SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  26
Télécharger pour lire hors ligne
Autores e Editores: 
Grupo ICE – Cardoso, Leocádia; Carvalhal, Rosa; Chácon, Rodrigo; 
Espírito Santo, Teresa; Estévez, Mª Luísa; Ferrera, Mª Àngeles; 
Gomes, Miguel; Jardim, Helena; Jiménez, Juan Fernando; Luís, Rui; 
Mendes, Luís Filipe P.; Messias, Norberto; Reis, Maria Gorete; 
Rocha, Ana Paula; Rodrigues, Alexandre; Rodriguez, Bienvenida del 
Carmen; Santos, Mª Luísa; Silva, Dulce; Teixeira, Bruno 
Coordenação: 
Luís Filipe Mendes 
Tradução: 
Leocádia Cardoso 
Revisão técnica: 
Kátia Furtado 
José Verdú Soriano 
Capa e Design: 
Alexandre Rodrigues 
ISBN: 978-972-8612-43-6
Índice 
0.Introdução.....................................................................................4 
1.Úlcera por Pressão .........................................................................5 
2.Etiopatogenia.................................................................................5 
3.Classificação ..................................................................................7 
4.Diagnóstico Diferencial ...................................................................8 
4.1.Causas...................................................................................8 
4.2.Localização ............................................................................8 
4.3.Forma....................................................................................9 
4.4.Profundidade..........................................................................9 
4.5.Necrose .................................................................................9 
4.6.Bordos ...................................................................................9 
5.Localização ..................................................................................10 
6. Factores de Risco ........................................................................11 
7. Escalas de Avaliação de Risco ......................................................12 
8.Prevenção das UPP.......................................................................16 
8.1.Avaliação do Risco................................................................16 
8.2.Cuidados à Pele....................................................................17 
8.3.Controlo da Humidade ..........................................................17 
8.4.Controlo da Pressão..............................................................18 
8.4.1.Mobilização / Mudanças posturais ..................................18 
8.4.2.Superfícies Especiais para Controlo de Pressão ...............19 
8.4.3.Protecção local .............................................................20 
8.5.Avaliação Nutricional.............................................................20 
8.6.Educação do Cliente e Cuidador ............................................21 
9. Anotações.................................................................................212 
10. Bibliografia................................................................................25
Manual de Orientações para a Macaronésia 
4 
0.Introdução 
Nas últimas décadas, as Úlceras por Pressão (UPP) têm vindo 
a afirmar-se como uma área de preocupação dos profissionais de 
saúde e têm sido desenvolvidos estudos para uma melhor 
compreensão das mesmas. 
O presente manual de prevenção de UPP surge na sequência 
do Projecto de Investigação Científica em Enfermagem (ICE) 
integrado no Projecto Interreg III B - Açores, Madeira e Canárias, 
iniciado em 2005. Tendo em conta o estudo efectuado em 2006, no 
qual se encontrou uma prevalência de 14,2%, justifica-se o 
desenvolvimento deste, de forma a colocar à disposição dos 
Enfermeiros um instrumento fácil e prático que permita uma melhor 
abordagem desta problemática cuja finalidade é a estandardização 
das actuações dos profissionais perante este problema de saúde. 
Este manual de prevenção pretende ser um instrumento de 
ajuda profissional para reduzir o grau de incerteza e diminuir a 
heterogeneidade da tomada de decisão clínica. Conscientes de que 
este deve individualizar e decidir os cuidados em função das 
características e preferências de cada cliente e dos recursos 
disponíveis, dado tratar-se de um foco de atenção de alta 
sensibilidade aos cuidados de enfermagem e que se traduzirá em 
ganhos em saúde para os clientes. 
A elaboração deste manual teve como suporte as orientações 
da EPUAP e os dados referentes ao estudo de prevalência 
(EPUPP2006), realizado nos Arquipélagos dos Açores, Madeira e 
Canárias. 
Com esta inquietude realizamos este trabalho, desejando que 
os conteúdos aqui expostos sejam de utilidade para todos os 
profissionais de enfermagem que diariamente prestam cuidados nos 
três arquipélagos da Macaronésia.
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
1.Úlcera por Pressão 
A úlcera por pressão tem sofrido evolução no que diz respeito 
5 
à sua definição. 
Na perspectiva da EPUAP e, tendo em conta o seu mais 
recente sistema de classificação, apresentado em Agosto de 2006, 
no 9th European Pressure Ulcer Advisory Panel Open Meeting, em 
Berlim, “úlcera de pressão é uma área de dano localizado na pele e 
estruturas subjacentes devido à pressão ou fricção e/ou 
combinação de ambas”. 
2.Etiopatogenia 
Para o desenvolvimento de uma UPP as evidências científicas 
focalizam-se na relação entre a aplicação de uma pressão externa 
sobre a pele e tecidos subjacentes não adaptados a estas pressões 
e os efeitos da mesma sobre a micro-circulação local. Neste 
sentido, alguns mecanismos têm sido apontados como os 
causadores da ruptura tecidular, os quais são sintetizados por Nixon 
(2004): 
- A oclusão do fluxo sanguíneo cutâneo e consequente dano 
devido à reperfusão abrupta dos tecidos sujeitos a isquémia; 
- O dano endotelial das arteríolas e da microcirculação devido à 
aplicação de forças de ruptura e deslizamento; 
- A oclusão directa dos vasos sanguíneos pela pressão externa 
durante um período prolongado, resultando em morte celular. 
Collier e Moore (2006) referem que os valores da pressão 
crítica de encerramento (18 e 22 mmHg) variam de indivíduo para 
indivíduo e consoante a localização corporal dependendo da 
proeminência óssea em estudo, do músculo e da estrutura da pele.
Manual de Orientações para a Macaronésia 
Nixon (2004), Collier e Moore (2006) defendem que o modelo 
de gradiente de pressão tem sido utilizado para explicar como a 
pressão resulta em morte celular. A pressão externa é transmitida a 
partir da epiderme em direcção ao interior do osso, e a contra 
pressão a partir do osso para a epiderme, comprimindo-se desta 
forma todos os tecidos entre a pele e o osso. A pressão maior é 
exercida directamente sobre o osso, diminuindo gradualmente até à 
epiderme. Fazendo com que o aporte sanguíneo ao músculo e ao 
tecido subcutâneo fique comprometido, podendo levar à morte 
destes tecidos sem, pelo menos numa fase inicial, provocar ruptura 
da epiderme. 
As forças de deslizamento contribuem activamente para o 
dano endotelial, diminuindo a tolerância dos tecidos à pressão. 
Considerando Ayello et al (2006), as forças de deslizamento são 
forças mecânicas que actuam na pele em direcção paralela à da 
superfície corporal. Este processo, além de poder provocar oclusão 
dos vasos, poderá também originar um estiramento dos mesmos, 
provocando a sua ruptura e a consequente diminuição do aporte 
sanguíneo e processo de (re)vascularização. 
Por outro lado, a exposição prolongada da pele à humidade 
também tem como consequência a maceração dos tecidos levando 
a um enfraquecimento das camadas externas desta, tornando-a 
mais vulnerável às lesões (Braden, 1997). A humidade da pele está 
relacionada com as alterações do nível de consciência e outras 
complicações neurológicas. Dentro destas, estão a incontinência 
urinaria e fecal bem como a sudorese excessiva (Braden e 
Bergstrom, 1987). 
6
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
7 
3.Classificação 
A classificação das UPP por graus é um sistema de avaliação 
baseado na profundidade anatómica do tecido lesado. Segundo as 
recomendações da EPUAP, as úlceras classificam-se em quatro 
graus conforme o abaixo indicado: 
GRAUS DEFINIÇÃO 
FIGURAS 
GRAU I 
(Eritema não 
branqueável) 
Eritema não branqueável em pele 
intacta. Descoloração da pele, 
calor, edema; endurecimento ou 
rigidez podem também ser 
utilizados como indicadores, 
particularmente em indivíduos de 
pele escura. 
GRAU II 
(Flictena) 
Destruição parcial da pele 
envolvendo a epiderme, derme 
ou ambas. A Úlcera é superficial 
e apresenta-se clinicamente 
como abrasão ou flictena. 
GRAU III 
(Úlcera 
superficial) 
Destruição total da pele 
envolvendo necrose de tecido 
subcutâneo que pode estender-se 
até, mas não através da fáscia 
subjacente. 
GRAU IV 
(Úlcera 
profunda) 
Destruição extensa, necrose 
tecidular ou dano muscular, 
ósseo ou das estruturas de 
suporte com ou sem destruição 
da pele.
Manual de Orientações para a Macaronésia 
Úlcera por pressão mais grave 
Grau I Grau II Grau III Grau IV 
EPUPP2006 15,4% 14,8% 29,0% 40,8% 
4.Diagnóstico Diferencial 
As UPP, frequentemente são confundidas com outro tipo de 
lesões, as de humidade, pelo que para uma avaliação mais correcta 
é necessário considerar, tendo em conta o PUCLAS 2 (2006), os 
seguintes pontos de observação: 
8 
4.1.CAUSAS 
Na UPP tem de estar presente a pressão e/ou as forças de 
deslizamento. 
Na lesão por humidade, a humidade tem de estar presente. 
Quando a humidade e a pressão/forças de deslizamento estão 
simultaneamente presentes, a lesão tanto pode ser UPP como lesão 
por humidade, designando-se neste caso por lesão combinada. 
4.2.LOCALIZAÇÃO 
Uma ferida livre de proeminência óssea é improvável que seja 
uma UPP. No entanto, é possível desenvolver uma úlcera de 
pressão quando o tecido mole é comprimido externamente (ex. por 
uma SNG, tubo nasal de oxigénio, cateter urinário).
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
Uma lesão por humidade pode ocorrer sobre uma 
proeminência óssea. Contudo, devem ser excluídas a pressão e 
forças de deslizamento como causas e a humidade tem de estar 
presente. 
9 
4.3.FORMA 
Se a lesão está limitada a um ponto é provável que seja uma 
UPP, no entanto, vários pontos superficiais e difusos correspondem 
habitualmente a lesões por humidade. 
Feridas circulares, ou feridas com forma regular, são 
maioritariamente úlceras por pressão, contudo a possibilidade de 
lesão por fricção deve ser excluída. 
As formas irregulares estão habitualmente presentes nas 
lesões combinadas (úlceras de pressão e lesões por humidade). 
4.4.PROFUNDIDADE 
As lesões por humidade são superficiais (destruição parcial das 
camadas da pele). 
4.5.NECROSE 
Numa lesão por humidade não existe necrose. 
4.6.BORDOS 
Se os bordos são distintos a lesão é provavelmente uma úlcera 
por pressão. 
As lesões por humidade têm habitualmente bordos difusos e 
irregulares.
Manual de Orientações para a Macaronésia 
10 
5.Localização 
Existem determinadas áreas corporais onde mais 
frequentemente se apresentam as UPP, como se pode verificar no 
esquema seguinte: 
Decúbito dorsal 
Decúbito lateral 
Decúbito ventral 
Fonte: Revista Soins, Nº390, Setembro 1982
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
Posição de sentado: Tuberosidades isquiáticos 
Fonte : Revista Rol de Enfermería, Nº136, Dezembro 1989 
Localização da UPP mais grave 
Sacro Calcâneo Trocanter Outras 
EPUPP2006 35,5% 16,0% 18,9% 29,6% 
6. Factores de Risco 
Os factores que conduzem o cliente ao risco de sofrer de UPP 
podem ser muito diversos. Assim, podemos falar de factores de 
índole interno e factores de carácter externo. 
Factores Intrínsecos Factores Extrínsecos 
11 
Idade 
Condição Física: Imobilidade 
Desnutrição/Desidratação 
Alterações Respiratórias 
Alterações Neurológicas 
Alterações Psicológicas 
Insuficiência Vasomotora 
Hipotensão 
Humidade 
Agentes Alcoólicos 
Superfície de Apoio 
Técnicas manuais sobre a 
pele 
Dispositivos (sondas, canula 
nasal…) 
Contenções Físicas
Manual de Orientações para a Macaronésia 
12 
Insuficiência Cardíaca 
Vasoconstrição Periférica 
Alterações Endoteliais 
Diabetes 
Anemia 
Septicemia 
Medicação (Sedativos, 
corticóides) 
Incontinência 
7. Escalas de Avaliação de Risco 
Pelo exposto, há uma série de factores de índole diversa que 
podem ser responsáveis pelo aparecimento de uma UPP, pelo que é 
necessário fazer uma avaliação pormenorizada das probabilidades 
das pessoas ao aparecimento da mesma, para isso podem ser 
utilizadas diversas escalas que avaliam o risco da apresentação de 
uma UPP (Defloor 2004). O uso destas escalas permite-nos avaliar, 
de forma objectiva, os factores de risco mencionados e que se 
encontram presentes em cada indivíduo, assim como a intensidade 
ou pontuação alcançada por cada um deles, o que nos permite uma 
intervenção rápida a tempo de minimizarmos ou, até mesmo, 
anularmos os mesmos, obtendo assim uma melhoria da qualidade 
dos cuidados de enfermagem (Pinheiro 2002). 
Uma das primeiras escalas de avaliação do risco das UPP foi a 
descrita por Norton em 1962. Contudo, a mais utilizada nos últimos 
anos tem sido a escala de Bárbara Braden e Nancy Bergstrom,
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
também recomendada pela EPUAP e validada para Portugal, pelo 
que foi incluída neste estudo. 
13 
7.1.ESCALA DE BRADEN 
Está constituída por seis subescalas, segundo se pode 
observar no esquema seguinte. Cada uma delas com a explicação 
correspondente. Cada uma das pontuações obtidas em cada um 
dos parâmetros da escala permite-nos classificar cada sujeito num 
valor de predicação de risco. 
Os objectivos da mesma são: reduzir a incidência de UPP; 
identificar quem tem risco e quem não o tem; planificar cuidados 
de enfermagem baseados nos ditos factores de risco e o grau de 
severidade dos mesmos; reduzir o impacto económico; aumentar a 
qualidade dos cuidados.
Manual de Orientações para a Macaronésia 
14 
Percepção 
sensorial 
Capacidade 
de reacção 
significativa 
ao 
desconforto 
1. Completamente limitada: 
Não reage a estímulos dolorosos (não 
geme, não se retrai nem se agarra a 
nada) devido a um nível reduzido de 
consciência ou à sedação, 
OU 
capacidade limitada de sentir a dor na 
maior parte do seu corpo. 
2. Muito limitada: 
Reage unicamente a estímulos 
dolorosos. Não consegue comunicar o 
desconforto, excepto através de 
gemidos ou inquietação, 
OU 
tem uma limitação sensorial que lhe 
reduz a capacidade de sentir dor ou 
desconforto em mais de metade do 
corpo. 
Humidade 
Nível de 
exposição 
da pele à 
humidade 
1. Pele constantemente húmida: 
A pele mantém-se sempre húmida 
devido a sudorese, urina, etc. É 
detectada humidade sempre que o 
doente é deslocado ou virado. 
2. Pele muito húmida: 
A pele está frequentemente, mas nem 
sempre, húmida. Os lençóis têm de ser 
mudados pelo menos uma vez por 
turno. 
Actividade 
Nível de 
actividade 
física 
1. Acamado: 
O doente está confinado à cama. 
2. Sentado: 
Capacidade de marcha gravemente 
limitada ou inexistente. Não pode fazer 
carga e/ou tem de ser ajudado a sentar- 
-se na cadeira normal ou de rodas. 
Mobilidade 
Capacidade 
de alterar e 
controlar a 
posição do 
corpo 
1. Completamente imobilizado: 
Não faz qualquer movimento com o 
corpo ou extremidades sem ajuda. 
2. Muito limitada: 
Ocasionalmente muda ligeiramente a 
posição do corpo ou das extremidades, 
mas não é capaz de fazer mudanças 
frequentes ou significativas sozinho. 
Nutrição 
Alimentaçã 
o habitual 
1. Muito pobre: 
Nunca come uma refeição completa. 
Raramente come mais de 1/3 da comida 
que lhe é oferecida. Come diariamente 
duas refeições, ou menos, de proteínas 
(carne ou lacticínios). 
Ingere poucos líquidos. Não toma um 
suplemento dietético líquido 
OU 
está em jejum e/ou a dieta líquida ou a 
soros durante mais de cinco dias. 
2. Provavelmente inadequada: 
Raramente come uma refeição completa 
e geralmente come apenas cerca de 1/2 
da comida que lhe é oferecida. A 
ingestão de proteínas consiste 
unicamente em três refeições diárias de 
carne ou lacticínios. Ocasionalmente 
toma um suplemento dietético 
OU 
recebe menos do que a quantidade ideal 
de líquidos ou alimentos por sonda. 
Fricção e 
forças de 
deslizamento 
1. Problema: 
Requer uma ajuda moderada a máxima 
para se movimentar. É impossível 
levantar o doente completamente sem 
deslizar contra os lençóis. Descai 
frequentemente na cama ou cadeira, 
exigindo um reposicionamento 
constante com ajuda máxima. 
Espasticidade, contraturas ou agitação 
leva a fricção quase constante. 
2. Problema potencial: 
Movimenta-se com alguma dificuldade 
ou requer uma ajuda mínima. É 
provável que, durante uma 
movimentação, a pele deslize de alguma 
forma contra os lençóis, cadeira, apoios 
ou outros dispositivos. A maior parte 
do tempo, mantém uma posição 
relativamente boa na cama ou na 
cadeira, mas ocasionalmente descai.
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
15 
3. Ligeiramente limitada: 
Obedece a instruções verbais, mas nem 
sempre consegue comunicar o desconforto ou 
a necessidade de ser mudado de posição, 
OU 
tem alguma limitação sensorial que lhe reduz 
a capacidade de sentir dor ou desconforto em 
1 ou 2 extremidades. 
4. Nenhuma limitação: 
Obedece a instruções verbais. Não apresenta 
défice sensorial que possa limitar a capacidade 
de sentir ou exprimir dor ou desconforto. 
3. Pele ocasionalmente húmida: 
A pele está por vezes húmida, exigindo uma 
muda adicional de lençóis aproximadamente 
uma vez por dia. 
4. Pele raramente húmida: 
A pele está geralmente seca; os lençóis só têm 
de ser mudados nos intervalos habituais. 
3. Anda ocasionalmente: 
Por vezes caminha durante o dia, mas apenas 
curtas distâncias, com ou sem ajuda. Passa a 
maior parte dos turnos deitado ou sentado. 
4. Anda frequentemente: 
Anda fora do quarto pelo menos duas vezes por 
dia, e dentro do quarto pelo menos de duas em 
duas horas durante o período em que está 
acordado. 
3. Ligeiramente limitado: 
Faz pequenas e frequentes alterações de 
posição do corpo e das extremidades sem 
ajuda. 
4. Nenhuma limitação: 
Faz grandes ou frequentes alterações de 
posição do corpo sem ajuda. 
3. Adequada: 
Come mais de metade da maior parte das 
refeições. Faz quatro refeições diárias de 
proteínas (carne, peixe, lacticínios). Por vezes 
recusa uma refeição, mas toma geralmente um 
suplemento caso lhe seja oferecido, 
OU 
é alimentado por sonda ou num regime de 
nutrição parentérica total satisfazendo 
provavelmente a maior parte das necessidades 
nutricionais. 
4. Excelente: 
Come a maior parte das refeições na íntegra. 
Nunca recusa uma refeição. Faz geralmente um 
total de quatro ou mais refeições (carne, peixe, 
lacticínios). Come ocasional-mente entre as 
refeições. Não requer suplementos. 
3. Nenhum problema: 
Move-se na cama e na cadeira sem ajuda e 
tem força muscular suficiente para se levantar 
completamente durante uma mudança de 
posição. 
Mantém uma correcta posição na cama ou 
cadeira.
Manual de Orientações para a Macaronésia 
8. Prevenção das UPP 
Vários estudos comprovam que 95% dos casos das UPP são 
preveníveis. (Morison, 2004, Soriano, 2005). 
Considera-se a prevenção uma actividade prioritária nos 
cuidados ao cliente com risco de UPP, pelo que as medidas que 
visam "anular/minimizar a pressão sobre os tecidos, proporcionar 
uma maior resistência à pele e melhorar o estado geral dos 
clientes” devem ser implementadas atempadamente (Soriano, 
2005, p.12). 
É necessário atender aos factores predisponentes intrínsecos e 
16 
extrínsecos. 
Torna-se imperativo que os enfermeiros desenvolvam 
competências constituindo-se agentes pró-activos na 
implementação de métodos eficazes, tendo em conta as seguintes 
recomendações: 
1. Avaliação de Risco 
2. Cuidados à pele 
3. Controlo de humidade 
4. Controlo de pressão 
5. Avaliação nutricional 
6. Educação do Cliente e Cuidador 
8.1. AVALIAÇÃO DO RISCO 
· Considerar que todo o cliente tem um potencial de risco 
· Utilizar a Escala de Braden 
· Aplicar a escala no primeiro contacto e com uma 
periodicidade regular e não apenas quando há alterações 
significativas do estado geral 
· Efectuar o registo da avaliação de risco
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
Risco de desenvolver UPP 
segundo a Escala de Braden 
Baixo Alto 
EPUPP2006 67,5% 32,5% 
8.2. CUIDADOS À PELE 
· Observar a pele diariamente prestando especial atenção: às 
proeminências ósseas; zonas expostas à humidade; lesões 
cutâneas; temperatura e turgor 
· Efectuar a higiene diária com sabão neutro 
· Lavar, enxaguar e secar a pele sem friccionar, atender às 
pregas cutâneas e espaços interdigitais. 
· Considerar a aplicação de ácidos gordos hiperoxigenados 
· Recorrer a pensos protectores (Hidrocoloides, películas e 
espumas de poliuretano) para reduzir a pressão 
· Manter a roupa da cama seca e esticada 
· Não massajar sobre as proeminências ósseas (Bale, 2006). 
8.3. CONTROLO DA HUMIDADE 
· Controlar a incontinência fecal e urinária 
· Manter a pele seca em caso de diaforese 
· Proteger a pele em caso de drenagem excessiva de 
exsudado 
17
Manual de Orientações para a Macaronésia 
Incontinência 
Urinária Fecal Dupla Nenhuma 
EPUPP2006 13,2% 3,1% 27,5% 56,2% 
8.4. CONTROLO DA PRESSÃO 
A pressão é reduzida por: 
· Mobilização/mudanças posturais, 
· Superfícies Especiais para Controlo da Pressão 
· Protecção local. 
8.4.1.Mobilização / mudanças posturais 
· Elaborar um plano escrito de posicionamentos que fomente 
e melhore a mobilidade e actividade do cliente 
· Efectuar mudanças de posição (na cama ou na cadeira) em 
intervalos frequentes que permitam redistribuir o peso e a 
pressão 
· Mobilizar o cliente, evitando a fricção e os movimentos de 
deslizamento; 
· Elevar a cabeceira da cama até ao máximo de 30º e 
durante o mínimo tempo possível 
· Para as posições de decúbito lateral não deve ultrapassar-se 
os 30º de inclinação. Evitar-se apoiar o peso sobre os 
trocânteres (Defloor et al, 2006). 
Posicionamento na Cama 
Nenhum/Irregular 1h/1h 2h/2h 3h/3h 4h/4h 
EPUPP2006 82,3% 0,3% 4,0% 8,2% 5,1% 
18
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
Posicionamento na Cadeira 
Nenhum/Irregular 1h/1h 2h/2h 3h/3h 4h/4h 
EPUPP2006 95,2% 0,3% 1,8% 1,2% 1,5% 
8.4.2.Superfícies Especiais para Controlo de Pressão 
As superfícies de controlo de pressão são consideradas como 
material complementar e não substituem a mobilização e os 
posicionamentos. 
Tipo de Superfícies: 
- Superfícies estáticas ou de pressão constante - procuram 
maximizar a área corporal em contacto com a superfície do colchão, 
reduzindo a magnitude da pressão no contacto entre qualquer 
pressão anatómica 
- Superfícies dinâmicas - dispositivos que tentam, de forma 
sistemática, variar as posições anatómicas que suportam o peso, 
normalmente através da insuflação e desinsuflação cíclica de 
diferentes secções da superfície de apoio 
-Superfícies de apoio giratórias ou de inclinação - variam o centro 
da gravidade de forma sistemática, modificando a carga em pontos 
anatómicos específicos, através da elevação ou diminuição da 
superfície de apoio no plano longitudinal (Morison, 2004). 
Equipamento de prevenção na cama 
Mat. 
Estático 
19 
Mat. 
Dinâmico 
Nenhum 
EPUPP2006 12,5% 10,5% 77,1%
Manual de Orientações para a Macaronésia 
Equipamento de prevenção na cadeira 
20 
Mat. 
Estático 
Mat. 
Dinâmico 
Nenhum 
EPUPP2006 9,6% 0,3% 90,1% 
6.4.3.Protecção local 
· Utilizar pensos de espuma de poliuretano nas proeminências 
ósseas de forma a prevenir o aparecimento de UPP (Torra i Bou, 
2003) 
· Aplicar uma protecção especial para os calcâneos. Os pensos 
especiais de poliuretano demonstraram maior eficácia, apesar do 
maior custo efectivo que o uso de ligaduras almofadadas. (Torra 
i Bou, 2003) 
· Não utilizar rodilhas nem flutuadores como superfície de assento 
(Torra i Bou, 2003). 
8.5. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
· Assegurar uma adequada ingestão dietética para prevenir a 
malnutrição de acordo com as necessidades individuais da 
pessoa ou da sua condição de saúde; ter atenção especial para 
os défices proteicos (EPUAP, 2003) 
· Proporcionar suplementos nutricionais às pessoas em que se 
identifique alguma deficiência (EPUAP, 2003). 
A EPUAP recomenda que, no mínimo, a avaliação do estado 
nutricional deve incluir a pesagem periódica, avaliação da pele e o 
registo da ingestão de alimentos e líquidos. Procedimentos 
adicionais, incluindo medições antropométricas e testes
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
laboratoriais podem igualmente ser realizados. O suplemento 
nutricional deve ser considerado quando não for possível melhorar 
o consumo individual de alimentos e fluidos (EPUAP, 2003). 
8.6. EDUCAÇÃO DO CLIENTE E CUIDADOR 
· Avaliar os conhecimentos família/cuidador informal sobre 
prevenção das UPP 
· Avaliar a capacidade do cliente/família para a prevenção das UPP 
· Ensinar, Instruir e Treinar sobre: 
o Avaliação e cuidados à Pele 
o Posicionamentos e mobilização 
o Nutrição 
o Superfícies Especiais para Controlo da pressão 
· Monitorizar o plano de intervenção (Pieper, 2004). 
Prevalência de UPP 
Hospital Domicílio 
21 
Lar de 
Idosos 
EPUPP2006 9,2% 18,5% 6,5%
Manual de Orientações para a Macaronésia 
22 
9. Anotações
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
23 
Anotações
Manual de Orientações para a Macaronésia 
24 
Anotações
Prevenção de Úlceras Por Pressão 
25 
10. Bibliografia 
AYELLO, E. (2006) – Úlceras de pressão. In BARANOSKI, Sharon; 
AYELLO, E.– O essencial sobre o tratamento de feridas. Princípios 
práticos. Loures: Lusodidacta. P.279-314 
BALE, S. et al (2006).Skin Care. In Romanelli, Marco, (Ed). Science 
and practice of pressure ulcer management. (pp 75-84). London: 
Springer 
BRADEN, B (1997) – Risk assessment in pressure ulcer prevention 
IN KRASNER, D e KANE, D - Chronic wound care, Waye, 2nd edition, 
Health Management Publication, p.29-36. 
BERGSTROM N, BRADEN BJ, LAGUZZA A, HOLMAN V. (1987) - The 
Braden Scale Predicting Pressure Sore Risk. Nurs Res;36(4):205-10. 
COLLIER, M.; MOORE, Z. (2006). Etiology and risk factors. In 
ROMANELLI, M. (Ed.). Science and practice of pressure ulcer 
manegement London: Springer, pp 27-35. 
DEFLOOR, T. (2004) What are risk factors: sense or nonsense of 
pressure ulcer risk assessment scales 2nd World Union of Wound 
Healing Societies Meeting, July, Paris, Abstract 
EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL (1998) - Pressure 
ulcer prevention guidelines. EPUAP Rev; 1: 7-8. 
MORISON, M. (2004) – Prevenção e Tratamento de Úlceras de 
Pressão. Loures: Lusociência. p. 17-37
Manual de Orientações para a Macaronésia 
NIXON, J. (2004) – Fisiopatologia e etiologia das úlceras de 
pressão. In MORISON, Moya – Prevenção e Tratamento de Úlceras 
de Pressão. Loures: Lusociência. p. 17-37 
NORTON D, EXTON SMITH AN., Mclaren R. (1962) – An 
investigation of geriatric nursing problems in hospital. National 
Corporation for the care of old people. London 
PIEPER, B. (2004) – Educação do paciente In Morison, Moya (ED) 
Prevenção e tratamento de úlceras de pressão. (pp213-246). 
Loures: Lusociência. 
PINHEIRO, I (2002) – Úlceras de Pressão: Prevenção Diagnóstico e 
Tratamento – Geriatria, vol. XV nº 145, Junho, p: 21-36. 
PUCLAS 2, (2006) – Pressure Ulcer Classification apresentado no 
9th European Pressure Ulcer Advisory Panel open Meeting, Berlim, 
EPUAP (European Pressure Ulcer Advisory Panel) 
TORRA i BOU JE, RUEDA, J, SOLDEVILLA, J, MARTÍNEZ, F, VERDÚ, 
J. (2003) - Primer - Estudio Nacional de Prevalencia de Úlceras por 
Presión en España. Epidemiología y variables definitorias de las 
lesiones y pacientes. Gerokomo.; 14(1):37-47. 
VERDÚ, J. (2005) – Epidemiologia, prevenção e tratamento das 
úlceras por pressão. Tese de doutoramento em Saúde Pública. 
Universidade de Alicante 
26

Contenu connexe

Tendances

Feridas e curativos
Feridas e curativosFeridas e curativos
Feridas e curativosLuh Soares
 
Avaliação e tratamento de feridas - CBCENF
Avaliação e tratamento de feridas - CBCENFAvaliação e tratamento de feridas - CBCENF
Avaliação e tratamento de feridas - CBCENFJanaína Lassala
 
Prevenção de lesões por pressão
Prevenção de lesões por pressãoPrevenção de lesões por pressão
Prevenção de lesões por pressãoProqualis
 
Fundamentos de enfermagem aula 3
Fundamentos de enfermagem aula 3Fundamentos de enfermagem aula 3
Fundamentos de enfermagem aula 39999894014
 
Avaliação de úlceras por pressão
Avaliação de úlceras por pressãoAvaliação de úlceras por pressão
Avaliação de úlceras por pressãoAndréa Dantas
 
1ª aula introducao de-enfermagem
1ª aula introducao de-enfermagem1ª aula introducao de-enfermagem
1ª aula introducao de-enfermagemElter Alves
 
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER Karen Lira
 
higiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacientehigiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacienteViviane da Silva
 
Feridas e Curativos
Feridas e CurativosFeridas e Curativos
Feridas e CurativosElayne Nunes
 
Banho de leito.atualizada
Banho de leito.atualizadaBanho de leito.atualizada
Banho de leito.atualizadahospital
 
Avaliacao das feridas
Avaliacao das feridasAvaliacao das feridas
Avaliacao das feridasLaiane Alves
 

Tendances (20)

Feridas e curativos
Feridas e curativosFeridas e curativos
Feridas e curativos
 
Avaliação e tratamento de feridas - CBCENF
Avaliação e tratamento de feridas - CBCENFAvaliação e tratamento de feridas - CBCENF
Avaliação e tratamento de feridas - CBCENF
 
Prevenção de lesões por pressão
Prevenção de lesões por pressãoPrevenção de lesões por pressão
Prevenção de lesões por pressão
 
Ulcera De Pressao
Ulcera De PressaoUlcera De Pressao
Ulcera De Pressao
 
Guidelines Prevenção úlceras de pressão
Guidelines Prevenção úlceras de pressãoGuidelines Prevenção úlceras de pressão
Guidelines Prevenção úlceras de pressão
 
História da enfermagem
História da enfermagemHistória da enfermagem
História da enfermagem
 
Saúde do Adulto: enfermagem
Saúde do Adulto: enfermagemSaúde do Adulto: enfermagem
Saúde do Adulto: enfermagem
 
Fundamentos de enfermagem aula 3
Fundamentos de enfermagem aula 3Fundamentos de enfermagem aula 3
Fundamentos de enfermagem aula 3
 
Avaliação de úlceras por pressão
Avaliação de úlceras por pressãoAvaliação de úlceras por pressão
Avaliação de úlceras por pressão
 
Ulcera Por Pressao 1
Ulcera Por Pressao 1Ulcera Por Pressao 1
Ulcera Por Pressao 1
 
1ª aula introducao de-enfermagem
1ª aula introducao de-enfermagem1ª aula introducao de-enfermagem
1ª aula introducao de-enfermagem
 
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
 
higiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacientehigiene e conforto do paciente
higiene e conforto do paciente
 
Curativos
CurativosCurativos
Curativos
 
Feridas e Curativos
Feridas e CurativosFeridas e Curativos
Feridas e Curativos
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do paciente
 
Banho de leito.atualizada
Banho de leito.atualizadaBanho de leito.atualizada
Banho de leito.atualizada
 
Ortopedia
OrtopediaOrtopedia
Ortopedia
 
Avaliacao das feridas
Avaliacao das feridasAvaliacao das feridas
Avaliacao das feridas
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
 

En vedette

Prevenção das Úlceras de Pressão - Superficies de apoio
Prevenção das Úlceras de Pressão - Superficies de apoioPrevenção das Úlceras de Pressão - Superficies de apoio
Prevenção das Úlceras de Pressão - Superficies de apoioElcos&Ulcus - Sociedade Feridas
 
Guia para el cuidado de las ulceras
Guia para el cuidado de las ulcerasGuia para el cuidado de las ulceras
Guia para el cuidado de las ulcerasGNEAUPP.
 
Prevención y tratamiento de las úlceras por presión
Prevención y tratamiento de las úlceras por presiónPrevención y tratamiento de las úlceras por presión
Prevención y tratamiento de las úlceras por presiónGNEAUPP.
 
E-salud en los cuidados de las heridas
E-salud en los cuidados de las heridasE-salud en los cuidados de las heridas
E-salud en los cuidados de las heridasGNEAUPP.
 
Guia rapida de consulta para la prevencion diagnostico y tratamiento de las u...
Guia rapida de consulta para la prevencion diagnostico y tratamiento de las u...Guia rapida de consulta para la prevencion diagnostico y tratamiento de las u...
Guia rapida de consulta para la prevencion diagnostico y tratamiento de las u...GNEAUPP.
 
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...GNEAUPP.
 
GUÍA FASE PARA LA PREVENCIÓN DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA FASE PARA LA PREVENCIÓN DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGUÍA FASE PARA LA PREVENCIÓN DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA FASE PARA LA PREVENCIÓN DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGNEAUPP.
 

En vedette (8)

Prevenção das Úlceras de Pressão - Superficies de apoio
Prevenção das Úlceras de Pressão - Superficies de apoioPrevenção das Úlceras de Pressão - Superficies de apoio
Prevenção das Úlceras de Pressão - Superficies de apoio
 
Apresentação Projecto Up
Apresentação Projecto UpApresentação Projecto Up
Apresentação Projecto Up
 
Guia para el cuidado de las ulceras
Guia para el cuidado de las ulcerasGuia para el cuidado de las ulceras
Guia para el cuidado de las ulceras
 
Prevención y tratamiento de las úlceras por presión
Prevención y tratamiento de las úlceras por presiónPrevención y tratamiento de las úlceras por presión
Prevención y tratamiento de las úlceras por presión
 
E-salud en los cuidados de las heridas
E-salud en los cuidados de las heridasE-salud en los cuidados de las heridas
E-salud en los cuidados de las heridas
 
Guia rapida de consulta para la prevencion diagnostico y tratamiento de las u...
Guia rapida de consulta para la prevencion diagnostico y tratamiento de las u...Guia rapida de consulta para la prevencion diagnostico y tratamiento de las u...
Guia rapida de consulta para la prevencion diagnostico y tratamiento de las u...
 
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
Guía de recomendaciones basadas en la evidencia en Prevención y Tratamiento d...
 
GUÍA FASE PARA LA PREVENCIÓN DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA FASE PARA LA PREVENCIÓN DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGUÍA FASE PARA LA PREVENCIÓN DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA FASE PARA LA PREVENCIÓN DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
 

Similaire à Guia de prevenção de úlceras por pressão

atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão Nay Ribeiro
 
67 -tratamento_de_marcas_de_express_yo_em_mulheres_acima_de_40_anos_utilizan...
67  -tratamento_de_marcas_de_express_yo_em_mulheres_acima_de_40_anos_utilizan...67  -tratamento_de_marcas_de_express_yo_em_mulheres_acima_de_40_anos_utilizan...
67 -tratamento_de_marcas_de_express_yo_em_mulheres_acima_de_40_anos_utilizan...Ligia Maria Moura
 
Tratamento de úlceras de pressão
Tratamento de úlceras de pressãoTratamento de úlceras de pressão
Tratamento de úlceras de pressãoFrederico Brandão
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressãoDona Fátima
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressãoDona Fátima
 
Microdermoabrasão e Ácido Glicólico nas Cicatrizes de Acne
Microdermoabrasão e Ácido Glicólico nas Cicatrizes de AcneMicrodermoabrasão e Ácido Glicólico nas Cicatrizes de Acne
Microdermoabrasão e Ácido Glicólico nas Cicatrizes de AcneHelen H
 
Incontinencia e ulceras por pressao
Incontinencia e ulceras por pressaoIncontinencia e ulceras por pressao
Incontinencia e ulceras por pressaoGNEAUPP.
 
FERIDAS E CURATIVOS 1.pdf.pdf
FERIDAS E CURATIVOS 1.pdf.pdfFERIDAS E CURATIVOS 1.pdf.pdf
FERIDAS E CURATIVOS 1.pdf.pdfnayaraGomes40
 
Síndrome Compartimental
Síndrome CompartimentalSíndrome Compartimental
Síndrome CompartimentalMarcus Murata
 
Queimaduras - Ebook.pdf
Queimaduras - Ebook.pdfQueimaduras - Ebook.pdf
Queimaduras - Ebook.pdfThiagoLevy8
 

Similaire à Guia de prevenção de úlceras por pressão (20)

atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
atuação da Fisioterapia nas ulceras de pressão
 
Viviane (4)
Viviane (4)Viviane (4)
Viviane (4)
 
67 -tratamento_de_marcas_de_express_yo_em_mulheres_acima_de_40_anos_utilizan...
67  -tratamento_de_marcas_de_express_yo_em_mulheres_acima_de_40_anos_utilizan...67  -tratamento_de_marcas_de_express_yo_em_mulheres_acima_de_40_anos_utilizan...
67 -tratamento_de_marcas_de_express_yo_em_mulheres_acima_de_40_anos_utilizan...
 
Tratamento de úlceras de pressão
Tratamento de úlceras de pressãoTratamento de úlceras de pressão
Tratamento de úlceras de pressão
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressão
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressão
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressão
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressão
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressão
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressão
 
úLceras de pressão
úLceras de pressãoúLceras de pressão
úLceras de pressão
 
Microdermoabrasão e Ácido Glicólico nas Cicatrizes de Acne
Microdermoabrasão e Ácido Glicólico nas Cicatrizes de AcneMicrodermoabrasão e Ácido Glicólico nas Cicatrizes de Acne
Microdermoabrasão e Ácido Glicólico nas Cicatrizes de Acne
 
Incontinencia e ulceras por pressao
Incontinencia e ulceras por pressaoIncontinencia e ulceras por pressao
Incontinencia e ulceras por pressao
 
FERIDAS E CURATIVOS 1.pdf.pdf
FERIDAS E CURATIVOS 1.pdf.pdfFERIDAS E CURATIVOS 1.pdf.pdf
FERIDAS E CURATIVOS 1.pdf.pdf
 
Guia feridas
Guia feridasGuia feridas
Guia feridas
 
Guia feridas
Guia feridasGuia feridas
Guia feridas
 
Síndrome Compartimental
Síndrome CompartimentalSíndrome Compartimental
Síndrome Compartimental
 
Seminário de dermato
Seminário de dermatoSeminário de dermato
Seminário de dermato
 
Doença de Dupuytren
Doença de DupuytrenDoença de Dupuytren
Doença de Dupuytren
 
Queimaduras - Ebook.pdf
Queimaduras - Ebook.pdfQueimaduras - Ebook.pdf
Queimaduras - Ebook.pdf
 

Plus de GNEAUPP.

Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...GNEAUPP.
 
Documento técnico GNEAUPP nº14
Documento técnico GNEAUPP nº14Documento técnico GNEAUPP nº14
Documento técnico GNEAUPP nº14GNEAUPP.
 
Documento técnico GNEAUPP nº4
Documento técnico GNEAUPP nº4Documento técnico GNEAUPP nº4
Documento técnico GNEAUPP nº4GNEAUPP.
 
Documento técnico GNEAUPP nº3
Documento técnico GNEAUPP nº3Documento técnico GNEAUPP nº3
Documento técnico GNEAUPP nº3GNEAUPP.
 
Documento de posicionamiento 15
Documento de posicionamiento 15Documento de posicionamiento 15
Documento de posicionamiento 15GNEAUPP.
 
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...GNEAUPP.
 
guia ulceras por presion baleares
guia ulceras por presion balearesguia ulceras por presion baleares
guia ulceras por presion balearesGNEAUPP.
 
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...GNEAUPP.
 
CONUEI 2018
CONUEI 2018CONUEI 2018
CONUEI 2018GNEAUPP.
 
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...GNEAUPP.
 
Guía de actuación Pie diabético en Canarias
Guía de actuación Pie diabético en CanariasGuía de actuación Pie diabético en Canarias
Guía de actuación Pie diabético en CanariasGNEAUPP.
 
2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelinesGNEAUPP.
 
2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelinesGNEAUPP.
 
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa CrónicaGuías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa CrónicaGNEAUPP.
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...GNEAUPP.
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...GNEAUPP.
 
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationBest Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationGNEAUPP.
 
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationBest Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationGNEAUPP.
 
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGNEAUPP.
 
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...GNEAUPP.
 

Plus de GNEAUPP. (20)

Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
Conjunto mínimo básico de datos para la prevención, diagnóstico y tratamiento...
 
Documento técnico GNEAUPP nº14
Documento técnico GNEAUPP nº14Documento técnico GNEAUPP nº14
Documento técnico GNEAUPP nº14
 
Documento técnico GNEAUPP nº4
Documento técnico GNEAUPP nº4Documento técnico GNEAUPP nº4
Documento técnico GNEAUPP nº4
 
Documento técnico GNEAUPP nº3
Documento técnico GNEAUPP nº3Documento técnico GNEAUPP nº3
Documento técnico GNEAUPP nº3
 
Documento de posicionamiento 15
Documento de posicionamiento 15Documento de posicionamiento 15
Documento de posicionamiento 15
 
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
Valoración y manejo de las lesiones por presión para equipos interprofesional...
 
guia ulceras por presion baleares
guia ulceras por presion balearesguia ulceras por presion baleares
guia ulceras por presion baleares
 
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
Actualización de la guía de prevención y tratamiento de las úlceras por presi...
 
CONUEI 2018
CONUEI 2018CONUEI 2018
CONUEI 2018
 
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
CONFERENCIA NACIONAL DE CONSENSO SOBRE LAS ÚLCERAS DE LA EXTREMIDAD INFERIOR ...
 
Guía de actuación Pie diabético en Canarias
Guía de actuación Pie diabético en CanariasGuía de actuación Pie diabético en Canarias
Guía de actuación Pie diabético en Canarias
 
2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines
 
2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines2012 awma pan_pacific_guidelines
2012 awma pan_pacific_guidelines
 
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa CrónicaGuías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
Guías de Práctica Clínica en Enfermedad Venosa Crónica
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
 
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationBest Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
 
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg UlcerationBest Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
Best Practice Statement Holistic Management of Venous Leg Ulceration
 
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓNGUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
GUÍA DE ACTUACIÓN PARA LA PREVENCIÓN Y CUIDADOS DE LAS ÚLCERAS POR PRESIÓN
 
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
Role of multi-layer foam dressings with Safetac in the prevention of pressure...
 

Dernier

INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxssuser4ba5b7
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASArtthurPereira2
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.ColorNet
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfGustavoWallaceAlvesd
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfDaianaBittencourt
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 

Dernier (7)

INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãosAplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
 

Guia de prevenção de úlceras por pressão

  • 1.
  • 2. Autores e Editores: Grupo ICE – Cardoso, Leocádia; Carvalhal, Rosa; Chácon, Rodrigo; Espírito Santo, Teresa; Estévez, Mª Luísa; Ferrera, Mª Àngeles; Gomes, Miguel; Jardim, Helena; Jiménez, Juan Fernando; Luís, Rui; Mendes, Luís Filipe P.; Messias, Norberto; Reis, Maria Gorete; Rocha, Ana Paula; Rodrigues, Alexandre; Rodriguez, Bienvenida del Carmen; Santos, Mª Luísa; Silva, Dulce; Teixeira, Bruno Coordenação: Luís Filipe Mendes Tradução: Leocádia Cardoso Revisão técnica: Kátia Furtado José Verdú Soriano Capa e Design: Alexandre Rodrigues ISBN: 978-972-8612-43-6
  • 3. Índice 0.Introdução.....................................................................................4 1.Úlcera por Pressão .........................................................................5 2.Etiopatogenia.................................................................................5 3.Classificação ..................................................................................7 4.Diagnóstico Diferencial ...................................................................8 4.1.Causas...................................................................................8 4.2.Localização ............................................................................8 4.3.Forma....................................................................................9 4.4.Profundidade..........................................................................9 4.5.Necrose .................................................................................9 4.6.Bordos ...................................................................................9 5.Localização ..................................................................................10 6. Factores de Risco ........................................................................11 7. Escalas de Avaliação de Risco ......................................................12 8.Prevenção das UPP.......................................................................16 8.1.Avaliação do Risco................................................................16 8.2.Cuidados à Pele....................................................................17 8.3.Controlo da Humidade ..........................................................17 8.4.Controlo da Pressão..............................................................18 8.4.1.Mobilização / Mudanças posturais ..................................18 8.4.2.Superfícies Especiais para Controlo de Pressão ...............19 8.4.3.Protecção local .............................................................20 8.5.Avaliação Nutricional.............................................................20 8.6.Educação do Cliente e Cuidador ............................................21 9. Anotações.................................................................................212 10. Bibliografia................................................................................25
  • 4. Manual de Orientações para a Macaronésia 4 0.Introdução Nas últimas décadas, as Úlceras por Pressão (UPP) têm vindo a afirmar-se como uma área de preocupação dos profissionais de saúde e têm sido desenvolvidos estudos para uma melhor compreensão das mesmas. O presente manual de prevenção de UPP surge na sequência do Projecto de Investigação Científica em Enfermagem (ICE) integrado no Projecto Interreg III B - Açores, Madeira e Canárias, iniciado em 2005. Tendo em conta o estudo efectuado em 2006, no qual se encontrou uma prevalência de 14,2%, justifica-se o desenvolvimento deste, de forma a colocar à disposição dos Enfermeiros um instrumento fácil e prático que permita uma melhor abordagem desta problemática cuja finalidade é a estandardização das actuações dos profissionais perante este problema de saúde. Este manual de prevenção pretende ser um instrumento de ajuda profissional para reduzir o grau de incerteza e diminuir a heterogeneidade da tomada de decisão clínica. Conscientes de que este deve individualizar e decidir os cuidados em função das características e preferências de cada cliente e dos recursos disponíveis, dado tratar-se de um foco de atenção de alta sensibilidade aos cuidados de enfermagem e que se traduzirá em ganhos em saúde para os clientes. A elaboração deste manual teve como suporte as orientações da EPUAP e os dados referentes ao estudo de prevalência (EPUPP2006), realizado nos Arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias. Com esta inquietude realizamos este trabalho, desejando que os conteúdos aqui expostos sejam de utilidade para todos os profissionais de enfermagem que diariamente prestam cuidados nos três arquipélagos da Macaronésia.
  • 5. Prevenção de Úlceras Por Pressão 1.Úlcera por Pressão A úlcera por pressão tem sofrido evolução no que diz respeito 5 à sua definição. Na perspectiva da EPUAP e, tendo em conta o seu mais recente sistema de classificação, apresentado em Agosto de 2006, no 9th European Pressure Ulcer Advisory Panel Open Meeting, em Berlim, “úlcera de pressão é uma área de dano localizado na pele e estruturas subjacentes devido à pressão ou fricção e/ou combinação de ambas”. 2.Etiopatogenia Para o desenvolvimento de uma UPP as evidências científicas focalizam-se na relação entre a aplicação de uma pressão externa sobre a pele e tecidos subjacentes não adaptados a estas pressões e os efeitos da mesma sobre a micro-circulação local. Neste sentido, alguns mecanismos têm sido apontados como os causadores da ruptura tecidular, os quais são sintetizados por Nixon (2004): - A oclusão do fluxo sanguíneo cutâneo e consequente dano devido à reperfusão abrupta dos tecidos sujeitos a isquémia; - O dano endotelial das arteríolas e da microcirculação devido à aplicação de forças de ruptura e deslizamento; - A oclusão directa dos vasos sanguíneos pela pressão externa durante um período prolongado, resultando em morte celular. Collier e Moore (2006) referem que os valores da pressão crítica de encerramento (18 e 22 mmHg) variam de indivíduo para indivíduo e consoante a localização corporal dependendo da proeminência óssea em estudo, do músculo e da estrutura da pele.
  • 6. Manual de Orientações para a Macaronésia Nixon (2004), Collier e Moore (2006) defendem que o modelo de gradiente de pressão tem sido utilizado para explicar como a pressão resulta em morte celular. A pressão externa é transmitida a partir da epiderme em direcção ao interior do osso, e a contra pressão a partir do osso para a epiderme, comprimindo-se desta forma todos os tecidos entre a pele e o osso. A pressão maior é exercida directamente sobre o osso, diminuindo gradualmente até à epiderme. Fazendo com que o aporte sanguíneo ao músculo e ao tecido subcutâneo fique comprometido, podendo levar à morte destes tecidos sem, pelo menos numa fase inicial, provocar ruptura da epiderme. As forças de deslizamento contribuem activamente para o dano endotelial, diminuindo a tolerância dos tecidos à pressão. Considerando Ayello et al (2006), as forças de deslizamento são forças mecânicas que actuam na pele em direcção paralela à da superfície corporal. Este processo, além de poder provocar oclusão dos vasos, poderá também originar um estiramento dos mesmos, provocando a sua ruptura e a consequente diminuição do aporte sanguíneo e processo de (re)vascularização. Por outro lado, a exposição prolongada da pele à humidade também tem como consequência a maceração dos tecidos levando a um enfraquecimento das camadas externas desta, tornando-a mais vulnerável às lesões (Braden, 1997). A humidade da pele está relacionada com as alterações do nível de consciência e outras complicações neurológicas. Dentro destas, estão a incontinência urinaria e fecal bem como a sudorese excessiva (Braden e Bergstrom, 1987). 6
  • 7. Prevenção de Úlceras Por Pressão 7 3.Classificação A classificação das UPP por graus é um sistema de avaliação baseado na profundidade anatómica do tecido lesado. Segundo as recomendações da EPUAP, as úlceras classificam-se em quatro graus conforme o abaixo indicado: GRAUS DEFINIÇÃO FIGURAS GRAU I (Eritema não branqueável) Eritema não branqueável em pele intacta. Descoloração da pele, calor, edema; endurecimento ou rigidez podem também ser utilizados como indicadores, particularmente em indivíduos de pele escura. GRAU II (Flictena) Destruição parcial da pele envolvendo a epiderme, derme ou ambas. A Úlcera é superficial e apresenta-se clinicamente como abrasão ou flictena. GRAU III (Úlcera superficial) Destruição total da pele envolvendo necrose de tecido subcutâneo que pode estender-se até, mas não através da fáscia subjacente. GRAU IV (Úlcera profunda) Destruição extensa, necrose tecidular ou dano muscular, ósseo ou das estruturas de suporte com ou sem destruição da pele.
  • 8. Manual de Orientações para a Macaronésia Úlcera por pressão mais grave Grau I Grau II Grau III Grau IV EPUPP2006 15,4% 14,8% 29,0% 40,8% 4.Diagnóstico Diferencial As UPP, frequentemente são confundidas com outro tipo de lesões, as de humidade, pelo que para uma avaliação mais correcta é necessário considerar, tendo em conta o PUCLAS 2 (2006), os seguintes pontos de observação: 8 4.1.CAUSAS Na UPP tem de estar presente a pressão e/ou as forças de deslizamento. Na lesão por humidade, a humidade tem de estar presente. Quando a humidade e a pressão/forças de deslizamento estão simultaneamente presentes, a lesão tanto pode ser UPP como lesão por humidade, designando-se neste caso por lesão combinada. 4.2.LOCALIZAÇÃO Uma ferida livre de proeminência óssea é improvável que seja uma UPP. No entanto, é possível desenvolver uma úlcera de pressão quando o tecido mole é comprimido externamente (ex. por uma SNG, tubo nasal de oxigénio, cateter urinário).
  • 9. Prevenção de Úlceras Por Pressão Uma lesão por humidade pode ocorrer sobre uma proeminência óssea. Contudo, devem ser excluídas a pressão e forças de deslizamento como causas e a humidade tem de estar presente. 9 4.3.FORMA Se a lesão está limitada a um ponto é provável que seja uma UPP, no entanto, vários pontos superficiais e difusos correspondem habitualmente a lesões por humidade. Feridas circulares, ou feridas com forma regular, são maioritariamente úlceras por pressão, contudo a possibilidade de lesão por fricção deve ser excluída. As formas irregulares estão habitualmente presentes nas lesões combinadas (úlceras de pressão e lesões por humidade). 4.4.PROFUNDIDADE As lesões por humidade são superficiais (destruição parcial das camadas da pele). 4.5.NECROSE Numa lesão por humidade não existe necrose. 4.6.BORDOS Se os bordos são distintos a lesão é provavelmente uma úlcera por pressão. As lesões por humidade têm habitualmente bordos difusos e irregulares.
  • 10. Manual de Orientações para a Macaronésia 10 5.Localização Existem determinadas áreas corporais onde mais frequentemente se apresentam as UPP, como se pode verificar no esquema seguinte: Decúbito dorsal Decúbito lateral Decúbito ventral Fonte: Revista Soins, Nº390, Setembro 1982
  • 11. Prevenção de Úlceras Por Pressão Posição de sentado: Tuberosidades isquiáticos Fonte : Revista Rol de Enfermería, Nº136, Dezembro 1989 Localização da UPP mais grave Sacro Calcâneo Trocanter Outras EPUPP2006 35,5% 16,0% 18,9% 29,6% 6. Factores de Risco Os factores que conduzem o cliente ao risco de sofrer de UPP podem ser muito diversos. Assim, podemos falar de factores de índole interno e factores de carácter externo. Factores Intrínsecos Factores Extrínsecos 11 Idade Condição Física: Imobilidade Desnutrição/Desidratação Alterações Respiratórias Alterações Neurológicas Alterações Psicológicas Insuficiência Vasomotora Hipotensão Humidade Agentes Alcoólicos Superfície de Apoio Técnicas manuais sobre a pele Dispositivos (sondas, canula nasal…) Contenções Físicas
  • 12. Manual de Orientações para a Macaronésia 12 Insuficiência Cardíaca Vasoconstrição Periférica Alterações Endoteliais Diabetes Anemia Septicemia Medicação (Sedativos, corticóides) Incontinência 7. Escalas de Avaliação de Risco Pelo exposto, há uma série de factores de índole diversa que podem ser responsáveis pelo aparecimento de uma UPP, pelo que é necessário fazer uma avaliação pormenorizada das probabilidades das pessoas ao aparecimento da mesma, para isso podem ser utilizadas diversas escalas que avaliam o risco da apresentação de uma UPP (Defloor 2004). O uso destas escalas permite-nos avaliar, de forma objectiva, os factores de risco mencionados e que se encontram presentes em cada indivíduo, assim como a intensidade ou pontuação alcançada por cada um deles, o que nos permite uma intervenção rápida a tempo de minimizarmos ou, até mesmo, anularmos os mesmos, obtendo assim uma melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem (Pinheiro 2002). Uma das primeiras escalas de avaliação do risco das UPP foi a descrita por Norton em 1962. Contudo, a mais utilizada nos últimos anos tem sido a escala de Bárbara Braden e Nancy Bergstrom,
  • 13. Prevenção de Úlceras Por Pressão também recomendada pela EPUAP e validada para Portugal, pelo que foi incluída neste estudo. 13 7.1.ESCALA DE BRADEN Está constituída por seis subescalas, segundo se pode observar no esquema seguinte. Cada uma delas com a explicação correspondente. Cada uma das pontuações obtidas em cada um dos parâmetros da escala permite-nos classificar cada sujeito num valor de predicação de risco. Os objectivos da mesma são: reduzir a incidência de UPP; identificar quem tem risco e quem não o tem; planificar cuidados de enfermagem baseados nos ditos factores de risco e o grau de severidade dos mesmos; reduzir o impacto económico; aumentar a qualidade dos cuidados.
  • 14. Manual de Orientações para a Macaronésia 14 Percepção sensorial Capacidade de reacção significativa ao desconforto 1. Completamente limitada: Não reage a estímulos dolorosos (não geme, não se retrai nem se agarra a nada) devido a um nível reduzido de consciência ou à sedação, OU capacidade limitada de sentir a dor na maior parte do seu corpo. 2. Muito limitada: Reage unicamente a estímulos dolorosos. Não consegue comunicar o desconforto, excepto através de gemidos ou inquietação, OU tem uma limitação sensorial que lhe reduz a capacidade de sentir dor ou desconforto em mais de metade do corpo. Humidade Nível de exposição da pele à humidade 1. Pele constantemente húmida: A pele mantém-se sempre húmida devido a sudorese, urina, etc. É detectada humidade sempre que o doente é deslocado ou virado. 2. Pele muito húmida: A pele está frequentemente, mas nem sempre, húmida. Os lençóis têm de ser mudados pelo menos uma vez por turno. Actividade Nível de actividade física 1. Acamado: O doente está confinado à cama. 2. Sentado: Capacidade de marcha gravemente limitada ou inexistente. Não pode fazer carga e/ou tem de ser ajudado a sentar- -se na cadeira normal ou de rodas. Mobilidade Capacidade de alterar e controlar a posição do corpo 1. Completamente imobilizado: Não faz qualquer movimento com o corpo ou extremidades sem ajuda. 2. Muito limitada: Ocasionalmente muda ligeiramente a posição do corpo ou das extremidades, mas não é capaz de fazer mudanças frequentes ou significativas sozinho. Nutrição Alimentaçã o habitual 1. Muito pobre: Nunca come uma refeição completa. Raramente come mais de 1/3 da comida que lhe é oferecida. Come diariamente duas refeições, ou menos, de proteínas (carne ou lacticínios). Ingere poucos líquidos. Não toma um suplemento dietético líquido OU está em jejum e/ou a dieta líquida ou a soros durante mais de cinco dias. 2. Provavelmente inadequada: Raramente come uma refeição completa e geralmente come apenas cerca de 1/2 da comida que lhe é oferecida. A ingestão de proteínas consiste unicamente em três refeições diárias de carne ou lacticínios. Ocasionalmente toma um suplemento dietético OU recebe menos do que a quantidade ideal de líquidos ou alimentos por sonda. Fricção e forças de deslizamento 1. Problema: Requer uma ajuda moderada a máxima para se movimentar. É impossível levantar o doente completamente sem deslizar contra os lençóis. Descai frequentemente na cama ou cadeira, exigindo um reposicionamento constante com ajuda máxima. Espasticidade, contraturas ou agitação leva a fricção quase constante. 2. Problema potencial: Movimenta-se com alguma dificuldade ou requer uma ajuda mínima. É provável que, durante uma movimentação, a pele deslize de alguma forma contra os lençóis, cadeira, apoios ou outros dispositivos. A maior parte do tempo, mantém uma posição relativamente boa na cama ou na cadeira, mas ocasionalmente descai.
  • 15. Prevenção de Úlceras Por Pressão 15 3. Ligeiramente limitada: Obedece a instruções verbais, mas nem sempre consegue comunicar o desconforto ou a necessidade de ser mudado de posição, OU tem alguma limitação sensorial que lhe reduz a capacidade de sentir dor ou desconforto em 1 ou 2 extremidades. 4. Nenhuma limitação: Obedece a instruções verbais. Não apresenta défice sensorial que possa limitar a capacidade de sentir ou exprimir dor ou desconforto. 3. Pele ocasionalmente húmida: A pele está por vezes húmida, exigindo uma muda adicional de lençóis aproximadamente uma vez por dia. 4. Pele raramente húmida: A pele está geralmente seca; os lençóis só têm de ser mudados nos intervalos habituais. 3. Anda ocasionalmente: Por vezes caminha durante o dia, mas apenas curtas distâncias, com ou sem ajuda. Passa a maior parte dos turnos deitado ou sentado. 4. Anda frequentemente: Anda fora do quarto pelo menos duas vezes por dia, e dentro do quarto pelo menos de duas em duas horas durante o período em que está acordado. 3. Ligeiramente limitado: Faz pequenas e frequentes alterações de posição do corpo e das extremidades sem ajuda. 4. Nenhuma limitação: Faz grandes ou frequentes alterações de posição do corpo sem ajuda. 3. Adequada: Come mais de metade da maior parte das refeições. Faz quatro refeições diárias de proteínas (carne, peixe, lacticínios). Por vezes recusa uma refeição, mas toma geralmente um suplemento caso lhe seja oferecido, OU é alimentado por sonda ou num regime de nutrição parentérica total satisfazendo provavelmente a maior parte das necessidades nutricionais. 4. Excelente: Come a maior parte das refeições na íntegra. Nunca recusa uma refeição. Faz geralmente um total de quatro ou mais refeições (carne, peixe, lacticínios). Come ocasional-mente entre as refeições. Não requer suplementos. 3. Nenhum problema: Move-se na cama e na cadeira sem ajuda e tem força muscular suficiente para se levantar completamente durante uma mudança de posição. Mantém uma correcta posição na cama ou cadeira.
  • 16. Manual de Orientações para a Macaronésia 8. Prevenção das UPP Vários estudos comprovam que 95% dos casos das UPP são preveníveis. (Morison, 2004, Soriano, 2005). Considera-se a prevenção uma actividade prioritária nos cuidados ao cliente com risco de UPP, pelo que as medidas que visam "anular/minimizar a pressão sobre os tecidos, proporcionar uma maior resistência à pele e melhorar o estado geral dos clientes” devem ser implementadas atempadamente (Soriano, 2005, p.12). É necessário atender aos factores predisponentes intrínsecos e 16 extrínsecos. Torna-se imperativo que os enfermeiros desenvolvam competências constituindo-se agentes pró-activos na implementação de métodos eficazes, tendo em conta as seguintes recomendações: 1. Avaliação de Risco 2. Cuidados à pele 3. Controlo de humidade 4. Controlo de pressão 5. Avaliação nutricional 6. Educação do Cliente e Cuidador 8.1. AVALIAÇÃO DO RISCO · Considerar que todo o cliente tem um potencial de risco · Utilizar a Escala de Braden · Aplicar a escala no primeiro contacto e com uma periodicidade regular e não apenas quando há alterações significativas do estado geral · Efectuar o registo da avaliação de risco
  • 17. Prevenção de Úlceras Por Pressão Risco de desenvolver UPP segundo a Escala de Braden Baixo Alto EPUPP2006 67,5% 32,5% 8.2. CUIDADOS À PELE · Observar a pele diariamente prestando especial atenção: às proeminências ósseas; zonas expostas à humidade; lesões cutâneas; temperatura e turgor · Efectuar a higiene diária com sabão neutro · Lavar, enxaguar e secar a pele sem friccionar, atender às pregas cutâneas e espaços interdigitais. · Considerar a aplicação de ácidos gordos hiperoxigenados · Recorrer a pensos protectores (Hidrocoloides, películas e espumas de poliuretano) para reduzir a pressão · Manter a roupa da cama seca e esticada · Não massajar sobre as proeminências ósseas (Bale, 2006). 8.3. CONTROLO DA HUMIDADE · Controlar a incontinência fecal e urinária · Manter a pele seca em caso de diaforese · Proteger a pele em caso de drenagem excessiva de exsudado 17
  • 18. Manual de Orientações para a Macaronésia Incontinência Urinária Fecal Dupla Nenhuma EPUPP2006 13,2% 3,1% 27,5% 56,2% 8.4. CONTROLO DA PRESSÃO A pressão é reduzida por: · Mobilização/mudanças posturais, · Superfícies Especiais para Controlo da Pressão · Protecção local. 8.4.1.Mobilização / mudanças posturais · Elaborar um plano escrito de posicionamentos que fomente e melhore a mobilidade e actividade do cliente · Efectuar mudanças de posição (na cama ou na cadeira) em intervalos frequentes que permitam redistribuir o peso e a pressão · Mobilizar o cliente, evitando a fricção e os movimentos de deslizamento; · Elevar a cabeceira da cama até ao máximo de 30º e durante o mínimo tempo possível · Para as posições de decúbito lateral não deve ultrapassar-se os 30º de inclinação. Evitar-se apoiar o peso sobre os trocânteres (Defloor et al, 2006). Posicionamento na Cama Nenhum/Irregular 1h/1h 2h/2h 3h/3h 4h/4h EPUPP2006 82,3% 0,3% 4,0% 8,2% 5,1% 18
  • 19. Prevenção de Úlceras Por Pressão Posicionamento na Cadeira Nenhum/Irregular 1h/1h 2h/2h 3h/3h 4h/4h EPUPP2006 95,2% 0,3% 1,8% 1,2% 1,5% 8.4.2.Superfícies Especiais para Controlo de Pressão As superfícies de controlo de pressão são consideradas como material complementar e não substituem a mobilização e os posicionamentos. Tipo de Superfícies: - Superfícies estáticas ou de pressão constante - procuram maximizar a área corporal em contacto com a superfície do colchão, reduzindo a magnitude da pressão no contacto entre qualquer pressão anatómica - Superfícies dinâmicas - dispositivos que tentam, de forma sistemática, variar as posições anatómicas que suportam o peso, normalmente através da insuflação e desinsuflação cíclica de diferentes secções da superfície de apoio -Superfícies de apoio giratórias ou de inclinação - variam o centro da gravidade de forma sistemática, modificando a carga em pontos anatómicos específicos, através da elevação ou diminuição da superfície de apoio no plano longitudinal (Morison, 2004). Equipamento de prevenção na cama Mat. Estático 19 Mat. Dinâmico Nenhum EPUPP2006 12,5% 10,5% 77,1%
  • 20. Manual de Orientações para a Macaronésia Equipamento de prevenção na cadeira 20 Mat. Estático Mat. Dinâmico Nenhum EPUPP2006 9,6% 0,3% 90,1% 6.4.3.Protecção local · Utilizar pensos de espuma de poliuretano nas proeminências ósseas de forma a prevenir o aparecimento de UPP (Torra i Bou, 2003) · Aplicar uma protecção especial para os calcâneos. Os pensos especiais de poliuretano demonstraram maior eficácia, apesar do maior custo efectivo que o uso de ligaduras almofadadas. (Torra i Bou, 2003) · Não utilizar rodilhas nem flutuadores como superfície de assento (Torra i Bou, 2003). 8.5. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL · Assegurar uma adequada ingestão dietética para prevenir a malnutrição de acordo com as necessidades individuais da pessoa ou da sua condição de saúde; ter atenção especial para os défices proteicos (EPUAP, 2003) · Proporcionar suplementos nutricionais às pessoas em que se identifique alguma deficiência (EPUAP, 2003). A EPUAP recomenda que, no mínimo, a avaliação do estado nutricional deve incluir a pesagem periódica, avaliação da pele e o registo da ingestão de alimentos e líquidos. Procedimentos adicionais, incluindo medições antropométricas e testes
  • 21. Prevenção de Úlceras Por Pressão laboratoriais podem igualmente ser realizados. O suplemento nutricional deve ser considerado quando não for possível melhorar o consumo individual de alimentos e fluidos (EPUAP, 2003). 8.6. EDUCAÇÃO DO CLIENTE E CUIDADOR · Avaliar os conhecimentos família/cuidador informal sobre prevenção das UPP · Avaliar a capacidade do cliente/família para a prevenção das UPP · Ensinar, Instruir e Treinar sobre: o Avaliação e cuidados à Pele o Posicionamentos e mobilização o Nutrição o Superfícies Especiais para Controlo da pressão · Monitorizar o plano de intervenção (Pieper, 2004). Prevalência de UPP Hospital Domicílio 21 Lar de Idosos EPUPP2006 9,2% 18,5% 6,5%
  • 22. Manual de Orientações para a Macaronésia 22 9. Anotações
  • 23. Prevenção de Úlceras Por Pressão 23 Anotações
  • 24. Manual de Orientações para a Macaronésia 24 Anotações
  • 25. Prevenção de Úlceras Por Pressão 25 10. Bibliografia AYELLO, E. (2006) – Úlceras de pressão. In BARANOSKI, Sharon; AYELLO, E.– O essencial sobre o tratamento de feridas. Princípios práticos. Loures: Lusodidacta. P.279-314 BALE, S. et al (2006).Skin Care. In Romanelli, Marco, (Ed). Science and practice of pressure ulcer management. (pp 75-84). London: Springer BRADEN, B (1997) – Risk assessment in pressure ulcer prevention IN KRASNER, D e KANE, D - Chronic wound care, Waye, 2nd edition, Health Management Publication, p.29-36. BERGSTROM N, BRADEN BJ, LAGUZZA A, HOLMAN V. (1987) - The Braden Scale Predicting Pressure Sore Risk. Nurs Res;36(4):205-10. COLLIER, M.; MOORE, Z. (2006). Etiology and risk factors. In ROMANELLI, M. (Ed.). Science and practice of pressure ulcer manegement London: Springer, pp 27-35. DEFLOOR, T. (2004) What are risk factors: sense or nonsense of pressure ulcer risk assessment scales 2nd World Union of Wound Healing Societies Meeting, July, Paris, Abstract EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL (1998) - Pressure ulcer prevention guidelines. EPUAP Rev; 1: 7-8. MORISON, M. (2004) – Prevenção e Tratamento de Úlceras de Pressão. Loures: Lusociência. p. 17-37
  • 26. Manual de Orientações para a Macaronésia NIXON, J. (2004) – Fisiopatologia e etiologia das úlceras de pressão. In MORISON, Moya – Prevenção e Tratamento de Úlceras de Pressão. Loures: Lusociência. p. 17-37 NORTON D, EXTON SMITH AN., Mclaren R. (1962) – An investigation of geriatric nursing problems in hospital. National Corporation for the care of old people. London PIEPER, B. (2004) – Educação do paciente In Morison, Moya (ED) Prevenção e tratamento de úlceras de pressão. (pp213-246). Loures: Lusociência. PINHEIRO, I (2002) – Úlceras de Pressão: Prevenção Diagnóstico e Tratamento – Geriatria, vol. XV nº 145, Junho, p: 21-36. PUCLAS 2, (2006) – Pressure Ulcer Classification apresentado no 9th European Pressure Ulcer Advisory Panel open Meeting, Berlim, EPUAP (European Pressure Ulcer Advisory Panel) TORRA i BOU JE, RUEDA, J, SOLDEVILLA, J, MARTÍNEZ, F, VERDÚ, J. (2003) - Primer - Estudio Nacional de Prevalencia de Úlceras por Presión en España. Epidemiología y variables definitorias de las lesiones y pacientes. Gerokomo.; 14(1):37-47. VERDÚ, J. (2005) – Epidemiologia, prevenção e tratamento das úlceras por pressão. Tese de doutoramento em Saúde Pública. Universidade de Alicante 26