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             As Técnicas de acupuntura no tratamento das estrias
                                    Lucicleide Cordeiro da Costa1
                                      Dayana Priscila Maia Mejia2
                                     lucycleyde2010@hotmail.com
                            Pós-graduação em Acupuntura– Faculdade Ávila

Resumo
 As estrias é uma atrofia tegumentar adquirida, e representa um problema significativo para
quem as têm, e um grande desafio para todos que trabalham na área de estética, pois ainda
não existe a cura, somente vários tratamentos que atenuam seu aparecimento, o objetivo
dessa pesquisa é fazer uma revisão de literaturas sobre a técnica da eletroacupuntura, e as
demais técnicas utilizadas no tratamento das estrias atróficas. A eletroacupuntura é a técnica
mais utilizada e trata-se de um recurso atualmente muito utilizado,embora pouco pesquisado,
sem que ainda exista um protocolo de tratamento adequadamente instituído. Já os demais
recursos existem poucas literaturas sobre sua eficácia.
Buscamos coletar dados referentes às características gerais dessas estrias e ao tipo de
corrente utilizada, tendo como finalidade a melhora do aspecto da pele estriada. Essa técnica
pode ser aplicada no tratamento das estrias analisando sua utilização e os resultados mais
eficiente.
Palavras Chaves: estrias; acupuntura, eletroacupuntura


1.Introdução
        As estrias são motivos de preocupação estética para homens e mulheres. Também são
chamadas de atrofias cutânea linear, é realmente um verdadeiro mal, atingindo até mesmo a
autoestima e o equilíbrio emocional. O fato que não se deve contestar é a grande incidência
dessa afecção, em ambos os sexos, especialmente nas mulheres. É uma lesão resultante do
estiramento das fibras de colágeno e elastina parece uma espécie de depressão com reação
inflamatória, seguida de um aspecto antiestético. No início a cor da estria é mais rubra, mas
durante o processo evolutivo torna-se esbranquiçada (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
        Quais são as técnicas utilizadas hoje? Qual dessas técnicas tem um melhor resultado?
As técnicas da eletroacupuntura, a pica pau e a sangria são as mais citadas, esse estudo tem
como objetivo fazer uma pesquisa de referencias, para realizar um estudo comparativo sobre a
aplicabilidade dessas técnicas e sua utilização no tratamento das estrias.
        Por haver poucas literaturas que comprovem os resultados dessas formas de
tratamento há a necessidade de novos estudos que possam dar mais um aparato para a
comprovação positiva das técnicas.
        As abordagens terapêuticas existentes atualmente buscam a melhora do aspecto visual
das estrias através da promoção da melhora histológica do tecido (WHITE, 2008).
        Dentre as várias aplicadas temos a acupuntura que consiste em inserir agulhas através de
pontos específicos do corpo, supostamente removendo obstruções do chi prejudiciais à saúde, logo
restaurando a distribuição do yin e yang. Às vezes as agulhas são giradas, aquecidas, ou mesmo
estimuladas com correntes elétricas fracas, ultra-som, ou luz de certos comprimentos de onda (LEE
PK E ANDERSON TW 1975).
       O tratamento estético pela acupuntura visa não só resultados externos, como os
benefícios nutricionais, a suavidade na expressão facial, e a melhora na tonicidade muscular,

1
 Pós-graduando em Acupuntura
2
 Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada em
Fisioterapia.
2


esse tratamento visa a normalização dos sistemas e órgãos internos que possuem influências
diretas nas diversas regiões do rosto. Trata-se primeiramente o interior, para depois atuar nos
resquícios externos, a parte estética propriamente envolvida. Portanto, no tratamento estético
pela acupuntura, o objetivo é o equilíbrio energético entre Yang e Yin, sendo Yang a parte
externa (pele, músculos e tecidos superficiais – estético), e Yin a porção interna do organismo
(órgãos e vísceras – funções orgânicas).
        Pode soar estranhos para quem está acostumado a pensar em acupuntura como
tratamento de dores e de doenças. Mas, o lado estético da técnica, apesar de não muito
difundido no Brasil, é utilizado há bastante tempo. O tratamento, indicado para rugas,
flacidez, olheiras, celulites, gordura localizada, manchas e cicatrizes, é feito da mesma
maneira que nas sessões de acupuntura para doenças. Agulhas e com laser, o especialista
estimula pontos de energia do corpo que não estão em harmonia. O laser ajuda também na
reconstituição de tecidos danificados.
        A principal diferença dos tratamentos em comuns, além de não necessitar tempo de
recuperação, é que a acupuntura considera o paciente como um todo. “os problemas estéticos
normalmente têm ligação com o desequilíbrio da energia de órgãos internos”.

2. A Pele
        A pele ou cútis é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida, e que
isola os componentes orgânicos do meio exterior. Constitui-se em complexa estrutura de
tecidos de várias naturezas, dispostos e inter-relacionados de modo a adequar-se, de maneira
harmônica, ao desempenho de suas funções (SAMPAIO; RIVITTI, 2001).
        A pele representa 12% do peso seco total do corpo, com peso de aproximadamente 4,5
kg, e é de longe o maior sistema de órgãos expostos ao meio ambiente (GUIRRO E GUIRRO,
2004).
        Embriologicamente, a pele deriva dos folhetos ectodérmicos e mesodérmicos. As
estruturas epiteliais: epiderme, folículos pilossebáceos, glândulas apócrinas, glândulas écrinas
e unhas derivam do ectoderma. Os nervos e os melanócitos originam-se no neuroectoderma e
as fibras colágenas e elásticas, vasos sangüíneos, músculos e tecido adiposo originam-se no
mesoderma (SAMPAIO; RIVITTI, 2001).
        A pele compõe-se essencialmente de três camadas: a epiderme, a derme e a
hipoderme. A epiderme é a camada externa e está diretamente ligada ao meio ambiente. Ela é
formada por um arranjo ordenado de células, denominada de ceratinócitos, cuja função básica
é sintetizar a queratina, uma proteína filamentosa com função protetora. A derme é a camada
interna e seu principal componente é uma proteína estrutural fibrilar denominada colágeno.
Ela está localizada sobre o panículo, ou hipoderme, que é composto, principalmente, de
lóbulos de lipócitos ou células adiposas (ARNOLD Jr; ODOM; JAMES, 1994).
         Os queratinócitos constituem a maior parte da epiderme. As células são formadas em sua
camada mais profunda a partir de células cilíndricas que sofrem contínua atividade mitótica. Uma vez
formadas, são empurradas sucessivamente para camadas mais superficiais, pela produção de novas
células. À medida que ganham camadas superiores, as células sintetizam uma proteína (queratina), no
seu citoplasma. É de aproximadamente um mês o período que vai da formação celular até a maturação
do queratinócito. O grau de queratinização e a espessura da epiderme nas diferentes regiões do corpo
são determinados antes do nascimento e estão sob controle genético (CUCÉ; NETO, 1990). Os
melanócitos são as células produtoras de pigmento e se localizam predominantemente ao nível da
camada basal na proporção de dez queratinócitos basais para um melanócito. É interessante observar
que o número de melanócitos é aproximadamente o mesmo em todas as raças. O bronzeamento da
epiderme pelo sol se deve a uma excitação da tirosinase levando a formação de melanossomos maiores
e em maior número (GAMONAL, 2002).
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         As células de Langerhans são células dendríticas. De origem e função discutidas, são hoje
consideradas células monocitárias macrofágicas de localização epidérmica, com função imunológica,
atuando no processamento primário de antígenos exógenos que atingem a pele.
         Além de sua localização epidérmica, as células de Langerhans são encontradas na derme, nos
linfáticos da derme, linfonodos e timo (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). Segundo Guirro (2004), a
epiderme é em geral descrita como constituída de quatro ou cinco camadas ou estratos, devido ao fato
da camada lúcida estar ou não incluída, só sendo observada em determinadas amostras de pele
espessa.
         A camada germinativa ou basal compõe-se de dois tipos de células: basais e melanócitos. As
primeiras são cilíndricas de eixo maior perpendicular à superfície cutânea, justapostas, constituindo
fileira única. Possuem núcleo alongado ou oval, disposto, também, perpendicularmente à superfície da
pele. Algumas apresentam formas de mitose, em número relativamente reduzido, quando se considera
que a renovação das células basais parece rápida (BECHELLI, 1988).
         Abaixo da camada germinativa ou basal, existe uma fina estrutura constituída por
mucopolissacarídeos neutros, a membrana basal, que tem importante participação em várias condições
patológicas da pele e cuja análise anátomo-patológica, imunopatológica e, mesmo, ultra estrutural é,
por vezes, muito importante no diagnóstico e interpretação da patogenia de certas dermatoses.
          Algumas funções da membrana basal: aderência dermo-epidérmica, suporte mecânico e
função barreira (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). A camada malpighiana ou camada de células espinhosas
está situada acima da camada basal, e tem a espessura de vários estratos celulares. Nesta camada, os
queratinócitos são mais achatados e poliédricos, com seus longos eixos paralelos à superfície. A
superfície das células é coberta por curtas expansões semelhantes às células adjacentes. Em cortes
fixados pelo formol, estas expansões se acentuam, dando a impressão de espinhos, fato que definiu a
denominação de camadas de células espinhosas (CUCÉ; NETO, 1990). A camada granulosa é
formada por células granulosas, assim denominadas por caracterizarem-se pela presença de grande
quantidade de grânulos. Estes grânulos são de tamanho e forma irregulares e compõem-se de
queratohialina. São compostos de profilagrina, proteína que origina a filagrina e por citoqueratinas. Na
camada granulosa, já são detectados outros elementos, componentes do envelope das células
corneificadas: involucrina, queratolinina, pancornulinas e loricrina. Em áreas de queratinização
imperfeita, a camada granulosa pode estar ausente (SAMPAIO; RIVITTI, 2001).
         Antes da transformação da camada granulosa em córnea aparece a camada lúcida, que é mais
abundante nas regiões palmo-plantares e constituída de células achatadas anucleadas (GAMONAL,
2002).
         A camada córnea é formada de células mortas, anucleadas, desidratadas, com aspecto de finas
lâminas superpostas. As mais superficiais acabam por se eliminar. Esta camada atinge maior espessura
meio milímetro e mais na região plantar. As células córneas compõem-se de uma substância
albuminóide especial, a ceratina, resultante de modificação das proteínas das células epiteliais
(ceratinização). A elas se devem a resistência e relativa impermeabilidade da pele (BECHELLI, 1988).
        Epiderme se origem ectodérmica, a epiderme apresenta-se constituída de células
epiteliais dispostas em camadas, as quais de dentro para fora recebem, respectivamente, o
nome degerminativa ou basal, malpighiana ou corpo mucoso, granulosa ou córnea
(BECHELLI, 1988).
         As funções da epiderme são: proteção contra traumas físicos e químicos,
principalmente em função da camada córnea; resistência às forças de tensão a epiderme;
prevenção da desidratação e perda de eletrólitos, além da proteção contra o encharcamento do
corpo quando em contato com a água, graças à impermeabilidade da queratina; restrição da
passagem de corrente elétrica, devido a alta impedância que a caracteriza; proteção contra
entrada de substâncias tóxicas; proteção dos efeitos nocivos do UV, através da melanina
(CUCÉ; NETO, 1990).
        A derme é uma espessa camada de tecido conjuntivo sobre a qual se apóia a epiderme,
comunicando esta com a hipoderme. A derme está conectada com a fáscia dos músculos
subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme. Na derme situam-se
algumas fibras elásticas e reticulares, bem como muitas fibras colágenas, e ela é suprida por
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vasos sangüíneos, vasos linfáticos e nervos. Também contém glândulas especializadas e
órgãos do sentido. A derme apresenta uma variação considerável de espessura nas diferentes
partes do corpo sendo que a sua espessura média é de aproximadamente dois milímetros. Sua
superfície externa é extremamente irregular, observando-se as papilas dérmicas (GUIRRO E
GUIRRO, 2004).
        O principal componente da derme é o colágeno, uma proteína fibrosa que atua como a
principal proteína estrutural de todo o corpo. Ele é encontrado nos tendões, ligamentos e no
revestimento dos ossos, da mesma forma que na derme, e representa 70% do peso seco da
pele (ARNOLD Jr; ODOM; JAMES, 1994).
        As funções da derme são: promover flexibilidade à pele; determinar proteção contra
traumas mecânicos; manter a homeostase, armazenar sangue para eventuais necessidades
primárias do organismo; determinar a cor da pele, por ação da melanina, hemoglobina e dos
carotenos; ruborização, quando de respostas emocionais e é a segunda linha de proteção
contra invasões por microorganismos, por ação dos leucócitos e macrófagos aí existentes
(CUCÉ; NETO, 1990).
        A Hipoderme ou panículo adiposo, é a camada mais profunda da pele, de espessura
variável, composta exclusivamente por tecido adiposo, isto é, células repletas de gordura
formando lóbulos subdivididos por traves conjuntivo-vasculares. Relaciona-se, em sua porção
superior, com a derme profunda, constituindo-se a junção dermo-hipodérmica, em geral, sede
das porções secretoras das glândulas apócrinas ou écrinas e de pêlos, vasos e nervos.
        Funcionalmente, a hipoderme, além de depósito nutritivo de reserva, participa no
isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos
e facilita a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes (SAMPAIO; RIVITTI,
2001).
        Graças à arquitetura e às propriedades físicas químicas e biológicas de suas várias
estruturas, a pele, como membrana envolvente e isolante, é um órgão capacitado à execução
de múltiplas funções:
- Proteção: constitui a barreira de proteção para as estruturas internas do organismo à ação de
agentes externos de qualquer natureza e, ao mesmo tempo, impede perdas de água, eletrólitos
e outras substâncias do meio interno.
- Proteção imunológica: a pele, graças aos seus componentes dérmicos participantes do S.R.E,
é um órgão de grande atividade imunológica, onde atuam intensamente aos componentes de
imunidade humoral e celular, motivo pelo qual, hoje, grande quantidade de testes
imunológicos, bem como práticas imunoterápicas, são estudados na pele.
- Termorregulação: graças a sudorese, constrição e dilatação da rede vascular cutânea, a pele
processa o controle homeostático da temperatura orgânica.
- Percepção: através da complexa e especializada rede nervosa cutânea, a pele é o órgão
receptor do calor, frio, dor e tato.
- Secreção: A secreção sebácea é importante para a manutenção eutrófica da própria pele,
particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. Além disso, o seb um tem
propriedades antimicrobianas e contém substâncias precursoras da vitamina D. Quanto as
glândulas sudoríparas, a eliminação de restos metabólicos não têm valor como função
excretora (SAMPAIO, RIVITTI, 2001).

2.1 Reparo dos tecidos
        A regeneração é um processo complexo, porém, essencial sem o qual o corpo seria
incapaz de sobreviver. Envolvem ações integradas das células, matriz e mensageiros químicos
e visa restaurar a integridade do tecido o mais rápido possível. A regeneração é um
mecanismo homeostático para restaurar o equilíbrio fisiológico e pode ser iniciada como
resultado da perda de comunicação entre células adjacentes, entre células e seu suporte ou por
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morte celular. A regeneração pode ser descrita em termos de quimiocinesia, multiplicação e
diferenciação celular. Ocorre uma série de eventos complexos, envolvendo a migração das
células originárias do tecido vascular e conjuntivo para o local da lesão. Esse processo é
governado por substâncias quimiotáticas liberadas no local (KITCHEN, 2003).
        O processo de regeneração, que é comum a todos os tecidos corporais, é dividido em
três fases, que serão vistas a seguir:
- Fase inflamatória: é produzida imediatamente quando ocorre uma lesão tecidual e terá a
duração de 24 a 48 horas, tendo como característica o calor, rubor, edema e dor, podendo
haver perda de função; e se persistir a irritação local, poderá prolongar-se por mais de 12
horas. Nesta fase ocorre a limpeza e/ou defesa da área lesada. Na lesão tecidual com
rompimento de vasos ocorre uma vasoconstrição por influência da norepinefrina com duração
de poucos minutos, levando a uma aderência das paredes dos vasos e por influência da
serotonina, ADP, cálcio e trombina, ocorrendo uma vasoconstrição secundária.
        Posteriormente, ocorre uma vasodilatação também secundária, aumentando a
permeabilidade de vênulas e decorre por influência da histamina, prostaglandina e peróxido
de hidrogênio. A bradicinina atua sobre os vasos normais aumentando sua permeabilidade,
liberando proteínas plasmáticas, auxiliando a geração de coágulo extracelular. A produção de
prostaglandinas ocorre após uma lesão, e sua produção acontece praticamente em todas as
células lesadas, em decorrência da alteração do conteúdo de fosfolipídeo das paredes
celulares. Certos tipos de prostaglandinas têm ações pró-inflamatórias, aumentando a
permeabilidade vascular. Atraem leucócitos ao local da lesão, sendo também sensibilizadoras
da dor (nociceptores). Após a lesão, os primeiros a chegarem no local são os leucócitos
polimorfos nucleares negativos.
        Esses neutrófilos (são eletricamente negativos) atravessam as paredes dos vasos por
ação amebóide, e atuam na fagocitose dos corpos estranhos e débris, células mortas, limpando
a área de lesão. A opsolina, que é uma molécula de globulina, une-se a corpos estranhos
permitindo ao fagócito aderir a sua superfície e promover a fagocitose, seguidos pelos
macrófagos, produzindo fatores da lesão que direcionam a formação de tecido de granulação.
Esta fase dura um período de 2 a 3 dias, iniciando, depois a fase proliferativa (MACHADO,
s/a).
- Fase proliferativa: inicia-se com a ação dos macrófagos fagocitando débris, bactérias e
também neutrófilos, além de orientar os tecidos de granulação. A duração dessa fase é de 3
dias a 3 semanas e nela inicia-se o preenchimento da lesão ou ferida pelos macrófagos,
fibroblastos, novos vasos(angiogênese), matriz do tipo I e III (tecido de granulação) e células
epiteliais. Ocorre a contração centrípeta da ferida, reduzindo seu diâmetro e facilitando sua
cicatrização. Neste período, o tecido colágeno tem pouca resistência tênsil(colágeno imaturo).
        As fibras reorientam-se ao longo das linhas de tensão, resultando em maior resistência
tênsil. Com a deposição de mais colágeno, a resistência das fibras à ruptura aumenta
gradativamente, atingindo 20% do normal, após 21 dias e algumas substâncias como o cobre,
ferro, vitamina C, B6, magnésio, zinco têm função importante na produção de colágeno de
qualidade e de boa resistência tênsil ou mecânica (MACHADO, s/a).
- Fase de remodelamento: a fase de remodelamento/maturação da cura é um processo a longo
prazo. Esta fase caracteriza-se por um realinhamento ou remodelamento das fibras de
colágeno que compõem o tecido cicatricial de acordo com as forças de tensão, às quais a
cicatriz é submetida. Com a ocorrência da queda e da síntese de colágeno, há um constante
aumento da resistência à tração na matriz cicatricial. Estando a tensão e a tração aumentadas,
as fibras de colágeno serão realinhadas em uma posição de eficiência máxima, paralelamente
às linhas de tensão. O tecido assume gradualmente aparência e função normal, embora a
cicatriz seja poucas vezes tão forte quanto o tecido normal lesado. Em geral, ao final de
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aproximadamente três semanas, aparece uma cicatriz firme, forte, resistente e não
vascularizada. A fase de maturação regenerativa pode exigir vários anos para ser totalmente
completada (PRENTICE, 2004).

3. Características da Pele na Medicina Chinesa
        Mudanças na cor da pele fornecem informação sobre a prosperidade ou declínio do Qi
e do sangue dos órgãos. As cores da pele dividem-se em azul, vermelho, amarelo, branco, e
preto, chamadas de as “cinco cores”, correspondendo respectivamente aos cinco órgãos: o
fígado, o coração, o baço, os pulmões e os rins, alterações na cor da pele podem mostrar a
natureza de uma doença e várias síndromes de diversos órgãos, enquanto que o brilho da pele,
que é, o grau de umidade da pele, reflete principalmente a prosperidade ou declínio do qi-vital
e da essência dos órgãos (ZUCCO, 2004).
        O Qi defensivo consiste em proteger o organismo do ataque de fatores patogênicos
exteriores, tais como Vento, Calor, Frio e Umidade. Além disso, aquece, hidrata e nutre
parcialmente a pele e os músculos, ajusta a abertura e o fechamento dos poros ( e portanto
regula a sudorese), além de regular a temperatura corpórea (principalmente através do
controle da sudorese) (MACIOCIA, 1996).
        Alterações na cor da pele são mostradas muito claramente na face. A face não somente
é facilmente observável, mas também rica em capilares, e rica em qi e sangue. Todo o qi-vital
dos cindo órgãos-zang e dos seis órgãos-fu correrão para cima, para a face. Além disso, como
a face é fina e macia, suas alterações de cor são visíveis na superfície. Portanto, a parte
principal do exame da cor da pele deve observar a compleição facial a fim de saber sobre o
estado do qi, do sangue, dos órgãos e fatores patogênicos (ZUCCO, 2004).
        Segundo MACIOCIA (1996), a coloração da face nem sempre esta de acordo com as
manifestações clinicas: em algumas situações, a cor da face pode contradizer o padrão
apresentado pelas manifestações clinicas. Nestes casos, a coloração da face usualmente
mostra a causa não aparente do desequilíbrio.
        Para dominar o significado da diagnose das cinco cores, você deve prestar atenção em
distinguir a cor de pele normal da cor de pele enferma (ZHANG,1988).

1) Características da Cor de Pele Normal
        Cor de pele normal refere-se à compleição facial de uma pessoa em condições normais
de saúde. Caracterizada por brilho, umidade e mistura das cinco cores com a cor do sangue, a
cor de pele normal indica que o qi-vital, o sangue e o fluido do corpo são suficientes e que a
atividade funcional dos órgãos está em boas condições de funcionamento (ZUCCO, 2004).
        Cor de pele normal pode ser classificada como compleição zhu e compleição ke.
Compleição zhu é a cor de pele normal de uma nacionalidade, conhecida também como
compleição zheng. Por exemplo, a compleição zhu dos chineses é uma mistura apagada de
amarelo e vermelho, brilho e umidade – o reflexo do qi e do sangue em bom estado e qi-vital
plenamente armazenado no interior. Mas não é extraordinário se compleições pessoais variem
ligeiramente por causa das diferentes constituições individuais. Numa palavra, se a
compleição de uma pessoa e sua cor da pele permanece inalteradas por toda sua vida, são a
sua compleição zhu (ZHANG,1988).
        A compleição ke é uma que varia com o ambiente circundante, as estações, o clima e
as condições de vida quando a pessoa se ajusta ao seu meio-ambiente. Por exemplo, a
compleição torna-se um pouco azul na primavera, um pouco vermelha no verão, um pouco
amarela no fim do verão e um pouco branca no outono, e um pouco escura no inverno. Além
disso, mudanças de idade, dieta, atividades, emoções, ou profissões, luz solar, vento e poeira,
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podem também trazer alterações na compleição facial. Todas estão relacionadas, entretanto,
às variantes normais de compleição, enquanto tiverem as características da cor de pele normal
(ZUCCO, 2004).

2) Características de Cor de Pele Enferma
         Cor de pele enferma refere-se à aparência facial de uma pessoa doente. Pode ser dito
que indica todas as cores anormais. A cor de pele enferma é caracterizada por uma aparência
pálida e embotada, ou uma única cor vazia e sangue, ou aparência que muda em desacordo
com as estações (ZHANG,1988).
         A aparência varia com a severidade da doença. Neste sentido, divide-se em tipo
favorável e tipo desfavorável. Geralmente falando, a aparência é favorável se ainda se
mantiver brilhante e úmida embora algumas alterações patológicas, inexaustão do qi vital e da
essência dos órgãos, e suficiência do qi do estômago para nutrir a face, indicando prognose
favorável. Por outro lado, alterações obviamente anormais são marcadas por aparência sem
brilho, murcha e apagada, que mostra alterações patológicas sérias, declínio do qi-vital, e
exaustão do qi-do estômago (ZHANG,1988). Todas estas indicam prognose desfavorável.
         Características de condições favoráveis e desfavoráveis das cinco cores são descritas
de Questões Comuns. Sendo tão azuis e frescas como as penas de um kingfisher” (nome
genérico de pássaro pescador) e tão vermelhas como a crista de um galo, tão amarelas como o
abdômen de um caranguejo, tão brancas como a banha de porco e tão pretas como a pena do
corvo são as características da cor da pele enferma do tipo favorável, indicando vida. Sendo
tão azuis como uma grama arruinada, tão verdes como a cor do sangue coagulado, tão
amarelas como a laranja azeda não madura, tão pálidas como o osso seco e tão pretas como a
fuligem são características da cor da pele enferma do tipo desfavorável, indicando prognose
desfavorável, ou mesmo morte. Assim o ponto chave ao observar a aparência facial e
catalogar a aparência brilhante e úmida como o tipo favorável, aparência pálida e apagada
como o tipo desfavorável. A primeira mostra que o qi e o sangue não foram exauridos e a
doença é fácil de curar; a última mostra que o qi-vital foi prejudicado e que a doença é de cura
difícil (ZHANG,1988).

4. Estrias
        A estria é uma atrofia tegumentar adquirida, de aspecto linear, algo sinuosa, em estrias
de um ou mais milímetros de largura, a princípio avermelhadas, depois esbranquiçadas e
abrilhantadas (nacaradas). Raras ou numerosas, dispõem-se paralelamente umas às outras e
perpendicularmente às linhas de fenda da pele, indicando um desequilíbrio elástico localizado,
caracterizando, portanto, uma lesão da pele. Apresentam caráter de bilateralidade, isto é,
existe uma tendência da estria distribuir-se simetricamente e em ambos os lados (GUIRRO E
GUIRRO, 2004).
        Costumam aparecer em períodos de crescimento rápido, como na adolescência,
justamente por serem uma conseqüência do rompimento das fibras elásticas e colágenas da
pela. O aumento de peso ou mesmo o crescimento da musculatura conseguido pelo excesso de
exercícios físicos, como a musculação, também podem ocasionar o surgimento de estrias.
        Segundo a Medicina Chinesa, consiste num trauma levando a estagnação local de Qi e
Xue. Deste modo, o tratamento está voltado basicamente para a recuperação de fibras
danificadas e aumento da produção de colágeno através de estímulos de Eletrotonificação e
Eletrosedação (ZHANG,1988).
        A estimulação através de agulhas provoca um processo inflamatório agudo seguido de
hiperemia, edema, aumentando a permeabilidade dos vasos, a proliferação de capilares, a
liberação de substancias colágenas, resultando por fim em uma regeneração tecidual.
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        Na Medicina Tradicional Chinesa, o mecanismo de ação ocorre devido a estimulação
local que libera Qi (energia) e Xue (sangue), elementos essenciais para a recomposição
celular local.
        As estrias são desencadeadas por um conjunto de fatores que não podem ser avaliados
isoladamente. Kede classifica estes fatores em três grupos: fatores mecânicos, fatores
bioquímicos e predisposição genética. Os estrogênios causas elevação da taxa de ácido
hialurônico, de condroitinossulfatos e de corticóides fluorados tornando a pele mais suscetível
a trações cutâneas (KEDE, 2004).
        As estrias atróficas são encontradas em ambos os sexos, com predominância no
feminino, principalmente a partir da adolescência. A maior incidência de estrias em meninas
ocorre entre doze e quatorze, e nos meninos, de doze a quinze anos. Entretanto, as estrias são
notadas em todos os grupos etários. Na mulher adulta saudável, a incidência de estrias é 2,5
vezes mais freqüente que no homem nas mesmas condições (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
        Quanto à localização das estrias, pode-se observar uma incidência maior nas regiões
que apresentam alterações teciduais como glúteos, seios, abdome, coxas, região lombo sacral
(comum em homens), podendo ocorrer também em regiões pouco comuns, como fossa
poplítea, tórax, região ilíaca, antebraço, porção anterior do cotovelo (GUIRRO E GUIRRO,
2004).
        A estria evolui clinicamente em estágios semelhante à formação de uma cicatriz. As
lesões iniciais são ativas, caracterizadas por eritema e nenhuma aparente depressão de sua
superfície. Gradualmente a cor vai diminuindo e as lesões ficam mais claras que a pele
normal. É possível que a aparência inicial, com hiperemia e edema seja decorrente de
respostas inflamatórias associadas à vasodilatação que vai progressivamente diminuindo,
dando lugar a uma lesão atrófica (TOSCHI, 2004).
        De acordo com White et al. (2007), sua etiologia ainda não está definida, mas existem
três teorias que tentam explicá-la, onde a mais bem aceita é a teoria endocrinológica.
        Segundo Guirro (2004) a teoria mecânica relata que o aparecimento de uma estria está
necessariamente relacionado a um estiramento mecânico da pele lesionando assim as fibras
elásticas e colágenas do tecido. As fibras elásticas se separam em vários segmentos fibrilares
e as fibras de colágenos se separam e se alargam. Logo, suas causas baseadas nessa teoria
seriam um crescimento muito rápido durante a adolescência, uma grande deposição de
gordura, uma hipertrofia muscular muito rápida ou uma distensão abdominal considerável,
como nos casos de uma gestação.
        A Teoria endocrinológica é a teoria mais bem aceita atualmente. Adeptos dessa teoria
acreditam que o aparecimento das estrias não está relacionado a uma patologia, e sim ao tipo
de medicamento administrado a esse paciente. Conforme alguns autores, o hormônio
esteróide está presente em todas as formas de aparecimento das estrias como na obesidade, na
adolescência e na gravidez, onde o hormônio vai atuar especificamente sobre o fibroblasto
(GUIRRO E GUIRRO, 2004).
        Durante a gestação, de 75 a 95% das mulheres são acometidas com pelo menos alguns
pares de estrias. Aparecem principalmente nos últimos três meses de gestação onde as fibras
elásticas se encontram no seu limite de resistência, também acometidas pelo aumento da
atividade hormonal (VENTURA, 2003).
        Durante a adolescência, geralmente ocorre concomitantemente ao aparecimento das
estrias, a presença de acne, aparecimento de pêlos e desenvolvimento das mamas e genitais,
caracterizando essa fase como de grande alteração hormonal (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
        Teoria infecciosa alguns poucos autores acreditam que o surgimento das estrias ocorre
por processos infecciosos que danificam as fibras elásticas (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
        São chamadas rubras quando se apresentam em uma fase inicial, chamada de
inflamatória, e com uma coloração avermelhada. Quando o processo de formação está
9


praticamente finalizado, as lesões se tornam esbranquiçadas, sendo chamadas de alba,
apresentando-se numa fase atrófica (LIMA E PRESSI, 2005).
       De acordo com Bondi, Jegasothy e Lazarus (2005), geralmente não apresentam
sintomas, mas alguns pacientes relatam leve prurido na fase inflamatória.
       A pele estriada apresenta alterações nas fibras colágenas, nos fibroblastos e na
substância fundamental amorfa, caracterizando-se assim como uma lesão dérmica inestética
(KARIME, 2006).

5. Acupuntura
        A acupuntura é uma técnica medicinal chinesa de manipulação do chi (chi ou qi) para
equilibrar as forças opostas do yin e yang. Supõe-se que o chi, uma suposta “energia” que
permearia todas as coisas, fluiria através do corpo através de 14 caminhos principais
chamados meridianos. Quando o yin e o yang estão em harmonia, o chi flui livremente pelo
corpo, e a pessoa tem saúde. Quando a pessoa se sente mal, está doente ou ferida, acredita-se
que haja uma obstrução do chi ao longo de um dos meridianos. A acupuntura consiste em
inserir agulhas através de pontos específicos do corpo, supostamente removendo obstruções
do chi prejudiciais à saúde, logo restaurando a distribuição do yin e yang. Às vezes as agulhas
são giradas, aquecidas, ou mesmo estimuladas com correntes elétricas fracas, ultrassom, ou
luz de certos comprimentos de onda (LEE PK e ANDERSON TW 1975).
        As agulhas são instrumentos poderosos quando utilizadas de modo adequado, podendo
tratar de uma extensa lista de doenças. Além de oferecer benefícios para a saúde, essa técnica
milenar chinesa também pode ser usada na estética: atenuar rugas e marcas de expressão,
estrias, celulite e outra série de males que afetam principalmente a vaidade das mulheres. A
utilização da acupuntura na estética facial é antiga. Imperatrizes das diversas dinastias na
Antiga China já usavam as agulhas para atenuar as rugas (ZUCCO, 2004).
        Nos dias de hoje, existe uma pressão enorme sobre os indivíduos adultos para manter-
se uma aparência jovem, e muitas vezes, as pessoas não aceitam o processo natural do
envelhecimento. De fato, a aparência externa é muito importante. A acupuntura altera a
circulação do sangue e a energia dos canais dos órgãos e vísceras, levando o corpo a uma
harmonia de matéria e de energia. Esses efeitos agem sobre o sistema nervoso autônomo e
central, assim como o sangue, difundindo o QI, os hormônios, provocando reações de
analgesia, aumento ou diminuição das funções orgânicas (SILVA; ANDRADE; VIEIRA,
2004).
        Acredita-se que a acupuntura voltada para a estética aconteceu por acidente, quando se
tratavam os pacientes por outras causas. Com isto, iniciaram-se estudos mais detalhados
relacionados com a estética. Em um estudo, 300 pessoas foram tratadas com acupuntura
facial, e em 90% da amostra, verificaram-se efeitos benéficos, como aumento da elasticidade
dos músculos e diminuição das rugas (ZUCCO, 2004).
        A Acupuntura Estética é uma técnica para o tratamento da beleza e saúde, que pode
ser aplicada tanto na face, amenizando rugas, marcas de expressão, olheiras, bolsa
suboculares, manchas, flacidez, acnes e verrugas, como no corpo, atuando na redução do
flanco, culotes, abdômen, celulites, estrias, levantando glúteos e seios, flacidez no pescoço e
nos braços (NAKANO E YAMAMURA, 2005).
        Há relatos de que o uso da Acupuntura na aparência surgiu por volta de 2.400 a.C,
pelo Imperador Yao, que, muito vaidoso, aplicava as agulhas nas sobrancelhas para arqueá-
las. No entanto, o método chinês ficou mais forte na década de 1980 na China e em toda
Europa nos tratamentos de emagrecimento e antienvelhecimento (ZUCCO, 2004).
        Para a Acupuntura, uma das grandes vantagens consiste no fato de ser uma terapia
relativamente segura. Mesmo se aplicado um tratamento inadequado, na maioria dos casos, o
10


próprio organismo se reequilibra em poucos dias. Isto não quer dizer, entretanto, que não
possa originar efeitos maléficos causados pelo tratamento inadequado (MACIOCIA, 1996).

5.1 Eletroacupuntura
        A utilização de eletricidade para estimulação de acupontos cutâneos (pontos de
acupuntura) chama-se eletroacupuntura, onde começou a ser mais empregada a partir da
década de 30. Proporciona o aumento da circulação local e a colagênese. Atualmente a sua
corrente é a galvânica, sendo que nos aparelhos de eletroacupuntura ela é aplicada de forma
interrompida, diminuindo assim os efeitos da eletrólise (NAKANO E YAMAMURA, 2005).
        Eletroacupuntura aplicada à estria atrófica, em toda literatura disponível, são ditas
como seqüelas irreversíveis.Alguns autores se baseiam no fato de que não há regeneração da
fibra elástica, gerando então uma não aceitação de tratamentos para as mesmas (GUIRRO E
GUIRRO, 2004).
        Mas estudos vêem mostrando a eficácia da aplicação da corrente galvânica
subcutaneamente sobre a estria. Após a aplicação do estímulo elétrico, ocorre um aumento no
número de fibroblastos jovens, uma neovascularização e todas as funções inerentes da pele
são recuperadas, inclusive o retorno da sensibilidade dolorosa no local após algumas sessões.
Logo, o aspecto da pele se apresenta muito próxima ao normal, onde também foram
observado algum tipo de reorganização das fibras colágenas (GUIRRO et al., 1991).
        Segundo White et al. (2007), observou-se uma epiderme mais espessa, maior
quantidade de fibroblastos, fibras elásticas e colágenos e maior número de vasos após a
aplicação da corrente elétrica.
        De acordo com Karime (2006), o processo de regeneração da estria está fundamentado
no estímulo físico da agulha, juntamente com a alcalose através do pólo negativo da corrente
contínua, que irá desencadear uma resposta inflamatória aguda seguida do processo de
reparação tecidual onde a finalidade do procedimento é a reestrutura, de forma satisfatória, da
integridade da pele. Mas deve-se lembrar que para iniciar o tratamento, a causa o
aparecimento das estrias devem estar abolidos.
        A fase inicial do aparecimento de uma estria atrófica, classificada anteriormente de
estrias rubras, é o melhor momento para se dar início ao tratamento, principalmente porque
ainda existe a presença de células e corrente sanguíneo local onde a regeneração se torna mais
fácil (VENTURA, 2003).
        O método de aplicação é invasivo, feito estria por estria, sendo que a penetração da
agulha é realizada sobre elas, paralelamente e subepidermicamente, sendo uma agulha em
cada extremo da estria conectadas com o aparelho de eletroacupuntura. No seu trajeto irá
haver a formação de edema e pequeno eritema. Esse método visa o aumento do aporte
sanguíneo e líquidos na região em tratamento, o aumento de fibroblastos jovens e o
favorecimento da neovascularização, para haver uma restauração local (FORNAZIERI,
2005).
        Após a agulha inserida intradermicamente ao longo da estria, é necessário que se
manipule essa agulha para obtermos maior resposta inflamatória, mas essa manipulação
desencadeia vários estímulos dolorosos. Logo, as vantagens de se usar a eletroacupuntura,
comparado com o estímulo manual da agulha, são principalmente a redução desses estímulos
dolorosos e o aumento da velocidade de manipulação da agulha (NAKANO E
YAMAMURA, 2005).
        É indicado que o tratamento seja unilateral, para que se observe e compare a melhora
do aspecto da pele (GUIRRO et al., 1991). É necessário manter a resposta inflamatória após o
estímulo para que haja um resultado favorável (LIMA E PRESSI, 2005).
        A intensidade da corrente elétrica e a capacidade reacional do paciente é quem vão
determinar a intensidade e a duração da reação inflamatória (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
11


        O estímulo físico da agulha desencadeia um processo de reparação com a finalidade de
restaurar a integridade do tecido estriado. Esse estímulo físico associado com a corrente
elétrica desencadeia o aumento da atividade metabólica local e uma inflamação aguda
localizada, não apresentando qualquer efeito sistêmico (BORGES et al., 2007).
        A hiperemia e o edema que surgem no local estimulado ocorrem através das
substâncias locais liberadas pela lesão da agulha, responsáveis pela dilatação dos vasos e
aumento da sua permeabilidade (GUYTON, 1997). Cada espaço da lesão é preenchida por um
exsudato inflamatório composto de leucócitos, eritrócitos, proteínas plasmáticas e fáscias de
fibrina. Daí ocorre um processo de epitelização, onde as células epidérmicas adentram no
interior das fendas formadas pela agulha e formação de fibrina originada pela hemorragia da
microlesão. A reação inflamatória e a epitelização formam os fibroblastos e capilares para a
profundidade da lesão (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
        O uso da corrente galvânica somatiza os efeitos da inflamação. Ela aumenta o edema
promovido pela reação inflamatória aguda através da mobilização da água dos tecidos
estimulados e da resposta vasomotora (LIMA E PRESSI, 2005).
        De acordo com NAKANO E YAMAMURA (2005), o uso da eletroacupuntura
melhora a profundidade das estrias logo nas primeiras sessões. Outras respostas ocorrem com
a utilização desse método como a melhora do aspecto geral na região tratada, a normalização
da coloração das estrias e a melhora da microcirculação regional das estrias (BORGES et al.,
2007).
        Nenhum agente antiinflamatório deverá interromper o edema e a hiperemia durante o
período de absorção do processo inflamatório. É necessário esperar esse período, que dura
entre 2 e 7 dias para que ocorra um novo estímulo, evitando assim a formação de um processo
inflamatório crônico local (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
        O uso de corrente elétrica é contra-indicado em alguns pacientes como os cardíacos,
portadores de marcapasso, neoplasias, gestantes, epiléticos ou qualquer outra patologia que
contra indique a aplicação de eletricidade (LIMA E PRESSI, 2005).
        A técnica utilizada também possui suas contra-indicações como é o caso de pacientes
portadores de diabetes, hemofilia, vitiligo, síndrome de Cushing, tendência a quelóides e uso
de algumas medicações (esteróides e corticosteróides) (VENTURA, 2003).

6. Outras Técnicas
        Técnica de pica-pau (sangria): indicada para estrias fininhas e irregulares. Esta técnica
é realizada da seguinte forma: insere a agulha a 2cm e retirar, realizando um efeito semelhante
a um pássaro.
        Técnica de costura: consiste em realizar um efeito semelhante ao de costurar,
preenchendo os espaços livres das estrias largas, ou seja, o acupunturista deverá inserir uma
agulha a 45° no inicio e outra no final da estria e realizar a técnica anterior.
        Técnica de transfixação: consiste em transfixar a agulha de acupuntura nas estrias
retas.
        Em cada técnica o paciente deverá permanecer com as agulhas durante 25 minutos.

7. Conclusão
        A limitação do tratamento das estrias está no fato de que não existe ainda protocolos
definidos em relação ao tipo de estímulo, a freqüência e intensidade ideal, o tempo de
permanência desse estímulo e a seqüência do tratamento. Para que se tenha um bom resultado
é necessário que exista uma interação dos métodos utilizados para esse fim para que a escolha
do protocolo seja o ideal, levando-se em conta que a resposta ao tratamento está diretamente
ligada com as características da pele estriada e as características do próprio paciente.
12


       Pode-se também verificar poucos respaldos científicos que comprovem a eficiência da
técnica e escassez de referências sobre o assunto. Mas mesmo sem tantos respaldos , é certo
afirmar que o uso da eletroacupuntura traz evidentes melhoras ao aspecto da pele tratada.
Logo, com esta revisão bibliográfica, podemos concluir que a eletroacupuntura possui
importante atuação na restauração da pele estriada.


Referencias

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ARNOLD JUNIOR, Harry L; ODOM, Richard B; JAMES, Willian D. Doenças da pele de Andrews:
Dermatologia Clínica. São Paulo: Manole, 1994.
AZEVEDO, Karine Dantas; PITA, Bernardete; SCHÜTZ, Maria José Costa. Análise dos efeitos da corrente
contínua filtrada constante no tratamento de estrias: relato de casos.
BECHELLI, Luis Marino. Compêndio de dermatologia. São Paulo: Atheneu, 1988.
BORGES.F.D; Dermato Funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo.
Ed.Phorte, 2006.
BONDI, Edward E.; JEGASOTHY, BRIAN V.; LAZARUS, Gerald S. Dermatologia: diagnóstico e
tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
CUCÉ, Luiz C.; NETO, Cyro F. Manual de dermatologia. Rio de Janeiro: Atheneu, 1990.
FORNAZIERI, Luiz Carlos.Tratado de Acupuntura Estética. 1 ed. São Paulo: Ícone, 2005.
GAMONAL, Aloísio. Dermatologia elementar: compêndio de dermatologia. 2.ed. Juiz de Fora: A. Gamonal,
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GUIRRO, R; Guirro, E. Fisioterapia em Estética. São Paulo: Manole, 2002.
GUIRRO, E; Guirro, R. Fisioterapia Dermato-funcional. São Paulo: Manole, 2004.
GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
KARIME, GÉSSICA K G de M. Estudo comparativo por meio do método de varredura e galvanopuntura.
Revista Fisio & Terapia. Ano X, n. 51, jul/ago 2006.
KEDE, M. P. V; Sabatovich, O. Dermatologia Estética. São Paulo: Atheneu, 2004.
KITCHEN, Sheila. Eletroterapia: prática baseada em evidências.11.ed. Barueri: Manole, 2003.
MACHADO, Clauton M. Eletrotermoterapia prática. 3.ed. São Paulo: Pancast, [s/d].
NAKANO, Y. A. Maria; YAMAMURA, Ysao. Acupuntura em Dermatologia e Medicina Estética: a pele
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LEE PK, Anderson TW, Modell JH, et al. Treatment of chronic pain with acupuncture. JAMA 1975.
LIMA, K.S.; PRESSI, L. O uso da microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas: analise
comparativas       do      trauma       mecânico       e      da      microcorrente.       Disponível      em:
http://www.ufp.br/feff/download/mono_lisiane.total.pdf. Acesso em 12 de junho de 2011.
PRENTICE, William E. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
SAMPAIO, Sebastião; RIVITTI, Evandro. Dermatologia. 2.ed.São Paulo: Artes Médicas, 2001.
TOSCHI, A. Estrias e cicatrizes atróficas. In: MAIO, M. Tratado de Medicina Estética. São Paulo: Roca,
2004.
13


VENTURA, DANIELLE B. da SILVA, O uso da corrente galvânica filtrada nas estrias atróficas.
Fisiobrasil: atualização científica, n. 62, nov/dez 2003.
WHITE, P. A. S., GOMES, R. C., MENDONÇA, A. C., BRAGANHOLO, L. P., FERREIRA, A. S. Efeitos da
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dermatofuncional da Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP. Disponível em: www.afb.org.br.
Acesso em: 03 set. 2011.
YAMAMURA Y. Acupuntura Tradicional: a arte de inserir. São Paulo; 2004.
ZUCCO, Fabíola. Acupuntura Estética Facial no Tratamento de Rugas. World Gate Brasil Ltda., 2004.
Disponível          em:            http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades
acupuntura_rugas.htm. Acesso em 10 maio. 2011.

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Acupuntura estrias07

  • 1. 1 As Técnicas de acupuntura no tratamento das estrias Lucicleide Cordeiro da Costa1 Dayana Priscila Maia Mejia2 lucycleyde2010@hotmail.com Pós-graduação em Acupuntura– Faculdade Ávila Resumo As estrias é uma atrofia tegumentar adquirida, e representa um problema significativo para quem as têm, e um grande desafio para todos que trabalham na área de estética, pois ainda não existe a cura, somente vários tratamentos que atenuam seu aparecimento, o objetivo dessa pesquisa é fazer uma revisão de literaturas sobre a técnica da eletroacupuntura, e as demais técnicas utilizadas no tratamento das estrias atróficas. A eletroacupuntura é a técnica mais utilizada e trata-se de um recurso atualmente muito utilizado,embora pouco pesquisado, sem que ainda exista um protocolo de tratamento adequadamente instituído. Já os demais recursos existem poucas literaturas sobre sua eficácia. Buscamos coletar dados referentes às características gerais dessas estrias e ao tipo de corrente utilizada, tendo como finalidade a melhora do aspecto da pele estriada. Essa técnica pode ser aplicada no tratamento das estrias analisando sua utilização e os resultados mais eficiente. Palavras Chaves: estrias; acupuntura, eletroacupuntura 1.Introdução As estrias são motivos de preocupação estética para homens e mulheres. Também são chamadas de atrofias cutânea linear, é realmente um verdadeiro mal, atingindo até mesmo a autoestima e o equilíbrio emocional. O fato que não se deve contestar é a grande incidência dessa afecção, em ambos os sexos, especialmente nas mulheres. É uma lesão resultante do estiramento das fibras de colágeno e elastina parece uma espécie de depressão com reação inflamatória, seguida de um aspecto antiestético. No início a cor da estria é mais rubra, mas durante o processo evolutivo torna-se esbranquiçada (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Quais são as técnicas utilizadas hoje? Qual dessas técnicas tem um melhor resultado? As técnicas da eletroacupuntura, a pica pau e a sangria são as mais citadas, esse estudo tem como objetivo fazer uma pesquisa de referencias, para realizar um estudo comparativo sobre a aplicabilidade dessas técnicas e sua utilização no tratamento das estrias. Por haver poucas literaturas que comprovem os resultados dessas formas de tratamento há a necessidade de novos estudos que possam dar mais um aparato para a comprovação positiva das técnicas. As abordagens terapêuticas existentes atualmente buscam a melhora do aspecto visual das estrias através da promoção da melhora histológica do tecido (WHITE, 2008). Dentre as várias aplicadas temos a acupuntura que consiste em inserir agulhas através de pontos específicos do corpo, supostamente removendo obstruções do chi prejudiciais à saúde, logo restaurando a distribuição do yin e yang. Às vezes as agulhas são giradas, aquecidas, ou mesmo estimuladas com correntes elétricas fracas, ultra-som, ou luz de certos comprimentos de onda (LEE PK E ANDERSON TW 1975). O tratamento estético pela acupuntura visa não só resultados externos, como os benefícios nutricionais, a suavidade na expressão facial, e a melhora na tonicidade muscular, 1 Pós-graduando em Acupuntura 2 Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada em Fisioterapia.
  • 2. 2 esse tratamento visa a normalização dos sistemas e órgãos internos que possuem influências diretas nas diversas regiões do rosto. Trata-se primeiramente o interior, para depois atuar nos resquícios externos, a parte estética propriamente envolvida. Portanto, no tratamento estético pela acupuntura, o objetivo é o equilíbrio energético entre Yang e Yin, sendo Yang a parte externa (pele, músculos e tecidos superficiais – estético), e Yin a porção interna do organismo (órgãos e vísceras – funções orgânicas). Pode soar estranhos para quem está acostumado a pensar em acupuntura como tratamento de dores e de doenças. Mas, o lado estético da técnica, apesar de não muito difundido no Brasil, é utilizado há bastante tempo. O tratamento, indicado para rugas, flacidez, olheiras, celulites, gordura localizada, manchas e cicatrizes, é feito da mesma maneira que nas sessões de acupuntura para doenças. Agulhas e com laser, o especialista estimula pontos de energia do corpo que não estão em harmonia. O laser ajuda também na reconstituição de tecidos danificados. A principal diferença dos tratamentos em comuns, além de não necessitar tempo de recuperação, é que a acupuntura considera o paciente como um todo. “os problemas estéticos normalmente têm ligação com o desequilíbrio da energia de órgãos internos”. 2. A Pele A pele ou cútis é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida, e que isola os componentes orgânicos do meio exterior. Constitui-se em complexa estrutura de tecidos de várias naturezas, dispostos e inter-relacionados de modo a adequar-se, de maneira harmônica, ao desempenho de suas funções (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). A pele representa 12% do peso seco total do corpo, com peso de aproximadamente 4,5 kg, e é de longe o maior sistema de órgãos expostos ao meio ambiente (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Embriologicamente, a pele deriva dos folhetos ectodérmicos e mesodérmicos. As estruturas epiteliais: epiderme, folículos pilossebáceos, glândulas apócrinas, glândulas écrinas e unhas derivam do ectoderma. Os nervos e os melanócitos originam-se no neuroectoderma e as fibras colágenas e elásticas, vasos sangüíneos, músculos e tecido adiposo originam-se no mesoderma (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). A pele compõe-se essencialmente de três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme. A epiderme é a camada externa e está diretamente ligada ao meio ambiente. Ela é formada por um arranjo ordenado de células, denominada de ceratinócitos, cuja função básica é sintetizar a queratina, uma proteína filamentosa com função protetora. A derme é a camada interna e seu principal componente é uma proteína estrutural fibrilar denominada colágeno. Ela está localizada sobre o panículo, ou hipoderme, que é composto, principalmente, de lóbulos de lipócitos ou células adiposas (ARNOLD Jr; ODOM; JAMES, 1994). Os queratinócitos constituem a maior parte da epiderme. As células são formadas em sua camada mais profunda a partir de células cilíndricas que sofrem contínua atividade mitótica. Uma vez formadas, são empurradas sucessivamente para camadas mais superficiais, pela produção de novas células. À medida que ganham camadas superiores, as células sintetizam uma proteína (queratina), no seu citoplasma. É de aproximadamente um mês o período que vai da formação celular até a maturação do queratinócito. O grau de queratinização e a espessura da epiderme nas diferentes regiões do corpo são determinados antes do nascimento e estão sob controle genético (CUCÉ; NETO, 1990). Os melanócitos são as células produtoras de pigmento e se localizam predominantemente ao nível da camada basal na proporção de dez queratinócitos basais para um melanócito. É interessante observar que o número de melanócitos é aproximadamente o mesmo em todas as raças. O bronzeamento da epiderme pelo sol se deve a uma excitação da tirosinase levando a formação de melanossomos maiores e em maior número (GAMONAL, 2002).
  • 3. 3 As células de Langerhans são células dendríticas. De origem e função discutidas, são hoje consideradas células monocitárias macrofágicas de localização epidérmica, com função imunológica, atuando no processamento primário de antígenos exógenos que atingem a pele. Além de sua localização epidérmica, as células de Langerhans são encontradas na derme, nos linfáticos da derme, linfonodos e timo (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). Segundo Guirro (2004), a epiderme é em geral descrita como constituída de quatro ou cinco camadas ou estratos, devido ao fato da camada lúcida estar ou não incluída, só sendo observada em determinadas amostras de pele espessa. A camada germinativa ou basal compõe-se de dois tipos de células: basais e melanócitos. As primeiras são cilíndricas de eixo maior perpendicular à superfície cutânea, justapostas, constituindo fileira única. Possuem núcleo alongado ou oval, disposto, também, perpendicularmente à superfície da pele. Algumas apresentam formas de mitose, em número relativamente reduzido, quando se considera que a renovação das células basais parece rápida (BECHELLI, 1988). Abaixo da camada germinativa ou basal, existe uma fina estrutura constituída por mucopolissacarídeos neutros, a membrana basal, que tem importante participação em várias condições patológicas da pele e cuja análise anátomo-patológica, imunopatológica e, mesmo, ultra estrutural é, por vezes, muito importante no diagnóstico e interpretação da patogenia de certas dermatoses. Algumas funções da membrana basal: aderência dermo-epidérmica, suporte mecânico e função barreira (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). A camada malpighiana ou camada de células espinhosas está situada acima da camada basal, e tem a espessura de vários estratos celulares. Nesta camada, os queratinócitos são mais achatados e poliédricos, com seus longos eixos paralelos à superfície. A superfície das células é coberta por curtas expansões semelhantes às células adjacentes. Em cortes fixados pelo formol, estas expansões se acentuam, dando a impressão de espinhos, fato que definiu a denominação de camadas de células espinhosas (CUCÉ; NETO, 1990). A camada granulosa é formada por células granulosas, assim denominadas por caracterizarem-se pela presença de grande quantidade de grânulos. Estes grânulos são de tamanho e forma irregulares e compõem-se de queratohialina. São compostos de profilagrina, proteína que origina a filagrina e por citoqueratinas. Na camada granulosa, já são detectados outros elementos, componentes do envelope das células corneificadas: involucrina, queratolinina, pancornulinas e loricrina. Em áreas de queratinização imperfeita, a camada granulosa pode estar ausente (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). Antes da transformação da camada granulosa em córnea aparece a camada lúcida, que é mais abundante nas regiões palmo-plantares e constituída de células achatadas anucleadas (GAMONAL, 2002). A camada córnea é formada de células mortas, anucleadas, desidratadas, com aspecto de finas lâminas superpostas. As mais superficiais acabam por se eliminar. Esta camada atinge maior espessura meio milímetro e mais na região plantar. As células córneas compõem-se de uma substância albuminóide especial, a ceratina, resultante de modificação das proteínas das células epiteliais (ceratinização). A elas se devem a resistência e relativa impermeabilidade da pele (BECHELLI, 1988). Epiderme se origem ectodérmica, a epiderme apresenta-se constituída de células epiteliais dispostas em camadas, as quais de dentro para fora recebem, respectivamente, o nome degerminativa ou basal, malpighiana ou corpo mucoso, granulosa ou córnea (BECHELLI, 1988). As funções da epiderme são: proteção contra traumas físicos e químicos, principalmente em função da camada córnea; resistência às forças de tensão a epiderme; prevenção da desidratação e perda de eletrólitos, além da proteção contra o encharcamento do corpo quando em contato com a água, graças à impermeabilidade da queratina; restrição da passagem de corrente elétrica, devido a alta impedância que a caracteriza; proteção contra entrada de substâncias tóxicas; proteção dos efeitos nocivos do UV, através da melanina (CUCÉ; NETO, 1990). A derme é uma espessa camada de tecido conjuntivo sobre a qual se apóia a epiderme, comunicando esta com a hipoderme. A derme está conectada com a fáscia dos músculos subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme. Na derme situam-se algumas fibras elásticas e reticulares, bem como muitas fibras colágenas, e ela é suprida por
  • 4. 4 vasos sangüíneos, vasos linfáticos e nervos. Também contém glândulas especializadas e órgãos do sentido. A derme apresenta uma variação considerável de espessura nas diferentes partes do corpo sendo que a sua espessura média é de aproximadamente dois milímetros. Sua superfície externa é extremamente irregular, observando-se as papilas dérmicas (GUIRRO E GUIRRO, 2004). O principal componente da derme é o colágeno, uma proteína fibrosa que atua como a principal proteína estrutural de todo o corpo. Ele é encontrado nos tendões, ligamentos e no revestimento dos ossos, da mesma forma que na derme, e representa 70% do peso seco da pele (ARNOLD Jr; ODOM; JAMES, 1994). As funções da derme são: promover flexibilidade à pele; determinar proteção contra traumas mecânicos; manter a homeostase, armazenar sangue para eventuais necessidades primárias do organismo; determinar a cor da pele, por ação da melanina, hemoglobina e dos carotenos; ruborização, quando de respostas emocionais e é a segunda linha de proteção contra invasões por microorganismos, por ação dos leucócitos e macrófagos aí existentes (CUCÉ; NETO, 1990). A Hipoderme ou panículo adiposo, é a camada mais profunda da pele, de espessura variável, composta exclusivamente por tecido adiposo, isto é, células repletas de gordura formando lóbulos subdivididos por traves conjuntivo-vasculares. Relaciona-se, em sua porção superior, com a derme profunda, constituindo-se a junção dermo-hipodérmica, em geral, sede das porções secretoras das glândulas apócrinas ou écrinas e de pêlos, vasos e nervos. Funcionalmente, a hipoderme, além de depósito nutritivo de reserva, participa no isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos e facilita a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). Graças à arquitetura e às propriedades físicas químicas e biológicas de suas várias estruturas, a pele, como membrana envolvente e isolante, é um órgão capacitado à execução de múltiplas funções: - Proteção: constitui a barreira de proteção para as estruturas internas do organismo à ação de agentes externos de qualquer natureza e, ao mesmo tempo, impede perdas de água, eletrólitos e outras substâncias do meio interno. - Proteção imunológica: a pele, graças aos seus componentes dérmicos participantes do S.R.E, é um órgão de grande atividade imunológica, onde atuam intensamente aos componentes de imunidade humoral e celular, motivo pelo qual, hoje, grande quantidade de testes imunológicos, bem como práticas imunoterápicas, são estudados na pele. - Termorregulação: graças a sudorese, constrição e dilatação da rede vascular cutânea, a pele processa o controle homeostático da temperatura orgânica. - Percepção: através da complexa e especializada rede nervosa cutânea, a pele é o órgão receptor do calor, frio, dor e tato. - Secreção: A secreção sebácea é importante para a manutenção eutrófica da própria pele, particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. Além disso, o seb um tem propriedades antimicrobianas e contém substâncias precursoras da vitamina D. Quanto as glândulas sudoríparas, a eliminação de restos metabólicos não têm valor como função excretora (SAMPAIO, RIVITTI, 2001). 2.1 Reparo dos tecidos A regeneração é um processo complexo, porém, essencial sem o qual o corpo seria incapaz de sobreviver. Envolvem ações integradas das células, matriz e mensageiros químicos e visa restaurar a integridade do tecido o mais rápido possível. A regeneração é um mecanismo homeostático para restaurar o equilíbrio fisiológico e pode ser iniciada como resultado da perda de comunicação entre células adjacentes, entre células e seu suporte ou por
  • 5. 5 morte celular. A regeneração pode ser descrita em termos de quimiocinesia, multiplicação e diferenciação celular. Ocorre uma série de eventos complexos, envolvendo a migração das células originárias do tecido vascular e conjuntivo para o local da lesão. Esse processo é governado por substâncias quimiotáticas liberadas no local (KITCHEN, 2003). O processo de regeneração, que é comum a todos os tecidos corporais, é dividido em três fases, que serão vistas a seguir: - Fase inflamatória: é produzida imediatamente quando ocorre uma lesão tecidual e terá a duração de 24 a 48 horas, tendo como característica o calor, rubor, edema e dor, podendo haver perda de função; e se persistir a irritação local, poderá prolongar-se por mais de 12 horas. Nesta fase ocorre a limpeza e/ou defesa da área lesada. Na lesão tecidual com rompimento de vasos ocorre uma vasoconstrição por influência da norepinefrina com duração de poucos minutos, levando a uma aderência das paredes dos vasos e por influência da serotonina, ADP, cálcio e trombina, ocorrendo uma vasoconstrição secundária. Posteriormente, ocorre uma vasodilatação também secundária, aumentando a permeabilidade de vênulas e decorre por influência da histamina, prostaglandina e peróxido de hidrogênio. A bradicinina atua sobre os vasos normais aumentando sua permeabilidade, liberando proteínas plasmáticas, auxiliando a geração de coágulo extracelular. A produção de prostaglandinas ocorre após uma lesão, e sua produção acontece praticamente em todas as células lesadas, em decorrência da alteração do conteúdo de fosfolipídeo das paredes celulares. Certos tipos de prostaglandinas têm ações pró-inflamatórias, aumentando a permeabilidade vascular. Atraem leucócitos ao local da lesão, sendo também sensibilizadoras da dor (nociceptores). Após a lesão, os primeiros a chegarem no local são os leucócitos polimorfos nucleares negativos. Esses neutrófilos (são eletricamente negativos) atravessam as paredes dos vasos por ação amebóide, e atuam na fagocitose dos corpos estranhos e débris, células mortas, limpando a área de lesão. A opsolina, que é uma molécula de globulina, une-se a corpos estranhos permitindo ao fagócito aderir a sua superfície e promover a fagocitose, seguidos pelos macrófagos, produzindo fatores da lesão que direcionam a formação de tecido de granulação. Esta fase dura um período de 2 a 3 dias, iniciando, depois a fase proliferativa (MACHADO, s/a). - Fase proliferativa: inicia-se com a ação dos macrófagos fagocitando débris, bactérias e também neutrófilos, além de orientar os tecidos de granulação. A duração dessa fase é de 3 dias a 3 semanas e nela inicia-se o preenchimento da lesão ou ferida pelos macrófagos, fibroblastos, novos vasos(angiogênese), matriz do tipo I e III (tecido de granulação) e células epiteliais. Ocorre a contração centrípeta da ferida, reduzindo seu diâmetro e facilitando sua cicatrização. Neste período, o tecido colágeno tem pouca resistência tênsil(colágeno imaturo). As fibras reorientam-se ao longo das linhas de tensão, resultando em maior resistência tênsil. Com a deposição de mais colágeno, a resistência das fibras à ruptura aumenta gradativamente, atingindo 20% do normal, após 21 dias e algumas substâncias como o cobre, ferro, vitamina C, B6, magnésio, zinco têm função importante na produção de colágeno de qualidade e de boa resistência tênsil ou mecânica (MACHADO, s/a). - Fase de remodelamento: a fase de remodelamento/maturação da cura é um processo a longo prazo. Esta fase caracteriza-se por um realinhamento ou remodelamento das fibras de colágeno que compõem o tecido cicatricial de acordo com as forças de tensão, às quais a cicatriz é submetida. Com a ocorrência da queda e da síntese de colágeno, há um constante aumento da resistência à tração na matriz cicatricial. Estando a tensão e a tração aumentadas, as fibras de colágeno serão realinhadas em uma posição de eficiência máxima, paralelamente às linhas de tensão. O tecido assume gradualmente aparência e função normal, embora a cicatriz seja poucas vezes tão forte quanto o tecido normal lesado. Em geral, ao final de
  • 6. 6 aproximadamente três semanas, aparece uma cicatriz firme, forte, resistente e não vascularizada. A fase de maturação regenerativa pode exigir vários anos para ser totalmente completada (PRENTICE, 2004). 3. Características da Pele na Medicina Chinesa Mudanças na cor da pele fornecem informação sobre a prosperidade ou declínio do Qi e do sangue dos órgãos. As cores da pele dividem-se em azul, vermelho, amarelo, branco, e preto, chamadas de as “cinco cores”, correspondendo respectivamente aos cinco órgãos: o fígado, o coração, o baço, os pulmões e os rins, alterações na cor da pele podem mostrar a natureza de uma doença e várias síndromes de diversos órgãos, enquanto que o brilho da pele, que é, o grau de umidade da pele, reflete principalmente a prosperidade ou declínio do qi-vital e da essência dos órgãos (ZUCCO, 2004). O Qi defensivo consiste em proteger o organismo do ataque de fatores patogênicos exteriores, tais como Vento, Calor, Frio e Umidade. Além disso, aquece, hidrata e nutre parcialmente a pele e os músculos, ajusta a abertura e o fechamento dos poros ( e portanto regula a sudorese), além de regular a temperatura corpórea (principalmente através do controle da sudorese) (MACIOCIA, 1996). Alterações na cor da pele são mostradas muito claramente na face. A face não somente é facilmente observável, mas também rica em capilares, e rica em qi e sangue. Todo o qi-vital dos cindo órgãos-zang e dos seis órgãos-fu correrão para cima, para a face. Além disso, como a face é fina e macia, suas alterações de cor são visíveis na superfície. Portanto, a parte principal do exame da cor da pele deve observar a compleição facial a fim de saber sobre o estado do qi, do sangue, dos órgãos e fatores patogênicos (ZUCCO, 2004). Segundo MACIOCIA (1996), a coloração da face nem sempre esta de acordo com as manifestações clinicas: em algumas situações, a cor da face pode contradizer o padrão apresentado pelas manifestações clinicas. Nestes casos, a coloração da face usualmente mostra a causa não aparente do desequilíbrio. Para dominar o significado da diagnose das cinco cores, você deve prestar atenção em distinguir a cor de pele normal da cor de pele enferma (ZHANG,1988). 1) Características da Cor de Pele Normal Cor de pele normal refere-se à compleição facial de uma pessoa em condições normais de saúde. Caracterizada por brilho, umidade e mistura das cinco cores com a cor do sangue, a cor de pele normal indica que o qi-vital, o sangue e o fluido do corpo são suficientes e que a atividade funcional dos órgãos está em boas condições de funcionamento (ZUCCO, 2004). Cor de pele normal pode ser classificada como compleição zhu e compleição ke. Compleição zhu é a cor de pele normal de uma nacionalidade, conhecida também como compleição zheng. Por exemplo, a compleição zhu dos chineses é uma mistura apagada de amarelo e vermelho, brilho e umidade – o reflexo do qi e do sangue em bom estado e qi-vital plenamente armazenado no interior. Mas não é extraordinário se compleições pessoais variem ligeiramente por causa das diferentes constituições individuais. Numa palavra, se a compleição de uma pessoa e sua cor da pele permanece inalteradas por toda sua vida, são a sua compleição zhu (ZHANG,1988). A compleição ke é uma que varia com o ambiente circundante, as estações, o clima e as condições de vida quando a pessoa se ajusta ao seu meio-ambiente. Por exemplo, a compleição torna-se um pouco azul na primavera, um pouco vermelha no verão, um pouco amarela no fim do verão e um pouco branca no outono, e um pouco escura no inverno. Além disso, mudanças de idade, dieta, atividades, emoções, ou profissões, luz solar, vento e poeira,
  • 7. 7 podem também trazer alterações na compleição facial. Todas estão relacionadas, entretanto, às variantes normais de compleição, enquanto tiverem as características da cor de pele normal (ZUCCO, 2004). 2) Características de Cor de Pele Enferma Cor de pele enferma refere-se à aparência facial de uma pessoa doente. Pode ser dito que indica todas as cores anormais. A cor de pele enferma é caracterizada por uma aparência pálida e embotada, ou uma única cor vazia e sangue, ou aparência que muda em desacordo com as estações (ZHANG,1988). A aparência varia com a severidade da doença. Neste sentido, divide-se em tipo favorável e tipo desfavorável. Geralmente falando, a aparência é favorável se ainda se mantiver brilhante e úmida embora algumas alterações patológicas, inexaustão do qi vital e da essência dos órgãos, e suficiência do qi do estômago para nutrir a face, indicando prognose favorável. Por outro lado, alterações obviamente anormais são marcadas por aparência sem brilho, murcha e apagada, que mostra alterações patológicas sérias, declínio do qi-vital, e exaustão do qi-do estômago (ZHANG,1988). Todas estas indicam prognose desfavorável. Características de condições favoráveis e desfavoráveis das cinco cores são descritas de Questões Comuns. Sendo tão azuis e frescas como as penas de um kingfisher” (nome genérico de pássaro pescador) e tão vermelhas como a crista de um galo, tão amarelas como o abdômen de um caranguejo, tão brancas como a banha de porco e tão pretas como a pena do corvo são as características da cor da pele enferma do tipo favorável, indicando vida. Sendo tão azuis como uma grama arruinada, tão verdes como a cor do sangue coagulado, tão amarelas como a laranja azeda não madura, tão pálidas como o osso seco e tão pretas como a fuligem são características da cor da pele enferma do tipo desfavorável, indicando prognose desfavorável, ou mesmo morte. Assim o ponto chave ao observar a aparência facial e catalogar a aparência brilhante e úmida como o tipo favorável, aparência pálida e apagada como o tipo desfavorável. A primeira mostra que o qi e o sangue não foram exauridos e a doença é fácil de curar; a última mostra que o qi-vital foi prejudicado e que a doença é de cura difícil (ZHANG,1988). 4. Estrias A estria é uma atrofia tegumentar adquirida, de aspecto linear, algo sinuosa, em estrias de um ou mais milímetros de largura, a princípio avermelhadas, depois esbranquiçadas e abrilhantadas (nacaradas). Raras ou numerosas, dispõem-se paralelamente umas às outras e perpendicularmente às linhas de fenda da pele, indicando um desequilíbrio elástico localizado, caracterizando, portanto, uma lesão da pele. Apresentam caráter de bilateralidade, isto é, existe uma tendência da estria distribuir-se simetricamente e em ambos os lados (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Costumam aparecer em períodos de crescimento rápido, como na adolescência, justamente por serem uma conseqüência do rompimento das fibras elásticas e colágenas da pela. O aumento de peso ou mesmo o crescimento da musculatura conseguido pelo excesso de exercícios físicos, como a musculação, também podem ocasionar o surgimento de estrias. Segundo a Medicina Chinesa, consiste num trauma levando a estagnação local de Qi e Xue. Deste modo, o tratamento está voltado basicamente para a recuperação de fibras danificadas e aumento da produção de colágeno através de estímulos de Eletrotonificação e Eletrosedação (ZHANG,1988). A estimulação através de agulhas provoca um processo inflamatório agudo seguido de hiperemia, edema, aumentando a permeabilidade dos vasos, a proliferação de capilares, a liberação de substancias colágenas, resultando por fim em uma regeneração tecidual.
  • 8. 8 Na Medicina Tradicional Chinesa, o mecanismo de ação ocorre devido a estimulação local que libera Qi (energia) e Xue (sangue), elementos essenciais para a recomposição celular local. As estrias são desencadeadas por um conjunto de fatores que não podem ser avaliados isoladamente. Kede classifica estes fatores em três grupos: fatores mecânicos, fatores bioquímicos e predisposição genética. Os estrogênios causas elevação da taxa de ácido hialurônico, de condroitinossulfatos e de corticóides fluorados tornando a pele mais suscetível a trações cutâneas (KEDE, 2004). As estrias atróficas são encontradas em ambos os sexos, com predominância no feminino, principalmente a partir da adolescência. A maior incidência de estrias em meninas ocorre entre doze e quatorze, e nos meninos, de doze a quinze anos. Entretanto, as estrias são notadas em todos os grupos etários. Na mulher adulta saudável, a incidência de estrias é 2,5 vezes mais freqüente que no homem nas mesmas condições (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Quanto à localização das estrias, pode-se observar uma incidência maior nas regiões que apresentam alterações teciduais como glúteos, seios, abdome, coxas, região lombo sacral (comum em homens), podendo ocorrer também em regiões pouco comuns, como fossa poplítea, tórax, região ilíaca, antebraço, porção anterior do cotovelo (GUIRRO E GUIRRO, 2004). A estria evolui clinicamente em estágios semelhante à formação de uma cicatriz. As lesões iniciais são ativas, caracterizadas por eritema e nenhuma aparente depressão de sua superfície. Gradualmente a cor vai diminuindo e as lesões ficam mais claras que a pele normal. É possível que a aparência inicial, com hiperemia e edema seja decorrente de respostas inflamatórias associadas à vasodilatação que vai progressivamente diminuindo, dando lugar a uma lesão atrófica (TOSCHI, 2004). De acordo com White et al. (2007), sua etiologia ainda não está definida, mas existem três teorias que tentam explicá-la, onde a mais bem aceita é a teoria endocrinológica. Segundo Guirro (2004) a teoria mecânica relata que o aparecimento de uma estria está necessariamente relacionado a um estiramento mecânico da pele lesionando assim as fibras elásticas e colágenas do tecido. As fibras elásticas se separam em vários segmentos fibrilares e as fibras de colágenos se separam e se alargam. Logo, suas causas baseadas nessa teoria seriam um crescimento muito rápido durante a adolescência, uma grande deposição de gordura, uma hipertrofia muscular muito rápida ou uma distensão abdominal considerável, como nos casos de uma gestação. A Teoria endocrinológica é a teoria mais bem aceita atualmente. Adeptos dessa teoria acreditam que o aparecimento das estrias não está relacionado a uma patologia, e sim ao tipo de medicamento administrado a esse paciente. Conforme alguns autores, o hormônio esteróide está presente em todas as formas de aparecimento das estrias como na obesidade, na adolescência e na gravidez, onde o hormônio vai atuar especificamente sobre o fibroblasto (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Durante a gestação, de 75 a 95% das mulheres são acometidas com pelo menos alguns pares de estrias. Aparecem principalmente nos últimos três meses de gestação onde as fibras elásticas se encontram no seu limite de resistência, também acometidas pelo aumento da atividade hormonal (VENTURA, 2003). Durante a adolescência, geralmente ocorre concomitantemente ao aparecimento das estrias, a presença de acne, aparecimento de pêlos e desenvolvimento das mamas e genitais, caracterizando essa fase como de grande alteração hormonal (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Teoria infecciosa alguns poucos autores acreditam que o surgimento das estrias ocorre por processos infecciosos que danificam as fibras elásticas (GUIRRO E GUIRRO, 2004). São chamadas rubras quando se apresentam em uma fase inicial, chamada de inflamatória, e com uma coloração avermelhada. Quando o processo de formação está
  • 9. 9 praticamente finalizado, as lesões se tornam esbranquiçadas, sendo chamadas de alba, apresentando-se numa fase atrófica (LIMA E PRESSI, 2005). De acordo com Bondi, Jegasothy e Lazarus (2005), geralmente não apresentam sintomas, mas alguns pacientes relatam leve prurido na fase inflamatória. A pele estriada apresenta alterações nas fibras colágenas, nos fibroblastos e na substância fundamental amorfa, caracterizando-se assim como uma lesão dérmica inestética (KARIME, 2006). 5. Acupuntura A acupuntura é uma técnica medicinal chinesa de manipulação do chi (chi ou qi) para equilibrar as forças opostas do yin e yang. Supõe-se que o chi, uma suposta “energia” que permearia todas as coisas, fluiria através do corpo através de 14 caminhos principais chamados meridianos. Quando o yin e o yang estão em harmonia, o chi flui livremente pelo corpo, e a pessoa tem saúde. Quando a pessoa se sente mal, está doente ou ferida, acredita-se que haja uma obstrução do chi ao longo de um dos meridianos. A acupuntura consiste em inserir agulhas através de pontos específicos do corpo, supostamente removendo obstruções do chi prejudiciais à saúde, logo restaurando a distribuição do yin e yang. Às vezes as agulhas são giradas, aquecidas, ou mesmo estimuladas com correntes elétricas fracas, ultrassom, ou luz de certos comprimentos de onda (LEE PK e ANDERSON TW 1975). As agulhas são instrumentos poderosos quando utilizadas de modo adequado, podendo tratar de uma extensa lista de doenças. Além de oferecer benefícios para a saúde, essa técnica milenar chinesa também pode ser usada na estética: atenuar rugas e marcas de expressão, estrias, celulite e outra série de males que afetam principalmente a vaidade das mulheres. A utilização da acupuntura na estética facial é antiga. Imperatrizes das diversas dinastias na Antiga China já usavam as agulhas para atenuar as rugas (ZUCCO, 2004). Nos dias de hoje, existe uma pressão enorme sobre os indivíduos adultos para manter- se uma aparência jovem, e muitas vezes, as pessoas não aceitam o processo natural do envelhecimento. De fato, a aparência externa é muito importante. A acupuntura altera a circulação do sangue e a energia dos canais dos órgãos e vísceras, levando o corpo a uma harmonia de matéria e de energia. Esses efeitos agem sobre o sistema nervoso autônomo e central, assim como o sangue, difundindo o QI, os hormônios, provocando reações de analgesia, aumento ou diminuição das funções orgânicas (SILVA; ANDRADE; VIEIRA, 2004). Acredita-se que a acupuntura voltada para a estética aconteceu por acidente, quando se tratavam os pacientes por outras causas. Com isto, iniciaram-se estudos mais detalhados relacionados com a estética. Em um estudo, 300 pessoas foram tratadas com acupuntura facial, e em 90% da amostra, verificaram-se efeitos benéficos, como aumento da elasticidade dos músculos e diminuição das rugas (ZUCCO, 2004). A Acupuntura Estética é uma técnica para o tratamento da beleza e saúde, que pode ser aplicada tanto na face, amenizando rugas, marcas de expressão, olheiras, bolsa suboculares, manchas, flacidez, acnes e verrugas, como no corpo, atuando na redução do flanco, culotes, abdômen, celulites, estrias, levantando glúteos e seios, flacidez no pescoço e nos braços (NAKANO E YAMAMURA, 2005). Há relatos de que o uso da Acupuntura na aparência surgiu por volta de 2.400 a.C, pelo Imperador Yao, que, muito vaidoso, aplicava as agulhas nas sobrancelhas para arqueá- las. No entanto, o método chinês ficou mais forte na década de 1980 na China e em toda Europa nos tratamentos de emagrecimento e antienvelhecimento (ZUCCO, 2004). Para a Acupuntura, uma das grandes vantagens consiste no fato de ser uma terapia relativamente segura. Mesmo se aplicado um tratamento inadequado, na maioria dos casos, o
  • 10. 10 próprio organismo se reequilibra em poucos dias. Isto não quer dizer, entretanto, que não possa originar efeitos maléficos causados pelo tratamento inadequado (MACIOCIA, 1996). 5.1 Eletroacupuntura A utilização de eletricidade para estimulação de acupontos cutâneos (pontos de acupuntura) chama-se eletroacupuntura, onde começou a ser mais empregada a partir da década de 30. Proporciona o aumento da circulação local e a colagênese. Atualmente a sua corrente é a galvânica, sendo que nos aparelhos de eletroacupuntura ela é aplicada de forma interrompida, diminuindo assim os efeitos da eletrólise (NAKANO E YAMAMURA, 2005). Eletroacupuntura aplicada à estria atrófica, em toda literatura disponível, são ditas como seqüelas irreversíveis.Alguns autores se baseiam no fato de que não há regeneração da fibra elástica, gerando então uma não aceitação de tratamentos para as mesmas (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Mas estudos vêem mostrando a eficácia da aplicação da corrente galvânica subcutaneamente sobre a estria. Após a aplicação do estímulo elétrico, ocorre um aumento no número de fibroblastos jovens, uma neovascularização e todas as funções inerentes da pele são recuperadas, inclusive o retorno da sensibilidade dolorosa no local após algumas sessões. Logo, o aspecto da pele se apresenta muito próxima ao normal, onde também foram observado algum tipo de reorganização das fibras colágenas (GUIRRO et al., 1991). Segundo White et al. (2007), observou-se uma epiderme mais espessa, maior quantidade de fibroblastos, fibras elásticas e colágenos e maior número de vasos após a aplicação da corrente elétrica. De acordo com Karime (2006), o processo de regeneração da estria está fundamentado no estímulo físico da agulha, juntamente com a alcalose através do pólo negativo da corrente contínua, que irá desencadear uma resposta inflamatória aguda seguida do processo de reparação tecidual onde a finalidade do procedimento é a reestrutura, de forma satisfatória, da integridade da pele. Mas deve-se lembrar que para iniciar o tratamento, a causa o aparecimento das estrias devem estar abolidos. A fase inicial do aparecimento de uma estria atrófica, classificada anteriormente de estrias rubras, é o melhor momento para se dar início ao tratamento, principalmente porque ainda existe a presença de células e corrente sanguíneo local onde a regeneração se torna mais fácil (VENTURA, 2003). O método de aplicação é invasivo, feito estria por estria, sendo que a penetração da agulha é realizada sobre elas, paralelamente e subepidermicamente, sendo uma agulha em cada extremo da estria conectadas com o aparelho de eletroacupuntura. No seu trajeto irá haver a formação de edema e pequeno eritema. Esse método visa o aumento do aporte sanguíneo e líquidos na região em tratamento, o aumento de fibroblastos jovens e o favorecimento da neovascularização, para haver uma restauração local (FORNAZIERI, 2005). Após a agulha inserida intradermicamente ao longo da estria, é necessário que se manipule essa agulha para obtermos maior resposta inflamatória, mas essa manipulação desencadeia vários estímulos dolorosos. Logo, as vantagens de se usar a eletroacupuntura, comparado com o estímulo manual da agulha, são principalmente a redução desses estímulos dolorosos e o aumento da velocidade de manipulação da agulha (NAKANO E YAMAMURA, 2005). É indicado que o tratamento seja unilateral, para que se observe e compare a melhora do aspecto da pele (GUIRRO et al., 1991). É necessário manter a resposta inflamatória após o estímulo para que haja um resultado favorável (LIMA E PRESSI, 2005). A intensidade da corrente elétrica e a capacidade reacional do paciente é quem vão determinar a intensidade e a duração da reação inflamatória (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
  • 11. 11 O estímulo físico da agulha desencadeia um processo de reparação com a finalidade de restaurar a integridade do tecido estriado. Esse estímulo físico associado com a corrente elétrica desencadeia o aumento da atividade metabólica local e uma inflamação aguda localizada, não apresentando qualquer efeito sistêmico (BORGES et al., 2007). A hiperemia e o edema que surgem no local estimulado ocorrem através das substâncias locais liberadas pela lesão da agulha, responsáveis pela dilatação dos vasos e aumento da sua permeabilidade (GUYTON, 1997). Cada espaço da lesão é preenchida por um exsudato inflamatório composto de leucócitos, eritrócitos, proteínas plasmáticas e fáscias de fibrina. Daí ocorre um processo de epitelização, onde as células epidérmicas adentram no interior das fendas formadas pela agulha e formação de fibrina originada pela hemorragia da microlesão. A reação inflamatória e a epitelização formam os fibroblastos e capilares para a profundidade da lesão (GUIRRO E GUIRRO, 2004). O uso da corrente galvânica somatiza os efeitos da inflamação. Ela aumenta o edema promovido pela reação inflamatória aguda através da mobilização da água dos tecidos estimulados e da resposta vasomotora (LIMA E PRESSI, 2005). De acordo com NAKANO E YAMAMURA (2005), o uso da eletroacupuntura melhora a profundidade das estrias logo nas primeiras sessões. Outras respostas ocorrem com a utilização desse método como a melhora do aspecto geral na região tratada, a normalização da coloração das estrias e a melhora da microcirculação regional das estrias (BORGES et al., 2007). Nenhum agente antiinflamatório deverá interromper o edema e a hiperemia durante o período de absorção do processo inflamatório. É necessário esperar esse período, que dura entre 2 e 7 dias para que ocorra um novo estímulo, evitando assim a formação de um processo inflamatório crônico local (GUIRRO E GUIRRO, 2004). O uso de corrente elétrica é contra-indicado em alguns pacientes como os cardíacos, portadores de marcapasso, neoplasias, gestantes, epiléticos ou qualquer outra patologia que contra indique a aplicação de eletricidade (LIMA E PRESSI, 2005). A técnica utilizada também possui suas contra-indicações como é o caso de pacientes portadores de diabetes, hemofilia, vitiligo, síndrome de Cushing, tendência a quelóides e uso de algumas medicações (esteróides e corticosteróides) (VENTURA, 2003). 6. Outras Técnicas Técnica de pica-pau (sangria): indicada para estrias fininhas e irregulares. Esta técnica é realizada da seguinte forma: insere a agulha a 2cm e retirar, realizando um efeito semelhante a um pássaro. Técnica de costura: consiste em realizar um efeito semelhante ao de costurar, preenchendo os espaços livres das estrias largas, ou seja, o acupunturista deverá inserir uma agulha a 45° no inicio e outra no final da estria e realizar a técnica anterior. Técnica de transfixação: consiste em transfixar a agulha de acupuntura nas estrias retas. Em cada técnica o paciente deverá permanecer com as agulhas durante 25 minutos. 7. Conclusão A limitação do tratamento das estrias está no fato de que não existe ainda protocolos definidos em relação ao tipo de estímulo, a freqüência e intensidade ideal, o tempo de permanência desse estímulo e a seqüência do tratamento. Para que se tenha um bom resultado é necessário que exista uma interação dos métodos utilizados para esse fim para que a escolha do protocolo seja o ideal, levando-se em conta que a resposta ao tratamento está diretamente ligada com as características da pele estriada e as características do próprio paciente.
  • 12. 12 Pode-se também verificar poucos respaldos científicos que comprovem a eficiência da técnica e escassez de referências sobre o assunto. Mas mesmo sem tantos respaldos , é certo afirmar que o uso da eletroacupuntura traz evidentes melhoras ao aspecto da pele tratada. Logo, com esta revisão bibliográfica, podemos concluir que a eletroacupuntura possui importante atuação na restauração da pele estriada. Referencias AGNE, Jones E. Eletrotermoterapia: Teoria e prática. Santa Maria: Palotti, 2004. ARNOLD JUNIOR, Harry L; ODOM, Richard B; JAMES, Willian D. Doenças da pele de Andrews: Dermatologia Clínica. São Paulo: Manole, 1994. AZEVEDO, Karine Dantas; PITA, Bernardete; SCHÜTZ, Maria José Costa. Análise dos efeitos da corrente contínua filtrada constante no tratamento de estrias: relato de casos. BECHELLI, Luis Marino. Compêndio de dermatologia. São Paulo: Atheneu, 1988. BORGES.F.D; Dermato Funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo. Ed.Phorte, 2006. BONDI, Edward E.; JEGASOTHY, BRIAN V.; LAZARUS, Gerald S. Dermatologia: diagnóstico e tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. CUCÉ, Luiz C.; NETO, Cyro F. Manual de dermatologia. Rio de Janeiro: Atheneu, 1990. FORNAZIERI, Luiz Carlos.Tratado de Acupuntura Estética. 1 ed. São Paulo: Ícone, 2005. GAMONAL, Aloísio. Dermatologia elementar: compêndio de dermatologia. 2.ed. Juiz de Fora: A. Gamonal, 2002. GUIRRO, R; Guirro, E. Fisioterapia em Estética. São Paulo: Manole, 2002. GUIRRO, E; Guirro, R. Fisioterapia Dermato-funcional. São Paulo: Manole, 2004. GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. KARIME, GÉSSICA K G de M. Estudo comparativo por meio do método de varredura e galvanopuntura. Revista Fisio & Terapia. Ano X, n. 51, jul/ago 2006. KEDE, M. P. V; Sabatovich, O. Dermatologia Estética. São Paulo: Atheneu, 2004. KITCHEN, Sheila. Eletroterapia: prática baseada em evidências.11.ed. Barueri: Manole, 2003. MACHADO, Clauton M. Eletrotermoterapia prática. 3.ed. São Paulo: Pancast, [s/d]. NAKANO, Y. A. Maria; YAMAMURA, Ysao. Acupuntura em Dermatologia e Medicina Estética: a pele sob o ponto de vista energético, espiritual, funcional e orgânico. São Paulo: Livraria Médica Paulista, 2005. LEE PK, Anderson TW, Modell JH, et al. Treatment of chronic pain with acupuncture. JAMA 1975. LIMA, K.S.; PRESSI, L. O uso da microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas: analise comparativas do trauma mecânico e da microcorrente. Disponível em: http://www.ufp.br/feff/download/mono_lisiane.total.pdf. Acesso em 12 de junho de 2011. PRENTICE, William E. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. SAMPAIO, Sebastião; RIVITTI, Evandro. Dermatologia. 2.ed.São Paulo: Artes Médicas, 2001. TOSCHI, A. Estrias e cicatrizes atróficas. In: MAIO, M. Tratado de Medicina Estética. São Paulo: Roca, 2004.
  • 13. 13 VENTURA, DANIELLE B. da SILVA, O uso da corrente galvânica filtrada nas estrias atróficas. Fisiobrasil: atualização científica, n. 62, nov/dez 2003. WHITE, P. A. S., GOMES, R. C., MENDONÇA, A. C., BRAGANHOLO, L. P., FERREIRA, A. S. Efeitos da galvanopuntura no tratamento das estrias atróficas. Curso de especialização em fisioterapia dermatofuncional da Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP. Disponível em: www.afb.org.br. Acesso em: 03 set. 2011. YAMAMURA Y. Acupuntura Tradicional: a arte de inserir. São Paulo; 2004. ZUCCO, Fabíola. Acupuntura Estética Facial no Tratamento de Rugas. World Gate Brasil Ltda., 2004. Disponível em: http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades acupuntura_rugas.htm. Acesso em 10 maio. 2011.