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Curso: Administração de Empresas
                                                        Disciplina: Economia II
                                                        Prof.: Marcelo Menezes Saraiva
                                                        Turmas: A, B e C


                           Economia II – Apostila II (Macroeconomia)

1. Introdução à Macroeconomia

  Conforme estudamos na primeira parte do curso, o foco da Microeconomia recai sobre as
  unidades econômicas. Ou seja, busca-se compreender como as decisões de
  consumidores e empresas determinam o preço relativo de bens e insumos.

  A Macroeconomia, por sua vez, estuda a economia como um todo, isto é, no seu aspecto
  agregado. Dessa forma, a Macroeconomia se concentra no estudo das variáveis
  agregadas de um país como: inflação, desemprego, demanda agregada, oferta agregada,
  produto, renda etc. Como se vê, a Macroeconomia está muito presente e nossas vidas.
  Basta abrir o jornal diariamente que encontraremos manchetes de eventos econômicos
  que afetam as nossas vidas, como inflação, desemprego, renda, produção, taxa de
  câmbio etc.

  Algumas perguntas que a macroeconomia tenta responder:

      •    Por que alguns países crescem mais do que outros?
      •    Por que as taxas de inflação são maiores em alguns países?
           Por que os países passam por períodos de recessão?
      •    Como o governo pode regulamentar a economia de modo a evitar ou minimizar
           crises econômicas?

  Comentário: Deve-se, entretanto, entender a Macroeconomia como uma parte da
  economia relacionada com a Microeconomia. Na verdade, o conjunto de decisões
  individuais sobre consumo e produção (micro) gera efeitos em escala global (macro). Ou
  seja, a Microeconomia, em certa medida, explica fenômenos Macroeconômicos. Os
  modelos que utilizam a Microeconomia para explicar fenômenos da Macroeconomia são
  chamados de Modelos Macroeconômicos Micro-fundamentados.



2. Mensuração da Atividade Econômica

  Para fazer análises macroeconômicas é fundamental a mensuração da atividade
  econômica. Para isso, foi desenvolvida a Contabilidade Nacional, que trata do registro
  contábil da atividade econômica e social de um país em um determinado período (mês,
  trimestre ou ano).

  No Brasil, a Contabilidade Nacional é de responsabilidade do Instituto Brasileiro de
  Geografia e Estatística – IBGE e segue os padrões estabelecidos pela Organização das
  Nações Unidas e adotados pela maioria dos países.

  Uma das principais medidas da atividade econômica de um país é o Produto Interno Bruto
  – PIB. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do país,
  em um determinado período, por residentes e não-residentes.



  Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                                 1
Para compreender de que forma o PIB é calculado, é necessário compreender algumas
identidades macroeconômicas básicas. A primeira delas diz que cada Real produzido é
recebido por alguém na forma de renda e é gasto por alguém.

O diagrama abaixo, conhecido como fluxo circular da renda, auxilia na compreensão da
identidade acima.

                                               Fluxo Circular da Renda

                                                  Mercado de Bens
                                                    e Serviços
                                           4                         4                  Consumo

                                           3                         3
                 Empresas                                                Famílias

                                           1                         1
                                           2        Mercado de       2                  Produção
                                                    Fatores de
                                                     Produção


Entendendo o fluxo circular da renda:

    •    Os fluxos internos 1 e 3 giram no sentido horário e representam o lado real da
         economia (fluxo real).

             o O fluxo 1 indica que as famílias ofertam trabalho, terra e capital que são
               demandados pelas empresas.
             o O fluxo 3 indica que as famílias demandam os bens e serviços que são
               ofertados pelas empresas.

    •    Os fluxos externos 2 e 4 giram no sentido anti-horário e representam o lado
         monetário da economia (fluxo monetário).

             o O fluxo 2 indica que as empresas remuneram os fatores de produção
               pagando salário (para o fator trabalho), aluguéis (para o fator terra ou capital
               físico), lucro (para o risco) e juros (para o capital monetário).
             o O fluxo 4 indica que as famílias gastam consumindo os bens e serviços
               produzidos pelas empresas.

    •    Os fluxos 1 e 2 pertencem ao mercado dos fatores de produção, enquanto os
         fluxos 3 e 4 pertencem ao mercado de bens e serviços.

    •    Os fluxos 1 e 2 representam o lado da produção e os fluxos 3 e 4 o lado do
         consumo.

Conclusão: A produção das empresas (produto) é realizada a partir dos fatores de
produção ofertados pelas famílias, que são remuneradas (renda). Os bens e serviços
produzidos pelas empresas são consumidos pelas famílias (despesa) com os recursos
provenientes da remuneração.



Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                                     2
Podemos sintetizar o fluxo circular da renda, exposto acima, na identidade
macroeconômica abaixo:


                                           Produto = Renda = Despesa

____________________________________________________________________

2.1. Produto

O produto agregado (ou PIB), como já foi visto acima, é a soma de todos os bens e
serviços finais produzidos dentro do país, em um determinado período, por residentes e
não-residentes. Ou seja,

                                                          n
                                            Pr oduto = ∑ Pi ⋅ Qi
                                                         i =1




Exemplo: Suponha que em um determinado país chamado Terra Feliz existam um bem,
comida, e dois serviços, diversão e educação. Suponha também que a moeda do país se
chame Dinheiro (D$). Em 2008, foram vendidas 100 unidades de comida ao preço de D$
2; 50 unidades de diversão ao preço de D$ 10; e 80 unidades de educação ao preço de
D$ 5. Qual foi o PIB do referido país?
                                                                                                n
        Para calcularmos o PIB do país, utilizamos a equação acima: Pr oduto = ∑ Pi ⋅ Qi .
                                                                                               i =1
                  3
         PIB = ∑ Pi ⋅ Qi = 100 ⋅ 2 + 50 ⋅10 + 80 ⋅ 5 = 200 + 500 + 400 = 1.100 (D$ 1.100)
                 i =1



        Conclusão: o PIB do país em 2008 foi de D$ 1.100.

Uma forma alternativa de calcular o produto é por meio do valor adicionado, isto é, pelo
valor que foi acrescido ao valor dos bens intermediários em cada etapa produtiva. A
tabela abaixo mostra que se somarmos os valores adicionados obtemos o valor final do
produto.

         Produto                 Valor adicionado               Insumos                     Valor final
          Trigo                      R$ 0,05                      R$ 0                       R$ 0,05
         Farinha                     R$ 0,05                     R$ 0,05                     R$ 0,10
           Pão                       R$ 0,10                     R$ 0,10                     R$ 0,20

Em síntese,


         Valor adicionado = Valor final – Insumos (consumo de bens intermediários)

2.2. Renda

A renda agregada representa a remuneração dos fatores de produção. Conforme visto no
fluxo 2 (fluxo circular da renda), são os salários (remuneração do trabalho), aluguel (terra
e capital físico), lucro (risco) e juros (capital monetário). Ou seja,


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Renda = Salários + Aluguéis + Lucros + Juros

  2.3. Despesa

  A despesa agregada representa as possíveis destinações dos bens e serviços produzidos
  na economia. Em uma economia que produz apenas bens de consumo, a despesa será
  destinada unicamente para o consumo daqueles bens, isto é,

                                             Despesa = Consumo




3. Agregados Macroeconômicos

  A seguir serão apresentados os principais agregados macroeconômicos usados na
  macroeconomia. Iniciaremos com o caso mais simples, o de uma economia fechada sem
  governo, e avançaremos até chegar a uma economia aberta com governo.


  3.1. Economia Fechada sem Governo

  O caso mais simples que se pode pensar é uma economia que não realiza trocas de bens
  e serviços com o resto do mundo (fechada) e sem governo. Nesse caso, tudo que é
  produzido na economia pode ser destinado ao consumo ou ao investimento. Em outras
  palavras, podemos dizer que as famílias podem consumir bens de consumo, para
  satisfazer suas necessidades básicas e bens de investimento, para aumentar a
  capacidade de produção da economia.

  Y =C + I                                     (1)

  Onde,

  Y: PIB
  C: Consumo
  I: Investimento

  Aqui, fizemos a distinção entre consumo e investimento, algo que não aparece explícito
  no fluxo circular da renda. A diferença é simples. Em uma economia, dois tipos de bens
  podem ser produzidos: bens de consumo e bens de investimento. O primeiro grupo (bens
  de consumo) diz respeito ao atendimento das necessidades dos indivíduos e pode ser
  dividido em bens de consumo duráveis (veículos, eletrodomésticos, etc.) e não-duráveis
  (alimentos, vestuário, produtos de higiene, etc.). Os bens de investimento também
  conhecidos como fatores de produção são utilizados na atividade produtiva e podem ser
  divididos em bens de capital (máquinas, equipamentos, ferramentas, instalações, etc.) e
  bens intermediários (ferro, aço, petróleo, etc.).

  Para chegarmos a uma importante identidade macroeconômica, devemos definir
  poupança.




  Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                             4
Definição de poupança: parcela da renda não consumida. Ou seja,

S =Y − C                                     (2)

Combinando as equações (1) e (2), obtemos,

S=I                                          (3)

Ou seja, o investimento da economia é financiado pela poupança das famílias.

Comentário: Observe que, embora o modelo de uma economia fechada sem governo não
seja muito realista, o resultado obtido na equação 3 é muito importante. Veremos que nos
modelos subseqüentes o resultado será o mesmo, entretanto, subdividiremos a
poupança, de acordo com a sua origem.



3.2. Economia Fechada com Governo

Em uma economia fechada com governo, os bens e serviços produzidos na economia
podem ser investidos ou consumidos pelas famílias ou pelo governo. Nesse caso,

Y = C + I +G                                 (4)

Onde, G representa os gastos ou consumo do governo.

Aqui, devemos diferenciar dois tipos de poupança: poupança privada e poupança pública.

Poupança privada é a diferença entre a renda disponível e o consumo. Entende-se por
renda disponível a renda subtraída dos tributos. Ou seja,

Yd = Y − T                                   (5)

Onde,

Yd: renda disponível
T: tributos

A poupança privada pode então ser representada como

S p = Y −T − C          ou    S p = Yd − C   (6)

A poupança pública é a diferença entre a arrecadação do governo com os tributos e os
seus gastos.

Sg = T − G                                   (7)




Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                              5
Se a poupança do governo é positiva dizemos que ele tem superávit fiscal. Caso
contrário, o governo tem déficit fiscal. Nesse caso, estamos apurando o resultado fiscal do
governo em termos nominais.



                      Sg > 0                      Superávit fiscal


                      Sg < 0                       Déficit fiscal




A poupança nacional ou doméstica é a soma das poupanças pública e privada.

Sn = S p − S g      ou    Sn = Y − C − G   (8)

Combinando as equações (4) e (8) obtemos

Sn = I                                     (9)

Ou seja, o investimento da economia pode ser financiado pela poupança privada e pela
poupança do governo.

Exemplo: O PIB de uma economia fechada sem governo é de US$ 2 trilhões. A poupança
pública é US$ 50 bilhões, a poupança privada representa 15% do PIB e os tributos são de
US$ 250 bilhões. Determinar:

        (a) o consumo das famílias;
        (b) os gastos do governo;
        (c) o investimento;
        (d) a poupança nacional.

        Resolução:

      (a) Sabemos que S p = Y − T − C . Substituindo os dados fornecidos no exemplo,
temos:

         0,15⋅ 2 = 2 − 0,25 − C

        Resolvendo a equação, obtemos:

         C = 2 − 0,55 = 1,45

        Portanto, o consumo das famílias é de US$ 1,45 trilhão.

       (b) Para encontrar os gastos do governo, podemos usar a equação S g = T − G .
Substituindo os dados, obtemos:




Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                                 6
0,05 = 0,25 − G

        Então, G = 0,25 − 0,05 = 0,20

      Portanto, os gastos do governo (ou consumo do governo) é de US$ 200 bilhões (ou
US$ 0,2 trilhão).

        (c) Usando a equação Y = C + I + G , encontramos o investimento.

         2 = 1,45 + I + 0,2

        Então, I = 2 −1,65 = 0,35

        Ou seja, o investimento é de US$ 350 bilhões ou US$ 0,35 trilhão.

        (d) a poupança nacional se iguala ao investimento (equação n.º 9). Logo
S n = 0,35 = I . Ou seja, a poupança nacional também é US$ 350 bilhões.


3.3. Economia Aberta com Governo

Em uma economia aberta devemos acrescentar as exportações e importações de bens e
serviços à equação (4).

Y = C + I +G + X −M                        (10)

Onde,

X: Exportações
M: Importações

A diferença X – M é o saldo comercial de bens e serviços, também chamada de
exportações líquidas (XL), saldo de conta corrente ou saldo de transações correntes (TC).
Se o saldo é positivo dizemos que a economia tem superávit comercial. Caso contrário, a
economia apresenta déficit comercial.

XL = X − M                                 (11)


                                                  Superávit no comércio
                      XL > 0
                                                    de bens e serviços

                                                  Déficit no comércio de
                      XL < 0
                                                     bens e serviços


Combinando a equação (10) com a equação (8), obtemos

Sn = I + XL                                (12)
Ou



Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                               7
I = S p + S g + Se

  Onde,

  Se = Poupança externa

  Ou

   I = S p + (T − G) + (M − X )              (13)

  Ou seja, o investimento em uma economia aberta com governo pode ser financiado pela
  poupança privada (Sp), pela poupança pública (T – G) e pela poupança externa (M – X).

  Comentário: Dizemos que se um país tem déficit em transações correntes e déficit fiscal
  ele tem déficit gêmeos.

  Exemplo: O PIB de uma economia aberta é de US$ 10 trilhões. O consumo das famílias é
  de US$ 7 trilhões, os investimentos de US$ 1,5 trilhão e os gastos do governo de US$ 2,5
  trilhões. Sabendo que os tributos representam 20% do PIB, pergunta-se: Essa economia
  apresenta déficits gêmeos?

          Resolução:

        Como se trata de uma economia aberta com governo, a equação do PIB pela ótica
  da despesa é Y = C + I + G + X − M . Substituindo os valores na equação, obtemos:

           10 = 7 + 1,5 + 2,5 + X − M

          Então,     X − M = 10 − 11 = −1
          Ou seja, o país tem déficit de US$ 1 trilhão em transações correntes.

        Para saber se o país tem déficit fiscal, devemos calcular a poupança do governo,
  dada pela equação S g = T − G .

           S g = 0,2 ⋅ 10 − 2,5 = −0,5

          O país tem déficit fiscal de US$ 0,5 trilhão.

        Conclusão: O país tem déficits gêmeos, pois acumula déficit em transações
  correntes e déficit fiscal.



4. PIB real e PIB nominal

  O PIB nominal, também chamado de PIB a preços correntes, pode ser definido como o
  valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos num determinado período
  aos preços daquele período (correntes).


  Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                              8
O PIB real, também chamado de PIB a preços constantes, é o valor de mercado de todos
os bens e serviços finais produzidos num certo período aos preços de algum período de
referência (período-base). Por isso, é chamado de PIB a preços constantes.

O cálculo do PIB real permite que conheçamos a variação real do produto do país, pois
busca não considerar a variação dos preços do período, mas só o incremento do volume
de bens e serviços produzidos.

                                                           PIB X 1 al
                                                               Re
                                                 ∆real % =
                                                           PIB X 0al
                                                               Re



Um conceito importante relacionado ao cálculo do PIB é o do deflator implícito do PIB.
Define-se o deflator pela razão entre o PIB nominal e o PIB real.

                                                            No
                                                        PIB X 1 min al
                                             Deflator =
                                                         PIB X 1 al
                                                               Re




Exemplo: Suponha que a tabela abaixo apresente a quantidade produzida e o preço
praticado para o bem e os dois serviços disponíveis no país Terra Feliz.

                               2008                            2007                           2006
                       P                    Q             P             Q                P           Q
Comida                2,0                  100           2,0            90              1,9          85
Diversão             10,0                  50            9,0            45              8,8          45
Educação             5,0                   80            4,8            75              4,8          70

Determinar:

    (a) O PIB nominal de 2006, 2007 e 2008;
    (b) O PIB real de 2007 e 2008 a preços de 2006;
    (c) O deflator do PIB em 2007 e 2008;
    (d) A variação do PIB nominal em 2007 e 2008;
    (e) A variação do PIB real em 2007 e 2008.

    Resolução:

    (a) Para determinar o PIB nominal dos anos 2006, 2007 e 2008, basta utilizar a
                                n
         equação PIB = ∑ Pi ⋅ Qi e tomar os preços em valores correntes.
                               i =1
                         3
         PIB2008 al = ∑ Pi ⋅ Qi = 100 ⋅ 2 + 50 ⋅10 + 80 ⋅ 5 = 200 + 500 + 400 = 1.100
            no min

                        i =1
                         3
         PIB2007 al = ∑ Pi ⋅ Qi = 90 ⋅ 2 + 45 ⋅ 9 + 75 ⋅ 4,8 = 180 + 405 + 360 = 945
            no min

                        i =1
                          3
         PIB2006 al = ∑ Pi ⋅ Qi = 85 ⋅1,9 + 45 ⋅ 8,8 + 70 ⋅ 4,8 = 161,5 + 396 + 336 = 893,5
            no min

                        i =1




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(b) O PIB real de 2007 e 2008 a preços de 2006 são determinados pela equação
                     n
          PIB = ∑ Pi ⋅ Qi         utilizando as quantidades de 2007 e 2008 e os preços de 2006. Ou
                    i =1

         seja, os preços são mantidos fixos (constantes).

                            3

         2006   PIB2008 = ∑ Pi ⋅ Qi = 100 ⋅1,9 + 50 ⋅ 8,8 + 80 ⋅ 4,8 = 190 + 440 + 384 = 1.014
                   reall

                           i =1
                            3

         2006   PIB2007 = ∑ Pi ⋅ Qi = 90 ⋅1,9 + 45 ⋅ 8,8 + 75 ⋅ 4,8 = 171 + 396 + 360 = 927
                   real

                           i =1



                                                                              PIB X 1 min al
                                                                                  No
    (c) O deflator é calculado pela equação Deflator =                                       .
                                                                               PIB X 1 al
                                                                                     Re


                                    PIB2007 al
                                       No min
                                                           945
         2006 Deflator2007 =                 Re al
                                                      =        = 1,019417
                                   2006   PIB2007          927
                                        No min al
                                    PIB                    1.100
         2006   Deflator2008 =          2008
                                             Re al
                                                      =          = 1,084813
                                   2006   PIB2008          1.014

    (d) A variação do PIB nominal em 2007 e 2008 pode ser obtida pela equação
                       PIB X 1 min al
                           No
        ∆no min al % =                .
                       PIB X 0 min al
                           No




                                    PIB2007 al
                                       No min
                                                           945
         ∆no min al % 2007 =              No min al
                                                      =         = 1,057639 (ou seja, variação de 5,7639%)
                                    PIB   2006
                                                          893,5

                                   PIB2008 al
                                      No min
                                                          1.100
         ∆no min al % 2008 =              No min al
                                                      =         = 1,164021 (ou seja, variação de 16,4021%)
                                   PIB    2007             945

    (e) A variação do PIB real em 2007 e 2008 pode ser obtida pela equação
                  PIB X 1 al
                      Re
        ∆real % =            .
                  PIB X 0 al
                      Re



                              Re al
                           PIB2007             927
         ∆real % 2007 =           Re al
                                          =         = 1,037493 (ou seja, variação de 3,7493%)
                           PIB    2006        893,5

                              Re al
                           PIB2008            1.014
         ∆real % 2008 =           Re al
                                          =         = 1,093851 (ou seja, variação de 9,3851%)
                           PIB    2007         927

    Conclusão: Em 2008, o PIB de Terra Feliz cresceu 9,3851%, em termos reais. Note
    que em termos nominais o crescimento foi de 16,4021%. A diferença, 6,415% foi a
    inflação de 2008. Em 2007, o crescimento real do PIB de Terra Feliz foi de 3,7493%.
    Em termos nominais o crescimento foi de 5,7639% e a inflação de 2007 foi de
    1,9417%.




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5. Produto Interno ou Nacional, Produto Bruto ou Líquido e Produto a PM ou a CF

  Quando incluímos o setor externo, aparecem duas medidas do produto que devem ser
  diferenciadas: Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto. O primeiro compreende o
  valor final de todos os bens e serviços produzidos dentro do país por residentes e não-
  residentes. Já o segundo, refere-se à produção cuja renda é de propriedade dos
  residentes no país. Dessa forma, o produto nacional bruto – PNB é a diferença entre o
  produto interno bruto – PIB e a renda líquida enviada ao exterior – RLEE. Ou seja,

                                                PNB = PIB − RLEE

  Outras duas medidas surgem quando incluímos a depreciação: produto bruto e produto
  líquido. Depreciação é a parcela de bens de capital consumida a cada período. Ou seja,
  parte do investimento realizado em um período é destinada a repor o que foi depreciado
  no período anterior. Assim, o produto líquido é a diferença entre o produto bruto e a
  depreciação.

                                             PIL = PIB − Depreciação

  Com a introdução do governo, por sua vez, pode-se usar dois conceitos de produto:
  produto a preço de mercado – PIB PM e a custo de fatores – PIBCF . O primeiro diz respeito
  ao produto levando-se em consideração o preço final pago pelo consumidor, que inclui os
  impostos e eventuais susbídios dados pelo governo. Por isso, o produto a preços de
  mercado é igual ao produto a custo de fatores adicionado dos impostos diretos e
  subtraído dos subsídios.

                                  PIBPM = PIBCF + Im postos − Subsídios


6. Taxas de câmbio

  6.1 Definição

  Sabemos que o preço dos bens e serviços é uma das variáveis econômicas mais
  importantes para a tomada de decisão das empresas, do consumidor e também do
  governo. No âmbito das relações econômicas internacionais, sabemos que cada país tem
  a sua própria moeda, isto é, os preços de bens e serviços iguais ou equivalentes são
  fixados em diferentes moedas. A taxa de câmbio é a variável econômica que faz a ligação
  entre os preços expressos em diferentes moedas e possibilita a tomada de decisão.

  Imagine que na Itália um par de sapatos de couro custe € 100. Suponha que, no Brasil, o
  mesmo par custe R$ 300. Você deve decidir entre comprar esse par de sapatos aqui ou
  na Itália. O que você necessita saber para tomar essa decisão?

  A resposta é a taxa de câmbio. Nesse caso, necessitamos saber quantos Reais eu
  preciso para comprar um Euro. Se com um Euro eu conseguir comprar menos três Reais,
  então vale mais a pena comprar o par de sapatos na Itália. Valeria mais a pena comprar
  no Brasil se, por outro lado, eu conseguisse comprar mais de três Reais com um Euro. A
  equação abaixo auxilia na compreensão dessa situação.


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PREAIS = E ⋅ PEURO

PREAIS é o preço do par de sapatos em Reais,
PEURO é o preço do par de sapatos em Euros, e
E é a taxa de câmbio nominal

Note que se E = 2,5 (um Euro custa 2,5 Reais), o par de sapatos comprado na Itália
custará R$ 250 no Brasil. Nesse caso, vale mais a pena comprá-lo aqui. Por outro lado,
se E = 3,5 (um Euro custa 3,5 Reais), o par de sapatos comprado na Itália custará R$ 350
e será mais vantajoso comprá-lo lá.

Com base no que foi apresentado, podemos dizer que a taxa de câmbio é o preço da
moeda estrangeira. Por exemplo, quando dizemos que o Euro está R$ 3,20, significa que
para comprar €1 necessitamos de R$ 3,20. Ou seja, R$ 3,20 é o preço de uma unidade
da moeda européia1.
________________________________________________________________________

6.2 Câmbio Nominal e Câmbio Real

Na equação apresentada acima, vimos que a taxa de câmbio foi definida em termos das
duas moedas. Ou seja, ela nos diz quantas unidades da nossa moeda necessitamos para
comprar uma unidade da moeda estrangeira. Essa taxa de câmbio é chamada de
nominal.

Quando levamos em consideração a evolução dos preços no nosso país e no país
estrangeiro ou, em outras palavras, quando consideramos a inflação doméstica e a
inflação do país estrangeiro, estamos lidando com o conceito de taxa de câmbio real. É
essa taxa que serve de incentivo para o aumento das exportações ou importações. A
equação matemática da taxa de câmbio real é:

                                                          PEXTERNO
                                               q=E⋅
                                                          PINTERNO

q é a taxa de câmbio real
PEXTERNO é o índice de preço do país estrangeiro
PINTERNO é o índice de preço do país doméstico

Se ocorrer uma apreciação ou valorização da taxa de câmbio real em relação a uma
moeda estrangeira, os bens nacionais ficam mais caros em relação aos bens estrangeiros
e as importações aumentam. Se ocorrer uma depreciação ou desvalorização da taxa de
câmbio, os bens nacionais ficam mais baratos em relação aos estrangeiros e as
exportações aumentam.

                        Se q aumenta                                 Tendência de aumento
                        (depreciação)                                   das exportações

                         Se q diminui                                Tendência de aumento
                         (apreciação)                                  das importações

1
 Este tipo de cotação é conhecido como cotação indireta. Isto é, quantas unidades de moeda local são necessárias para
comprar uma unidade de moeda estrangeira.


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6.3 Teoria da Paridade do Poder de Compra – PCC

  Segundo a teoria da paridade do poder de compra, um bem deve ser vendido pelo
  mesmo preço em todos os países do mundo. Dessa forma, o preço deve ser único em
  todos os lugares, caso contrário é possível obter lucro realizando operações de
  arbitragem (comprar em um lugar e vender em outro).

  Exemplo: imagine que o preço do quilo do café custe R$ 4 no Brasil e R$ 9 nos Estados
  Unidos. Como existe uma diferença de preço entre os dois países, podemos comprar café
  no Brasil e vender nos Estados Unidos. Com isso, a demanda por café aumentará no
  Brasil, puxando o preço para cima, e a oferta de café aumentará nos Estados Unidos,
  baixando o seu preço. Com o tempo, os preços tendem a se equalizar.

  De acordo com a PCC, a equação da taxa de câmbio real pode ser escrita na forma:


                                               PEXTERNO             PINTERNO
                                      1= E ⋅              ou   E=
                                               PINTERNO             PEXTERNO


  Ou seja, a taxa de câmbio nominal acompanha a mudança nos preços relativos.
  ________________________________________________________________________

  6.4 Índice Bic Mac

  O índice Bic Mac é calculado com base no preço do Big Mac em mais de 100 países e
  divulgado pela revista The Economist. O objetivo do índice é ter uma idéia acerca do grau
  de valorização ou desvalorização de uma moeda. O índice é calculado com base na lei do
  preço único: o Big Mac tem que ter o mesmo preço em todos os países.

  Exemplo: na Suécia, o preço do Big Mac é 26 coroas e nos Estados Unidos é US$ 2,49.
  Calcule a taxa de câmbio de acordo com o a paridade do poder de compra.

                                                              26
          Nesse caso, a taxa de câmbio pela PPP seria: q PPC =    = 10,44 . Como a taxa de
                                                             2,49
          câmbio verificada é de 10,3 coroas/US$, então, conclui-se que a taxa de câmbio
          está ligeiramente valorizada.



7. Balanço de Pagamentos

  O Balanço de Pagamentos de um país é o registro contábil de todas as transações
  econômicas realizadas entre os residentes e não-residentes em determinado período. No
  Brasil, o balanço de pagamentos é elaborado pelo Banco Central e obedece à regra das
  partidas dobradas, ou seja, para cada crédito há um débito. As operações de vendas
  (exportações e vendas de ativos para estrangeiros) e de recebimentos são registradas
  como crédito e correspondem à entrada de divisas. As operações de compras
  (importações e compras de ativos de estrangeiros) e de pagamentos são registradas
  como débito e correspondem à saída de divisas.




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A estrutura básica do balanço de pagamentos é:

    1. Transações Correntes (TC)
       1.1. Balança Comercial
              Exportações
              Importações
       1.2. Serviços e Rendas
       1.3.Transferências Unilaterais
    2. Conta Capital e Financeira (CF)
       2.1. Conta Capital
       2.2. Conta Financeira
              Investimento Direto (líquido)
              Investimento em Carteira
              Derivativos
              Outros Investimentos
    3. Erros e Omissões (EO)
    4. Resultado do Balanço (BP)

O saldo do balanço de pagamentos é dado por:

BP = TC + CF + EO
7.1 Transações Correntes

Todas as transações relativas a compra e venda de bens e serviços do Brasil com o resto
do mundo são registradas em transações correntes. A conta se subdivide em balança
comercial, balança de rendas e serviços e transferências unilaterais.
________________________________________________________________________

7.2. Conta Capital e Financeira

As transações envolvendo compra e venda de ativos financeiros são registradas na conta
capital e financeira. Nesta conta são registradas as entradas e saídas de investimento
direto (em planas produtivas) e de investimento em carteiras (ações e títulos do governo).

Comentário: note que de acordo com a equação BP = TC + CF + EO , como EO é
apenas uma conta de ajuste, um déficit em transações correntes tem que ser
compensado por um superávit na conta capital e financeira e vice-versa. Se isso não
ocorrer, o país tem um déficit no balanço de pagamento que deverá ser financiando com
seu estoque de reservas internacionais ou por meio de empréstimos (endividamento).
________________________________________________________________________

Exemplo: Em 2008, o Brasil teve déficit em transações correntes de US$ 28.192 milhões.
Na conta capital e financeira obteve superávit de 29.352 milhões. Determinar o saldo do
balanço de pagamentos de 2008, sabendo que a conta erros e omissões registrou saldo
positivo de US$ 1.809 milhões.

        Resolução:

     O saldo do balanço de pagamentos pode ser calculado pela equação
BP = TC + CF + EO .




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BP = −28.192 + 29.352 + 1.809 = 2.969

        Conclusão: O Brasil fechou o ano de 2008 com superávit de US$ 2.696 milhões no
  balanço de pagamentos.

8. Sistema Financeiro

  8.1 Moeda

  As trocas de bens e serviços sempre estiveram presentes nas sociedades. Com o
  crescimento das atividades comerciais e divisão do trabalho, as trocas diretas (escambo)
  tornaram-se inviáveis. Para resolver essa dificuldade surgiu a moeda. Inicialmente, usava-
  se um bem como moeda. Trigo, sal e gado já foram utilizados com essa finalidade.
  Entretanto, em razão de requisitos como durabilidade, divisibilidade, facilidade de
  transporte e armazenagem, passou-se a abandonar o uso de mercadorias como moeda e
  a utilizar-se metais preciosos, como ouro e prata, que satisfazem esses requisitos.
  Com o passar do tempo, os países passaram a colocar em circulação recibos de
  depósitos feitos em ouro no Tesouro. Esses recibos lastreados em ouro passaram a
  circular pelos mercados e foram os precursores do nosso papel-moeda de hoje.

  Nos dias de hoje, as moedas são emitidas sem lastro pelos países. O órgão de governo
  responsável pela emissão de moedas é o banco central, que pode fazê-lo para financiar o
  déficit público ou para estabilizar a economia. O Banco Central do Brasil atualmente atua
  na estabilidade da moeda, por meio do programa de metas de inflação.
  ________________________________________________________________________

  8.2 Funcionamento dos Bancos

  Os bancos realizam as operações financeiras, que consistem na transferência de
  recursos ora do poupador para o banco ora do banco para o investidor. No caso de uma
  operação de captação, os poupadores recebem uma remuneração (juros) por se privarem
  do consumo hoje. Em contrapartida, no caso de uma operação de aplicação de recursos,
  os investidores, por necessitarem de liquidez, tomam recursos emprestados hoje e se
  dispõem a pagar juros.
                                                     APLICAÇÃO


                        Poupança                     Empréstimo

    Poupadores                               Banco                Investidores

                           Juros                        Juros



                        CAPTAÇÃO

  Exemplo: se um banco capta recursos a 15% e os aplica a 20% ele terá um lucro
  financeiro de 5% por operação. Dessa forma, se um poupador deposita R$ 100,00 no
  banco, ao final de um ano poderá sacar R$ 115,00 enquanto se um investidor toma
  emprestado R$ 100,00, ao término de um ano, deverá pagar ao banco R$ 120,00. Nessa
  operação o banco obteve um lucro financeiro de R$ 5,00 (devido ao “spread” de 5%).
  ________________________________________________________________________




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8.3 Multiplicador da Base Monetária

O sistema bancário ao realizar as operações de captação e aplicação multiplica a
quantidade de moeda emitida pelo Banco Central. Por exemplo, se alguém deposita R$
100 em um banco, poderá utilizar essa quantia em uma operação futura. Ao mesmo
tempo, o banco poderá emprestar R$ 100 a uma empresa. Dessa forma, os bancos
multiplicam a base monetária.

Conceitos utilizados na Economia Monetária:

Base Monetária: compreende o total de papel-moeda emitido em poder do público e as
reservas bancárias.
M1: compreende a base monetária e os depósitos à vista.
M2: compreende M1, os depósitos de poupança e os títulos privados.
Depósitos compulsórios: percentual sobre os depósitos à vista e a prazo, fixado pelo
CMN, que os bancos têm que repassar ao Banco Central.




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Anexo I – Balanço de Pagamentos (fonte: Banco Central)


  Quadro I - Balanço de pagamentos


                                                                                                                                                                   US$ milhões
 Discriminação                                                 2008*                                                                  2009*


                                                               Mar                      Jan-Mar                Ano                    Mar                   Jan-Mar




  Balança comercial (FOB)                                                        988                  2 761                 24 836                 1 772                     3 010
    Exportações                                                              12 613                  38 690                197 942                11 809                    31 178
    Importações                                                              11 625                  35 929                173 107                10 038                    28 167
  Serviços e rendas                                                          - 5 682                - 14 008               - 57 252               - 3 674                   - 8 870
    Receitas                                                                   3 377                 10 171                 42 961                 3 053                     9 098
    Despesas                                                                   9 059                 24 179                100 213                 6 727                    17 968
  Transferências unilaterais correntes (líquido)                                 351                     987                 4 224                    258                      841
 Transações correntes                                                        - 4 343                - 10 260               - 28 192               - 1 645                   - 5 020
 Conta capital e financeira                                                    7 661                 22 356                 29 352                 2 732                     3 662
                  1/
  Conta capital                                                                   66                     170                 1 055                    124                      338
  Conta financeira                                                             7 595                 22 186                 28 297                 2 608                     3 324
    Investimento direto (líquido)                                                989                  4 346                 24 601                 1 154                     5 735
     No exterior                                                             - 2 094                 - 4 453               - 20 457                - 290                       392
       Participação no capital                                                 - 670                 - 4 018               - 13 859                    81                       70
       Empréstimos intercompanhias                                           - 1 424                  - 436                 - 6 598                - 371                       323
     No país                                                                   3 083                  8 799                 45 058                 1 444                     5 342
       Participação no capital                                                 1 713                  6 016                 30 064                    624                    2 496
       Empréstimos intercompanhias                                             1 370                  2 783                 14 994                    820                    2 847
    Investimentos em carteira                                                  5 196                  5 652                  1 133                    246                   - 4 009
     Ativos                                                                    - 153                  - 544                  1 900                 - 236                     - 478
       Ações                                                                   - 145                  - 579                    257                    - 1                      - 0
       Títulos de renda fixa                                                      - 8                     35                 1 643                 - 235                     - 478
     Passivos                                                                  5 349                  6 196                  - 767                    481                   - 3 531
       Ações                                                                   1 284                 - 2 067                - 7 565                   852                     - 33
       Títulos de renda fixa                                                   4 065                  8 263                  6 798                 - 370                    - 3 498
    Derivativos                                                                     9                 - 195                  - 312                    - 4                      204
     Ativos                                                                       32                    - 69                   298                     17                      249
     Passivos                                                                   - 22                  - 126                  - 610                   - 20                     - 45
                             2/
    Outros investimentos                                                       1 401                 12 383                  2 875                 1 211                     1 394
     Ativos                                                                    - 653                     590                - 5 269                - 655                    - 1 051
     Passivos                                                                  2 053                 11 793                  8 143                 1 866                     2 445
 Erros e omissões                                                            - 1 977                 - 3 879                 1 809                 - 147                       176
 Variação de reservas ( - = aumento)                                         - 1 341                 - 8 217                - 2 969                - 940                     1 182


 Memo:
 Resultado global do balanço                                                   1 341                  8 217                  2 969                    940                   - 1 182
 Transações correntes/PIB (%)                                                       -                 - 2,73                - 1,79                      -                   - 2,02
 IED/PIB (%)                                                                        -                   2,34                  2,86                      -                     2,14
 Amortizações de médio e longo prazos                                          2 255                  4 842                 22 364                 1 916                     4 941
          3/
  Pagas                                                                        2 244                  4 829                 22 269                 1 912                     4 911
  Refinanciadas                                                                     -                      -                     -                      -                        -
                4/
  Conversões                                                                      11                      13                    95                      4                       30



 1/ Inclui transferências de patrimônio.
 2/ Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização.
 3/ Registra amortizações de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior.
   Exclui amortizações de empréstimos empréstimos intercompanhias. Inclui MYDFA.
 4/ Registra conversões de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior.
 * Dados preliminares.




Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                                                                                                                         17
Anexo II – Contas Nacionais Trimestrais (fonte: IBGE)


                                                                        4º Trim          1º Trim           2º Trim        3º Trim          4º Trim
                                           Taxas (% )
                                                                         2007             2008              2008           2008             2008
                                    Acumulado ao longo
                                    do ano / mesmo
                                                                            5,7             6,1               6,2               6,4            5,1
                                    período do ano
                                    anterior - Tabela 3
                                    Últimos quatro
                                    trimestres / quatro
                                    trimestres                              5,7             5,9               6,0               6,3            5,1
                                    imediatamente
                                    anteriores - Tabela 4
                                    Trimestre / mesmo
                                    trimestre do ano                        6,1             6,1               6,2               6,8            1,3
                                    anterior - Tabela 2
                                    Trimestre / trimestre
                                    imediatamente
                                                                            1,8             1,6               1,6               1,7        (-) 3,6
                                    anterior (com ajuste
                                    sazonal) - Tabela 7
                                    Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais


                  Tabela III.1- Classes de atividade no valor adicionado a preços básicos e componentes do
                                                   PIB pela ótica da despesa

                                                                                                                         Valores Correntes (R$ milhões)
                                                                           Ano                                         2008 (1)                                  Ano
                                 Especificação
                                                                           2007               I                   II              III            IV              2008
               Agropecuária                                                   133 015             43 745           53 688             37 330         28 772      163 536

               Indúst ria                                                     623 721         150 442             168 483         189 255        174 316         682 497

               Serviços                                                    1 466 783          367 404             398 261         404 973        424 384        1 595 021

               Valor Adicionado a Preços Básicos                           2 223 519          561 591             620 433         631 558        627 471        2 441 054

               Impostos sobre produtos                                        374 092         104 052             109 154         115 779        119 680         448 665

               PIB a Preços de Mercado                                     2 597 611          665 643             729 586         747 337        747 152        2 889 719

               Despesa de Consumo das Famílias                             1 579 616          417 705             435 725         452 164        447 821        1 753 414

               Despesa de Consumo da Administração Pública                    517 287         129 341             138 691         138 004        178 372         584 408

               Formação Bruta de Capital Fixo                                 455 213         122 801             134 961         152 589        138 406         548 757

               Exportações de Bens e Serviços                                 355 399             79 166           96 883         113 664        124 544         414 257

               Importações de Bens e Serviços (-)                             315 362             82 954           94 784         109 832        121 858         409 427

               Variação de Estoque                                               5 459        (-) 416              18 111                748    (-) 20 133       (-) 1 690
               Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
               (1) Resultados calculados a partir das Contas Nacionais Trimestrais.




                                               Tabela III.3- Participação percentual da demanda no PIB- 2000/08

    Componentes                                              2000           2001         2002          2003             2004          2005       2006         2007 (1)       2008 (1)

    Consumo das Famílias                                      64,3           63,5         61,7             61,9         59,8            60,3     60,3            60,8           60,7

    Consumo da Administração Pública                          19,2           19,8         20,6             19,4         19,2            19,9     20,0            19,9           20,2

    FBCF + Variação de Estoques                               18,3           18,0         16,2             15,8         17,1            16,2     16,8            17,7           18,9

    Exportações de Bens e Serviços                            10,0           12,2         14,1             15,0         16,4            15,1     14,4            13,7           14,3

    Importações de Bens e Serviços                          (11,7)         (13,5)        (12,6)        (12,1)          (12,5)      (11,5)       (11,5)          (12,1)         (14,2)

    PIB a Preços de Mercado                                  100,0         100,0         100,0         100,0           100,0          100,0     100,0           100,0          100,0
    Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
    (1) Resultados preliminares calculados a partir das Contas Nacionais Trimestrais.




Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009                                                                                                                                       18

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  • 1. Curso: Administração de Empresas Disciplina: Economia II Prof.: Marcelo Menezes Saraiva Turmas: A, B e C Economia II – Apostila II (Macroeconomia) 1. Introdução à Macroeconomia Conforme estudamos na primeira parte do curso, o foco da Microeconomia recai sobre as unidades econômicas. Ou seja, busca-se compreender como as decisões de consumidores e empresas determinam o preço relativo de bens e insumos. A Macroeconomia, por sua vez, estuda a economia como um todo, isto é, no seu aspecto agregado. Dessa forma, a Macroeconomia se concentra no estudo das variáveis agregadas de um país como: inflação, desemprego, demanda agregada, oferta agregada, produto, renda etc. Como se vê, a Macroeconomia está muito presente e nossas vidas. Basta abrir o jornal diariamente que encontraremos manchetes de eventos econômicos que afetam as nossas vidas, como inflação, desemprego, renda, produção, taxa de câmbio etc. Algumas perguntas que a macroeconomia tenta responder: • Por que alguns países crescem mais do que outros? • Por que as taxas de inflação são maiores em alguns países? Por que os países passam por períodos de recessão? • Como o governo pode regulamentar a economia de modo a evitar ou minimizar crises econômicas? Comentário: Deve-se, entretanto, entender a Macroeconomia como uma parte da economia relacionada com a Microeconomia. Na verdade, o conjunto de decisões individuais sobre consumo e produção (micro) gera efeitos em escala global (macro). Ou seja, a Microeconomia, em certa medida, explica fenômenos Macroeconômicos. Os modelos que utilizam a Microeconomia para explicar fenômenos da Macroeconomia são chamados de Modelos Macroeconômicos Micro-fundamentados. 2. Mensuração da Atividade Econômica Para fazer análises macroeconômicas é fundamental a mensuração da atividade econômica. Para isso, foi desenvolvida a Contabilidade Nacional, que trata do registro contábil da atividade econômica e social de um país em um determinado período (mês, trimestre ou ano). No Brasil, a Contabilidade Nacional é de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e segue os padrões estabelecidos pela Organização das Nações Unidas e adotados pela maioria dos países. Uma das principais medidas da atividade econômica de um país é o Produto Interno Bruto – PIB. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do país, em um determinado período, por residentes e não-residentes. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 1
  • 2. Para compreender de que forma o PIB é calculado, é necessário compreender algumas identidades macroeconômicas básicas. A primeira delas diz que cada Real produzido é recebido por alguém na forma de renda e é gasto por alguém. O diagrama abaixo, conhecido como fluxo circular da renda, auxilia na compreensão da identidade acima. Fluxo Circular da Renda Mercado de Bens e Serviços 4 4 Consumo 3 3 Empresas Famílias 1 1 2 Mercado de 2 Produção Fatores de Produção Entendendo o fluxo circular da renda: • Os fluxos internos 1 e 3 giram no sentido horário e representam o lado real da economia (fluxo real). o O fluxo 1 indica que as famílias ofertam trabalho, terra e capital que são demandados pelas empresas. o O fluxo 3 indica que as famílias demandam os bens e serviços que são ofertados pelas empresas. • Os fluxos externos 2 e 4 giram no sentido anti-horário e representam o lado monetário da economia (fluxo monetário). o O fluxo 2 indica que as empresas remuneram os fatores de produção pagando salário (para o fator trabalho), aluguéis (para o fator terra ou capital físico), lucro (para o risco) e juros (para o capital monetário). o O fluxo 4 indica que as famílias gastam consumindo os bens e serviços produzidos pelas empresas. • Os fluxos 1 e 2 pertencem ao mercado dos fatores de produção, enquanto os fluxos 3 e 4 pertencem ao mercado de bens e serviços. • Os fluxos 1 e 2 representam o lado da produção e os fluxos 3 e 4 o lado do consumo. Conclusão: A produção das empresas (produto) é realizada a partir dos fatores de produção ofertados pelas famílias, que são remuneradas (renda). Os bens e serviços produzidos pelas empresas são consumidos pelas famílias (despesa) com os recursos provenientes da remuneração. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 2
  • 3. Podemos sintetizar o fluxo circular da renda, exposto acima, na identidade macroeconômica abaixo: Produto = Renda = Despesa ____________________________________________________________________ 2.1. Produto O produto agregado (ou PIB), como já foi visto acima, é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do país, em um determinado período, por residentes e não-residentes. Ou seja, n Pr oduto = ∑ Pi ⋅ Qi i =1 Exemplo: Suponha que em um determinado país chamado Terra Feliz existam um bem, comida, e dois serviços, diversão e educação. Suponha também que a moeda do país se chame Dinheiro (D$). Em 2008, foram vendidas 100 unidades de comida ao preço de D$ 2; 50 unidades de diversão ao preço de D$ 10; e 80 unidades de educação ao preço de D$ 5. Qual foi o PIB do referido país? n Para calcularmos o PIB do país, utilizamos a equação acima: Pr oduto = ∑ Pi ⋅ Qi . i =1 3 PIB = ∑ Pi ⋅ Qi = 100 ⋅ 2 + 50 ⋅10 + 80 ⋅ 5 = 200 + 500 + 400 = 1.100 (D$ 1.100) i =1 Conclusão: o PIB do país em 2008 foi de D$ 1.100. Uma forma alternativa de calcular o produto é por meio do valor adicionado, isto é, pelo valor que foi acrescido ao valor dos bens intermediários em cada etapa produtiva. A tabela abaixo mostra que se somarmos os valores adicionados obtemos o valor final do produto. Produto Valor adicionado Insumos Valor final Trigo R$ 0,05 R$ 0 R$ 0,05 Farinha R$ 0,05 R$ 0,05 R$ 0,10 Pão R$ 0,10 R$ 0,10 R$ 0,20 Em síntese, Valor adicionado = Valor final – Insumos (consumo de bens intermediários) 2.2. Renda A renda agregada representa a remuneração dos fatores de produção. Conforme visto no fluxo 2 (fluxo circular da renda), são os salários (remuneração do trabalho), aluguel (terra e capital físico), lucro (risco) e juros (capital monetário). Ou seja, Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 3
  • 4. Renda = Salários + Aluguéis + Lucros + Juros 2.3. Despesa A despesa agregada representa as possíveis destinações dos bens e serviços produzidos na economia. Em uma economia que produz apenas bens de consumo, a despesa será destinada unicamente para o consumo daqueles bens, isto é, Despesa = Consumo 3. Agregados Macroeconômicos A seguir serão apresentados os principais agregados macroeconômicos usados na macroeconomia. Iniciaremos com o caso mais simples, o de uma economia fechada sem governo, e avançaremos até chegar a uma economia aberta com governo. 3.1. Economia Fechada sem Governo O caso mais simples que se pode pensar é uma economia que não realiza trocas de bens e serviços com o resto do mundo (fechada) e sem governo. Nesse caso, tudo que é produzido na economia pode ser destinado ao consumo ou ao investimento. Em outras palavras, podemos dizer que as famílias podem consumir bens de consumo, para satisfazer suas necessidades básicas e bens de investimento, para aumentar a capacidade de produção da economia. Y =C + I (1) Onde, Y: PIB C: Consumo I: Investimento Aqui, fizemos a distinção entre consumo e investimento, algo que não aparece explícito no fluxo circular da renda. A diferença é simples. Em uma economia, dois tipos de bens podem ser produzidos: bens de consumo e bens de investimento. O primeiro grupo (bens de consumo) diz respeito ao atendimento das necessidades dos indivíduos e pode ser dividido em bens de consumo duráveis (veículos, eletrodomésticos, etc.) e não-duráveis (alimentos, vestuário, produtos de higiene, etc.). Os bens de investimento também conhecidos como fatores de produção são utilizados na atividade produtiva e podem ser divididos em bens de capital (máquinas, equipamentos, ferramentas, instalações, etc.) e bens intermediários (ferro, aço, petróleo, etc.). Para chegarmos a uma importante identidade macroeconômica, devemos definir poupança. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 4
  • 5. Definição de poupança: parcela da renda não consumida. Ou seja, S =Y − C (2) Combinando as equações (1) e (2), obtemos, S=I (3) Ou seja, o investimento da economia é financiado pela poupança das famílias. Comentário: Observe que, embora o modelo de uma economia fechada sem governo não seja muito realista, o resultado obtido na equação 3 é muito importante. Veremos que nos modelos subseqüentes o resultado será o mesmo, entretanto, subdividiremos a poupança, de acordo com a sua origem. 3.2. Economia Fechada com Governo Em uma economia fechada com governo, os bens e serviços produzidos na economia podem ser investidos ou consumidos pelas famílias ou pelo governo. Nesse caso, Y = C + I +G (4) Onde, G representa os gastos ou consumo do governo. Aqui, devemos diferenciar dois tipos de poupança: poupança privada e poupança pública. Poupança privada é a diferença entre a renda disponível e o consumo. Entende-se por renda disponível a renda subtraída dos tributos. Ou seja, Yd = Y − T (5) Onde, Yd: renda disponível T: tributos A poupança privada pode então ser representada como S p = Y −T − C ou S p = Yd − C (6) A poupança pública é a diferença entre a arrecadação do governo com os tributos e os seus gastos. Sg = T − G (7) Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 5
  • 6. Se a poupança do governo é positiva dizemos que ele tem superávit fiscal. Caso contrário, o governo tem déficit fiscal. Nesse caso, estamos apurando o resultado fiscal do governo em termos nominais. Sg > 0 Superávit fiscal Sg < 0 Déficit fiscal A poupança nacional ou doméstica é a soma das poupanças pública e privada. Sn = S p − S g ou Sn = Y − C − G (8) Combinando as equações (4) e (8) obtemos Sn = I (9) Ou seja, o investimento da economia pode ser financiado pela poupança privada e pela poupança do governo. Exemplo: O PIB de uma economia fechada sem governo é de US$ 2 trilhões. A poupança pública é US$ 50 bilhões, a poupança privada representa 15% do PIB e os tributos são de US$ 250 bilhões. Determinar: (a) o consumo das famílias; (b) os gastos do governo; (c) o investimento; (d) a poupança nacional. Resolução: (a) Sabemos que S p = Y − T − C . Substituindo os dados fornecidos no exemplo, temos: 0,15⋅ 2 = 2 − 0,25 − C Resolvendo a equação, obtemos: C = 2 − 0,55 = 1,45 Portanto, o consumo das famílias é de US$ 1,45 trilhão. (b) Para encontrar os gastos do governo, podemos usar a equação S g = T − G . Substituindo os dados, obtemos: Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 6
  • 7. 0,05 = 0,25 − G Então, G = 0,25 − 0,05 = 0,20 Portanto, os gastos do governo (ou consumo do governo) é de US$ 200 bilhões (ou US$ 0,2 trilhão). (c) Usando a equação Y = C + I + G , encontramos o investimento. 2 = 1,45 + I + 0,2 Então, I = 2 −1,65 = 0,35 Ou seja, o investimento é de US$ 350 bilhões ou US$ 0,35 trilhão. (d) a poupança nacional se iguala ao investimento (equação n.º 9). Logo S n = 0,35 = I . Ou seja, a poupança nacional também é US$ 350 bilhões. 3.3. Economia Aberta com Governo Em uma economia aberta devemos acrescentar as exportações e importações de bens e serviços à equação (4). Y = C + I +G + X −M (10) Onde, X: Exportações M: Importações A diferença X – M é o saldo comercial de bens e serviços, também chamada de exportações líquidas (XL), saldo de conta corrente ou saldo de transações correntes (TC). Se o saldo é positivo dizemos que a economia tem superávit comercial. Caso contrário, a economia apresenta déficit comercial. XL = X − M (11) Superávit no comércio XL > 0 de bens e serviços Déficit no comércio de XL < 0 bens e serviços Combinando a equação (10) com a equação (8), obtemos Sn = I + XL (12) Ou Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 7
  • 8. I = S p + S g + Se Onde, Se = Poupança externa Ou I = S p + (T − G) + (M − X ) (13) Ou seja, o investimento em uma economia aberta com governo pode ser financiado pela poupança privada (Sp), pela poupança pública (T – G) e pela poupança externa (M – X). Comentário: Dizemos que se um país tem déficit em transações correntes e déficit fiscal ele tem déficit gêmeos. Exemplo: O PIB de uma economia aberta é de US$ 10 trilhões. O consumo das famílias é de US$ 7 trilhões, os investimentos de US$ 1,5 trilhão e os gastos do governo de US$ 2,5 trilhões. Sabendo que os tributos representam 20% do PIB, pergunta-se: Essa economia apresenta déficits gêmeos? Resolução: Como se trata de uma economia aberta com governo, a equação do PIB pela ótica da despesa é Y = C + I + G + X − M . Substituindo os valores na equação, obtemos: 10 = 7 + 1,5 + 2,5 + X − M Então, X − M = 10 − 11 = −1 Ou seja, o país tem déficit de US$ 1 trilhão em transações correntes. Para saber se o país tem déficit fiscal, devemos calcular a poupança do governo, dada pela equação S g = T − G . S g = 0,2 ⋅ 10 − 2,5 = −0,5 O país tem déficit fiscal de US$ 0,5 trilhão. Conclusão: O país tem déficits gêmeos, pois acumula déficit em transações correntes e déficit fiscal. 4. PIB real e PIB nominal O PIB nominal, também chamado de PIB a preços correntes, pode ser definido como o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos num determinado período aos preços daquele período (correntes). Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 8
  • 9. O PIB real, também chamado de PIB a preços constantes, é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos num certo período aos preços de algum período de referência (período-base). Por isso, é chamado de PIB a preços constantes. O cálculo do PIB real permite que conheçamos a variação real do produto do país, pois busca não considerar a variação dos preços do período, mas só o incremento do volume de bens e serviços produzidos. PIB X 1 al Re ∆real % = PIB X 0al Re Um conceito importante relacionado ao cálculo do PIB é o do deflator implícito do PIB. Define-se o deflator pela razão entre o PIB nominal e o PIB real. No PIB X 1 min al Deflator = PIB X 1 al Re Exemplo: Suponha que a tabela abaixo apresente a quantidade produzida e o preço praticado para o bem e os dois serviços disponíveis no país Terra Feliz. 2008 2007 2006 P Q P Q P Q Comida 2,0 100 2,0 90 1,9 85 Diversão 10,0 50 9,0 45 8,8 45 Educação 5,0 80 4,8 75 4,8 70 Determinar: (a) O PIB nominal de 2006, 2007 e 2008; (b) O PIB real de 2007 e 2008 a preços de 2006; (c) O deflator do PIB em 2007 e 2008; (d) A variação do PIB nominal em 2007 e 2008; (e) A variação do PIB real em 2007 e 2008. Resolução: (a) Para determinar o PIB nominal dos anos 2006, 2007 e 2008, basta utilizar a n equação PIB = ∑ Pi ⋅ Qi e tomar os preços em valores correntes. i =1 3 PIB2008 al = ∑ Pi ⋅ Qi = 100 ⋅ 2 + 50 ⋅10 + 80 ⋅ 5 = 200 + 500 + 400 = 1.100 no min i =1 3 PIB2007 al = ∑ Pi ⋅ Qi = 90 ⋅ 2 + 45 ⋅ 9 + 75 ⋅ 4,8 = 180 + 405 + 360 = 945 no min i =1 3 PIB2006 al = ∑ Pi ⋅ Qi = 85 ⋅1,9 + 45 ⋅ 8,8 + 70 ⋅ 4,8 = 161,5 + 396 + 336 = 893,5 no min i =1 Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 9
  • 10. (b) O PIB real de 2007 e 2008 a preços de 2006 são determinados pela equação n PIB = ∑ Pi ⋅ Qi utilizando as quantidades de 2007 e 2008 e os preços de 2006. Ou i =1 seja, os preços são mantidos fixos (constantes). 3 2006 PIB2008 = ∑ Pi ⋅ Qi = 100 ⋅1,9 + 50 ⋅ 8,8 + 80 ⋅ 4,8 = 190 + 440 + 384 = 1.014 reall i =1 3 2006 PIB2007 = ∑ Pi ⋅ Qi = 90 ⋅1,9 + 45 ⋅ 8,8 + 75 ⋅ 4,8 = 171 + 396 + 360 = 927 real i =1 PIB X 1 min al No (c) O deflator é calculado pela equação Deflator = . PIB X 1 al Re PIB2007 al No min 945 2006 Deflator2007 = Re al = = 1,019417 2006 PIB2007 927 No min al PIB 1.100 2006 Deflator2008 = 2008 Re al = = 1,084813 2006 PIB2008 1.014 (d) A variação do PIB nominal em 2007 e 2008 pode ser obtida pela equação PIB X 1 min al No ∆no min al % = . PIB X 0 min al No PIB2007 al No min 945 ∆no min al % 2007 = No min al = = 1,057639 (ou seja, variação de 5,7639%) PIB 2006 893,5 PIB2008 al No min 1.100 ∆no min al % 2008 = No min al = = 1,164021 (ou seja, variação de 16,4021%) PIB 2007 945 (e) A variação do PIB real em 2007 e 2008 pode ser obtida pela equação PIB X 1 al Re ∆real % = . PIB X 0 al Re Re al PIB2007 927 ∆real % 2007 = Re al = = 1,037493 (ou seja, variação de 3,7493%) PIB 2006 893,5 Re al PIB2008 1.014 ∆real % 2008 = Re al = = 1,093851 (ou seja, variação de 9,3851%) PIB 2007 927 Conclusão: Em 2008, o PIB de Terra Feliz cresceu 9,3851%, em termos reais. Note que em termos nominais o crescimento foi de 16,4021%. A diferença, 6,415% foi a inflação de 2008. Em 2007, o crescimento real do PIB de Terra Feliz foi de 3,7493%. Em termos nominais o crescimento foi de 5,7639% e a inflação de 2007 foi de 1,9417%. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 10
  • 11. 5. Produto Interno ou Nacional, Produto Bruto ou Líquido e Produto a PM ou a CF Quando incluímos o setor externo, aparecem duas medidas do produto que devem ser diferenciadas: Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto. O primeiro compreende o valor final de todos os bens e serviços produzidos dentro do país por residentes e não- residentes. Já o segundo, refere-se à produção cuja renda é de propriedade dos residentes no país. Dessa forma, o produto nacional bruto – PNB é a diferença entre o produto interno bruto – PIB e a renda líquida enviada ao exterior – RLEE. Ou seja, PNB = PIB − RLEE Outras duas medidas surgem quando incluímos a depreciação: produto bruto e produto líquido. Depreciação é a parcela de bens de capital consumida a cada período. Ou seja, parte do investimento realizado em um período é destinada a repor o que foi depreciado no período anterior. Assim, o produto líquido é a diferença entre o produto bruto e a depreciação. PIL = PIB − Depreciação Com a introdução do governo, por sua vez, pode-se usar dois conceitos de produto: produto a preço de mercado – PIB PM e a custo de fatores – PIBCF . O primeiro diz respeito ao produto levando-se em consideração o preço final pago pelo consumidor, que inclui os impostos e eventuais susbídios dados pelo governo. Por isso, o produto a preços de mercado é igual ao produto a custo de fatores adicionado dos impostos diretos e subtraído dos subsídios. PIBPM = PIBCF + Im postos − Subsídios 6. Taxas de câmbio 6.1 Definição Sabemos que o preço dos bens e serviços é uma das variáveis econômicas mais importantes para a tomada de decisão das empresas, do consumidor e também do governo. No âmbito das relações econômicas internacionais, sabemos que cada país tem a sua própria moeda, isto é, os preços de bens e serviços iguais ou equivalentes são fixados em diferentes moedas. A taxa de câmbio é a variável econômica que faz a ligação entre os preços expressos em diferentes moedas e possibilita a tomada de decisão. Imagine que na Itália um par de sapatos de couro custe € 100. Suponha que, no Brasil, o mesmo par custe R$ 300. Você deve decidir entre comprar esse par de sapatos aqui ou na Itália. O que você necessita saber para tomar essa decisão? A resposta é a taxa de câmbio. Nesse caso, necessitamos saber quantos Reais eu preciso para comprar um Euro. Se com um Euro eu conseguir comprar menos três Reais, então vale mais a pena comprar o par de sapatos na Itália. Valeria mais a pena comprar no Brasil se, por outro lado, eu conseguisse comprar mais de três Reais com um Euro. A equação abaixo auxilia na compreensão dessa situação. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 11
  • 12. PREAIS = E ⋅ PEURO PREAIS é o preço do par de sapatos em Reais, PEURO é o preço do par de sapatos em Euros, e E é a taxa de câmbio nominal Note que se E = 2,5 (um Euro custa 2,5 Reais), o par de sapatos comprado na Itália custará R$ 250 no Brasil. Nesse caso, vale mais a pena comprá-lo aqui. Por outro lado, se E = 3,5 (um Euro custa 3,5 Reais), o par de sapatos comprado na Itália custará R$ 350 e será mais vantajoso comprá-lo lá. Com base no que foi apresentado, podemos dizer que a taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira. Por exemplo, quando dizemos que o Euro está R$ 3,20, significa que para comprar €1 necessitamos de R$ 3,20. Ou seja, R$ 3,20 é o preço de uma unidade da moeda européia1. ________________________________________________________________________ 6.2 Câmbio Nominal e Câmbio Real Na equação apresentada acima, vimos que a taxa de câmbio foi definida em termos das duas moedas. Ou seja, ela nos diz quantas unidades da nossa moeda necessitamos para comprar uma unidade da moeda estrangeira. Essa taxa de câmbio é chamada de nominal. Quando levamos em consideração a evolução dos preços no nosso país e no país estrangeiro ou, em outras palavras, quando consideramos a inflação doméstica e a inflação do país estrangeiro, estamos lidando com o conceito de taxa de câmbio real. É essa taxa que serve de incentivo para o aumento das exportações ou importações. A equação matemática da taxa de câmbio real é: PEXTERNO q=E⋅ PINTERNO q é a taxa de câmbio real PEXTERNO é o índice de preço do país estrangeiro PINTERNO é o índice de preço do país doméstico Se ocorrer uma apreciação ou valorização da taxa de câmbio real em relação a uma moeda estrangeira, os bens nacionais ficam mais caros em relação aos bens estrangeiros e as importações aumentam. Se ocorrer uma depreciação ou desvalorização da taxa de câmbio, os bens nacionais ficam mais baratos em relação aos estrangeiros e as exportações aumentam. Se q aumenta Tendência de aumento (depreciação) das exportações Se q diminui Tendência de aumento (apreciação) das importações 1 Este tipo de cotação é conhecido como cotação indireta. Isto é, quantas unidades de moeda local são necessárias para comprar uma unidade de moeda estrangeira. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 12
  • 13. 6.3 Teoria da Paridade do Poder de Compra – PCC Segundo a teoria da paridade do poder de compra, um bem deve ser vendido pelo mesmo preço em todos os países do mundo. Dessa forma, o preço deve ser único em todos os lugares, caso contrário é possível obter lucro realizando operações de arbitragem (comprar em um lugar e vender em outro). Exemplo: imagine que o preço do quilo do café custe R$ 4 no Brasil e R$ 9 nos Estados Unidos. Como existe uma diferença de preço entre os dois países, podemos comprar café no Brasil e vender nos Estados Unidos. Com isso, a demanda por café aumentará no Brasil, puxando o preço para cima, e a oferta de café aumentará nos Estados Unidos, baixando o seu preço. Com o tempo, os preços tendem a se equalizar. De acordo com a PCC, a equação da taxa de câmbio real pode ser escrita na forma: PEXTERNO PINTERNO 1= E ⋅ ou E= PINTERNO PEXTERNO Ou seja, a taxa de câmbio nominal acompanha a mudança nos preços relativos. ________________________________________________________________________ 6.4 Índice Bic Mac O índice Bic Mac é calculado com base no preço do Big Mac em mais de 100 países e divulgado pela revista The Economist. O objetivo do índice é ter uma idéia acerca do grau de valorização ou desvalorização de uma moeda. O índice é calculado com base na lei do preço único: o Big Mac tem que ter o mesmo preço em todos os países. Exemplo: na Suécia, o preço do Big Mac é 26 coroas e nos Estados Unidos é US$ 2,49. Calcule a taxa de câmbio de acordo com o a paridade do poder de compra. 26 Nesse caso, a taxa de câmbio pela PPP seria: q PPC = = 10,44 . Como a taxa de 2,49 câmbio verificada é de 10,3 coroas/US$, então, conclui-se que a taxa de câmbio está ligeiramente valorizada. 7. Balanço de Pagamentos O Balanço de Pagamentos de um país é o registro contábil de todas as transações econômicas realizadas entre os residentes e não-residentes em determinado período. No Brasil, o balanço de pagamentos é elaborado pelo Banco Central e obedece à regra das partidas dobradas, ou seja, para cada crédito há um débito. As operações de vendas (exportações e vendas de ativos para estrangeiros) e de recebimentos são registradas como crédito e correspondem à entrada de divisas. As operações de compras (importações e compras de ativos de estrangeiros) e de pagamentos são registradas como débito e correspondem à saída de divisas. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 13
  • 14. A estrutura básica do balanço de pagamentos é: 1. Transações Correntes (TC) 1.1. Balança Comercial Exportações Importações 1.2. Serviços e Rendas 1.3.Transferências Unilaterais 2. Conta Capital e Financeira (CF) 2.1. Conta Capital 2.2. Conta Financeira Investimento Direto (líquido) Investimento em Carteira Derivativos Outros Investimentos 3. Erros e Omissões (EO) 4. Resultado do Balanço (BP) O saldo do balanço de pagamentos é dado por: BP = TC + CF + EO 7.1 Transações Correntes Todas as transações relativas a compra e venda de bens e serviços do Brasil com o resto do mundo são registradas em transações correntes. A conta se subdivide em balança comercial, balança de rendas e serviços e transferências unilaterais. ________________________________________________________________________ 7.2. Conta Capital e Financeira As transações envolvendo compra e venda de ativos financeiros são registradas na conta capital e financeira. Nesta conta são registradas as entradas e saídas de investimento direto (em planas produtivas) e de investimento em carteiras (ações e títulos do governo). Comentário: note que de acordo com a equação BP = TC + CF + EO , como EO é apenas uma conta de ajuste, um déficit em transações correntes tem que ser compensado por um superávit na conta capital e financeira e vice-versa. Se isso não ocorrer, o país tem um déficit no balanço de pagamento que deverá ser financiando com seu estoque de reservas internacionais ou por meio de empréstimos (endividamento). ________________________________________________________________________ Exemplo: Em 2008, o Brasil teve déficit em transações correntes de US$ 28.192 milhões. Na conta capital e financeira obteve superávit de 29.352 milhões. Determinar o saldo do balanço de pagamentos de 2008, sabendo que a conta erros e omissões registrou saldo positivo de US$ 1.809 milhões. Resolução: O saldo do balanço de pagamentos pode ser calculado pela equação BP = TC + CF + EO . Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 14
  • 15. BP = −28.192 + 29.352 + 1.809 = 2.969 Conclusão: O Brasil fechou o ano de 2008 com superávit de US$ 2.696 milhões no balanço de pagamentos. 8. Sistema Financeiro 8.1 Moeda As trocas de bens e serviços sempre estiveram presentes nas sociedades. Com o crescimento das atividades comerciais e divisão do trabalho, as trocas diretas (escambo) tornaram-se inviáveis. Para resolver essa dificuldade surgiu a moeda. Inicialmente, usava- se um bem como moeda. Trigo, sal e gado já foram utilizados com essa finalidade. Entretanto, em razão de requisitos como durabilidade, divisibilidade, facilidade de transporte e armazenagem, passou-se a abandonar o uso de mercadorias como moeda e a utilizar-se metais preciosos, como ouro e prata, que satisfazem esses requisitos. Com o passar do tempo, os países passaram a colocar em circulação recibos de depósitos feitos em ouro no Tesouro. Esses recibos lastreados em ouro passaram a circular pelos mercados e foram os precursores do nosso papel-moeda de hoje. Nos dias de hoje, as moedas são emitidas sem lastro pelos países. O órgão de governo responsável pela emissão de moedas é o banco central, que pode fazê-lo para financiar o déficit público ou para estabilizar a economia. O Banco Central do Brasil atualmente atua na estabilidade da moeda, por meio do programa de metas de inflação. ________________________________________________________________________ 8.2 Funcionamento dos Bancos Os bancos realizam as operações financeiras, que consistem na transferência de recursos ora do poupador para o banco ora do banco para o investidor. No caso de uma operação de captação, os poupadores recebem uma remuneração (juros) por se privarem do consumo hoje. Em contrapartida, no caso de uma operação de aplicação de recursos, os investidores, por necessitarem de liquidez, tomam recursos emprestados hoje e se dispõem a pagar juros. APLICAÇÃO Poupança Empréstimo Poupadores Banco Investidores Juros Juros CAPTAÇÃO Exemplo: se um banco capta recursos a 15% e os aplica a 20% ele terá um lucro financeiro de 5% por operação. Dessa forma, se um poupador deposita R$ 100,00 no banco, ao final de um ano poderá sacar R$ 115,00 enquanto se um investidor toma emprestado R$ 100,00, ao término de um ano, deverá pagar ao banco R$ 120,00. Nessa operação o banco obteve um lucro financeiro de R$ 5,00 (devido ao “spread” de 5%). ________________________________________________________________________ Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 15
  • 16. 8.3 Multiplicador da Base Monetária O sistema bancário ao realizar as operações de captação e aplicação multiplica a quantidade de moeda emitida pelo Banco Central. Por exemplo, se alguém deposita R$ 100 em um banco, poderá utilizar essa quantia em uma operação futura. Ao mesmo tempo, o banco poderá emprestar R$ 100 a uma empresa. Dessa forma, os bancos multiplicam a base monetária. Conceitos utilizados na Economia Monetária: Base Monetária: compreende o total de papel-moeda emitido em poder do público e as reservas bancárias. M1: compreende a base monetária e os depósitos à vista. M2: compreende M1, os depósitos de poupança e os títulos privados. Depósitos compulsórios: percentual sobre os depósitos à vista e a prazo, fixado pelo CMN, que os bancos têm que repassar ao Banco Central. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 16
  • 17. Anexo I – Balanço de Pagamentos (fonte: Banco Central) Quadro I - Balanço de pagamentos US$ milhões Discriminação 2008* 2009* Mar Jan-Mar Ano Mar Jan-Mar Balança comercial (FOB) 988 2 761 24 836 1 772 3 010 Exportações 12 613 38 690 197 942 11 809 31 178 Importações 11 625 35 929 173 107 10 038 28 167 Serviços e rendas - 5 682 - 14 008 - 57 252 - 3 674 - 8 870 Receitas 3 377 10 171 42 961 3 053 9 098 Despesas 9 059 24 179 100 213 6 727 17 968 Transferências unilaterais correntes (líquido) 351 987 4 224 258 841 Transações correntes - 4 343 - 10 260 - 28 192 - 1 645 - 5 020 Conta capital e financeira 7 661 22 356 29 352 2 732 3 662 1/ Conta capital 66 170 1 055 124 338 Conta financeira 7 595 22 186 28 297 2 608 3 324 Investimento direto (líquido) 989 4 346 24 601 1 154 5 735 No exterior - 2 094 - 4 453 - 20 457 - 290 392 Participação no capital - 670 - 4 018 - 13 859 81 70 Empréstimos intercompanhias - 1 424 - 436 - 6 598 - 371 323 No país 3 083 8 799 45 058 1 444 5 342 Participação no capital 1 713 6 016 30 064 624 2 496 Empréstimos intercompanhias 1 370 2 783 14 994 820 2 847 Investimentos em carteira 5 196 5 652 1 133 246 - 4 009 Ativos - 153 - 544 1 900 - 236 - 478 Ações - 145 - 579 257 - 1 - 0 Títulos de renda fixa - 8 35 1 643 - 235 - 478 Passivos 5 349 6 196 - 767 481 - 3 531 Ações 1 284 - 2 067 - 7 565 852 - 33 Títulos de renda fixa 4 065 8 263 6 798 - 370 - 3 498 Derivativos 9 - 195 - 312 - 4 204 Ativos 32 - 69 298 17 249 Passivos - 22 - 126 - 610 - 20 - 45 2/ Outros investimentos 1 401 12 383 2 875 1 211 1 394 Ativos - 653 590 - 5 269 - 655 - 1 051 Passivos 2 053 11 793 8 143 1 866 2 445 Erros e omissões - 1 977 - 3 879 1 809 - 147 176 Variação de reservas ( - = aumento) - 1 341 - 8 217 - 2 969 - 940 1 182 Memo: Resultado global do balanço 1 341 8 217 2 969 940 - 1 182 Transações correntes/PIB (%) - - 2,73 - 1,79 - - 2,02 IED/PIB (%) - 2,34 2,86 - 2,14 Amortizações de médio e longo prazos 2 255 4 842 22 364 1 916 4 941 3/ Pagas 2 244 4 829 22 269 1 912 4 911 Refinanciadas - - - - - 4/ Conversões 11 13 95 4 30 1/ Inclui transferências de patrimônio. 2/ Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização. 3/ Registra amortizações de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior. Exclui amortizações de empréstimos empréstimos intercompanhias. Inclui MYDFA. 4/ Registra conversões de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior. * Dados preliminares. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 17
  • 18. Anexo II – Contas Nacionais Trimestrais (fonte: IBGE) 4º Trim 1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim Taxas (% ) 2007 2008 2008 2008 2008 Acumulado ao longo do ano / mesmo 5,7 6,1 6,2 6,4 5,1 período do ano anterior - Tabela 3 Últimos quatro trimestres / quatro trimestres 5,7 5,9 6,0 6,3 5,1 imediatamente anteriores - Tabela 4 Trimestre / mesmo trimestre do ano 6,1 6,1 6,2 6,8 1,3 anterior - Tabela 2 Trimestre / trimestre imediatamente 1,8 1,6 1,6 1,7 (-) 3,6 anterior (com ajuste sazonal) - Tabela 7 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais Tabela III.1- Classes de atividade no valor adicionado a preços básicos e componentes do PIB pela ótica da despesa Valores Correntes (R$ milhões) Ano 2008 (1) Ano Especificação 2007 I II III IV 2008 Agropecuária 133 015 43 745 53 688 37 330 28 772 163 536 Indúst ria 623 721 150 442 168 483 189 255 174 316 682 497 Serviços 1 466 783 367 404 398 261 404 973 424 384 1 595 021 Valor Adicionado a Preços Básicos 2 223 519 561 591 620 433 631 558 627 471 2 441 054 Impostos sobre produtos 374 092 104 052 109 154 115 779 119 680 448 665 PIB a Preços de Mercado 2 597 611 665 643 729 586 747 337 747 152 2 889 719 Despesa de Consumo das Famílias 1 579 616 417 705 435 725 452 164 447 821 1 753 414 Despesa de Consumo da Administração Pública 517 287 129 341 138 691 138 004 178 372 584 408 Formação Bruta de Capital Fixo 455 213 122 801 134 961 152 589 138 406 548 757 Exportações de Bens e Serviços 355 399 79 166 96 883 113 664 124 544 414 257 Importações de Bens e Serviços (-) 315 362 82 954 94 784 109 832 121 858 409 427 Variação de Estoque 5 459 (-) 416 18 111 748 (-) 20 133 (-) 1 690 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. (1) Resultados calculados a partir das Contas Nacionais Trimestrais. Tabela III.3- Participação percentual da demanda no PIB- 2000/08 Componentes 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 (1) 2008 (1) Consumo das Famílias 64,3 63,5 61,7 61,9 59,8 60,3 60,3 60,8 60,7 Consumo da Administração Pública 19,2 19,8 20,6 19,4 19,2 19,9 20,0 19,9 20,2 FBCF + Variação de Estoques 18,3 18,0 16,2 15,8 17,1 16,2 16,8 17,7 18,9 Exportações de Bens e Serviços 10,0 12,2 14,1 15,0 16,4 15,1 14,4 13,7 14,3 Importações de Bens e Serviços (11,7) (13,5) (12,6) (12,1) (12,5) (11,5) (11,5) (12,1) (14,2) PIB a Preços de Mercado 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. (1) Resultados preliminares calculados a partir das Contas Nacionais Trimestrais. Marcelo Menezes Saraiva – Copyright 2009 18