1. Educação na primeira infância é importantíssima.
O que fazer para garantir o atendimento de seu
filho em creches e pré-escolas públicas?
2. Várias pesquisas mostram que os primeiros anos de
vida são os mais importantes para o aprendizado.
Mas pelo menos 30 % das mulheres brasileiras com
filhos de 0 a 6 anos não conseguem vagas em
escolas públicas para suas crianças. Os dados são
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística). A situação é ainda pior para as mães
que dependem de vagas em creches. Só na cidade
de São Paulo, por exemplo, mais de 100 mil crianças
esperam por vagas em creches e pré-escolas, de
acordo com dados da prefeitura. No entanto, os
dados oficiais não revelam a gravidade do problema,
pois a demanda real por vagas em creches é ainda
maior. Muitas pessoas ficam de fora desses
levantamentos pois não se cadastram nas listas de
espera por vagas.
3. Embora não seja obrigatório matricular as
crianças de até 3 anos, a vaga nas creches é
um direito previsto em uma lei que regula a
Educação nacional, é a chamada Lei de
Diretrizes e Bases (LDB). Segundo essa
legislação, é dever dos municípios, com ajuda
dos Estados, garantir creches e pré-escolas
públicas para TODAS as crianças. Todas.
4. E isso quer dizer que você precisa fazer valer
seu direito, ou melhor, o direito do seu filho a
uma Educação de qualidade. Para ajudá-lo na
tarefa de conseguir uma vaga, consultamos
especialistas que apontam os melhores
caminhos para garantir esse direito.
5. É dever do Estado assegurar à criança de zero
a seis anos de idade o atendimento em
creche e pré-escola. Esta determinação está
prevista na Constituição Federal de 1988 e no
Estatuto da Criança e do Adolescente. "De
acordo com estes dois instrumentos legais, a
Educação, incluída aí a creche e a pré-escola,
passa a ser um direito e, por isto, pode ser
cobrada por qualquer cidadão“.
6. Embora a família não seja obrigada a
matricular a criança (de 0 a 3 anos) em uma
creche, o governo precisa providenciar a
vaga. O município tem de atender as
crianças. "Mas, se nossa sociedade, ou seja,
você, não acionar os mecanismos de
fiscalização, nada vai mudar. Temos
instrumentos legais para isso”.
7. Comece pelo mais fácil. Em primeiro lugar,
procure a creche mais próxima a sua casa e
inscreva seu filho. O Google pode ser uma
boa ferramenta para a busca. Para não correr
o risco de ficar por muito tempo na fila de
espera por uma vaga, procure as instituições
com o máximo de antecedência - antes
mesmo de a criança nascer. Caso não tenha
vaga, não deixe de se inscrever nas listas de
espera.
8. Os dados oficiais do IBGE mostram que pelo
menos 30% das mulheres brasileiras com filhos
de 0 a 6 anos não conseguem vagas em creches
e pré-escolas públicas para suas crianças. Mas,
na prática, a falta de vagas nessas instituições de
todo o país é bem maior. Um estudo do
economista Sergio Haddad, coordenador geral do
movimento Ação Educativa, revela que 23
milhões das crianças de 0 a 6 anos não
freqüentam creches e/ou pré escolas. Ou seja,
menos da metade das crianças brasileiras têm
esse direito atendido
9. Se a creche não arrumar a vaga, os pais ou
responsáveis pela criança devem, assim, se
cadastrar em uma lista de espera de sua cidade.
Caso a creche demore muito para providenciar a
vaga, procure as Diretorias Regionais de Ensino
para lutar pela vaga. Esses órgãos só precisam
ser acionados quando as creches não arrumarem
a vaga. Os pais também podem procurar a
Defensoria Pública e o Ministério Público, ou o
Conselho Tutelar mais próximo. "Esse órgão é
responsável por zelar pelo cumprimento dos
direitos da criança e do adolescente“.