O documento discute como a ideologia se manifesta no cotidiano de três maneiras: 1) por meio do discurso dominante que busca apresentar a realidade social de forma homogênea, ocultando perspectivas de classes inferiores; 2) por meio do discurso que usa categorias genéricas como "família" e "juventude", ignorando diferenças; 3) por meio da crença na ciência como solução para todos os problemas, obscurecendo questões complexas.
2. A expressão de ideologia na sociedade capitalista mostra o que há por traz de
qualquer discurso homogêneo, buscando identificar a realidade social com o que as
classes dominantes pensam sobre ela, ocultando e sobrepondo assim discurso de
classes inferiores.
Discurso este, que não leva em consideração as categorias genéricas, família ou
juventude. Não existindo assim, família e juventude, mas, famílias e jovens com
situações totalmente diferenciadas, cada um com sua história.
Vestibulanda
fotografada na
capital paulista,
que pôde se
dedicar aos
estudos e procura
seu nome na lista
de aprovados da
Unesp, em 2006.
O jovem fotografado em
canavial no interior de
São Paulo, em
2000, precisa cortar 300
metros de cana-de-
açúcar por dia. Não
sobra tempo para
estudar.
A ideologia no cotidiano
3. Nas relações entre as pessoas, uma série de elementos ideológicos se
manifestam por meio de ações, palavras e sentimentos.
Felicidade: fórmula prometida em chamada de
revista (2006). A celebração da felicidade obscurece
as dificuldades que cada um enfrenta em seu
cotidiano.
No capitalismo, a ideologia se
expressa, por exemplo, no discurso
que procura ocultar as contradições
existentes na sociedade. Baseado em
categorias genéricas, esse discurso
transmite uma ideia de uniformidade.
4. A crença na verdade inquestionável do conhecimento científico talvez seja a
maior de todas as expressões ideológicas presentes em nosso cotidiano. Da busca do
sentido da vida às possibilidades de sucesso, a ciência seria a grande solução para
todos os problemas, males e enigmas.