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A MÚSICA, O PENSAMENTO HUMANO
    E O APARATO TECNOLÓGICO

 Lucina Reitenbach Viana - UTP
“Uma máquina é tão distintiva, brilhante e
     expressivamente humana como uma
      sonata para violino ou um teorema
                              euclidiano”
                               Gregory Vlastos
OBJETIVOS




Revisando as interferências dessa mediação para uma
proposta de separação em grupos a serem estudados
posteriormente
PONTO DE PARTIDA

        O homem como “fabricante de ferramentas”
“Não é uma definição ruim do homem descrevê-lo como um
animal fabricante de ferramentas. Seus primeiros aparatos para
dar suporte à vida não civilizada foram ferramentas da construção
mais simples e rude. Suas mais recentes realizações na
substituição de maquinaria, não apenas para a habilidade da mão
humana, mas para o alívio da inteligência humana, estão
fundamentados no uso de ferramentas de uma ordem ainda mais
elevada.” (BABBAGE, 1961)
TECNOLOGIA E MÚSICA

“o estudo da técnica ou da arte de fazer algo”
    Tekhné = oficio ou arte logia = estudo


                TECNOLOGIA




   PENSAMENTO                  PRODUÇÃO
     HUMANO                    ARTÍSTICA
SEGUNDA REVOLUÇÃO
Madeira            Vontade                                 Vontade
Verniz               do                 Violino              do                Música
cordas             homem                                   Homem



             Resultante da aplicação da técnica por conta da vontade do
               homem como algo maior que a soma de suas partes =
                    transcendência na arte = segunda revolução

          “quando madeira, vernizes e cordas são reunidos de maneira correta, o
          resultado é maravilhoso: um violino, um piano. Quando um dispositivo desses
          é manipulado de maneira correta, existe uma magia de outra espécie: música.

          A música vai além do velho som. Ela evoca uma resposta – cognitiva,
          emocional, talvez espiritual – no ouvinte, outra forma de transcendência.
          Todas as artes compartilham o mesmo objetivo: comunicação entre o artista
          e o público. (...) O significado grego de tekhné logia inclui arte como uma
          manifestação-chave da tecnologia.” (KURZWEIL, 2007, p. 37)
Música

              Aparato            Pensamento
            tecnológico            humano




         MÚSICA E TECNOLOGIA
 A relação entre música e pensamento está no vínculo de
ambos com o aparato tecnológico
 A cada giro de inovação, adição de novos elementos
MÚSICA E TECNOLOGIA
      “Hoje, praticamente toda música comercial –
      gravações, trilhas sonoras de cinema e televisão – é
      criada em estações de trabalho de musica de
      computador, que sintetizam e processam os sons,
      gravam e manipulam as seqüências de notas, geram
      notações e até mesmo produzem automaticamente
      padrões rítmicos, linhas de baixo e progressões e
      variações melódicas ” (KURZWEIL, 2007, p. 219)
                                                    Sintetizam
                   Gravações
 Música                            Estações de       Gravam
                    Trilhas         trabalho
Comercial                                           Manipulam
                  Cinema - TV
                                                      o som
EVENTO COMUNICACIONAL
A música nesse contexto passa de produção
artística a evento comunicacional:
 “novas espécies de imagens, de sons, de formas
 geradas por tecnologias interativas e seus dispositivos
 de acesso permitem um contato direto com a obra,
 modificando a maneira de fruir imagens e sons. As
 interfaces possibilitam a circulação das informações
 que podem ser trocadas, negociadas, fazendo com
 que a arte deixe de ser um produto de mera expressão
 do artista para constituir um evento comunicacional”
 (DOMINGUES, 1997, p. 20)
PRODUÇÃO MUSICAL

        Sem a necessidade do domínio da técnica de tocar instrumentos
        para a produção musical, o que se exige agora do compositor é um
        domínio da tecnologia e dos processos em que esta se envolve. O
        artista deixa de simplesmente fazer uso do aparato para produzir
        música, e passa agora interagir com ele numa espécie de sistema
        aberto e colaborativo


DOMÍNIO DA TÉCNICA              DOMÍNIO DA                 INTERAÇÃO,
                                TECNOLOGIA               SISTEMA ABERTO

    • Tocar instrumentos        • E processos em que       • Faz parte do sistema,
    • Virtuosismo                 esta se envolve            interagindo com ele
                                                             produção musical




                     RESULTADO = ARTISTA RECONFIGURADO
ARTISTA RECONFIGURADO


 ARTISTA          ATUALIZAÇÃO             ARTISTA
VIRTUOSO           DO ARTISTA           ENGENHEIRO


   Produtor digital
   Comunicador Social
   Que faz conhecer a nova relação entre o homem e e a
   tecnologia
   Trata a produção artística como sistema aberto
   passível de intervenção
   Lida com informação de todo o globo como matéria
   prima
LUGAR DO ARTISTA
Definido o lugar que ocupa o artista reconfigurado
Este permanece aberto
Esperando que o cidadão da era digital se aproprie
da tecnologia disponível e o tome como seu.
    “A tirania da posse e da autoria assume a concessão de poder a
    todos, deliberada pela Web. (...) Como fadas e mágicos ou artistas
    da alquimia digital poções misturadas recriam a vida. (...) A arte
    diz sim à alquimia digital e o artista se mistura a engenheiros,
    cientistas da computação, biólogos, antropólogos, arquitetos
    eliminando as velhas especialidades modernistas, para responder
    aos desafios da interface humano/computador.” (DOMINGUES, 2007)

   RESULTADO = RECONFIGURAÇÃO DO QUE SE ESCUTA
O QUE SE ESCUTA
Tecnologias Digitais
    Rompimento da unificação de gostos e costumes impostos pela industria
    fonográfica
    Novas formas de trabalho acerca da música
    Que geram outras formas de organização, armazenagem, distribuição e
    consumo,
    Diminuição do abismo existente entre artista e público

             COMUNICAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADOR
             INTERFERE NO ESPECTRO CONSIDERADO POP
“Nos próximos dez anos veremos uma enxurrada de tecnologia digitais. Tais tecnologias irão permitir a
quase qualquer um capturar e compartilhar conteúdo. Capturar e compartilhar conteúdo, claro, é o que
os seres humanos fazem desde que surgiram na terra. É como nós aprendemos e é o motivo para nos
comunicarmos.(...) Esse “capturar e compartilhar” digital é em parte uma extensão do capturar e
compartilhar que tem sido parte integral da nossa Cultura, mas também tem sua parte inovadora. (...) A
tecnologia de “capturar e compartilhar” digitalmente conteúdo nos dá a esperança de vermos um
mundo de ampla diversidade criativa que poderá ser compartilhada de maneira ampla e fácil. E se a
criatividade for aplicada à democracia, ela irá permitir a uma gama ampla de cidadãos usarem a
tecnologia para se expressarem e criticarem e contribuírem para a cultura que nos cerca.” (LESSIG, 2004,
p. 166)
NOVO MERCADO: A CAUDA LONGA
 •   fragmentação dos mercados em nichos cada vez menores
 •   Quando somados podem se tornar tão grandiosos quanto os sucessos.
 •   Ainda procuramos o grande sucesso, mas este não é mais tão
     proeminente quanto costumava ser.
A CAUDA LONGA
artistas de renome ou de desconhecidos passam a
fazer parte do mesmo conjunto, dividindo espaço
com todo o restante do universo considerado pop
na lista do que é ouvido e consumido.
é um fenômeno que abrange diversos segmentos,
servindo de apoio para o estudo em diversos
campos.
  PROCESSOS DE REMIXAGEM CULTURAL TOMAM A
                 SUPERFICIE
O QUE SE ESCUTA
A remixagem cultural aparece na musica nos
processos de remixes e mashups, trazendo seus
resultados para a superfície
Apropriação de conteúdo é transformada em novas
criações que superam a soma de suas partes através
do uso do aparato tecnológico disponível.
Legalmente essa apropriação é indevida e é
considerada pirataria
Mesmo       quando      resultando    num    objeto
completamente diferente do original ou beneficiando
indiretamente o objeto original.
CONSUMO DE MÚSICA
Assim como a matéria prima sonora, ações e
providências técnico-burocráticas se encontram à
disposição dos artistas, encurtando o caminho entre
artista e público.
A utilização dessas ferramentas faz com que o artista
se aproprie do processo completo de sua arte
  “Você não precisa de uma distribuidora, porque sua
  distribuidora é a Internet. Você não precisa de uma
  gravadora, porque ela está em seu quarto, e você não
  precisa de um estúdio de gravação, porque esse é seu
  computador. Você faz tudo isso sozinho.” (FRERE-JONES, 2005)
PROPOSTA DE CONTINUIDADE

               separação dessa mediação em três grupos

 Garimpo da                  Processo de               Distribuição e
matéria prima                 produção                   Consumo
                               musical
• Digitalização do som      • Estações de trabalho     • Caminho entre artista e
• Disponibilidade dos       • Processos de               publico direto, sem
  dados na rede               Remixagem através de       interferência do
• Qualquer conectado          softwares de notação       mercado fonográfico
  tem acesso à grande         direta                   • Consumidor liberto em
  quantidade de matéria     • Sintetizadores sonoros     meio às possibilidades
  prima                     • Transforma todo            reconfiguradas
• Favorecido pelos            cidadão digital em       • Reorganização
  sistemas de indexação e     possível produtor          mercadológica
  busca                       musical.
                            • Novas formas de
                              colaboração entre
                              homem e máquina
BIBLIOGRAFIA
ANDERSON, C. A Cauda Longa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006
BABBAGE, C. Charles Babbage and his calculating engines. . NewYork: Dover Publications,
1961
DOMINGUES, D. A arte do século XXI: a humanização das tecnologias. São Paulo: UNESP,
1997
DOMINGUES, D. Mashup art e crawler art: o sublime tecnológico do lixo remixado. 2007.
Acesso em agosto de 2007, disponível em NTAV lab: http://artecno.ucs.br
FRERE-JONES, S. 1+1+1=1: The New Math of Mashups. Janeiro de 2005. Acesso em julho de
2007, disponível em The New Yorker:
http://www.newyorker.com/archive/2005/01/10/050110crmu_music
KURZWEIL, R. A era das maquinas espirituais. São Paulo: Aleph, 2007
LESSIG, L. Free culture. How big media uses technology and the law to lock down culture and
control creativity. Penguim Press, 2004
PINHAS, R. De Nietzsche ao Techno. 28 de Outubro de 2002. Acesso em Junho de 2007,
disponível em RIZOMA: http://www.rizoma.net/interna.php?id=153&secao=esquizofonia
TAPSCOTT, D., & WILLIAMS, A. Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o
seu negócio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007
VIANA, L. A música no cerne dos processos comunicacionais.2007 Anais do II Simpósio
Nacional de Tecnologia e Sociedade . Curitiba, PR: UTFPR.

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  • 1. A MÚSICA, O PENSAMENTO HUMANO E O APARATO TECNOLÓGICO Lucina Reitenbach Viana - UTP
  • 2. “Uma máquina é tão distintiva, brilhante e expressivamente humana como uma sonata para violino ou um teorema euclidiano” Gregory Vlastos
  • 3. OBJETIVOS Revisando as interferências dessa mediação para uma proposta de separação em grupos a serem estudados posteriormente
  • 4. PONTO DE PARTIDA O homem como “fabricante de ferramentas” “Não é uma definição ruim do homem descrevê-lo como um animal fabricante de ferramentas. Seus primeiros aparatos para dar suporte à vida não civilizada foram ferramentas da construção mais simples e rude. Suas mais recentes realizações na substituição de maquinaria, não apenas para a habilidade da mão humana, mas para o alívio da inteligência humana, estão fundamentados no uso de ferramentas de uma ordem ainda mais elevada.” (BABBAGE, 1961)
  • 5. TECNOLOGIA E MÚSICA “o estudo da técnica ou da arte de fazer algo” Tekhné = oficio ou arte logia = estudo TECNOLOGIA PENSAMENTO PRODUÇÃO HUMANO ARTÍSTICA
  • 6. SEGUNDA REVOLUÇÃO Madeira Vontade Vontade Verniz do Violino do Música cordas homem Homem Resultante da aplicação da técnica por conta da vontade do homem como algo maior que a soma de suas partes = transcendência na arte = segunda revolução “quando madeira, vernizes e cordas são reunidos de maneira correta, o resultado é maravilhoso: um violino, um piano. Quando um dispositivo desses é manipulado de maneira correta, existe uma magia de outra espécie: música. A música vai além do velho som. Ela evoca uma resposta – cognitiva, emocional, talvez espiritual – no ouvinte, outra forma de transcendência. Todas as artes compartilham o mesmo objetivo: comunicação entre o artista e o público. (...) O significado grego de tekhné logia inclui arte como uma manifestação-chave da tecnologia.” (KURZWEIL, 2007, p. 37)
  • 7. Música Aparato Pensamento tecnológico humano MÚSICA E TECNOLOGIA A relação entre música e pensamento está no vínculo de ambos com o aparato tecnológico A cada giro de inovação, adição de novos elementos
  • 8. MÚSICA E TECNOLOGIA “Hoje, praticamente toda música comercial – gravações, trilhas sonoras de cinema e televisão – é criada em estações de trabalho de musica de computador, que sintetizam e processam os sons, gravam e manipulam as seqüências de notas, geram notações e até mesmo produzem automaticamente padrões rítmicos, linhas de baixo e progressões e variações melódicas ” (KURZWEIL, 2007, p. 219) Sintetizam Gravações Música Estações de Gravam Trilhas trabalho Comercial Manipulam Cinema - TV o som
  • 9. EVENTO COMUNICACIONAL A música nesse contexto passa de produção artística a evento comunicacional: “novas espécies de imagens, de sons, de formas geradas por tecnologias interativas e seus dispositivos de acesso permitem um contato direto com a obra, modificando a maneira de fruir imagens e sons. As interfaces possibilitam a circulação das informações que podem ser trocadas, negociadas, fazendo com que a arte deixe de ser um produto de mera expressão do artista para constituir um evento comunicacional” (DOMINGUES, 1997, p. 20)
  • 10. PRODUÇÃO MUSICAL Sem a necessidade do domínio da técnica de tocar instrumentos para a produção musical, o que se exige agora do compositor é um domínio da tecnologia e dos processos em que esta se envolve. O artista deixa de simplesmente fazer uso do aparato para produzir música, e passa agora interagir com ele numa espécie de sistema aberto e colaborativo DOMÍNIO DA TÉCNICA DOMÍNIO DA INTERAÇÃO, TECNOLOGIA SISTEMA ABERTO • Tocar instrumentos • E processos em que • Faz parte do sistema, • Virtuosismo esta se envolve interagindo com ele produção musical RESULTADO = ARTISTA RECONFIGURADO
  • 11. ARTISTA RECONFIGURADO ARTISTA ATUALIZAÇÃO ARTISTA VIRTUOSO DO ARTISTA ENGENHEIRO Produtor digital Comunicador Social Que faz conhecer a nova relação entre o homem e e a tecnologia Trata a produção artística como sistema aberto passível de intervenção Lida com informação de todo o globo como matéria prima
  • 12. LUGAR DO ARTISTA Definido o lugar que ocupa o artista reconfigurado Este permanece aberto Esperando que o cidadão da era digital se aproprie da tecnologia disponível e o tome como seu. “A tirania da posse e da autoria assume a concessão de poder a todos, deliberada pela Web. (...) Como fadas e mágicos ou artistas da alquimia digital poções misturadas recriam a vida. (...) A arte diz sim à alquimia digital e o artista se mistura a engenheiros, cientistas da computação, biólogos, antropólogos, arquitetos eliminando as velhas especialidades modernistas, para responder aos desafios da interface humano/computador.” (DOMINGUES, 2007) RESULTADO = RECONFIGURAÇÃO DO QUE SE ESCUTA
  • 13. O QUE SE ESCUTA Tecnologias Digitais Rompimento da unificação de gostos e costumes impostos pela industria fonográfica Novas formas de trabalho acerca da música Que geram outras formas de organização, armazenagem, distribuição e consumo, Diminuição do abismo existente entre artista e público COMUNICAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADOR INTERFERE NO ESPECTRO CONSIDERADO POP “Nos próximos dez anos veremos uma enxurrada de tecnologia digitais. Tais tecnologias irão permitir a quase qualquer um capturar e compartilhar conteúdo. Capturar e compartilhar conteúdo, claro, é o que os seres humanos fazem desde que surgiram na terra. É como nós aprendemos e é o motivo para nos comunicarmos.(...) Esse “capturar e compartilhar” digital é em parte uma extensão do capturar e compartilhar que tem sido parte integral da nossa Cultura, mas também tem sua parte inovadora. (...) A tecnologia de “capturar e compartilhar” digitalmente conteúdo nos dá a esperança de vermos um mundo de ampla diversidade criativa que poderá ser compartilhada de maneira ampla e fácil. E se a criatividade for aplicada à democracia, ela irá permitir a uma gama ampla de cidadãos usarem a tecnologia para se expressarem e criticarem e contribuírem para a cultura que nos cerca.” (LESSIG, 2004, p. 166)
  • 14. NOVO MERCADO: A CAUDA LONGA • fragmentação dos mercados em nichos cada vez menores • Quando somados podem se tornar tão grandiosos quanto os sucessos. • Ainda procuramos o grande sucesso, mas este não é mais tão proeminente quanto costumava ser.
  • 15. A CAUDA LONGA artistas de renome ou de desconhecidos passam a fazer parte do mesmo conjunto, dividindo espaço com todo o restante do universo considerado pop na lista do que é ouvido e consumido. é um fenômeno que abrange diversos segmentos, servindo de apoio para o estudo em diversos campos. PROCESSOS DE REMIXAGEM CULTURAL TOMAM A SUPERFICIE
  • 16. O QUE SE ESCUTA A remixagem cultural aparece na musica nos processos de remixes e mashups, trazendo seus resultados para a superfície Apropriação de conteúdo é transformada em novas criações que superam a soma de suas partes através do uso do aparato tecnológico disponível. Legalmente essa apropriação é indevida e é considerada pirataria Mesmo quando resultando num objeto completamente diferente do original ou beneficiando indiretamente o objeto original.
  • 17. CONSUMO DE MÚSICA Assim como a matéria prima sonora, ações e providências técnico-burocráticas se encontram à disposição dos artistas, encurtando o caminho entre artista e público. A utilização dessas ferramentas faz com que o artista se aproprie do processo completo de sua arte “Você não precisa de uma distribuidora, porque sua distribuidora é a Internet. Você não precisa de uma gravadora, porque ela está em seu quarto, e você não precisa de um estúdio de gravação, porque esse é seu computador. Você faz tudo isso sozinho.” (FRERE-JONES, 2005)
  • 18. PROPOSTA DE CONTINUIDADE separação dessa mediação em três grupos Garimpo da Processo de Distribuição e matéria prima produção Consumo musical • Digitalização do som • Estações de trabalho • Caminho entre artista e • Disponibilidade dos • Processos de publico direto, sem dados na rede Remixagem através de interferência do • Qualquer conectado softwares de notação mercado fonográfico tem acesso à grande direta • Consumidor liberto em quantidade de matéria • Sintetizadores sonoros meio às possibilidades prima • Transforma todo reconfiguradas • Favorecido pelos cidadão digital em • Reorganização sistemas de indexação e possível produtor mercadológica busca musical. • Novas formas de colaboração entre homem e máquina
  • 19. BIBLIOGRAFIA ANDERSON, C. A Cauda Longa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006 BABBAGE, C. Charles Babbage and his calculating engines. . NewYork: Dover Publications, 1961 DOMINGUES, D. A arte do século XXI: a humanização das tecnologias. São Paulo: UNESP, 1997 DOMINGUES, D. Mashup art e crawler art: o sublime tecnológico do lixo remixado. 2007. Acesso em agosto de 2007, disponível em NTAV lab: http://artecno.ucs.br FRERE-JONES, S. 1+1+1=1: The New Math of Mashups. Janeiro de 2005. Acesso em julho de 2007, disponível em The New Yorker: http://www.newyorker.com/archive/2005/01/10/050110crmu_music KURZWEIL, R. A era das maquinas espirituais. São Paulo: Aleph, 2007 LESSIG, L. Free culture. How big media uses technology and the law to lock down culture and control creativity. Penguim Press, 2004 PINHAS, R. De Nietzsche ao Techno. 28 de Outubro de 2002. Acesso em Junho de 2007, disponível em RIZOMA: http://www.rizoma.net/interna.php?id=153&secao=esquizofonia TAPSCOTT, D., & WILLIAMS, A. Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007 VIANA, L. A música no cerne dos processos comunicacionais.2007 Anais do II Simpósio Nacional de Tecnologia e Sociedade . Curitiba, PR: UTFPR.