no texto argumentativo.




       O professor Nelci, por sua vez, relatou os trabalhos de duas 5ªs séries. Utilizou
poemas cinéticos, quadras, fábulas. Apesar do trabalho interessante, o professor aponta
que tem dificuldades com a atenção e concentração dos alunos. Há muitos alunos
defasados para a série. Para amenizar suas angústias, conversou com sua esposa, que é
alfabetizadora, para ajudá-lo na tarefa de adequar atividades para as turmas em questão.
Acredita que os alunos devem saber certos conceitos e não enrolar que sabem. Observou
que depois das atividades apropriadas, percebe que agora é que estão prontos para
cursar uma 5ª série. Fez várias oficinas de produção textual. O objetivo é fazer um livro
com as histórias dos alunos.
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       A professora Ângela trabalhou a transgressão gramatical com uma turma de 7ª
série. Utilizou o texto ”Palavra”, (página 40), levou uma letra de música dos Titãs e a
narrativa de Walcyr Carrasco “O caçador de palavras”, apontando a semelhança
temática entre os textos citados. Aproveitou para ajustar a atividade à Olimpíada na
escola: cada turma pegou um poeta diferente para declamar uma poesia. Apresentou,
também, uma crônica de Flávio José Cardoso. Os alunos estão lendo a adaptação feita
por Walcyr Carrasco do livro “Os miseráveis”. Leram poemas de Mário Quintana (o
poeta brinca com as palavras). Fizeram leitura de vários textos sobre a palavra, as
sensações que elas despertam, as cores e os sons que apresentam. Trabalhou com o
dicionário na busca de palavras e suas definições para a proposta de criação textual
observando o uso e o jogo de palavras. A professora julga que a produção textual não
ficou como ela esperava, mas chamamos a atenção para a quantidade de textos a que os
alunos foram apresentados, e da necessidade da maturidade psicológica para os jogos de
palavras.




       Outros professores relataram sua prática, como por exemplo, a professora Vera
que alia os conteúdos do GESTAR às suas aulas de Inglês. Trabalhou um texto que
tratava sobre o fim de semana. Explorou neste texto questões relacionadas ao léxico
(palavras conhecidas e desconhecidas - inferência de vocabulário). Aproveitou para
ensinar as expressões adverbiais do passado e frases negativas. O resultado foi a
produção de um texto pelos alunos sobre seu fim de semana. Os relatos orais
demonstram empenho, apesar de todas as correrias.
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       Após os relatos, os professores reuniram-se em grupos para a realização da
oficina 9, proposta na página 254, sobre como a coerência textual é construída a partir
da articulação entre informações do texto e experiências prévias que os leitores têm a
respeito do assunto, relacionando os sentidos construídos pela linguagem verbal e não-
verbal, observando os efeitos de sentido do texto como um todo e analisando cada parte
e como elas se articulam na unidade textual.
Concluímos que os alunos, em cada série, devem saber/dominar certos conceitos.
Devemos ter bem claro quais são estes conceitos. Um instrumento de grande ajuda é a
prova de diagnóstico de entrada aliada aos AAA (Atividades de Apoio à
Aprendizagem).


       No período vespertino deste mesmo dia, passamos às questões do banco de
questões para a Prova Floripa.
       Professores reclamaram muito da Prova feita sem um banco de critérios, muito a
“toque de caixa”, sem a remuneração devida. Alegaram que estavam trabalhando horas
a mais em função dela, pois uma questão bem elaborada, às vezes, toma horas. Neste
sentido, a consultora do curso realizado em 01 e 02 de novembro foi bastante enfática:
não é possível realizar um banco de questões bem elaboradas em 8 horas e com um
grupo tão grande, pois muitos itens precisam ser alinhados, os critérios precisam estar
muito claros. Questionados sobre o desejo de participação na elaboração da prova,
manifesto quando da 1ª prova aplicada, alegaram que a Prefeitura deveria pagar uma
consultoria para realizar as questões e uma comissão, tirada do grupo de formação,
avaliaria a pertinência das mesmas, se de acordo com os conteúdos trabalhados ou não.
       Voltaram a falar também da carga horária pesada para tantas atividades, da falta
de tempo para tantas leituras, relatos, avaliações, conselhos, planejamentos, atividades
da escola. Lembrando-nos que não são somente professores, que outras obrigações
também os aguardam depois da jornada profissional. Enfim, reportaram muitas
dificuldades, plenamente justificáveis.
       Na qualidade de representante do grupo junto à SME, Letícia fez algumas
considerações no sentido de novamente chamar à responsabilidade todo o grupo,
incluindo-se, e declarando estar ainda na posse das questões elaboradas para a prova,
perguntou se deveria entregá-las ou não para a revisão e impressão, anunciando que a
decisão do grupo seria acatada. Dos quarenta presentes, seis acharam que as questões
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não deveriam ser entregues; quatro se abstiveram e o restante ponderou que elas
deveriam ser entregues, mas com as devidas ressalvas, pelas questões já colocadas.
       Na avaliação do grupo, o aprendizado com a elaboração das questões foi muito
bom. Alguns acharam que a prova não tinha relação com o GESTAR, que estávamos
perdendo o foco; outros consideraram justamente o contrário. Perceberam a necessidade
de conhecer e estudar os descritores que estão relacionados nas Provas de Entrada do
Gestar, não por causa de uma prova, mas como meio de qualificar o ensino da língua. E
mais, olhando os modelos de prova – ENEM, SAEB, Brasil, PISA – perceberam que os
textos utilizados para as questões são pequenos e que cada um aborda uma questão
apenas, ou seja, avalia um descritor, ou habilidade, diferente das provas que estão
acostumados a fazer em sala de aula, com textos mais longos, várias questões, sem
muita reflexão quanto às habilidades pretendidas por cada uma das questões elaboradas.
No encerrar das discussões, bastante pesadas, restou-nos a certeza de que os nossos
modelos de avaliação não são totalmente conscientes, às vezes, não sabemos muito
claramente o que estamos avaliando.
       Os professores foram unânimes ao declarar que realizam muito mais em sala de
aula do que seria possível medir em uma prova, mas acreditam que algumas das
questões elaboradas pelo grupo apresentam muitos problemas, por isso, sugeriram que
uma formação específica de como elaborar provas deveria ser pensada para as próximas
formações.
       Ficou definido que uma comissão de professores, tirada do grupo de formação,
seria chamada para fazer os ajustes e correções das questões antes de serem enviadas
para a impressão.
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Estudo do TP5 – Coesão e relações lógicas no texto: unidades 19 e 20


       No dia 22/10, discutimos as unidades 19 – coesão textual, e 20 – relações lógicas
no texto, do caderno de Teoria e Prática do GESTAR II.
       Conforme vínhamos fazendo com os outros TPs, com este não foi diferente:
elaboramos uma síntese (Anexo 3) dos conceitos trazidos por este caderno, no que diz
respeito à diferença entre coerência e coesão; às estratégias lingüísticas que conduzem o
entendimento e a interpretação de um texto; aos elos coesivos e à progressão textual.
Causou estranheza no grupo o fato de o caderno não se reportar aos termos lingüísticos,
e sim como “pistas” ou “marcas”, visto se tratar de uma formação de professores.
Cremos que a apresentação um pouco mais sistematizada, sem medo dos termos,
clareou um pouco mais a leitura. Professores disseram da dificuldade do estudo/leitura
pelo fato de terem muitas atividades na escola, que o formato está muito concentrado.




       Para que os professores entrassem minimamente no caderno, solicitamos que
realizassem, sem olhar as respostas, a atividade 2, p.121-2. Discutimos e passamos à
atividade 3, da p.123. Com as duas atividades realizadas, o grupo acionou alguns
conceitos já conhecidos, mas, talvez, pouco lembrados ou retomados em sua prática.
        Em relação à unidade 20, fizemos a leitura do texto da p.186, e colocamos em
discussão os conceitos de texto narrativo e descritivo e questionamos a afirmação
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categórica a respeito dele na p.188. Trabalhamos ainda os conceitos de implicação
lógica e a negação na construção de sentidos do texto, sempre alertando que aquilo que
a formadora aponta como importante, nas unidades em questão, é apenas uma leitura, e
que a discussão seria mais produtiva se precedida de leituras.
       Para finalizar, solicitamos que escolhessem uma atividade do Avançando na
prática, aplicassem em sala e preparassem um relato para o próximo dia 29/10.
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Relatos de experiência e Oficina 10 do TP5
       Em 29/10/2009, reunimo-nos para a apresentação dos relatos de um dos
“Avançando na prática” do TP5 e na sequência a realização da Oficina 10,
correspondente à unidade 20 do mesmo TP.
       Os relatos têm sido cada vez mais envolventes e reveladores das práticas e das
relações que se estabelecem no cotidiano dos professores. A primeira professora a
relatar fez um “mea culpa” e não teve medo de expor suas fragilidades iniciais. Revelou
que, no início dos trabalhos com os alunos, só percebia as coisas que não davam certo, e
das difíceis relações entre ela e eles por conta dos péssimos resultados que eles
apresentavam. Hoje, a relação ainda é de amor e ódio, mas ela se percebe mais próxima
deles e da sua realidade social; consegue perceber a expressão dos sentimentos de seus
alunos e sente-se realizada e diferente quando eles fazem-na portadora dos recados
enviados entre eles. Pediu licença para ler alguns textos escritos pelos alunos e foi
comentando dos progressos, das dificuldades. Sente-se gratificada porque eles estão
declamando poemas junto com ela.




       Na sequência, uma professora expôs atividade realizada seguindo o roteiro do
“Avançando” da p. 162, ao qual ela propôs o tema Meio Ambiente. A turma envolvida
foi a 6ª série e os resultados foram os esperados: os alunos tiveram dificuldade de
estabelecer a coesão entre as partes. Esta atividade deu início ao trabalho sistematizado
com os elos coesivos e, posteriormente, foi solicitada a reescrita do texto com os
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elementos aprendidos. Cada aluno escreveu um conto, alargando ou cortando os trechos
que cada um escreveu na primeira etapa. A professora também participou da atividade,
seguindo ela mesma o processo solicitado ao aluno e seu texto foi apresentado como um
modelo, mesmo tendo trabalhado com.




       Outra professora relatou que também seguiu o roteiro proposto pelo
“Avançando” na p. 51, e que as atividades renderam ótimos resultados, os alunos se
envolveram muito e a professora salientou que as atividades deste TP podem ser
adaptadas, ou mesmo inseridas em qualquer tempo, visto que todo gênero possui
elementos de coesão e de coerência que precisam ser trabalhados. Cabe ao professor
decidir quais os mais adequados para a sua situação. Ela aplicou a atividade numa turma
de 8ª série, numa proposta para o Inglês. Ela pediu que os alunos escrevessem um
diário, abrangendo o espaço de uma semana, aplicando os elementos coesivos
trabalhados, sobretudo os de progressão temporal. Cada um depois leu seu texto e
avaliou a atividade dizendo que são sabedores/conhecedores do Inglês. Inclusive
compararam a atividade de produção com as maçantes traduções feitas por outro
professor, em outro tempo.
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       Depois de ouvir relatos tão bons, a professora a seguir acreditava que tivesse
fugido um pouco à proposta, por isso não queria relatar sua atividade, posto que ainda
não possuía todo o resultado em mãos para comprovar o feito. Instamos a que reportasse
o que havia feito, então relatou ao grupo que dentro de uma atividade maior, ainda não
terminada, encaixou um exercício de coesão e coerência, porque viu na 1ª produção dos
alunos muito “então”, “daí”, “e aí”. Mostrou alguns excertos aos alunos dos textos dos
mesmos para situá-los no que queria trabalhar, mostrou diferentes elementos de coesão
que poderiam substituir aqueles apontados e pediu uma refacção do texto substituindo
as questões apontadas. O exercício ainda não retornou, mas sentiu que os alunos
aprovaram a atividade. A professora trabalhou ainda com sinais de pontuação, língua
oral e língua escrita, linguagem formal e informal. Elogiamos o trabalho da professora,
salientamos que ela estava no caminho e que, sobretudo, não minimizasse seu esforço,
pois o que relatou não era tão pouco como julgara inicialmente. Ela sentiu-se animada a
continuar com o processo.
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       Aconteceram outros relatos e apartes ou complementação do que estava sendo
exposto, de modo que todos tivessem oportunidade de se expor oralmente ou comentar.
Aqueles que ainda não se sentem tão à vontade para relatar oralmente, deixamos o
convite para que o façam em outras sessões, visto que a atividade visa à qualificação e
não a uma avaliação, já que ali somos todos profissionais em busca de novos elementos
e estratégias que subsidiem o nosso fazer.




       Na sequência passamos à Oficina 10, que trabalhada em pequenos grupos foi ao
final socializada com comentários feitos pelo grande grupo. Estes momentos de oficina
são bastante ricos, com trocas e sugestões e amadurecimento de idéia, projetos e
estudos. É um momento que faz falta no dia a dia escolar. Alguns professores avaliaram
inclusive dizendo que estes momentos substituem com bastante eficiência os momentos
de estudo nas escolas, visto que nas escolas, quase sempre, estão solitários no seu
específico, que um par da mesma área acrescentaria, e muito, nas discussões e práticas
lá onde elas deveriam acontecer com mais qualidade, mais dirigidas aos aspectos
pedagógicos.
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               Prof.ª Francisca socializa a oficina do seu grupo.




Prof.ª Eliane apresenta o que ela, Vera G. e Ana Paula pensaram para a proposta.
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Estudos dos TP6 – Leitura e processos de escrita II e TP1- Linguagem
                             e cultura

       Em todas as avaliações feitas após as oficinas, estudos e relatos, o grupo
solicitava ou sugeria que os estudos teóricos fossem feitos no momento da formação, e
não como uma atividade de leitura prévia. Isto porque todos estavam muito absorvidos
com outras tarefas da vida profissional ou doméstica: eram correções, preparações,
reuniões de todo tipo, reposições aos sábados ou em feriados, a casa, os filhos, o
marido, a família... e que mais esta leitura – visto que o caráter obrigatório do
curso/formação não agradou a alguns - seria acrescentar uma carga muito maior do
poderiam suportar. Alertavam-nos de que algumas coisas ficariam para trás e, uma delas
seria justamente a leitura prévia para o estudo dos TPs. Optamos, então, por mudar a
forma como vínhamos conduzindo o estudo a partir do TP6, posto que o TP5 ficou
formatado nos mesmos moldes propostos pela organização do GESTAR II, ou seja,
leitura prévia, discussão teórica, aplicação em sala, relato de experiência, oficina.
        Assim, marcamos o estudo do TP6 – Leitura e processos de escrita II e do TP1
– Linguagem e cultura para o dia 19/11/2009, em período integral, envolvendo a
seguinte dinâmica: cada TP tem 12 seções; escolhemos, então, 12 cores e recortamos 5
tiras de cada cor. Separamo-las em 5 blocos, de modo que cada um contivesse uma cor
das 12 selecionadas. Cada professor que chegava, recebia uma tira de uma cor, de forma
que todas as seções fossem contempladas. Registramos no quadro o nome da cor e a
respectiva seção, só então os grupos se juntaram pela cor para o estudo da mesma. A
proposta foi estudar a seção em uma hora e preparar uma apresentação para 10 minutos.
Levamos para as salas disponíveis para os grupos, papel pardo, canetas, retroprojetor,
transparências, laptop, fitas, tesouras, folhas A4, máquina fotográfica.
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       O estudo foi bastante positivo, os grupos se integraram, estudaram, prepararam e
apresentaram seguindo a proposta, conforme podemos observar por algumas imagens
aqui registradas.




       Pontuávamos e interferíamos à medida que os grupos iam apresentando,
corrigindo a rota, elogiando os exemplos trazidos, parabenizando a qualidade da
apresentação, dado o tempo. Fizemos, ainda, circular o livro A arte de ensinar a
escrever, da autora L. M. Calkins, para que tivessem acesso à teoria que embasa este
TP6 e chamamos a atenção para a excelente sistematização sobre o texto argumentativo
apresentada pelo mesmo. Salientamos que as dificuldades para trabalhar com este
gênero podem ser sanadas com o estudo integral do caderno, visto que traz, além da
64

proposta teórica, farta quantidade de exercícios que abordam passo a passo cada
elemento constitutivo da argumentação.




       Os professores avaliaram como muito boa a nova dinâmica, pois puderam
conhecer, pelo menos em parte, o que o caderno apresenta e se dispuseram a estudá-lo e
a aplicar os exercícios no sentido de melhor qualificar sua prática e propiciar ao aluno
momentos de aprendizagem significativa. Propuseram, ainda, que os novos estudos
aconteçam com esta dinâmica.
       À tarde do dia 19/11, estudamos e apresentamos os estudos do TP1 – Linguagem
e cultura – com a mesma dinâmica aplicada ao TP6.
65




       O uso dos tradicionais recursos para a preparação de uma aula vai ficando para
trás quando existem recursos de mídia e tecnologia à disposição do professor. Isto foi o
que percebemos nesta oficinas de estudo. Os professores puderam usar os recursos no
Centro de Formação e solicitaram que outras atividades oferecessem esta atividade. O
processo de criação de Blogs era uma atividade que pretendíamos desenvolver junto ao
GESTAR, mas tivemos que priorizar certas etapas. É provável que a realizemos para o
ano, em parceria com o NTE da SME.
66

       Ao final das apresentações, encaminhamos como sugestão de aprofundamento
do tema central deste TP1, a cultura e a linguagem, o filme Os narradores de Javé – já
conhecido por alguns, visto termos trabalhado com ele em uma formação de anos
anteriores, pois fazia parte de um livro didático – e o documentário O povo brasileiro.
Ambos serão preparados para disponibilizar em mídia aos professores que fazem o
GESTAR II.
67


Atividades de encerramento

       Em 26/11, no período vespertino, reunimo-nos com o grupo de formação do
GESTAR para ajustes do calendário para 2010, para a definição de prazos para a
entrega dos relatórios, definição quanto à certificação, entre outros detalhes.
       Depois de toda a burocracia resolvida e questões individuais acertadas,
assistimos ao filme Língua: vidas em Português, que encantou as professoras, de tal
modo que todas queriam uma cópia para assistirem-na com seus alunos.




       Tivemos que prometer preparar este filme também. Na sequência, estabelecemos
alguns comentários e passamos a um lanche de confraternização.
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  • 1. Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Educação Diretoria de Ensino Fundamental PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR GESTAR II FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DOS ANOS/SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Formadoras: Josefina da Silva Pisani Maria Letícia Naime Muza Coordenadora: Rosane Immig Florianópolis, 2009.
  • 2. 2 Sumário Apresentação ....................................................................................................................4 Introdução .........................................................................................................................7 Histórico da RME ............................................................................................................8 Primeira viagem de formação .........................................................................................10 Recepção ao GESTAR II na RME de Florianópolis ......................................................12 Primeira dificuldade: a greve ..........................................................................................14 Estudo do TP3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 9 e 10 ...........................................15 Relatos de experiência e Oficina 5 do TP3......................................................................18 Caracterização da turma .................................................................................................21 Estudo do TP3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 11 e 12 .........................................23 Relatos de experiência e Oficina 6 do TP3......................................................................24 Estudo do TP4 – Leitura e processos de escrita I: unidades 13 e 14 ..............................28 Oficina 7 do TP4..............................................................................................................31 Estudo do TP4 - Leitura e processos de escrita I: unidades 15 e 16 ...............................34 Oficina 8 do TP4...……………………………………………………………………...36 GESTAR II – 2ª etapa.....................................................................................................37 Relatos de experiência do TP4 – Leitura e processos de escrita.....................................40 Estudo do TP5 – Estilística e coerência textual: unidades 17 e 18..................................47 Prova Floripa...................................................................................................................49 Relatos de experiência e Oficina 9 do TP5......................................................................51 Estudo do TP5 – Coesão e relações lógicas no texo: unidades 19 e 20..........................55 Relatos de experiência e Oficina 10 do TP5....................................................................57 Estudo dos TP6 – Leitura e processos de escrita II e TP1 – Linguagem e cultura.........62 Atividades de encerramento............................................................................................67
  • 3. 3 Considerações finais........................................................................................................68 Conclusão........................................................................................................................71 Referências……………………………………………………………………………..72 Anexo 1 – 1. Apresentação do Guia Geral .....................................................................73 2. Cronograma das atividades realizadas .......................................................76 Anexo 2 – 1. Ficha diagnóstica ......................................................................................78 2. Ficha de avaliação ....................................................................................79 3. Tópicos para o relato de experiência ........................................................80 4. Tópicos para o projeto de fim de curso ....................................................81 Anexo 3 – Sínteses do TP3, TP4 e TP5 ..........................................................................82 Anexo 4 – Textos de apoio ...........................................................................................107 Anexo 5 - Relatos de experiência, Oficinas e Avaliações ............................................112
  • 4. 4 Apresentação A escola que temos não é a que queremos. Certeza confirmada pelos dados educacionais que, a cada avaliação realizada, revelam baixos índices de conhecimento na leitura, escrita e cálculo, pelos alunos do ensino fundamental da escola pública brasileira, bem como pelos elevados percentuais de distorção idade/série (10,5% em 2009, na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, nos Anos Iniciais do EF). Estes dados, aliados aos avanços tecnológicos, que se processaram nas últimas décadas e ao advento das novas tecnologias da informação e comunicação que vêm para dinamizar o processo de aprendizagem, incitam o pensar sobre o quê estamos fazendo e na mudança do processo de ensino-aprendizagem de forma a contemplar a função social da escola pública. A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, sobretudo, a partir da década de 80, tem o currículo como uma constante nas suas discussões. A partir de 90, tem se empenhado em produzir e publicar documentos, que trazem referenciais curriculares a serem considerados pelos educadores ao elaborarem seus planos de ensino e projetos pedagógicos das unidades educativas. Assim, tem presente que o currículo deve ser objeto de constantes discussões e atualizações, centrando o compromisso na qualificação do ensino e da escola pública. Neste movimento de ressignificação curricular e de contemplar a criança e o jovem como sujeitos de direitos, e, na prerrogativa de que todos podem aprender, tem priorizado programas e ações de forma a qualificar a educação realizada pela escola pública municipal. Dentre estes destaca-se a formação continuada permanente em serviço aos educadores da rede. Tem-se a compreensão que a formação continuada em serviço é um dos elementos que contribui para qualificar o processo educacional na medida em que possibilita espaços/momentos para o aperfeiçoamento acadêmico e desempenho profissional dos educadores. Ela proporciona ampliar reflexões, impulsionar práticas pedagógicas diversas, avaliar processos e reafirmar princípios. O objetivo é criar condições de forma a implementar ações que promovam aprendizagem significativa a todos os alunos por meio de práticas pedagógicas que atendam aos pressupostos nos quais se pautam os projetos das escolas da rede, ou seja, promovida na perspectiva da criação de uma nova escola que contemple a complexidade do mundo contemporâneo articulado com a educação de nossos alunos, para uma escola mais democrática e prazerosa.
  • 5. 5 Igualmente, a formação continuada em serviço propõe-se a auxiliar na superação das limitações verificadas no âmbito da formação inicial, atendendo às demandas em relação à prática pedagógica da sala de aula e de projetos educativos. É organizada e realizada com vistas a garantir a transposição dos pressupostos teórico- metodológicos que sustentam a proposta curricular da rede. Ainda tem o objetivo da valorização profissional por meio do aperfeiçoamento em serviço instrumentalizando os educadores com técnicas, metodologias e conhecimentos de modo a transformar conteúdos do ensino em atividades significativas de aprendizagem para todos. Seminários, palestras, oficinas, grupos de estudos, reuniões, grupos de formação por área de conhecimento ou etapa de ensino, ciclos de formação sobre temas específicos têm caracterizado a sua organização. Neste viés, é organizado o Programa GESTAR II na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. Um curso que vem para aprimorar a prática pedagógica e profissional dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática que atuam no Ensino Fundamental II, objetivando a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Desde a adesão ao Programa, ainda em 2008, os educadores da área têm sido informados sobre o curso. No entanto, a dinâmica de operacionalização e de participação foi apresentada apenas no início do curso aos educadores, assim como reuniões de sensibilização, de leitura e estudo do Guia Geral e encaminhamento sobre as atividades presenciais e a distância. O curso traduziu-se no estudo dos TP (Teoria e Prática) e realização de Oficinas proporcionando espaços de estudo e reflexão e de compartilhamento de experiências e resolução de problemas, ancorado numa relação estreita com a dimensão da prática do cotidiano da escola (sala de aula) e com a dimensão formal da proposta pedagógica. Estes estudos foram incrementados, além do material do Programa, com textos sugeridos pela coordenação geral do curso ou buscados pelos formadores, com debates e consultoria específica sobre temas. Esclarecimentos de dúvidas e questionamentos, orientações específicas, planejamento e elaboração de situações didáticas ou ainda complementação de materiais foram atendidos/acompanhados como apoio pedagógico ao cursista. Ressalta-se que no decorrer deste primeiro semestre, aconteceram vários momentos para rever planejamento e calendário, considerando a carga horária a ser trabalhada e a disponibilidade para a execução das metas, considerando a greve dos
  • 6. 6 servidores de 25 dias no mês de março e início de abril, bem como a diversas paralisações do transporte coletivo que prejudicou, em parte, a dinâmica dos encontros. Todavia, o curso desenvolvido até esta etapa, ainda considerando as resistências de alguns educadores quanto à dinâmica e estratégias de participação do curso, uma vez que propõe o estudo, a aplicação e discussão da prática, os resultados alcançados, conforme expostos neste portifólio, indicam que o grupo avança na proposta. Rosane Immig Gerente de Articulação Pedagógica
  • 7. 7 Introdução A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis aderiu ao programa do MEC, GESTAR II – Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar, como uma proposta de formação continuada para professores dos anos/séries finais do Ensino Fundamental. Com o objetivo de aprimorar a prática pedagógica e profissional do professor que atua em sala de aula, num trabalho participativo, interativo e interdisciplinar, o programa deverá ser trabalhado em um ano letivo. Todos os professores que se inscreveram nesse programa receberam um kit com material de teoria e prática, ao todo seis, além de 12 cadernos de atividades de apoio à aprendizagem – 6, versão do professor e 6, do aluno – mais um Guia Geral contendo informações sobre o programa como estrutura, carga horária, avaliação e ementa de conteúdos. Em Língua Portuguesa serão abordados os seguintes tópicos: TP1 – Linguagem e cultura; TP2 – Análise linguística e análise literária; TP3 – Gêneros e tipos textuais; TP4 – Leitura e processos de escrita I; TP5 – Estilo, coerência e coesão e TP6 – Leitura e processos de escrita II. No primeiro semestre de 2009, estudamos o TP3, numa proposição do próprio tutor, e o TP4, em função da demora na entrega do material e greves. No segundo semestre, a formação alcançou os relatos de experiência do TP4, todo o TP 5 e estudos teóricos dos TP6 e 1, em função de novos problemas: agora foi a vez da Gripe H1N1 que não permitiu aglomerações e que postergou para setembro a retomada das formações na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. Ficou faltando para 2010, abordar integralmente o TP2, bem como os relatos de experiências do TP6 e 1. Apresentamos, neste documento, os resultados alcançados com os trabalhos realizados até o momento. Assim, seguem os relatos das ações das formadoras, bem como os estudos, planejamento e socializações das práticas em sala de aula, realizados pelos professores. Registros fotográficos, materiais de apoio e produções textuais dos alunos também fazem parte deste trabalho. Esperamos que ele dê uma ideia de como se configurou o exercício até o momento.
  • 8. 8 Histórico Os cadernos do GESTAR II chegaram às escolas da Rede Municipal de Ensino (RME) de Florianópolis em setembro de 2008. Em conversa durante as formações de Língua Portuguesa (LP) na Rede, alguns professores relatavam que a equipe pedagógica os convidara a observá-los para ver do que tratavam. E alguns perceberam que os cadernos traziam muitas e variadas atividades que contribuiriam, certamente, com a prática pedagógica em sala de aula, e que ali estavam materializados e sistematizados exercícios fáceis de aplicar e que, dado o acúmulo de trabalho, nem sempre era possível prepará-los e planejá-los. Havia uma espécie de curiosidade sobre o que estaria sendo articulado por conta do material, e enquanto isso colegas relatavam que haviam utilizado alguns exercícios dos cadernos. Mas nossa questão central era, dentro da Proposta Curricular da Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF), elaborar um caderno de atividades que subsidiassem a prática pedagógica na perspectiva dos gêneros textuais. Este caderno deveria ser publicado com a Proposta. Vínhamos tentando elaborá-lo desde 2006, quando a consultora Maria Marta Furlanetto assessorou os Professores de Línguas na teoria que subsidia a Proposta Curricular publicada em 2008. Ainda não havíamos conseguido dar um formato ao caderno, porque as discussões ficavam presas ao plano da teoria. As atividades práticas, tão necessárias à efetiva transposição teoria-prática, que pudessem nos dar um pouco de segurança no dia-a-dia da sala de aula, eram poucas. Sem contar que alguns professores tinham (têm) uma boa prática, mas quando solicitados a sistematizar sua experiência apresentavam (apresentam) algumas dificuldades. Acreditamos que por conta do ofício, o professor acaba, muitas vezes, relegando sua própria atividade escrita e, com essa atitude, a reflexão sistemática sobre seus avanços e retrocessos não acontece. Se não reflete, se angustia, pois não tem clareza do seu fazer. Em 2007, as formações de LP foram voltadas para a Diversidade Étnico-Racial, de tal modo que o nosso “caderno de atividades” ficou relegado. Concorreram para isso inúmeras questões: a teoria dos gêneros textuais não estava totalmente formatada para ser impressa na Proposta; alguns grupos, responsáveis pela elaboração de atividades para o caderno, conseguiram apresentá-las e outros, não; houve troca de coordenador de LP; houve mudança de gestão política e acabamos perdendo o foco e a paciência.
  • 9. 9 Já em 2008, voltamos nosso olhar para os gêneros a serem estudados e trabalhados em cada série/ano, dentro dos domínios de que tratam Dolz e Schneuwly – narrar, relatar, expor, instruir e argumentar – e para os aspectos da língua ou da gramática normativa a serem contemplados, de acordo com o gênero. Foi mais um longo exercício teórico. A prática, a atividade a ser transposta para a sala de aula, ficou novamente por conta de cada professor. A chegada do GESTAR II reabriu a possibilidade de termos à mão, atividades práticas que devem subsidiar nosso fazer – além daqueles materiais de que já dispomos – sem que precisemos elaborá-las ou pensá-las. Mas elas pedem um pouco de planejamento para que possamos adaptá-las ou executá-las. Nas páginas a seguir, relatamos o percurso que os professores e as formadoras, também professoras, da RME de Florianópolis vêm realizando com o GESTAR II.
  • 10. 10 Primeira viagem de formação A 1ª etapa de Formação no GESTAR II aconteceu em Treze Tílias – SC – entre os dias 02 e 06 de março de 2009. A expectativa era grande e as surpresas foram maiores. Um mar de gente, entre professores de Português e de Matemática de praticamente todo o Estado, técnicos, tutores vindos de Brasília e de outros lugares do Brasil se encontraram para estudar, conhecer, orientar e ajudar a compreender a proposta do GESTAR II. (Anexo 1) Encontro em Treze Tílias – 02 a 06 de março de 2009 Nesta 1ª etapa, trabalhamos com os TP3, TP4 e TP5. Cada grupo de professores, em nº de mais ou menos 40 por sala, procurou compreender, discutir e aplicar, numa espécie de simulado, as atividades propostas pelo tutor, o Professor Djalma G. Mendes Jr, as quais depois seriam aplicadas no grupo que formaríamos. O grupo discutiu a teoria e a prática de cada TP, refletiu e apresentou resultados de algumas atividades (em Oficinas) propostas pelo tutor, dentre as quais uma que abordava a hibridização que os gêneros podem apresentar, ou seja, os gêneros podem se misturar de acordo com as intenções do autor para determinada situação sociocomunicativa. Então, o professor
  • 11. 11 propôs que elaborássemos uma Receita para melhorar a Educação (TP3, unidade 9, seção 3). DOCE(NTE) Ingredientes -1 homem enquanto sujeito -1 curso de licenciatura -1 concurso público -1 proposta pedagógica consistente -Planejamentos diários e semanais -Tecnologia e recursos didático-pedagógicos de última geração a gosto -1 bom salário -1 encontro semanal de formação continuada Modo de Preparo Pegue o homem enquanto sujeito. Cozinhe-o em fogo brando durante 4 anos no curso de licenciatura. Passe-o pela peneira do concurso público. Reserve. À parte, misture a proposta pedagógica consistente, planejamentos semanais e as tecnologias e recursos didático-pedagógicos. Mergulhe o concursado nesta mistura e acrescente-lhe a formação continuada. Acrescente-lhe um bom salário e sirva um professor qualificado para a escola pública. O exercício pôde ser realizado individualmente ou em grupo. Após, todos apresentarem e discutirem, o tutor solicitou-nos, ao fim das apresentações que colocássemos esta atividade no portfólio. Outras atividades foram realizadas durante a semana de formação: trabalhamos o poema “Cidadezinha Qualquer”, de Carlos Drummond de Andrade, nos mesmos moldes da Oficina do TP4, assistimos ao filme “Narradores de Javé”, entre outros. Houve muita ansiedade, pois as novidades eram muitas e as incertezas quanto à aplicação da proposta nos deixaram apreensivas, muito embora o professor nos dissesse que sempre poderíamos adaptá-la à realidade do nosso grupo. Mas de modo geral, foi uma semana enriquecedora.
  • 12. 12 Recepção ao GESTAR II na RME de Florianópolis Em 19/03/2009, apresentamos o GESTAR II aos professores de LP da RME. Houve quem recebesse o curso como uma bem-vinda; houve também resistências, visto que tudo que é imposto ou obrigatório torna-se antipático. Porém, na discussão bastante acalorada havia um consenso: todos os que tiveram contato com o material antes desta data diziam ter gostado dele, inclusive alguns presentes já estavam usando exercícios dos cadernos em sua sala de aula, mesmo sem saber que haveria uma formação para melhor aproveitá-lo. Sala de aula no Centro de Eventos e Formação Continuada - Florianópolis Para aqueles que ainda não haviam entrado em contato com o material, providenciamos fotocópia (Anexo1), apontando questões a serem observadas no Guia Geral. - O que é o GESTAR II - Como se estrutura - Como se desenvolve 1) Leituras individuais (teoria) 2) Realização de atividades (no caderno TP) 3) Debate das leituras; dever de casa (aplicação na sala)
  • 13. 13 4) Socialização do dever de casa (oficinas) 5) Oficinas com exercícios coletivos (AAA) - Como será a avaliação - Pressupostos do GESTAR II - Currículo - Direitos e deveres do cursista - Cronograma e carga horária Professores acompanham as explicações sobre o Guia Ficou determinado que, assim que o material do GESTAR II chegasse, os professores seriam chamados para recebê-lo no Centro de Eventos. É fato que não foi uma recepção calorosa, mas conhecendo o grupo, sabíamos que esse primeiro contato teria oposições, resistências e aceitações. O grupo de LP possui uma caminhada de estudos e formação diferente das outras disciplinas da Rede. E mesmo quando as formações não tinham o caráter obrigatório, o grupo se reunia e estabelecia metas de estudos, realizava relatos, discutia, sempre trazendo assuntos, consultores e propondo, até que em 1996 publicou um caderno de relatos. Esta caminhada veio se constituindo desde 1987, talvez um pouco antes. A imposição de uma formação chateou o grupo pelo caráter da obrigatoriedade.
  • 14. 14 Primeira dificuldade: a greve Em 02/04, os professores de LP, efetivos e substitutos com portaria até dezembro, foram convocados, via Comunicação Interna (CI), a receber os cadernos do GESTAR II. A frequência se deu em torno de 50% dos professores, visto que os servidores municipais entravam em greve por tempo indeterminado a partir deste dia. Os que compareceram ao curso de formação neste dia receberam orientações de leitura e conferiram o material composto de: - 1 Guia Geral - 6 Cadernos de Teoria e Prática (TP) - 6 Cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem (AAA) – versão do professor - 6 AAA – versão do aluno Entre as orientações, sugerimos a leitura integral e atenta do Guia Geral, para que se confirmassem as informações passadas em 19/03, e a leitura do primeiro caderno: TP3 – Gêneros e tipos textuais – unidades 9, 10, 11 e 12, a ser discutido no encontro seguinte. Solicitamos também, em função da greve, a realização de 4 atividades, a saber: - unidade 9, seção 2, atividade 7, p. 30-31 - unidade 9, seção 3, atividade 10, p. 38-40 - unidade 11, seção 3, ampliando nossas referências, p. 129-132 - unidade 12, seção 3, atividade 9, p. 167-168 O grupo presente sugeriu que a formação no GESTAR tivesse continuidade, mesmo durante a greve, para que o cronograma fosse cumprido e não houvesse acúmulos e atropelos no retorno. A coordenadora ficou de estudar junto à Secretaria Municipal de Educação (SME) as questões legais e as implicações, visto tratar-se de um curso obrigatório, cuja expedição de certificado estava condicionada também à frequência mínima de 75%. De todo o modo, notícias seriam dadas através de e-mails. Os professores preencheram a ficha cadastral com dados para a emissão dos certificados, bem como para controle de frequência, em modelo próprio do Centro de Eventos.
  • 15. 15 Estudo do TP3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 9 e 10 No dia 28 de abril, a greve dos servidores municipais foi encerrada e, como não havia tempo hábil para envio de CI convocando os professores para a formação em 30/04, a 1ª sessão de estudo e discussão do TP3 ficou marcada para 07/05. Neste dia, os professores que ainda não haviam recebido o material puderam fazê-lo; outros vieram e se inscreveram espontaneamente. Na RME de Florianópolis, alguns professores são contratados para lecionar Português e Língua Estrangeira e, por essa razão, não estavam obrigados a fazer a formação no GESTAR, pois poderiam optar pela formação específica em Língua Estrangeira, porém manifestaram o desejo de também realizar esta formação. Como sobravam alguns kits, em função de licenças, aposentadorias, entre outras ausências, não vimos problemas em aceitar estas inscrições. O estudo das unidades 9 e 10, do TP3, teve início mesmo com um pouco de tumulto, de entra e sai, de conferência de material, e o já relatado descontentamento com a obrigatoriedade da formação. Mas já que a Rede realiza formação desde muito tempo, com certificação válida para Promoção por Aperfeiçoamento, o certificado de 300 horas a ser conferido com o GESTAR II serviu como estímulo para alguns; outros aventaram a hipótese de realizarmos mais 60 horas de estudo para que o certificado tivesse o valor de uma Especialização. Ficamos de levar o assunto ao tutor. Esta sugestão, oriunda do grupo, veio confirmar o que mencionáramos anteriormente sobre o grupo de LP da Rede: uma permanente capacidade de estudo e o desejo de aperfeiçoamento, reiterados na Ficha diagnóstica (Anexo2) de caracterização da turma, assunto a ser tratado em outra parte deste trabalho. Pensando num modo de visualização rápida das unidades, preparamos um esquema ou síntese de cada unidade, correlacionando as três seções, os objetivos, os gêneros, as atividades com suas respectivas abordagens, os conceitos e as teorias que deram suporte ao estudo que o GESTAR II propõe no TP3. Esta preparação se deu em todas as unidades dos TPs estudados. Inclusive, uma nova síntese foi apresentada a cada Oficina, numa espécie de retomada. Todas estão convenientemente anexadas (Anexo 3). À medida que pontuávamos as questões mais importantes das unidades, alguns professores apresentavam falas sobre processos vários, equivocados ou não, pessoais ou de Rede, e que íamos considerando ou não, conforme a pertinência. Temos uma dificuldade na nossa prática: conseguimos ser pouco objetivos, pois toda e qualquer formação serve como momento de desabafo e catarse. Todos querem falar, todos
  • 16. 16 desejam expor suas angústias e acabamos todos não percebendo com a devida clareza o quanto temos acertado em nossa prática, nem o quanto precisamos rever. Fica tudo meio misturado, perdemos o foco. Mas o exercício com o GESTAR vem na direção de colocarmos um pouco mais de clareza e sistematização na nossa prática e, assim, adquirirmos um pouco mais de certeza quanto ao que seja essencial ao nosso fazer pedagógico: é fundamental que nossos alunos saibam ler e escrever, se insiram na cultura letrada e, lembrando César Coll, adquiram saberes essenciais cuja assimilação e apropriação são fundamentais para seu desenvolvimento e socialização. E que nós, professores das séries finais do Ensino Fundamental, precisamos sistematizar conteúdos, conhecimentos, conceitos, habilidades, sobre cuja importância não restam dúvidas, mas que sem a nossa intervenção específica não serão aprendidos com significado. E como boa parte dos presentes ainda não tinha tido contato com o material, a discussão não se deu como gostaríamos. Porém fomos resgatando, com os conteúdos trabalhados nas unidades 9 e 10, a importância de que fossem associados à Proposta Curricular da Rede que aponta para um trabalho na perspectiva dos gêneros textuais e que o material do GESTAR II viria preencher a lacuna do caderno de atividades com o qual sonháramos. Apresentamos e fizemos circular, entre outros, alguns livros listados na referência e apontamos para a necessidade de o professor a desenvolver uma consciência de seu referencial teórico e até de compor seu próprio material apoio e pesquisa, no sentido de que sua prática seja cada vez mais fundamentada. Na sequência, apresentamos dois textos (Anexo 4) nos quais Ingedore Koch trabalha a questão da hibridização dos gêneros, também proposta no GESTAR (TP3, Unidade 9, seção 3, p. 33 e ss.) Poucos professores realizaram as tarefas solicitadas, mas os que fizeram, socializaram o resultado e o grupo discutiu. Finalmente, apresentamos duas tarefas a serem aplicadas como lição de casa: o Avançando na prática, p. 25, que trata da biografia e o da p. 41, que aborda a fábula. Solicitamos que sentassem em grupo para o planejamento dos passos que seriam seguidos durante a aplicação na sala de aula (registrando a previsão de material, xerox, turma, e tudo o mais que achassem necessário; considerando que já tinham um planejamento, as adaptações necessárias). Alguns professores socializaram esta atividade e gostaram de realizá-la. Houve empenho.
  • 17. 17 Relembramos que as práticas deveriam ser relatadas por escrito seguindo os itens apresentados no quadro e posteriormente enviados por e-mail (Anexo 2). Professores não estavam muito receptivos, porém, acreditamos que em função dos desgastes da greve; consideraram o tempo exíguo para a realização das atividades e o prazo para aplicá-las menor ainda. Reiteramos a necessidade de adaptação e que a experiência não tinha que dar certo, mas precisava ser relatada para que houvesse o registro e a posterior discussão no grupo. E que, de qualquer forma, um resultado negativo ou um planejamento que não deu certo, também se constituíam resultados que poderiam ser objetos de reflexão à luz dos apontamentos e dos registros.
  • 18. 18 Relatos de experiência e Oficina 5 do TP3 Em 21/05/2009, iniciamos a oficina colocando no quadro a pauta do dia e as atividades a serem realizadas em cada momento. À medida que íamos avançando, circulávamos o quadro de modo a garantir que todas as etapas fossem cumpridas. Assim ficou disposta a pauta: Das 8:00 às 8:30h – Síntese de retomada das unidades 9 e10 (Anexo 3) 8:30 às 9:30h – Relatos de experiência (Avançando na prática) 9:30 às 10:30h – Planejamento das Atividades da Oficina 5 10:30 às 11:30h – Socialização 11:30 às 12:00h – Avaliação da oficina e tarefas Preparamos uma síntese (Anexo 3) para garantir que todos tivessem pelo menos alguns elementos para a sequência da oficina. Professores estavam atentos à leitura da síntese e abordaram a questão da gramática na perspectiva do estudo do poema ou do texto literário. Professores se lembraram dos textos “O gigolô das palavras”, de Luis Fernando Veríssimo, conhecido pela maioria, e “Liberdade”, de Fernando Pessoa – a serem entregues aos professores no próximo encontro (Anexo 4), visto que nem todos conheciam. Professora Leonda relatando sua prática e...
  • 19. 19 ... a audiência atenta a escuta. Professores relataram suas experiências em sala. Seguimos o caderno do formador, alternando 2 ou 3 relatos e abrindo para a discussão. Nem todos trouxeram produções de seus alunos; apenas o relato escrito. Solicitamos que o professor anexasse ao relato pelo menos 3 produções dos alunos, as quais pudessem revelar o nível de aprendizado deles. Relembramos aos professores que abrissem uma pasta para registrar e organizar todo o material (recebido ou entregue) referente ao GESTAR II, pois ele ajudaria a melhor refletir sobre o Projeto (Anexo 2) a ser apresentado e aplicado na escola ao final do curso, bem como a encaminhar as mudanças na prática. Os professores estavam bastante animados e receptivos. Houve uma verdadeira ebulição e uma virada em relação aos primeiros encontros. Para o planejamento proposto na Oficina, entregamos o poema de Manuel Bandeira, devidamente escrito em 1 estrofe, com 6 versos, bem como a referência, pois
  • 20. 20 do jeito apresentado na Oficina do caderno TP3 gerou confusões, e bem sérias, em se tratando de um poema. Comentários a respeito são feitos na página das Considerações finais. Baixamos do Youtube a música “Bom dia”, cuja letra também entrou como proposta de trabalho nesta Oficina (Foi um momento glorioso. O silêncio feito na sala – devido à pouca amplificação da caixa de som – merecia um vídeo, pois a turma, às vezes, é bastante barulhenta). Depois o grupo se dividiu em pequenos grupos e cada um planejou as atividades de leitura, interpretação e produção textual, levando em conta os conteúdos trabalhados na unidade: tema, finalidade, jogos de linguagem e tudo o que dissesse respeito à análise, caracterização e classificação do gênero poético. Na sequência, os grupos relataram, discutiram, anotaram e avaliaram como bastante produtiva e eficaz a oficina. Houve o compromisso de entregar as questões pensadas e as atividades planejadas para que todo o grupo tivesse acesso à produção de todos os grupos (Ver algumas produções no Anexo 5). O grupo começou a perceber o alcance do material e as possibilidades que se abrem a partir dele. As discussões e a realização das atividades e tarefas, bem como os relatos, tendem a ganhar volume. Finalizamos registrando as tarefas para o próximo encontro: leitura e realização das atividades do TP3, unidades 11 e 12. À tarde, realizamos atividade de apoio aos professores que ainda estavam aderindo ao curso ou que faltaram em alguma das etapas anteriores.
  • 21. 21 Caracterização da turma Para conhecermos os cursistas do GESTAR II, do Município de Florianópolis, elaboramos uma Ficha diagnóstica (Anexo 2). Das 50 fichas entregues, 42 voltaram. Alguns professores vieram ao primeiro encontro, depois deixaram de comparecer, muito embora a formação na RME de Florianópolis tenha caráter obrigatório. Outros comparecem eventualmente. Considerando apenas as fichas devolvidas dos 42 cursistas, constatamos que 65% são efetivos na Rede e 35% são substitutos. 100% têm formação superior completa na área de Língua e Literatura. Destes, 40% possuem especialização, 11%, mestrado e 9% estão realizando especialização em um dos três níveis: Especialização, Mestrado ou Doutorado. Entre os cursistas, 66% trabalham apenas com LP; 27% ministram Português e Língua Estrangeira (LE) e 7% trabalham apenas com LE. Com relação à formação superior, 52% fizeram a licenciatura apenas em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; 43% têm licenciatura em Língua Portuguesa e Estrangeira; 3% têm formação apenas em Licenciatura Estrangeira e 2% não responderam ao quesito. Com relação ao tempo de serviço na educação na Rede ou em outra, o tempo varia entre 6 meses e 35 anos. Temos aqui profissionais que já se aposentaram em outras redes, mas continuam trabalhando na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. O contingente que trabalha entre 6 meses e 5 anos corresponde a 40%; entre 6 e 10 anos, temos 17%; entre 15 e 20 anos de trabalho temos 12%; entre 21 e 23 anos são 15% e dos 29 aos 35, 7%. Não responderam ao quesito 9% dos professores, mas é interessante notar que entre 11 e 14 anos de trabalho não houve registro. Dentre os cursistas, 61% trabalham apenas na RME; 34%, em outras redes e 5% não responderam. Quando questionados sobre as formações, 61% participaram delas em 2008; 35% não participaram e 4% não responderam. Quanto ao quesito formação em anos anteriores a 20087, 76% responderam que vêm participando das formações oferecidas; 23% não participaram e 1% não respondeu. Quanto às dificuldades que vêm encontrando para implementar as atividades e oficinas vistas nas formações, os cursistas apontaram para a aplicação das atividades planejadas nas oficinas devido:
  • 22. 22 a) a falta de tempo (devido às greves do Serviço Municipal e de ônibus – foram 4, entre paralisações e greve), pois há necessidade de reposições aos sábados e isto gera uma sobrecarga; b) a falta de recursos materiais: fotocópias e outros materiais e ambientes, como a sala informatizada (há uma cota de cópias para cada professor. Há escolas em que a cota se limita a 1 folha/mês para cada aluno nas disciplinas); c) a falta de sincronia entre as atividades do GESTAR e o planejamento da escola: fica difícil “encaixar” ou parar o que vinha sendo feito para aplicar a atividade, que, às vezes, parece descontextualizada do planejamento. Professores apontam que esta formação deveria ter sido iniciada em fevereiro, antes meso das aulas; d) a falta de interesse dos alunos, o grande número deles em sala e, muitas vezes, as ausências dos mesmos que perdem continuidade e se dispersam; e) algumas escolas ainda não estão devidamente envolvidas com o GESTAR II, pois entre a formação no GESTAR II e as atividades da escola (planejamentos, conselhos, festas, mostras, etc.) a prioridade é cumprir para as atividades planejadas pela escola, por essas razões, às vezes, os professores faltam. Quanto às expectativas com o curso, a maioria dos professores reconhece que o curso é bom e o material é bastante útil para quem não tem o livro didático e espera: aperfeiçoar a prática que o leve a despertar o interesse e motivar os alunos para a aprendizagem; ampliar os conhecimentos através dos subsídios teóricos e procedimentais, profusos no curso; trocar experiências, tão necessárias a um trabalho mais significativo e planejar com os pares da área na perspectiva da diferenciação, da inovação, pois o fazer profissional está a exigir novos processos, nova consciência sobre o ensino e a aprendizagem.
  • 23. 23 Estudo do TP3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 11 e 12 O encontro para o estudo do TP3, unidades 11 e 12, deu-se no dia 28/05, iniciando com a apresentação da pauta e informes feitos pela coordenadora. Reforçou-se a necessidade de que os relatos escritos fossem entregues com produção de material dos alunos, pois alguns relatos estavam chegando sem os mesmos. No primeiro momento, entregamos um esquema (Anexo 3) (mapa conceitual) com os principais tópicos a serem discutidos nestas unidades facilitando, assim, o acompanhamento pelo professor e, à medida que íamos avançando nas discussões, poder-se-ia, desta forma, acompanhar no próprio material do TP3, conforme as referências dadas pelo esquema. Com o desenrolar da apresentação pairou, em um certo instante, uma dúvida sobre a diferença entre gêneros e tipos textuais. Concluímos que os gêneros podem apresentar-se misturados, ou seja, podemos encontrar mais de um em um mesmo texto, mas o que conta é o gênero predominante. Quanto aos tipos textuais, estes dificilmente aparecem puros e os mais frequentes são os tipos descritivo, narrativo e dissertativo, este último, abrangendo o expositivo e argumentativo. Os autores do TP3 ainda acrescentam a instrução (injunção) e o diálogo (conversação) à tipologia de textos. Foram trazidas ao grupo discussões como narrativas que trazem apenas o tempo psicológico e que não apresentam marcas temporais: a ordem atemporal dentro do caos, citando-se autores de textos de memória e realismo mágico. Como marcas que diferenciam a narração da descrição, temos verbos no passado, na primeira e, na segunda, não há ação, mas há verbos de ligação e características de algo ou alguém. Falou-se dos textos injuntivos ou instrucionais, dos preditivos – os que predizem algo, como exemplo, o horóscopo. Chamamos a atenção para que os exercícios do caderno fossem aplicados com os alunos. Quanto aos textos argumentativos, foram apresentadas técnicas de trabalho com tema e idéia central. Pontuamos, também, que há sempre uma intenção comunicativa nos textos trabalhados e que nem sempre a deixamos clara nas questões que propomos, como no exercício HQ, da página 122, do TP3. Pontuamos que o óbvio, às vezes, precisa ser dito e o grupo sugeriu outra forma de organizar esta atividade, mas apontou para a necessidade de revisão por parte dos autores do caderno. Da mesma forma, observaram-
  • 24. 24 se outros exercícios com problemas que estão devidamente referenciados nas Considerações finais. Lemos o texto “Balas para crescimento”, do TP e trouxemos outro, “Pai – um santo remédio” (Anexo 4) . No final, os professores levantaram a questão sobre a extinção da categoria profissional e lemos o texto “Mestres em extinção”, recebido do tutor, para refletirmos. No segundo momento do encontro, os professores, em grupo, planejaram atividades a serem aplicadas na sala de aula. Em seguida, professores socializaram no grande grupo, o que foi planejado: fotocópias, textos a serem utilizados, atividades, releituras e atividades adaptadas. Finalizamos com a avaliação do encontro e marcando o próximo para 18/06.
  • 25. 25 Relatos de experiência e Oficina 6 do TP3 Iniciamos a atividade deste dia com a pauta e a síntese de retomada das unidades 11 e 12, (Anexo 3) resgatando alguns pontos do que fora discutido no encontro anterior. Em seguida, os professores iniciaram a apresentação de seus relatos. Estipulamos um tempo para esta atividade, para que pudéssemos contemplar, ao menos uma vez, todos os professores e unidades educativas. Professora Dóris relata atividade realizada na 5ª série. No entanto, a riqueza dos relatos tomou-nos um tempo maior porque mais professores quiseram colaborar e participar, conforme pudemos observar pelos relatos (Anexo 5) e pelas fotos. Nem todos os relatos, pelo espaço, poderiam seguir neste trabalho, por isso, elegemos um de cada etapa ou encontro realizado a partir do 1º estudo do TP3.
  • 26. 26 Professora Ângela relata seu trabalho com a Epopeia na 7ª série. Professora Vera P. e seu relato sobre o texto argumentativo com a 8ª série.
  • 27. 27 No momento seguinte, em grupos, os professores discutiram as questões propostas na oficina e organizaram-se para socializar o que pensaram. Na socialização, percebemos que esta oficina ficou meio truncada. Alguns grupos, no desejo de sempre se preparem para aplicar em sala, aproveitando o tempo e o grupo para enriquecer as discussões, acabaram não prestando a devida atenção para a proposta da sistematização dos conceitos trabalhados no TP3, apresentados como proposta desta Oficina. Mas ficou válida pelo aspecto de que em formação, nem sempre precisamos pensar na aplicação prática ou imediata na sala de aula do assunto discutido. Ficou bem claro, em alguns momentos, que o estudo teórico nem sempre terá aplicação prática; que nem sempre precisamos pensar no aluno ou na escola, mas na nossa qualificação pessoal e profissional; que, às vezes, o que se está estudando é para melhor capacitar o professor e levá-lo a conscientizar-se cada vez mais da sua prática. Acordamos que voltaremos a esta oficina, em outro tempo, para que todos possamos aproveitá-la e compreendê-la melhor. Finalizamos o encontro com a avaliação e confirmamos a data e as atividades sugeridas para o próximo encontro.
  • 28. 28 Estudo do TP4 – Leitura e processos de escrita I: unidades 13 e 14 Em 09/07/2009, o grupo de cursistas se reuniu para a discussão das unidades 13 e 14, do TP4: Leitura e processos de escrita I. Preparamos uma síntese das unidades (Anexo 3), de modo a facilitar o acompanhamento pelos cursistas dos tópicos principais das unidades. Por solicitação do coordenador, professor Djalma G. Mendes Jr.,deveríamos promover um debate com os professores sobre a seção 1 – Letramento – da unidade 13, mais especificamente sobre os depoimentos de Patativa do Assaré e de Paulo Freire (p. 18 e 19) quanto às suas práticas de leitura e escrita. Nossa impressão inicial foi a de que o grupo não realizou a atividade da maneira como esperávamos. Ela foi solicitada como tarefa em 18/06, na última oficina do TP3, e seria “cobrada” em 02/07, data postergada em função de uma greve no Transporte Público da Capital. O debate, assim, não rendeu o que poderia e o grupo, pressionado, apresentou justificativas várias: conselho de classe, reuniões de planejamento, aulas aos sábados para reposição da greve, entrega de boletim, preparação de festas, e que, mais uma vez, não houve tempo para a leitura mínima da seção e para a realização da atividade. Reiteramos a necessidade de leitura para os encontros, e chamamos a atenção quanto à certificação estar condicionada à realização de algumas tarefas. Percebemos pelas respostas, que o certificado não é o fator mais importante para boa parte deste grupo, conforme já ficou diagnosticado, mas que os professores presentes participam pela apropriação de novas formas, novas estratégias, novos saberes capazes de melhorar sua prática.. Dizendo melhor: quem comparece ao curso, o faz movido por expectativas variadas e se esta ou aquela tarefa não pôde ser realizada, paciência. Podemos depreender desta atitude, no mínimo, 2 leituras e algumas indagações: 1. A mudança de prática tem que ser desejada, somente assim o profissional se compromete. 2. É fato que não houve tempo para realizar a atividade solicitada. Existem outras prioridades. 3. As formadoras motivaram suficientemente para que a leitura fosse feita pelos cursistas? Se não, como monitorar, à distância, a motivação de adultos?
  • 29. 29 Por outro lado, entre aqueles que realizaram a leitura, apareceram algumas colocações bem pertinentes em relação às perguntas (p. 20): 1) Que cada autor aprendeu a ler a escrever observando o mundo que os cercava, mas o que há de mais importante é que ambos desejavam conhecer. Movidos pela curiosidade, o querer aprender mais e o ir buscar foi o que mobilizou cada um. Então desejo e curiosidade marcaram a vida dos autores em questão. 2) Que nossas crianças, quando chegam à 5ª série, já estão desencantadas, frustradas. A afirmação é de uma professora que também atua nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Ela diz que quando as crianças querem aprender alguma coisa e o professor oferece material, motiva, aguça a curiosidade, elas leem, alcançam o que desejam, mas depois, em algum lugar do ensino, elas se desencantam, não desejam, nem querem mais nada, tudo o que lhes é oferecido as chateia; ler é chato, cansativo. E fazer esse resgate de leitura é bastante difícil nas séries finais do Ensino Fundamental. 3) Que havia um contexto mais simples à época da infância dos autores e não havia salas de aula tão numerosas quanto as que os professores têm que enfrentar atualmente. 4) A falta de contextualização faz com que algumas atividades não deem certo, ou não alcancem satisfatoriamente a todas as crianças. Por outro lado, alguns indagam: como conhecer cada indivíduo particularmente, o seu ambiente, cada criança no seu específico, nos seus desejos, se as salas de aula são tão numerosas e o professor trabalha em escolas diferentes ou com realidades materiais e sociais muito díspares? Por conta desta realidade, há uma tendência ao nivelamento (por baixo) das práticas pedagógicas e isso agrava o desinteresse e o desencanto das crianças. Alguns ainda apontam para a necessidade de projetos e até já os fazem. Outros alegam que não se pode querer ensinar tudo a todos, porque os níveis de aprendizagem são diferentes. Cada aluno tem um ritmo diferente que precisa ser respeitado. 5) Para alguns professores do grupo, os autores em questão se utilizam da escrita para socializar suas experiências de mundo e mostrar que é possível partir do próprio ambiente da criança para inseri-la na cultura letrada. Promover um debate sobre posições convergentes, como as dos autores em questão, não rende muito, sobretudo se os debatedores não se prepararam para o tema (nem leram para dar conta de algumas questões), ou se a prática dos autores já é um exemplo para muitos. Então, ou as ponderações, de alguns, ficam no campo das impossibilidades e das lamentações sobre falta de tempo e sobrecarga, ou da
  • 30. 30 concordância e da alegria, para outros, por se reconhecerem no caminho, difícil, é verdade, mas possível. Posto que escolhas são sempre difíceis e necessárias, quando contextualizadas na realidade do aluno, materializam nossa intenção com mais clareza. Formadoras: Letícia (de pé) e Josefina. Onde foi que erramos? Passamos à Oficina da p. 215, do TP4, acreditando que o grupo possa ganhar novo ânimo no trabalho mais prático.
  • 31. 31 Oficina 7 do TP4 Contrariando as expectativas dos autores dos cadernos do GESTAR II, não houve discussão ou dificuldades assinaladas pelos cursistas, tampouco houve pontos polêmicos, obscuros ou interessantes observados no texto de referência. Por conta do trabalho na perspectiva dos gêneros textuais, e das formações continuadas sobre o assunto, os professores de Línguas da Rede Municipal têm sido orientados a levar em consideração a circunstância comunicativa que envolve a produção do texto. E têm levado à sala, na sua prática pedagógica, esse novo modo de fazer em virtude até da escolha – quase única – do livro didático adotado pela Rede. Temos recebido formação com uma das autoras do livro escolhido e essa formação tem sido ampliada para além da disciplina de português, atingindo outras disciplinas num Curso anual intitulado “Ler e escrever: compromisso da escola, compromisso de todas as áreas”. O Curso atendia, inicialmente, a apenas uma escola, atingindo, porém, todos os profissionais de 1ª a 8ª série. A escola se encarregava de convidar outros professores de português interessados na formação. Atualmente, o Curso se estendeu para outra escola e mais profissionais estão recebendo formação. De forma que, talvez se deva a essa situação, além “da crônica falta de tempo” já relatada, o fato da pouca discussão. Passamos à parte III da oficina, a qual solicita a formulação de perguntas de interpretação para uma turma. Cada grupo de professores sentou e planejou as questões que foram recolhidas após a socialização nos grupos. Profª. Marceli, Ângela e Clara planejando as questões
  • 32. 32 Professora Ana Rita registrando as questões. Foi interessante notar, e as fotos podem demonstrar o empenho, as discussões, anotações e reflexões durante o exercício. Este foi um momento bastante produtivo e motivador. Professores relataram a necessidade de este planejamento conjunto ser realizado com mais vagar, sem muita pressão do tempo, para isso sugeriram que houvesse menos discussão teórica e mais relatos de experiências e planejamento de práticas, pois ao ouvir e relatar sentem-se acolhidos, aplaudidos e mesmo questionados nas escolhas, e até mais seguros no momento da execução em sala de aula. Durante a socialização, com a intervenção das formadoras, as questões planejadas pelos professores foram colocadas em discussão e apontou-se para a necessidade de que as mesmas fossem respondidas primeiramente pelos professores. A falta de resposta ou mesmo a inconsistência dela serviu, em alguns momentos, para que o grupo de professores sugerisse correções de percurso, porém a todo o momento reiterávamos que o professor se sentisse à vontade para proceder às mudanças sugeridas que julgasse convenientes.
  • 33. 33 Profª. Michela, Andréa e Raquel... Sem descuidar da pose. Olha o GESTAR, aí, gente! O trabalho nesta Oficina com o poema “Cidadezinha qualquer” deflagrou uma desconfiança em relação aos textos, sobretudo dos poemas, transpostos no GESTAR II, pois o mesmo poema é apresentado no TP3, mas num formato completamente diferente do apresentado no TP4 – o que levou professores a formularem questões que induziram ao erro. Esta questão será discutida nas Considerações finais. Sugerimos que esta Oficina fosse executada em sala e um relato nos fosse apresentado no próximo encontro. Mas, também deixamos os professores à vontade para que escolhessem uma atividade do Avançando na prática, ou outra do caderno, aplicassem e não se esquecessem de relatar a experiência.
  • 34. 34 Estudo do TP4 – Leitura e processos de escrita I: unidades 15 e 16 No dia 09/07, no período vespertino, trabalhamos o TP4, unidades 15 e 16. Mudamos a dinâmica do encontro por conta do tempo para a aplicação em sala de aula e também pelo próprio cronograma do GESTAR. Iniciamos com a apresentação da síntese das unidades 15 e 16 (Anexo 3), abrindo, concomitantemente espaço às discussões. Letícia às voltas com o TP4 Enfatizamos a importância dos procedimentos de leitura: a ativação dos conhecimentos prévios, as perguntas que devem ser feitas aos alunos, a análise das respostas, a análise da estrutura do texto para melhor compreendê-lo, bem como as questões relacionadas à escrita e reescrita. A unidade 15 trouxe vários exemplos de atividades de leitura, a partir de um trecho do livro Admirável mundo louco, da escritora Ruth Rocha contemplando, com outros textos e exemplos, todas as etapas de leitura. A unidade 16 finaliza o TP4 com proposta de atividades de produção textual. Assim, observamos, passo a passo, como deve ser uma sequência didática desse trabalho com leitura e escrita. Lembramos a questão da função sociocomunicativa do ato de ler e escrever que deveria estar presente tanto na escola como no cotidiano do aluno, podendo e devendo ser algo prazeroso, embora implique em disposição e trabalho. Por falta de tempo, os professores cursistas não resolveram as questões apresentadas nestas
  • 35. 35 unidades do TP4, mas comprometeram-se com o trabalho a ser apresentado nos relatos do “Avançando na prática”.
  • 36. 36 Oficina 8 do TP4 Os professores reuniram-se em grupos para lerem a proposta da Oficina, discutirem e fazerem um plano de aula. Após, cada grupo apresentou sua proposta de planejamento. Professora Izabel relatando as atividades de planejamento do seu grupo. Observamos que muitos professores já trabalham dentro da perspectiva de elaborar estratégias e procedimentos de leitura e que alguns ainda apresentam dificuldades. É extremamente pertinente que o educador prepare-se para trabalhar este conteúdo – leitura e escrita - lendo, pesquisando, formulando questões, aproveitando questionamentos dos alunos e o que é oferecido no livro didático e, até mesmo, revendo algumas questões. Para isso, deve o professor, como mediador, responder a todas as questões sugeridas por ele mesmo ou pelo autor do livro didático, antes de levá-las aos alunos. Não devemos nos esquecer de que o professor é modelo de leitor e questionador. A participação e contribuição de todos para aperfeiçoar o que foi proposto pelos colegas foi fundamental. Finalizamos este encontro, marcando o próximo para 20/08.
  • 37. 37 GESTAR II - 2ª Etapa A 2ª etapa de formação do GESTAR II aconteceu em Balneário Camboriú, entre os dias 20 e 24 de julho de 2009. No dia 20/07, Ana Paula passou alguns informes sobre a bolsa, o preenchimento de alguns documentos e o CD com as matrizes diagnósticas e avaliações de entrada que receberíamos nas escolas. Na sequência, o professor Djalma, tutor do grupo, reportou-nos algumas apreensões no grupo, relatadas a ele por e-mail, sobre questões do material, da carga horária extensa para período reduzido, bem como da perda da qualidade em função da quantidade de leitura e da correria, entre outras, para as quais nos orientou a formalizar junto ao MEC qualquer protelação ou adiamento dos prazos, alegando as razões e justificativas. Informou-nos ainda que o encontro de avaliação ocorreria nos dias 19 e 20 de novembro em local a ser divulgado. Conforme fôramos informados no início da manhã, cada município ali representado faria o relato de como estavam ocorrendo os trabalhos com o Programa e assim ocorreu até o meio-dia do dia seguinte, 21/07. Houve relatos bastante bons, mas foi uma atividade cansativa visto que enquanto alguns ocuparam em torno de 30 minutos, outros se estenderam demais. Ao final todos entregaram seus portfólios, estando dispensados os que apresentaram o Blog. Professoras Letícia, Josefina (Português), Rosane (Coordenadora) e Sandra (Matemática)
  • 38. 38 Ainda no dia 21/07, assistimos ao filme O saber e o sabor em que alguns educadores, entre eles Madalena Freire e Rubem Alves falam sobre o fazer do professor. Trata-se de um filme muito interessante, visto que diferentes educadores- pensadores da educação relatam suas memórias enquanto alunos que foram, passando pelo que pensam da educação no presente e o que se espera de um professor. O filme foi adquirido junto com outros que serão utilizados na formação dos professores da rede de Florianópolis. Em 22/07, o professor Djalma tratou do Projeto de leitura que o professor cursista deverá elaborar e aplicar para receber a certificação do GESTAR. Alguns professores mencionaram a dificuldade de seguir o que está exposto no Guia Geral (p. 51). Por isso, o tutor aproveitou para chamar a atenção para o Projeto elaborado pela professora Viviane, a qual nos apresentou seu trabalho e disse-nos que nos enviava por e-mail. Neste momento, o professor nos orientou para a apresentação que faremos em novembro, no Seminário de Avaliação. Para o referido Seminário, deveremos trazer uma apresentação visual (“Power Point”, “banner”, filme, vídeo, dança, etc.) que mostre o que fizemos em termos de GESTAR no município, de março a novembro. Para a apresentação, teremos em torno de trinta minutos, depois o apresentado ficará exposto se for o caso. O caderno TP6 - Leitura e processos de escrita II - recebeu algumas considerações em 23/07, mas nada aprofundado, apenas algumas questões sobre a argumentação e o uso da vírgula, pontuado por alguns “filminhos” que circulam na Internet, alguns deles o professor já havia nos mostrado na 1ª formação, e que serão enviados posteriormente por e-mail. À tarde, assistimos ao filme Língua: Vidas em Português que serviu de introdução ao TP1 – Linguagem e cultura. Solicitamos, neste dia, que houvesse alguma prática ou dinâmica em relação às oficinas que deveríamos trabalhar, mas o grupo, em sua maioria, optou por permanecer do jeito que o professor vinha tratando. Apenas mais duas pessoas manifestaram também o desejo de atividades mais práticas, porém fomos voto vencido. À tarde, vimos algumas questões do TP2 – Análise linguística e análise literária. Depois, o tutor nos ensinou a criar um Blog. Em 24/07, começamos o dia assistindo ao filme O carteiro e o poeta para terminarmos com algumas considerações sobre arte, língua e literatura e mais algumas indicações de filmes. Sentimos falta de um pouco mais de aprofundamento em certas questões, de uma pauta que nos apontasse as etapas, de um pouco mais de prática em algumas atividades
  • 39. 39 que poderíamos passar aos professores cursistas e até de um planejamento, pois algumas coisas se repetiram da 1ª para a 2ª formação.
  • 40. 40 Relatos de experiência do TP4 – Leitura e processos de escrita I Depois de tantos adiamentos oficiais por conta da Gripe H1N1, finalmente voltamos à formação em 17/09/2009. Depois das boas-vindas, os informes ficaram em torno das provas Brasil e Floripa, e da necessidade da elaboração de um banco de questões que pudessem compor a prova. Letícia dá as boas-vindas Muitos professores relataram suas práticas neste dia, com boas intervenções, questionamentos e sugestões. A primeira professora a relatar apontou para a questão de que os alunos só conseguem interpretar se ela lê com eles, que eles se desinteressam facilmente se o texto é mais longo, que não sabe como dar conta de todo o conteúdo gramatical do livro didático com uma turma de 7ª série que mal consegue ler. Um professor presente acompanhou a professora na sua fala, ao que apontamos para a necessidade das estratégias de leitura que todo professor deve ter para abordar textos mais longos ou difíceis e que, neste sentido, o TP4 elencava algumas, que era preciso voltar ao estudo para conhecê-las e aplicá-las adequadamente a cada texto.
  • 41. 41 Outra professora relatou uma bem sucedida atividade de leitura envolvendo contos e crônicas com dois objetivos claramente delineados: diferenciar os dois gêneros e produzir um conto. A atividade teve por base um texto do livro didático e o texto “Admirável mundo louco”, presente no TP4. Os alunos gostaram muito de realizar a atividade, pois houve leitura na biblioteca, momento em que puderam trocar os livros entre si, comentar suas impressões, e até parar de ler quando o texto não o agradasse. O trabalho com os mesmos gêneros também foi relatado por outra professora que percebeu melhoras na produção textual da turma que conseguiu sistematizar os conceitos coletivamente no quadro.
  • 42. 42 Uma professora relatou sentir a necessidade de se colocar como modelo para os alunos. Neste sentido, querendo que os alunos produzissem uma paródia, depois do estudo de poemas, fez ela mesma sua paródia sobre os alunos, tendo por base a estrutura de um dos poemas, leu para eles, envolveu-os, e lançou a proposta, cujo resultado foi publicado no Blog da escola. Frisou ainda que julga importante que o professor tenha clareza quanto aos objetivos, e que não fique tão ansioso porque não consegue passar todo o conteúdo: a seleção é fundamental. Outro relato trouxe a leitura e a produção de Haicai, cujo resultado será um livro a ser feito pela professora e os alunos, com envolvimento da sala informatizada, biblioteca, enfim toda a escola. Segundo a professora, houve bastante dificuldade quanto ao tamanho dos versos, pois a proposta era seguir a estrutura do gênero. Outra dificuldade também ocorreu com a ilustração, pois a turma de 6ª série não conseguia aliar as duas linguagens: verbal e não-verbal. O trabalho com a reflexão, a reescrita, o “enxugamento” dos versos também rendeu alguns ir e vir, e muita leitura de autores como Paulo Leminski, José Paulo Paes entre outros.
  • 43. 43 Um professor relatou que usou o tema da Festa Junina para trabalhar quadras e poemas cinéticos com uma turma de 5ª série. Pontuou os conceitos da linguagem formal e coloquial, bem como da linguagem verbal e não-verbal. Os poemas e quadras foram expostos num varal e posteriormente vai ser apresentado na mostra cultural da escola. Relatou ainda que sentiu dificuldade com os versos longos no início do trabalho e com o processo de reescrita. Outra professora cursista aproveitou a oportunidade do tema Festa Junina e apresentou seu relato dizendo que motivada pela época, trabalhou a música “Baião” constante no TP4 com as 7ª e 8ª séries e produziu com os alunos os convites para a festa
  • 44. 44 que ocorreria na escola. Estudaram a letra da música, passando pela questão desta festa cultural tão marcante em outras regiões do país. Elencou também palavras e expressões típicas do povo nordestino, bastante presente na nossa região. Sentiu dificuldades com os verbos no Modo Imperativo, por isso, depois que terminaram os cartões e os ilustraram, a professora apresentou, sistematizou e exercitou com as turmas o uso deste modo verbal. O gênero cartão despertou outro relato de uma professora que procurou fazer um regate do Dia dos Pais. Para o trabalho, ela selecionou o texto “Você lembra, pai”, da p.48 do TP4, providenciou um xérox par os alunos da 5ª série, elaborou cinco questões relativas ao texto e passou à produção do cartão, cuja frase central - “Pai, o melhor ensinamento que você já me deu foi...” - deveria ser completada pelos alunos. A professora acha que a produção foi legal, e mesmo as crianças, cuja figura paterna não fazia parte de suas vidas, fizeram o cartão para entregar a quem elas mais consideravam como pai. Os relatos suscitaram comentários bastante felizes no sentido de que devemos priorizar certos fazeres em nossa prática, como por exemplo, buscar desenvolver trabalhos mais significativos para a vida, a família, que estimulem a conscientização, a gentileza, o cuidado com o meio ambiente, porque há momentos que parece que as nossas maiores dificuldades são com os hábitos, as atitudes e os valores. Palavras como “bom dia”, “por favor”, “com licença” e “obrigado”, precisam ser reiteradas e vivenciadas todos os dias. Exercitar, no ambiente escolar como um todo, a prática de
  • 45. 45 certos gêneros, e estabelecer critérios no trabalho com a língua dentro dos textos, de modo a que não nos tornemos, enquanto professores de línguas, os únicos a enfocar o trabalho com a leitura e a escrita. Finalizamos os relatos no período matutino com uma professora que trabalhou uma sequência didática do conto popular em prosa. O trabalho foi realizado numa 5ª série e tinha como objetivo final reconhecer e produzir um conto. As etapas passaram pela leitura para localizar informações explícitas e implícitas; pela interpretação e exploração, conforme se apresenta no livro didático utilizado pela professora (que é praticamente o mesmo para toda a rede). Na sequência, a leitura da imagem que vai ser a base do conto escrito pelos alunos e a 1ª escrita do texto. A professora achou os textos muito pobres, por isso solicitou a ajuda da equipe pedagógica. Juntas - equipe e professora - decidiram colocar uma produção num papel, de modo a ampliar o texto, com as devidas correções ortográficas. Então, a professora passou ao trabalho de exploração e ampliação do texto original que já tinha sido corrigido uma 1ª vez por ela. Com o texto ampliado, os elementos da narrativa foram sendo relembrados para constarem no texto escrito na 2ª versão. A professora considera que a apropriação foi maravilhosa, os alunos se empolgam. Quanto às dificuldades, ela diz ter várias: as recorrentes, ela põe no quadro, e trata com todos os alunos; as individuais recebem recados escritos na correção
  • 46. 46 Não cabem todos os relatos e todas as práticas relatadas neste dia em 2 períodos de 4 horas. Ao fim de cada período, reiteramos a tarefa necessária para o próximo encontro, a se realizar em 24/09: leitura do TP5, unidades 17 e 18, que tratam de estilo e coerência. Solicitamos também que trouxessem seus materiais didáticos: livros, provas, exercícios, os cadernos AAA, para que pudéssemos pensar e elaborar o Banco de questões da Prova Floripa. Em virtude da distância entre a última formação (09/07) e esta, houve um pouco de dispersão e desencontros, de forma que marcamos Apoio para os professores que estavam com alguma dificuldade, no Centro de Formação ou na Escola, conforme a necessidade de cada um, para auxiliá-los ou motivá-los. Percebemos uma rotatividade bastante grande no grupo de professores que frequentam o Curso GESTAR/a formação. Muitos professores novos/ACT estão chegando à formação em função das licenças dos efetivos. Aqueles que estavam em licença no início do curso, reencontramo-los agora. Esta movimentação levou-nos ao questionamento a respeito da certificação, pois é prática da SME fornecer certificação à presença nas formações e não teríamos condições de fazer duas formações: uma para o GESTAR e outra para quem não queria ou não poderia fazer o Curso em função das questões levantadas. Decidimos certificar a presença relativa ao número de horas frequentadas, sem condicioná-las ao GESTAR, muito embora o conteúdo programático deste certificado seja o do GESTAR. Para aqueles que continuam no Curso, a certificação será concedida ao final do mesmo, em 2010, desde que cumpridas as exigências já expostas no início do mesmo.
  • 47. 47 Estudo do TP5 – Estilística e coerência textual: unidades 17 e 18 No dia 24/09, os professores reuniram-se no Centro de Educação Continuada para discutirem sobre estilística e coerência textual. A professora- formadora elaborou uma síntese das unidades 17 e 18 (Anexo 3) como um roteiro para facilitar as discussões. Para isso, os objetivos, bastante claros, de cada seção dessas unidades auxiliaram o desenrolar das atividades. Iniciamos com a leitura dos trechos (páginas 15 e 16) de diversos exemplos de estilos de narradores de esporte ao relatarem o “gol” das partidas de futebol, mostrando, muito criativamente, o que é estilo. Na sequência, sem marcação prévia, uma professora lia um trecho correspondente a cada um dos narradores. A atividade ficou bem interessante. Daí, pudemos compreender do que trata a Estilística. Assim, também, percebemos a diferença entre dialeto e idioleto já entrando na área da Lingüística. Outras leituras enriqueceram os trabalhos como “Trem de ferro” de Manuel Bandeira e “O trem do Manuel” de Almir Correia, a leitura de quadrinhas e poemas observando a sonoridade das palavras. A duração/tempo ao pronunciar uma
  • 48. 48 palavra mostra a intenção do falante, da mesma forma a escolha dos sinais de pontuação ou repetição de letras apresentam uma intenção do autor. Leituras de outros textos como “Palavras são palavras...” (páginas 36 e 37), “Palavra” (página 40), “Nunca é tarde, sempre é tarde” (páginas 43 e 44) mostraram a riqueza de recursos da língua portuguesa chamando a atenção para recurso de estilo e transgressão gramatical. No que se refere à coerência do texto, um exemplo bem didático foi a análise da figura apresentada na página 71. As pistas induzem a leitura das partes para a compreensão do todo. Outros exemplos de textos verbais e não-verbais foram lembrados, como jogos de quebra-cabeça que exercitam o raciocínio ao desenvolver a habilidade de procurar pistas que tornam a imagem coerente. Concluímos que o conhecimento de mundo do leitor se articula com o contexto linguístico para identificar a organização textual. Terminamos o encontro marcando o próximo para a realização da oficina e a socialização dos relatos.
  • 49. 49 Prova Floripa Em 24/09, os professores da Rede M. de Florianópolis foram chamados a organizar o banco de questões da prova, no período da tarde. Foi solicitado que os professores trouxessem os Cadernos AAA do Gestar, bem como a avaliação diagnóstica feita no início do ano, livros didáticos e outros materiais que julgassem necessários. Assim sendo, em grupo, questões foram escritas e debatidas para o português, o inglês e o espanhol. Houve muita reclamação, pois montar uma prova para uma avaliação de rede não é fácil, muito embora alguns professores tenham um pouco mais de facilidade. O grupo era muito grande, mas houve envolvimento. Alguns professores se posicionaram no sentido de não montar as questões alegando que uma prova, com 5 questões, não consegue medir o conhecimento que as crianças têm; que esta prova só servirá para “ranquear” as escolas... Ouvimos atentamente todas as ponderações, e Letícia, como representante dos professores de Línguas junto à SME, também se colocou no sentido das responsabilidades de delegarmos a uma equipe que não conhece a rede o preparo de uma prova para avaliar esta mesma rede. Ponderava ela que teríamos condições de elaborá-la, sim, e que mesmo com deficiências, a prova teria o nosso jeito e seria mais um aprendizado. Professoras de Inglês discutindo questões da Prova Floripa Como a elaboração das questões da prova era uma atividade que exigia muito, e por solicitação dos professores que não gostariam de levar mais uma tarefa para casa, marcamos mais um período para elaboração e discussões.
  • 50. 50 Ao fim da tarde, aconteceram algumas discussões no grande grupo. Outras ficaram para outro momento, visto que encontramos dificuldades técnicas de elaboração de uma prova deste teor. Esperávamos poder discutir algumas questões com a professora consultora que viria para um curso na semana seguinte. Os professores foram convidados a participar do “Curso: ler e compreender _ compromisso de toda a escola”, a ser realizado numa escola da rede, nos dias 01 e 02 de outubro, como mais uma atividade ligada à formação do GESTAR, visto que organização do evento estava convidando todos os professores de português interessados. Discorremos, para quem ainda não conhecia, sobre a consultora, da sua competência e da importância das discussões que ela vinha provocando; e da clareza com que vinha abordando as questões de que tratávamos nas formações. Por conta deste curso, que alguns professores gostariam de participar visto que o acompanham de etapas anteriores, a próxima formação do Gestar ficaria para o dia 08/10. Um grupo de professoras discutindo questões de Português para a Prova. Finalizamos remarcando os relatos e a oficina do TP5, para 08/10, orientando para que ficassem atentos ao calendário já que este que ficaria um pouco mais corrido no mês de outubro, em função do Seminário de Avaliação do Gestar que ocorreria em novembro e da necessidade de comprovarmos materialmente as atividades desenvolvidas.
  • 51. 51 Relatos de experiência e Oficina 9 do TP5 No dia 08/10, reuniram-se os professores para a socialização das práticas pedagógicas sugeridas no “Avançando na prática”, do Caderno TP5 – Estilo, coerência e coesão. O compartilhar, o trocar experiências é, sem dúvida, o mais precioso momento e o mais esperado pelo grupo, pois é aqui que mostram como adequaram seus planejamentos às atividades propostas. A professora Rita apresentou o relato seguindo o proposto na página 82 (jogo de quebra-cabeça) com uma turma de 8ª série. Os alunos acharam a atividade fácil. A professora aliou a atividade do Gestar ao livro didático usando ora conjunções ora elementos coesivos no texto argumentativo. O professor Nelci, por sua vez, relatou os trabalhos de duas 5ªs séries. Utilizou poemas cinéticos, quadras, fábulas. Apesar do trabalho interessante, o professor aponta que tem dificuldades com a atenção e concentração dos alunos. Há muitos alunos defasados para a série. Para amenizar suas angústias, conversou com sua esposa, que é alfabetizadora, para ajudá-lo na tarefa de adequar atividades para as turmas em questão. Acredita que os alunos devem saber certos conceitos e não enrolar que sabem. Observou que depois das atividades apropriadas, percebe que agora é que estão prontos para cursar uma 5ª série. Fez várias oficinas de produção textual. O objetivo é fazer um livro com as histórias dos alunos.
  • 52. 52 A professora Ângela trabalhou a transgressão gramatical com uma turma de 7ª série. Utilizou o texto ”Palavra”, (página 40), levou uma letra de música dos Titãs e a narrativa de Walcyr Carrasco “O caçador de palavras”, apontando a semelhança temática entre os textos citados. Aproveitou para ajustar a atividade à Olimpíada na escola: cada turma pegou um poeta diferente para declamar uma poesia. Apresentou, também, uma crônica de Flávio José Cardoso. Os alunos estão lendo a adaptação feita por Walcyr Carrasco do livro “Os miseráveis”. Leram poemas de Mário Quintana (o poeta brinca com as palavras). Fizeram leitura de vários textos sobre a palavra, as sensações que elas despertam, as cores e os sons que apresentam. Trabalhou com o dicionário na busca de palavras e suas definições para a proposta de criação textual observando o uso e o jogo de palavras. A professora julga que a produção textual não ficou como ela esperava, mas chamamos a atenção para a quantidade de textos a que os alunos foram apresentados, e da necessidade da maturidade psicológica para os jogos de palavras. Outros professores relataram sua prática, como por exemplo, a professora Vera que alia os conteúdos do GESTAR às suas aulas de Inglês. Trabalhou um texto que tratava sobre o fim de semana. Explorou neste texto questões relacionadas ao léxico (palavras conhecidas e desconhecidas - inferência de vocabulário). Aproveitou para ensinar as expressões adverbiais do passado e frases negativas. O resultado foi a produção de um texto pelos alunos sobre seu fim de semana. Os relatos orais demonstram empenho, apesar de todas as correrias.
  • 53. 53 Após os relatos, os professores reuniram-se em grupos para a realização da oficina 9, proposta na página 254, sobre como a coerência textual é construída a partir da articulação entre informações do texto e experiências prévias que os leitores têm a respeito do assunto, relacionando os sentidos construídos pela linguagem verbal e não- verbal, observando os efeitos de sentido do texto como um todo e analisando cada parte e como elas se articulam na unidade textual. Concluímos que os alunos, em cada série, devem saber/dominar certos conceitos. Devemos ter bem claro quais são estes conceitos. Um instrumento de grande ajuda é a prova de diagnóstico de entrada aliada aos AAA (Atividades de Apoio à Aprendizagem). No período vespertino deste mesmo dia, passamos às questões do banco de questões para a Prova Floripa. Professores reclamaram muito da Prova feita sem um banco de critérios, muito a “toque de caixa”, sem a remuneração devida. Alegaram que estavam trabalhando horas a mais em função dela, pois uma questão bem elaborada, às vezes, toma horas. Neste sentido, a consultora do curso realizado em 01 e 02 de novembro foi bastante enfática: não é possível realizar um banco de questões bem elaboradas em 8 horas e com um grupo tão grande, pois muitos itens precisam ser alinhados, os critérios precisam estar muito claros. Questionados sobre o desejo de participação na elaboração da prova, manifesto quando da 1ª prova aplicada, alegaram que a Prefeitura deveria pagar uma consultoria para realizar as questões e uma comissão, tirada do grupo de formação, avaliaria a pertinência das mesmas, se de acordo com os conteúdos trabalhados ou não. Voltaram a falar também da carga horária pesada para tantas atividades, da falta de tempo para tantas leituras, relatos, avaliações, conselhos, planejamentos, atividades da escola. Lembrando-nos que não são somente professores, que outras obrigações também os aguardam depois da jornada profissional. Enfim, reportaram muitas dificuldades, plenamente justificáveis. Na qualidade de representante do grupo junto à SME, Letícia fez algumas considerações no sentido de novamente chamar à responsabilidade todo o grupo, incluindo-se, e declarando estar ainda na posse das questões elaboradas para a prova, perguntou se deveria entregá-las ou não para a revisão e impressão, anunciando que a decisão do grupo seria acatada. Dos quarenta presentes, seis acharam que as questões
  • 54. 54 não deveriam ser entregues; quatro se abstiveram e o restante ponderou que elas deveriam ser entregues, mas com as devidas ressalvas, pelas questões já colocadas. Na avaliação do grupo, o aprendizado com a elaboração das questões foi muito bom. Alguns acharam que a prova não tinha relação com o GESTAR, que estávamos perdendo o foco; outros consideraram justamente o contrário. Perceberam a necessidade de conhecer e estudar os descritores que estão relacionados nas Provas de Entrada do Gestar, não por causa de uma prova, mas como meio de qualificar o ensino da língua. E mais, olhando os modelos de prova – ENEM, SAEB, Brasil, PISA – perceberam que os textos utilizados para as questões são pequenos e que cada um aborda uma questão apenas, ou seja, avalia um descritor, ou habilidade, diferente das provas que estão acostumados a fazer em sala de aula, com textos mais longos, várias questões, sem muita reflexão quanto às habilidades pretendidas por cada uma das questões elaboradas. No encerrar das discussões, bastante pesadas, restou-nos a certeza de que os nossos modelos de avaliação não são totalmente conscientes, às vezes, não sabemos muito claramente o que estamos avaliando. Os professores foram unânimes ao declarar que realizam muito mais em sala de aula do que seria possível medir em uma prova, mas acreditam que algumas das questões elaboradas pelo grupo apresentam muitos problemas, por isso, sugeriram que uma formação específica de como elaborar provas deveria ser pensada para as próximas formações. Ficou definido que uma comissão de professores, tirada do grupo de formação, seria chamada para fazer os ajustes e correções das questões antes de serem enviadas para a impressão.
  • 55. 55 Estudo do TP5 – Coesão e relações lógicas no texto: unidades 19 e 20 No dia 22/10, discutimos as unidades 19 – coesão textual, e 20 – relações lógicas no texto, do caderno de Teoria e Prática do GESTAR II. Conforme vínhamos fazendo com os outros TPs, com este não foi diferente: elaboramos uma síntese (Anexo 3) dos conceitos trazidos por este caderno, no que diz respeito à diferença entre coerência e coesão; às estratégias lingüísticas que conduzem o entendimento e a interpretação de um texto; aos elos coesivos e à progressão textual. Causou estranheza no grupo o fato de o caderno não se reportar aos termos lingüísticos, e sim como “pistas” ou “marcas”, visto se tratar de uma formação de professores. Cremos que a apresentação um pouco mais sistematizada, sem medo dos termos, clareou um pouco mais a leitura. Professores disseram da dificuldade do estudo/leitura pelo fato de terem muitas atividades na escola, que o formato está muito concentrado. Para que os professores entrassem minimamente no caderno, solicitamos que realizassem, sem olhar as respostas, a atividade 2, p.121-2. Discutimos e passamos à atividade 3, da p.123. Com as duas atividades realizadas, o grupo acionou alguns conceitos já conhecidos, mas, talvez, pouco lembrados ou retomados em sua prática. Em relação à unidade 20, fizemos a leitura do texto da p.186, e colocamos em discussão os conceitos de texto narrativo e descritivo e questionamos a afirmação
  • 56. 56 categórica a respeito dele na p.188. Trabalhamos ainda os conceitos de implicação lógica e a negação na construção de sentidos do texto, sempre alertando que aquilo que a formadora aponta como importante, nas unidades em questão, é apenas uma leitura, e que a discussão seria mais produtiva se precedida de leituras. Para finalizar, solicitamos que escolhessem uma atividade do Avançando na prática, aplicassem em sala e preparassem um relato para o próximo dia 29/10.
  • 57. 57 Relatos de experiência e Oficina 10 do TP5 Em 29/10/2009, reunimo-nos para a apresentação dos relatos de um dos “Avançando na prática” do TP5 e na sequência a realização da Oficina 10, correspondente à unidade 20 do mesmo TP. Os relatos têm sido cada vez mais envolventes e reveladores das práticas e das relações que se estabelecem no cotidiano dos professores. A primeira professora a relatar fez um “mea culpa” e não teve medo de expor suas fragilidades iniciais. Revelou que, no início dos trabalhos com os alunos, só percebia as coisas que não davam certo, e das difíceis relações entre ela e eles por conta dos péssimos resultados que eles apresentavam. Hoje, a relação ainda é de amor e ódio, mas ela se percebe mais próxima deles e da sua realidade social; consegue perceber a expressão dos sentimentos de seus alunos e sente-se realizada e diferente quando eles fazem-na portadora dos recados enviados entre eles. Pediu licença para ler alguns textos escritos pelos alunos e foi comentando dos progressos, das dificuldades. Sente-se gratificada porque eles estão declamando poemas junto com ela. Na sequência, uma professora expôs atividade realizada seguindo o roteiro do “Avançando” da p. 162, ao qual ela propôs o tema Meio Ambiente. A turma envolvida foi a 6ª série e os resultados foram os esperados: os alunos tiveram dificuldade de estabelecer a coesão entre as partes. Esta atividade deu início ao trabalho sistematizado com os elos coesivos e, posteriormente, foi solicitada a reescrita do texto com os
  • 58. 58 elementos aprendidos. Cada aluno escreveu um conto, alargando ou cortando os trechos que cada um escreveu na primeira etapa. A professora também participou da atividade, seguindo ela mesma o processo solicitado ao aluno e seu texto foi apresentado como um modelo, mesmo tendo trabalhado com. Outra professora relatou que também seguiu o roteiro proposto pelo “Avançando” na p. 51, e que as atividades renderam ótimos resultados, os alunos se envolveram muito e a professora salientou que as atividades deste TP podem ser adaptadas, ou mesmo inseridas em qualquer tempo, visto que todo gênero possui elementos de coesão e de coerência que precisam ser trabalhados. Cabe ao professor decidir quais os mais adequados para a sua situação. Ela aplicou a atividade numa turma de 8ª série, numa proposta para o Inglês. Ela pediu que os alunos escrevessem um diário, abrangendo o espaço de uma semana, aplicando os elementos coesivos trabalhados, sobretudo os de progressão temporal. Cada um depois leu seu texto e avaliou a atividade dizendo que são sabedores/conhecedores do Inglês. Inclusive compararam a atividade de produção com as maçantes traduções feitas por outro professor, em outro tempo.
  • 59. 59 Depois de ouvir relatos tão bons, a professora a seguir acreditava que tivesse fugido um pouco à proposta, por isso não queria relatar sua atividade, posto que ainda não possuía todo o resultado em mãos para comprovar o feito. Instamos a que reportasse o que havia feito, então relatou ao grupo que dentro de uma atividade maior, ainda não terminada, encaixou um exercício de coesão e coerência, porque viu na 1ª produção dos alunos muito “então”, “daí”, “e aí”. Mostrou alguns excertos aos alunos dos textos dos mesmos para situá-los no que queria trabalhar, mostrou diferentes elementos de coesão que poderiam substituir aqueles apontados e pediu uma refacção do texto substituindo as questões apontadas. O exercício ainda não retornou, mas sentiu que os alunos aprovaram a atividade. A professora trabalhou ainda com sinais de pontuação, língua oral e língua escrita, linguagem formal e informal. Elogiamos o trabalho da professora, salientamos que ela estava no caminho e que, sobretudo, não minimizasse seu esforço, pois o que relatou não era tão pouco como julgara inicialmente. Ela sentiu-se animada a continuar com o processo.
  • 60. 60 Aconteceram outros relatos e apartes ou complementação do que estava sendo exposto, de modo que todos tivessem oportunidade de se expor oralmente ou comentar. Aqueles que ainda não se sentem tão à vontade para relatar oralmente, deixamos o convite para que o façam em outras sessões, visto que a atividade visa à qualificação e não a uma avaliação, já que ali somos todos profissionais em busca de novos elementos e estratégias que subsidiem o nosso fazer. Na sequência passamos à Oficina 10, que trabalhada em pequenos grupos foi ao final socializada com comentários feitos pelo grande grupo. Estes momentos de oficina são bastante ricos, com trocas e sugestões e amadurecimento de idéia, projetos e estudos. É um momento que faz falta no dia a dia escolar. Alguns professores avaliaram inclusive dizendo que estes momentos substituem com bastante eficiência os momentos de estudo nas escolas, visto que nas escolas, quase sempre, estão solitários no seu específico, que um par da mesma área acrescentaria, e muito, nas discussões e práticas lá onde elas deveriam acontecer com mais qualidade, mais dirigidas aos aspectos pedagógicos.
  • 61. 61 Prof.ª Francisca socializa a oficina do seu grupo. Prof.ª Eliane apresenta o que ela, Vera G. e Ana Paula pensaram para a proposta.
  • 62. 62 Estudos dos TP6 – Leitura e processos de escrita II e TP1- Linguagem e cultura Em todas as avaliações feitas após as oficinas, estudos e relatos, o grupo solicitava ou sugeria que os estudos teóricos fossem feitos no momento da formação, e não como uma atividade de leitura prévia. Isto porque todos estavam muito absorvidos com outras tarefas da vida profissional ou doméstica: eram correções, preparações, reuniões de todo tipo, reposições aos sábados ou em feriados, a casa, os filhos, o marido, a família... e que mais esta leitura – visto que o caráter obrigatório do curso/formação não agradou a alguns - seria acrescentar uma carga muito maior do poderiam suportar. Alertavam-nos de que algumas coisas ficariam para trás e, uma delas seria justamente a leitura prévia para o estudo dos TPs. Optamos, então, por mudar a forma como vínhamos conduzindo o estudo a partir do TP6, posto que o TP5 ficou formatado nos mesmos moldes propostos pela organização do GESTAR II, ou seja, leitura prévia, discussão teórica, aplicação em sala, relato de experiência, oficina. Assim, marcamos o estudo do TP6 – Leitura e processos de escrita II e do TP1 – Linguagem e cultura para o dia 19/11/2009, em período integral, envolvendo a seguinte dinâmica: cada TP tem 12 seções; escolhemos, então, 12 cores e recortamos 5 tiras de cada cor. Separamo-las em 5 blocos, de modo que cada um contivesse uma cor das 12 selecionadas. Cada professor que chegava, recebia uma tira de uma cor, de forma que todas as seções fossem contempladas. Registramos no quadro o nome da cor e a respectiva seção, só então os grupos se juntaram pela cor para o estudo da mesma. A proposta foi estudar a seção em uma hora e preparar uma apresentação para 10 minutos. Levamos para as salas disponíveis para os grupos, papel pardo, canetas, retroprojetor, transparências, laptop, fitas, tesouras, folhas A4, máquina fotográfica.
  • 63. 63 O estudo foi bastante positivo, os grupos se integraram, estudaram, prepararam e apresentaram seguindo a proposta, conforme podemos observar por algumas imagens aqui registradas. Pontuávamos e interferíamos à medida que os grupos iam apresentando, corrigindo a rota, elogiando os exemplos trazidos, parabenizando a qualidade da apresentação, dado o tempo. Fizemos, ainda, circular o livro A arte de ensinar a escrever, da autora L. M. Calkins, para que tivessem acesso à teoria que embasa este TP6 e chamamos a atenção para a excelente sistematização sobre o texto argumentativo apresentada pelo mesmo. Salientamos que as dificuldades para trabalhar com este gênero podem ser sanadas com o estudo integral do caderno, visto que traz, além da
  • 64. 64 proposta teórica, farta quantidade de exercícios que abordam passo a passo cada elemento constitutivo da argumentação. Os professores avaliaram como muito boa a nova dinâmica, pois puderam conhecer, pelo menos em parte, o que o caderno apresenta e se dispuseram a estudá-lo e a aplicar os exercícios no sentido de melhor qualificar sua prática e propiciar ao aluno momentos de aprendizagem significativa. Propuseram, ainda, que os novos estudos aconteçam com esta dinâmica. À tarde do dia 19/11, estudamos e apresentamos os estudos do TP1 – Linguagem e cultura – com a mesma dinâmica aplicada ao TP6.
  • 65. 65 O uso dos tradicionais recursos para a preparação de uma aula vai ficando para trás quando existem recursos de mídia e tecnologia à disposição do professor. Isto foi o que percebemos nesta oficinas de estudo. Os professores puderam usar os recursos no Centro de Formação e solicitaram que outras atividades oferecessem esta atividade. O processo de criação de Blogs era uma atividade que pretendíamos desenvolver junto ao GESTAR, mas tivemos que priorizar certas etapas. É provável que a realizemos para o ano, em parceria com o NTE da SME.
  • 66. 66 Ao final das apresentações, encaminhamos como sugestão de aprofundamento do tema central deste TP1, a cultura e a linguagem, o filme Os narradores de Javé – já conhecido por alguns, visto termos trabalhado com ele em uma formação de anos anteriores, pois fazia parte de um livro didático – e o documentário O povo brasileiro. Ambos serão preparados para disponibilizar em mídia aos professores que fazem o GESTAR II.
  • 67. 67 Atividades de encerramento Em 26/11, no período vespertino, reunimo-nos com o grupo de formação do GESTAR para ajustes do calendário para 2010, para a definição de prazos para a entrega dos relatórios, definição quanto à certificação, entre outros detalhes. Depois de toda a burocracia resolvida e questões individuais acertadas, assistimos ao filme Língua: vidas em Português, que encantou as professoras, de tal modo que todas queriam uma cópia para assistirem-na com seus alunos. Tivemos que prometer preparar este filme também. Na sequência, estabelecemos alguns comentários e passamos a um lanche de confraternização.