SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  48
Télécharger pour lire hors ligne
“Angola está
aberta para os
grandes players da
distribuição moderna”
distribuição
distribuição
VIP
feiras
Entrevista à Ministra do Comércio, Rosa Pacavira
“Tudo para crescer”
“Consumo no Natal penalizado
pela crise económica”
A opinião dos profissionais
sobre a distribuição, produção
e respectiva evolução
“Um salão que se quer
exportador”
Snapshot
Angola Retail
Consumo
no Natal
Very Important
Professional
Alimentaria
+
>>Director: António Pedro >>Director Executivo: Victor Jorge >>Periodicidade: Bimestral >>Propriedade: Score Media >>preço capa: 0 Kz
>>dezembro 2012
>>ano I
00
01-02 Capa b.indd 1 10/12/12 17:53
01-02 Capa b.indd 2 09/12/12 12:19
#03
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
editorial
A
ngola é um País de oportunidades, com uma taxa mé-
dia de crescimento de 11,1% que é mais alta entre as
10 economias que mais evoluíram na última década,
segundo o FMI e o The Economist. O País está na
primeira linha do desenvolvimento e com um caminho definido
e certo: o da evolução.
Entre os sectores com maior potencial de crescimento e evolução
está a Distribuição Moderna, nos vectores alimentar e não ali-
mentar, bem como a Produção, também ela alimentar e não
alimentar, além de actividades que complementam estes vastos
mercados como, a título de exemplo, a Logística, Tecnologia,
Veículos, Bebidas ou Vinhos, entre outros.
É precisamente neste espectro que a revista “Distribuição em Ex-
pansão” se quer posicionar e marcar a sua diferença.
Bimestralmente, queremos dar visibilidade não só aos diversos
sectores de actividade como, também, aos profissionais que neles
intervêm, funcionando como uma ponte de diálogo e facilitador
de ligação e relações entre sectores e seus profissionais.
Pretendemos apresentar ao mercado uma revista inédita em An-
gola, feita em Angola, que trata o sector da Distribuição Mod-
erna e Produção enquanto alavancas para a diversificação e desen-
volvimento da economia nacional e dirigida aos profissionais que
exercem a sua actividade no universo do comércio e consumo.
É reconhecido que a oferta, em termos de retalho alimentar e não
alimentar, é débil, com cerca de 70% do comércio a realiza-se
ainda no mercado informal.
Também do lado da produção verifica-se que a generalidade
dos produtos embalados encontrados e consumidos no País é
importada, pois os dados do Conselho Nacional de Carrega-
dores são elucidativos.
Se Angola tem um caminho de progresso que deverá seguir no
que diz respeito à Distribuição Moderna, com a aplicação de
cada vez melhores práticas, também é verdade que a produção
de bens de grande consumo só poderá conhecer um registo de
crescimento, sendo, no entanto, necessária uma definição de
políticas que não faça os operadores do retalho depender tanto da
importação, mas capazes de recorrer à oferta de produtos locais.
E é aqui que queremos fazer a diferença e dar a conhecer as di-
ficuldades e necessidades, mas também os casos de sucesso que
existem em Angola nos mais variados sectores de actividade.
Não queremos nem podemos limitar-nos, contudo, à realidade
do mercado angolano. Pretendemos trazer, igualmente, temáticas
que enriquecerão os profissionais com a apresentação das últi-
mas tendências, análises, estudos, case studies do melhor que se
realiza e produz em todo o mundo, através de parcerias com as
mais destacadas e reconhecidas consultoras mundiais. É mais um
desafio a que nos propusemos para darmos o nosso contributo
neste sector.
No alinhamento editorial da revista “Distribuição em Expansão”,
os profissionais poderão encontrar entrevistas de fundo, análises
aos sectores da “Distribuição Moderna”, “Produção”, “Bebidas”,
“Vinhos”, “Logística”, “Veículos”, “Tecnologia”, “Inovação”,
“Emprego&Formação”, apresentação de estudos, análises e in-
sights, as últimas novidades no que diz respeito ao lançamento de
produtos, artigos de opinião e muito mais.
Além disso, a “Distribuição em Expansão” vai organizar um pai-
nel, composto por profissionais dos mais variados sectores anali-
sados na revista, que, bimestralmente, dará a sua opinião sobre o
que de mais relevante se passa no mercado, lançando, ao mesmo
tempo, pistas, discussão, debate e ideias do que são, poderão e
deverão ser estes mercados no presente e futuro.
Assim, convidamo-lo(a) a conhecer este novo projecto e a
fazer parte da história da Distribuição Moderna e Produção
em Angola.
Junte-se a nós e apoie-nos na tarefa de fazer com que a dis-
tribuição viva, de facto, um período de expansão em Angola.
Um sector de
primeira linha
António PedrO,
Director
ficha técnica
Conselho de Gerência Sílvio Baptista • Conselho Editorial Victor Fernandes, Sílvio Baptista, Carlos Rosado de Carvalho, Juvenis Paulo, Miguel Coutinho, Nilza Rodrigues,
Raul Vaz e Verónica Pereira • Directora Geral de Publicações Nilza Rodrigues • Director António Pedro • Director Executivo Victor Jorge • Consultor Editorial Carlos
Rosado de Carvalho
Colaboram neste número Estêvão Martins, Eunice Sebastião, José Rousseau, Pedro Silva e Luís Rasquilha
Fotografia Edson Chagas (Subeditor), César Magalhães, Lídia Onde
Projecto Gráfico Rui Sampaio • Impressão Lisgráfica • Distribuidora Score Media • Direcção Comercial Tânia Vasconcelos (Directora), Carina Amuedo, Cátia Amado
Direcção Administrativa e Financeira Renato Moreira (Director), Egídio Francisco, Garcia José, Herlander Tomás, Katila Denise, Rosa Ngola, Stanislau Pataca
Contactos 244 222 322 665 / 244 222 322 654 / 244 222 322 674 • Fax: 244 222 443 453 • Rua Damião de Góis, n.º 81 – Bairro de Alvalade, Luanda – Angola
Contactos E-mail expansao@scoremedia.co.ao / comercial@scoremedia.co.ao
Representação em Portugal Estratégia Media • Direcção-Geral Nilza Rodrigues • Departamento Administrativo Amélia Saavedra • Contactos +351 927747062
Registo MCS-520/B2009
03 Editorial.indd 3 09/12/12 15:21
#04
#
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
índice
08
14
22
26
30
32
36
38
40
42
44
46
Entrevista
Ministra do Comércio, Rosa Pacavira
Distribuição
14 - 15 Snapshot Angola retail Tudo para… crescer
16 - 19 Consumo no Natal Consumo no Natal penalizado pela crise económica
20 Marketview Angola CBRE Grandes superfícies comerciais trazem retalhistas
internacionais para Angola
Opinião
22 José António Rousseau O ADN da DISTRIBUIÇÃO
23 Pedro Miguel Silva A terceira vaga do capital humano
Produção
26 - 27 A produção vista pelos profissionais
28 - 29 24 Horas com... Raúl Mateus, Proprietário e Presidente do Conselho de
Administração da Pomobel
Bebidas
30 - 31 Cervejas Importação de bebidas estrangeiras com processo dificultado
Logística
32 ExpoTrans Logística e distribuição atraem investidores externos
35 GPS Distribuição e produção beneficiam com GPS
Transportes
36 Mercedes Citan Uma forma eficiente de fazer entregas urbanas
Leitura
38 O Livro das Decisões - 50 Modelos para pensar com estratégia
38 O Estratega - Seja o Líder de que a sua empresa precisa
Feiras
40 Alimentaria  Horexpo Lisboa Um salão que se quer exportador
Novidades
As últimas novidades em termos de produtos serão conhecidas nestas páginas
da Distribuição em Expansão.
VIP
Um painel de profissionais dará, bimestralmente, a sua opinião sobre questões da
actualidade colocadas pela redacção da Distribuição em Expansão.
Opinião
46 Luís Rasquilha Tendências: o que são e como servem para gerar inovação
08
14
28
40
20
04-05 IndiceQuizz.indd 4 07/12/12 23:25
1
3
4
2
#05
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
Em que década abriu o primeiro super/hipermercado
organizado em Angola?
	 a) 1970
	 b) 1968
	 c) 1999
	 d) 2001
Quantos players (cadeias de distribuição) existem a actuar em
Angola?
	 a) 6
	 b) 10
	 c) 4
	 d) 8
A associação que congrega os players da Distribuição
Moderna em Angola tem o nome de …?
	 a) Associação do Comércio de Angola
	 b) Não existe associação da distribuição moderna
em Angola.
	 c) Associação da Distribuição de Angola
	 d) Associação dos Comerciantes de Angola
Quantas grandes superfícies comerciais (centros comerciais)
vão ser abertas nos próximos tempos na cidade de Luanda?
	 a) 1
	 b) Nenhuma
	 c) 3
	 d) 2
quiz
Respostas:
1a),2a),3b),4d)
04-05 IndiceQuizz.indd 5 07/12/12 23:25
#06
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
O interior da
Distribuição
em Expansão
A revista Distribuição em Expansão que
chega agora ao mercado será dividida em
várias secções, cada uma com identidade
própria e explicativa do que mais
importante se passa nesse mesmo sector.
A abrir a revista encontramos a secção de distribuição,
na qual será espelhada o que mais importante e rele-
vante acontece no sector da distribuição moderna, tanto
na vertente alimentar como não alimentar.
Será aqui que os profissionais poderão encontrar as últi-
mas novidades sobre o mercado em que actuam como,
também, análises das maiores consultoras mundiais de
retalho, bem como insights sobre tendências, comporta-
mentos do consumidor e de hábitos de consumo.
Desde a produção alimentar à não alimentar, existem
uma panóplia de produtos e empresas sobre as quais nos
iremos debruçar, dando a conhecer o que de mais rel-
evante se passa neste mercado. Análises, reportagens,
case studies, práticas, tendências, tudo se insere num
sector de extremamente importância para os consumi-
dores e profissionais da distribuição.
Acompanhe 24 horas na vida de um profissional. A que
horas se levanta, toma o pequeno-almoço, chega ao es-
critório/empresa, tem a sua primeira, segunda, terceira
reunião, a que horas almoço, o que faz da parte da tarde,
enfim, um sem número de passos que não dependem de
nós, mas do profissional a acompanhar.
Esta secção é dedicada ao universo de Baco, Deus do
Vinho. Sem produção própria, os vinhos que se podem
encontrar nos super e hipermercados espalhados por
Angola provém de países estrangeiros. França, Chile,
África do Sul, Portugal, Argentina, Espanha, Itália, Ar-
gentina, Austrália, Nova Zelândia, EUA, China são os
grandes produtores de vinho. Conheça aqui as últimas
novidades chegadas a Angola.
A entrevista é uma componente importante em qualquer
revista, reforçando-se o seu papel numa publicação que
se quer especializada e para profissionais. É neste es-
paço que poderá encontrar as entrevistas mais impor-
tantes a actores dos mais diversos sectores analisados
bimestralmente. Entrevistas de fundo, com relevância e
que irão tocar nos pontos mais importantes no mercado
e na realidade em que determinado profissional se move.
Alcoólicas, não alcoólicas, cervejas, refrigerantes, sumos,
com gás, sem gás, tudo o que se pode encontrar num
linear de super e/ou hipermercado na secção de bebi-
das tem o seu lugar nesta secção. Novidades, estraté-
gias, análises, quem quiser ficar a par do que acontece
no mundo das bebidas, terá aqui a seu leitura obrigatória.
distribuição
produção
24 Horas com…
vinhos
entrevista
bebidas
06-07 Explicação.indd 6 07/12/12 23:28
#07
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
A logística é uma das componentes mas importantes na
operação de um distribuidor ou produtor.
A logística dentro e fora de armazém, as componentes
que fazem parte deste universo como as paletes ou soft-
ware, entre outros, encontrarão aqui o seu espaço.
Há opiniões que que qualquer profissional quer, deseja
e precisa de ouvir. Pois bem, a revista Distribuição em
Expansão reuniu alguns dos melhores profissionais, es-
pecialistas, opinion makers cujas palavras são ouvidas
e seguidas.
Feiras, congressos, conferências, workshops, seminári-
os, apresentações. Não sabe quando e onde acontecem.
A partir de agora terá um local onde ficará a par do que
de mais importante irá acontecer no mundo e com im-
portância para o seu sector.
Um painel de profissionais dará, bimestralmente, a sua
opinião sobre questões da actualidade colocadas pela
redacção da Distribuição em Expansão. Trabalhadas,
a posteriori, estatisticamente, ficará a saber o que os
profissionais convidados pensa sobre determinado as-
sunto, mas nunca de forma individual, mas em grupo.
O objectivo passa por conseguir lançar, ao mesmo
tempo, pistas, discussão, debate e ideias do que são,
poderão e deverão ser estes mercados no presente e
futuro.
Qualquer produto que necessite de ir de ponto A para pon-
to B precisa de um transporte. Nesta secção, pretendemos
dar a conhecer as mais recentes notícias e novidades no
mundo do transporte de mercadorias, seja o próprio veícu-
lo comercial pesado ou ligeiro seja na movimentação de
carga dentro de armazém.
Tecnologia é, normalmente, sinónimo de inovação e, con-
sequentemente, existe espaço para ela na Distribuição em
Expansão. Deste o último modelo de POS, à mais recente
forma de pesagem ou de pagamento, é aqui que o sec-
tor ficará a saber o que de melhor se faz em Angola e no
mundo.
Um livro pode ser mais do que um simples conjunto de
palavras. Pode mesmo mudar a percepção e ideia de um
profissional sobre determinado assunto e levá-lo a mudar
ou renovar a estratégia da sua empresa, marca ou inves-
timento. Aqui, poderá estar a par das sugestões de leitura
que serão essenciais para uma qualquer tomada de decisão.
As últimas novidades em termos de produtos serão conheci-
das nestas páginas da Distribuição em Expansão.
logística
opinião
feiras
VIP-Very Important Professional
(Barómetro dos Notáveis)
transportes
tecnologia
leituras
novidades
06-07 Explicação.indd 7 07/12/12 23:28
#08
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/Rosa Escórcio Pacavira de Matos, Ministra do Comércio de Angola
entrevista
D
istribuição em Expansão (D.E.):
Que desafios estão reservados
para o sector do comércio na-
cional, fundamentalmente nas
redes de logísticas e de distribuição?
Rosa Pacavira (R.P.): No âmbito da con-
tribuição do sector do comércio, para o
aumento da produção nacional de bens e
serviços, o Ministério do Comercio tem
como desafios a promoção e realização de
investimentos em infra-estruturas com
a construção e instalação de plataformas
de logísticas e distribuição nos principais
pontos geradores de carga. No sentido
de fomentar e facilitar o escoamento da
produção agrícola, foram criados quatro
corredores regionais para o escoamento da
produção agro-pecuária, tendo por base
critérios de potencialidades de cada provín-
cia e respectivo eixo de mobilidade.
A operacionalidade dos corredores irá
permitir um melhor aproveitamento dos
recursos naturais, de forma a responder às
políticas de desenvolvimento económico,
social e regional do País, tendo ainda em
conta a operacionalização dos caminhos de
ferro de Angola e os principais eixos viários.
D.E.: Quais são os corredores que per-
mitirão o escoamento da produção?
R.P.: Para cobrir grande parte do planalto
central, está o Corredor Centro-leste, do
qual fazem parte as províncias do Huambo,
Bié, Benguela, Lunda Sul e Moxico, ten-
do como apoio os Caminhos de Ferro de
Benguela que atravessa grande parte deste
corredor. Para as grandes áreas de produção
da região sul, surge o Corredor Sul en-
globando as províncias do Namibe, Cu-
nene, Huíla e Kuando Kubango, contando
com os Caminhos de Ferro de Moçâmedes.
As províncias delimitadas pela região lito-
ral integram o Corredor Norte, agregando
as províncias de Luanda, Bengo, Cabinda,
Zaire e Kwanza Sul. Através de Malanje,
os produtos chegarão a Luanda pela via
dos Caminhos de Ferro de Luanda, sendo
distribuídos para as outras províncias do
corredor pelas vias rodoviária e marítima.
D.E.: E qual a estratégia para a região
centro-norte?
R.P.: Com o intuito de cobrir a faixa centro-
norte, foi criado o Corredor Norte com as
províncias da Lunda Norte, Kwanza Norte,
Malanje e Uíje, que serão também apoia-
das pelos Caminhos de Ferro de Luanda.
Em cada corredor serão implantadas infra-
estruturas de logística primária estrutura-
das em centros de logística e distribuição,
mercados abastecedores, hipermercados, e
entrepostos comerciais e a rede de arma-
zenistas grossistas.
Relativamente a infra-estrutura de logística
secundaria estará estruturada numa rede de
proximidade, com retalhistas, integrando
“Angola está
aberta para os
grandes players
da distribuição
moderna”
contactos:
http://www.minco.gov.ao/
A ministra do Comércio de Angola falou para a revista Distribuição
em Expansão e discorre sobre os projectos estruturantes do sector
para os próximos cinco anos, desde a construção de plataformas
logísticas e distribuição, a configuração dos mercados abastecedores,
hipermercados, entrepostos comerciais e a rede de armazenistas
grossistas. O País regista um défice de 50 mil estabelecimentos
comerciais e projecta 11 mil lojas de proximidade. O mercado angolano
aguarda pelos players internacionais da distribuição moderna.
 texto: António Pedro  fotos: César Magalhães e Edson Chagas
08-13 Entrevista.indd 8 09/12/12 15:29
#09
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
““No âmbito da contribuição
do sector do comércio, para
o aumento da produção
nacional de bens e serviços, o
Ministério do Comercio tem
como desafios a promoção e
realização de investimentos
em infra-estruturas com a
construção e instalação de
plataformas de logísticas e
distribuição nos principais
pontos geradores de carga”
08-13 Entrevista.indd 9 09/12/12 15:29
#10
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/Rosa Escórcio Pacavira de Matos, Ministra do Comércio de Angolaentrevista
os supermercados, mini-mercados e lojas
do dia, a nível das comunas, ombalas e po-
voações.
D.E.: Quando é que estas estruturas
logísticas estarão concluídas?
R.P.: Os produtores agrícolas contarão com
a intervenção de privados, que farão a li-
gação pela via compra directa da produção,
ainda no campo, para as grandes superfí-
cies. Toda estrutura logística acima referi-
da, será implantada durante o
quinquénio, com o estabelec-
imento de parcerias público-
privadas, como modelo para
a promoção da instalação e
exploração das infra-estrutur-
as logísticas, que garantam a
recepção, o armazenamento,
a conservação e a distribuição
da produção interna, quer ag-
rícola quer industrial, partic-
ularmente nas zonas de maior
concentração no sentido de
incentivar, em primeiro lu-
gar, o empresariado nacional.
Neste sentido, esta projectada a construção
de nove centros de distribuição e logística,
os chamados CLODs, nas províncias de
Luanda, Huambo, Bié, Benguela, Huíla,
Lunda Sul, Malanje, Kwanza Sul, Uíje e
um mercado abastecedor no Cunene.
D.E.: Como ficará organizado o comé-
rcio, desde a recolha e armazenamento
de produtos para o circuito comercial
urbano?
R.P.: Um dos papéis estratégicos do co-
mércio é o elo de ligação entre os sectores
primário, secundário e terciário da econo-
mia, traduzido no trinómio “Produção-
Distribuição-Consumo”.
Sendo assim, o Ministério do Comércio irá
implantar centros de recolha nas provín-
cias, particularmente nos municípios, com
grandes potencialidades agropecuárias,
como centro focal de comercialização e
grandes dinamizadores dos mercados. Os
produtos serão provenientes
de cooperativas organizadas
de produtores, via coopera-
tivas de comercialização e de
transportadores. Acoplados
aos centros de recolha, serão
construídas unidades de re-
cepção, lavagem, calibragem
e embalagem de produtos,
facilitando a compra dos
mesmos pelos fornecedores,
que colocarão as mercado-
rias no circuito comercial
urbano.
D.E.: Mas o processamento já exige a
componente industrial e fica a questão:
como será feito?
R.P.: Relativamente ao processamento, o
Ministério do Comércio em parceria com
o Ministério da Indústria irão implantar
mini-indústrias junto das cooperativas,
para a transformação dos produtos, nome-
adamente, milho, mandioca e tomate.
Havendo necessidade de Angola criar a sua
reserva estratégica alimentar, serão implan-
tados quatro armazéns de retenção para
a segurança alimentar, nas províncias de
Luanda, Bié, Malanje e Huíla, onde serão
canalizados produtos tanto de importação
como alguma produção excedentária.
D.E.: A produção interna continua a
“reclamar” mais atenção face o forte re-
curso às importações, que estratégia está
montada a este nível?
R.P.: Em função das normas de consumo
da Organização Mundial da Saúde, e esti-
mativas da população, anualmente deter-
mina-se as necessidades de consumo das
quais se deduz a produção nacional mer-
“Um dos papéis estratégicos
do comércio é o elo de
ligação entre os sectores
primário, secundário e
terciário da economia,
traduzido no trinómio
‘Produção - Distribuição -
Consumo’”.
08-13 Entrevista.indd 10 09/12/12 15:29
08-13 Entrevista.indd 11 09/12/12 15:29
#12
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/Rosa Escórcio Pacavira de Matos, Ministra do Comércio de Angolaentrevista
cantil e se determina, posteriormente, o dé-
fice à importação. Na prática, através do li-
cenciamento automático e não automático
das operações comerciais externas, no caso
as importações e as exportações, tem sido
possível aplicar-se as medidas de salvaguar-
da previstas pela Organização Mundial do
Comércio, com vista a salvaguarda e pro-
tecção da produção nacional, no quadro
da substituição, promoção e diversificação
das exportações de produtos com vantagem
competitiva e comparativa.
Neste sentido, o Ministério do Comér-
cio irá alargar a prática de plafond global
da importação a todos os produtos com
produção interna, como incentivo a esta
numa perspectiva de substituição de im-
portações. Para incentivar e fomentar as
exportações, irá neste quinquénio criar o
Instituto de Apoio as Exportações, numa
lógica empresarial e numa perspectiva
de aumento da base mercantil das expor-
tações.
No entanto, o Ministério irá trabalhar no
sentido da aplicação de uma estrutura de
quotas máximas e quotas mínimas por im-
portadores. As quotas máximas são numa
perspectiva de defesa da produção interna
e de restrição à prática monopolista. As
quotas mínimas são na defesa da eficiência
do processo, permitindo a continuidade
apenas aos importadores mais eficientes.
Durante o quinquénio, o MINCO (Minis-
tério do Comércio) irá trabalhar no sentido
de restringir, progressivamente, a impor-
tação de produtos pré embalados, em par-
ticular da pequena embalagem, em benefí-
cio da importação de produtos a granel,
isto para garantir um Valor Acrescentado
Bruto, o chamado VAB, no circuito com-
ercial interno.
D.E.: Actualmente, quanto vale a linha
de financiamento do Programa de Pro-
moção do Comércio Rural?
R.P.: Esta em curso a implementação do
Plano Integrado de Desenvolvimento do
Comércio Rural e Empreendedorismo
(PLAIDENCOR), em todo o território
nacional, tendo-se reforçado a estratégia do
Executivo com a criação da Direcção Na-
cional do Comercio Rural e Empreende-
dorismo ao nível do Ministério do Com-
ercio.
Isto serve para fortalecimento e operacion-
alização das iniciativas locais em termos de
dinâmicas da produção agrícola, aquisição
da produção ao camponês, mecanismos de
escoamento da produção agro-pecuária,
empreendedorismo e desenvolvimento in-
tegrado das comunidades rurais. Respon-
dendo a pergunta de forma concreta, para
a promoção do comércio rural está apro-
vada uma linha de crédito do Banco De-
senvolvimento Angolano (BDA) de aproxi-
madamente 40 mil milhões
de dólares.
D.E.: Que modelos in-
ternacionais do sector da
distribuição moderna po-
dem ser adaptados para
Angola?
R.P.: A Lei das Actividades
Comerciais foi elaborada
com base nos pertinentes
acordos no âmbito da Or-
ganização Mundial do
Comércio, da evolução do
comércio universal e do
comportamento dos con-
sumidores do século XXI.
Enfim, a nossa política e estratégia com-
ercial assenta nos pressupostos da globali-
zação, pelo que que todos os modelos de
distribuição, nos marcos da lei, podem ser
adaptados em Angola.
D.E.: O Orçamento Geral do Estado
garante verbas suficientes para a con-
strução de infra-estruturas?
R.P.: O Estado de arte do comércio em
Angola permite-nos registar neste mo-
mento que temos um défice
de cerca 50.000 estabeleci-
mentos comerciais e de pre-
stação de serviços mercantis,
face ao desequilíbrio que se
regista entre a rede comercial e
o crescimento demográfico da
população.
Neste sentido, quer ao nível
do Programa de Investimen-
tos Públicos, quer a nível do
investimento privado, mobi-
liza-se o sector do comércio
para reabilitação e construção
de novas infra-estruturas em
todo o território nacional, no
âmbito de promoção e desen-
volvimento sustentável e harmonioso do
comércio em Angola.
Durante o quinquénio, serão implanta-
dos centros logísticos e de distribuição (os
CLODs) de grande dimensão, nas provín-
cias de Luanda, Huambo, Malanje, Huíla,
Benguela, Uíje, Saurimo e Kwanza Sul.
Serão construídas 11 000 lojas de proximi-
dade, quatro armazéns de reserva do Esta-
do, 18 CLODs provinciais, 163 armazéns
municipais e mercados municipais de refer-
ência. No entanto, as verbas atribuídas no
OGE para 2013, relativas ao Ministério do
Comércio, satisfazem em grande parte os
investimentos planificados.
D.E.: Como encara a entrada no mer-
cado angolano dos grandes players mun-
diais da distribuição moderna?
R.P.: No quadro do investimento de parce-
rias público-privado e legislação comercial
em vigor, não há nenhum factor inibitório
de Angola acolher os players de referência
mundial.
D.E.: De que forma o Estado vai con-
tinuar a apoiar os agentes económicos
nacionais?
R.P.: O Executivo tem criado o quadro
jurídico-legal e as infra-estruturas básicas,
e assegurado a estabilidade política, macro-
económica, incentivos fiscais e financeiros,
para realização de investimentos por parte
dos agentes económicos.
Para o sector do comércio, em particular,
trabalha-se para a criação do Fundo de Ga-
rantia de apoio aos comerciantes, com vista
a promoção de financiamentos com taxas
de juros bonificados e prazos de reembol-
sos dilatados. Isto permite assegurar a for-
mação para economia, internacionalização
de negócios, reabilitação e construção de
infra-estruturas comerciais e de prestação
de serviços mercantis.
O Estado tem estado a criar condições de
apoio aos agentes económicos, principal-
mente com o surgimento do programa An-
gola Investe, através dos bancos comerciais.
“No quadro do
investimento de parcerias
público-privado e legislação
comercial em vigor,
não há nenhum factor
inibitório de Angola
acolher os players
de referência mundial.”
08-13 Entrevista.indd 12 09/12/12 15:29
08-13 Entrevista.indd 13 09/12/12 15:29
#14
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/Snapshot Angola retail
M
ercado caracterizado por ter
cerca de 70% do seu comé-
rcio no mercado informal,
os mais recentes dados da
Deloitte indicam que os mercados mais
atractivos, em Angola, para além do re-
talho alimentar, estão nos Fast Moving
Consumer Goods (FMCG) e no retalho
especializado, mais concretamente nas
áreas do mobiliário e electrónica de con-
sumo.
O sector da distribuição moderna, mais
concretamente o retalho alimentar, é ain-
da incipiente, onde a oferta de players é
limitada e com algumas (se não muitas)
lacunas no que diz respeito à operação.
Por isso mesmo, este é um sector a ter em
conta, uma vez que há muito para fazer,
desenvolver e evoluir em praticamente to-
dos os aspectos a considerar na operação
de um retalhista, com a oferta a reduzir-
se a seis players (ver quadro 1), cada um
com poucas lojas nos cerca de 1 246 700
km2 do território angolano.
Também no campo dos grossistas, a
oferta é limitada, operando, actualmente,
Tudo para…
crescer
Com cerca de 19 milhões de habitantes, Angola é vista
como um mundo de oportunidades, aparecendo o
retalho e a produção como os sectores em destaque.
 texto: Victor Jorge  fotos: César Magalhães
distribuição
14-15 Distribuição.indd 14 10/12/12 17:56
#15
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
de acordo com a consultora, cinco opera-
dores (ver quadro 1).
Mobiliário
A Deloitte destaca, no entanto, como
maiores oportunidades de negócio as op-
erações de retalho especializado na área
do mobiliário e electrónica de consumo
(ver quaro 2), onde não existem prat-
icamente fabricantes em Angola, com as
operações a serem alimentadas pela im-
portação dos players locais e internacio-
nais a actuar no território. Os produtos
são, essencialmente, importados de países
como Portugal, China e Brasil por repre-
sentantes locais ou importadores.
Este destaque dado ao sector do mobil-
iário é corroborado pelo facto de o Gov-
erno estimar gastar cerca de 1,8 mil mil-
hões USD em projectos habitacionais, em
2012, aumentando esse valor para 15,4
mil milhões USD em 2015.
Verifica-se, igualmente, que a procura por
habitações de valor alto está saturada, re-
caindo o foco em projectos para as classes
de rendimento médio e baixo.
Electrónica
Do lado da electrónica de consumo, a
realidade não é muito diferente da do
mobiliário, com a existência quase nula
de produtores locais, com a oferta a ter
origem em países como os Estados Uni-
dos da América, China, Coreia do Sul e
Finlândia e operada por representantes e
importadores locais.
O mercado da electrónica de consumo
angolano tem registado incrementos na
ordem dos 5% anuais, muito devido ao
crescimento demográfico e maior dis-
ponibilidade de rendimento por parte da
população angolana.
Embora tivesse existido um reforço das
leis do comércio, a consultora avança que
20% a 30% das transacções são ainda re-
alizadas nos canais informais.
As operações dos revendedores assumem,
normalmente, uma integração vertical,
desde a importação ao marketing, focan-
do-se em mais do que uma categoria.
FMCG
Segundo os dados disponibilizados pela
Deloitte, o valor do mercado alimentar e
de bebidas está estimado nos 10 mil mil-
hões USD, registando um crescimento
anual na ordem dos 22%.
No caso dos FMCG, existem produtores
locais fortemente instalados, na sua maio-
ria no sector das bebidas, destacando-se a
emergência da produção de detergentes e
higiene pessoal.
Os players estabelecidos (ver quadro 3) há
mais tempo estão organizados de forma
vertical, não possuindo formatos de retal-
ho bem definidos, com o consumo a reg-
istar uma transferência para os formatos
de retalho moderno, especialmente, híper
e supermercados.
EdsonChagas
Quadro 1 - Oferta Retalho Alimentar + Grossistas
Insígnia Retalho
Kero Retalhista angolano em crescimento, com operação em Luando. Conta com 2 hipermercados e 3 supermercados
Casa dos Frescos Operação caracterizada por ser diferenciadora, com produtos de qualidade superior, mas com preços altos. Conta com 5 lojas
em Luanda
Shoprite Retalhista sul-africano estabelecido em Angola desde 2003. Opera com 12 lojas (hiper e supermercados)
Nosso Super Retalhista local, sendo o único a operar em todas as regiões do território angolano. Conta com 29 supermercados (10 em
Luanda e 19 nas províncias)
Jumbo Primeiro hipermercado a abrir em Angola na década de 1970. A operação limita-se a uma única loja
Poupa Lá Lojas pequenas de proximidade detidas pelo Ministério do Comércio. Após um longo período de inactividade, reabriu
recentemente com 18 lojas em Luanda
Insígnia Grossistas
Mega Grossista angolano-portuguesa, com uma única loja (mas a maior de todas) em Luanda
CLA Distribuidor de foodservice que detém o maior armazém em Angola
Angoalissar Operação local estabelecida em Angola desde 1992. Detém 45 lojas e emprega 1200 pessoas
Alimenta Angola Operação angolano-brasileira com 2 lojas em Luanda
Maxi Operação detida pela construtora portuguesa Teixeira Duarte
Fonte: Snapshot of Angolan Retail (Deloitte)
Quadro 2 - Oferta Retalho Especializado
Insígnia Mobiliário
Moviflor Líder de mercado de origem portuguesa em mobiliário, interior e jardim
OK Furniture Distribuidor sul-africano de mobiliário e interior
Casa de Decoração Operação de mobiliário, interior e jardim detida pela empresa de construção portuguesa Teixeira Duarte
Porcelanosa Fabricante espanhol de cozinhas, equipamentos para casa-de-banho e materiais de construção. Abertura da primeira loja em
2009 em Luanda
Espazio Retalhista local de mobiliário de interior de qualidade superior
Cormat Distribuidor local com operação desde 2009
Insígnia Electrónica de consumo
NCR Distribuidor local dos produtos HP e deequipamentos para entretenimento e produtos electrónicos
Sistec Distribuidor local e retalhista de hardware da Lenovo, bem como de electrodomésticos, entretenimento e telemóveis
Meditech Distribuidor local de hardware da Dell, bem como de sistemas de entretenimento
Ripro Distribuidor local de electrónica
Rocha Monteiro Distribuidor local de produtos de informática, electrdomésticos, entretenimento e telemóveis
Imporáfrica Distribuidor local de produtos de informática da Samsung, electrodomésticos, entretenimento e telemóveis
Fonte: Snapshot of Angolan Retail (Deloitte)
Quadro 3 - Oferta FMCG
Empresa Produtores locais
Refriango Fabricante angolano-português de refrigerantes, sumos, águas, vinhos e detergentes. Líder com a marca Blue
Cuca BGI Joint-venture entre a SABMiller e Castel gerida pela última. Detém 70% do mercado de cerveja e todas as marcas locais
(Cuca, Nocal, Eka, etc.)
Coca-Cola Bottling Luanda Engarrafador local da Coca-Cola detido, maioritariamente, pela SABMiller
Lactiangol Líder de mercado angola de produtos lácteos
Carnes Valinho Produtor de carnes angolano
Nestlé Possui fábrica de packaging para a distribuição de importados a granel
Insígnia Principais exportadores
Unicer Empresa portuguesa, detida parcialmente pal Carlsberg. Líder na exportação de cerveja com as marcas Super Bock e
Cristal
SCC Produtor de cerveja, detido pela Heineken. Marca principal: Sagres
Sumol+Compal Produtor português de sumos e refrigerantes. Iniciou a produção em Moçambique em 2012
Fonte: Snapshot of Angolan Retail (Deloitte)
16 20
Consumo no Natal
penalizado pela crise
económica
pág.pág.
Grandes superfícies comerciais
trazem retalhistas internacionais
para Angola links úteis:
http://www.deloitte.co.ao
14-15 Distribuição.indd 15 07/12/12 23:35
#16
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/Consumo no Nataldistribuição
N
um estudo recente, a Deloitte
conclui que a maioria dos con-
sumidores ouvidos pela con-
sultora para o “Xmas Survey
2012” estão pessimistas quanto ao cenário
económico vivido no respectivo país,
reflectindo-se nos gastos que irão fazer
numa época caracterizada, por norma, por
elevados consumos, mesmo que, por vezes,
desnecessários.
Dos 19 países incluídos no estudo da De-
loitte (foram ouvidos 18.587 consumi-
dores), destaque para a Europa, onde 55%
dos europeus classificam como negativo
o cenário económico do seu país, sendo
que nos Estados que estão sobre interven-
ção das instâncias internacionais da troika
(FMI, UE e BCE), como são os casos de
Irlanda, Grécia e Portugal, a situação seja
considerada ainda mais grave.
Mesmo assim, este indicador é menos neg-
ativo do que nos anos de 2008,2009 ou
2011, mas ainda longe dos níveis de 2006
e 2007, quando “apenas” 37% dos consu-
midores europeus avaliava como negativa
a situação económica dos seus respectivos
países.
Sul em crise
Usando, de resto, como barómetro o perfil
de consumo face ao ano anterior de 2011,
o estudo depara-se com três padrões na
Europa: um primeiro, onde se incluem
a Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e
França, em que existe uma redução gener-
alizada no consumo; um segundo, em que
os gastos se mantêm no total, mas com
os consumidores a tomarem diferentes
opções de consumo entre as diversas cat-
egorias, como, por exemplo, na Finlândia,
Dinamarca ou Bélgica; e, finalmente, um
terceiro onde se assiste a um aumento gen-
eralizado dos gastos nas diversas categorias,
como são os casos da Alemanha, Polónia
ou Rússia, entre outros.
As tendências gerais são claras: uma di-
minuição generalizada no consumo das
várias categorias, penalizando, em particu-
lar, os gastos em entretenimento e férias. O
apelo das Marcas da Distribuição (MDD),
lojas de desconto e compras em promoção,
é, igualmente, mais pronunciado.
Por outro lado, o factor preço é cada vez
mais um atributo crítico no processo de
decisão de compra dos consumidores, bem
visível nos 92% dos europeus (em 2012),
em contraste com os 70% de 2011.
Efectivamente, os países da Europa do Sul
projectam diminuir os seus gastos, en-
quanto os restantes países tencionam man-
Consumo
no Natal
penalizado
pela crise
económica
A crise económico-financeira que os países atravessam
em todo o mundo é a principal razão para que o
consumo no Natal se caracterize por uma palavra que
entrou recentemente no léxico de todos: resiliência.
Os países do Sul da Europa são os mais pessimistas.
 texto: Victor Jorge  fotos: D.R.
16-19 Distribuição.indd 16 07/12/12 23:38
#17
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
ter ou mesmo aumentar os seus gastos,
face a 2011. Do lado negativo, destaque
para os gregos, que evidenciam uma in-
tenção de diminuição dos seus gastos em
16%, já sobre uma diminuição de 22% em
2011. Do lado oposto, os alemães lideram
o ranking dos países que aumentará os seus
gastos, com expectativas de uma evolução
de 7% face a 2011.
Paradigmático não deixa de ser a análise
que a Deloitte faz em relação ao poder de
compra de 2012 face a 2011, verificando-
se que 4 em cada 10 europeus revela que
diminui, com especial destaque para os
países do Sul. De 2008 a 2011, a percep-
ção média dos europeus de alteração do
seu poder de compra foi melhorando con-
sistentemente, passando do ponto mais
baixo, em 2008, quando 60% admitia que
tinha menos dinheiro para gastar, contra
14% que gastaram mais.
Neste ano de 2011, regista-se um de-
clínio ligeiro da percepção do poder de
compra em países como a Bélgica, Suíça,
Finlândia, Polónia ou África do Sul (ver
gráfico 1).
Curioso, ou não, é o facto das mulheres
europeias serem mais negativas que os ho-
mens na sua percepção do actual poder de
compra face a 2011, com o índice de con-
fiança a baixar para -29 pontos, em 2012,
face aos -22 pontos do ano passado, con-
Gráfico 2. Que tipo de lojas irá escolher para efectuar as compras das prendas
País Geral Para produtos
alimentares
Marcas a comprar
Irlanda Loja especializada Hipermercado MDD*
França Hiper/Supermercado Hipermercado MDF**
Portugal Loja de Centro Comercial Hipermercado MDD*
Espanha Loja de Centro Comercial Hipermercado MDF**
Itália Hiper/Supermercado Hipermercado MDF**
Grécia Loja especializada Supermercado MDF**
Suíça Loja de Centro Comercial Hipermercado MDD*
Alemanha Loja de Centro Comercial Supermercado MDD*
Luxemburgo Hiper/Supermercado Hipermercado MDF**
Bélgica Loja especializada Supermercado MDD*
Holanda Loja especializada Supermercado MDD*
Dinamarca Loja especializada Supermercado MDD*
Finlândia Hiper/Supermercado Hipermercado MDD*
Polónia Loja de Centro Comercial Hipermercado MDF**
Rep. Checa Loja especializada Supermercado MDF**
Eslováquia Loja especializada Hipermercado MDD*
Ucrânia Loja de Centro Comercial Supermercado MDD*
Rússia Loja especializada Hipermercado MDD*
África do Sul Hiper/Supermercado Hipermercado MDF**
Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte
Europa
França
H
olanda
Grécia
Iralanda
Portugal
Luxem
burgo
Polónia
República
Checa
Rússia
Finlândia
Espanha
Alem
anha
Dinam
arca
Ucrânia
Bélgica
Itália
Suíça
Eslováquia
África
do
Sul
-20%
-60%
0%
20%
-40%
-80%
2008 2009 2010 2011 2012
40%
Gráfico 1. Como descreveria o seu poder de compra actualmente versus o ano passado
76%
73%
70%
67%
57%
58%
60%
64%
45%
50%
82%
78%
20122011
Não compro produtos que envolve
trabalho infantil
Evito comprar produtos com um impacto substancial
nas emissões de carbon para o planeta
Desenvolvimento sustentável é uma
desculpa para aumentar preços
Comprarei produtos, maioritariamente,
produzidos na minha região ou país
Estou preocupado em pagar o menos possível
independetemente da origem do produto
A informação disponibilizada na embalagem do
produto é muito importante para mim
Gráfico 3. Propostas com as quais concorda mais
Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte
16-19 Distribuição.indd 17 07/12/12 23:38
#18
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/Consumo no Nataldistribuição
trastando com os -17 pontos dos homens
para o actual exercício.
Os consumidores com idades compreen-
didas entre os 35 e 64 anos estão entre os
mais negativos na percepção do poder de
compra, embora os consumidores mais
jovens, cujo índice de confiança era de +5
pontos, em 2011, tivesse baixado para -1
ponto, em 2012.
À procura do melhor preço
Mais do que nunca, os consumidores eu-
ropeus procuram os melhores preços para
realizar as suas compras de Natal. O preço
Gráfico 4. Top prendas a comprar e desejadas
Top 10
2012 2007
1.º desejo 1.ª compra 1.º desejo 1.ª compra
Irlanda Livros Livros Livros Livros
França Dinheiro Livros Dinheiro Livros
Portugal Dinheiro Livros Roupa Livros
Espanha Dinheiro Roupa Roupa Roupa
Itália Dinheiro Livros Livros Livros
Grécia Dinheiro Livros Roupa Livros
Suíça Dinheiro Livros Livros Vouchers
Alemanha Dinheiro Livros Dinheiro Livros
Luxemburgo Dinheiro Livros n.d. n.d.
Bélgica Dinheiro Voucher Vouchers Vouchers
Holanda Livros Livros Livros Livros
Dinamarca Dinheiro Livros n.d. n.d.
Finlândia Dinheiro Livros n.d. n.d.
Polónia Livros Livros n.d. n.d.
Rep. Checa Dinheiro Livros Livros Cosméticos
Eslováquia Livros Livros n.d. n.d.
Ucrânia Dinheiro Cosmética n.d. n.d.
Rússia Dinheiro Cosmética Dinheiro Cosméticos
África do Sul Dinheiro Chocolates Roupa Música
Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte
Gráfico 5. Onde vai buscar ideias para as compras de prendas
País Locais
Irlanda Websites e lojas
França Lojas
Portugal Websites e lojas
Espanha Websites e lojas
Itália Websites e lojas
Grécia Websites e lojas
Suíça Websites e lojas
Alemanha Websites e lojas
Luxemburgo Websites e lojas
Bélgica Lojas
Holanda Websites e lojas
Dinamarca Websites e lojas
Finlândia Websites e lojas
Polónia Websites e lojas
Rep. Checa Websites
Eslováquia Websites e lojas
Ucrânia Websites e lojas
Rússia Lojas
África do Sul Websites e lojas
Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte
16-19 Distribuição.indd 18 07/12/12 23:38
#19
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
é, aliás, considerado um factor
decisivo por 92% dos europeus
(contra 70% em 2011). Por
isso, 84% dos consumidores
do Velho Continente revelaram
que planeiam comprar produ-
tos em saldo/promoção, ad-
mitindo 65% que irão utilizar
esta “técnica” face à realidade
de 2011.
Ao mesmo tempo, 77% dos
consumidores afirmam que
irão comprar prendas mais
baratas (contra os 57% em
2011) e que irão considerar lojas que pra-
tiquem preços mais baixos (78%).
Entre os países que, declaradamente, as-
sumem ir comprar produtos em saldo/
promoção estão a Irlanda (+44%), Fran-
ça (+35%), Espanha (+36%), Portugal
(+46%), Grécia (+63%), Bélgica (+33%),
Holanda (+41%) e África do Sul (+42%),
com Grécia e Portugal a liderarem o rank-
ing dos países que irão optar por lojas de
preços mais baixos (ver quadro 2).
Quando comprar?
Curioso não deixa também a análise de
quando é que os diversos consumidores
preferem efectuar as suas compras de Na-
tal, existindo uma data que marca, clara-
mente, a divisão: 15 de Dezembro. Se No-
vembro é o mês preferido para os alemães,
irlandeses, franceses, portugueses, suíços,
holandeses e sul-africanos fazerem as suas
compras de Natal, o período de 1 a 15 de
Dezembro é o preferido para os espan-
hóis, italianos, luxemburgueses, belgas,
dinamarqueses, finlandeses, polacos e es-
lovacos. Já os últimos 15 dias do último
mês do ano são os eleitos pelos gregos,
ucranianos e russos.
Cada vez mais importante para os consu-
midores é também saber como e onde é
que os produtos que adquirem são pro-
duzidos. Embora se verifique que 2/3
dos europeus prefere comprar produtos
não nocivos e em que não esteja envolv-
ida qualquer questão laboral relacionada
com as crianças, este factor conheceu um
ligeiro retrocesso em 2012, em favor de se
conseguir comprar produtos ao mais baixo
preço possível.
Do lado de quem produz, verifica-se,
também, que o desenvolvimento susten-
tável é utilizado para aumentar os preços
dos produtos, destacando-se neste item a
França e Portugal.
A compra de produtos locais reganhou im-
portância (ver quadro 3), aos passo que os
consumidores europeus esperem encontrar
informação útil e adequada nas embala-
gens dos produtos adquiridos.
O que comprar?
A oferta de dinheiro continua a ser a op-
ção mais desejada por quem recebe, mas
também por quem oferece (ver quadro 4),
embora os smartphones e os tablets ten-
ham entrado no Top 10, muito devido às
preferências das gerações mais jovens.
Entre as escolhas mais populares é possível
encontrar, igualmente, os livros, embora
tenham perdido a liderança em nove dos
19 países analisados pela Deloitte para este
estudo.
No que diz respeito à busca de ideias
para as ofertas (ver quadro 5), a análise é
bastante fácil, ou sejam limita-se a dois
espaços: loja e websites. No entanto, é pos-
sível verificar que quando se fala de produ-
tos como jogos vídeo, filmes ou música,
existe uma busca na Internet para depois
poder comprar online ou offline, enquan-
to nos produtos alimentares a procura é,
fundamentalmente, feita nas próprias lo-
jas onde depois é efectuada a compra (ver
quadro 6).
E o futuro?
Quanto às expectativas para 2013, estas
melhoram, marginalmente para a média
dos europeus, com “apenas” 49% a per-
spectivar uma situação negativa para o
ano, por comparação com os 54% verifi-
cados em 2011 face a 2012.
Entre os europeus, 34% (35% em 2011)
admitem ter menos poder de compra em
2013, enquanto 19% esperam ter maior
poder de compra (21% em 2011).
Dos países onde a preocupação está em
alta, relativamente ao poder de compra
para o ano que vem, estão a Bélgica, Ale-
manha, Espanha, Polónia, Portugal e a
República Checa, enquanto a África do
Sul, Ucrânia, Rússia, Finlândia e Suíça, o
grau de optimismo é alto.
Também aqui as mulheres são mais
negativas que os homens, com os mais
jovens (18-34 anos) a serem os que mais
acreditam num futuro melhor e mais op-
timista, com a faixa dos 45 aos 54 anos a
serem os mais pessimistas.
A conclusão retirada pode ser “demasiado”
fácil: enquanto o clima económico nos
principais países europeus não melhorar,
muito dificilmente se verificará um au-
mento das intenções nos gastos por parte
dos consumidores.
Gráfico 6. Os retalhista devem investir em
País Investimento
Irlanda Baixar preços
França Baixar preços
Portugal Baixar preços
Espanha Baixar preços
Itália Baixar preços
Grécia E-commerce (Internet)
Suíça Baixar preços
Alemanha E-commerce (Internet)
Luxemburgo Relação com cliente*
Bélgica Baixar preços
Holanda Baixar preços
Dinamarca Baixar preços
Finlândia Baixar preços
Polónia E-commerce (Internet)
Rep. Checa E-commerce (Internet)
Eslováquia E-commerce (Internet)
Ucrânia E-commerce (Internet)
Rússia E-commerce (Internet)
África do Sul Baixar preços
Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte
A conclusão retirada pode ser
“demasiado” fácil: enquanto o
clima económico nos principais
países europeus não melhorar,
muito dificilmente se verificará
um aumento das intenções
nos gastos por parte dos
consumidores.
16-19 Distribuição.indd 19 07/12/12 23:38
#20
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/Marketview Angola CBREdistribuição
C
om o comércio em Luanda a ser
caracterizado pelo mercado in-
formal, nomeadamente, a venda
directa na rua (“zungueiros”) e a
existência de diversos mercados informais,
a oferta recente de espaços de comércio
restringe-se ao rés-do-chão e galerias dos
novos edifícios que se vão erguendo na ci-
dade, revela um relatório recente da Zenki
Real Estate – empresa filiada da CBRE para
o mercado angolano.
As conclusões do estudo da consultora
apontam para o facto de a maioria dos lo-
jistas a operar em Angola ser de origem lo-
cal ou africana, existindo poucas unidades
internacionais, verificando-se que as poucas
marcas de referência internacional se en-
contram dispersas pela cidade, não existin-
do, assim, uma zona específica de comércio.
O Belas Shopping, situado em Talatona,
a aproximadamente 20 km do centro de
Luanda, é o mais moderno e emblemático
centro comercial de Luanda, assinalando
a Zenki que nos próximos anos é expec-
tável que abram novas grandes superfícies
comerciais no centro da capital, nome-
adamente, o Luanda Shopping, situado no
empreendimento Gika em Alvalade, e o
Kinaxixi Shopping, situado no empreendi-
mento Torres do Kinaxixi, no Kinaxixi. A
baixa da cidade de Luanda tem ainda uma
escassez de unidades comerciais, tais como
restaurantes, cafés, livrarias, papelarias, la-
vandarias, cabeleireiros e mercearias/super-
mercados, entre outros, que satisfaçam as
necessidades de residentes e funcionários
dos escritórios presentes nesta zona.
As lojas com frente de rua, localizadas nos
pisos térreos dos edifícios, têm apresentado
boa procura, sendo ocupadas maioritari-
amente por instituições bancárias, agências
de seguros e telecomunicações. A procura
continua a ser efectuada maioritariamente
por operadores locais ou de origem africa-
na, sendo ainda reduzido o interesse de op-
eradores internacionais. No entanto, com a
abertura de grandes superfícies comerciais,
é expectável a entrada de diversos retalhistas
internacionais, nomeadamente, na área da
moda, acessórios e restauração.
As rendas mensais de lojas de rua remod-
eladas variam entre 50 e 80 USD/m2 e en-
tre 100 e 130 USD/m2/mês para espaços
situados em edifícios novos, enquanto os
valores de venda destes últimos situam-se
entre os 6000 e os 9000 USD/m2.
No que diz respeito à oferta actual de es-
critórios na cidade de Luanda, esta é ainda
incipiente face à procura. Em relação às tax-
as de ocupação, em edifícios recentemente
concluídos, a Zenki Real Estate estima que
90% da oferta esteja colocada. Este facto
tem mantido os valores de arrendamento
nos imóveis novos bastante desajustados
face à procura premente, por parte de PME,
por espaços de escritórios novos e de quali-
dade no centro de Luanda.
No entanto, enquanto os valores continu-
arem demasiado elevados, a maioria das
PME continuará a instalar-se em espaços
precários e pouco funcionais, revelando a
consultora que na baixa da cidade o preço
de venda da área bruta de escritórios é em
média de 8500 USD/m2. Os valores de ar-
rendamento situam-se entre os 120 e os 180
USD/m2. Na zona alta da cidade, o preço
de venda da área bruta de escritórios é em
média de 7500 USD/m2, enquanto os va-
lores de arrendamento estão situados entre
os 100 e os 120 USD/m2.
Em Luanda, excluindo os poucos edifícios
prime existentes, a oferta do mercado de
escritórios caracteriza-se por edifícios resi-
denciais adaptados a escritórios e edifícios
mistos de habitação e escritórios, em que
a componente reservada a escritórios é re-
duzida, normalmente um a dois pisos.
Apesar das rendas altas, a maior parte da
procura prefere o arrendamento à compra,
na medida em que o investimento para a
aquisição de um espaço de escritório, num
edifício novo, é bastante elevado.
Grandes superfícies
comerciais trazem retalhistas
internacionais para Angola
Angola deverá apresentar uma das maiores taxas de crescimento
mundiais em 2012. Isto reflectir-se-á na construção de novos
espaços comerciais e, consequentemente, na mais que provável
entrada de novos retalhistas internacionais no País.
Economia de Angola:
passado, presente e futuro
Após mais de quatro décadas de guerra, Angola emergiu para se tornar no
segundo maior exportador de petróleo de África e a sua terceira maior economia.
Em 2009, quando a crise financeira global atingiu Angola, a economia ficou
vulnerável. Contra a redução de um terço das reservas internacionais no primeiro
semestre de 2009, as autoridades solicitaram o apoio do FMI para um programa
de estabilização. A estabilidade macroeconómica melhorou em 2011. Apesar de
problemas de produção que limitaram o crescimento do sector petrolífero, o sector
não petrolífero compensou a queda, resultando numa taxa de crescimento do PIB
de 3,9%. A taxa de inflação caiu para 11,4% no final do ano (média de 13,5%
anual), beneficiada por uma taxa de câmbio estável. A perspectiva para 2012 é
relativamente favorável, mas afectada pela recente queda dos preços do petróleo
e algumas incertezas. O ritmo da actividade económica deve acelerar com um
crescimento do PIB de 6,8%. A inflação deverá continuar a diminuir lentamente,
para 9,6% no final de 2012 (média de 10,8% anual).
 texto: Victor Jorge  fotos: Edson Chagas
20-21 Distribuição.indd 20 07/12/12 23:41
20-21 Distribuição.indd 21 07/12/12 23:41
#22
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
opinião
C
ada célula deste organismo vivo chamado Distribuição
contém uma multiplicidade de pares de cromossomas
que constituem o seu código genético, o seu ADN. Sem
quaisquer preocupações de seguir um paralelismo rig-
oroso com as características científicas do genoma humano, esta
linha de reflexão sobre a Distribuição, usa-o apenas como metáfora
de enquadramento e análise. A identificação e selecção dos genes
que irão integrar este processo foi totalmente livre e da minha in-
teira responsabilidade. A sua ordem é também aleatória e não segue
qualquer critério temporal ou de importância.
Mas podemos começar esta viagem pelo gene EXPANSÃO, o ver-
dadeiro oxigénio da Distribuição pois sem ele qualquer conceito
comercial sufoca, estagna e morre. Será sempre uma questão de
tempo. Na Distribuição parar é realmente morrer.
Temos depois o LIVRE SERVIÇO. O seu ex-libris, que o carrinho
de compras tão bem simboliza, o sistema que tudo mudou na ac-
tividade comercial exercida em lojas. A seguir a CONCORRÊN-
CIA o sangue que lhe corre nas veias e que melhor a evidencia se
comparada com outros sectores da actividade económica.
Tal como o SORTIDO que forja a sua personalidade e claramente
identifica os formatos com que se apresenta aos consumidores. E
as TECNOLOGIAS/PROCESSOS cuja adesão da Distribuição é
não só imediata como, a partir delas, tudo muda e nada fica como
era dantes. Ou o CRÉDITO nas suas diferentes formas desde o
velhinho livro de fiado até à venda a prestações ou às compras pagas
com cartões.
A multiplicidade de FORMATOS/INSÍGNIAS que com difer-
entes características e posicionamentos todos os dias estão à dis-
posição dos consumidores em qualquer parte do mundo ou o gene
da LOGÍSTICA sem o qual a Distribuição não existiria e não se-
ria, como é, um negócio de tostão gerido pela informação. E a
INOVAÇÃO a verdadeira alma mater, a partir da imaginação e das
necessidades detectadas quer ao nível da oferta quer dos processos.
A LOCALIZAÇÃO que pode fazer toda a diferença entre o sucesso
e o fracasso de uma loja e assumir formas tão variadas sempre com
o objectivo de estar perto e com FOCO NO CONSUMIDOR,
gene sem o qual a Distribuição não tinha razão de ser, servir o
consumidor é a sua religião e seu único mandamento. Para tal, a
NEGOCIAÇÃO é fundamental e imprescindível, desde os seus
primórdios quer com os consumidores quer com os fornecedores.
A ORGANIZAÇÃO sem a qual, e independentemente da sua
forma, não seria possível, dia após dia, manter a capacidade de
abastecer os mercados com o que eles necessitam e com a QUALI-
DADE e respectivo controlo que os consumidores exigem e a leg-
islação impõe.
Mas nada disto se conseguiria sem o CAPITAL HUMANO ou
factor H, aquele que por ser constituído por pessoas faz realmente a
diferença não obstante a sua natureza de mão-de-obra intensiva. A
INTEGRAÇÃO (DE FUNÇÕES) da Distribuição é um dos seus
mais recentes genes que lhe permitiu gerar economias de escala e
racionalização de processos.
Uma dessas funções a COMUNICAÇÃO/INFORMAÇÃO gan-
hou autonomia face aos produtores e saiu para fora das lojas in-
vadindo os meios de comunicação social incluindo a televisão. O
VALOR ACRESCENTADO demorou muito tempo a ser recon-
hecido como um predicado da Distribuição, que no passado até
era vista como uma actividade parasitária, mas ninguém hoje o põe
em causa.
Tal como a INTERNACIONALIZAÇÃO/GLOBALIZAÇÃO
um processo muito lento que até começou com os portugueses e a
sua descoberta do caminho marítimo para a Índia mas que só no
final do século vinte acelerou de forma imparável.
A ESTRATÉGIA nas diferentes formas com que se assume através
dos preços, do sortido ou dos serviços impactando assim no posi-
cionamento de cada empresa ou formato no mercado onde con-
corre.
O gene da EXPERIÊNCIA (DE COMPRA) tem vindo a ganhar
peso no código genético da Distribuição por força da evolução nos
últimos anos pois o ato de consumo deixou de ser uma forma de
sobrevivência para se transformar num ato lúdico e de prazer.
De igual modo, a MUDANÇA/TRANSFORMAÇÃO verificada
na Distribuição, ilustra da melhor forma a famosa Lei de Lavoisier
segundo a qual, na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma. Pois, na Distribuição também assim é.
Três das descobertas mais recentes do código genético da Dis-
tribuição são o gene da SUSTENTABILIDADE nas suas vert-
entes de responsabilidade social e de defesa ambiental, o gene do
WORKING TOGETHER/PARCERIAS quer com os fornece-
dores quer com os seus próprios concorrentes segundo modernas
formas de competição e o gene do BRANDING cada vez mais
assumido sob a forma de insígnia ou de produto como a cavalgada
heróica das MDD pela Europa têm vindo a evidenciar.
E por fim, a RESILIÊNCIA, ou seja, a capacidade de cair e se
levantar, de ir abaixo e voltar para cima, de errar e de se corrigir, de
perder para voltar a ganhar, de recuar para poder avançar, de mudar
do negativo para o positivo fazendo das fraquezas, forças.
O ADN da
DISTRIBUIÇÃO
José António
Rousseau,
Docente, consultor
e especialista em
Distribuição Moderna
www.rousseau.com.pt
A partir de hoje,
em cada número
da Distribuição em
Expansão, José António
Rousseau irá analisar
e desenvolver cada
um dos elementos do
código genético da
Distribuição, sendo
este texto o pontapé-
de-saída, em jeito de
enquadramento e
lançamento do tema.
“
“Cada célula deste organismo vivo chamado Distribuição
contém uma multiplicidade de pares de cromossomas
que constituem o seu código genético, o seu ADN.
Na Distribuição parar é realmente morrer”
22-25 Opinião.indd 22 07/12/12 23:43
#23
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
opinião
A
extracção de recursos naturais, em particular de petróleo,
é e continuará a ser durante muitos anos o motor do
crescimento da economia angolana. A exploração
petrolífera e respectivas actividades associadas represen-
taram em 2011:
• 85% do PIB angolano, de acordo com o CIA Factbook
• 81% da receita fiscal cobrada pelo Governo de Angola
• Mais de 97% das exportações, de acordo com o Economist
Intelligence Unit.
A riqueza gerada por esta actividade encontra naturalmente forma
de chegar às populações. O PIB per capita duplicou na última dé-
cada, mais ou menos o mesmo crescimento que foi observado na
produção petrolífera.
Os recursos libertos pelo sector petrolífero foram depois aplicados
em grandes projectos de investimento, em particular na construção
de infra-estruturas imobiliárias, energéticas e de transporte. O in-
vestimento público em projectos de construção superou os 5 mil
milhões de USD em 2010, representando cerca de 82% da totali-
dade deste mercado.
Os sectores de extracção e construção são actividades de capital in-
tensivo e baixa incorporação de mão-de-obra, em que as competên-
cias críticas requeridas são a especialização técnica, a captação de
projectos, a atracção de investimento e a gestão de risco. Estes sec-
tores não conseguem por isso gerar competências em quantidade e
diversidade significativas, em particular aquelas que são requeridas
aos sectores de consumo em que o cliente não é um comprador
empresarial mas um consumidor individual.
Adicionalmente, no caso da extracção de recursos naturais, a ger-
ação de emprego e a utilização de mão-de-obra são muito localiza-
das nos pontos de extracção o que, em Angola, as coloca longe dos
grandes centros urbanos, onde reside a generalidade da população.
A necessidade de movimentar e aplicar os recursos gerados pelo
sector petrolífero conduziu naturalmente a um aumento do vol-
ume de depósitos bancários e à sofisticação dos produtos finan-
ceiros disponibilizados a empresas e indivíduos, fazendo hoje do
sector financeiro a actividade mais bem regulada e capacitada do
país. A taxa de bancarização da população tem subsequentemente
crescido a uma média de 19% ao ano atingindo actualmente, de
acordo com a Empresa Interbancária de Serviços, cerca de 22%
da população.
Em paralelo assistimos também um grande crescimento do sector
de telecomunicações, em particular dos serviços móveis de voz e
dados, em resultado da abertura deste sector a operadores privados.
De acordo com o CIA Factbook, 9,5 milhões de angolanos pos-
suíam telemóvel em 2011, o que equivale a uma taxa de penetração
próxima dos 50%.
Ambos os sectores anteriores, financeiro e telecomunicações, têm
uma vertente forte de atendimento e serviço, embora este seja emi-
nentemente não presencial. O contacto de um cliente com o seu
banco é muito focado em momentos chave como a abertura de
conta ou o pedido de crédito para aquisição de automóvel ou hab-
itação própria. No caso das telecomunicações, podemos ser um dos
melhores clientes da Unitel ou Movicel sem alguma vez contactar
com um único colaborador destas empresas.
Assistimos agora, em particular desde os últimos 2 anos, a uma
terceira vaga de crescimento sectorial que inclui, entre outros, o
advento da Distribuição Moderna no país através quer da entrada
de empresas multinacionais quer do surgimento de redes nacionais
de retalho alimentar e especializado.
Este crescimento resulta não só do aumento do rendimento dis-
ponível das populações mas também de uma maior formalização
do comércio a retalho e consequente transferência do consumo
actualmente realizado em estabelecimentos não licenciados e
vendedores de rua para redes organizadas que obedecem à lei das
actividades comerciais, pagam impostos e cumprem requisitos de
higiene e segurança.
O comércio a retalho é, pela proximidade ao consumidor e pela rel-
evância para a sua qualidade de vida, um negócio particularmente
exigente de competências humanas que não foram até hoje tão re-
queridas aos sectores de actividade mais desenvolvidos em Angola.
Em primeiro lugar, o conhecimento da cultura, preferências e
hábitos de consumo locais. No caso de Angola, dada a extensão e
diversidade do país, o estudo do consumidor não se deve restringir
a Luanda ou às grandes cidades, antes considerando as tradições e
gostos de cada província e cada comunidade.
Segundo, a eficiência de utilização de activos humanos e logísti-
cos. Face aos sectores mais desenvolvidos em Angola, a margem do
comércio a retalho é comparativamente baixa, sendo cá inclusiva-
mente limitada por lei. A actuação eficaz neste sector requer por
isso a capacidade de:
• Planear, executar e controlar os elevados investimentos logís-
ticos – armazéns, lojas e frotas de transporte – necessários ao
abastecimento contínuo e fiável de uma rede alargada de pon-
tos de venda
• Extrair elevado valor dos recursos humanos empregues. Aqui
se coloca um dos paradoxos mais difíceis de vencer: não sen-
do dos sectores com maior margem para remunerar os seus
colaboradores, é dos que maior produtividade e rapidez de
aprendizagem lhes exige.
O serviço ao consumidor. Angola viveu um período prolongado
de escassez, em que uma empresa obtinha vantagens competitivas
da simples capacidade de conseguir colocar um produto disponível
para consumo no país, seja a que condições ou preço. À medida
que essa escassez é reduzida e o acesso da população a bens de
consumo é generalizado, o serviço ao cliente torna-se o elemento
crítico de diferenciação entre concorrentes.
O advento da Distribuição Moderna trará por isso consigo um
novo ciclo de transformação do capital humano em Angola. Não
será rápido, não será fácil mas será inevitável e, sobretudo, do maior
valor acrescentado para o país.
A terceira vaga do
capital humano
Pedro Miguel Silva,
Senior Manager de
consultoria da Deloitte
pmsilva@deloitte.pt
“
“O comércio a
retalho é, pela
proximidade ao
consumidor e pela
relevância para a
sua qualidade de
vida, um negócio
particularmente
exigente de
competências
humanas que não
foram até hoje
tão requeridas
aos sectores de
actividade mais
desenvolvidos em
Angola”
22-25 Opinião.indd 23 07/12/12 23:43
22-25 Opinião.indd 24 07/12/12 23:43
22-25 Opinião.indd 25 07/12/12 23:43
#26
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/a produção vista pelos profissionais
1Não sendo um conhecedor habili-
tado a poder pronunciar-me sobre o
sector não alimentar, já no que concerne
ao sector alimentar, considero que se
trata de um domínio com um desenvolvi-
mento muito embrionário, se excluirmos
o sector das bebidas alcoólicas (cerveja) e
refrigerantes. Nos restantes, a economia
nacional ainda se encontra numa fase de
arranque e tem pela frente muitas dificul-
dades que terão de conseguir ultrapassar.
Destas barreiras ao desenvolvimento,
considero que a falta de quadros habilita-
dos, a fragilidade ou inexistência dos for-
necimentos base – água e energia – bem
como a política fiscal e alfandegária são os
principais entraves ao desenvolvimento
do sector produtivo nacional.
2A correcção da pauta aduaneira no
que diz respeito a parte importante
dos produtos alimentares, que são taxa-
dos por valores mínimos, a obrigatorie-
dade da observância das normas internac-
ionais do Codex Alimentários da FAO/
OMS no que toca aos produtos alimen-
tares, particularmente aos importados,
uma reviravolta completa para melhor
no abastecimento de água, energia e nas
acessibilidades, bem como um reforço na
formação e disponibilidade de técnicos
capazes e com visão de gestão, seriam um
conjunto de factores que determinariam
um salto em frente muito significativo
por parte do sector produtivo nacional
No domínio da agricultura são espe-
cialmente débeis os circuitos de comer-
cialização e de benefiação/preparação da
produção, o que os torna de difícil acesso
por parte do público consumidor.
3Para além das já atrás referidas, não
podemos esquecer a enorme e demo-
rada tramitação biocrática inerente ao de-
senvolvimento da actividade produtiva,
bem como a acessibilidade e as condições
de financiamento ao investimento que
actualmente são pouco atraentes, esper-
ando-se que os actuais programas divul-
gados quotidianamente nos “média”, ven-
ham a alterar para melhor o panorama
actual.
4A distribuição moderna em Angola,
tem pautado a sua presença ou por
ignorar pura e simplesmente a produção
nacional, em especial as cadeias de dis-
tribuição que vivem quase exclusiva-
mente das suas centrais de compras sedia-
das no exterior do País ou então, por uma
permanente atitude de esmagamento de
preços à produção e sucessivos aumen-
tos de exigências, chegando em alguns
casos a exigir um pagamento por parte
dos produtores para cada artigo (item)
cadastrado e colocado à venda nos lin-
A produção à lupa dos
profissionais
O estado do sector da produção em Angola
analisado por dois profissionais do mercado.
 texto: António Pedro e Victor Jorge  fotos: Edson Chagas e César Magalhães
produção
1 Considera a produção alimentar e não alimentar em Angola um sector desenvolvido? Se não for o caso,
explicite quais são as maiores barreiras a esse desenvolvimento.
2 O que falta para tornar a produção alimentar e não alimentar em Angola mais competitiva?
3 Quais são as maiores dificuldades deparadas por quem deseja produzir? Justifique.
4 A relação com a distribuição moderna em Angola é saudável e fácil? O que poderá ser melhorado e onde
existem dificuldades?
5 Acredita que, a médio prazo, Angola poderá não depender tanto da importação de produtos estrangeiros?
Se sim, quais são os produtos/sectores onde mais facilmente isso poderá acontecer?
6 Um desenvolvimento da distribuição moderna em Angola conduzirá a uma redução do comércio informal
ou sente que esse tipo de comércio, pelo preço mais baixo, terá sempre uma quota bastante alta?
José César
Macedo
CEO da Lactiangol
26-27 Produção.indd 26 07/12/12 23:45
#27
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
1Ao longo dos anos temos assistido a
um desenvolvimento crescente que
consideramos muito importante ao nível da
produção nacional, alimentar e não alimen-
tar.
Empresas como a Refriango têm dado pas-
sos consistentes que têm por base aportar à
produção nacional os mais elevados stand-
ards de qualidade mundial, uma dinâmica
de inovações que Angola desconhecia e, so-
bretudo, uma relação qualidade preço abso-
lutamente extraordinária.
No entanto, é ainda é prematuro consid-
erarmos a produção nacional um sector de-
senvolvido. Condicionantes estruturais, de
formação técnica e educacional, e financeira
ainda não permitem alcançar uma maturi-
dade superior. É de enaltecer o trabalho dos
diferentes Governos Provinciais nesta maté-
ria, bem como o trabalho desenvolvido pela
AIA e outras entidades que diariamente tra-
balham por uma Angola mais competitiva.
2Em primeiro lugar acreditamos que
o futuro de Angola e da produção na-
cional será de grande sucesso, no médio e
longo prazo. Na razão desta nossa crença está
a aposta governamental e de privados nas
áreas estruturantes para o desenvolvimento
do país e que têm consequência directa na
indústria nacional.
O forte investimento do Governo da
República de Angola no melhoramento das
vias de comunicação tem sido um factor
muito positivo para a distribuição terrestre
dos produtos. Efectivamente, ainda existem
alguns troços que exigem um esforço adi-
cional de superação mas que não são im-
pedimento para a prestação de um serviço
de qualidade.
É de enaltecer a recuperação e as melho-
rias significativas das estradas nas maiores
províncias que têm encurtado o tempo
de distância entre elas e paralelamente na
ligação ferroviária entre províncias. A con-
jugação da modernização dos clientes com
a rapidez alucinante a que assistimos ao
crescimento do mercado e ao investimento
em obras públicas vão, com certeza, fazer de
Angola um dos benchmarks da Logística e
Indústria em África.
Paralelamente, a componente humana é
outro factor crítico de sucesso. Em primeira
instância é fundamental a construção de
equipas estáveis, com muita experiência nas
funções desempenhadas e com uma clara
orientação para resultados. Neste âmbito, a
Refriango tal como outras empresas apostam
na formação contínua e na constituição de
equipas mistas, de nacionais e expatriados,
para que da simbiose de conhecimento e
experiências resulte a liderança de mercado.
Finalmente Angola será sempre mais com-
petitiva quanto menos depender do es-
trangeiro para aceder a matérias-primas e à
transformação das mesmas. Quando a base
do sistema produtivo estiver em Angola, a
competitividade do País irá conhecer uma
dinâmica extraordinária.
3No caso da Refriango, ao longo do
processo produtivo dos nossos produ-
tos, vamos encontrando alguns desafios que
exigem de nós um esforço adicional. Em
primeiro lugar o acesso a matérias-primas na-
cionais, quer seja pela quantidade necessária,
quer seja pela qualidade exigida. Em seg-
undo lugar a burocracia associada à impor-
tação e exportação que muitas vezes impede
que sejamos mais competitivos. Finalmente
a mão-de-obra qualificada, que é a base do
sucesso de qualquer empresa.
4O dinamismo do mercado faz com que
áreas de negócio não sejam estanques e
os conceitos de distribuição se fundam e se
expandam. Cadeias grossistas abrem pontos
de venda de distribuição moderna e vice-ver-
sa, e começam também a aparecer conceitos
de comércio integrado, com imagem e sor-
tido semelhante, numa estratégia de retalho
de proximidade e que tendem a substituir
parte dos pontos de vendas não licenciados,
que com o aumento da fiscalização, vêem a
sua actividade com os dias contados.
Ao nível da Distribuição Moderna temos
verificado dia-após-dia a uma modernização
muito significativa, aproximada aos padrões
europeus. Dificuldades existem, tal como
existem fora de Angola mas o caminho é de
prosperidade.
5Os produtos disponíveis em Angola
ainda são em grande parte provenientes
de importação (Portugal, África do Sul, Bra-
sil), na maioria através de Representações ou
Distribuidores.
Há, no entanto, uma legítima pressão
crescente das empresas locais para um au-
mento das taxas aduaneiras à importação de
produtos acabados, de modo a incentivar e
a proteger Industria Local, que cresce e se
desenvolve a um ritmo bastante elevado e
que em alguns sectores já produz o suficiente
para satisfazer as necessidades do país, com
alta qualidade e garantia de fornecimento
constante. É também um garante do de-
senvolvimento do país, pois essas empresas,
para além de gerarem empregos directos,
desenvolvem também sectores paralelos, em
especial através fornecimento de serviços ou
de captação de matérias-primas.
O consumidor começa também a sustentar
esta posição porque há cada vez mais marcas
angolanas a conseguirem derrubar essa bar-
reira, pelo facto do consumidor angolano es-
tar cada vez mais informado, pela alta quali-
dade dos produtos (processos de fabrico,
equipamentos, matérias-primas e controlo
do processo logístico), pelo esforço de co-
municação e pela capacidade de internacion-
alização que algumas marcas já demonstram.
Conceitos e campanhas como o “Feito em
Angola”, uma marca que associa as empre-
sas locais e o Governo, visa credibilizar a
produção nacional e garante de qualidade. A
percepção geral de que “o que vem de fora é
que é bom”, está rapidamente e irreversivel-
mente a mudar para “o de cá é tão bom que
até vai para fora”.
6Quem experiencia uma viagem pelas
ruas de Luanda sabe que pode comprar
tudo sem sair do carro. O Mercado Informal
é o grande fornecedor de produtos à popu-
lação. Não existem valores em concreto, mas
é comumente aceite que cerca de 80% dos
produtos adquiridos pela população seja
feito neste canal.
Há uns anos atrás, marcas que não estavam
presentes no mercado informal, não estavam
verdadeiramente em Angola. Hoje o cenário
é diferente e altera-se a um ritmo alucinante.
Apesar de visíveis desigualdades sociais, há
uma classe média emergente, com algum
poder de compra e com necessidades que já
eares, para além da constante exigência
de descontos à produção, que suportam
sozinhos as campanhas de promoção das
cadeias de distribuição.
Há que mudar de atitude sob pena do
colapso da produção nacional que se vê
obrigada a vender à moderna distribuição
em condições altamente penalizadoras,
ou a ser pura e simplesmente ignorada.
Há no país casos em que a produção
nacional é encarada como algo ”infecto-
contagioso” que de modo algum pode
estar exposta nos seus lineares.
5Acredito que se houver uma mudan-
ça na taxação dos produtos alimen-
tares importados e a exigência pelo cum-
primento das regras universais do Codex
Alimentários, os produtos frescas terão
espaço para crescer e ganhar presença no
mercado, já que a importação de frescos,
implica a via aérea o que torna os produ-
tos muito caros, fruto do custo do frete.
6Naturalmente que o desenvolvi-
mento da distribuição moderna traz
consigo uma muito maior e melhor aces-
sibilidade aos produtos por parte do con-
sumidor, o que naturalmente vai implicar
uma diminuição significativa do mercado
informal, embora este tenha tendência
a manter um peso ainda expressivo na
oferta.
28
24 Horas com...
Raúl Mateus, Proprietário e Presidente do
Conselho de Administração da Pomobel
links úteis:
www.lactiangol.co.ao/
www.refriango.com
Estevão Daniel
Administrador
da Refriango
não são satisfeitas no canal informal. É esta
faixa da população que despoleta o cresci-
mento do número de supermercados e out-
ras formas de retalho organizado (Mercado
Formal). Estrategicamente, as marcas ou em-
presas já podem optar por estar presente ap-
enas no mercado formal, já há massa crítica
de operadores e consumidores.
A quota correspondente ao mercado in-
formal irá seguramente diminuir para um
maior nível de equilíbrio com o mercado for-
mal, mas no longo prazo continuará a existir
com um peso significativo.
pág.
26-27 Produção.indd 27 07/12/12 23:45
#28
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
produção
24Horas com...
Raúl Mateus,
Proprietário e Presidente do Conselho
de Administração da Pomobel
 fotos: Edson Chagas
Pequeno-almoço em casa, com
cereais e sumo natural.
Saída para Futungo, num percurso de 55 minutos,
para visita ao armazém e supermercado para
constatar in loco os cabazes recebidos, tendo em
conta que será o ponto de distribuição destes.
Permanência no escritório, interagindo com os Directores de
Departamento, leitura e envio de e-mails e de algumas das
principais notícias na imprensa nacional. Atendimento de alguns
clientes e fornecedores especiais no escritório durante a manhã.
De volta à cidade para visita
a um dos supermercados
situado na Rua Rei Katiavala.
Após esta visita,
regresso ao escritório.
Chegada ao escritório para verificar novamente os e-mails e
despacho dos assuntos pendentes diários como, por exemplo,
assinatura de documentos e breve briefing com os directores das
respectivas áreas.
07:30 horas
11:00 horas
09:00-11:00 horas
16:00 horas
16:45 horas
17:00 horas
28-29 Produção.indd 28 07/12/12 23:47
#29
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/24 Horas com...
Visita aos armazéns da Petrangol, para
constatar a recepção da mercadoria que
irá fazer face à procura na época da
quadra festiva do Natal.
Chegada a Talatona.
Início do jogo de basquetebol que
termina às 21:10.
Regresso a casa.
Chegada a casa e pratico 15 minutos
de natação para relaxar.
Finalmente, por volta das 22:45
horas, jantar e para fechar o dia ver
um pouco das principais notícias
dos dia e preparar-me para o dia de
trabalho seguinte.
Breve paragem na pastelaria para petiscar qualquer coisa ao almoço e
de seguida partida para o Armazém Central do Zango, num percurso de
1 hora, para constatar a recepção de mercadoria, execução dos cabazes e
atendimento a outros organismos e supermercados, de mercadoria a grosso.
Finalmente, após um dia
laboral, regresso à casa como
algo ligeiro e preparo-me para ir
aos treinos de basquetebol.
Partida para Talatona para jogo de
basquetebol partilhado com amigos.
Viagem até ao escritório na
Rua Arnaldo de Novais.
Saída da fábrica do Futungo.
Saída do Armazém Central em direcção
aos armazéns da Petrangol num
percurso que demorará 45 minutos.
Chegada ao escritório e primeira
análise do dia com secretária da
administração.
15:30 horas
19:15 horas
19:30 horas
21:30 horas
22:15 horas
13:00 horas
17:30 horas 18:10 horas
08:00 horas
12:30 horas
14:45 horas
09:00 horas
28-29 Produção.indd 29 07/12/12 23:47
#30
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/cerveja
bebidas
 texto: Victor Jorge  fotos: D.R.
A
té 2017, o Executivo angolano
prevê bloquear a importação
excessiva de bebidas no País,
incluindo as bebidas alcoóli-
cas. O objectivo insere-se nas políticas
de protecção da indústria nacional e pre-
tende desestimular a importação de bebi-
das alcoólicas no País, num processo que
tem como objectivo despertar a produção
nacional. Neste processo, a cerveja
estrangeira também terá dificuldades para
entrar em Angola.
A ministra da Indústria, Ber-
narda Gonçalves Martins
Henriques da Silva, referiu,
recentemente que as limi-
tações não abrirão margem
aos sumos, refrigerantes,
águas e, principalmente à
cerveja, bebida mais acen-
tuadamente importada. “O
Executivo tem estado a tra-
balhar na protecção da indús-
tria nacional, tendo em vista
a redução das importações”,
frisou a responsável pela
pasta da Indústria.
“O objectivo do Executivo é de reactivar o
tecido produtivo de bens transaccionáveis
do país e forçar as empresas estrangeiras,
que importam para Angola, a produzirem
esses produtos no país”, reforçou a min-
istra.
Destaque-se o caso do mercado das cerejas
em Angola dominado pelo grupo Castel
Cuca BGI que detém o monopólio da
produção de cerveja em Angola através
do qual controla 80% do mercado domé-
stico com as marcas Cuca (48%), Nocal
(16%), N’gola (9,6%), Eka (4,8%) e out-
ras (1,6%).
Os restantes 20% pertencem às cervejas
importadas, realçando-se as portuguesas
Cristal, Super Bock e Sagres, além da
Carlsberg (dinamarquesa) e da Heineken
(holandesa).
De recordar que, as importações per-
mitem aos consumidores de um país ter
acesso a uma maior varie-
dade de bens a um preço
mais baixo. Condicionar as
importações significa limitar
as escolhas dos consumidores
e obrigá-los a pagar mais caro
pelo que consomem.
De relembrar são também as
afirmações de Philipe Fred-
eric, administrador-delegado
do grupo Castel Cuca BGI
¬— uma parceria 50/50
entre os franceses da Castel
BGI e a Ucerba, empresa que
agrupa vários investidores
Importação de bebidas
estrangeiras com
processo dificultado
O Governo angolano está a preparar um
dossier para criar mecanismos para proteger
a indústria nacional de bebidas através da
introdução de taxas aduaneiras elevadas aos
produtos estrangeiros.
“De recordar que, as importações
permitem aos consumidores
de um país ter acesso a uma
maior variedade de bens a um
preço mais baixo. Condicionar
as importações significa limitar
as escolhas dos consumidores e
obrigá-los a pagar mais caro pelo
que consomem.”
30-31 BebidasNewFinal.indd 30 07/12/12 23:55
#31
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
angolanos — em Maio passado à Exame,
onde recordava esta “velha” promessa do
Governo angolano: “o governo desafiou a
indústria nacional, dizendo que aumen-
taria os impostos sobre a importação no
dia em que nós fossemos auto-suficientes
na produção. Ora esse dia chegou.
Nessas mesmas declarações, o responsável
máximo pela operação da Castel Cuca
BGI sugeria que a quota da cerveja impor-
tada no mercado angolano não deveria
ultrapassar os 5% a 7%, percentagem que
diz ser “normal” em África.
De referir ainda que são vários os gru-
pos que desejam entrar em Angola com
produção própria, caso concreta da portu-
guesa Unicer que tem visto o seu processo
de entrada “adiado” ao longo dos últimos
anos.
António Pires de Lima, CEO da Unicer,
mostrava-se, recentemente, preocupado
com as taxas alfandegárias, acreditando
a existência de uma inflação no mercado
das bebidas. “Os angolanos vão pagar
mais pelas bebidas, porque as taxas estão
muito altas”, explicou, destacando, no
entanto, que não serão as taxas, ou outros
obstáculos que impedirão a continuidade
da Unicer em Angola: “Continuamos
comprometidos com a aposta em Angola,
pelo caminho que temos feito como pelo
projecto que queremos levar a cabo, num
valor de 200 milhões de dólares”, asseg-
urou no final de 2011.
Nesse ano de 2011, o mercado ango-
lano representou mais de 150 milhões de
dólares (79 milhões de euros) para as duas
cervejeiras portuguesas – Unicer, dona
da Super Bock e Cristal – facturou 109
milhões de dólares (79 milhões de euros),
enquanto a concorrente Sociedade Cen-
tral de Cervejas (SCC), dona da marca
Sagres, encaixou cerca de 42 milhões de
dólares (30 milhões de euros).
Dada esta nova política de penalização das
bebidas importadas, as empresas portu-
guesas estão a deslocalizar os seus inves-
timentos para países como Moçambique,
sendo exemplo o caso da Sumol+Compal,
com a empresa liderada por Duarte Pinto
a anunciar em meados de 2012 um inves-
timento de oito milhões de euros (cerca de
10,5 milhões de dólares) numa fábrica em
Moçambique.
Ao jornal Sol, Pires de Lima tinha avan-
çado, em Junho de 2012, planos para a
criação de uma base industrial em Moçam-
bique, referindo o responsável na altura
que ser “uma hipótese que estamos a ana-
lisar”, sublinhando, contudo, ser ”um
projecto independente de Angola”.
Certo é que o único investimento no
sector cervejeiro angolano fora do grupo
Castel Cuca BGI foi feito em 2009 pela
sul-africana SABMiller, no relançamento
da N’gola e na fabricação da sul-africana
Castle. Dois anos depois, em 2011, tudo
passou para as mãos da Castel Cuca BGI.
Posição da AIA
A Associação Industrial de Angola defende a posição tomada pelo Executivo
angolano, pois, segundo o seu presidente, José Severino, “é preciso proteger
quem fez largos investimentos no sector cervejeiro, em detrimento das empresas
importadores de cervejas.
Revelou que a AIA tem procurado dialogar com os parceiros portugueses, de
modo a ajudar-lhes a encontrar parceiros angolanos com capacidade técnica
e financeira, a fim de investirem em fábricas no País mas afirma que não se
percebe as razões dos parceiros lusos de se fecharem quanto a esta iniciativa.
Refira-se que as importações de cervejas de 2008 a 2011, segundo dados do
Conselho Nacional de Carregadores, registam redução com excepção de 2010
em que subiu para as 800,8 mil toneladas mas decaiu para 297,3 mil toneladas
em 2011.
30-31 BebidasNewFinal.indd 31 07/12/12 23:55
#32
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/ExpoTrans
logística
 texto: Estêvão Martins  fotos: César Magalhães
I
nvestidores e empresas da África do
Sul, Alemanha, Brasil, China, Espanha,
França, Inglaterra, Nigéria, Portugal e
Zimbabue, trouxeram a Angola o que
de melhor existe no ramo da logística e
transportes, sem dissociar a distribuição
moderna, e exibiram no espaço da Feira
Internacional de Luanda (FILDA) visando
acrescentar mais-valia ao mercado ango-
lano.
Para além dos diferentes sectores dos trans-
portes que estiveram em exposição, desde
aéreo, ferroviário, marítimo e rodoviário, a
feira exibiu os sectores da logística, serviços
e novas tecnologias, três indicadores do sis-
tema do comércio que contribuem para a
consolidação de um sector de distribuição
moderna.
Segundo a organização, a inclusão dos
três sectores já referenciados jogam um
papel muito relevante para o crescimento
e desenvolvimento de uma plataforma
conjunta, no sector dos transportes, que
permite a distribuição eficaz de produtos
alimentares e não alimentares em todo o
País.
Nesta vertente, entre várias exposições,
o comércio internacional e logística de
carga, para além do sector de equipamen-
tos, foi visível quer para especialistas quer
para pessoas interessadas em aprender con-
ceitos sobre o estava exposto.
E é face aos bons indicadores macroe-
conómicos que Angola tem registado, nos
últimos anos, que a feira adoptou o lema
“Logística e Transportes pelo Crescimento
de Angola” levando para a FILDA empre-
sas dos sectores público e privado, após o
considerado êxito da edição de 2011.
Como referência, os 85 expositores que
participaram na ExpoTrans 2012 repre-
sentam uma taxa de crescimento de 70%
em relação ao número de expositores da
edição do ano passado.
Nos últimos anos assistiu-se a um consid-
erável aumento de construção de novas
infraestruturas, nomeadamente, a reabili-
tação e modernização de infraestruturas
existentes, desde as linhas férreas, estações
e apeadeiros dos caminho-de-ferro, termi-
nais rodoviários, marítimos e aeroportos,
segundo o assessor de comunicação do
Ministério dos Transportes.
Luís Paulo assinalou que o reforço no
investimento da formação e capacitação
de quadros e a regulamentação de todo o
sector, a criação do Instituto Superior de
Gestão, Logística e Transportes (ISGEST),
que dotará de uma importante infraes-
trutura universitária especializada nas áreas
dos transportes, da logística e da gestão.
Gigantes buscam mercado
A Espanha, a título de exemplo, partic-
ipou com seis empresas de referência que
actuam nas áreas de projectos de infraes-
truturas de transportes, segurança e águas;
de manutenção e reparação de material
ferroviário; construção e equipamentos
de controle e sistemas de sinalização para
tráfego ferroviário.
Segundo o conselheiro Económico e
Comercial da embaixada de Espanha
em Luanda, Manuel Sánchez Melero,
as empresas do seu país participaram na
Logística e distribuição
atraem investidores
externos
A segunda edição da Feira Internacional dos Transportes
e Logística de Angola (Expotrans 2012) registou, em
Luanda, a presença de países cujos projectos têm
reflexos directos no sector da distribuição moderna.
35
Distribuição e
produção beneficiam
com GPS
“Investidores e empresas
da África do Sul, Alemanha,
Brasil, China, Espanha,
França, Inglaterra, Nigéria,
Portugal e Zimbabue,
trouxeram à FILDA o que
de melhor existe no ramo
da logística e transportes,
sem dissociar a distribuição
moderna”
pág.
32-34 Logística.indd 32 07/12/12 23:57
32-34 Logística.indd 33 07/12/12 23:57
#34
Distribuição em Expansão • Dezembro 2012
/ExpoTranslogística
ExpoTrans com visão de longo prazo no
mercado angolano, nomeadamente a
Quantum, numa parceria entre a Indra
e a Vossloh, a Erion Mantenimiento Fer-
roviario SA, a Invensys Rail Dimetronic e
a Sacyr, através de uma parceria entre a sua
subsidiária Neopul e a Somague Engenha-
ria Angola.
A Indra, por sua vez, é uma empresa de
tecnologia e líder mundial no sector, pois
fornece aos mercados dos diferentes con-
tinentes uma ampla e diferenciada inte-
gração de sistemas.
Este foco que possui, muito direccionado
para a gestão do tráfego aéreo, aeroportos,
sistemas de transporte de massa, ferrovias e
estradas e do tráfego marítimo, tem tam-
bém utilidade na gestão de frotas focadas
na distribuição.
Sánchez Melero justificou as razões que
podem levar o governo de Angola ter o
seu país como um parceiro credível nos
sectores expostos na ExpoTrans, visto que
“sete empresas espanholas estão, actual-
mente, construindo ou dirigindo 40% das
principais insfrastructuras de transporte
do mundo”.
As infra-estruturas de que fez referência
são, concretamente, aeroportos, portos
e auto-estradas. Outro destaque é que as
quatro maiores concessionárias de infra-
structuras do mundo são espanholas, des-
ignadamente, a ACS, FCC, Abertis e Fer-
rovial, afirmou Melero.
“Algumas delas (empresas) estão já estabel-
ecidas em Angola onde trabalham desde
há alguns anos. As demais estão desen-
volvendo relações económicas a distintos
níveis. Todas elas estão muito interessa-
das em alargar a sua larga experiência e
presença internacional à modernização e
expanção das redes de transporte de pes-
soas e mercadorias de Angola”,
detalhou Melero.
A ExpoTrans apostou em áreas
que são essenciais, do ponto de
vista do crescimento e do desen-
volvimento económico, no
apoio aos sectores produtivos
em franco crescimento no País,
reforçou Luís Paulo e ressaltou
que o evento valorizou a posição
geo-estratégica de Angola na
definição de políticas dos trans-
portes, que possui ramificações
noutros subsectores.
Entre vários temas de palestras e work-
shop, sobre as diferentes áreas do sector, o
ministro dos Transportes, Augusto da Silva
Tomás falou para investidores, empresários
nacionais e estrangeiros, numa palestra,
sobre as “Plataformas Logísticas”.
Outros temas foram abordados, como a
“Implementação dos Sistemas Logísticos”,
“Sistemas Inteligentes de Transportes”,
“Parcerias Público-Privadas para a Con-
strução” e “Exploração e Financiamento
de Metros Ligeiros em Áreas Metropoli-
tanas”.
Promoção do
desenvolvimento
Em forma de balanço, a organização da
ExpoTrans reconheceu que o seu objectivo
foi o de promover o desenvolvimento da
actividade no domínio dos portos, aero-
portos, indústria, serviços públicos e pri-
vados de transportes aos cidadãos.
A par disto, de acordo com a organização,
a feira conseguiu oferecer tecnologias
inovadoras, produtos, sistemas e soluções
para a racionalização e optimização dos
custos dos processos internos de logística,
aquisição, armazenamento, produção e
distribuição.
O ministro Augusto Tomás adiantou que
os novos modelos de organização e gestão
que ocorrem nesses sectores e a situação
dos custos energéticos, “estão a dar origem
a novos espaços para o desenvolvimento
das trocas comerciais para a mundialização
dos negócios”. Por esta razão, apontou
o governante, a indústria de transporte
e de logística se vai agigantando com a
reabilitação, modernização e a criação de
novas infra-estruturas de transporte e de
logística, fruto dos amplos
programas de investimentos
em curso no País.
Tomás acalmou os partici-
pantes a ExpoTrans que os
projectos já concretizados,
os que se encontram em
curso e os previstos, “con-
stituem parte integrante
de uma revolução tran-
quila” que está a ocorrer em
Angola no sector que dirige.
A ExpoTrans foi co-organ-
izada pelo Ministério dos
Transportes e a FIL, empresa gestora do
recinto da FILDA. O evento decorreu
nos pavilhões 1 e 2, numa área bruta de
10.000 m2 e recebeu cerca de 4.000 visi-
tantes durante os quatro dias de exposição.
Integração progressiva
O ministro dos Transportes ressaltou que
a rede integradora da plataforma logistica
nacional está a conectar, de forma progres-
siva, os portos, aeroportos e os grandes
centros populacionais do País.
Acrescentou, igualmente, que a rede se
extende aos complexos mineiros, indus-
triais e logísticos, bem como às três lin-
has dos caminhos-de-ferro existentes,
nomeadamente o Caminho de Ferro de
Luanda, Caminho de Ferro de Benguela e
o Caminho de Ferro de Mocâmedes, para
além de interligar os países vizinhos.
Pontualizou que a criação de interfaces,
nas diferentes infra-estruturas logística de
transporte, está a facilitar o desenvolvi-
mento das populações a nível dos municí-
pios, comunas, das grandes cidades das
províncias e a melhorar as relações com os
países vizinhos.
“Com a coesão territorial, económica e
social tem vindo a fazer-se o caminho
da integração regional ao reforçar a sua
implementação da plantaforma logística
de transportes”, esclareceu.
Cronologia da ExpoTrans
Em 2011, o Ministério dos Transportes
entendeu materializar na froam de feira,
o que já havia concluído há anos, de que
uma infra-estrutura logística adequada
é um elemento essencial para o posi-
cionamento de todo o País no panorama
económico internacional.
Surge assim a ExpoTrans 2011, uma vez
que a logística nacional e internacional
converteu-se, nos últimos cinco anos, num
dos sectores chave no actual ambiente
económico mundial.
A iniciativa surge face à importância desta
actividads nos movimentos de globali-
zação económica internacional, é o caso do
comércio exterior, nas novas tecnologias,
onde a Internet joga um papel indispen-
sável, e no suporte à actividade industrial,
com a logística just-in-time em foco.
Os serviços de transporte contaram com
a exibição das áreas da logística marítima,
carga aérea, transporte de mercadorias por
caminhos de ferro, veículos para estradas,
serviços de courrier, transportes frigorífi-
cos, mercadorias perigosas, serviços de dis-
tribuição, agências de transporte e trans-
portes especiais.
No evento do ano passado, entre os 50
expositores de diferentes países alguns
integram um leque de operadores logísti-
cos com ênfase para a exibição de serviços
focados a armazém, picking, merchandis-
ing, distribuição, informática de gestão,
frio/congelados, alimentação e gestão de
frotas.
Angola dispõe de um plano estratégico
detalhado para 2009-2012 para o sector
dos transportes, que, por sua vez, favorece
o desenvolvimento de demais sectores
como o da distribuição.
“A organização da ExpoTrans
reconheceu que o seu
objectivo foi o de promover
o desenvolvimento da
actividade no domínio dos
portos, aeroportos, indústria,
serviços públicos e privados de
transportes aos cidadãos”
O ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás reforçou
a ideia de que indústria de transporte e de logística se vai
agigantando com a reabilitação, modernização e a criação
de novas infra-estruturas de transporte e de logística
32-34 Logística.indd 34 07/12/12 23:57
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão
Distribuição Moderna em expansão

Contenu connexe

En vedette

Avery M Allen power 2016D2
Avery M Allen power 2016D2Avery M Allen power 2016D2
Avery M Allen power 2016D2Avery Allen
 
MPI-RSI-Global citizenship-presentation-052014
MPI-RSI-Global citizenship-presentation-052014MPI-RSI-Global citizenship-presentation-052014
MPI-RSI-Global citizenship-presentation-052014Sophie Yifan Chen
 
Impactos Fiscais das Avaliações a Valor Justo
Impactos Fiscais das Avaliações a Valor JustoImpactos Fiscais das Avaliações a Valor Justo
Impactos Fiscais das Avaliações a Valor JustoEdgar Gonçalves
 
Sustentabilidade Econômica de Clusters de Inovação
Sustentabilidade Econômica de Clusters de InovaçãoSustentabilidade Econômica de Clusters de Inovação
Sustentabilidade Econômica de Clusters de InovaçãoRECEPETI
 
Tratamento contabilistico do activo imobilizado
Tratamento contabilistico do activo imobilizadoTratamento contabilistico do activo imobilizado
Tratamento contabilistico do activo imobilizadoUniversidade Pedagogica
 
A escolha do tipo de transporte.
A escolha do tipo de transporte.A escolha do tipo de transporte.
A escolha do tipo de transporte.Robson Soares Costa
 
Aula 1 - Gerenciamento e Economia de Sistemas Logísticos
Aula 1 - Gerenciamento e Economia de Sistemas LogísticosAula 1 - Gerenciamento e Economia de Sistemas Logísticos
Aula 1 - Gerenciamento e Economia de Sistemas LogísticosCaio Roberto de Souza Filho
 
Contabilidade geral i cap 03 slides - patrimonio
Contabilidade geral i cap 03   slides - patrimonioContabilidade geral i cap 03   slides - patrimonio
Contabilidade geral i cap 03 slides - patrimoniogabaritocontabil
 
180678 aulas fundamentos-4_e_5 (1)
180678 aulas fundamentos-4_e_5 (1)180678 aulas fundamentos-4_e_5 (1)
180678 aulas fundamentos-4_e_5 (1)Daniel Moura
 

En vedette (13)

Avery M Allen power 2016D2
Avery M Allen power 2016D2Avery M Allen power 2016D2
Avery M Allen power 2016D2
 
Jovenes y ciudadanias
Jovenes y ciudadaniasJovenes y ciudadanias
Jovenes y ciudadanias
 
MPI-RSI-Global citizenship-presentation-052014
MPI-RSI-Global citizenship-presentation-052014MPI-RSI-Global citizenship-presentation-052014
MPI-RSI-Global citizenship-presentation-052014
 
RESUME NOV 2015a
RESUME NOV 2015aRESUME NOV 2015a
RESUME NOV 2015a
 
Projecto sobre inovacao sustentavel
Projecto sobre inovacao sustentavelProjecto sobre inovacao sustentavel
Projecto sobre inovacao sustentavel
 
Impactos Fiscais das Avaliações a Valor Justo
Impactos Fiscais das Avaliações a Valor JustoImpactos Fiscais das Avaliações a Valor Justo
Impactos Fiscais das Avaliações a Valor Justo
 
Sustentabilidade Econômica de Clusters de Inovação
Sustentabilidade Econômica de Clusters de InovaçãoSustentabilidade Econômica de Clusters de Inovação
Sustentabilidade Econômica de Clusters de Inovação
 
Tratamento contabilistico do activo imobilizado
Tratamento contabilistico do activo imobilizadoTratamento contabilistico do activo imobilizado
Tratamento contabilistico do activo imobilizado
 
A escolha do tipo de transporte.
A escolha do tipo de transporte.A escolha do tipo de transporte.
A escolha do tipo de transporte.
 
Patrimonio publico
Patrimonio publicoPatrimonio publico
Patrimonio publico
 
Aula 1 - Gerenciamento e Economia de Sistemas Logísticos
Aula 1 - Gerenciamento e Economia de Sistemas LogísticosAula 1 - Gerenciamento e Economia de Sistemas Logísticos
Aula 1 - Gerenciamento e Economia de Sistemas Logísticos
 
Contabilidade geral i cap 03 slides - patrimonio
Contabilidade geral i cap 03   slides - patrimonioContabilidade geral i cap 03   slides - patrimonio
Contabilidade geral i cap 03 slides - patrimonio
 
180678 aulas fundamentos-4_e_5 (1)
180678 aulas fundamentos-4_e_5 (1)180678 aulas fundamentos-4_e_5 (1)
180678 aulas fundamentos-4_e_5 (1)
 

Similaire à Distribuição Moderna em expansão

World Retail Congress Latin America
World Retail Congress Latin AmericaWorld Retail Congress Latin America
World Retail Congress Latin AmericaClaudia Valério
 
Ranking do Varejo Brasil 2019 SBVC
Ranking do Varejo Brasil 2019 SBVCRanking do Varejo Brasil 2019 SBVC
Ranking do Varejo Brasil 2019 SBVCPaulo Ratinecas
 
Projeto Ped Broker Aparecido Greenlux Brasil by Target Log
Projeto Ped Broker Aparecido Greenlux Brasil by Target LogProjeto Ped Broker Aparecido Greenlux Brasil by Target Log
Projeto Ped Broker Aparecido Greenlux Brasil by Target LogJosé Aparecido Silva
 
Revista Acontece APAS - MAI 2012 - Ed. 12
Revista Acontece APAS - MAI 2012 - Ed. 12Revista Acontece APAS - MAI 2012 - Ed. 12
Revista Acontece APAS - MAI 2012 - Ed. 12APAS Associação
 
2013_06_20 Entrevista HR Portugal Rob Urquhart & Luis Madureira
2013_06_20 Entrevista HR Portugal Rob Urquhart & Luis Madureira2013_06_20 Entrevista HR Portugal Rob Urquhart & Luis Madureira
2013_06_20 Entrevista HR Portugal Rob Urquhart & Luis MadureiraNOVA IMS, FELU, ISEG, SKEMA
 
Revista Pontos de Vista (87) Novembro de 2019
Revista Pontos de Vista (87)  Novembro de 2019Revista Pontos de Vista (87)  Novembro de 2019
Revista Pontos de Vista (87) Novembro de 2019Jorge Antunes
 
Mapa Estratégico do Comércio RIO DE JANEIRO 2014/2020
Mapa Estratégico do Comércio RIO DE JANEIRO 2014/2020Mapa Estratégico do Comércio RIO DE JANEIRO 2014/2020
Mapa Estratégico do Comércio RIO DE JANEIRO 2014/2020Luiz Paulo dos Santos
 
RANKING 50 MAIORES EMPRESAS DO E-COMMERCE BRASILEIRO/2016.
RANKING 50 MAIORES EMPRESAS DO E-COMMERCE BRASILEIRO/2016.RANKING 50 MAIORES EMPRESAS DO E-COMMERCE BRASILEIRO/2016.
RANKING 50 MAIORES EMPRESAS DO E-COMMERCE BRASILEIRO/2016.Haroldo Duarte
 
Brazil Customer Newsletter Jun 2011
Brazil Customer Newsletter Jun 2011Brazil Customer Newsletter Jun 2011
Brazil Customer Newsletter Jun 2011Tony D'Onofrio
 
Desafios para a Exportação e Promoção Comercial Internacional
Desafios para a Exportação e Promoção Comercial Internacional Desafios para a Exportação e Promoção Comercial Internacional
Desafios para a Exportação e Promoção Comercial Internacional Marco Menezes
 
Clipping do Varejo 29082011
Clipping do Varejo 29082011Clipping do Varejo 29082011
Clipping do Varejo 29082011Ricardo Pastore
 
Plataforma Meio & Mensagem
Plataforma Meio & MensagemPlataforma Meio & Mensagem
Plataforma Meio & MensagemMeio & Mensagem
 
Plataforma Meio & Mensagem
Plataforma Meio & MensagemPlataforma Meio & Mensagem
Plataforma Meio & MensagemMeio & Mensagem
 
Jornal do Comércio - Marcas de Quem Decide 2020
Jornal do Comércio - Marcas de Quem Decide 2020Jornal do Comércio - Marcas de Quem Decide 2020
Jornal do Comércio - Marcas de Quem Decide 2020jornaldocomercio
 

Similaire à Distribuição Moderna em expansão (20)

World Retail Congress Latin America
World Retail Congress Latin AmericaWorld Retail Congress Latin America
World Retail Congress Latin America
 
Ranking do Varejo Brasil 2019 SBVC
Ranking do Varejo Brasil 2019 SBVCRanking do Varejo Brasil 2019 SBVC
Ranking do Varejo Brasil 2019 SBVC
 
Projeto Ped Broker Aparecido Greenlux Brasil by Target Log
Projeto Ped Broker Aparecido Greenlux Brasil by Target LogProjeto Ped Broker Aparecido Greenlux Brasil by Target Log
Projeto Ped Broker Aparecido Greenlux Brasil by Target Log
 
Revista Acontece APAS - MAI 2012 - Ed. 12
Revista Acontece APAS - MAI 2012 - Ed. 12Revista Acontece APAS - MAI 2012 - Ed. 12
Revista Acontece APAS - MAI 2012 - Ed. 12
 
2013_06_20 Entrevista HR Portugal Rob Urquhart & Luis Madureira
2013_06_20 Entrevista HR Portugal Rob Urquhart & Luis Madureira2013_06_20 Entrevista HR Portugal Rob Urquhart & Luis Madureira
2013_06_20 Entrevista HR Portugal Rob Urquhart & Luis Madureira
 
Revista Pontos de Vista (87) Novembro de 2019
Revista Pontos de Vista (87)  Novembro de 2019Revista Pontos de Vista (87)  Novembro de 2019
Revista Pontos de Vista (87) Novembro de 2019
 
Mapa Estratégico do Comércio RIO DE JANEIRO 2014/2020
Mapa Estratégico do Comércio RIO DE JANEIRO 2014/2020Mapa Estratégico do Comércio RIO DE JANEIRO 2014/2020
Mapa Estratégico do Comércio RIO DE JANEIRO 2014/2020
 
RANKING 50 MAIORES EMPRESAS DO E-COMMERCE BRASILEIRO/2016.
RANKING 50 MAIORES EMPRESAS DO E-COMMERCE BRASILEIRO/2016.RANKING 50 MAIORES EMPRESAS DO E-COMMERCE BRASILEIRO/2016.
RANKING 50 MAIORES EMPRESAS DO E-COMMERCE BRASILEIRO/2016.
 
WeLive
WeLiveWeLive
WeLive
 
WeLive
WeLiveWeLive
WeLive
 
Brazil Customer Newsletter Jun 2011
Brazil Customer Newsletter Jun 2011Brazil Customer Newsletter Jun 2011
Brazil Customer Newsletter Jun 2011
 
José vital morgado
José vital morgadoJosé vital morgado
José vital morgado
 
Desafios para a Exportação e Promoção Comercial Internacional
Desafios para a Exportação e Promoção Comercial Internacional Desafios para a Exportação e Promoção Comercial Internacional
Desafios para a Exportação e Promoção Comercial Internacional
 
Clipping do Varejo 29082011
Clipping do Varejo 29082011Clipping do Varejo 29082011
Clipping do Varejo 29082011
 
Revista CGD 2015
Revista CGD 2015Revista CGD 2015
Revista CGD 2015
 
Plataforma Meio & Mensagem
Plataforma Meio & MensagemPlataforma Meio & Mensagem
Plataforma Meio & Mensagem
 
Plataforma Meio & Mensagem
Plataforma Meio & MensagemPlataforma Meio & Mensagem
Plataforma Meio & Mensagem
 
Jornal do Comércio - Marcas de Quem Decide 2020
Jornal do Comércio - Marcas de Quem Decide 2020Jornal do Comércio - Marcas de Quem Decide 2020
Jornal do Comércio - Marcas de Quem Decide 2020
 
Revista Caixa Empresas | outubro 2015
Revista Caixa Empresas | outubro 2015Revista Caixa Empresas | outubro 2015
Revista Caixa Empresas | outubro 2015
 
Planejamento sindilojas
Planejamento sindilojasPlanejamento sindilojas
Planejamento sindilojas
 

Plus de Luis Rasquilha

Credenciais Ecossistema Inova 2024.pdf
Credenciais Ecossistema Inova 2024.pdfCredenciais Ecossistema Inova 2024.pdf
Credenciais Ecossistema Inova 2024.pdfLuis Rasquilha
 
HSM160-Ambidestria-Corporativa.pdf
HSM160-Ambidestria-Corporativa.pdfHSM160-Ambidestria-Corporativa.pdf
HSM160-Ambidestria-Corporativa.pdfLuis Rasquilha
 
Raio X - Ambidestria Corporativa Realidade Brasileira.pdf
Raio X - Ambidestria Corporativa Realidade Brasileira.pdfRaio X - Ambidestria Corporativa Realidade Brasileira.pdf
Raio X - Ambidestria Corporativa Realidade Brasileira.pdfLuis Rasquilha
 
Inova Day 22 Trend Topics 20-30.pdf
Inova Day 22 Trend Topics 20-30.pdfInova Day 22 Trend Topics 20-30.pdf
Inova Day 22 Trend Topics 20-30.pdfLuis Rasquilha
 
Report Inova Whats Next 2021 - dir 2030
Report Inova Whats Next 2021 - dir 2030Report Inova Whats Next 2021 - dir 2030
Report Inova Whats Next 2021 - dir 2030Luis Rasquilha
 
Ambidestria corporativa white paper
Ambidestria corporativa white paperAmbidestria corporativa white paper
Ambidestria corporativa white paperLuis Rasquilha
 
Report futuro do trabalho 2020.2030
Report futuro do trabalho 2020.2030Report futuro do trabalho 2020.2030
Report futuro do trabalho 2020.2030Luis Rasquilha
 
Business pulse white paper
Business pulse white paperBusiness pulse white paper
Business pulse white paperLuis Rasquilha
 
Digital transformation playbook & framework
Digital transformation playbook & frameworkDigital transformation playbook & framework
Digital transformation playbook & frameworkLuis Rasquilha
 
Pós covid 19 dicas praticas
Pós covid 19 dicas praticasPós covid 19 dicas praticas
Pós covid 19 dicas praticasLuis Rasquilha
 
Global trends 4 business report
Global trends 4 business reportGlobal trends 4 business report
Global trends 4 business reportLuis Rasquilha
 
Programa Inova Consulting & Business School Lisboa 2019
Programa Inova Consulting & Business School Lisboa 2019Programa Inova Consulting & Business School Lisboa 2019
Programa Inova Consulting & Business School Lisboa 2019Luis Rasquilha
 
Global Trends 4 Business - Report Inova 2019
Global Trends 4 Business - Report Inova 2019Global Trends 4 Business - Report Inova 2019
Global Trends 4 Business - Report Inova 2019Luis Rasquilha
 
Folder de Palestras Luis Rasquilha para 2019
Folder de Palestras Luis Rasquilha para 2019Folder de Palestras Luis Rasquilha para 2019
Folder de Palestras Luis Rasquilha para 2019Luis Rasquilha
 
Book Inova Business School 2019
Book Inova Business School 2019Book Inova Business School 2019
Book Inova Business School 2019Luis Rasquilha
 
What's Next 2020-2030. Trend Report Inova Consulting
What's Next 2020-2030. Trend Report Inova ConsultingWhat's Next 2020-2030. Trend Report Inova Consulting
What's Next 2020-2030. Trend Report Inova ConsultingLuis Rasquilha
 

Plus de Luis Rasquilha (20)

Credenciais Ecossistema Inova 2024.pdf
Credenciais Ecossistema Inova 2024.pdfCredenciais Ecossistema Inova 2024.pdf
Credenciais Ecossistema Inova 2024.pdf
 
Cursos Inova 2024.pdf
Cursos Inova 2024.pdfCursos Inova 2024.pdf
Cursos Inova 2024.pdf
 
HSM160-Ambidestria-Corporativa.pdf
HSM160-Ambidestria-Corporativa.pdfHSM160-Ambidestria-Corporativa.pdf
HSM160-Ambidestria-Corporativa.pdf
 
Raio X - Ambidestria Corporativa Realidade Brasileira.pdf
Raio X - Ambidestria Corporativa Realidade Brasileira.pdfRaio X - Ambidestria Corporativa Realidade Brasileira.pdf
Raio X - Ambidestria Corporativa Realidade Brasileira.pdf
 
GT4B 2023.pdf
GT4B 2023.pdfGT4B 2023.pdf
GT4B 2023.pdf
 
Inova Day 22 Trend Topics 20-30.pdf
Inova Day 22 Trend Topics 20-30.pdfInova Day 22 Trend Topics 20-30.pdf
Inova Day 22 Trend Topics 20-30.pdf
 
Report Inova Whats Next 2021 - dir 2030
Report Inova Whats Next 2021 - dir 2030Report Inova Whats Next 2021 - dir 2030
Report Inova Whats Next 2021 - dir 2030
 
Ambidestria corporativa white paper
Ambidestria corporativa white paperAmbidestria corporativa white paper
Ambidestria corporativa white paper
 
Report futuro do trabalho 2020.2030
Report futuro do trabalho 2020.2030Report futuro do trabalho 2020.2030
Report futuro do trabalho 2020.2030
 
Business pulse white paper
Business pulse white paperBusiness pulse white paper
Business pulse white paper
 
Digital transformation playbook & framework
Digital transformation playbook & frameworkDigital transformation playbook & framework
Digital transformation playbook & framework
 
Pós covid 19 dicas praticas
Pós covid 19 dicas praticasPós covid 19 dicas praticas
Pós covid 19 dicas praticas
 
Pós covid 19 trends
Pós covid 19 trendsPós covid 19 trends
Pós covid 19 trends
 
Global trends 4 business report
Global trends 4 business reportGlobal trends 4 business report
Global trends 4 business report
 
Whats next 20202030
Whats next 20202030Whats next 20202030
Whats next 20202030
 
Programa Inova Consulting & Business School Lisboa 2019
Programa Inova Consulting & Business School Lisboa 2019Programa Inova Consulting & Business School Lisboa 2019
Programa Inova Consulting & Business School Lisboa 2019
 
Global Trends 4 Business - Report Inova 2019
Global Trends 4 Business - Report Inova 2019Global Trends 4 Business - Report Inova 2019
Global Trends 4 Business - Report Inova 2019
 
Folder de Palestras Luis Rasquilha para 2019
Folder de Palestras Luis Rasquilha para 2019Folder de Palestras Luis Rasquilha para 2019
Folder de Palestras Luis Rasquilha para 2019
 
Book Inova Business School 2019
Book Inova Business School 2019Book Inova Business School 2019
Book Inova Business School 2019
 
What's Next 2020-2030. Trend Report Inova Consulting
What's Next 2020-2030. Trend Report Inova ConsultingWhat's Next 2020-2030. Trend Report Inova Consulting
What's Next 2020-2030. Trend Report Inova Consulting
 

Dernier

Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptxDesenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptxCoca Pitzer
 
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnQuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnGustavo144776
 
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasConferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...E-Commerce Brasil
 
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensEP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensLuizPauloFerreira11
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceConferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceE-Commerce Brasil
 
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?Michael Rada
 
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024E-Commerce Brasil
 
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoConferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?E-Commerce Brasil
 
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfIntrodução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfVivianeVivicka
 
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdfÉtica NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdfInsttLcioEvangelista
 
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoConferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaConferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaE-Commerce Brasil
 

Dernier (20)

Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptxDesenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
 
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnQuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
 
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasConferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
 
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
 
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
 
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
 
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
 
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensEP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceConferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
 
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
 
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
 
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
 
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
 
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoConferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
 
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
 
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfIntrodução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
 
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdfÉtica NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
 
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
 
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoConferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaConferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
 

Distribuição Moderna em expansão

  • 1. “Angola está aberta para os grandes players da distribuição moderna” distribuição distribuição VIP feiras Entrevista à Ministra do Comércio, Rosa Pacavira “Tudo para crescer” “Consumo no Natal penalizado pela crise económica” A opinião dos profissionais sobre a distribuição, produção e respectiva evolução “Um salão que se quer exportador” Snapshot Angola Retail Consumo no Natal Very Important Professional Alimentaria + >>Director: António Pedro >>Director Executivo: Victor Jorge >>Periodicidade: Bimestral >>Propriedade: Score Media >>preço capa: 0 Kz >>dezembro 2012 >>ano I 00 01-02 Capa b.indd 1 10/12/12 17:53
  • 2. 01-02 Capa b.indd 2 09/12/12 12:19
  • 3. #03 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 editorial A ngola é um País de oportunidades, com uma taxa mé- dia de crescimento de 11,1% que é mais alta entre as 10 economias que mais evoluíram na última década, segundo o FMI e o The Economist. O País está na primeira linha do desenvolvimento e com um caminho definido e certo: o da evolução. Entre os sectores com maior potencial de crescimento e evolução está a Distribuição Moderna, nos vectores alimentar e não ali- mentar, bem como a Produção, também ela alimentar e não alimentar, além de actividades que complementam estes vastos mercados como, a título de exemplo, a Logística, Tecnologia, Veículos, Bebidas ou Vinhos, entre outros. É precisamente neste espectro que a revista “Distribuição em Ex- pansão” se quer posicionar e marcar a sua diferença. Bimestralmente, queremos dar visibilidade não só aos diversos sectores de actividade como, também, aos profissionais que neles intervêm, funcionando como uma ponte de diálogo e facilitador de ligação e relações entre sectores e seus profissionais. Pretendemos apresentar ao mercado uma revista inédita em An- gola, feita em Angola, que trata o sector da Distribuição Mod- erna e Produção enquanto alavancas para a diversificação e desen- volvimento da economia nacional e dirigida aos profissionais que exercem a sua actividade no universo do comércio e consumo. É reconhecido que a oferta, em termos de retalho alimentar e não alimentar, é débil, com cerca de 70% do comércio a realiza-se ainda no mercado informal. Também do lado da produção verifica-se que a generalidade dos produtos embalados encontrados e consumidos no País é importada, pois os dados do Conselho Nacional de Carrega- dores são elucidativos. Se Angola tem um caminho de progresso que deverá seguir no que diz respeito à Distribuição Moderna, com a aplicação de cada vez melhores práticas, também é verdade que a produção de bens de grande consumo só poderá conhecer um registo de crescimento, sendo, no entanto, necessária uma definição de políticas que não faça os operadores do retalho depender tanto da importação, mas capazes de recorrer à oferta de produtos locais. E é aqui que queremos fazer a diferença e dar a conhecer as di- ficuldades e necessidades, mas também os casos de sucesso que existem em Angola nos mais variados sectores de actividade. Não queremos nem podemos limitar-nos, contudo, à realidade do mercado angolano. Pretendemos trazer, igualmente, temáticas que enriquecerão os profissionais com a apresentação das últi- mas tendências, análises, estudos, case studies do melhor que se realiza e produz em todo o mundo, através de parcerias com as mais destacadas e reconhecidas consultoras mundiais. É mais um desafio a que nos propusemos para darmos o nosso contributo neste sector. No alinhamento editorial da revista “Distribuição em Expansão”, os profissionais poderão encontrar entrevistas de fundo, análises aos sectores da “Distribuição Moderna”, “Produção”, “Bebidas”, “Vinhos”, “Logística”, “Veículos”, “Tecnologia”, “Inovação”, “Emprego&Formação”, apresentação de estudos, análises e in- sights, as últimas novidades no que diz respeito ao lançamento de produtos, artigos de opinião e muito mais. Além disso, a “Distribuição em Expansão” vai organizar um pai- nel, composto por profissionais dos mais variados sectores anali- sados na revista, que, bimestralmente, dará a sua opinião sobre o que de mais relevante se passa no mercado, lançando, ao mesmo tempo, pistas, discussão, debate e ideias do que são, poderão e deverão ser estes mercados no presente e futuro. Assim, convidamo-lo(a) a conhecer este novo projecto e a fazer parte da história da Distribuição Moderna e Produção em Angola. Junte-se a nós e apoie-nos na tarefa de fazer com que a dis- tribuição viva, de facto, um período de expansão em Angola. Um sector de primeira linha António PedrO, Director ficha técnica Conselho de Gerência Sílvio Baptista • Conselho Editorial Victor Fernandes, Sílvio Baptista, Carlos Rosado de Carvalho, Juvenis Paulo, Miguel Coutinho, Nilza Rodrigues, Raul Vaz e Verónica Pereira • Directora Geral de Publicações Nilza Rodrigues • Director António Pedro • Director Executivo Victor Jorge • Consultor Editorial Carlos Rosado de Carvalho Colaboram neste número Estêvão Martins, Eunice Sebastião, José Rousseau, Pedro Silva e Luís Rasquilha Fotografia Edson Chagas (Subeditor), César Magalhães, Lídia Onde Projecto Gráfico Rui Sampaio • Impressão Lisgráfica • Distribuidora Score Media • Direcção Comercial Tânia Vasconcelos (Directora), Carina Amuedo, Cátia Amado Direcção Administrativa e Financeira Renato Moreira (Director), Egídio Francisco, Garcia José, Herlander Tomás, Katila Denise, Rosa Ngola, Stanislau Pataca Contactos 244 222 322 665 / 244 222 322 654 / 244 222 322 674 • Fax: 244 222 443 453 • Rua Damião de Góis, n.º 81 – Bairro de Alvalade, Luanda – Angola Contactos E-mail expansao@scoremedia.co.ao / comercial@scoremedia.co.ao Representação em Portugal Estratégia Media • Direcção-Geral Nilza Rodrigues • Departamento Administrativo Amélia Saavedra • Contactos +351 927747062 Registo MCS-520/B2009 03 Editorial.indd 3 09/12/12 15:21
  • 4. #04 # Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 índice 08 14 22 26 30 32 36 38 40 42 44 46 Entrevista Ministra do Comércio, Rosa Pacavira Distribuição 14 - 15 Snapshot Angola retail Tudo para… crescer 16 - 19 Consumo no Natal Consumo no Natal penalizado pela crise económica 20 Marketview Angola CBRE Grandes superfícies comerciais trazem retalhistas internacionais para Angola Opinião 22 José António Rousseau O ADN da DISTRIBUIÇÃO 23 Pedro Miguel Silva A terceira vaga do capital humano Produção 26 - 27 A produção vista pelos profissionais 28 - 29 24 Horas com... Raúl Mateus, Proprietário e Presidente do Conselho de Administração da Pomobel Bebidas 30 - 31 Cervejas Importação de bebidas estrangeiras com processo dificultado Logística 32 ExpoTrans Logística e distribuição atraem investidores externos 35 GPS Distribuição e produção beneficiam com GPS Transportes 36 Mercedes Citan Uma forma eficiente de fazer entregas urbanas Leitura 38 O Livro das Decisões - 50 Modelos para pensar com estratégia 38 O Estratega - Seja o Líder de que a sua empresa precisa Feiras 40 Alimentaria Horexpo Lisboa Um salão que se quer exportador Novidades As últimas novidades em termos de produtos serão conhecidas nestas páginas da Distribuição em Expansão. VIP Um painel de profissionais dará, bimestralmente, a sua opinião sobre questões da actualidade colocadas pela redacção da Distribuição em Expansão. Opinião 46 Luís Rasquilha Tendências: o que são e como servem para gerar inovação 08 14 28 40 20 04-05 IndiceQuizz.indd 4 07/12/12 23:25
  • 5. 1 3 4 2 #05 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 Em que década abriu o primeiro super/hipermercado organizado em Angola? a) 1970 b) 1968 c) 1999 d) 2001 Quantos players (cadeias de distribuição) existem a actuar em Angola? a) 6 b) 10 c) 4 d) 8 A associação que congrega os players da Distribuição Moderna em Angola tem o nome de …? a) Associação do Comércio de Angola b) Não existe associação da distribuição moderna em Angola. c) Associação da Distribuição de Angola d) Associação dos Comerciantes de Angola Quantas grandes superfícies comerciais (centros comerciais) vão ser abertas nos próximos tempos na cidade de Luanda? a) 1 b) Nenhuma c) 3 d) 2 quiz Respostas: 1a),2a),3b),4d) 04-05 IndiceQuizz.indd 5 07/12/12 23:25
  • 6. #06 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 O interior da Distribuição em Expansão A revista Distribuição em Expansão que chega agora ao mercado será dividida em várias secções, cada uma com identidade própria e explicativa do que mais importante se passa nesse mesmo sector. A abrir a revista encontramos a secção de distribuição, na qual será espelhada o que mais importante e rele- vante acontece no sector da distribuição moderna, tanto na vertente alimentar como não alimentar. Será aqui que os profissionais poderão encontrar as últi- mas novidades sobre o mercado em que actuam como, também, análises das maiores consultoras mundiais de retalho, bem como insights sobre tendências, comporta- mentos do consumidor e de hábitos de consumo. Desde a produção alimentar à não alimentar, existem uma panóplia de produtos e empresas sobre as quais nos iremos debruçar, dando a conhecer o que de mais rel- evante se passa neste mercado. Análises, reportagens, case studies, práticas, tendências, tudo se insere num sector de extremamente importância para os consumi- dores e profissionais da distribuição. Acompanhe 24 horas na vida de um profissional. A que horas se levanta, toma o pequeno-almoço, chega ao es- critório/empresa, tem a sua primeira, segunda, terceira reunião, a que horas almoço, o que faz da parte da tarde, enfim, um sem número de passos que não dependem de nós, mas do profissional a acompanhar. Esta secção é dedicada ao universo de Baco, Deus do Vinho. Sem produção própria, os vinhos que se podem encontrar nos super e hipermercados espalhados por Angola provém de países estrangeiros. França, Chile, África do Sul, Portugal, Argentina, Espanha, Itália, Ar- gentina, Austrália, Nova Zelândia, EUA, China são os grandes produtores de vinho. Conheça aqui as últimas novidades chegadas a Angola. A entrevista é uma componente importante em qualquer revista, reforçando-se o seu papel numa publicação que se quer especializada e para profissionais. É neste es- paço que poderá encontrar as entrevistas mais impor- tantes a actores dos mais diversos sectores analisados bimestralmente. Entrevistas de fundo, com relevância e que irão tocar nos pontos mais importantes no mercado e na realidade em que determinado profissional se move. Alcoólicas, não alcoólicas, cervejas, refrigerantes, sumos, com gás, sem gás, tudo o que se pode encontrar num linear de super e/ou hipermercado na secção de bebi- das tem o seu lugar nesta secção. Novidades, estraté- gias, análises, quem quiser ficar a par do que acontece no mundo das bebidas, terá aqui a seu leitura obrigatória. distribuição produção 24 Horas com… vinhos entrevista bebidas 06-07 Explicação.indd 6 07/12/12 23:28
  • 7. #07 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 A logística é uma das componentes mas importantes na operação de um distribuidor ou produtor. A logística dentro e fora de armazém, as componentes que fazem parte deste universo como as paletes ou soft- ware, entre outros, encontrarão aqui o seu espaço. Há opiniões que que qualquer profissional quer, deseja e precisa de ouvir. Pois bem, a revista Distribuição em Expansão reuniu alguns dos melhores profissionais, es- pecialistas, opinion makers cujas palavras são ouvidas e seguidas. Feiras, congressos, conferências, workshops, seminári- os, apresentações. Não sabe quando e onde acontecem. A partir de agora terá um local onde ficará a par do que de mais importante irá acontecer no mundo e com im- portância para o seu sector. Um painel de profissionais dará, bimestralmente, a sua opinião sobre questões da actualidade colocadas pela redacção da Distribuição em Expansão. Trabalhadas, a posteriori, estatisticamente, ficará a saber o que os profissionais convidados pensa sobre determinado as- sunto, mas nunca de forma individual, mas em grupo. O objectivo passa por conseguir lançar, ao mesmo tempo, pistas, discussão, debate e ideias do que são, poderão e deverão ser estes mercados no presente e futuro. Qualquer produto que necessite de ir de ponto A para pon- to B precisa de um transporte. Nesta secção, pretendemos dar a conhecer as mais recentes notícias e novidades no mundo do transporte de mercadorias, seja o próprio veícu- lo comercial pesado ou ligeiro seja na movimentação de carga dentro de armazém. Tecnologia é, normalmente, sinónimo de inovação e, con- sequentemente, existe espaço para ela na Distribuição em Expansão. Deste o último modelo de POS, à mais recente forma de pesagem ou de pagamento, é aqui que o sec- tor ficará a saber o que de melhor se faz em Angola e no mundo. Um livro pode ser mais do que um simples conjunto de palavras. Pode mesmo mudar a percepção e ideia de um profissional sobre determinado assunto e levá-lo a mudar ou renovar a estratégia da sua empresa, marca ou inves- timento. Aqui, poderá estar a par das sugestões de leitura que serão essenciais para uma qualquer tomada de decisão. As últimas novidades em termos de produtos serão conheci- das nestas páginas da Distribuição em Expansão. logística opinião feiras VIP-Very Important Professional (Barómetro dos Notáveis) transportes tecnologia leituras novidades 06-07 Explicação.indd 7 07/12/12 23:28
  • 8. #08 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /Rosa Escórcio Pacavira de Matos, Ministra do Comércio de Angola entrevista D istribuição em Expansão (D.E.): Que desafios estão reservados para o sector do comércio na- cional, fundamentalmente nas redes de logísticas e de distribuição? Rosa Pacavira (R.P.): No âmbito da con- tribuição do sector do comércio, para o aumento da produção nacional de bens e serviços, o Ministério do Comercio tem como desafios a promoção e realização de investimentos em infra-estruturas com a construção e instalação de plataformas de logísticas e distribuição nos principais pontos geradores de carga. No sentido de fomentar e facilitar o escoamento da produção agrícola, foram criados quatro corredores regionais para o escoamento da produção agro-pecuária, tendo por base critérios de potencialidades de cada provín- cia e respectivo eixo de mobilidade. A operacionalidade dos corredores irá permitir um melhor aproveitamento dos recursos naturais, de forma a responder às políticas de desenvolvimento económico, social e regional do País, tendo ainda em conta a operacionalização dos caminhos de ferro de Angola e os principais eixos viários. D.E.: Quais são os corredores que per- mitirão o escoamento da produção? R.P.: Para cobrir grande parte do planalto central, está o Corredor Centro-leste, do qual fazem parte as províncias do Huambo, Bié, Benguela, Lunda Sul e Moxico, ten- do como apoio os Caminhos de Ferro de Benguela que atravessa grande parte deste corredor. Para as grandes áreas de produção da região sul, surge o Corredor Sul en- globando as províncias do Namibe, Cu- nene, Huíla e Kuando Kubango, contando com os Caminhos de Ferro de Moçâmedes. As províncias delimitadas pela região lito- ral integram o Corredor Norte, agregando as províncias de Luanda, Bengo, Cabinda, Zaire e Kwanza Sul. Através de Malanje, os produtos chegarão a Luanda pela via dos Caminhos de Ferro de Luanda, sendo distribuídos para as outras províncias do corredor pelas vias rodoviária e marítima. D.E.: E qual a estratégia para a região centro-norte? R.P.: Com o intuito de cobrir a faixa centro- norte, foi criado o Corredor Norte com as províncias da Lunda Norte, Kwanza Norte, Malanje e Uíje, que serão também apoia- das pelos Caminhos de Ferro de Luanda. Em cada corredor serão implantadas infra- estruturas de logística primária estrutura- das em centros de logística e distribuição, mercados abastecedores, hipermercados, e entrepostos comerciais e a rede de arma- zenistas grossistas. Relativamente a infra-estrutura de logística secundaria estará estruturada numa rede de proximidade, com retalhistas, integrando “Angola está aberta para os grandes players da distribuição moderna” contactos: http://www.minco.gov.ao/ A ministra do Comércio de Angola falou para a revista Distribuição em Expansão e discorre sobre os projectos estruturantes do sector para os próximos cinco anos, desde a construção de plataformas logísticas e distribuição, a configuração dos mercados abastecedores, hipermercados, entrepostos comerciais e a rede de armazenistas grossistas. O País regista um défice de 50 mil estabelecimentos comerciais e projecta 11 mil lojas de proximidade. O mercado angolano aguarda pelos players internacionais da distribuição moderna. texto: António Pedro fotos: César Magalhães e Edson Chagas 08-13 Entrevista.indd 8 09/12/12 15:29
  • 9. #09 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 ““No âmbito da contribuição do sector do comércio, para o aumento da produção nacional de bens e serviços, o Ministério do Comercio tem como desafios a promoção e realização de investimentos em infra-estruturas com a construção e instalação de plataformas de logísticas e distribuição nos principais pontos geradores de carga” 08-13 Entrevista.indd 9 09/12/12 15:29
  • 10. #10 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /Rosa Escórcio Pacavira de Matos, Ministra do Comércio de Angolaentrevista os supermercados, mini-mercados e lojas do dia, a nível das comunas, ombalas e po- voações. D.E.: Quando é que estas estruturas logísticas estarão concluídas? R.P.: Os produtores agrícolas contarão com a intervenção de privados, que farão a li- gação pela via compra directa da produção, ainda no campo, para as grandes superfí- cies. Toda estrutura logística acima referi- da, será implantada durante o quinquénio, com o estabelec- imento de parcerias público- privadas, como modelo para a promoção da instalação e exploração das infra-estrutur- as logísticas, que garantam a recepção, o armazenamento, a conservação e a distribuição da produção interna, quer ag- rícola quer industrial, partic- ularmente nas zonas de maior concentração no sentido de incentivar, em primeiro lu- gar, o empresariado nacional. Neste sentido, esta projectada a construção de nove centros de distribuição e logística, os chamados CLODs, nas províncias de Luanda, Huambo, Bié, Benguela, Huíla, Lunda Sul, Malanje, Kwanza Sul, Uíje e um mercado abastecedor no Cunene. D.E.: Como ficará organizado o comé- rcio, desde a recolha e armazenamento de produtos para o circuito comercial urbano? R.P.: Um dos papéis estratégicos do co- mércio é o elo de ligação entre os sectores primário, secundário e terciário da econo- mia, traduzido no trinómio “Produção- Distribuição-Consumo”. Sendo assim, o Ministério do Comércio irá implantar centros de recolha nas provín- cias, particularmente nos municípios, com grandes potencialidades agropecuárias, como centro focal de comercialização e grandes dinamizadores dos mercados. Os produtos serão provenientes de cooperativas organizadas de produtores, via coopera- tivas de comercialização e de transportadores. Acoplados aos centros de recolha, serão construídas unidades de re- cepção, lavagem, calibragem e embalagem de produtos, facilitando a compra dos mesmos pelos fornecedores, que colocarão as mercado- rias no circuito comercial urbano. D.E.: Mas o processamento já exige a componente industrial e fica a questão: como será feito? R.P.: Relativamente ao processamento, o Ministério do Comércio em parceria com o Ministério da Indústria irão implantar mini-indústrias junto das cooperativas, para a transformação dos produtos, nome- adamente, milho, mandioca e tomate. Havendo necessidade de Angola criar a sua reserva estratégica alimentar, serão implan- tados quatro armazéns de retenção para a segurança alimentar, nas províncias de Luanda, Bié, Malanje e Huíla, onde serão canalizados produtos tanto de importação como alguma produção excedentária. D.E.: A produção interna continua a “reclamar” mais atenção face o forte re- curso às importações, que estratégia está montada a este nível? R.P.: Em função das normas de consumo da Organização Mundial da Saúde, e esti- mativas da população, anualmente deter- mina-se as necessidades de consumo das quais se deduz a produção nacional mer- “Um dos papéis estratégicos do comércio é o elo de ligação entre os sectores primário, secundário e terciário da economia, traduzido no trinómio ‘Produção - Distribuição - Consumo’”. 08-13 Entrevista.indd 10 09/12/12 15:29
  • 11. 08-13 Entrevista.indd 11 09/12/12 15:29
  • 12. #12 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /Rosa Escórcio Pacavira de Matos, Ministra do Comércio de Angolaentrevista cantil e se determina, posteriormente, o dé- fice à importação. Na prática, através do li- cenciamento automático e não automático das operações comerciais externas, no caso as importações e as exportações, tem sido possível aplicar-se as medidas de salvaguar- da previstas pela Organização Mundial do Comércio, com vista a salvaguarda e pro- tecção da produção nacional, no quadro da substituição, promoção e diversificação das exportações de produtos com vantagem competitiva e comparativa. Neste sentido, o Ministério do Comér- cio irá alargar a prática de plafond global da importação a todos os produtos com produção interna, como incentivo a esta numa perspectiva de substituição de im- portações. Para incentivar e fomentar as exportações, irá neste quinquénio criar o Instituto de Apoio as Exportações, numa lógica empresarial e numa perspectiva de aumento da base mercantil das expor- tações. No entanto, o Ministério irá trabalhar no sentido da aplicação de uma estrutura de quotas máximas e quotas mínimas por im- portadores. As quotas máximas são numa perspectiva de defesa da produção interna e de restrição à prática monopolista. As quotas mínimas são na defesa da eficiência do processo, permitindo a continuidade apenas aos importadores mais eficientes. Durante o quinquénio, o MINCO (Minis- tério do Comércio) irá trabalhar no sentido de restringir, progressivamente, a impor- tação de produtos pré embalados, em par- ticular da pequena embalagem, em benefí- cio da importação de produtos a granel, isto para garantir um Valor Acrescentado Bruto, o chamado VAB, no circuito com- ercial interno. D.E.: Actualmente, quanto vale a linha de financiamento do Programa de Pro- moção do Comércio Rural? R.P.: Esta em curso a implementação do Plano Integrado de Desenvolvimento do Comércio Rural e Empreendedorismo (PLAIDENCOR), em todo o território nacional, tendo-se reforçado a estratégia do Executivo com a criação da Direcção Na- cional do Comercio Rural e Empreende- dorismo ao nível do Ministério do Com- ercio. Isto serve para fortalecimento e operacion- alização das iniciativas locais em termos de dinâmicas da produção agrícola, aquisição da produção ao camponês, mecanismos de escoamento da produção agro-pecuária, empreendedorismo e desenvolvimento in- tegrado das comunidades rurais. Respon- dendo a pergunta de forma concreta, para a promoção do comércio rural está apro- vada uma linha de crédito do Banco De- senvolvimento Angolano (BDA) de aproxi- madamente 40 mil milhões de dólares. D.E.: Que modelos in- ternacionais do sector da distribuição moderna po- dem ser adaptados para Angola? R.P.: A Lei das Actividades Comerciais foi elaborada com base nos pertinentes acordos no âmbito da Or- ganização Mundial do Comércio, da evolução do comércio universal e do comportamento dos con- sumidores do século XXI. Enfim, a nossa política e estratégia com- ercial assenta nos pressupostos da globali- zação, pelo que que todos os modelos de distribuição, nos marcos da lei, podem ser adaptados em Angola. D.E.: O Orçamento Geral do Estado garante verbas suficientes para a con- strução de infra-estruturas? R.P.: O Estado de arte do comércio em Angola permite-nos registar neste mo- mento que temos um défice de cerca 50.000 estabeleci- mentos comerciais e de pre- stação de serviços mercantis, face ao desequilíbrio que se regista entre a rede comercial e o crescimento demográfico da população. Neste sentido, quer ao nível do Programa de Investimen- tos Públicos, quer a nível do investimento privado, mobi- liza-se o sector do comércio para reabilitação e construção de novas infra-estruturas em todo o território nacional, no âmbito de promoção e desen- volvimento sustentável e harmonioso do comércio em Angola. Durante o quinquénio, serão implanta- dos centros logísticos e de distribuição (os CLODs) de grande dimensão, nas provín- cias de Luanda, Huambo, Malanje, Huíla, Benguela, Uíje, Saurimo e Kwanza Sul. Serão construídas 11 000 lojas de proximi- dade, quatro armazéns de reserva do Esta- do, 18 CLODs provinciais, 163 armazéns municipais e mercados municipais de refer- ência. No entanto, as verbas atribuídas no OGE para 2013, relativas ao Ministério do Comércio, satisfazem em grande parte os investimentos planificados. D.E.: Como encara a entrada no mer- cado angolano dos grandes players mun- diais da distribuição moderna? R.P.: No quadro do investimento de parce- rias público-privado e legislação comercial em vigor, não há nenhum factor inibitório de Angola acolher os players de referência mundial. D.E.: De que forma o Estado vai con- tinuar a apoiar os agentes económicos nacionais? R.P.: O Executivo tem criado o quadro jurídico-legal e as infra-estruturas básicas, e assegurado a estabilidade política, macro- económica, incentivos fiscais e financeiros, para realização de investimentos por parte dos agentes económicos. Para o sector do comércio, em particular, trabalha-se para a criação do Fundo de Ga- rantia de apoio aos comerciantes, com vista a promoção de financiamentos com taxas de juros bonificados e prazos de reembol- sos dilatados. Isto permite assegurar a for- mação para economia, internacionalização de negócios, reabilitação e construção de infra-estruturas comerciais e de prestação de serviços mercantis. O Estado tem estado a criar condições de apoio aos agentes económicos, principal- mente com o surgimento do programa An- gola Investe, através dos bancos comerciais. “No quadro do investimento de parcerias público-privado e legislação comercial em vigor, não há nenhum factor inibitório de Angola acolher os players de referência mundial.” 08-13 Entrevista.indd 12 09/12/12 15:29
  • 13. 08-13 Entrevista.indd 13 09/12/12 15:29
  • 14. #14 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /Snapshot Angola retail M ercado caracterizado por ter cerca de 70% do seu comé- rcio no mercado informal, os mais recentes dados da Deloitte indicam que os mercados mais atractivos, em Angola, para além do re- talho alimentar, estão nos Fast Moving Consumer Goods (FMCG) e no retalho especializado, mais concretamente nas áreas do mobiliário e electrónica de con- sumo. O sector da distribuição moderna, mais concretamente o retalho alimentar, é ain- da incipiente, onde a oferta de players é limitada e com algumas (se não muitas) lacunas no que diz respeito à operação. Por isso mesmo, este é um sector a ter em conta, uma vez que há muito para fazer, desenvolver e evoluir em praticamente to- dos os aspectos a considerar na operação de um retalhista, com a oferta a reduzir- se a seis players (ver quadro 1), cada um com poucas lojas nos cerca de 1 246 700 km2 do território angolano. Também no campo dos grossistas, a oferta é limitada, operando, actualmente, Tudo para… crescer Com cerca de 19 milhões de habitantes, Angola é vista como um mundo de oportunidades, aparecendo o retalho e a produção como os sectores em destaque. texto: Victor Jorge fotos: César Magalhães distribuição 14-15 Distribuição.indd 14 10/12/12 17:56
  • 15. #15 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 de acordo com a consultora, cinco opera- dores (ver quadro 1). Mobiliário A Deloitte destaca, no entanto, como maiores oportunidades de negócio as op- erações de retalho especializado na área do mobiliário e electrónica de consumo (ver quaro 2), onde não existem prat- icamente fabricantes em Angola, com as operações a serem alimentadas pela im- portação dos players locais e internacio- nais a actuar no território. Os produtos são, essencialmente, importados de países como Portugal, China e Brasil por repre- sentantes locais ou importadores. Este destaque dado ao sector do mobil- iário é corroborado pelo facto de o Gov- erno estimar gastar cerca de 1,8 mil mil- hões USD em projectos habitacionais, em 2012, aumentando esse valor para 15,4 mil milhões USD em 2015. Verifica-se, igualmente, que a procura por habitações de valor alto está saturada, re- caindo o foco em projectos para as classes de rendimento médio e baixo. Electrónica Do lado da electrónica de consumo, a realidade não é muito diferente da do mobiliário, com a existência quase nula de produtores locais, com a oferta a ter origem em países como os Estados Uni- dos da América, China, Coreia do Sul e Finlândia e operada por representantes e importadores locais. O mercado da electrónica de consumo angolano tem registado incrementos na ordem dos 5% anuais, muito devido ao crescimento demográfico e maior dis- ponibilidade de rendimento por parte da população angolana. Embora tivesse existido um reforço das leis do comércio, a consultora avança que 20% a 30% das transacções são ainda re- alizadas nos canais informais. As operações dos revendedores assumem, normalmente, uma integração vertical, desde a importação ao marketing, focan- do-se em mais do que uma categoria. FMCG Segundo os dados disponibilizados pela Deloitte, o valor do mercado alimentar e de bebidas está estimado nos 10 mil mil- hões USD, registando um crescimento anual na ordem dos 22%. No caso dos FMCG, existem produtores locais fortemente instalados, na sua maio- ria no sector das bebidas, destacando-se a emergência da produção de detergentes e higiene pessoal. Os players estabelecidos (ver quadro 3) há mais tempo estão organizados de forma vertical, não possuindo formatos de retal- ho bem definidos, com o consumo a reg- istar uma transferência para os formatos de retalho moderno, especialmente, híper e supermercados. EdsonChagas Quadro 1 - Oferta Retalho Alimentar + Grossistas Insígnia Retalho Kero Retalhista angolano em crescimento, com operação em Luando. Conta com 2 hipermercados e 3 supermercados Casa dos Frescos Operação caracterizada por ser diferenciadora, com produtos de qualidade superior, mas com preços altos. Conta com 5 lojas em Luanda Shoprite Retalhista sul-africano estabelecido em Angola desde 2003. Opera com 12 lojas (hiper e supermercados) Nosso Super Retalhista local, sendo o único a operar em todas as regiões do território angolano. Conta com 29 supermercados (10 em Luanda e 19 nas províncias) Jumbo Primeiro hipermercado a abrir em Angola na década de 1970. A operação limita-se a uma única loja Poupa Lá Lojas pequenas de proximidade detidas pelo Ministério do Comércio. Após um longo período de inactividade, reabriu recentemente com 18 lojas em Luanda Insígnia Grossistas Mega Grossista angolano-portuguesa, com uma única loja (mas a maior de todas) em Luanda CLA Distribuidor de foodservice que detém o maior armazém em Angola Angoalissar Operação local estabelecida em Angola desde 1992. Detém 45 lojas e emprega 1200 pessoas Alimenta Angola Operação angolano-brasileira com 2 lojas em Luanda Maxi Operação detida pela construtora portuguesa Teixeira Duarte Fonte: Snapshot of Angolan Retail (Deloitte) Quadro 2 - Oferta Retalho Especializado Insígnia Mobiliário Moviflor Líder de mercado de origem portuguesa em mobiliário, interior e jardim OK Furniture Distribuidor sul-africano de mobiliário e interior Casa de Decoração Operação de mobiliário, interior e jardim detida pela empresa de construção portuguesa Teixeira Duarte Porcelanosa Fabricante espanhol de cozinhas, equipamentos para casa-de-banho e materiais de construção. Abertura da primeira loja em 2009 em Luanda Espazio Retalhista local de mobiliário de interior de qualidade superior Cormat Distribuidor local com operação desde 2009 Insígnia Electrónica de consumo NCR Distribuidor local dos produtos HP e deequipamentos para entretenimento e produtos electrónicos Sistec Distribuidor local e retalhista de hardware da Lenovo, bem como de electrodomésticos, entretenimento e telemóveis Meditech Distribuidor local de hardware da Dell, bem como de sistemas de entretenimento Ripro Distribuidor local de electrónica Rocha Monteiro Distribuidor local de produtos de informática, electrdomésticos, entretenimento e telemóveis Imporáfrica Distribuidor local de produtos de informática da Samsung, electrodomésticos, entretenimento e telemóveis Fonte: Snapshot of Angolan Retail (Deloitte) Quadro 3 - Oferta FMCG Empresa Produtores locais Refriango Fabricante angolano-português de refrigerantes, sumos, águas, vinhos e detergentes. Líder com a marca Blue Cuca BGI Joint-venture entre a SABMiller e Castel gerida pela última. Detém 70% do mercado de cerveja e todas as marcas locais (Cuca, Nocal, Eka, etc.) Coca-Cola Bottling Luanda Engarrafador local da Coca-Cola detido, maioritariamente, pela SABMiller Lactiangol Líder de mercado angola de produtos lácteos Carnes Valinho Produtor de carnes angolano Nestlé Possui fábrica de packaging para a distribuição de importados a granel Insígnia Principais exportadores Unicer Empresa portuguesa, detida parcialmente pal Carlsberg. Líder na exportação de cerveja com as marcas Super Bock e Cristal SCC Produtor de cerveja, detido pela Heineken. Marca principal: Sagres Sumol+Compal Produtor português de sumos e refrigerantes. Iniciou a produção em Moçambique em 2012 Fonte: Snapshot of Angolan Retail (Deloitte) 16 20 Consumo no Natal penalizado pela crise económica pág.pág. Grandes superfícies comerciais trazem retalhistas internacionais para Angola links úteis: http://www.deloitte.co.ao 14-15 Distribuição.indd 15 07/12/12 23:35
  • 16. #16 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /Consumo no Nataldistribuição N um estudo recente, a Deloitte conclui que a maioria dos con- sumidores ouvidos pela con- sultora para o “Xmas Survey 2012” estão pessimistas quanto ao cenário económico vivido no respectivo país, reflectindo-se nos gastos que irão fazer numa época caracterizada, por norma, por elevados consumos, mesmo que, por vezes, desnecessários. Dos 19 países incluídos no estudo da De- loitte (foram ouvidos 18.587 consumi- dores), destaque para a Europa, onde 55% dos europeus classificam como negativo o cenário económico do seu país, sendo que nos Estados que estão sobre interven- ção das instâncias internacionais da troika (FMI, UE e BCE), como são os casos de Irlanda, Grécia e Portugal, a situação seja considerada ainda mais grave. Mesmo assim, este indicador é menos neg- ativo do que nos anos de 2008,2009 ou 2011, mas ainda longe dos níveis de 2006 e 2007, quando “apenas” 37% dos consu- midores europeus avaliava como negativa a situação económica dos seus respectivos países. Sul em crise Usando, de resto, como barómetro o perfil de consumo face ao ano anterior de 2011, o estudo depara-se com três padrões na Europa: um primeiro, onde se incluem a Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e França, em que existe uma redução gener- alizada no consumo; um segundo, em que os gastos se mantêm no total, mas com os consumidores a tomarem diferentes opções de consumo entre as diversas cat- egorias, como, por exemplo, na Finlândia, Dinamarca ou Bélgica; e, finalmente, um terceiro onde se assiste a um aumento gen- eralizado dos gastos nas diversas categorias, como são os casos da Alemanha, Polónia ou Rússia, entre outros. As tendências gerais são claras: uma di- minuição generalizada no consumo das várias categorias, penalizando, em particu- lar, os gastos em entretenimento e férias. O apelo das Marcas da Distribuição (MDD), lojas de desconto e compras em promoção, é, igualmente, mais pronunciado. Por outro lado, o factor preço é cada vez mais um atributo crítico no processo de decisão de compra dos consumidores, bem visível nos 92% dos europeus (em 2012), em contraste com os 70% de 2011. Efectivamente, os países da Europa do Sul projectam diminuir os seus gastos, en- quanto os restantes países tencionam man- Consumo no Natal penalizado pela crise económica A crise económico-financeira que os países atravessam em todo o mundo é a principal razão para que o consumo no Natal se caracterize por uma palavra que entrou recentemente no léxico de todos: resiliência. Os países do Sul da Europa são os mais pessimistas. texto: Victor Jorge fotos: D.R. 16-19 Distribuição.indd 16 07/12/12 23:38
  • 17. #17 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 ter ou mesmo aumentar os seus gastos, face a 2011. Do lado negativo, destaque para os gregos, que evidenciam uma in- tenção de diminuição dos seus gastos em 16%, já sobre uma diminuição de 22% em 2011. Do lado oposto, os alemães lideram o ranking dos países que aumentará os seus gastos, com expectativas de uma evolução de 7% face a 2011. Paradigmático não deixa de ser a análise que a Deloitte faz em relação ao poder de compra de 2012 face a 2011, verificando- se que 4 em cada 10 europeus revela que diminui, com especial destaque para os países do Sul. De 2008 a 2011, a percep- ção média dos europeus de alteração do seu poder de compra foi melhorando con- sistentemente, passando do ponto mais baixo, em 2008, quando 60% admitia que tinha menos dinheiro para gastar, contra 14% que gastaram mais. Neste ano de 2011, regista-se um de- clínio ligeiro da percepção do poder de compra em países como a Bélgica, Suíça, Finlândia, Polónia ou África do Sul (ver gráfico 1). Curioso, ou não, é o facto das mulheres europeias serem mais negativas que os ho- mens na sua percepção do actual poder de compra face a 2011, com o índice de con- fiança a baixar para -29 pontos, em 2012, face aos -22 pontos do ano passado, con- Gráfico 2. Que tipo de lojas irá escolher para efectuar as compras das prendas País Geral Para produtos alimentares Marcas a comprar Irlanda Loja especializada Hipermercado MDD* França Hiper/Supermercado Hipermercado MDF** Portugal Loja de Centro Comercial Hipermercado MDD* Espanha Loja de Centro Comercial Hipermercado MDF** Itália Hiper/Supermercado Hipermercado MDF** Grécia Loja especializada Supermercado MDF** Suíça Loja de Centro Comercial Hipermercado MDD* Alemanha Loja de Centro Comercial Supermercado MDD* Luxemburgo Hiper/Supermercado Hipermercado MDF** Bélgica Loja especializada Supermercado MDD* Holanda Loja especializada Supermercado MDD* Dinamarca Loja especializada Supermercado MDD* Finlândia Hiper/Supermercado Hipermercado MDD* Polónia Loja de Centro Comercial Hipermercado MDF** Rep. Checa Loja especializada Supermercado MDF** Eslováquia Loja especializada Hipermercado MDD* Ucrânia Loja de Centro Comercial Supermercado MDD* Rússia Loja especializada Hipermercado MDD* África do Sul Hiper/Supermercado Hipermercado MDF** Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte Europa França H olanda Grécia Iralanda Portugal Luxem burgo Polónia República Checa Rússia Finlândia Espanha Alem anha Dinam arca Ucrânia Bélgica Itália Suíça Eslováquia África do Sul -20% -60% 0% 20% -40% -80% 2008 2009 2010 2011 2012 40% Gráfico 1. Como descreveria o seu poder de compra actualmente versus o ano passado 76% 73% 70% 67% 57% 58% 60% 64% 45% 50% 82% 78% 20122011 Não compro produtos que envolve trabalho infantil Evito comprar produtos com um impacto substancial nas emissões de carbon para o planeta Desenvolvimento sustentável é uma desculpa para aumentar preços Comprarei produtos, maioritariamente, produzidos na minha região ou país Estou preocupado em pagar o menos possível independetemente da origem do produto A informação disponibilizada na embalagem do produto é muito importante para mim Gráfico 3. Propostas com as quais concorda mais Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte 16-19 Distribuição.indd 17 07/12/12 23:38
  • 18. #18 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /Consumo no Nataldistribuição trastando com os -17 pontos dos homens para o actual exercício. Os consumidores com idades compreen- didas entre os 35 e 64 anos estão entre os mais negativos na percepção do poder de compra, embora os consumidores mais jovens, cujo índice de confiança era de +5 pontos, em 2011, tivesse baixado para -1 ponto, em 2012. À procura do melhor preço Mais do que nunca, os consumidores eu- ropeus procuram os melhores preços para realizar as suas compras de Natal. O preço Gráfico 4. Top prendas a comprar e desejadas Top 10 2012 2007 1.º desejo 1.ª compra 1.º desejo 1.ª compra Irlanda Livros Livros Livros Livros França Dinheiro Livros Dinheiro Livros Portugal Dinheiro Livros Roupa Livros Espanha Dinheiro Roupa Roupa Roupa Itália Dinheiro Livros Livros Livros Grécia Dinheiro Livros Roupa Livros Suíça Dinheiro Livros Livros Vouchers Alemanha Dinheiro Livros Dinheiro Livros Luxemburgo Dinheiro Livros n.d. n.d. Bélgica Dinheiro Voucher Vouchers Vouchers Holanda Livros Livros Livros Livros Dinamarca Dinheiro Livros n.d. n.d. Finlândia Dinheiro Livros n.d. n.d. Polónia Livros Livros n.d. n.d. Rep. Checa Dinheiro Livros Livros Cosméticos Eslováquia Livros Livros n.d. n.d. Ucrânia Dinheiro Cosmética n.d. n.d. Rússia Dinheiro Cosmética Dinheiro Cosméticos África do Sul Dinheiro Chocolates Roupa Música Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte Gráfico 5. Onde vai buscar ideias para as compras de prendas País Locais Irlanda Websites e lojas França Lojas Portugal Websites e lojas Espanha Websites e lojas Itália Websites e lojas Grécia Websites e lojas Suíça Websites e lojas Alemanha Websites e lojas Luxemburgo Websites e lojas Bélgica Lojas Holanda Websites e lojas Dinamarca Websites e lojas Finlândia Websites e lojas Polónia Websites e lojas Rep. Checa Websites Eslováquia Websites e lojas Ucrânia Websites e lojas Rússia Lojas África do Sul Websites e lojas Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte 16-19 Distribuição.indd 18 07/12/12 23:38
  • 19. #19 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 é, aliás, considerado um factor decisivo por 92% dos europeus (contra 70% em 2011). Por isso, 84% dos consumidores do Velho Continente revelaram que planeiam comprar produ- tos em saldo/promoção, ad- mitindo 65% que irão utilizar esta “técnica” face à realidade de 2011. Ao mesmo tempo, 77% dos consumidores afirmam que irão comprar prendas mais baratas (contra os 57% em 2011) e que irão considerar lojas que pra- tiquem preços mais baixos (78%). Entre os países que, declaradamente, as- sumem ir comprar produtos em saldo/ promoção estão a Irlanda (+44%), Fran- ça (+35%), Espanha (+36%), Portugal (+46%), Grécia (+63%), Bélgica (+33%), Holanda (+41%) e África do Sul (+42%), com Grécia e Portugal a liderarem o rank- ing dos países que irão optar por lojas de preços mais baixos (ver quadro 2). Quando comprar? Curioso não deixa também a análise de quando é que os diversos consumidores preferem efectuar as suas compras de Na- tal, existindo uma data que marca, clara- mente, a divisão: 15 de Dezembro. Se No- vembro é o mês preferido para os alemães, irlandeses, franceses, portugueses, suíços, holandeses e sul-africanos fazerem as suas compras de Natal, o período de 1 a 15 de Dezembro é o preferido para os espan- hóis, italianos, luxemburgueses, belgas, dinamarqueses, finlandeses, polacos e es- lovacos. Já os últimos 15 dias do último mês do ano são os eleitos pelos gregos, ucranianos e russos. Cada vez mais importante para os consu- midores é também saber como e onde é que os produtos que adquirem são pro- duzidos. Embora se verifique que 2/3 dos europeus prefere comprar produtos não nocivos e em que não esteja envolv- ida qualquer questão laboral relacionada com as crianças, este factor conheceu um ligeiro retrocesso em 2012, em favor de se conseguir comprar produtos ao mais baixo preço possível. Do lado de quem produz, verifica-se, também, que o desenvolvimento susten- tável é utilizado para aumentar os preços dos produtos, destacando-se neste item a França e Portugal. A compra de produtos locais reganhou im- portância (ver quadro 3), aos passo que os consumidores europeus esperem encontrar informação útil e adequada nas embala- gens dos produtos adquiridos. O que comprar? A oferta de dinheiro continua a ser a op- ção mais desejada por quem recebe, mas também por quem oferece (ver quadro 4), embora os smartphones e os tablets ten- ham entrado no Top 10, muito devido às preferências das gerações mais jovens. Entre as escolhas mais populares é possível encontrar, igualmente, os livros, embora tenham perdido a liderança em nove dos 19 países analisados pela Deloitte para este estudo. No que diz respeito à busca de ideias para as ofertas (ver quadro 5), a análise é bastante fácil, ou sejam limita-se a dois espaços: loja e websites. No entanto, é pos- sível verificar que quando se fala de produ- tos como jogos vídeo, filmes ou música, existe uma busca na Internet para depois poder comprar online ou offline, enquan- to nos produtos alimentares a procura é, fundamentalmente, feita nas próprias lo- jas onde depois é efectuada a compra (ver quadro 6). E o futuro? Quanto às expectativas para 2013, estas melhoram, marginalmente para a média dos europeus, com “apenas” 49% a per- spectivar uma situação negativa para o ano, por comparação com os 54% verifi- cados em 2011 face a 2012. Entre os europeus, 34% (35% em 2011) admitem ter menos poder de compra em 2013, enquanto 19% esperam ter maior poder de compra (21% em 2011). Dos países onde a preocupação está em alta, relativamente ao poder de compra para o ano que vem, estão a Bélgica, Ale- manha, Espanha, Polónia, Portugal e a República Checa, enquanto a África do Sul, Ucrânia, Rússia, Finlândia e Suíça, o grau de optimismo é alto. Também aqui as mulheres são mais negativas que os homens, com os mais jovens (18-34 anos) a serem os que mais acreditam num futuro melhor e mais op- timista, com a faixa dos 45 aos 54 anos a serem os mais pessimistas. A conclusão retirada pode ser “demasiado” fácil: enquanto o clima económico nos principais países europeus não melhorar, muito dificilmente se verificará um au- mento das intenções nos gastos por parte dos consumidores. Gráfico 6. Os retalhista devem investir em País Investimento Irlanda Baixar preços França Baixar preços Portugal Baixar preços Espanha Baixar preços Itália Baixar preços Grécia E-commerce (Internet) Suíça Baixar preços Alemanha E-commerce (Internet) Luxemburgo Relação com cliente* Bélgica Baixar preços Holanda Baixar preços Dinamarca Baixar preços Finlândia Baixar preços Polónia E-commerce (Internet) Rep. Checa E-commerce (Internet) Eslováquia E-commerce (Internet) Ucrânia E-commerce (Internet) Rússia E-commerce (Internet) África do Sul Baixar preços Fonte: Xmas Survey 2012, Deloitte A conclusão retirada pode ser “demasiado” fácil: enquanto o clima económico nos principais países europeus não melhorar, muito dificilmente se verificará um aumento das intenções nos gastos por parte dos consumidores. 16-19 Distribuição.indd 19 07/12/12 23:38
  • 20. #20 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /Marketview Angola CBREdistribuição C om o comércio em Luanda a ser caracterizado pelo mercado in- formal, nomeadamente, a venda directa na rua (“zungueiros”) e a existência de diversos mercados informais, a oferta recente de espaços de comércio restringe-se ao rés-do-chão e galerias dos novos edifícios que se vão erguendo na ci- dade, revela um relatório recente da Zenki Real Estate – empresa filiada da CBRE para o mercado angolano. As conclusões do estudo da consultora apontam para o facto de a maioria dos lo- jistas a operar em Angola ser de origem lo- cal ou africana, existindo poucas unidades internacionais, verificando-se que as poucas marcas de referência internacional se en- contram dispersas pela cidade, não existin- do, assim, uma zona específica de comércio. O Belas Shopping, situado em Talatona, a aproximadamente 20 km do centro de Luanda, é o mais moderno e emblemático centro comercial de Luanda, assinalando a Zenki que nos próximos anos é expec- tável que abram novas grandes superfícies comerciais no centro da capital, nome- adamente, o Luanda Shopping, situado no empreendimento Gika em Alvalade, e o Kinaxixi Shopping, situado no empreendi- mento Torres do Kinaxixi, no Kinaxixi. A baixa da cidade de Luanda tem ainda uma escassez de unidades comerciais, tais como restaurantes, cafés, livrarias, papelarias, la- vandarias, cabeleireiros e mercearias/super- mercados, entre outros, que satisfaçam as necessidades de residentes e funcionários dos escritórios presentes nesta zona. As lojas com frente de rua, localizadas nos pisos térreos dos edifícios, têm apresentado boa procura, sendo ocupadas maioritari- amente por instituições bancárias, agências de seguros e telecomunicações. A procura continua a ser efectuada maioritariamente por operadores locais ou de origem africa- na, sendo ainda reduzido o interesse de op- eradores internacionais. No entanto, com a abertura de grandes superfícies comerciais, é expectável a entrada de diversos retalhistas internacionais, nomeadamente, na área da moda, acessórios e restauração. As rendas mensais de lojas de rua remod- eladas variam entre 50 e 80 USD/m2 e en- tre 100 e 130 USD/m2/mês para espaços situados em edifícios novos, enquanto os valores de venda destes últimos situam-se entre os 6000 e os 9000 USD/m2. No que diz respeito à oferta actual de es- critórios na cidade de Luanda, esta é ainda incipiente face à procura. Em relação às tax- as de ocupação, em edifícios recentemente concluídos, a Zenki Real Estate estima que 90% da oferta esteja colocada. Este facto tem mantido os valores de arrendamento nos imóveis novos bastante desajustados face à procura premente, por parte de PME, por espaços de escritórios novos e de quali- dade no centro de Luanda. No entanto, enquanto os valores continu- arem demasiado elevados, a maioria das PME continuará a instalar-se em espaços precários e pouco funcionais, revelando a consultora que na baixa da cidade o preço de venda da área bruta de escritórios é em média de 8500 USD/m2. Os valores de ar- rendamento situam-se entre os 120 e os 180 USD/m2. Na zona alta da cidade, o preço de venda da área bruta de escritórios é em média de 7500 USD/m2, enquanto os va- lores de arrendamento estão situados entre os 100 e os 120 USD/m2. Em Luanda, excluindo os poucos edifícios prime existentes, a oferta do mercado de escritórios caracteriza-se por edifícios resi- denciais adaptados a escritórios e edifícios mistos de habitação e escritórios, em que a componente reservada a escritórios é re- duzida, normalmente um a dois pisos. Apesar das rendas altas, a maior parte da procura prefere o arrendamento à compra, na medida em que o investimento para a aquisição de um espaço de escritório, num edifício novo, é bastante elevado. Grandes superfícies comerciais trazem retalhistas internacionais para Angola Angola deverá apresentar uma das maiores taxas de crescimento mundiais em 2012. Isto reflectir-se-á na construção de novos espaços comerciais e, consequentemente, na mais que provável entrada de novos retalhistas internacionais no País. Economia de Angola: passado, presente e futuro Após mais de quatro décadas de guerra, Angola emergiu para se tornar no segundo maior exportador de petróleo de África e a sua terceira maior economia. Em 2009, quando a crise financeira global atingiu Angola, a economia ficou vulnerável. Contra a redução de um terço das reservas internacionais no primeiro semestre de 2009, as autoridades solicitaram o apoio do FMI para um programa de estabilização. A estabilidade macroeconómica melhorou em 2011. Apesar de problemas de produção que limitaram o crescimento do sector petrolífero, o sector não petrolífero compensou a queda, resultando numa taxa de crescimento do PIB de 3,9%. A taxa de inflação caiu para 11,4% no final do ano (média de 13,5% anual), beneficiada por uma taxa de câmbio estável. A perspectiva para 2012 é relativamente favorável, mas afectada pela recente queda dos preços do petróleo e algumas incertezas. O ritmo da actividade económica deve acelerar com um crescimento do PIB de 6,8%. A inflação deverá continuar a diminuir lentamente, para 9,6% no final de 2012 (média de 10,8% anual). texto: Victor Jorge fotos: Edson Chagas 20-21 Distribuição.indd 20 07/12/12 23:41
  • 22. #22 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 opinião C ada célula deste organismo vivo chamado Distribuição contém uma multiplicidade de pares de cromossomas que constituem o seu código genético, o seu ADN. Sem quaisquer preocupações de seguir um paralelismo rig- oroso com as características científicas do genoma humano, esta linha de reflexão sobre a Distribuição, usa-o apenas como metáfora de enquadramento e análise. A identificação e selecção dos genes que irão integrar este processo foi totalmente livre e da minha in- teira responsabilidade. A sua ordem é também aleatória e não segue qualquer critério temporal ou de importância. Mas podemos começar esta viagem pelo gene EXPANSÃO, o ver- dadeiro oxigénio da Distribuição pois sem ele qualquer conceito comercial sufoca, estagna e morre. Será sempre uma questão de tempo. Na Distribuição parar é realmente morrer. Temos depois o LIVRE SERVIÇO. O seu ex-libris, que o carrinho de compras tão bem simboliza, o sistema que tudo mudou na ac- tividade comercial exercida em lojas. A seguir a CONCORRÊN- CIA o sangue que lhe corre nas veias e que melhor a evidencia se comparada com outros sectores da actividade económica. Tal como o SORTIDO que forja a sua personalidade e claramente identifica os formatos com que se apresenta aos consumidores. E as TECNOLOGIAS/PROCESSOS cuja adesão da Distribuição é não só imediata como, a partir delas, tudo muda e nada fica como era dantes. Ou o CRÉDITO nas suas diferentes formas desde o velhinho livro de fiado até à venda a prestações ou às compras pagas com cartões. A multiplicidade de FORMATOS/INSÍGNIAS que com difer- entes características e posicionamentos todos os dias estão à dis- posição dos consumidores em qualquer parte do mundo ou o gene da LOGÍSTICA sem o qual a Distribuição não existiria e não se- ria, como é, um negócio de tostão gerido pela informação. E a INOVAÇÃO a verdadeira alma mater, a partir da imaginação e das necessidades detectadas quer ao nível da oferta quer dos processos. A LOCALIZAÇÃO que pode fazer toda a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma loja e assumir formas tão variadas sempre com o objectivo de estar perto e com FOCO NO CONSUMIDOR, gene sem o qual a Distribuição não tinha razão de ser, servir o consumidor é a sua religião e seu único mandamento. Para tal, a NEGOCIAÇÃO é fundamental e imprescindível, desde os seus primórdios quer com os consumidores quer com os fornecedores. A ORGANIZAÇÃO sem a qual, e independentemente da sua forma, não seria possível, dia após dia, manter a capacidade de abastecer os mercados com o que eles necessitam e com a QUALI- DADE e respectivo controlo que os consumidores exigem e a leg- islação impõe. Mas nada disto se conseguiria sem o CAPITAL HUMANO ou factor H, aquele que por ser constituído por pessoas faz realmente a diferença não obstante a sua natureza de mão-de-obra intensiva. A INTEGRAÇÃO (DE FUNÇÕES) da Distribuição é um dos seus mais recentes genes que lhe permitiu gerar economias de escala e racionalização de processos. Uma dessas funções a COMUNICAÇÃO/INFORMAÇÃO gan- hou autonomia face aos produtores e saiu para fora das lojas in- vadindo os meios de comunicação social incluindo a televisão. O VALOR ACRESCENTADO demorou muito tempo a ser recon- hecido como um predicado da Distribuição, que no passado até era vista como uma actividade parasitária, mas ninguém hoje o põe em causa. Tal como a INTERNACIONALIZAÇÃO/GLOBALIZAÇÃO um processo muito lento que até começou com os portugueses e a sua descoberta do caminho marítimo para a Índia mas que só no final do século vinte acelerou de forma imparável. A ESTRATÉGIA nas diferentes formas com que se assume através dos preços, do sortido ou dos serviços impactando assim no posi- cionamento de cada empresa ou formato no mercado onde con- corre. O gene da EXPERIÊNCIA (DE COMPRA) tem vindo a ganhar peso no código genético da Distribuição por força da evolução nos últimos anos pois o ato de consumo deixou de ser uma forma de sobrevivência para se transformar num ato lúdico e de prazer. De igual modo, a MUDANÇA/TRANSFORMAÇÃO verificada na Distribuição, ilustra da melhor forma a famosa Lei de Lavoisier segundo a qual, na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Pois, na Distribuição também assim é. Três das descobertas mais recentes do código genético da Dis- tribuição são o gene da SUSTENTABILIDADE nas suas vert- entes de responsabilidade social e de defesa ambiental, o gene do WORKING TOGETHER/PARCERIAS quer com os fornece- dores quer com os seus próprios concorrentes segundo modernas formas de competição e o gene do BRANDING cada vez mais assumido sob a forma de insígnia ou de produto como a cavalgada heróica das MDD pela Europa têm vindo a evidenciar. E por fim, a RESILIÊNCIA, ou seja, a capacidade de cair e se levantar, de ir abaixo e voltar para cima, de errar e de se corrigir, de perder para voltar a ganhar, de recuar para poder avançar, de mudar do negativo para o positivo fazendo das fraquezas, forças. O ADN da DISTRIBUIÇÃO José António Rousseau, Docente, consultor e especialista em Distribuição Moderna www.rousseau.com.pt A partir de hoje, em cada número da Distribuição em Expansão, José António Rousseau irá analisar e desenvolver cada um dos elementos do código genético da Distribuição, sendo este texto o pontapé- de-saída, em jeito de enquadramento e lançamento do tema. “ “Cada célula deste organismo vivo chamado Distribuição contém uma multiplicidade de pares de cromossomas que constituem o seu código genético, o seu ADN. Na Distribuição parar é realmente morrer” 22-25 Opinião.indd 22 07/12/12 23:43
  • 23. #23 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 opinião A extracção de recursos naturais, em particular de petróleo, é e continuará a ser durante muitos anos o motor do crescimento da economia angolana. A exploração petrolífera e respectivas actividades associadas represen- taram em 2011: • 85% do PIB angolano, de acordo com o CIA Factbook • 81% da receita fiscal cobrada pelo Governo de Angola • Mais de 97% das exportações, de acordo com o Economist Intelligence Unit. A riqueza gerada por esta actividade encontra naturalmente forma de chegar às populações. O PIB per capita duplicou na última dé- cada, mais ou menos o mesmo crescimento que foi observado na produção petrolífera. Os recursos libertos pelo sector petrolífero foram depois aplicados em grandes projectos de investimento, em particular na construção de infra-estruturas imobiliárias, energéticas e de transporte. O in- vestimento público em projectos de construção superou os 5 mil milhões de USD em 2010, representando cerca de 82% da totali- dade deste mercado. Os sectores de extracção e construção são actividades de capital in- tensivo e baixa incorporação de mão-de-obra, em que as competên- cias críticas requeridas são a especialização técnica, a captação de projectos, a atracção de investimento e a gestão de risco. Estes sec- tores não conseguem por isso gerar competências em quantidade e diversidade significativas, em particular aquelas que são requeridas aos sectores de consumo em que o cliente não é um comprador empresarial mas um consumidor individual. Adicionalmente, no caso da extracção de recursos naturais, a ger- ação de emprego e a utilização de mão-de-obra são muito localiza- das nos pontos de extracção o que, em Angola, as coloca longe dos grandes centros urbanos, onde reside a generalidade da população. A necessidade de movimentar e aplicar os recursos gerados pelo sector petrolífero conduziu naturalmente a um aumento do vol- ume de depósitos bancários e à sofisticação dos produtos finan- ceiros disponibilizados a empresas e indivíduos, fazendo hoje do sector financeiro a actividade mais bem regulada e capacitada do país. A taxa de bancarização da população tem subsequentemente crescido a uma média de 19% ao ano atingindo actualmente, de acordo com a Empresa Interbancária de Serviços, cerca de 22% da população. Em paralelo assistimos também um grande crescimento do sector de telecomunicações, em particular dos serviços móveis de voz e dados, em resultado da abertura deste sector a operadores privados. De acordo com o CIA Factbook, 9,5 milhões de angolanos pos- suíam telemóvel em 2011, o que equivale a uma taxa de penetração próxima dos 50%. Ambos os sectores anteriores, financeiro e telecomunicações, têm uma vertente forte de atendimento e serviço, embora este seja emi- nentemente não presencial. O contacto de um cliente com o seu banco é muito focado em momentos chave como a abertura de conta ou o pedido de crédito para aquisição de automóvel ou hab- itação própria. No caso das telecomunicações, podemos ser um dos melhores clientes da Unitel ou Movicel sem alguma vez contactar com um único colaborador destas empresas. Assistimos agora, em particular desde os últimos 2 anos, a uma terceira vaga de crescimento sectorial que inclui, entre outros, o advento da Distribuição Moderna no país através quer da entrada de empresas multinacionais quer do surgimento de redes nacionais de retalho alimentar e especializado. Este crescimento resulta não só do aumento do rendimento dis- ponível das populações mas também de uma maior formalização do comércio a retalho e consequente transferência do consumo actualmente realizado em estabelecimentos não licenciados e vendedores de rua para redes organizadas que obedecem à lei das actividades comerciais, pagam impostos e cumprem requisitos de higiene e segurança. O comércio a retalho é, pela proximidade ao consumidor e pela rel- evância para a sua qualidade de vida, um negócio particularmente exigente de competências humanas que não foram até hoje tão re- queridas aos sectores de actividade mais desenvolvidos em Angola. Em primeiro lugar, o conhecimento da cultura, preferências e hábitos de consumo locais. No caso de Angola, dada a extensão e diversidade do país, o estudo do consumidor não se deve restringir a Luanda ou às grandes cidades, antes considerando as tradições e gostos de cada província e cada comunidade. Segundo, a eficiência de utilização de activos humanos e logísti- cos. Face aos sectores mais desenvolvidos em Angola, a margem do comércio a retalho é comparativamente baixa, sendo cá inclusiva- mente limitada por lei. A actuação eficaz neste sector requer por isso a capacidade de: • Planear, executar e controlar os elevados investimentos logís- ticos – armazéns, lojas e frotas de transporte – necessários ao abastecimento contínuo e fiável de uma rede alargada de pon- tos de venda • Extrair elevado valor dos recursos humanos empregues. Aqui se coloca um dos paradoxos mais difíceis de vencer: não sen- do dos sectores com maior margem para remunerar os seus colaboradores, é dos que maior produtividade e rapidez de aprendizagem lhes exige. O serviço ao consumidor. Angola viveu um período prolongado de escassez, em que uma empresa obtinha vantagens competitivas da simples capacidade de conseguir colocar um produto disponível para consumo no país, seja a que condições ou preço. À medida que essa escassez é reduzida e o acesso da população a bens de consumo é generalizado, o serviço ao cliente torna-se o elemento crítico de diferenciação entre concorrentes. O advento da Distribuição Moderna trará por isso consigo um novo ciclo de transformação do capital humano em Angola. Não será rápido, não será fácil mas será inevitável e, sobretudo, do maior valor acrescentado para o país. A terceira vaga do capital humano Pedro Miguel Silva, Senior Manager de consultoria da Deloitte pmsilva@deloitte.pt “ “O comércio a retalho é, pela proximidade ao consumidor e pela relevância para a sua qualidade de vida, um negócio particularmente exigente de competências humanas que não foram até hoje tão requeridas aos sectores de actividade mais desenvolvidos em Angola” 22-25 Opinião.indd 23 07/12/12 23:43
  • 24. 22-25 Opinião.indd 24 07/12/12 23:43
  • 25. 22-25 Opinião.indd 25 07/12/12 23:43
  • 26. #26 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /a produção vista pelos profissionais 1Não sendo um conhecedor habili- tado a poder pronunciar-me sobre o sector não alimentar, já no que concerne ao sector alimentar, considero que se trata de um domínio com um desenvolvi- mento muito embrionário, se excluirmos o sector das bebidas alcoólicas (cerveja) e refrigerantes. Nos restantes, a economia nacional ainda se encontra numa fase de arranque e tem pela frente muitas dificul- dades que terão de conseguir ultrapassar. Destas barreiras ao desenvolvimento, considero que a falta de quadros habilita- dos, a fragilidade ou inexistência dos for- necimentos base – água e energia – bem como a política fiscal e alfandegária são os principais entraves ao desenvolvimento do sector produtivo nacional. 2A correcção da pauta aduaneira no que diz respeito a parte importante dos produtos alimentares, que são taxa- dos por valores mínimos, a obrigatorie- dade da observância das normas internac- ionais do Codex Alimentários da FAO/ OMS no que toca aos produtos alimen- tares, particularmente aos importados, uma reviravolta completa para melhor no abastecimento de água, energia e nas acessibilidades, bem como um reforço na formação e disponibilidade de técnicos capazes e com visão de gestão, seriam um conjunto de factores que determinariam um salto em frente muito significativo por parte do sector produtivo nacional No domínio da agricultura são espe- cialmente débeis os circuitos de comer- cialização e de benefiação/preparação da produção, o que os torna de difícil acesso por parte do público consumidor. 3Para além das já atrás referidas, não podemos esquecer a enorme e demo- rada tramitação biocrática inerente ao de- senvolvimento da actividade produtiva, bem como a acessibilidade e as condições de financiamento ao investimento que actualmente são pouco atraentes, esper- ando-se que os actuais programas divul- gados quotidianamente nos “média”, ven- ham a alterar para melhor o panorama actual. 4A distribuição moderna em Angola, tem pautado a sua presença ou por ignorar pura e simplesmente a produção nacional, em especial as cadeias de dis- tribuição que vivem quase exclusiva- mente das suas centrais de compras sedia- das no exterior do País ou então, por uma permanente atitude de esmagamento de preços à produção e sucessivos aumen- tos de exigências, chegando em alguns casos a exigir um pagamento por parte dos produtores para cada artigo (item) cadastrado e colocado à venda nos lin- A produção à lupa dos profissionais O estado do sector da produção em Angola analisado por dois profissionais do mercado. texto: António Pedro e Victor Jorge fotos: Edson Chagas e César Magalhães produção 1 Considera a produção alimentar e não alimentar em Angola um sector desenvolvido? Se não for o caso, explicite quais são as maiores barreiras a esse desenvolvimento. 2 O que falta para tornar a produção alimentar e não alimentar em Angola mais competitiva? 3 Quais são as maiores dificuldades deparadas por quem deseja produzir? Justifique. 4 A relação com a distribuição moderna em Angola é saudável e fácil? O que poderá ser melhorado e onde existem dificuldades? 5 Acredita que, a médio prazo, Angola poderá não depender tanto da importação de produtos estrangeiros? Se sim, quais são os produtos/sectores onde mais facilmente isso poderá acontecer? 6 Um desenvolvimento da distribuição moderna em Angola conduzirá a uma redução do comércio informal ou sente que esse tipo de comércio, pelo preço mais baixo, terá sempre uma quota bastante alta? José César Macedo CEO da Lactiangol 26-27 Produção.indd 26 07/12/12 23:45
  • 27. #27 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 1Ao longo dos anos temos assistido a um desenvolvimento crescente que consideramos muito importante ao nível da produção nacional, alimentar e não alimen- tar. Empresas como a Refriango têm dado pas- sos consistentes que têm por base aportar à produção nacional os mais elevados stand- ards de qualidade mundial, uma dinâmica de inovações que Angola desconhecia e, so- bretudo, uma relação qualidade preço abso- lutamente extraordinária. No entanto, é ainda é prematuro consid- erarmos a produção nacional um sector de- senvolvido. Condicionantes estruturais, de formação técnica e educacional, e financeira ainda não permitem alcançar uma maturi- dade superior. É de enaltecer o trabalho dos diferentes Governos Provinciais nesta maté- ria, bem como o trabalho desenvolvido pela AIA e outras entidades que diariamente tra- balham por uma Angola mais competitiva. 2Em primeiro lugar acreditamos que o futuro de Angola e da produção na- cional será de grande sucesso, no médio e longo prazo. Na razão desta nossa crença está a aposta governamental e de privados nas áreas estruturantes para o desenvolvimento do país e que têm consequência directa na indústria nacional. O forte investimento do Governo da República de Angola no melhoramento das vias de comunicação tem sido um factor muito positivo para a distribuição terrestre dos produtos. Efectivamente, ainda existem alguns troços que exigem um esforço adi- cional de superação mas que não são im- pedimento para a prestação de um serviço de qualidade. É de enaltecer a recuperação e as melho- rias significativas das estradas nas maiores províncias que têm encurtado o tempo de distância entre elas e paralelamente na ligação ferroviária entre províncias. A con- jugação da modernização dos clientes com a rapidez alucinante a que assistimos ao crescimento do mercado e ao investimento em obras públicas vão, com certeza, fazer de Angola um dos benchmarks da Logística e Indústria em África. Paralelamente, a componente humana é outro factor crítico de sucesso. Em primeira instância é fundamental a construção de equipas estáveis, com muita experiência nas funções desempenhadas e com uma clara orientação para resultados. Neste âmbito, a Refriango tal como outras empresas apostam na formação contínua e na constituição de equipas mistas, de nacionais e expatriados, para que da simbiose de conhecimento e experiências resulte a liderança de mercado. Finalmente Angola será sempre mais com- petitiva quanto menos depender do es- trangeiro para aceder a matérias-primas e à transformação das mesmas. Quando a base do sistema produtivo estiver em Angola, a competitividade do País irá conhecer uma dinâmica extraordinária. 3No caso da Refriango, ao longo do processo produtivo dos nossos produ- tos, vamos encontrando alguns desafios que exigem de nós um esforço adicional. Em primeiro lugar o acesso a matérias-primas na- cionais, quer seja pela quantidade necessária, quer seja pela qualidade exigida. Em seg- undo lugar a burocracia associada à impor- tação e exportação que muitas vezes impede que sejamos mais competitivos. Finalmente a mão-de-obra qualificada, que é a base do sucesso de qualquer empresa. 4O dinamismo do mercado faz com que áreas de negócio não sejam estanques e os conceitos de distribuição se fundam e se expandam. Cadeias grossistas abrem pontos de venda de distribuição moderna e vice-ver- sa, e começam também a aparecer conceitos de comércio integrado, com imagem e sor- tido semelhante, numa estratégia de retalho de proximidade e que tendem a substituir parte dos pontos de vendas não licenciados, que com o aumento da fiscalização, vêem a sua actividade com os dias contados. Ao nível da Distribuição Moderna temos verificado dia-após-dia a uma modernização muito significativa, aproximada aos padrões europeus. Dificuldades existem, tal como existem fora de Angola mas o caminho é de prosperidade. 5Os produtos disponíveis em Angola ainda são em grande parte provenientes de importação (Portugal, África do Sul, Bra- sil), na maioria através de Representações ou Distribuidores. Há, no entanto, uma legítima pressão crescente das empresas locais para um au- mento das taxas aduaneiras à importação de produtos acabados, de modo a incentivar e a proteger Industria Local, que cresce e se desenvolve a um ritmo bastante elevado e que em alguns sectores já produz o suficiente para satisfazer as necessidades do país, com alta qualidade e garantia de fornecimento constante. É também um garante do de- senvolvimento do país, pois essas empresas, para além de gerarem empregos directos, desenvolvem também sectores paralelos, em especial através fornecimento de serviços ou de captação de matérias-primas. O consumidor começa também a sustentar esta posição porque há cada vez mais marcas angolanas a conseguirem derrubar essa bar- reira, pelo facto do consumidor angolano es- tar cada vez mais informado, pela alta quali- dade dos produtos (processos de fabrico, equipamentos, matérias-primas e controlo do processo logístico), pelo esforço de co- municação e pela capacidade de internacion- alização que algumas marcas já demonstram. Conceitos e campanhas como o “Feito em Angola”, uma marca que associa as empre- sas locais e o Governo, visa credibilizar a produção nacional e garante de qualidade. A percepção geral de que “o que vem de fora é que é bom”, está rapidamente e irreversivel- mente a mudar para “o de cá é tão bom que até vai para fora”. 6Quem experiencia uma viagem pelas ruas de Luanda sabe que pode comprar tudo sem sair do carro. O Mercado Informal é o grande fornecedor de produtos à popu- lação. Não existem valores em concreto, mas é comumente aceite que cerca de 80% dos produtos adquiridos pela população seja feito neste canal. Há uns anos atrás, marcas que não estavam presentes no mercado informal, não estavam verdadeiramente em Angola. Hoje o cenário é diferente e altera-se a um ritmo alucinante. Apesar de visíveis desigualdades sociais, há uma classe média emergente, com algum poder de compra e com necessidades que já eares, para além da constante exigência de descontos à produção, que suportam sozinhos as campanhas de promoção das cadeias de distribuição. Há que mudar de atitude sob pena do colapso da produção nacional que se vê obrigada a vender à moderna distribuição em condições altamente penalizadoras, ou a ser pura e simplesmente ignorada. Há no país casos em que a produção nacional é encarada como algo ”infecto- contagioso” que de modo algum pode estar exposta nos seus lineares. 5Acredito que se houver uma mudan- ça na taxação dos produtos alimen- tares importados e a exigência pelo cum- primento das regras universais do Codex Alimentários, os produtos frescas terão espaço para crescer e ganhar presença no mercado, já que a importação de frescos, implica a via aérea o que torna os produ- tos muito caros, fruto do custo do frete. 6Naturalmente que o desenvolvi- mento da distribuição moderna traz consigo uma muito maior e melhor aces- sibilidade aos produtos por parte do con- sumidor, o que naturalmente vai implicar uma diminuição significativa do mercado informal, embora este tenha tendência a manter um peso ainda expressivo na oferta. 28 24 Horas com... Raúl Mateus, Proprietário e Presidente do Conselho de Administração da Pomobel links úteis: www.lactiangol.co.ao/ www.refriango.com Estevão Daniel Administrador da Refriango não são satisfeitas no canal informal. É esta faixa da população que despoleta o cresci- mento do número de supermercados e out- ras formas de retalho organizado (Mercado Formal). Estrategicamente, as marcas ou em- presas já podem optar por estar presente ap- enas no mercado formal, já há massa crítica de operadores e consumidores. A quota correspondente ao mercado in- formal irá seguramente diminuir para um maior nível de equilíbrio com o mercado for- mal, mas no longo prazo continuará a existir com um peso significativo. pág. 26-27 Produção.indd 27 07/12/12 23:45
  • 28. #28 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 produção 24Horas com... Raúl Mateus, Proprietário e Presidente do Conselho de Administração da Pomobel fotos: Edson Chagas Pequeno-almoço em casa, com cereais e sumo natural. Saída para Futungo, num percurso de 55 minutos, para visita ao armazém e supermercado para constatar in loco os cabazes recebidos, tendo em conta que será o ponto de distribuição destes. Permanência no escritório, interagindo com os Directores de Departamento, leitura e envio de e-mails e de algumas das principais notícias na imprensa nacional. Atendimento de alguns clientes e fornecedores especiais no escritório durante a manhã. De volta à cidade para visita a um dos supermercados situado na Rua Rei Katiavala. Após esta visita, regresso ao escritório. Chegada ao escritório para verificar novamente os e-mails e despacho dos assuntos pendentes diários como, por exemplo, assinatura de documentos e breve briefing com os directores das respectivas áreas. 07:30 horas 11:00 horas 09:00-11:00 horas 16:00 horas 16:45 horas 17:00 horas 28-29 Produção.indd 28 07/12/12 23:47
  • 29. #29 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /24 Horas com... Visita aos armazéns da Petrangol, para constatar a recepção da mercadoria que irá fazer face à procura na época da quadra festiva do Natal. Chegada a Talatona. Início do jogo de basquetebol que termina às 21:10. Regresso a casa. Chegada a casa e pratico 15 minutos de natação para relaxar. Finalmente, por volta das 22:45 horas, jantar e para fechar o dia ver um pouco das principais notícias dos dia e preparar-me para o dia de trabalho seguinte. Breve paragem na pastelaria para petiscar qualquer coisa ao almoço e de seguida partida para o Armazém Central do Zango, num percurso de 1 hora, para constatar a recepção de mercadoria, execução dos cabazes e atendimento a outros organismos e supermercados, de mercadoria a grosso. Finalmente, após um dia laboral, regresso à casa como algo ligeiro e preparo-me para ir aos treinos de basquetebol. Partida para Talatona para jogo de basquetebol partilhado com amigos. Viagem até ao escritório na Rua Arnaldo de Novais. Saída da fábrica do Futungo. Saída do Armazém Central em direcção aos armazéns da Petrangol num percurso que demorará 45 minutos. Chegada ao escritório e primeira análise do dia com secretária da administração. 15:30 horas 19:15 horas 19:30 horas 21:30 horas 22:15 horas 13:00 horas 17:30 horas 18:10 horas 08:00 horas 12:30 horas 14:45 horas 09:00 horas 28-29 Produção.indd 29 07/12/12 23:47
  • 30. #30 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /cerveja bebidas texto: Victor Jorge fotos: D.R. A té 2017, o Executivo angolano prevê bloquear a importação excessiva de bebidas no País, incluindo as bebidas alcoóli- cas. O objectivo insere-se nas políticas de protecção da indústria nacional e pre- tende desestimular a importação de bebi- das alcoólicas no País, num processo que tem como objectivo despertar a produção nacional. Neste processo, a cerveja estrangeira também terá dificuldades para entrar em Angola. A ministra da Indústria, Ber- narda Gonçalves Martins Henriques da Silva, referiu, recentemente que as limi- tações não abrirão margem aos sumos, refrigerantes, águas e, principalmente à cerveja, bebida mais acen- tuadamente importada. “O Executivo tem estado a tra- balhar na protecção da indús- tria nacional, tendo em vista a redução das importações”, frisou a responsável pela pasta da Indústria. “O objectivo do Executivo é de reactivar o tecido produtivo de bens transaccionáveis do país e forçar as empresas estrangeiras, que importam para Angola, a produzirem esses produtos no país”, reforçou a min- istra. Destaque-se o caso do mercado das cerejas em Angola dominado pelo grupo Castel Cuca BGI que detém o monopólio da produção de cerveja em Angola através do qual controla 80% do mercado domé- stico com as marcas Cuca (48%), Nocal (16%), N’gola (9,6%), Eka (4,8%) e out- ras (1,6%). Os restantes 20% pertencem às cervejas importadas, realçando-se as portuguesas Cristal, Super Bock e Sagres, além da Carlsberg (dinamarquesa) e da Heineken (holandesa). De recordar que, as importações per- mitem aos consumidores de um país ter acesso a uma maior varie- dade de bens a um preço mais baixo. Condicionar as importações significa limitar as escolhas dos consumidores e obrigá-los a pagar mais caro pelo que consomem. De relembrar são também as afirmações de Philipe Fred- eric, administrador-delegado do grupo Castel Cuca BGI ¬— uma parceria 50/50 entre os franceses da Castel BGI e a Ucerba, empresa que agrupa vários investidores Importação de bebidas estrangeiras com processo dificultado O Governo angolano está a preparar um dossier para criar mecanismos para proteger a indústria nacional de bebidas através da introdução de taxas aduaneiras elevadas aos produtos estrangeiros. “De recordar que, as importações permitem aos consumidores de um país ter acesso a uma maior variedade de bens a um preço mais baixo. Condicionar as importações significa limitar as escolhas dos consumidores e obrigá-los a pagar mais caro pelo que consomem.” 30-31 BebidasNewFinal.indd 30 07/12/12 23:55
  • 31. #31 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 angolanos — em Maio passado à Exame, onde recordava esta “velha” promessa do Governo angolano: “o governo desafiou a indústria nacional, dizendo que aumen- taria os impostos sobre a importação no dia em que nós fossemos auto-suficientes na produção. Ora esse dia chegou. Nessas mesmas declarações, o responsável máximo pela operação da Castel Cuca BGI sugeria que a quota da cerveja impor- tada no mercado angolano não deveria ultrapassar os 5% a 7%, percentagem que diz ser “normal” em África. De referir ainda que são vários os gru- pos que desejam entrar em Angola com produção própria, caso concreta da portu- guesa Unicer que tem visto o seu processo de entrada “adiado” ao longo dos últimos anos. António Pires de Lima, CEO da Unicer, mostrava-se, recentemente, preocupado com as taxas alfandegárias, acreditando a existência de uma inflação no mercado das bebidas. “Os angolanos vão pagar mais pelas bebidas, porque as taxas estão muito altas”, explicou, destacando, no entanto, que não serão as taxas, ou outros obstáculos que impedirão a continuidade da Unicer em Angola: “Continuamos comprometidos com a aposta em Angola, pelo caminho que temos feito como pelo projecto que queremos levar a cabo, num valor de 200 milhões de dólares”, asseg- urou no final de 2011. Nesse ano de 2011, o mercado ango- lano representou mais de 150 milhões de dólares (79 milhões de euros) para as duas cervejeiras portuguesas – Unicer, dona da Super Bock e Cristal – facturou 109 milhões de dólares (79 milhões de euros), enquanto a concorrente Sociedade Cen- tral de Cervejas (SCC), dona da marca Sagres, encaixou cerca de 42 milhões de dólares (30 milhões de euros). Dada esta nova política de penalização das bebidas importadas, as empresas portu- guesas estão a deslocalizar os seus inves- timentos para países como Moçambique, sendo exemplo o caso da Sumol+Compal, com a empresa liderada por Duarte Pinto a anunciar em meados de 2012 um inves- timento de oito milhões de euros (cerca de 10,5 milhões de dólares) numa fábrica em Moçambique. Ao jornal Sol, Pires de Lima tinha avan- çado, em Junho de 2012, planos para a criação de uma base industrial em Moçam- bique, referindo o responsável na altura que ser “uma hipótese que estamos a ana- lisar”, sublinhando, contudo, ser ”um projecto independente de Angola”. Certo é que o único investimento no sector cervejeiro angolano fora do grupo Castel Cuca BGI foi feito em 2009 pela sul-africana SABMiller, no relançamento da N’gola e na fabricação da sul-africana Castle. Dois anos depois, em 2011, tudo passou para as mãos da Castel Cuca BGI. Posição da AIA A Associação Industrial de Angola defende a posição tomada pelo Executivo angolano, pois, segundo o seu presidente, José Severino, “é preciso proteger quem fez largos investimentos no sector cervejeiro, em detrimento das empresas importadores de cervejas. Revelou que a AIA tem procurado dialogar com os parceiros portugueses, de modo a ajudar-lhes a encontrar parceiros angolanos com capacidade técnica e financeira, a fim de investirem em fábricas no País mas afirma que não se percebe as razões dos parceiros lusos de se fecharem quanto a esta iniciativa. Refira-se que as importações de cervejas de 2008 a 2011, segundo dados do Conselho Nacional de Carregadores, registam redução com excepção de 2010 em que subiu para as 800,8 mil toneladas mas decaiu para 297,3 mil toneladas em 2011. 30-31 BebidasNewFinal.indd 31 07/12/12 23:55
  • 32. #32 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /ExpoTrans logística texto: Estêvão Martins fotos: César Magalhães I nvestidores e empresas da África do Sul, Alemanha, Brasil, China, Espanha, França, Inglaterra, Nigéria, Portugal e Zimbabue, trouxeram a Angola o que de melhor existe no ramo da logística e transportes, sem dissociar a distribuição moderna, e exibiram no espaço da Feira Internacional de Luanda (FILDA) visando acrescentar mais-valia ao mercado ango- lano. Para além dos diferentes sectores dos trans- portes que estiveram em exposição, desde aéreo, ferroviário, marítimo e rodoviário, a feira exibiu os sectores da logística, serviços e novas tecnologias, três indicadores do sis- tema do comércio que contribuem para a consolidação de um sector de distribuição moderna. Segundo a organização, a inclusão dos três sectores já referenciados jogam um papel muito relevante para o crescimento e desenvolvimento de uma plataforma conjunta, no sector dos transportes, que permite a distribuição eficaz de produtos alimentares e não alimentares em todo o País. Nesta vertente, entre várias exposições, o comércio internacional e logística de carga, para além do sector de equipamen- tos, foi visível quer para especialistas quer para pessoas interessadas em aprender con- ceitos sobre o estava exposto. E é face aos bons indicadores macroe- conómicos que Angola tem registado, nos últimos anos, que a feira adoptou o lema “Logística e Transportes pelo Crescimento de Angola” levando para a FILDA empre- sas dos sectores público e privado, após o considerado êxito da edição de 2011. Como referência, os 85 expositores que participaram na ExpoTrans 2012 repre- sentam uma taxa de crescimento de 70% em relação ao número de expositores da edição do ano passado. Nos últimos anos assistiu-se a um consid- erável aumento de construção de novas infraestruturas, nomeadamente, a reabili- tação e modernização de infraestruturas existentes, desde as linhas férreas, estações e apeadeiros dos caminho-de-ferro, termi- nais rodoviários, marítimos e aeroportos, segundo o assessor de comunicação do Ministério dos Transportes. Luís Paulo assinalou que o reforço no investimento da formação e capacitação de quadros e a regulamentação de todo o sector, a criação do Instituto Superior de Gestão, Logística e Transportes (ISGEST), que dotará de uma importante infraes- trutura universitária especializada nas áreas dos transportes, da logística e da gestão. Gigantes buscam mercado A Espanha, a título de exemplo, partic- ipou com seis empresas de referência que actuam nas áreas de projectos de infraes- truturas de transportes, segurança e águas; de manutenção e reparação de material ferroviário; construção e equipamentos de controle e sistemas de sinalização para tráfego ferroviário. Segundo o conselheiro Económico e Comercial da embaixada de Espanha em Luanda, Manuel Sánchez Melero, as empresas do seu país participaram na Logística e distribuição atraem investidores externos A segunda edição da Feira Internacional dos Transportes e Logística de Angola (Expotrans 2012) registou, em Luanda, a presença de países cujos projectos têm reflexos directos no sector da distribuição moderna. 35 Distribuição e produção beneficiam com GPS “Investidores e empresas da África do Sul, Alemanha, Brasil, China, Espanha, França, Inglaterra, Nigéria, Portugal e Zimbabue, trouxeram à FILDA o que de melhor existe no ramo da logística e transportes, sem dissociar a distribuição moderna” pág. 32-34 Logística.indd 32 07/12/12 23:57
  • 33. 32-34 Logística.indd 33 07/12/12 23:57
  • 34. #34 Distribuição em Expansão • Dezembro 2012 /ExpoTranslogística ExpoTrans com visão de longo prazo no mercado angolano, nomeadamente a Quantum, numa parceria entre a Indra e a Vossloh, a Erion Mantenimiento Fer- roviario SA, a Invensys Rail Dimetronic e a Sacyr, através de uma parceria entre a sua subsidiária Neopul e a Somague Engenha- ria Angola. A Indra, por sua vez, é uma empresa de tecnologia e líder mundial no sector, pois fornece aos mercados dos diferentes con- tinentes uma ampla e diferenciada inte- gração de sistemas. Este foco que possui, muito direccionado para a gestão do tráfego aéreo, aeroportos, sistemas de transporte de massa, ferrovias e estradas e do tráfego marítimo, tem tam- bém utilidade na gestão de frotas focadas na distribuição. Sánchez Melero justificou as razões que podem levar o governo de Angola ter o seu país como um parceiro credível nos sectores expostos na ExpoTrans, visto que “sete empresas espanholas estão, actual- mente, construindo ou dirigindo 40% das principais insfrastructuras de transporte do mundo”. As infra-estruturas de que fez referência são, concretamente, aeroportos, portos e auto-estradas. Outro destaque é que as quatro maiores concessionárias de infra- structuras do mundo são espanholas, des- ignadamente, a ACS, FCC, Abertis e Fer- rovial, afirmou Melero. “Algumas delas (empresas) estão já estabel- ecidas em Angola onde trabalham desde há alguns anos. As demais estão desen- volvendo relações económicas a distintos níveis. Todas elas estão muito interessa- das em alargar a sua larga experiência e presença internacional à modernização e expanção das redes de transporte de pes- soas e mercadorias de Angola”, detalhou Melero. A ExpoTrans apostou em áreas que são essenciais, do ponto de vista do crescimento e do desen- volvimento económico, no apoio aos sectores produtivos em franco crescimento no País, reforçou Luís Paulo e ressaltou que o evento valorizou a posição geo-estratégica de Angola na definição de políticas dos trans- portes, que possui ramificações noutros subsectores. Entre vários temas de palestras e work- shop, sobre as diferentes áreas do sector, o ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás falou para investidores, empresários nacionais e estrangeiros, numa palestra, sobre as “Plataformas Logísticas”. Outros temas foram abordados, como a “Implementação dos Sistemas Logísticos”, “Sistemas Inteligentes de Transportes”, “Parcerias Público-Privadas para a Con- strução” e “Exploração e Financiamento de Metros Ligeiros em Áreas Metropoli- tanas”. Promoção do desenvolvimento Em forma de balanço, a organização da ExpoTrans reconheceu que o seu objectivo foi o de promover o desenvolvimento da actividade no domínio dos portos, aero- portos, indústria, serviços públicos e pri- vados de transportes aos cidadãos. A par disto, de acordo com a organização, a feira conseguiu oferecer tecnologias inovadoras, produtos, sistemas e soluções para a racionalização e optimização dos custos dos processos internos de logística, aquisição, armazenamento, produção e distribuição. O ministro Augusto Tomás adiantou que os novos modelos de organização e gestão que ocorrem nesses sectores e a situação dos custos energéticos, “estão a dar origem a novos espaços para o desenvolvimento das trocas comerciais para a mundialização dos negócios”. Por esta razão, apontou o governante, a indústria de transporte e de logística se vai agigantando com a reabilitação, modernização e a criação de novas infra-estruturas de transporte e de logística, fruto dos amplos programas de investimentos em curso no País. Tomás acalmou os partici- pantes a ExpoTrans que os projectos já concretizados, os que se encontram em curso e os previstos, “con- stituem parte integrante de uma revolução tran- quila” que está a ocorrer em Angola no sector que dirige. A ExpoTrans foi co-organ- izada pelo Ministério dos Transportes e a FIL, empresa gestora do recinto da FILDA. O evento decorreu nos pavilhões 1 e 2, numa área bruta de 10.000 m2 e recebeu cerca de 4.000 visi- tantes durante os quatro dias de exposição. Integração progressiva O ministro dos Transportes ressaltou que a rede integradora da plataforma logistica nacional está a conectar, de forma progres- siva, os portos, aeroportos e os grandes centros populacionais do País. Acrescentou, igualmente, que a rede se extende aos complexos mineiros, indus- triais e logísticos, bem como às três lin- has dos caminhos-de-ferro existentes, nomeadamente o Caminho de Ferro de Luanda, Caminho de Ferro de Benguela e o Caminho de Ferro de Mocâmedes, para além de interligar os países vizinhos. Pontualizou que a criação de interfaces, nas diferentes infra-estruturas logística de transporte, está a facilitar o desenvolvi- mento das populações a nível dos municí- pios, comunas, das grandes cidades das províncias e a melhorar as relações com os países vizinhos. “Com a coesão territorial, económica e social tem vindo a fazer-se o caminho da integração regional ao reforçar a sua implementação da plantaforma logística de transportes”, esclareceu. Cronologia da ExpoTrans Em 2011, o Ministério dos Transportes entendeu materializar na froam de feira, o que já havia concluído há anos, de que uma infra-estrutura logística adequada é um elemento essencial para o posi- cionamento de todo o País no panorama económico internacional. Surge assim a ExpoTrans 2011, uma vez que a logística nacional e internacional converteu-se, nos últimos cinco anos, num dos sectores chave no actual ambiente económico mundial. A iniciativa surge face à importância desta actividads nos movimentos de globali- zação económica internacional, é o caso do comércio exterior, nas novas tecnologias, onde a Internet joga um papel indispen- sável, e no suporte à actividade industrial, com a logística just-in-time em foco. Os serviços de transporte contaram com a exibição das áreas da logística marítima, carga aérea, transporte de mercadorias por caminhos de ferro, veículos para estradas, serviços de courrier, transportes frigorífi- cos, mercadorias perigosas, serviços de dis- tribuição, agências de transporte e trans- portes especiais. No evento do ano passado, entre os 50 expositores de diferentes países alguns integram um leque de operadores logísti- cos com ênfase para a exibição de serviços focados a armazém, picking, merchandis- ing, distribuição, informática de gestão, frio/congelados, alimentação e gestão de frotas. Angola dispõe de um plano estratégico detalhado para 2009-2012 para o sector dos transportes, que, por sua vez, favorece o desenvolvimento de demais sectores como o da distribuição. “A organização da ExpoTrans reconheceu que o seu objectivo foi o de promover o desenvolvimento da actividade no domínio dos portos, aeroportos, indústria, serviços públicos e privados de transportes aos cidadãos” O ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás reforçou a ideia de que indústria de transporte e de logística se vai agigantando com a reabilitação, modernização e a criação de novas infra-estruturas de transporte e de logística 32-34 Logística.indd 34 07/12/12 23:57