O documento apresenta informações sobre obras e artistas do período barroco no Brasil colonial, com destaque para Aleijadinho e suas esculturas em Minas Gerais. Também apresenta trechos de poemas de Gregório de Matos e um sermão do Padre Antônio Vieira.
11. Aleijadinho
(1730-1814)
É considerado o
maior expoente da
arte barroca em
Minas Gerais
12. Passos da Paixão
de Cristo
66 figuras
esculpidas em
cedro por
Aleijadinho (e
sua equipe) e
pintadas por
Manoel da Costa
Ataíde e
Francisco Xavier
Carneiro.
Datam entre
1796 a 1799.
16. Mestre Ataíde
(1762-1830)
Manuel da
Costa Ataíde foi
um dos mais
brilhantes
artistas do
Barroco Mineiro.
17. Caravaggio
“O santo sepulcro”
Michelangelo
Merisi da
Caravaggio
(1571-1610): pintor
italiano
considerado um
dos primeiros
representantes do
Barroco.
19. As obras dos pintores europeus,
representantes do Barroco,
valorizam as cores, as sombras e a
luz, e privilegiam os contrates. As
imagens não são tão centralizadas
quanto as renascentistas e
aparecem de forma dinâmica,
valorizando o movimento.
20. Gregório de Matos e Guerra
(1633/1696)
Gregório de Matos, o Boca do Inferno,
nasceu na Bahia e foi o primeiro de
nossos satíricos. Fez o Curso de Leis na
Universidade de Coimbra. Voltou ao Brasil
com 47 anos, sob a proteção do arcebispo
da Bahia. Tantas e tais fez que não só
perdeu a proteção do prelado, como ainda
foi degredado para Angola. Reabilitado,
voltou, indo para Recife, onde conquistou
simpatias e viveu com menos turbulência
que na Bahia.
21. Epigrama
Gregório de Matos
Juízo anatômico dos achaques que padecia o corpo da
República em todos os membros, e inteira definição do que em
todos os tempos é a Bahia.
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha. [...]
achaque: imperfeição moral; vício, defeito
22. Quais são seus doces objetos?... Pretos.
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.
Dou ao Demo os insensatos,
Dou ao Demo o povo asnal,
Que estima por cabedal,
Pretos, mestiços, mulatos. [...]
23. Que vai pela clerezia?... Simonia.
E pelos membros da Igreja?... Inveja.
Cuidei que mais se lhe punha?... Unha
Sazonada caramunha,
Enfim, que na Santa Sé
O que mais se pratica é
Simonia, inveja e unha [...]
simonia: venda ilícita de coisas sagradas.
caramunha: careta, choro de criança, queixa.
sazonado: 1. (fruto) maduro; 2. refletido, pensado.
24. Padre Antônio Vieira
(1608-1697)
Padre Antônio Vieira
nasceu em 1608 em
Lisboa, Portugal. Veio
para o Brasil aos sete
anos. Estudou na
Companhia de Jesus da
Bahia. A maior parte de
sua obra foi escrita no
Brasil. O Sermão da
Sexagésima foi proferido
em 1653 em Lisboa.
25. A pregação que frutifica, a pregação que
aproveita, não é aquela que dá gosto ao
ouvinte, é aquela que lhe dá pena. Quando
o ouvinte a cada palavra do pregador treme;
quando cada palavra do pregador é um
torcedor para o coração do ouvinte; quando
o ouvinte vai do sermão para casa confuso
e atônito, sem saber parte de si, então é a
preparação qual convém, então se pode
esperar que faça fruto: Et fructum afferunt in
patientia.
26. Enfim, para que os pregadores saibam
como hão-de pregar e os ouvintes a quem
hão-de ouvir, acabo com um exemplo do
nosso Reino, e quase dos nossos tempos.
Pregavam em Coimbra dois famosos
pregadores, ambos bem conhecidos por
seus escritos; não os nomeio, porque os
hei-de desigualar. Altercou-se entre alguns
doutores da Universidade qual dos dois
fosse maior pregador; e como não há juízo
sem inclinação, uns diziam este, outros,
aquele.
27. Mas um lente, que entre os mais tinha
maior autoridade, concluiu desta maneira:
«Entre dois sujeitos tão grandes não me
atrevo a interpor juízo; só direi uma
diferença, que sempre experimento:
quando ouço um, saio do sermão muito
contente do pregador; quando ouço outro,
saio muito descontente de mim.»
Sermão da Sexagésima – Padre Antônio Vieira