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Como surgiu a Crise Econômica Mundial
Saiba como surgiu a Crise Econômica Mundial, as dicas dos especialistas, como o Brasil vai
reagir a crise e qual a previsão para acabar a crise econômica mundial.
Desde dezembro de 2007 a economia dos Estados Unidos está oficialmente em recessão.
Desde então o governo aprovou pacotes de estímulos de ajuda às empresas e bancos em
dificuldades financeiras. O atual presidente dos EUA, Barack Obama, conseguiu aprovar na
câmara e senado os pacotes de estímulo à economia americana.

Existem versões de especialistas para os motivos da atual crise econômica. A mais comentada
é a do mercado imobiliário dos EUA.

Os EUA entraram em recessão em 2001, após o estouro da bolha das empresas da chamada
Nova Economia (as empresas "ponto com"). Os juros foram baixados para apenas 1% ao ano
em junho de 2003. A conseqüência do corte de juros foi o reaquecimento da economia
americana, o que gerou o "boom" no mercado imobiliário dos Estados Unidos.

As empresas hipotecárias focaram no grupo de clientes chamado "subprime". Estes clientes
representam um risco maior de pagamento, mas trazem taxas de retorno mais altas. Gestores
e fundos bancários se interessaram nessas dívidas hipotecárias.

Essas instituições compraram os títulos hipotecários do grupo "subprime" e parte da quantia
foi emprestada, antes da primeira dívida ser quitada. Investidores passaram a recomprar esses
títulos, criando uma cadeia de venda de títulos baseada na confiança da compra do
consumidor.

Em 2006 surgiram os problemas perceptíveis. Os preços das casas a as taxas de juros não
pararam de subir. Em junho de 2004 a taxa de juros alcançou 5,25%. Os proprietários ficaram
em dificuldades de manter as prestações das hipotecas, já que os contratos previam correções.
O aumento da inadimplência foi inevitável.

As instituições financeiras que revenderam derivativos dos títulos "subprime" ficaram em
situação problemática. Gerando uma cascata de inadimplências, que resultou numa crise de
liquidez e, consequentemente, retração de crédito.

O que são os derivativos?
Os derivativos são considerados arriscados, porque são papéis com valor derivado de outros
ativos. Os derivativos tem o propósito de limitar, assumir ou transferir determinados riscos.

Em agosto de 2007 o banco BNP ParibasInvestmentPartner congelou os resgates em fundos,
que segundo o banco, eram difíceis para avaliar os valores dos investimentos que eram ligados
às hipotecas de risco. Este foi considerado o primeiro grande golpe ao setor financeiro da Crise
Econômica Mundial.

Logo após a decisão do BNP, outras entidades passaram a tomar a mesma atitude, que gerou
desconfiança e pânico aos investidores. Aumentado pela concordata da AHM, uma das
maiores empresas de hipotecas dos Estados Unidos.

A partir daí, empresas de crédito imobiliário tiveram de pedir concordata ou foram compradas
por outras empresas ou bancos. Estes também passaram a sofrer seriamente com a crise. Em
agosto de 2008, o Lehman Brothers pediu concordata. O Lehman Brothers foi fundado em
1850 e era um dos mais importantes bancos dos EUA, com negócios no ramo de investimentos
de capital, renda fixa, negociação e gestão de investimento.

Desde então outros importantes bancos como o Citigroup, Wells Fargo e o Bank ofAmerica,
sinalizaram as conseqüências da crise econômica.

Todos os setores da economia foram afetados como uma bola-de-neve. O PIB americano
recuou 3,8% no último trimestre de 2008 - pior desempenho desde 1982.

O governo americano aprovou em outubro de 2008 um pacote de ajuda de US$ 700 bilhões. O
objetivo do pacote era ajudar os bancos afetados com os derivativos lastreados nas hipotecas
"subprime". Mesmo assim, foram incluídos na ajuda bancos que não foram tão afetados,
empresas de créditos, montadoras de automóveis, entre outros.

As montadoras de automóveis receberam uma atenção especial devido a sua enorme
importância na economia mundial. A General Motors (GM) e a Chrysler precisaram de mais de
US$ 17 bilhões para continuar em operação e evitar milhares de mais desempregados em
empregos diretos e indiretos.

O desemprego aumentou consideravelmente em todo o país. Em 2008, a taxa de desemprego
foi de 7,2% - a pior desde 1993.

Um novo pacote de ajuda de mais de US$ 800 bilhões será destinado para obras de infra-
estrutura e geração de três milhões de empregos.

Enquanto o próprio presidente Barack Obama apontou que a crise pode demorar anos,
analistas prevêem que a recuperação econômica pode dar sinais no final de 2009 ou em
meados de 2010. Alguns especialistas mais céticos apontam que esta crise pode gerar numa
nova depressão econômica que pode ser igual ou ainda pior que a dos anos 30.

Muitos apontam que em cenário de crise surgem oportunidades. A qualidade jamais deve ser
descartada. Ela pode ser um diferencial. O entretenimento, por exemplo, pode ter aumentos
significativos, assim como a compra e venda de produtos locais.


A Europa do euro mostra as suas desigualdades


A crise na zona do euro mostrou o que vinha sendo encoberto nos anos das vacas gordas:
as desigualdades entre as nações que são partes desse território. O euro surge como um
passo a mais na direção da unificação do Mercado Comum Europeu. Deixando de lado as
implicações políticas da unificação, que devem ser levadas em consideração em uma
região que foi o palco de duas guerras mundiais, o euro surgiu como reforço ao
protecionismo econômico, que beneficia principalmente a Alemanha e em seguida a
França. Pode ser entendido como um movimento da Europa moderna posicionando-se em
relação à globalização, mas também como uma força à integração do mercado mundial.
Num momento de dinheiro farto, os países mais periféricos foram favorecidos com um
grande aporte de recursos que impulsionou suas economias. Mas, quando a fonte secou,
foram os primeiros a sentirem o impacto, pois, já endividados, com o agravamento da
crise se viram obrigados a aumentar a dívida pública sem nenhuma salvaguarda externa.

O endividamento da Grécia, Portugal, Espanha, Itália, Irlanda e dos países do Leste
Europeu, que com o espasmo da crise sistêmica ameaçam perigosamente ultrapassar ou
já ultrapassaram o valor do PIB, têm efeito bem mais perverso do que as dívidas dos
países do centro da zona do euro. São parcos os recursos e forças que dispõem para
enfrentarem as apostas da especulação financeira. O que é exigido pelos guardiões do
euro para reequilibrar as finanças, o rebaixamento salarial e cortes nos benefícios, são
medidas que se aplicadas podem ser inviabilizadas politicamente pela esperada
resistência dos atingidos.

Fica evidente na ameaça de implosão da dívida “soberana”(1), a distância tecnológica
entre alguns países do euro, com impacto na produtividade. Isso se reflete nas diferenças
salariais que apesar de não serem tão grandes quando comparadas com as de países como
a China, existem e são significativas quando confrontamos a situação dos salários pagos
em Portugal, Grécia, Eslováquia, Eslovênia e mesmo na Espanha, com os da Alemanha e
França entre outros. Critica-se a evolução do custo da hora trabalhada na Grécia nos
últimos anos, mas esconde-se o fato de que se paga por hora trabalhada neste País bem
menos que na Alemanha. O contra-argumento é que a produtividade na Alemanha
permite níveis salariais diferenciados.

Daí vem o remédio amargo para a solução das tensões trazidas pela dívida desses
Estados: arrocho salarial e corte nos benefícios sociais, para que seus produtos com a
redução de custos tornem-se competitivos enquanto não melhora a produtividade. Mas
será possível alcançar níveis de produtividade próximo dos trabalhadores alemães que
permitam uma recuperação salarial? Só se o parque industrial e o Governo alemão
ficassem parados esperando que os outros o alcançasse. Mas não é essa a lógica entre
empresas e países capitalistas. O veneno da competição, entranhado na alma da
sociedade da mercadoria, permite a cooperação até certo limite. Quando é possível os
mais atrasados se aproximarem do nível de produtividade dos mais avançados, estes
últimos já deram um salto e se distanciaram dos parentes mais pobres intensificando o
capital constante, mesmo que tenham que dispensar o último trabalhador da produção
com as inovações tecnológicas.

Pode-se argumentar que as empresas dos países mais avançados optem em migrar para
aqueles que oferecerem salários baixos levando tecnologia e, conseqüentemente,
melhorando a produtividade e salários. De fato isso tem acontecido. Porém, apesar da
melhoria da produtividade em alguns ramos industriais, a produtividade geral continua
bem abaixo da dos países de onde migraram essas empresas. A China é o exemplo mais
contundente dessa realidade. Apesar da transferência de tecnologia com a migração de
empresas principalmente do Japão e EUA, só consegue ser competitiva no mercado global
pelos baixíssimos salários pagos aos trabalhadores em regime de semi-escravidão e pelo
câmbio administrado que mantém o yuan artificialmente desvalorizado. Se partirmos
deum ponto zero, a produtividade média do trabalho na China é de 67, Japão 428, EUA
434 e Reino Unido 458*.

Mesmo sendo a China e similares o melhor dos mundos para o capital, onde a mais-valia
relativa e absoluta trabalham juntas na acumulação, é impossível por razões diversas a
transferência de todo um parque industrial de uma nação para tais oásis do capitalismo,
principalmente as empresas de alta tecnologia onde, na contabilidade destas, o trabalho
pouco pesa nos custos finais dos produtos se comparado com o capital fixo empregado. O
movimento de capitais nos mercados comuns, sempre em busca de maior rentabilidade,
pode ter algum êxito como tentativa de defender-se dos outros, mas não de si mesmo:
devoram-se do mesmo jeito na briga pela valorização.

*Fontes: Bloom, Mahajan, McKenzie e Roberts (2010)
Entenda a crise econômica europeia
Jornal do Brasil
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Os primeiros indícios da crise que assola a Europa surgiram antes da recessão
de 2008. Desde 2002, o fácil acesso ao crédito e a estabilidade do mercado
facilitaram transações arriscadas e o forte déficit sob o qual as potências
europeias operavam colocava todo o sistema em risco. A bolha imobiliária nos
Estados Unidos e a subsequente crise de crédito desencadearam diferentes
reações nos países europeus, de acordo com a alocação dos seus
investimentos.

Interligados pelo sistema bancário, as economias caíram uma após uma. Um
dos exemplos de contágio está na forte ligação das economias francesa e
italiana. A Itália pegou emprestado dos bancos da França cerca de U$ 360
bilhões, por exemplo. Neste cenário, um possível calote italiano derrubaria
diretamente a economia francesa.

A primeira grande vítima foi a Grécia, cuja fragilidade foi exposta em 2010.
Durante a década de 2000, o país operou com déficit superior a 100%
empolgado com o otimismo econômico e foi pego de surpresa pela recessão
global. Em situação semelhante, Portugal, França e Bélgica logo deram sinais
de que também entrariam em crise. A dívida pública francesa alcançou U$ 2,1
trilhões em 2010, o que corresponde a 83% do PIB do país.

Apesar de semelhantes, as crises de crédito dos Estados Unidos e da Europa
têm uma diferença fundamental: a moeda. A dívida pública norte-americana é
quase toda em dólar, o que permite ao governo local emitir mais moeda e
sanar as dívidas, apesar de sofrer com a inflação. Na Europa, os países da
Zona do Euro não podem emitir dinheiro, já que a moeda única é regulada
pelo Banco Central Europeu.

Outro ponto crítico do Velho Continente são as diferenças entre seus países.
Enquanto os americanos podem adotar um pacote econômico universal que
terá efeitos em toda a sua economia, as situações peculiares e legislações
dacada país tornam o processo de reação e recuperação mais lento e menos
eficaz.

Até agora, a principal razão pela qual as economias emergentes não sofreram
tanto com a recessão europeia foi a economia chinesa.

"Os chineses estão sentados sobre 3 trilhões de dólares em reservas, e quando
eles mandam seus bancos emprestarem, eles emprestam", disse o economista
norte-americano Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel de Economia. "Se a
economia chinesa precisa de estímulo, eles têm recursos e vontade política
para isso. Também, ao contrário dos Estados Unidos, eles não têm metade do
país comprometida com uma ideologia que diz que a forma de resolver os
problemas é cortar gastos. Se a economia deles desacelera, eles gastam para
continuar andando."

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Origem Crise Econômica Mundial

  • 1. Como surgiu a Crise Econômica Mundial Saiba como surgiu a Crise Econômica Mundial, as dicas dos especialistas, como o Brasil vai reagir a crise e qual a previsão para acabar a crise econômica mundial. Desde dezembro de 2007 a economia dos Estados Unidos está oficialmente em recessão. Desde então o governo aprovou pacotes de estímulos de ajuda às empresas e bancos em dificuldades financeiras. O atual presidente dos EUA, Barack Obama, conseguiu aprovar na câmara e senado os pacotes de estímulo à economia americana. Existem versões de especialistas para os motivos da atual crise econômica. A mais comentada é a do mercado imobiliário dos EUA. Os EUA entraram em recessão em 2001, após o estouro da bolha das empresas da chamada Nova Economia (as empresas "ponto com"). Os juros foram baixados para apenas 1% ao ano em junho de 2003. A conseqüência do corte de juros foi o reaquecimento da economia americana, o que gerou o "boom" no mercado imobiliário dos Estados Unidos. As empresas hipotecárias focaram no grupo de clientes chamado "subprime". Estes clientes representam um risco maior de pagamento, mas trazem taxas de retorno mais altas. Gestores e fundos bancários se interessaram nessas dívidas hipotecárias. Essas instituições compraram os títulos hipotecários do grupo "subprime" e parte da quantia foi emprestada, antes da primeira dívida ser quitada. Investidores passaram a recomprar esses títulos, criando uma cadeia de venda de títulos baseada na confiança da compra do consumidor. Em 2006 surgiram os problemas perceptíveis. Os preços das casas a as taxas de juros não pararam de subir. Em junho de 2004 a taxa de juros alcançou 5,25%. Os proprietários ficaram em dificuldades de manter as prestações das hipotecas, já que os contratos previam correções. O aumento da inadimplência foi inevitável. As instituições financeiras que revenderam derivativos dos títulos "subprime" ficaram em situação problemática. Gerando uma cascata de inadimplências, que resultou numa crise de liquidez e, consequentemente, retração de crédito. O que são os derivativos? Os derivativos são considerados arriscados, porque são papéis com valor derivado de outros ativos. Os derivativos tem o propósito de limitar, assumir ou transferir determinados riscos. Em agosto de 2007 o banco BNP ParibasInvestmentPartner congelou os resgates em fundos, que segundo o banco, eram difíceis para avaliar os valores dos investimentos que eram ligados às hipotecas de risco. Este foi considerado o primeiro grande golpe ao setor financeiro da Crise Econômica Mundial. Logo após a decisão do BNP, outras entidades passaram a tomar a mesma atitude, que gerou desconfiança e pânico aos investidores. Aumentado pela concordata da AHM, uma das maiores empresas de hipotecas dos Estados Unidos. A partir daí, empresas de crédito imobiliário tiveram de pedir concordata ou foram compradas por outras empresas ou bancos. Estes também passaram a sofrer seriamente com a crise. Em agosto de 2008, o Lehman Brothers pediu concordata. O Lehman Brothers foi fundado em
  • 2. 1850 e era um dos mais importantes bancos dos EUA, com negócios no ramo de investimentos de capital, renda fixa, negociação e gestão de investimento. Desde então outros importantes bancos como o Citigroup, Wells Fargo e o Bank ofAmerica, sinalizaram as conseqüências da crise econômica. Todos os setores da economia foram afetados como uma bola-de-neve. O PIB americano recuou 3,8% no último trimestre de 2008 - pior desempenho desde 1982. O governo americano aprovou em outubro de 2008 um pacote de ajuda de US$ 700 bilhões. O objetivo do pacote era ajudar os bancos afetados com os derivativos lastreados nas hipotecas "subprime". Mesmo assim, foram incluídos na ajuda bancos que não foram tão afetados, empresas de créditos, montadoras de automóveis, entre outros. As montadoras de automóveis receberam uma atenção especial devido a sua enorme importância na economia mundial. A General Motors (GM) e a Chrysler precisaram de mais de US$ 17 bilhões para continuar em operação e evitar milhares de mais desempregados em empregos diretos e indiretos. O desemprego aumentou consideravelmente em todo o país. Em 2008, a taxa de desemprego foi de 7,2% - a pior desde 1993. Um novo pacote de ajuda de mais de US$ 800 bilhões será destinado para obras de infra- estrutura e geração de três milhões de empregos. Enquanto o próprio presidente Barack Obama apontou que a crise pode demorar anos, analistas prevêem que a recuperação econômica pode dar sinais no final de 2009 ou em meados de 2010. Alguns especialistas mais céticos apontam que esta crise pode gerar numa nova depressão econômica que pode ser igual ou ainda pior que a dos anos 30. Muitos apontam que em cenário de crise surgem oportunidades. A qualidade jamais deve ser descartada. Ela pode ser um diferencial. O entretenimento, por exemplo, pode ter aumentos significativos, assim como a compra e venda de produtos locais. A Europa do euro mostra as suas desigualdades A crise na zona do euro mostrou o que vinha sendo encoberto nos anos das vacas gordas: as desigualdades entre as nações que são partes desse território. O euro surge como um passo a mais na direção da unificação do Mercado Comum Europeu. Deixando de lado as implicações políticas da unificação, que devem ser levadas em consideração em uma região que foi o palco de duas guerras mundiais, o euro surgiu como reforço ao protecionismo econômico, que beneficia principalmente a Alemanha e em seguida a França. Pode ser entendido como um movimento da Europa moderna posicionando-se em relação à globalização, mas também como uma força à integração do mercado mundial. Num momento de dinheiro farto, os países mais periféricos foram favorecidos com um grande aporte de recursos que impulsionou suas economias. Mas, quando a fonte secou, foram os primeiros a sentirem o impacto, pois, já endividados, com o agravamento da crise se viram obrigados a aumentar a dívida pública sem nenhuma salvaguarda externa. O endividamento da Grécia, Portugal, Espanha, Itália, Irlanda e dos países do Leste
  • 3. Europeu, que com o espasmo da crise sistêmica ameaçam perigosamente ultrapassar ou já ultrapassaram o valor do PIB, têm efeito bem mais perverso do que as dívidas dos países do centro da zona do euro. São parcos os recursos e forças que dispõem para enfrentarem as apostas da especulação financeira. O que é exigido pelos guardiões do euro para reequilibrar as finanças, o rebaixamento salarial e cortes nos benefícios, são medidas que se aplicadas podem ser inviabilizadas politicamente pela esperada resistência dos atingidos. Fica evidente na ameaça de implosão da dívida “soberana”(1), a distância tecnológica entre alguns países do euro, com impacto na produtividade. Isso se reflete nas diferenças salariais que apesar de não serem tão grandes quando comparadas com as de países como a China, existem e são significativas quando confrontamos a situação dos salários pagos em Portugal, Grécia, Eslováquia, Eslovênia e mesmo na Espanha, com os da Alemanha e França entre outros. Critica-se a evolução do custo da hora trabalhada na Grécia nos últimos anos, mas esconde-se o fato de que se paga por hora trabalhada neste País bem menos que na Alemanha. O contra-argumento é que a produtividade na Alemanha permite níveis salariais diferenciados. Daí vem o remédio amargo para a solução das tensões trazidas pela dívida desses Estados: arrocho salarial e corte nos benefícios sociais, para que seus produtos com a redução de custos tornem-se competitivos enquanto não melhora a produtividade. Mas será possível alcançar níveis de produtividade próximo dos trabalhadores alemães que permitam uma recuperação salarial? Só se o parque industrial e o Governo alemão ficassem parados esperando que os outros o alcançasse. Mas não é essa a lógica entre empresas e países capitalistas. O veneno da competição, entranhado na alma da sociedade da mercadoria, permite a cooperação até certo limite. Quando é possível os mais atrasados se aproximarem do nível de produtividade dos mais avançados, estes últimos já deram um salto e se distanciaram dos parentes mais pobres intensificando o capital constante, mesmo que tenham que dispensar o último trabalhador da produção com as inovações tecnológicas. Pode-se argumentar que as empresas dos países mais avançados optem em migrar para aqueles que oferecerem salários baixos levando tecnologia e, conseqüentemente, melhorando a produtividade e salários. De fato isso tem acontecido. Porém, apesar da melhoria da produtividade em alguns ramos industriais, a produtividade geral continua bem abaixo da dos países de onde migraram essas empresas. A China é o exemplo mais contundente dessa realidade. Apesar da transferência de tecnologia com a migração de empresas principalmente do Japão e EUA, só consegue ser competitiva no mercado global pelos baixíssimos salários pagos aos trabalhadores em regime de semi-escravidão e pelo câmbio administrado que mantém o yuan artificialmente desvalorizado. Se partirmos deum ponto zero, a produtividade média do trabalho na China é de 67, Japão 428, EUA 434 e Reino Unido 458*. Mesmo sendo a China e similares o melhor dos mundos para o capital, onde a mais-valia relativa e absoluta trabalham juntas na acumulação, é impossível por razões diversas a transferência de todo um parque industrial de uma nação para tais oásis do capitalismo, principalmente as empresas de alta tecnologia onde, na contabilidade destas, o trabalho pouco pesa nos custos finais dos produtos se comparado com o capital fixo empregado. O movimento de capitais nos mercados comuns, sempre em busca de maior rentabilidade, pode ter algum êxito como tentativa de defender-se dos outros, mas não de si mesmo: devoram-se do mesmo jeito na briga pela valorização. *Fontes: Bloom, Mahajan, McKenzie e Roberts (2010)
  • 4. Entenda a crise econômica europeia Jornal do Brasil Tamanho do Texto:+A-AImprimir Publicidade Os primeiros indícios da crise que assola a Europa surgiram antes da recessão de 2008. Desde 2002, o fácil acesso ao crédito e a estabilidade do mercado facilitaram transações arriscadas e o forte déficit sob o qual as potências europeias operavam colocava todo o sistema em risco. A bolha imobiliária nos Estados Unidos e a subsequente crise de crédito desencadearam diferentes reações nos países europeus, de acordo com a alocação dos seus investimentos. Interligados pelo sistema bancário, as economias caíram uma após uma. Um dos exemplos de contágio está na forte ligação das economias francesa e italiana. A Itália pegou emprestado dos bancos da França cerca de U$ 360 bilhões, por exemplo. Neste cenário, um possível calote italiano derrubaria diretamente a economia francesa. A primeira grande vítima foi a Grécia, cuja fragilidade foi exposta em 2010. Durante a década de 2000, o país operou com déficit superior a 100% empolgado com o otimismo econômico e foi pego de surpresa pela recessão global. Em situação semelhante, Portugal, França e Bélgica logo deram sinais de que também entrariam em crise. A dívida pública francesa alcançou U$ 2,1 trilhões em 2010, o que corresponde a 83% do PIB do país. Apesar de semelhantes, as crises de crédito dos Estados Unidos e da Europa têm uma diferença fundamental: a moeda. A dívida pública norte-americana é quase toda em dólar, o que permite ao governo local emitir mais moeda e sanar as dívidas, apesar de sofrer com a inflação. Na Europa, os países da Zona do Euro não podem emitir dinheiro, já que a moeda única é regulada pelo Banco Central Europeu. Outro ponto crítico do Velho Continente são as diferenças entre seus países. Enquanto os americanos podem adotar um pacote econômico universal que terá efeitos em toda a sua economia, as situações peculiares e legislações dacada país tornam o processo de reação e recuperação mais lento e menos eficaz. Até agora, a principal razão pela qual as economias emergentes não sofreram tanto com a recessão europeia foi a economia chinesa. "Os chineses estão sentados sobre 3 trilhões de dólares em reservas, e quando eles mandam seus bancos emprestarem, eles emprestam", disse o economista norte-americano Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel de Economia. "Se a economia chinesa precisa de estímulo, eles têm recursos e vontade política para isso. Também, ao contrário dos Estados Unidos, eles não têm metade do país comprometida com uma ideologia que diz que a forma de resolver os
  • 5. problemas é cortar gastos. Se a economia deles desacelera, eles gastam para continuar andando."