O documento descreve a participação da equipe da LiveAD no festival SXSW de 2013 em Austin, Texas. O festival reúne pessoas que estão na vanguarda das transformações tecnológicas e criativas e é um local importante para lançamentos de startups. A LiveAD enviou sete profissionais para cobrir o evento e dividir conhecimentos com a equipe e clientes.
Projeto RODA DE BAMBAS - PONTO DE INSPIRAÇÃO - Morro da Coroa
SXSW 2013: cobertura especial mostra principais ideias discutidas no festival
1. Pelo terceiro ano seguido, enviamos alguns de nossos profissionais para Austin,
no Texas, para beber na fonte do SXSW, evento de interatividade, música e
cinema. A cidade reúne, em pouco mais de uma semana, pessoas que estão a
frente das grandes transformações que acontecem no mundo da tecnologia e da
economia criativa. É lá que nasceram ferramentas como Twitter, Foursquare,
entre muitas outras.
É tanto conteúdo relevante e importante para os negócios, que
achamos que não vale a pena ficar só conosco.
Por isso, na edição de 2013, fizemos uma cobertura especial para o jornal
Meio&Mensagem para apresentar aos que não puderam participar do festival
as principais ideias discutidas por lá. Desta proposta, nasceram seis artigos
repletos de referências e novidades das melhores palestras e encontros vividos
pelo nosso time durante o SXSW 2013.
Equipes LiveAD e Profile
2. Bem-vindos ao SXSW 2013
A pequena Austin, no Texas, é um oasis de cultura independente, produção
artística e tecnológica. Nela acontece todos os anos o South by Southwest
(SxSw), que começou como festival de música e hoje abriga cinema e interativi-
dade
Por Lucas Mello (*)
"Everything is bigger and better in Texas" (tudo
é maior e melhor no Texas). É assim que, carin-
hosamente, os texanos se referem ao seu estado
em um ditado popular conhecido nos quatro
cantos dos Estados Unidos. Mas, além dos
famosos ranchos, dos xerifes que vemos em
filmes e do excelente churrasco que simbolizam
esse famoso estado americano, é no Texas, em
uma pequena cidade chamada Austin, que acon-
tece um dos maiores eventos de interatividade, cinema e música do mundo: o South by
Southwest, ou SxSw, como é mais popularmente conhecido.
Mas, para os americanos, Austin não é um exemplo de cidade texana. Com uma atmosfera
jovem, forte cultura hipster e extremamente vibrante, essa pequena cidade se tornou
referência em tecnologia há 29 anos, quando a Dell lá foi criada. Em paralelo, por conta
das universidades locais, Austin já reunia milhares de jovens ávidos por se expressarem
por meio da música e do cinema em produções independentes que, aos poucos, foram
ganhando fama e espaço no território americano. Ao contrário da aura conservadora do
Texas, formou-se um oásis de cultura independente, produção artística e tecnológica num
dos mais improváveis espaços dos Estados Unidos.
Mas foi em 1987 que uma pessoa chamada Roland Swenson decidiu organizar um festival
de música para reunir todas as bandas locais. Acontecia, então, a primeira edição do
SxSw, que aos poucos foi incorporando cinema e interatividade como novos temas,
formando um evento de características únicas por reunir indústrias tão separadas, mas
que cada vez mais se integram por conta dos avanços da era digital.
Essa combinação de talentos e conhecimentos criou um dos maiores eventos da atuali-
dade, com mais de cinco mil atividades entre shows, palestras, sessões de autógrafo e
feiras de música e tecnologia. Tudo isso em um pouco mais de uma semana. Um volume
imenso de informação que faz com que as experiências de cada participante do evento
sejam completamente diferentes umas das outras.
Diz-se que foi no SxSw que empresas como o Foursquare e o Twitter foram, de fato, apre-
sentadas ao público pela primeira vez. Não há como negar que o encontro de tanta diversi-
dade seja o momento e o local propícios para lançamentos de startups e criação de ideias
que, em alguns anos, irão se transformar em empresas ou produtos de sucesso.
3. Ao contrário do Cannes Lions, o SxSw não reúne necessariamente grandes nomes da
propaganda mundial. Mas reúne pessoas que estão, de alguma forma, moldando o futuro
dos negócios através da criação de empresas, ferramentas e pensamentos que transfor-
mam radicalmente a nossa forma de ver o mundo e as vidas e os hábitos de milhões de
pessoas.
Foi por isso que, em 2011, decidimos colocar o
SxSw no calendário oficial de eventos da LiveAD.
Ainda naquele ano inscrevemos um projeto da
agência chamado “Bovap” (a Bolsa de Valores
Políticos criada para a corretora Souza Barros, que
no mesmo ano ganhou um Leão de Prata em
Cannes) no Interactive Award, um festival que
premia as melhores iniciativas interativas do
mundo. O trabalho foi o único projeto brasileiro da
A LiveAD marca presença no SxSw desde 2011. Neste história a ser colocado entre os finalistas na catego-
ano, a equipe terá Lucas Mello, CEO da agência, e mais
seis pessoas.
ria “Ativismo”. A partir daí, voltamos todos os anos
para Austin, levando sempre o maior número
possível de profissionais para que consigamos absorver o máximo desse conhecimento e
depois compartilhar isso com os times da agência e aplicar novas visões nos projetos de
nossos clientes.
Esse ano vamos marcar presença com sete pessoas da LiveAD e faremos uma cobertura
exclusiva para o Meio & Mensagem. Compartilharemos com vocês os melhores momentos
do dia que conseguirmos captar, dentre as centenas de palestras e debates. O evento
começa nesta sexta-feira, 8, e grandes palestrantes como Scott Belsky (CEO da Behance),
Sean Parker (fundador do Napster, Causes e Airtime) e Brian Chesky (fundador e CEO do
Airbnb) já estão confirmados. Esperamos conseguir transmitir a todos pelo menos um
pouco da inspiração e conhecimento que o festival nos gera todos os anos. Sejam todos
bem-vindos ao SxSw 2013.
(*) Lucas Mello é CEO da LiveAD. Ele está em Austin, junto com a equipe da agência, e
escreve como colaboração para Meio & Mensagem.
Fonte: www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2013/03/08/Bem-vindos-ao-SxSw-2013.html
4. O primeiro dia da primeira vez
No SXSW Interactive, dois destaques: o trabalho da Archicture for Humanity e
a importância do compartilhamento de dados, na análise do cofundador da
Identified. Tudo na ótica de Aline Rossin, da LiveAD, que estreia no South by
Southwest
Por Aline Rossin (*)
Estava difícil controlar a ansiedade para chegar a
Austin. Depois de acompanhar o evento à distân-
cia por meio de amigos e redes sociais, chegou a
vez de conhecer de perto esse mundo chamado
SXSW (para saber mais sobre o evento, leia
"Bem-vindos ao SXSW 2013";; o festival une
música, cinema e interatividade e este ano acon-
tece até o dia 17).
O SXSW, que acontece em Austin até o dia 17 de março, se
divide em Música, Cinema e Interatividade.
A cidade, com ruas e avenidas largas e tranqui-
las, se volta toda para a região central onde os painéis, palestras, debates, shows e perfor-
mances acontecem. A quantidade de opções é algo que empolga e assusta ao mesmo
tempo. Fico feliz por ter seguido a orientação de amigos e ter feito uma programação
prévia no aplicativo do evento.
No primeiro dia do SXSW Interactive, dois momentos merecem ser destacados. A
palestra de Cameron Sinclair, fundador da Archicture for Humanity, organização sem fins
lucrativos que reúne arquitetos ao redor do mundo para reconstruir lugares afetados por
desastres naturais.
Sinclair falou sobre como a conexão entre pessoas tem um poder avassalador em momen-
tos de reconstrução e citou casos incríveis pós-Katrina, Sandy e outras manifestações
naturais, que mostram como a união da comunidade pode transformar e fazer tudo voltar
a ser o que era antes. Na verdade, na maioria das vezes, voltar a ser melhor do que já foi
um dia.
Cameron salientou a importância de confiar aos membros da comunidade a liderança dos
projetos e fazer com que as pessoas se envolvam em reconstruções onde um interesse
pessoal está presente. Um exemplo é a movimentação feita pelos pais de escolas haitianas
que foram destruídas após um terremoto. Eles mesmo ajudaram a construir as paredes,
pisos e teto das escolas de seus filhos juntamente com os arquitetos. “Certamente os pais
vão querer a escola mais segura para os seus filhos. Farão tudo com o maior cuidado e
carinho possível”, afirmou Sinclair.
Outro destaque foi para um painel sobre banco de dados e gamification. Pela primeira vez
os dois assuntos foram tratados em conjunto e o objetivo da discussão era mostrar o
quanto estratégias que usam ferramentas de jogos podem se tornar cada vez mais podero-
sas se os dados informados pelos seus jogadores forem interpretados de maneira inteli-
gente e profunda.
5. Para Brendan Wallace, cofundador da empresa
Identified e um dos participantes do painel, o
consumidor nunca forneceu tantos dados da vida
pessoal e profissional de maneira voluntária
como faz hoje, e cabe às empresas saber
interpretá-los e usá-los para que seja criada uma
relação de longa data com os clientes.
Wallace destacou como o Facebook faz uso de
Brendan Wallace, da Identified: a boa interpretação dos
ferramentas de jogo e citou o like como o maior
dados fornecidos pelos consumidores vai mudar a prêmio desejado atualmente nas redes sociais.
maneira como se planeja o marketing.
Continua dizendo que, se há dez anos alguém
perguntasse se espontaneamente qualquer um de nós dividiria dados tão pessoais como
fotos da família, restaurante onde está almoçando, local onde passamos as nossas
últimas férias e inúmeros outros dados que compartilhamos diariamente em nossas
redes, certamente a grande maioria responderia que não.
Dez anos depois, o Facebook registra um upload e compartilhamento de bilhões de
dados como esses diariamente em países de todos os continentes. Wallace terminou o
painel dizendo que a força de uma boa interpretação das informações fornecidas pelos
consumidores vai mudar a forma como se faz marketing de maneira radical nos próxi-
mos anos.
*Aline Rossin é diretora de atendimento da LiveAD e está na equipe da agência que
acompanha o SXSW em Austin. Ela escreve como colaboração para Meio & Mensagem.
Fonte: www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/03/11/O-primeiro-dia-da-primeira-vez.html
6. De que fonte você bebe? Cannes ou SXSW?
O poder das pequenas transformações cotidianas, o equipamento que faz leitura
3D do movimento das mãos e o conceito de serendipidade (conhece?). Tudo isso
foi discutido no evento de Austin e pode ser importante para você
Por Mauro Silva (*)
Logo após o Festival de Cannes do ano passado, o
Meio & Mensagem organizou um evento para
estudantes no Mackenzie, para o qual fui convidado
a participar de um painel. Nessa noite expressei
uma opinião que gerou uma certa controvérsia.
Falei que, como criativo e planejador de comuni-
cação, preferia observar o que acontecia no SXSW
do que em Cannes. E expliquei minhas razões:
Apresentado no SXSW, o Leap Motion Controler é um
pequeno gadget que está na etapa de pré-compra (vai olhar para o SXSW é como olhar para o futuro
custar US$ 79,99). Com o aparelho, é possível interagir
com computadores sem usar mouse ou touchscreens.
próximo e olhar para Cannes é como olhar para o
passado. O primeiro é um evento caótico. O
segundo é um evento linear. Ambos são muito bem organizados e muito úteis para ser um
bom profissional de comunicação. Mas é aqui no SXSW que você enxerga além do mer-
cado da propaganda e se alimenta das disciplinas que estão moldando o futuro. Enfim, é
como viver em um futuro próximo por alguns dias (o evento acontece em Austin até 17 de
março).
Tiny habits
A primeira palestra que vi no dia foi do BJ Fogg, o cara que fez uma pesquisa sobre o que
ele chama de behavior design (design de comportamento). Ele fez um estudo dos hábitos
das pessoas e observou comportamentos que revelam que pequenos alterações de hábitos
tem mais poder transformador do que grandes mudanças.
Por que isso é importante para mim (e talvez para você):
Entender esse estudo e essa lógica contra-intuitiva é um passo na direção de entender
melhor como conduzir projetos de comunicação que venham a construir transformações
verdadeiras. Essa visão extrai a ingenuidade e coloca um layer técnico em todo o
pensamentos estratégico. Acredito que quem assimila isso tem melhor capacidade de
chegar em ideias relevantes.
Dez dedos, duas mãos e um enorme salto?
Outro painel interessante foi com os fundadores da empresa chamada Leap Motion
(www.leapmotion.com), que está lançando o Leap Motion Controler, um pequeno gadget
que está na etapa de pré-compra (vai custar US$ 79,99). Eles apresentaram o produto e a
sua visão de como as pessoas podem interagir com computadores sem usar mouse ou
touchscreens.
7. O produto deles faz uma leitura 3D das mãos do
usuário (e de quaisquer apetrechos que essa
pessoa estiver usando) e faz com que esses movi-
mentos captados sejam traduzidos em comandos.
Interessante é que tem precisão tanto para peque-
nos quanto para grandes movimentos. Então isso
acaba sendo algo que pode ter usos muito variados
e até surpreendentes.
Por que isso é importante para mim (e talvez para
Leap Motion Controler, aparelho que faz uma leitura 3D
das mãos do usuário e "traduz" os movimentos. você):
Eu sinceramente ainda não sei. Mas acho que, em algum momento, essa tecnologia vai
surgir na minha cabeça e poderá ser um ingrediente interessante na composição de um
projeto de comunicação. Está ligado a serendipidade, ou seja, algo de bom pode acontecer
para aqueles que estiverem atentos e lerem os sinais. Afinal, cada inovação tecnológica
gera um novo universo de possibilidades.
Serendipidade
Ano passado existiram diversos painéis sobre esse conceito que é um dos mais impor-
tantes da atualidade (entenda um pouco sobre isso aqui). Esse ano ele não foi tema de
muitas palestras, talvez por já ter sido assimilado pela comunidade que vem ao evento.
Mas ele vem com todo peso quando o diretor geral do evento, Hugh Forrest, sobe no palco
principal e invoca o comportamento que ele acredita ser o mais desejado. A orientação
que ele dá é a seguinte: “Abandone seus amigos. Aproxime-se de estranhos. Converse com
eles e permita-se ser surpreendido. O SXSW tem tudo a ver com serendipidade”.
Por que isso é importante para mim (e talvez para você):
Quem trabalha com comunicação sabe o valor de ter o comportamento de esponja, que
nos permite assimilar muita coisa e criar repertório vasto para então usar de forma cria-
tiva. Pois entender e viver na serendipidade é uma forma mais evoluída de ser uma
esponja. Não se trata apenas de assimilar conhecimento. Trata-se também de se colocar
em situações que não necessariamente tem algo exato para ser extraído, mas que, por
algum motivo impensável, talvez possa trazer algo realmente novo e surpreendente. Acho
que isso tem um valor enorme para todos que estão envolvidos com pensamento criativo
e inovação.
(*) Mauro Silva é vice-presidente de planejamento e criação da LiveAD.
Fonte: www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/03/12/De-que-fonte-voce-bebe-.html
8. Qualquer pessoa guarda um hacker dentro de si
No quarto dia do SXSW, destaque para as palestras do Dennis Crowley, cofun-
dador do Foursquare;; Scott Belsky, fundador e CEO do Behance Network;; e
Stephen Wolfram, criador do sistema Wolfram|Alpha
(*) Por Tiago Pereira
Antes de falar dos grandes nomes que passaram
por aqui na segunda-feira 11, queria compartilhar
essa mensagem que vi em uma pequena palestra
feita pelo pessoal da Technology Will Save Us na
Hackney House: "We (and you) are hackers".
Essa frase, que a princípio parece um pouco
generosa demais, começa a fazer todo o sentido
quando você conhece alguns projetos e iniciativas
SXSW: qualquer um pode ser hacker ou como ter
agressividade construtiva em relação ao tudo incríveis que foram feitas por pessoas comuns,
que não se consideram hackers, tipo eu e você.
Um deles é o IkeaHackers - uma comunidade que reúne pessoas que modificam os
móveis da marca para deixá-los melhores ou mais interessantes. Ninguém lá é profis-
sional: são apenas pessoas dispostas a cortar uns pedaços de madeira para deixar suas
casas mais legais. Outro projeto é o Free Universal Construction Kit: uma espécie de
adaptador universal dos brinquedos, criado para que uma criança possa criar encaixes
perfeitos entre brinquedos diferentes. Outra invenção interessante que foi mostrada por
aqui é a Sugru, uma borracha inventada para ajudar você a consertar qualquer coisa. São
exemplos simples, não digitais, mas que nos fazem começar a acreditar que podemos
exercitar nosso espírito hacker.
É esse tipo de postura, carregada de uma agressividade construtiva em relação a tudo que
parece já estar pronto e uma vontade de deixar as coisas melhores, que também faz nascer
grandes plataformas como o Foursquare. O @dens, cofundador da plataforma, disse em
sua apresentação que o Foursquare foi criado porque cidades são muito difíceis de usar.
Em sua apresentação, Dennis Crowley mostrou diversas transformações que está fazendo
na plataforma, todas elas com um objetivo: ajudar as pessoas a ter uma experiência
urbana cada vez melhor. Ele definiu, de maneira simples, como o Foursquare quer ser
visto: “The best of what’s nearby - friends, deals, cool spots.” E para ser compreendido
dessa forma, eles estão diminuindo a relevância dos badges, posicionando o campo de
busca como o principal item de sua interface e concentrando sua proposta no que eles
realmente conseguem fazer bem. Contrariando pedidos e perguntas sobre novas funcion-
alidades, ele disse: “Seria inocência achar que as pessoas vão usar o Foursquare todos os
dias, todas as horas. Queremos resolver apenas um problema e fazer isso muito bem (A
título de curiosidade: segundo ele, o Brasil é o país que mais usa o recurso de check-ins)”.
9. No final de sua palestra, ele mostrou os braços cheios de pulseiras e aparelhos de self-
tracking, como a FuelBand da Nike - e disse: isso é o que os nerds fazem agora e o que as
pessoas normais farão no futuro. E manifestou seu interesse em fazer do Foursquare
uma plataforma que não precisa funcionar somente através do smartphone, mas
também em relógios, óculos e outros aparelhos.
Criativos desorganizados
Outro cara que emana esse espírito empreende-
dor e hacker que domina o SXSW é o Scott
Belsky, fundador do Behance Network e da 99%
Conference. Em sua palestra, ele contou a
história e os planos que têm para a plataforma.
Belsky acha que o mercado de criativos é o mais
desorganizado do mundo, e que o Behance existe
para ajudar a torná-lo mais organizado, produ-
O fundador do Behance Network e da 99% Conference,
Scott Belsky, acredita que o mercado de criativos é o mais tivo e com base em mérito. Em meio à sua missão
desorganizado do mundo e quer mudar isso de ajudar criativos a expor seu portfólio e fomen-
tar novos trabalhos, um dos maiores desafios é “medir” a qualidade dos projetos posta-
dos. Para isso, ele não acredita na mecânica de likes como a solução principal. No
Behance, o ranking e reconhecimento dos projetos acontecem através de uma estratégia
que envolve três parâmetros: 1) How many liked it - o número de pessoas aleatórias que
clicaram no botão curtir;; 2) Who liked it - quais pessoas relevantes e credenciadas curti-
ram o projeto;; 3) Did we liked it? - curadoria feita pelo time de criativos do Behance.
Belsky acredita que, para manter o nível de curadoria da plataforma, essas três frentes
precisarão sempre coexistir.
O executivo anunciou também que o Behance agora faz parte da Adobe. A ideia da fusão
é integrar o momento da criação ao de compartilhamento e diminuir o atrito que existe
nesse processo. Essa fusão pode facilitar a vida dos criativos e fomentar o compartilha-
mento de seus trabalhos. Dentre seus planos e sonhos, um deles é garantir que todos os
projetos compartilhados na internet tenham uma ficha técnica indissociável, de maneira
que o trabalho saia do Photoshop (ou de qualquer outro software) para o portfólio de seus
autores de forma automática - e sempre que esse trabalho for visto em qualquer outro site
os autores estejam presentes. Para Belsky, isso teria um grande impacto na criação de
oportunidades de trabalho. No momento em que a autoria se perde, as oportunidades
também se perdem.
Falando sobre a época em que começou o Behance, disse que não tinha uma ideia estru-
turada do que estava fazendo. Só queria fazer com que os criativos conseguissem produzir
mais e melhor. Com isso em mente, largou todas as outras oportunidades que tinha na
mão para investir em seu projeto pessoal. O movimento deu certo e se transformou na
lição com a qual ele terminou a palestra: “Nothing extraordinary is ever achieved through
ordinary means.”
10. Genialidade
Outra palestra muito marcante foi a do Stephen Wolfram. O criador do Wolfram|Alpha
tem uma trajetória repleta de genialidade e reconhecimento, mas que passa por inven-
ções tão complexas que prefiro deixar para a Wikipedia te contar. Mas apresentou duas
novidades que valem a pena ser compartilhadas. Uma delas é o projeto
computerbasedmath.org, que terá sua estreia na Estônia, e visa reformular o ensino da
matemática através de computadores de maneira que as crianças usem a inteligência da
computação para resolver rapidamente todos os cálculos e invistam seu tempo na
geração de conceitos e ideias. Se você quer ter uma ideia do que se trata, entre em
wolframalpha.com e digite ‘the size of the world divided by two’ ou qualquer outra coisa
que necessite de um cálculo.
A outra é novidade uma plataforma que usa os dados do seu perfil no Facebook para te
entregar insights e informações mais profundas sobre sua vida social digital:
wolframalpha.com/facebook. O report é bem detalhado e inclui informações como ‘seu
amigo mais distante (geograficamente)’, ‘sua foto mais curtida’, ‘seus amigos mais influ-
entes’ e uma série de outras coisas que outros apps por aí já mostram. Não acho que seja
uma grande novidade, mas vale a pena ficar de olho. Stephen Wolfram é reconhecido
como o cara que mais coletou dados sobre si mesmo durante a vida e com certeza tem
algo a acrescentar ao tema do self-tracking, tão discutido recentemente.
Através dessas e outras milhares de palestras, atrações e encontros, a sensação que o
SXSW deixa é que todo mundo deve se apropriar do espírito hacker e abraçar o
empreendedorismo para reinventar as coisas. E, assim, ajudar o mundo a seguir dando
passos para frente.
(*) Tiago Pereira é diretor de criação da LiveAD. Ele está com a equipe da agência em
Austin, acompanhando o SXSW, e escreve como colaborador para o Meio & Mensagem.
Fonte: www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/03/14/10-razoes-
para-se-arrepender-de-nao-ter-ido-ao-SXSW.html#.UUYJ7ltARIb
11. 10 razões para lamentar não ter ido ao SXSW
Do Grumpy Cat, o gato mais famoso da web, às novas startups que vão estourar
logo mais
O South by Southwest (SXSW) atrai diferentes perfis de profissionais para acompanhar seus painéis que tratam de interatividade, cinema e
música. O evento, em Austin, termina no dia 17
(*) Por Keke Toledo Piza
1. Assistir ao keynote de Jason Silva, do
National Geographic Channel, especialmente a
parte em que ele fala que outros sistemas em
nossa vida, como o sistema educacional ou
nosso sistema de crenças, deveriam ser
constantemente atualizados para ter menos
bugs como acontece com os sistemas operacio-
nais de computador e de smartphone.
No SXSW, a oportunidade de ouvir gente como o filmmaker
Jason Silva, o "Timothy Leary da era do vídeo viral", como
descreveu o The Atlantic 2. Tirar uma foto com o Grumpy Cat – o gato
mais famoso da internet na atualidade – no espaço do Mashable montado no evento.
12. No final de sua palestra, ele mostrou os braços cheios de pulseiras e aparelhos de self-
tracking, como a FuelBand da Nike - e disse: isso é o que os nerds fazem agora e o que as
pessoas normais farão no futuro. E manifestou seu interesse em fazer do Foursquare
uma plataforma que não precisa funcionar somente através do smartphone, mas
também em relógios, óculos e outros aparelhos.
3. Ouvir por toda parte conceitos como civic hacking e constructive hacking, o que
mostra que o termo hack evoluiu de algo temido e condenável para algo importante e
necessário na reinvenção dos modelos econômicos atuais.
4. Ver Baauer, o produtor que criou a música meme fenômeno Harlem Shake, tocar ao
vivo para uma multidão em transe com esse sucesso das interwebz.
5. Entender que a revolução peer to peer, que começou anos atrás com o Napster
(lembram?), agora está se estendendo para o mundo físico. AirBnb e Lyft são dois
grandes exemplos disso.
6. Ficar sabendo que o #catvidfest, festival de vídeo dedicado exclusivamente a vídeos de
gato, reuniu mais de dez mil pessoas ao Walker Open Field, em Minneapolis. Muito mais
público que grandes festivais de cinema pelo mundo.
7. Observar como o empreendedorismo digital é um dos revitalizantes econômicos mais
importantes no cenário atual de descrença no mercado financeiro.
8. Ver em primeira mão as novas startups que têm tudo pra estourar nos próximos
meses como Plotter, Speakerfy e Bondsy.
9. Rir com a foto de um cara bêbado fazendo uma "mangina" no photo wall interativo do
espaço da Vice, uma das empresas melhor sabe usar a liberdade e a não-hipocrisia da era
digital.
10. Aprender que listas como essa aqui em geral têm muito mais views que textos corri-
dos e que é por isso que o BuzzFeed usa esse recurso todo o tempo e está entre os sites
mais acessados da internet.
(*) Keke Toledo Piza é vice-presidente de criação da LiveAD. Ele está em Austin e escreve
como colaborador para o Meio & Mensagem.
Fonte: www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/03/14/10-razoes-
para-se-arrepender-de-nao-ter-ido-ao-SXSW.html#.UUYJ7ltARIb
13. Austin, palco perfeito da vida moderna
Cidade lança tendências contemporâneas ano a ano no intenso SXSW, que se
encerrou neste domingo, 17
Por Rodrigo Vieira da Cunha*
O segundo ano em um festival intenso como o
SXSW – que se encerrou neste domingo, 17 – é
sempre mais fácil. Principalmente de entender,
perceber as conexões que se formam nas entrelin-
has da massiva quantidade de informações. Nave-
gar bem pela imensa quantidade de palestras e
eventos é uma arte, principalmente a de lidar com a
O SXSW acontece em Austin e reúne palestras e sensação de estar sempre perdendo algo. Isso é
apresentações, que vão de tecnologia à música. O evento
impacta a cidade também, com ações e intervenções
inevitável, mas com boas conversas – e isso está
artísticas cheio em Austin – dá para se captar rapidamente o
zeitgeist da conferência.
O SXSW é uma grande disputa por espaço. A boa nova é que no mundo digital parece ter
espaço para todo mundo – ou pelo menos para quem tiver e conseguir executar uma boa
ideia. A cidade fica repleta de ativações que buscam encontrar repercussão entre os princi-
pais canais que cobrem o evento, uma grande competição entre centenas de novos apps.
De um ano para o outro, alguns ganham mais espaço, como o Highlight, que começa a
ganhar corpo com uma rede de usuários mais ativa. E outros se consolidam de maneira
definitiva. Como, por exemplo, o Foursquare. Durante sua palestra, o CEO Dennis Crow-
ley contou que existem 15 milhões de pontos de interesse marcados na ferramenta, sendo
que destes, um milhão são lugares “oficiais” (sem incluir residências de pessoas, por exem-
plo). Crowley disse que estão focando cada vez menos na mecânica de badges e cada vez
mais em mostrar os melhores lugares ao redor de cada pessoa. Uma missão com altas
chances de sucesso.
Em meio à infinidade de possibilidades que se
apresentam na internet, é interessante ver um
modelo de negócios se consolidando a partir de
uma escolha, mas principalmente da criação de
utilidade para as pessoas. Neste sentido, o exemplo
do BuzzFeed é muito relevante nesta visão. O que
eles fazem é organizar a informação disponível na
internet basicamente em pequenos pedaços que se
tornam virais.
O fundador do BuzzFeed, Johan Peretti, esteve entre os
convidados deste ano. Estes são algumes elementos que
ele compartilhou com o público
14. O fundador do site Johan Peretti, ao final, apresentou uma lista de elementos que
ajudam os conteúdos a serem espalhados. São ensinamentos básicos como cuidar do
contexto emocional da mensagem, ajudar as pessoas a reforçarem suas identidades por
meio do compartilhamento e, muito importante, capturar o momento. Apesar de criti-
cado muitas vezes por usar e abusar dos posts de animais (que são altamente compartil-
háveis, por sinal), Peretti mostrou como o BuzzFeed está se posicionando como um
veículo extremamente inovador e marcante na cultura digital.
Recentemente, um jornalista com passagem por veículos importantes se juntou ao Buzz-
Feed e o site começou a furar veículos tradicionais como CNN e New York Times na
cobertura política, inclusive, aproveitando o alto nível de compartilhamento das pessoas
que acompanham o canal. Além disso, o BuzzFeed tem feito peças muito eficientes com
uma visão de advertorial, ou publieditorial, como é conhecido no Brasil. São conteúdos
criados pelo canal para as marcas lançarem produtos, sempre com a visão de criar
conteúdos de qualidade, que sejam facilmente compartilháveis. “A era digital trouxe a
chance de fazer os anúncios voltarem a ser incríveis”, diz Peretti. Vejo este canal e a
maneira como criam conteúdo com um grande potencial de posicionar o jornalismo e a
publicidade de uma maneira diferente nesta era digital, quando os modelos tradicionais
da indústria estão em cheque e passando por um período forte de transição.
Em meio ao mar de painéis que acontecem ao mesmo tempo, neste ano resolvi focar nas
maiores palestras. Abri mão de encontrar possíveis palestras inovadoras e escondidas,
mas preferi ficar atento às grandes conversas e tendências que o time de curadores do
SXSW conseguiu apresentar este ano.
Além dos destaques que citei, chamo a atenção ainda para o keynote com Elon Musk. Ele
é tido como o Henry Ford dos tempos modernos pela contribuição disruptiva que trouxe
para quatro diferentes indústrias: a) Paypal, reinventando o mercado financeiro;; b)
Tesla, reinventando os carros elétricos;; c) XSpace, reinventando os vôos de foguete e d)
SolarCity, em busca de um modelo mais eficiente de geração de energia solar.
Vale ainda falar de Julie Urhman, que inventou um novo console de videogame que
custará US$ 99 e foi totalmente viabilizado por mais de US$ 1 milhão levantados pelo
kickstarter. O fato de ela ter sido convidada a fazer um dos cinco keynotes do SXSW
deixa muito clara a grande celebração da tecnologia e das possiblidades da vida moderna
que é o SXSW. Não se trata de digital, música ou filme. Trata-se de uma congregação de
mentes criativas que certamente estão transformando o mundo bit por bit. Ao mesmo
em que se divertem bastante na agradável e vibrante Austin.
(*) Rodrigo Vieira da Cunha é sócio-fundador da Profile, ligado a O Grupo, holding de
empresas da qual também fazem parte LiveAD e Box1824.
Fonte: www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/03/13/Qualquer-
pessoa-guarda-um-hacker-dentro-de-si.html