2. Amazônia
O Bioma Amazônia é um conjunto de ecossistemas interligados pela Floresta
Amazônica e pela Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas, a mais densa de todo o planeta.
Caracteriza-se pela sua elevada extensão, ocupando quase a metade do território do
Brasil, além das áreas territoriais da Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Peru,
Colômbia, Venezuela e Equador.
A quantidade de espécies animais e vegetais é muito elevada, com mais de 2 500 tipos
de árvores e 30 mil tipos diferentes de plantas e vegetais. A sua fauna também é
bastante ampla e diversificada, possui cerca de 20% de toda a quantidade de espécies
catalogadas em todo o mundo. Há uma grande quantidade de insetos, anfíbios, répteis,
mamíferos, peixes e árvores, apresentando uma complexa cadeia alimentar, composta
por mais de 30 milhões de espécies.
O solo da Floresta Amazônica não é propício para a agricultura. Em 1970, por exemplo,
o governo brasileiro iniciou um projeto que compreendia em oferecer incentivos fiscais
para pecuaristas ocuparem a região sul do Pará na Floresta Amazônia. No entanto, com
o solo muito pobre em nutrientes, nem o capim a ser utilizado como pasto crescia
direito, transformando a ação pública em uma verdadeira trabalhada do Regime Militar.
Uma das principais marcas do bioma Amazônia é o fato de ele apresentar a maior
biodiversidade do mundo, em números absolutos. Se considerarmos, no entanto, a
proporção entre o número de espécies por metro quadrado, aí esse título vai para a
Mata Atlântica.
3. Caatinga
A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata branca”, é
o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui extensão
territorial de 734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do território
nacional. Ela está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas
Gerais.
As temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25°C e 29°C. O
clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por vários tipos
diferentes de rochas.
A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da caatinga, que
atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de
conservação, que não permitem a exploração de recursos naturais.
As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo de maneira direta na vida de
uma população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes.
As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de recuperação do bioma é
muito rápido, surgem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de
folhas.
4.
A região enfrenta também graves problemas sociais, entre eles os baixos níveis de
renda e de escolaridade, a falta de saneamento ambiental e os altos índices de
mortalidade infantil.
Desde o período imperial, tenta-se promover o desenvolvimento econômico na
caatinga, porém, a dificuldade é imensa em razão da aridez da terra e da instabilidade
das precipitações pluviométricas. A principal atividade econômica desenvolvida na
caatinga é a agropecuária. A agricultura destaca-se na região através da irrigação
artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. Alguns projetos de irrigação
para a agricultura comercial são desenvolvidos no médio vale do São Francisco, o
principal rio da região, juntamente ao Parnaíba.
Vegetação – As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima seco e à
pouca quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem raízes
superficiais para captar o máximo de água da chuva. E há as que contam com recursos
pra diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. A vegetação é formada por
três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros de altura; o arbustivo, com
vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre as espécies mais
comuns estão a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas dessas plantas podem
produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas.
Fauna – A fauna da caatinga é bem diversificada, composta por répteis (principalmente
lagartos e cobras), roedores, insetos, aracnídeos, cachorro-do-mato, arara-azul
(ameaçada de extinção), sapo-cururu, asa-branca, cutia, gambá, preá, veadocatingueiro, tatupeba, sagui-do-nordeste, entre outros animais.
5. Pantanal
Um dos ecossistemas mais ricos do Brasil, o Pantanal, estende-se pelos territórios
do Mato-Grosso (região sul), Mato-Grosso do Sul (noroeste), Paraguai (norte)
e Bolívia (leste). Ao todo são aproximadamente 228 mil quilômetros quadrados.
Em função de sua importância e diversidade ecológica, o Pantanal é considerado
pela UNESCO como um Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
O Pantanal é formado por uma planície e está situado na Bacia Hidrográfica do
Alto Paraguai. Recebe uma grande influência do Rio Paraguai e seus afluentes, que
alagam a região formando extensas áreas alagadiças (pântanos) e favorecendo a
existência de uma rica biodiversidade. A época de chuvas e cheias dos rios ocorre
durante os meses de novembro a abril. O clima do Pantanal é úmido (alto índice
pluviométrico), quente no verão e seco e frio na época do inverno.
O ecossistema do Pantanal é muito diversificado, abrigando uma grande
quantidade de animais, que vivem em perfeito equilíbrio ecológico. Podemos
encontrar, principalmente, as seguintes espécies: jacarés, capivaras, peixes
(dourado, pintado, curimbatá, pacu), ariranhas, onça-pintada, macaco-prego,
veado-campeiro, lobo-guará, cervo-do-pantanal, tatu, bicho-preguiça, tamanduá,
lagartos, cágados, jabutis, cobras (jibóia e sucuri) e pássaros (tucanos, jaburus,
garças, papagaios, araras, emas, gaviões). Além destes citados, que são os mais
conhecidos, vivem no Pantanal muitas outras espécies de animais.
6.
Assim como ocorre com a vida animal, o Pantanal possui uma extensa
variedade de árvores, plantas, ervas e outros tipos de vegetação.
Nesta região, podemos encontrar espécies da Amazônia, do Cerrado e do
Chaco Boliviano. Nas planícies (região que alaga na época das cheias)
encontramos uma vegetação de gramíneas.
Nas regiões intermediárias, desenvolvem-se pequenos arbustos e vegetação
rasteira. Já nas regiões mais altas, podemos encontrar árvores de grande
porte. As principais árvores do Pantanal são: aroeira, ipê, figueira, palmeira e
angico.
Uma das principais atividades econômicas do Pantanal é a pecuária. Nas
regiões de planícies, cobertas por formação vegetal de gramíneas
(alimentação para o gado), estão estabelecidas diversas fazendas de gado. Há
também a atividade da pesca, uma vez que é grande a quantidade de rios e
de peixes na região pantaneira.
O turismo também tem se desenvolvido muito na região. Atraídos pelas
belezas do Pantanal, turistas brasileiros e estrangeiros tem comparecido cada
vez mais, gerando renda e empregos no Pantanal. A região é muito bem
servida em hotéis, pousadas e outros serviços turísticos.
7. Cerrado
Podemos encontrar a vegetação de cerrado, principalmente, na região centrooeste do Brasil, ou seja, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás e Tocantins. Está presente também nas seguintes regiões: oeste de
Minas Gerais e sul do Maranhão e Piauí.
Infelizmente, em função do avanço da agricultura nesta
região, principalmente de soja, o cerrado vem diminuindo de tamanho com o
passar dos anos. O crescimento da pecuária de corte também tem colaborado
para a diminuição deste tipo de vegetação. Ambientalistas afirmam que, nos
últimos 50 anos, a vegetação do cerrado diminuiu para a metade do tamanho
original.
8.
Características do Cerrado:
- presença marcante de árvores de galhos tortuosos e de pequeno porte;
- as raízes destes arbustos são profundas (propriedade para a busca de água
em regiões profundas do solo, em épocas de seca);
- as cascas destas árvores são duras e grossas;
- as folhas são cobertas de pelos;
- presença de gramíneas e ciperáceas no estrado das árvores.
O cerrado é uma vegetação típica de locais com as estações climáticas bem
definidas (uma época bem chuvosa e outra seca) e regiões de solo de
composição arenosa.
As principais espécies de animais encontradas no Cerrado são:
anta, cervo, onça-pintada, cachorro-vinagre, lobo-guará, lontra, tamanduábandeira, gambá, ariranha, gato-palheiro, veado-mateiro, cachorro-domato, macaco-prego, quati, queixada, porco-espinho, capivara, tapiti e preá.
9. Mata Atlântica
A Mata Atlântica é uma formação vegetal que está presente em grande parte
da região litorânea brasileira. Ocupa, atualmente, uma extensão de
aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. É uma das mais
importantes florestas tropicais do mundo, apresentando uma rica
biodiversidade.
A Mata Atlântica encontra-se, infelizmente, em processo de extinção. Isto
ocorre desde a chegada dos portugueses ao Brasil (1500), quando iniciou-se a
extração do pau-brasil, importante árvore da Mata Atlântica. Atualmente, a
especulação imobiliária, o corte ilegal de árvores e a poluição ambiental são
os principais fatores responsáveis pela extinção desta mata.
As principais características da Mata Atlântica são:
- presença de árvores de médio e grande porte, formando uma floresta
fechada e densa;
- rica biodiversidade, com presença de diversas espécies animais e vegetais;
- as árvores de grande porte formam um microclima na mata, gerando sombra
e umidade
- fauna rica com presença de diversas espécies de
mamíferos, anfíbios, aves, insetos, peixes e répteis.
- na região da Serra do Mar, forma-se na Mata Atlântica uma constante
neblina.
10.
Flora - Exemplos de vegetação da Mata Atlântica
- Palmeiras
- Bromélias, begônias, orquídeas, cipós e briófitas
- Pau-brasil, jacarandá, peroba, jequitibá-rosa, cedro
- Tapiriria
- Andira
- Ananas
- Figueiras
Fauna - Exemplos de espécies animais da Mata Atlântica:
- Mico-leão-dourado (risco de extinção)
- Bugio (risco de extinção)
- Tamanduá bandeira (risco de extinção)
- Tatu-canastra (risco de extinção)
- Arara-azul-pequena (risco de extinção)
- Muriqui
- Anta
- Onça Pintada (risco de extinção)
- Jaguatirica
- Capivara
11. Campos Sulinos (Pampas)
Os Campos, também chamados de Pampas (termo de origem indígena que
significa “região plana”) ou Campos Sulinos, são formações abertas compostas
basicamente por gramíneas com alguns arbustos como Matas Ciliares (nos
leitos dos rios).
Típicos de regiões de clima subtropical e com chuvas regulares, é
a vegetação típica do Sul do Brasil e de regiões da Argentina e Uruguai.
A nomenclatura de “Pampas” geralmente se atribui aos campos da região sul
do Rio Grande do Sul e partes da Argentina e Uruguai onde o relevo é
bastante plano. Nas outras regiões são comuns os chamados “campos do alto
da serra” em áreas de transição com a Mata de Araucária, ou, ainda, campos
semelhantes às savanas em locais mais secos.
As gramíneas mais encontradas nos campos da região sul do Brasil são a Stipa,
Piptochaetium, Aristida, Briza e Mélica, além de algumas espécies de cactos,
leguminosas e bromeliáceas.
O bioma dos pampas apresenta algumas espécies endêmicas de mamíferos (11
espécies endêmicas), aves (22) e pelo menos uma de peixe, o Cará
(Gymnogeophagus sp.).
12.
O solo, na maior parte dos campos, apresenta baixa concentração de
nutrientes e são muito suscetíveis a erosão, o que torna ainda mais rápido
o processo de degradação dos campos.
Os Pampas são o único bioma do país a ocupar o território de apenas um
estado, o Rio Grande do Sul, tomando cerca de 63% do território gaúcho.
Desde o período de sua colonização, os pampas gaúchos vêm sendo utilizados
como pastagens naturais e só em 2004 é que os Pampas tiveram sua
importância reconhecida e foram alçados ao nível de “Bioma”.
O problema é que a maioria das atividades de pastagem não levam em conta
a fragilidade do equilíbrio dos campos sulinos, além de terem forçado a
evolução seletiva de espécies que melhor se adaptaram à atividade de
pastoreio (pisoteamento).
Entretanto, outros problemas vêm se somar aos impactos do sobre pastoreio
(pastoreio excessivo, sem controle adequado), o plantio de espécies exóticas.
Empresas de celulose vêm aumentando cada vez mais a exploração das áreas
agriculturáveis dos campos sulinos.