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positivo    WWW.PAISPOSITIVO.ORG //// Dezembro ‘10 / EDIÇÃO Nº 40
ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’




                                                                                                                               “SOU RESPONSÁVEL PELA EDIFICAÇÃO DE ALGUNS
                                                                                                                               DOS PROJECTOS MAIS DIGNOS E MARCANTES DO
                                                                                                                               SECTOR DE PROMOÇÃO IMOBILIÁRIA NACIONAL”,
                                                                                                                                      Entrevista com Aprígio dos Santos,
                                                                                                                                                     Presidente do Conselho de
                                                                                                                                                     Administração do Grupo Imoholding




                                                             DE GUIMARÃES PARA O MUNDO                                         SEMINÁRIO LUSO ESPANHOL DE ECONOMIA SOCIAL EM DESTAQUE
INOVAÇÃO DE MOBILIÁRIO | PAÍS PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA E COMPETITIVIDADE | POSITIVO        12




      CONFORTO E SEGURANÇA
      NO DESÍGNIO DA INOVAÇÃO


      A personalização de sistemas assente num conjunto de soluções inova-
      doras que garantem durabilidade, resistência e fiabilidade, faz parte do
      código genético da Legrand, especialista mundial em infra-estruturas
      eléctricas e tecnologias de informação para edifícios.




Q
         uem entra na Casa Domótica ou                                           uma sensação de conforto e segurança ím-
         no mais recente ‘showroom’ da                                           pares, potenciada, para além da insígnia
         Legrand, em Carcavelos, tem a                                           homónima, pelas marcas Bticino, Cablo-
sensação de estar à frente no seu tempo.                                         fil, Sarlam e Tegui, aqui apresentadas por
A incorporação constante de novas fun-                                           Fernando Mendes.
ções tecnológicas, nas infra-estruturas
habitacionais e de serviços, é apenas                                            BTICINO
uma das faces visíveis do caminho que
a Legrand propõe para a melhoria da                                              “É uma óptima marca com aparelha-
qualidade de vida das pessoas. “O que                                            gem domótica topo de gama. Temos
nós queremos é mostrar que as nos-                                               uma boa quota de mercado com esses
sas soluções são acessíveis, que po-                                             produtos e mantivemos estrategica-
dem ser facilmente programáveis e                                                mente a sua posição”.
reprogramáveis pelos utilizadores,
não sendo necessário recorrer-se a                                               CABLOFIL
técnicos da Legrand para fazer essa
programação”, refere Fernando Men-                                               “Uma marca importantíssima em ter-
des, Administrador-delegado da multi-                                            mos de calha aramada não só a nível
nacional francesa em Portugal.                                                   europeu, como a nível mundial. Deci-
                                                                                 dimos manter essa marca, porque tem
AS MARCAS DO GRUPO                                                               uma quota de mercado importante e
                                                                                 nos dá acesso a mercados muitíssimo
Dos interruptores às tomadas eléctricas,                                         interessantes. É um ‘produto âncora’
passando pelos complementos de gama e                                            para vários sistemas, como as instala-
pelo material eléctrico de infra-estruturas,                                     ções eléctricas de base e as redes de
a Legrand propõe a experimentação de                                             informação”.
refere   o    Administrador-Delegado,      DA FÁBRICA AO CLIENTE                      nefício para eles, a fim de se liberta-
NO PRÓXIMO ANO DESE- acrescentando: “Temos óptimas novi-                                                                      rem um pouco da «pressão» sobre o
JAMOS GANHAR QUOTA dades na área de quadros eléctricos                             A consultoria e formação profissional      menor nível de preço que muitas en-

DE MERCADO EM VÁRIAS e disjuntores, em que temos vindo a                           a instaladores e a electricistas, alguns   tidades, de uma forma que eu com-
                         aumentar a quota de mercado. Te-                          dos melhores conselheiros da Legrand,      preendo, tentam utilizar quando os
ÁREAS E CHEGAR MAIS PER- nho imenso orgulho na forma como                          pela reiterada confiança que advém da      mercados estão em crise”, afirma Fer-
TO DO CONSUMIDOR, PARA a empresa tem vindo a trabalhar                             fidelização de longa data, fazem parte     nando Mendes. Congratulando-se pelo
QUE ELE VENHA VER O QUE essa área, assim como a vertente                           de uma estratégia que tem vindo a ser      facto de a Legrand ter em Portugal uma
                         das calhas plásticas para distribui-                      seguida, continuadamente, no seio da       lista de referências bastante interessan-
FAZEMOS E COMO FAZEMOS ção de energia. A nossa posição nas                         multinacional francesa. “Os profissio-     te e consolidada em todos os mercados,
AS ÓPTIMAS SOLUÇÕES QUE grandes superfícies alimentares e                          nais são muito bem-vindos nas suas         o Administrador-delegado está seguro
TEMOS PARA LHE APRESEN- nas grandes superfícies de bricolage                       visitas. Temos acções de formação          de que “felizmente há no país muitas
TAR. TEMOS AS PORTAS AB- é também uma participação que, na                         dedicadas, onde damos a conhecer           pessoas que estão disponíveis para
                         sua maioria, me envaidece imenso”.                        as novas tecnologias e a nossa forma       pagar mais pelo equipamento que
ERTAS. TODAS AS PESSOAS A Legrand tem participado muito em                         de trabalhar, no sentido de comer-         utilizam, desde que consigam usu-
PODEM     TELEFONAR-NOS projectos associados às Infra-estru-                       cializarmos produtos de maior valor        fruir de um maior conforto e de uma
E VISITAR-NOS, PORQUE turas de Telecomunicações em Edi-                            acrescentado. É um benefício para a        maior segurança. Consideramos que

ESTAMOS MUITO INTERES- fícios (ITED), no caso das cablagens                        nossa marca, mas também é um be-           um edifício equipado com material
                         estruturadas, onde somos um parceiro                                                                 da Legrand e com estas funções de
SADOS EM MOSTRAR AS muitíssimo interessante para qualquer                                                                     domótica, vê o seu valor aumenta-
NOSSAS INOVAÇÕES E AS empresa que queira trabalhar em redes                                                                   do”.
VANTAGENS TÉCNICAS DA de informação.
                                                                                                                              UMA VISÃO DE FUTURO
UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS
                         O CONTROLO NA
DA MARCA E DO GRUPO PONTA DOS DEDOS                                                                                           “No próximo ano desejamos ganhar
LEGRAND                                                                                                                       quota de mercado em várias áreas
                                        A Legrand, através das suas inovadoras                                                e chegar mais perto do consumidor,
                                        soluções de domótica, oferece aos seus                                                para que ele venha ver o que faze-
                                        clientes a possibilidade de controlar o                                               mos e como fazemos as óptimas so-
                                        funcionamento de uma casa através de                                                  luções que temos para lhe apresen-
                                        computadores ou de telemóveis, usan-                                                  tar. Temos as portas abertas. Todas
SARLAM                                  do uma aplicação dedicada que tem                                                     as pessoas podem telefonar-nos e
                                        merecido as melhores referências. Des-                                                visitar-nos, porque estamos muito
“As soluções na área da iluminação      ta forma, em tempo real, as pessoas têm                                               interessados em mostrar as nossas
contêm produtos que respeitam o         a possibilidade de perceber quais é que                                               inovações e as vantagens técnicas da
ambiente e o controlo de energia, as-   são as luzes que estão acesas na sua                                                  utilização de produtos da marca e do
sim como sistemas inovadores que        casa e ligar e desligar sistemas e apa-                                               Grupo Legrand”, anuncia Fernando
seguem de muito perto as tendên-        relhos eléctricos. Esta monitorização                                                 Mendes, confiante que “apesar da
cias e evoluções do mercado. A mar-     aporta uma efectiva eficiência energéti-           GAMA CÉLIANE                       crise que se vive na construção, de-
ca Sarlam tem uma gama de produ-        ca, a que se junta a informação actuali-                                              vemos todos trabalhar de uma for-
tos que nós pretendemos continuar       zada sobre qualquer acidente ocorrido                                                 ma optimista e alegre”.
a desenvolver em Portugal”.             ao nível de incêndios ou inundações.
                                        “A Legrand sempre foi partidária de
                                        com equipamentos extremamente
TEGUI                                   fiáveis e de baixo custo dar a hipó-
                                        tese aos utilizadores de regularem
“Na área de videoporteiros, a Tegui     o nível de iluminação que têm na
                                                                                                                              NA ÁREA DE VIDEO-
ocupa um lugar de referência na         sua casa e de não terem, por uma
oferta de sistemas inovadores, apos-    questão de comodidade, sempre as                                                      PORTEIROS, A TEGUI OCUPA
tando na contínua diversificação de     luzes a consumirem o máximo. Com                                                      UM LUGAR DE REFERÊNCIA
funções. Todas estas marcas têm         uma programação extremamente                                                          NA OFERTA DE SISTEMAS
produtos de referência que estamos      simples, o Grupo Legrand consegue
muito interessados em dar a conhe-      que numa casa as estruturas ligadas
                                                                                                                              INOVADORES, APOSTANDO
cer ao consumidor. Quando as pesso-     - luzes e equipamentos - sejam abso-                                                  NA CONTÍNUA DIVERSIFICA-
as vão adquirir materiais eléctricos    lutamente as necessárias, tendo em                                                    ÇÃO DE FUNÇÕES
para as suas casas ou para a área do    consideração os cenários escolhidos
terciário, queremos que escolham        pelos utilizadores”, refere Fernando
sempre produtos do Grupo Legrand”,      Mendes.
SARAIVA & ASSOCIADOS


   “NÃO TENHO PRESSA DE FAZER O ÚNICO,
   SE TENHO PRESSA DE FAZER BEM”



                                                                                                                                       Vista aérea do projecto de implantação do resort Royal Óbidos


   Miguel Saraiva, arquitecto que nem sempre quis seguir a profissão, que foi inscrito na faculdade pela mãe e que viveu desamores pelo ‘es-
   tado da Arte’ que quase o fizeram desistir, é o visionário de um dos mais vanguardistas ‘ateliers’ de Arquitectura do nosso país, fundado em
   1996 e galardoado com o Prémio PME Excelência em 2009.




                                                                                           lançaram as bases para a internaciona-          tação, serviços/escritórios e hospitais
«Em certos momentos, os homens são donos                                                   lização. “Só em finais de 2006 e início         públicos”, revela Miguel Saraiva.
dos seus próprios destinos»                                                                de 2007 é que começamos a conse-                Consciente de que “um ‘atelier’ destes só
                                                                                           guir ter alguma penetração, através             se monta com pessoas diferentes – pes-
                                                           William Shakespeare             do nosso trabalho, nos mercados ex-             soas que se complementam, na dedi-
                                                                                           ternos. Temos vindo a projectar para            cação, na qualidade e no empenho que



U
          m dia, no final do secundário, Mi-   Nos 14 anos que entretanto passaram,        países menos desenvolvidos do que o             põem no trabalho, há também por isso
          guel Saraiva rumou a Macau para      “temos vindo a aportar conhecimen-          nosso, onde a nossa dedicação tem de            uma grande entrega na escolha das pes-
          passar férias durante um mês.        tos de especialistas de todas as áreas      ser maior, porque os níveis culturais,          soas que integram a equipa e que comi-
Na verdade, confessa que teria lá passado      essenciais ao negócio, de forma a capi-     de exigência conceptual e técnicos              go desenham a vida”. O arquitecto de 41
o resto dos dias, mas a mãe inscreveu-o        talizar o nosso produto que é, exclusi-     são muito mais baixos. Há um esforço            anos surpreende-se a cada dia que pas-
em Portugal no curso de Arquitectura e a       vamente, a Arquitectura”, revela Miguel     brutal da nossa parte em manter os              sa porque, como diz, “a Arquitectura é
sua vida mudou. Quando acabou os estu-         Saraiva. Dando voz a uma paixão arreba-     índices de qualidade a que estamos              uma profissão de ‘velhos’, uma carac-
dos, desencantado com a falta de respeito      tadora, o arquitecto confessa que se en-    habituados. Temos uma afectação                 terística das profissões liberais. Estou
reinante entre colegas dos gabinetes de        volveu de tal forma com a arte que “hoje    brutal em fase de obra, sempre com              a montar a minha carreira degrau a
arquitectura por onde passou, enveredou        era quase impossível e inimaginável         o objectivo de que ela se torne uma             degrau. Não tenho pressa de fazer o
pela carreira de ‘chauffeur’ de uma em-         fazer outra actividade. Vivo para isto.     referência, nos seus vários níveis, seja        único, se tenho pressa é de fazer bem.
presa de serviços durante um ano e meio.       É algo de muito exigente que acarreta       reconhecida como tal e se distancie             Não tenho urgência em ser conhecido,
Um dia, o patrão disse-lhe que não podia       inevitavelmente algum desgaste. Mas         da concorrência local”, revela Miguel           tenho vontade de fazer o útil e fazê-lo
ter um arquitecto naquelas funções e su-       não me canso, todos os dias de manhã        Saraiva.                                        bem”. É com tranquilidade que afirma:
geriu-lhe que fosse a uma entrevista a um      sinto que vou fazer melhor, que vou         Hoje, passados sete anos, a partir da em-       “Vamos crescendo de dia para dia. Se
‘atelier’ de uma pessoa amiga. Rejeitou,       ser melhor profissional e que vou evo-      presa-mãe em Lisboa, onde trabalham             a minha melhor obra surgir aos 70
ouviu um “estás despedido” e reconside-        luir conceptualmente, passo-a-passo,        60 colaboradores, a Saraiva & Associa-          anos, resultará do caminho que per-
rou, voltando à Arquitectura contrariado.      de uma forma muito consistente, com         dos aporta duas fortes componentes de           corri, e sentir-me-ei sempre realizado
Três anos bastaram para interiorizar o         os arquitectos com quem trabalho.           desenvolvimento de trabalho nos mer-            pelo percurso que fiz”.
seu destino e abrir o seu próprio gabine-      Manter a qualidade do trabalho numa         cados externos: a Internacionalização,
te, em 1996. “Comecei a trabalhar com          organização com a estrutura desta é         com a abertura de gabinetes próprios em
um colega arquitecto num pequeno               abdicar de tudo, em prol da Arquitec-       determinados países estratégicos e a Ex-                  PROJECTOS EMBLEMÁTICOS
gabinete que tem vindo a crescer de            tura, algo que faço motivado e com a        portação de Conhecimento. 60 por cento
                                                                                                                                           OBRAS PÚBLICAS
uma forma sustentada, suportado por            sensação de estar a cumprir o meu           da actividade da empresa está centrada
                                                                                                                                           :: Campus de Justiça do Porto
uma parte conceptual forte, agregada           dever”.                                     no estrangeiro, com representações na           :: Hospital de Loures
a uma componente técnica de qua-               Sob o signo da inovação, a Saraiva & As-    Guiné Equatorial, na Argélia e no Bra-
lidade, reconhecida pelos clientes e           sociados entrou em 2003 para uma ‘ne-       sil, que mobilizam 15 colaboradores.            TURISMO
acompanhada por um cumprimento                 twork’ europeia de nove gabinetes de        “Tenho vindo a desenvolver a minha              :: Royal Óbidos (Resort desenvolvido pelo
contratual escrupuloso”, evoca Miguel          arquitectos, sobretudo nórdicos – suecos,   actividade profissional consoante a             Grupo MSF/Turim)
Saraiva, recordando que a estrutura do         finlandeses, irlandeses, franceses e bel-   encomenda, privada e pública, com               :: Alqueva (Imoholding)
‘atelier’ empresa se inspira no modelo         gas – e marcados por uma forte estrutura    uma vantagem que é a procura de no-
                                                                                                                                           ESTRANGEIRO
das multinacionais publicitárias que são       e organização. “Aprendemos imenso,          vos caminhos. Hoje em dia temos uma
                                                                                                                                           :: Complexos residenciais e de serviços
altamente criativas e organizadas, onde        em termos conceptuais e técnicos, no        forte componente na área do planea-             - São Petersburgo (Rússia)
não faltam sequer as maçãs verdes na           seguimento de trabalhos que desen-          mento, que é um desafio enorme e de             :: Complexo de edifícios - Oran
fruteira da recepção, bem ao estilo da         volvemos em conjunto”, recorda Miguel       grande responsabilidade, assim como             (200.000 m2 - Argélia)
Leo Burnett.                                   Saraiva, regressando ao ano em que se       na área dos edifícios, ao nível de habi-
SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA DEPOSITIVO                                42




COORDENAÇÃO NACIONAL PARA AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES


CONTROLO DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL: UMA MISSÃO POSSÍVEL
                                                                                          As doenças cardiovasculares, onde se englobam o Enfarte Agudo
                                                                                          do Miocárdio (EAM) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), consti-
                                                                                          tuem a primeira causa de morte em Portugal. O AVC é prevalente
                                                                                          e incapacita duas vezes mais pessoas, mas ambas são potencia-
                                                                                          das pela Hipertensão Arterial. Estivemos a falar destas e de outras
                                                                                          questões sensíveis com Mário Espiga de Macedo, cardiologista
                                                                                          que integra a Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovas-
                                                                                          culares, no seio do Alto Comissariado da Saúde.




                                                                                         Mário Espiga de Macedo. Neste sentido,        pressão a que o sangue corre dentro
                                                                                         o cardiologista adverte que a população       das artérias. Com a idade, as artérias
                                                                                         negra, nativa, está mais propensa a de-       ficam menos elásticas e mais rígidas,
                                                                                         senvolver a doença, porque tem, fisiologi-    com a arteriosclerose que se vai de-
                                                                                         camente, uma maior sensibilidade ao sal.      senvolvendo, o que, só por si, leva ao
                                                                                         Os seus sistemas reguladores têm maior        aumento da pressão arterial”.
                                                                                         sensibilidade ao sal e por isso “quando       As chamadas causas secundárias de hi-
                                                                                         os negros chegam à civilização e come-        pertensão, por exemplo uma doença que
                                                                                         çam a ingerir mais sal, desenvolvem           origine hipertensão, representam menos
                                                                                         rapidamente hipertensão arterial”,            de cinco por cento de incidência da po-
                                                                                         concretiza Mário Espiga de Macedo             pulação. “São situações relativamente
                                                                                                                                       pouco frequentes”, segundo o cardiolo-
                                                                                         CAUSAS DA HIPERTENSÃO ARTE-                   gista, que revela que mesmo a parte ge-
                                                                                         RIAL                                          nética é ínfima e não tem quase nenhum
                                                                                                                                       significado do ponto de vista populacio-
                                                                                         O sal é um dos maiores inimigos da Hiper-     nal (representa menos de 0,01 por cen-
                                                                                         tensão Arterial e as pessoas não se devem     to). “Devemos intervir é nas grandes
                                                                                         esquecer de que quase todos os alimen-        massas populacionais. Está provado
                                                                                         tos condicionados contêm uma grande           que se eu descobrir uma hipertensão
                                                                                         dose de sal que contribui para a sua con-     secundária num indivíduo, posso fa-
                                                                                         servação. “Numa situação normal, de-          zer um tratamento que pode ser cura-
                                                                                         vemos ingerir apenas seis gramas de           tivo ou controlar bem a hipertensão.
                                                                                         sal por dia, o equivalente a uma colher       No entanto, se baixar dois milímetros
     Mário Espiga de Macedo, Cardiologista
                                                                                         de chá, mas se fizermos a experiência         de Pressão Arterial Sistólica (‘a máxi-
                                                                                         de reduzir o consumo no dia-a-dia,



A
         Hipertensão Arterial é considera-   Coronária e da Via Verde do AVC, baseada    substituindo-o por ervas aromáticas
         da por dados recentes da Organi-    na missão estratégica de travar o princi-   e outros condimentos, a certa altura
         zação Mundial da Saúde (OMS) o      pal factor de mortalidade patológica do     habituamo-nos e até a comida normal
principal factor de risco mundial das Do-    nosso país.                                 já nos sabe a salgada”, explica Mário Es-     É FUNDAMENTAL
enças Cardiovasculares, que deixaram de      “Os hábitos de vida ocidentalizados,        piga de Macedo.
ser doenças do mundo ocidental e passa-      associados a um fenómeno de tenden-         Se é certo que a Hipertensão Arterial tem
                                                                                                                                       ALERTAR AS PESSOAS
ram a ser enfermidades de todo o mundo       te sedentarização, têm-se propagado         causas flagrantes a montante - o já refe-     ACERCA DOS RISCOS DA
globalizado. Análises da OMS têm eviden-     muito rapidamente e, deste modo, as         rido consumo de sal, assim como a obe-        HIPERTENSÃO ARTERIAL
ciado o seu significativo alastramento ao    populações de todo o mundo que até          sidade, a falta de exercício físico e o ex-
Sudeste Asiático e ao continente africano,   agora viviam em zonas remotas, têm          cesso de álcool, também a condicionam.
                                                                                                                                       E ESTE É UM DESÍGNIO
especialmente na região Subsariana, ti-      vindo a aproximar-se dos grandes            O cardiologista identifica que “há uma        QUE NUNCA SE ES-
picamente menos desenvolvida, configu-       centros, começando não só a ingerir         tendência natural de a pressão arte-
                                                                                                                                       GOTA EM NENHUM ANO,
rando um problema de Saúde Publica que       alimentos condicionados (pré-confec-        rial subir com a idade. Se a prevalên-
urge combater.                               cionados, congelados, conservados ou        cia da Hipertensão aos 30 anos é de 20        PORQUE HÁ SEMPRE
Em Portugal, a Coordenação Nacio-            preparados em série) e por isso com         por cento, ou até menos, sabemos que          NOVOS DOENTES QUE
nal para as Doenças Cardiovasculares         mais teor de sal, mas também maiores        a partir dos 55 anos mais de 65 por
(CNDCV) tem, para além da Hipertensão        doses de bebidas alcoólicas, o que po-      cento da população vai ser hiperten-
                                                                                                                                       APARECEM
Arterial, a responsabilidade da Via Verde    tencia a Hipertensão Arterial”, explica     sa. Isto porquê? A pressão arterial é a
ma’) na população de Portugal, reduzo                                                      por outro, pressionar os médicos para fa-      tes de perto. Discutimos cada vez mais
a probabilidade do Acidente Vascular                A PRESSÃO ARTERIAL NORMAL              zer o diagnóstico e depois tratar e vigiar o   o contrato de tratamento, assumindo
Cerebral em cerca de dez por cento”,                                                       tratamento. “Cada vez mais esta noção          um compromisso de colaboração en-
                                             Medida em Milímetros de Mercúrio
refere Mário Espiga de Macedo, concreti-                                                   existe. Não chega vir à consulta, pres-        tre o médico e o doente”, acrescenta.
                                             (mmHg), desde os tempos dos esfigmo-
zando que “muitos indivíduos que estão       manómetros manuais (aparelhos de me-          crever um medicamento e aguardar               Em Portugal cerca de 25 por cento dos hi-
no limiar da doença, podem sair dessa        dição), a Pressão Arterial (P .A.) tem dois   uma consulta seguinte no espaço de             pertensos estão controlados nos centros
condição”, com esta intervenção.             conceitos muito importantes – a P Sistó-
                                                                                .A.        seis meses ou um ano. Nós sabemos,             de saúde. Já no Canadá, o melhor exemplo
                                             lica (a dita ‘máxima’) e a P Diastólica (a
                                                                         .A.               porque está feito o estudo, que todo o         mundial no controlo da Hipertensão Ar-
A HIPERTENSÃO ARTERIAL                       ‘mínima’). A Pressão Arterial deve situar-    hipertenso, assim como doentes com             terial, cerca de 70 por cento dos pacientes
                                             se nos 140 mm-90 mm (“14-9”), para toda
NO PERÍODO DA GESTAÇÃO                                                                     outras patologias, ao fim de um ano,           estão nessa condição, o que é visto como
                                             a população, com excepção das crianças
                                                                                           mais de 50 por cento já abandonou o            um caminho a trilhar: “É fundamental
                                             e jovens abaixo da puberdade, onde vul-
É uma situação anormal, mas bastante         garmente é aceite uma P de 100 mm-70
                                                                      .A.                  tratamento. Quando eu digo tratar e            alertar as pessoas acerca dos riscos
frequente nos últimos três meses antes       mm ou 80 mm (“10-7” ou “10-8”). Não há        vigiar o tratamento, cada vez é mais           da Hipertensão Arterial e este é um
do parto, que não condiciona que o bebé      uma tabela fixa para as crianças, porque      importante, do ponto de vista estraté-         desígnio que nunca se esgota em ne-
esteja mais propenso a desenvolver Hi-       nesta faixa o seu peso é muito variável. O    gico, que o médico deixe de ser o único        nhum ano, porque há sempre novos
pertensão Arterial no futuro. É uma situ-    desenvolvimento físico conta mais do que      operacional responsável pelo trata-            doentes que aparecem. Cada vez mais
ação que, segundo Mário Espiga de Mace-      a idade.                                      mento da Hipertensão Arterial”, reve-          encorajamos os doentes hipertensos,
do, obriga a uma vigilância mais apertada                                                  la Mário Espiga de Macedo. “Vamos co-          a terem um aparelho para medir e re-
e que muitas vezes se resolve apenas com                                                   meçar a ter cada vez mais enfermeiros,         gistar a Pressão Arterial diariamente
dieta e repouso, sem recurso a medica-       “Se o nosso circular a 150 mm-95mm,           mais assistentes sociais e voluntários,        em casa. Já quem não padece desta
mentos. Depois do parto a criança não        em vez circular a 110 mm-80 mm, por           numa perspectiva de proximidade                doença pode medir uma a duas vezes
tem um risco mais elevado, mas a mãe,        exemplo, as artérias estão “forçadas”,        que vai permitir acompanhar os doen-           por ano”.
essa, tem uma probabilidade maior de no      assim como o coração, os rins e todos
futuro vir a ser hipertensa. Faz parte das   os orgãos em geral. Como reacção a
regras vigiar a pressão arterial de uma      este aumento da tensão, as artérias do
grávida, durante toda a gravidez e princi-   organismo vão hipertrofiar, aumen-
palmente no último trimestre da mesma.       tando a pressão no seu interior, fazen-
                                             do subir a pressão arterial”, adverte o
A HIPERTENSÃO GERA                           cardiologista. A pressão ideal deve ser in-
HIPERTENSÃO                                  ferior a 140/90 mmHg, salvaguardando
                                             que “somos um pouco mais tolerantes
“Se um indivíduo for hipertenso e ig-        para as pessoas de muita idade, por-
norar a sua doença, a sua pressão ar-        que nessas temos que ter cuidado para
terial vai subir mais e ser mais grave       não baixar demais a tensão. Como as
do que noutro indivíduo”, alerta Mário       artérias estão mais rígidas, depois não
Espiga de Macedo, exemplificando que         têm força para fazer subir a tensão se
se tivermos uma câmara-de-ar elástica,       ela baixar muito, podendo ocorrer um
com uma determinada pressão de água          desmaio”.
no seu interior, ao aumentar essa pressão    A estratégia populacional para a Hiper-
a câmara dilata, mas a tendência é para      tensão Arterial, levada a cabo pela Coor-
as paredes contrariarem este fenómeno.       denação Nacional para as Doenças Car-
Em tudo semelhante ao que se passa nas       diovasculares é, por um lado, fazer com
nossas artérias.                             que a população conheça a situação e,
SEGUROS PAÍS POSITIVO
                                   INDÚSTRIA|DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO             62




                                7.º CONGRESSO NACIONAL DOS CORRETORES E AGENTES DE SEGUROS
                                “JUSTO VALOR NOS SEGUROS” - CENTRO DE REUNIÕES DA FIL - 15 E 16 DE OUTUBRO DE 2010


                                NA DEMANDA DE REFERENCIAIS DE NEGÓCIO
Fotografias: Fernando Piçarra




                                                                                                                                                                     Talvez em nenhum outro
                                                                                                                                                                     momento, como o da actual
                                                                                                                                                                     conjuntura económico-finan-
                                                                                                                                                                     ceira, tenha feito tanto sentido
                                                                                                                                                                     equacionar os pressupostos
                                                                                                                                                                     da criação e gestão de mais-
                                                                                                                                                                     valias no sector segurador.
                                                                                                                                                                     Foi justamente o lema “    Justo
                                                                                                                                                                     Valor nos Seguros” que ser-
                                                                                                                                                                     viu de mote à realização do
                                                                                                                                                                     7.º Congresso Nacional dos
                                                                                                                                                                     Corretores e Agentes de Se-
                                                                                                                                                                     guros, evento que decorreu
                                                                                                                                                                     no Centro de Reuniões da
                                                                                                                                                                     Feira Internacional de Lisboa
                                                                                                                                                                     (FIL), nos passados dias 15
                                                                                                                                                                     e 16 de Outubro de 2010,
                                                                                                                                                                     sob organização da APROSE
                                                                                                                                                                     - Associação Portuguesa dos
                                                                                                                                                                     Produtores Profissionais de
                                                                                                                                                                     Seguros.




                                                                                                                                                                          António Vilela, Presidente da APROSE




                                A
                                         “Rentabilidade da Actividade        dente do ‘Consejo General de los Colegios
                                         Seguradora”, a nível nacional       de Mediadores de Seguros’ de Espanha,
                                         e internacional, a “Formação        entidade com a qual a APROSE, na figura
                                do Preço nos Seguros”, quer na visão         do seu presidente, António Vilela, havia    QUANDO SE FALA NO JUSTO VALOR E NA FORMAÇÃO
                                das seguradoras, quer na dos seus princi-    assinado um protocolo internacional         DO PREÇO DO PRODUTO FINAL, NO FUNDO O QUE SE
                                pais prestadores de serviços, bem como a     de cooperação, no dia 14 de Outubro de
                                “Quantificação do Risco de Subscrição        2010, por ocasião do I Fórum Ibérico dos
                                                                                                                         PRETENDE É DISCUTIR TODO O SECTOR SEGURADOR,
                                Face ao Enfoque da Solvência II”, no que     Seguros.                                    NUMA PERSPECTIVA DE PENSAR O QUE É QUE SE PODE
                                concerne às directivas comunitárias de                                                   FAZER NESTE CENÁRIO DE CRISE QUE CONTINUAMOS
                                índole financeira e estratégica que se co-   CONCLUSÕES
                                locam ao exercício da actividade segura-     QUE ABREM CAMINHOS
                                                                                                                         A VIVER E QUE NOS TEM AFECTADO FORTEMENTE
                                dora, foram alguns dos temas discutidos.
                                A percepção do “Justo Valor nos Seguros”,    No epílogo do 7.º Congresso Nacional dos
                                segundo a Visão da Mediação de Seguros       Corretores e Agentes de Seguros, dedica-
                                Espanhola, contou com a intervenção de       do ao debate em torno do “Justo Valor       que nos tem afectado fortemente”.           e à pressão concorrencial, entre outros
                                José María Campadabal Castellví, Presi-      nos Seguros”, António Vilela, presidente    Consciente de que o sector está a passar    factores que têm levado a uma perda de
                                                                             da Associação Portuguesa dos Produto-       um momento crítico, António Vilela de-      facturação por parte das seguradoras, evi-
                                                                             res Profissionais de Seguros, considera     fende que “as seguradoras não podem         denciam a necessidade de ajustamentos
                                                                             que “nesta fase da economia em geral        ter margens retidas, porque amanhã          estratégicos em diversos ramos. O ramo
                                A CONCORRÊNCIA É SAU-                        e do sector segurador em particular, o      põem em causa a sua capacidade de           automóvel e o de acidentes de trabalho
                                                                             grande mérito da APROSE foi juntar,         responder perante os riscos que a           são os mais críticos, por serem aqueles
                                DÁVEL EM CENÁRIO DE ES-                      no mesmo evento, quase todos os ope-        Economia lhes transfere para gerir”.        onde se verifica alguma insuficiência
                                TABILIDADE, MAS QUANDO                       radores sectoriais, a montante e a ju-      Realçando que a devolução de resultados     de prémio. “Temos de ser capazes de
                                                                             sante, a discutir a realidade que hoje      à Economia decorre de um dever efecti-      transmitir esta realidade aos consu-
                                ANDA PRÓXIMA DA SO-                          se vive”, acrescentando que “quando se      vo, o presidente da APROSE adverte que      midores, mesmo estando a viver numa
                                BREVIVÊNCIA, PROVAVEL-                       fala no justo valor e na formação do        “o sector segurador tem de reservar         altura de crise, onde os aumentos são
                                MENTE JÁ NÃO O É DE UMA                      preço do produto final, no fundo o que      uma margem para os seus accionistas,        dificilmente compreendidos. Tem de
                                                                             se pretende é discutir todo o sector se-    porque as seguradoras não são asso-         haver ligeiras correcções e não quer
                                FORMA TÃO CLARA                              gurador, numa perspectiva de pensar         ciações de beneficência”.                   dizer que tenham de ser os particu-
                                                                             o que é que se pode fazer neste cená-       A estagnação e perda da matéria segu-       lares a pagar a factura. As correcções
                                                                             rio de crise que continuamos a viver e      rável, associadas à falta de investimento   têm de ser transversais, encontrando
um ponto de equilíbrio saudável para                        que encontram resposta transferindo                                                    “Temos de continuar a trabalhar no                             cliente. É preciso manter esta chama
                                o sector”, defende António Vilela, estando                  a responsabilidade para uma segura-                                                    mesmo ambiente de cooperação e de                              viva e de certeza absoluta que vamos
                                ciente de que “a arte passa pela melho-                     dora e os que cuja solução não passa                                                   abertura assumido no congresso, por                            caminhar rapidamente para o tal pon-
                                ria do serviço de apoio ao cliente, sem                     por aí”. Confiante no futuro, António                                                  todas as partes envolvidas no negócio,                         to saudável de termos o justo valor no
                                aumentar os custos operacionais e in-                       Vilela, presidente da APROSE, deseja:                                                  buscando formas de melhor servir o                             negócio dos seguros”.
Fotografias: Fernando Piçarra




                                                                                                                                                   Fotografias: Fernando Piçarra




                                Mesa redonda com António Vilela, José Almaça, economista (moderador) e Pedro Seixas Vale, Presidente                                               Fernando Nogueira, Presidente do Instituto de Seguros de Portugal e António Vilela
                                da Associação Portuguesa de Seguradores




                                cutindo que quem não tem valor, não
                                tem lugar e que serviços que estão ain-
                                da hoje a ser duplicados pela media-
                                ção e pelas seguradoras têm de deixar
                                de existir. Todas as gorduras que ainda
                                subsistem no sector têm de ser quei-                                                                                                                                                                              AS SEGURADORAS NÃO
                                madas definitivamente, em prol do                                                                                                                                                                                 PODEM TER MARGENS RE-
                                consumidor”. Certo de que “a concor-
                                rência é saudável em cenário de esta-
                                                                                                                                                                                                                                                  TIDAS, PORQUE AMANHÃ
                                bilidade, mas quando anda próxima da                                                                                                                                                                              PÕEM EM CAUSA A SUA
                                sobrevivência, provavelmente já não o                                                                                                                                                                             CAPACIDADE DE RESPON-
                                é de uma forma tão clara”, o presidente
                                da APROSE assume uma posição pragmá-                                                                                                                                                                              DER PERANTE OS RISCOS
                                tica: “Nós, os mediadores de seguros,                                                                                                                                                                             QUE A ECONOMIA LHES
                                somos os profissionais do sector que
                                                                                                                                                                                                                                                  TRANSFERE PARA GERIR
                                todos os dias são colocados à prova.
                                Temos de evoluir e ser cada vez mais
                                eficazes para todos os consumidores,
                                                                                                  José Maria Campadabal, António Vilela e Manuel G. Sánchez
                                como gestores de riscos, sabendo os
SEGUROS PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA|DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO            70




ANDRÉ ABREU – MEDIAÇÃO DE SEGUROS, LDA.

“A VALORIZAÇÃO DO MEU DESEMPENHO É O QUE ME DÁ FORÇA”
A caminho dos 20 anos de carreira profissional e detentor de uma vasta experiência na mediação de seguros, que culminou com a criação da
sua própria empresa em 2005, na cidade da Lixa, André Abreu herdou do pai a paixão pelo ramo, tendo construído sob a sua visão uma carteira
própria de que muito se orgulha.




T
        udo começou quando, em               também tenhamos alguns clientes
        1991, entrou para a compa-           empresariais. Cremos que a nossa
        nhia de seguros Zurich, onde         relação com os clientes é muito im-
trabalhou durante cerca de dez anos.         portante, porque somos efectiva-
Primeiro, como gestor de cliente e de-       mente o elo de ligação entre estes e
pois como gestor de negócios. Desde          as seguradoras”, indica André Abreu,
então André Abreu não mais parou.            referindo que este posicionamento
Na empresa homónima que criou há             se traduz numa mais valia.”
cinco anos, comercializa todo o tipo         Na base da insuficiência de prémio dos
de seguros, tanto do ramo vida como          seguros do ramo automóvel e aciden-
do ramo não-vida, em articulação com         tes de trabalho, integrantes do ramo
esta seguradora, e mais tarde, com a         não vida, onde há um rácio de sinis-
expansão da sua carteira, colaborando        tralidade mais incidente, o mediador
também com a Tranquilidade e a Li-           defende que tem de se proceder a um
berty Seguros, entre outras.                 ajuste dos preços, revendo-os em alta,
“A nossa carteira é mais forte no            “embora esse procedimento deva
ramo não-vida, mais centralizada             ser feito de uma forma gradual e
nos clientes particulares, embora            muito cuidada, pois o cliente actual         André Abreu, Sócio-gerente



                                                                                      não reage bem a mudanças bruscas           mediador, diz André Abreu que “deve
                                                                                      do valor de uma anuidade”. Nesta li-       considerar-se o potencial dos clien-
                                                                                      nha, André Abreu considera importan-       tes em carteira, aferindo as necessi-
                                                                                      te a retenção dos clientes em carteira,    dades dos próprios, equipando-os
                                                                                      porque são “aqueles que, estando           à sua medida, uma vez que há cada
                                                                                      fidelizados, e sendo rentáveis, se         vez mais a necessidade de os tornar
                                                                                      traduzem numa valorização desta            clientes totais”.
                                                                                      actividade”.                               Neste sentido, e dada a actual con-
                                                                                      As novas regras da Solvência II, ditadas   juntura, umas das oportunidades de
                                                                                      pela União Europeia para a harmoniza-      negócio que se afigura é o da comer-
                                                                                      ção financeira do mercado segurador,       cialização de produtos de investimen-
                                                                                      em constante mutação, vão originar,        to com capitalização: “As crises do
                                                                                      segundo André Abreu, “uma maior            sector bancário levaram a que as
                                                                                      rigor no sector, obrigando as segu-        pessoas tivessem procurado alter-
                                                                                      radoras a ter de ajustar a sua forma       nativas para investir o seu dinheiro,
                                                                                      de se posicionar no mercado”.              com maior segurança. Neste campo,
                                                                                      Dados os níveis de exigência cada vez      as seguradoras têm uma supervisão
                                                                                      maiores, e tendo como principal pre-       muito apertada por parte do Insti-
                                                                                      ocupação a satisfação das necessida-       tuto de Seguros de Portugal e pen-
                                                                                      des do cliente, cada vez mais exigente,    so que serão uma escolha acertada
                                                                                      refere André Abreu que “é de vital         para os consumidores. Nota-se já
                                                                                      importância a utilização de meios          uma grande transferência de fun-
                                                                                      tecnológicos”, a fim de agilizar o pro-    dos do sector bancário para o sector
                                                                                      cessos de gestão da carteira.              segurador”.
                                                                                      O factor de proximidade com os clien-      A terminar, diz André Abreu: “No
                                                                                      tes é determinante, refere André           próximo ano, gostaría de alargar o
                                                                                      Abreu, pois há situações que o cliente     volume de negócios, reforçando a
                                                                                      não domina no contexto dos seguros,        actual quota de mercado”. A valori-
                                                                                      e em que os conhecimentos de um            zação do meu desempenho é o que
                                                                                      profissional, facilitam as escolhas ade-   me dá força e alento para me expan-
                                                                                      quadas e a resolução de situações mais     dir e prestar um serviço cada vez
                                                                                      complexas.                                 melhor aos clientes, sempre aliado
                                                                                      Quando se fala no crescimento de um        à incontornável ética.
TERMISO

NA VANGUARDA DOS ISOLAMENTOS INDUSTRIAIS DE EXCELÊNCIA
Dedicada desde 1983 aos isolamentos e instalações especiais, em ambiente industrial, a Termiso é hoje uma das empresas portuguesas de
referência no sector, com créditos igualmente firmados no estrangeiro. Os irmãos Vítor Palhota, director-geral e Fernando Palhota, gerente,
contam-nos a História desta competitiva empresa que conquistou os prémios de PME Líder em 2008 e o de PME Excelência em 2009.


                                                                                                               demais áreas conexas. A Termiso é, igualmen-
                                                                                                                                                                           RADIOGRAFIA DA TERMISO
                                                                                                               te, a única empresa, de entre todas as congéne-
                                                                                                               res do ramo a operar em Portugal, que pode         Ano de fundação: 1983
                                                                                                               realizar o mais elevado valor de obra, tal como    NIPC: 501401563
                                                                                                               está averbado no Alvará de Construção emi-         Capital Social: 374.098,42 Euros
                                                                                                               tido pelo INCI – Instituto da Construção e do      Actividade principal: Comércio e Indústria
                                                                                                                                                                  de Isolamentos
                                                                                                               Imobiliário. A empresa conta com 15 colabo-
                                                                                                                                                                  Volume de negócios: 10.415.739,00 €
                                                                                                               radores efectivos, no escritório, e cerca de 150   N.º de colaboradores: 171 (Incluindo mão-
                                                                                                               trabalhadores que operam em Portugal, Espa-        de-obra de cedência)
                                                                                                               nha, Bélgica, Holanda e Angola, assegurando,       Director-Geral: Vítor Manuel das Neves Pa-
                                                                                                               sazonalmente, uma importante plataforma            lhota
                                                                                                               de contratação de mão-de-obra temporária,          Gerente: Fernando Luís Das Neves Palhota
                                                                                                               mobilizada para as grandes obras. Fernando         Director Financeiro: Clara Maria Filipe Fer-
                                                                                                                                                                  reira
                                                                                                               Palhota, gerente, aponta a certificação de qua-
                                                                                                                                                                  Director Comercial: José Alberto Ferreira
                                                                                                               lidade pelas normas NP EN ISO 9001:2000
                                                                                                                                                                  Moura Gonçalves
                                                                                                               e a certificação em SCC, que define as regras      Mercados onde actua: Portugal, Espanha,
     Vítor Palhota, Director-Geral e Fernando Palhota, Gerente
                                                                                                               de segurança, saúde e ambiente a aplicar no        Holanda, Bélgica, Angola
                                                                                                               domínio da subcontratação, como marcos de-         Representações e marcas:



T
        udo começou em 1983 quando Vítor                     A Termiso intervém em todo o tipo de empre-       terminantes na gestão da empresa. O gerente        Phoenix GmbH (Alemanha)
        Palhota saiu da firma Wandschneider                  endimentos industriais que exijam isolamento      congratula-se ainda pelo facto de a Termiso ser    BSW GmbH (Alemanha)
        & Cia Lda., onde, como sócio, havia                  contra o frio ou calor, aportando competências    uma empresa ambientalmente sustentável – o         Isover (Espanha)
conquistado uma experiência profissional de                  no sector do AVAC (Aquecimento, Ventilação e      edifício-sede, na Pontinha, é auto-suficiente em
doze anos na área dos isolamentos. O desíg-                  Ar Condicionado), em instalações frigoríficas e   termos energéticos e chega a produzir electri-     ameaça é a das peças que já vêm montadas
nio do empreendedorismo cumpriu-se e a                                                                         cidade excedente que é vendida e distribuída       da China”, o que origina custos irrealistas, já
Termiso viria a nascer nesse mesmo ano. “Co-                                                                   para a rede externa.                               que substancialmente inferiores aos da média
                                                                     ALGUNS PROJECTOS
meçámos a trabalhar nas grandes centrais                             DESENVOLVIDOS                             A Termiso realiza todas as manutenções do          do mercado.
termoeléctricas que eram, à época, os pro-                                                                     Grupo EDP – Energias de Portugal, ao nível das     José Gonçalves interveio quando a nossa en-
jectos de maior envergadura em Portugal.                     Centrais de Energia, Indústria Naval, Cimen-      suas centrais termoeléctricas. Na Central Ter-     trevista estava prestes a terminar, com uma
Na Central Termoeléctrica de Sines cada                      teira, Petroquímica, Celuloses, Indústria Ali-    moeléctrica de Sines, por exemplo, tem vindo       mensagem de projecção comercial. Partindo
obra comportava quatro adjudicações. Ga-                     mentar, Construção e Transportes                  a trabalhar em instalações ligadas à melhoria      do princípio de que o mercado nacional come-
                                                             E.D.P .
nhei duas adjudicações no Grupo 1, ainda                                                                       da qualidade do ar expelido, que recorrem a        ça a ser muito pequeno, afirma que “a ideia é
                                                             Tejo Energia
pela empresa ‘Wandschneider & Cia Lda’,                                                                        processos de dessulfuração (remoção de en-         tentar expandir ainda mais as actividades
                                                             Sinecogeração (Sines – Central de Ciclo
e depois, já como Termiso, ganhámos uma                      Combinado)                                        xofre) e de desnitrificação do ar (NOX), método    da empresa e arranjar sempre uma pers-
adjudicação no Grupo 2, duas no Grupo 3 e                    Grupo Jerónimo Martins (Área Alimentar)           utilizado para que o nitrogénio [azoto] volte à    pectiva futura de olhar para fora, porque
três no Grupo 4. Permanecemos há cerca                       FIMA                                              atmosfera sob a forma de gás quase inerte.         as ambições são grandes”. Este é, igualmen-
de vinte e seis anos em Sines”, evoca Vítor                  Petrogal                                          Na actual conjuntura, Vítor Palhota, director-     te, um desígnio de Vítor Palhota, director-geral,
Palhota. O director-geral da Termiso revela a                Reparação Naval (Holanda)                         geral da Termiso, mostra-se algo apreensivo        que se mostra confiante na evolução da activi-
fórmula do sucesso: “Crescemos sustenta-                     Dolce Vita Tejo                                   pela deformação de preços protagonizada por        dade da Termiso: “Esperamos durante este
                                                             Cimpor (Alhandra)
damente à medida das necessidades dos                                                                          algumas empresas estrangeiras que subem-           e o próximo ano intervir na expansão da
                                                             Semapa ( Outão / Pataias /Maceira)
nossos clientes e dos projectos que fomos                    Biovegetal                                        preitam em Portugal. “Não temos no nosso           Refinaria da Petrogal de Sines, na constru-
ganhando, nomeadamente ao nível da                           Iberol                                            país empresas de engenharia que possam             ção da nova fábrica de diesel, assumindo
grande obra, onde tivemos a felicidade de                    IKEA - Loures (AVAC)                              fazer projectos de grande dimensão nesta           novos desafios quer em Portugal, quer no
entrar desde muito cedo”.                                                                                      área”, lamenta, assegurando que “uma outra         estrangeiro”.
PME´S DE DE MOBILIÁRIO | POSITIVO
   INDÚSTRIA EXCELÊNCIA | PAÍS PAÍS POSITIVO             108




VIA DIRECTA


“NÓS NÃO GERIMOS ENCOMENDAS,
GERIMOS INFORMAÇÃO”
                                               Um serviço de excelência a preço competitivo, com uma forte componente de personalização e acompa-
                                               nhamento dedicado em qualquer fase do processo é o que pode esperar da Via Directa, uma empresa espe-
                                               cializada em serviços de distribuição e estafetagem que granjeou o estatuto de PME Excelência em 2009.


                                               tudo ter corrido muito bem. A desejada      as solicitações e incidências inerentes     cebido ao final do dia está pronto a ser
                                               inovação materializou-se num conjunto       às operações.                               entregue na manhã do dia seguinte, em
                                               de serviços que não existiam no merca-      “Nós estamos muito à frente em ter-         qualquer ‘hub’ de Portugal Continental.
                                               do de forma integrada - o atendimento       mos tecnológicos. Devido à inovação         “O nosso SLA não é de 24 horas, mas
                                               personalizado, o acompanhamento do          que criámos, lançámos a ferramenta          sim tomando a referência da noite.
                                               serviço desde que é solicitado até à sua    que faltava a este mercado, priman-         Fazemos ‘cross-docking’, com toda
                                               entrega, a conectividade com sistemas       do em termos de excelência e volu-          a logística centralizada. Quando en-
                                               informáticos desenhados à medida e o        me operacional”, refere Ana Salguei-        viamos para os ‘hubs’, a informação
                                               ‘track & trace’ em tempo real.              ro, assegurando que a Via Directa está      já vai toda tratada, quase em tem-
                                               “Tivemos um grande sucesso logo             presente em todo o território nacional,     po real, para agilizar a expedição.
                                               nos primeiros anos e a partir daí a         através de ‘hubs’ em todas as capitais      Costumo dizer que nós não gerimos
    Via Directa, na vanguarda da logística
                                               nossa função tem sido inovar e estar                                                    encomendas, gerimos informação”,
                                               sempre na linha da frente, indo sem-                                                    assinala Ana Salgueiro, acrescentan-



C
        orria o ano de 1993 e Ana Sal-         pre ao encontro das necessidades                                                        do: “É esta inovação faz com que te-
        gueiro havia terminado o curso         reais de cada cliente, com um serviço                                                   nhamos um serviço de excelência a
        de Marketing. Depois de muitos         ‘chave na mão’. O foco na componen-         TIVEMOS UM GRANDE                           preços competitivos, prestado com
estágios em agências de publicidade e          te organizacional é determinante,                                                       rapidez e segurança. Queremos que
departamentos de comunicação de vá-            porque ao nível interno dos nossos
                                                                                           SUCESSO LOGO NOS                            os nossos estafetas sejam um au-
rias empresas multinacionais, onde se          clientes existem sensibilidades dife-       PRIMEIROS ANOS E A                          têntico serviço de apoio ao cliente,
solicitava muito serviço de estafetas, o       rentes”, garante Ana Salgueiro, apon-       PARTIR DAÍ A NOSSA FUN-                     garantindo o sucesso na entrega e a
espírito empreendedor e o desejo de            tando a Vodafone, a TMN, a Portugal                                                     satisfação do consumidor final”.
criar um projecto próprio na área, que         Telecom (PT) e a PT PRO como alguns
                                                                                           ÇÃO TEM SIDO INOVAR E                       Questionada sobre novos projectos
primasse pela inovação, foi só o começo        dos principais parceiros de negócio.        ESTAR SEMPRE NA LINHA                       a desenvolver, Ana Salgueiro revelou
de uma aventura de sucesso. Juntou-se          Os serviços da Via Directa comportam
                                                                                           DA FRENTE                                   que neste momento se abrem para a
com dois colegas e com a irmã, Carla           uma adaptação a cada utilizador ou a                                                    Via Directa boas perspectivas de inter-
Lopes, pediram dinheiro a familiares,          cada produto, assente na personaliza-                                                   nacionalização: “Estamos na altura
venderam os carros, socorreram-se              ção de sistemas e processos e na oferta                                                 certa para apostar no mercado es-
das mesadas e criaram a Via Directa.           de ferramentas de trabalho, que vão                                                     panhol”, anuncia Ana Salgueiro, rema-
“Na base do cunho da realidade do              desde a requisição do serviço à análise     de distrito. A operacionalidade é garan-    tando, a finalizar, que deseja “conti-
mercado, tentámos criar um servi-              da ‘performance’ de toda a operação. A      tida por uma base directa e indirecta       nuar a estudar as necessidades e as
ço com mais-valias, tendo realizado            Via Directa disponibiliza aos seus clien-   de 250 colaboradores e por uma frota        tendências do mercado e permane-
previamente um estudo qualitativo              tes serviços de logística virtual e de      própria e exclusiva.                        cer na vanguarda da inovação e da
e quantitativo, para saber qual é que          consulta ‘online’ de processos, acessí-     O B2C (Business to Consumer), ou seja,      qualidade. Vale a pena trabalhar e
seria a viabilidade de nos podermos            vel a todos os intervenientes, através de   as entregas das empresas para particu-      investir, porque quando somos bons
lançar nesta actividade”, recorda a            codificação, para além de possuir ‘call-    lares, constitui o ‘core business’ da Via   e o cliente está satisfeito, o mercado
gerente, congratulando-se pelo facto de        centers’ próprios que tratam de todas       Directa. Qualquer serviço que seja re-      reconhece”.
ACÇÃO SOCIAL | PAÍS POSITIVO
    INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO                     110




CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DE SANTA MARIA DA FEIRA

“SINTO QUE NÃO ESTÁ CONVENIENTEMENTE DEFINIDO O ÂMBITO
DA AUTONOMIA DAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE SOLIDARIEDADE SOCIAL”
Numa entrevista marcada pela descomplexada crítica que o Padre Eleutério Pais, presidente do C.S.P de Santa Maria da Feira, lança às decisões
                                                                                                  .
governamentais que ameaçam o futuro das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), eis o exemplo de uma entidade que está
disposta a ir até ao fim para materializar um projecto de referência na área da educação.




C
         ontamos com os testemunhos do                                                                                                                             anos”, lamenta Joaquim Silva Martins, numa
         Padre Eleutério Pais, pároco de Santa                                                                                                                     constatação partilhada pelo pároco. “Um dos
         Maria da Feira (S. Nicolau) e presiden-                                                                                                                   nossos desejos era, igualmente, que as
te do Centro Social Paroquial local, assim como                                                                                                                    crianças que viessem a sair com dez anos,
de Joaquim Silva Martins, tesoureiro da institui-                                                                                                                  no 4.º ano de escolaridade, pudessem con-
ção, que nos dão a conhecer a missão educativa                                                                                                                     tinuar a usufruir das nossas instalações,
do Centro, os projectos de futuro, os desafios                                                                                                                     fazendo o alargamento de actividades
institucionais e a necessidade de assumir uma                                                                                                                      complementares, lúdicas e desportivas,
voz activa na defesa dos interesses das IPSS.                                                                                                                      através do recurso a pais voluntários. No
                                                                                                                                                                   actual quadro, uma vez que só existe ofer-
A MISSÃO EDUCATIVA                                                                                                                                                 ta até ao pré-escolar, as crianças saem da
                                                                                                                                                                   instituição com seis anos: Esta situação
“Estamos a tentar orientar a nossa acção,                                                                                                                          faz-nos sofrer porque queremos o bem de
para uma acção social no mundo das crian-                                                                                                                          todos e um projecto igualitário para todos.
ças. Já não nos dedicamos há vários anos à                                                                                                                         Quando não há igualdade para conseguir
área dos idosos, porque nos sentimos voca-                                                                                                                         trabalhar, os nossos projectos tornam-se
cionados para a área das crianças”, começa               Padre Eleutério Pais, Presidente e Joaquim Silva Martins, Tesoureiro                                      mais difíceis”, afirma Eleutério Pais.
por apresentar Eleutério Pais, assumindo o
desígnio estratégico do Centro Social Paroquial     cia, ofertas que são igualmente exploradas                   coadune com os horários fabris dos pais de        OS DESAFIOS INSTITUCIONAIS
de Santa Maria da Feira: “Queremos apresen-         em colégios particulares e em cooperativas                   muitas das nossas crianças, que pensámos
tar de uma forma muito vincada uma insti-           de ensino, que também se inserem nesta                       na hipótese de um colégio e na instalação         “Há uma dificuldade cada vez mais cres-
tuição de competência, não só para que os           dimensão do privado. Já a escola social não                  de um ATL. A vertente escolar abrangeria          cente não só noutros pontos do país, como
pais que nos confiam os seus filhos tenham          pode funcionar se não tiver o apoio que o                    todo o 1.º Ciclo do Ensino Básico, entre o 1.º    no nosso meio, que é o problema do de-
serenidade, confiança, a certeza de que os          Estado devia dar. Em Portugal diz-se que o                   e o 4.º Ano de Escolaridade”, realça Joaquim      semprego, das famílias endividadas, o
filhos estão bem acompanhados e orien-              ensino é gratuito, mas se alguém escolher                    Silva Martins. “Será este o nosso projecto, o     que traz uma preocupação acrescida para
tados, mas também para que sintam que               outra escola que não seja oficial, de facto                  que gostaríamos de concretizar, em pri-           estas instituições que vivem de subsídios,
a nossa instituição é exigente, que realiza         o ensino não é gratuito. Esta é uma dificul-                 meira instância”, resume Eleutério Pais, pre-     quer seja através da comparticipação que
os projectos que elabora e que é uma mais-          dade que nós temos na concretização dos                      sidente.                                          o Estado concede, quer da comparticipa-
valia para a comunidade. Se chegássemos             nossos projectos”.                                           O novo projecto enunciado pelo Centro Social      ção das famílias. Se as famílias se sentem
à conclusão que não tínhamos esta mais-             Joaquim Silva Martins realça o trabalho que                  Paroquial de Santa Maria da Feira incidiria       apertadas nos seus orçamentos familiares,
valia, seria melhor fechar”.                        tem vindo a ser feito: “Já temos o projecto                  sobre a actual ala nascente do complexo da        há realidades que vão ficar para segundo
                                                    de ampliação concretizado, o que prevê                       Creche e Jardim de Infância da IPSS e compor-     ou terceiro plano e, às vezes, esta decisão
UM PROJECTO PARA O FUTURO                           garantir a evolução da nossa instituição, no                 taria um alargamento lateral de três pisos si-    da família implica a retirada das crianças
                                                    espaço envolvente das actuais instalações                    métricos, num total de 600 metros quadrados.      da instituição e a impossibilidade de pagar
A afirmação de uma instituição de referência        e melhorar, nomeadamente, a actual pro-                      A intervenção permitiria alargar a actual cozi-   a comparticipação no final do mês. É isto
passa pelo avanço para um sonho antigo do           dução”. O nosso entrevistado realça a impor-                 nha, criar novos espaços de funcionamento e       que nos preocupa”, declara Eleutério Pais, as-
Centro Social Paroquial de Santa Maria da Feira,    tância da localização estratégica da instituição             libertar outros já existentes. “Estamos com       segurando que, do seu ponto de vista, ”há ain-
o de criar uma escola social, “onde as crianças     fora do centro da cidade de Santa Maria da                   essa ideia em mente, mas é uma obra mui-          da um problema importante que é o facto
das famílias menos favorecidas pudessem             Feira, pela proximidade que apresenta em re-                 to cara, pelo que contamos com todos os           de nós nesta dimensão de subsidiarieda-
encontrar um ambiente de qualidade e um             lação à maioria dos seus utentes - 56 crianças               apoios. Queremos continuar com a mesma            de, estarmos constantemente a ser postos
ensino de referência, com oportunidades             na creche e 66 crianças no pré-escolar. “Foi na              velocidade e determinação, mas estamos            em causa, com decisões governativas que
de aprendizagem que as colocassem ao                base de um alargamento de horário, que se                    completamente parados desde há cinco              limitam as comparticipações, que criam ao
nível das melhores”, deseja Eleutério Pais.                                                                                                                        lado de uma instituição outras instituições
“Acontece que a passagem do projecto para                                                                                                                          que prestam um serviço paralelo, como é
a obra está a ser difícil de resolver do ponto                                                                                                                     o caso dos ATL, que retiram espaço de ma-
de vista das infra-estruturas e também das                                                                                                                         nobra às instituições particulares. O que eu
dificuldades que o próprio Estado levanta a                                                                                                                        receio em relação ao futuro é que as deci-
uma instituição como a nossa, porque este                                                                                                                          sões governativas vão esvaziando o âmbito
empreendimento está fora do âmbito dos                                                                                                                             da nossa acção. A pouco e pouco as institui-
protocolos”, acrescenta, elucidando que, orga-                                                                                                                     ções que não são estatais sentem-se sufo-
nicamente, “há instituições de solidariedade                                                                                                                       cadas e receio que tendam a desaparecer,
social que têm creches e jardins-de-infân-                                                                                                                         sobretudo por inviabilidade económica”.
INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO ||PAÍS POSITIVO
             DO BACALHAU      PAÍS POSITIVO             114




ASSOCIAÇÃO DOS INDUSTRIAIS DO BACALHAU


“A TRADIÇÃO DO CONSUMO CONTINUA MUITO
FORTE NA CULTURA GASTRONÓMICA NACIONAL”
Herdeira moderna da tradição transformadora do bacalhau, o ‘fiel amigo’ dos portugueses, pescado nos mares do Norte desde a época medie-
val e outrora salgado e seco aos rigores do tempo, a Associação dos Industriais do Bacalhau quer juntar o melhor da História, aos desafios de
reconhecimento da qualidade de um produto que faz parte da nossa memória colectiva.

Qual é a génese da Associação dos In-         visão representativa de todo um sector.     tradição com a modernidade?                 como Especialidade Tradicional Garan-
dustriais do Bacalhau?                        Consideramos de grande importância          Na realidade, a tradição do consumo         tida. Este processo encontra-se no Mi-
A Associação dos Industriais do Baca-         para o sector o acompanhamento pró-         continua muito forte na cultura gastro-     nistério da Agricultura e aguardamos o
lhau (AIB) foi fundada em Novembro de         ximo das questões ligadas à disponibi-      nómica nacional. Toda a cadeia de valor     seu desenvolvimento para muito breve.
1993, em Lisboa, tendo posteriormente         lidade de matéria-prima e evolução da       sofreu uma evolução tremenda nas últi-      Ao nível da promoção do bacalhau há já
transferido a sua sede para a Gafanha         sua cotação. Ainda no plano do envolvi-     mas décadas. Desde os processos de fa-      três anos que patrocinamos o Festival
da Nazaré onde ainda se mantém. A             mento com outras entidades, a integra-      brico, com maiores níveis de automati-      do Bacalhau que é organizado pelo Mu-
AIB é uma associação de empregado-            ção no Cluster do Conhecimento e da         zação e o recurso a secadores artificiais   nicípio de Ílhavo no mês de Agosto. Pela
res cujo objectivo é a promoção e de-         Economia do Mar pretende potenciar a        de elevada eficiência, até aos desafios     implantação que esta indústria tem no
senvolvimento da actividade industrial        criação de oportunidades a ser desen-       que a evolução dos modelos de distri-       concelho de Ílhavo consideramos este
do bacalhau e a defesa e promoção dos         volvidas em parceria de modo a apor-        buição colocaram à indústria, passando      evento uma mais-valia para a divulgação
interesses empresariais do sector. Tem,       tar mais-valias ao sector. As questões      pela adaptação dos formatos de apre-        do produto que resulta da actividade do
igualmente, incumbência de represen-          ligadas à informação ao consumidor          sentação ao consumidor deste produto        sector que representamos. Igualmente,
tar os seus associados e assegurar a sua      também fazem parte das preocupações         obrigaram as empresas a inovar nos          numa parceria com o Município de Ílha-
representação nos organismos em que           dos nossos associados. Por isso, a AIB      seus processos e nos seus produtos. A       vo, somos patrocinadores da viagem de
se encontra inserida.                         integra o projecto da Fileira do Pescado,   cultura gastronómica portuguesa e a tra-    circum-navegação que o Navio Escola
                                              conjuntamente com outras associações        dição associada à mesma são um activo       Sagres está a realizar durante o presente
Emanando de uma base empresarial,             representativas desta Fileira e a Doca-     com peso muito considerável no produ-       ano, na perspectiva de que este produto
qual é a missão da AIB no sector que          pesca, a qual tem como objectivo co-        to ‘turismo’. Esta associação do turismo    é um ícone da gastronomia portuguesa
representa e qual é o envolvimento            municar os benefícios para a saúde do       à gastronomia portuguesa é, sem dúvida      e, por isso, é dado a conhecer durante as
com entidades nacionais e interna-            consumo de pescado e assegurar que os       alguma, um factor de oportunidade para      escalas desta viagem.
cionais?                                      produtos da pesca comercializados em        este produto, o bacalhau. A apetência
A AIB concentra a sua actuação nas te-        Portugal provêm de pesca sustentável.       crescente para o consumo de produtos        Como é que perspectivam o futuro
máticas que se apresentam de uma for-         A Fileira do Pescado tem em curso uma       tradicionais e de produtos ‘gourmet’ é      do sector?
ma transversal ao sector. As questões         campanha cujo lema é “Pescado é saúde       um outro factor de oportunidade que         Apesar de vivermos tempos de grandes
relacionadas com o ambiente são uma           – faz bem pensar em si!” e que pode ser     vem consubstanciar esta conjugação de       preocupações e angústias entendemos
área onde temos desenvolvido um tra-          visível nos pontos de venda espalhados      tradição com modernidade.                   que é necessário projectar o futuro
balho em parceria com outras entidades        pelo país, além da campanha que está                                                    numa óptica realista porém com espe-
públicas e privadas visando encontrar         actualmente nas rádios nacionais. Este      Gostariam de realçar alguns pro-            rança. A definição de uma estratégia que
soluções que abrangem um número               projecto contou, desde a primeira hora,     jectos e eventos levados a cabo pela        permita potenciar o futuro do sector é
alargado de empresas associadas. Uma          com o apoio do Governo Português.           Associação dos Industriais de Ba-           fulcral para a consolidação desta indús-
outra área a que a AIB tem dado impor-                                                    calhau, no sentido de preservar a           tria na economia nacional, aproveitando
tância é a do incremento das relações         Sendo Portugal um país com uma              mística de um peixe que não sendo           as oportunidades que, apesar de tudo,
com organizações ligadas a toda a cadeia      História riquíssima do ponto de vis-        pescado nas nossas águas, é tão pró-        existem. Incrementar a competitividade
de valor desta actividade, nomeadamen-        ta da pesca e da transformação de           ximo do povo português?                     das empresas a par do aumento da pre-
te organizações dos países de origem da       bacalhau, assim como uma referên-           Nesta área a AIB tem em curso uma           sença nos mercados internacionais é o
matéria-prima no sentido de promover          cia mundial no seu consumo, de que          candidatura ao reconhecimento do Ba-        desafio que se coloca aos empresários e
uma maior interacção e de transmitir a        forma é que é possível conjugar a           calhau de Cura Tradicional Portuguesa       aos gestores deste sector.

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  • 1. positivo WWW.PAISPOSITIVO.ORG //// Dezembro ‘10 / EDIÇÃO Nº 40 ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’ “SOU RESPONSÁVEL PELA EDIFICAÇÃO DE ALGUNS DOS PROJECTOS MAIS DIGNOS E MARCANTES DO SECTOR DE PROMOÇÃO IMOBILIÁRIA NACIONAL”, Entrevista com Aprígio dos Santos, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Imoholding DE GUIMARÃES PARA O MUNDO SEMINÁRIO LUSO ESPANHOL DE ECONOMIA SOCIAL EM DESTAQUE
  • 2. INOVAÇÃO DE MOBILIÁRIO | PAÍS PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA E COMPETITIVIDADE | POSITIVO 12 CONFORTO E SEGURANÇA NO DESÍGNIO DA INOVAÇÃO A personalização de sistemas assente num conjunto de soluções inova- doras que garantem durabilidade, resistência e fiabilidade, faz parte do código genético da Legrand, especialista mundial em infra-estruturas eléctricas e tecnologias de informação para edifícios. Q uem entra na Casa Domótica ou uma sensação de conforto e segurança ím- no mais recente ‘showroom’ da pares, potenciada, para além da insígnia Legrand, em Carcavelos, tem a homónima, pelas marcas Bticino, Cablo- sensação de estar à frente no seu tempo. fil, Sarlam e Tegui, aqui apresentadas por A incorporação constante de novas fun- Fernando Mendes. ções tecnológicas, nas infra-estruturas habitacionais e de serviços, é apenas BTICINO uma das faces visíveis do caminho que a Legrand propõe para a melhoria da “É uma óptima marca com aparelha- qualidade de vida das pessoas. “O que gem domótica topo de gama. Temos nós queremos é mostrar que as nos- uma boa quota de mercado com esses sas soluções são acessíveis, que po- produtos e mantivemos estrategica- dem ser facilmente programáveis e mente a sua posição”. reprogramáveis pelos utilizadores, não sendo necessário recorrer-se a CABLOFIL técnicos da Legrand para fazer essa programação”, refere Fernando Men- “Uma marca importantíssima em ter- des, Administrador-delegado da multi- mos de calha aramada não só a nível nacional francesa em Portugal. europeu, como a nível mundial. Deci- dimos manter essa marca, porque tem AS MARCAS DO GRUPO uma quota de mercado importante e nos dá acesso a mercados muitíssimo Dos interruptores às tomadas eléctricas, interessantes. É um ‘produto âncora’ passando pelos complementos de gama e para vários sistemas, como as instala- pelo material eléctrico de infra-estruturas, ções eléctricas de base e as redes de a Legrand propõe a experimentação de informação”.
  • 3. refere o Administrador-Delegado, DA FÁBRICA AO CLIENTE nefício para eles, a fim de se liberta- NO PRÓXIMO ANO DESE- acrescentando: “Temos óptimas novi- rem um pouco da «pressão» sobre o JAMOS GANHAR QUOTA dades na área de quadros eléctricos A consultoria e formação profissional menor nível de preço que muitas en- DE MERCADO EM VÁRIAS e disjuntores, em que temos vindo a a instaladores e a electricistas, alguns tidades, de uma forma que eu com- aumentar a quota de mercado. Te- dos melhores conselheiros da Legrand, preendo, tentam utilizar quando os ÁREAS E CHEGAR MAIS PER- nho imenso orgulho na forma como pela reiterada confiança que advém da mercados estão em crise”, afirma Fer- TO DO CONSUMIDOR, PARA a empresa tem vindo a trabalhar fidelização de longa data, fazem parte nando Mendes. Congratulando-se pelo QUE ELE VENHA VER O QUE essa área, assim como a vertente de uma estratégia que tem vindo a ser facto de a Legrand ter em Portugal uma das calhas plásticas para distribui- seguida, continuadamente, no seio da lista de referências bastante interessan- FAZEMOS E COMO FAZEMOS ção de energia. A nossa posição nas multinacional francesa. “Os profissio- te e consolidada em todos os mercados, AS ÓPTIMAS SOLUÇÕES QUE grandes superfícies alimentares e nais são muito bem-vindos nas suas o Administrador-delegado está seguro TEMOS PARA LHE APRESEN- nas grandes superfícies de bricolage visitas. Temos acções de formação de que “felizmente há no país muitas TAR. TEMOS AS PORTAS AB- é também uma participação que, na dedicadas, onde damos a conhecer pessoas que estão disponíveis para sua maioria, me envaidece imenso”. as novas tecnologias e a nossa forma pagar mais pelo equipamento que ERTAS. TODAS AS PESSOAS A Legrand tem participado muito em de trabalhar, no sentido de comer- utilizam, desde que consigam usu- PODEM TELEFONAR-NOS projectos associados às Infra-estru- cializarmos produtos de maior valor fruir de um maior conforto e de uma E VISITAR-NOS, PORQUE turas de Telecomunicações em Edi- acrescentado. É um benefício para a maior segurança. Consideramos que ESTAMOS MUITO INTERES- fícios (ITED), no caso das cablagens nossa marca, mas também é um be- um edifício equipado com material estruturadas, onde somos um parceiro da Legrand e com estas funções de SADOS EM MOSTRAR AS muitíssimo interessante para qualquer domótica, vê o seu valor aumenta- NOSSAS INOVAÇÕES E AS empresa que queira trabalhar em redes do”. VANTAGENS TÉCNICAS DA de informação. UMA VISÃO DE FUTURO UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS O CONTROLO NA DA MARCA E DO GRUPO PONTA DOS DEDOS “No próximo ano desejamos ganhar LEGRAND quota de mercado em várias áreas A Legrand, através das suas inovadoras e chegar mais perto do consumidor, soluções de domótica, oferece aos seus para que ele venha ver o que faze- clientes a possibilidade de controlar o mos e como fazemos as óptimas so- funcionamento de uma casa através de luções que temos para lhe apresen- computadores ou de telemóveis, usan- tar. Temos as portas abertas. Todas SARLAM do uma aplicação dedicada que tem as pessoas podem telefonar-nos e merecido as melhores referências. Des- visitar-nos, porque estamos muito “As soluções na área da iluminação ta forma, em tempo real, as pessoas têm interessados em mostrar as nossas contêm produtos que respeitam o a possibilidade de perceber quais é que inovações e as vantagens técnicas da ambiente e o controlo de energia, as- são as luzes que estão acesas na sua utilização de produtos da marca e do sim como sistemas inovadores que casa e ligar e desligar sistemas e apa- Grupo Legrand”, anuncia Fernando seguem de muito perto as tendên- relhos eléctricos. Esta monitorização Mendes, confiante que “apesar da cias e evoluções do mercado. A mar- aporta uma efectiva eficiência energéti- GAMA CÉLIANE crise que se vive na construção, de- ca Sarlam tem uma gama de produ- ca, a que se junta a informação actuali- vemos todos trabalhar de uma for- tos que nós pretendemos continuar zada sobre qualquer acidente ocorrido ma optimista e alegre”. a desenvolver em Portugal”. ao nível de incêndios ou inundações. “A Legrand sempre foi partidária de com equipamentos extremamente TEGUI fiáveis e de baixo custo dar a hipó- tese aos utilizadores de regularem “Na área de videoporteiros, a Tegui o nível de iluminação que têm na NA ÁREA DE VIDEO- ocupa um lugar de referência na sua casa e de não terem, por uma oferta de sistemas inovadores, apos- questão de comodidade, sempre as PORTEIROS, A TEGUI OCUPA tando na contínua diversificação de luzes a consumirem o máximo. Com UM LUGAR DE REFERÊNCIA funções. Todas estas marcas têm uma programação extremamente NA OFERTA DE SISTEMAS produtos de referência que estamos simples, o Grupo Legrand consegue muito interessados em dar a conhe- que numa casa as estruturas ligadas INOVADORES, APOSTANDO cer ao consumidor. Quando as pesso- - luzes e equipamentos - sejam abso- NA CONTÍNUA DIVERSIFICA- as vão adquirir materiais eléctricos lutamente as necessárias, tendo em ÇÃO DE FUNÇÕES para as suas casas ou para a área do consideração os cenários escolhidos terciário, queremos que escolham pelos utilizadores”, refere Fernando sempre produtos do Grupo Legrand”, Mendes.
  • 4. SARAIVA & ASSOCIADOS “NÃO TENHO PRESSA DE FAZER O ÚNICO, SE TENHO PRESSA DE FAZER BEM” Vista aérea do projecto de implantação do resort Royal Óbidos Miguel Saraiva, arquitecto que nem sempre quis seguir a profissão, que foi inscrito na faculdade pela mãe e que viveu desamores pelo ‘es- tado da Arte’ que quase o fizeram desistir, é o visionário de um dos mais vanguardistas ‘ateliers’ de Arquitectura do nosso país, fundado em 1996 e galardoado com o Prémio PME Excelência em 2009. lançaram as bases para a internaciona- tação, serviços/escritórios e hospitais «Em certos momentos, os homens são donos lização. “Só em finais de 2006 e início públicos”, revela Miguel Saraiva. dos seus próprios destinos» de 2007 é que começamos a conse- Consciente de que “um ‘atelier’ destes só guir ter alguma penetração, através se monta com pessoas diferentes – pes- William Shakespeare do nosso trabalho, nos mercados ex- soas que se complementam, na dedi- ternos. Temos vindo a projectar para cação, na qualidade e no empenho que U m dia, no final do secundário, Mi- Nos 14 anos que entretanto passaram, países menos desenvolvidos do que o põem no trabalho, há também por isso guel Saraiva rumou a Macau para “temos vindo a aportar conhecimen- nosso, onde a nossa dedicação tem de uma grande entrega na escolha das pes- passar férias durante um mês. tos de especialistas de todas as áreas ser maior, porque os níveis culturais, soas que integram a equipa e que comi- Na verdade, confessa que teria lá passado essenciais ao negócio, de forma a capi- de exigência conceptual e técnicos go desenham a vida”. O arquitecto de 41 o resto dos dias, mas a mãe inscreveu-o talizar o nosso produto que é, exclusi- são muito mais baixos. Há um esforço anos surpreende-se a cada dia que pas- em Portugal no curso de Arquitectura e a vamente, a Arquitectura”, revela Miguel brutal da nossa parte em manter os sa porque, como diz, “a Arquitectura é sua vida mudou. Quando acabou os estu- Saraiva. Dando voz a uma paixão arreba- índices de qualidade a que estamos uma profissão de ‘velhos’, uma carac- dos, desencantado com a falta de respeito tadora, o arquitecto confessa que se en- habituados. Temos uma afectação terística das profissões liberais. Estou reinante entre colegas dos gabinetes de volveu de tal forma com a arte que “hoje brutal em fase de obra, sempre com a montar a minha carreira degrau a arquitectura por onde passou, enveredou era quase impossível e inimaginável o objectivo de que ela se torne uma degrau. Não tenho pressa de fazer o pela carreira de ‘chauffeur’ de uma em- fazer outra actividade. Vivo para isto. referência, nos seus vários níveis, seja único, se tenho pressa é de fazer bem. presa de serviços durante um ano e meio. É algo de muito exigente que acarreta reconhecida como tal e se distancie Não tenho urgência em ser conhecido, Um dia, o patrão disse-lhe que não podia inevitavelmente algum desgaste. Mas da concorrência local”, revela Miguel tenho vontade de fazer o útil e fazê-lo ter um arquitecto naquelas funções e su- não me canso, todos os dias de manhã Saraiva. bem”. É com tranquilidade que afirma: geriu-lhe que fosse a uma entrevista a um sinto que vou fazer melhor, que vou Hoje, passados sete anos, a partir da em- “Vamos crescendo de dia para dia. Se ‘atelier’ de uma pessoa amiga. Rejeitou, ser melhor profissional e que vou evo- presa-mãe em Lisboa, onde trabalham a minha melhor obra surgir aos 70 ouviu um “estás despedido” e reconside- luir conceptualmente, passo-a-passo, 60 colaboradores, a Saraiva & Associa- anos, resultará do caminho que per- rou, voltando à Arquitectura contrariado. de uma forma muito consistente, com dos aporta duas fortes componentes de corri, e sentir-me-ei sempre realizado Três anos bastaram para interiorizar o os arquitectos com quem trabalho. desenvolvimento de trabalho nos mer- pelo percurso que fiz”. seu destino e abrir o seu próprio gabine- Manter a qualidade do trabalho numa cados externos: a Internacionalização, te, em 1996. “Comecei a trabalhar com organização com a estrutura desta é com a abertura de gabinetes próprios em um colega arquitecto num pequeno abdicar de tudo, em prol da Arquitec- determinados países estratégicos e a Ex- PROJECTOS EMBLEMÁTICOS gabinete que tem vindo a crescer de tura, algo que faço motivado e com a portação de Conhecimento. 60 por cento OBRAS PÚBLICAS uma forma sustentada, suportado por sensação de estar a cumprir o meu da actividade da empresa está centrada :: Campus de Justiça do Porto uma parte conceptual forte, agregada dever”. no estrangeiro, com representações na :: Hospital de Loures a uma componente técnica de qua- Sob o signo da inovação, a Saraiva & As- Guiné Equatorial, na Argélia e no Bra- lidade, reconhecida pelos clientes e sociados entrou em 2003 para uma ‘ne- sil, que mobilizam 15 colaboradores. TURISMO acompanhada por um cumprimento twork’ europeia de nove gabinetes de “Tenho vindo a desenvolver a minha :: Royal Óbidos (Resort desenvolvido pelo contratual escrupuloso”, evoca Miguel arquitectos, sobretudo nórdicos – suecos, actividade profissional consoante a Grupo MSF/Turim) Saraiva, recordando que a estrutura do finlandeses, irlandeses, franceses e bel- encomenda, privada e pública, com :: Alqueva (Imoholding) ‘atelier’ empresa se inspira no modelo gas – e marcados por uma forte estrutura uma vantagem que é a procura de no- ESTRANGEIRO das multinacionais publicitárias que são e organização. “Aprendemos imenso, vos caminhos. Hoje em dia temos uma :: Complexos residenciais e de serviços altamente criativas e organizadas, onde em termos conceptuais e técnicos, no forte componente na área do planea- - São Petersburgo (Rússia) não faltam sequer as maçãs verdes na seguimento de trabalhos que desen- mento, que é um desafio enorme e de :: Complexo de edifícios - Oran fruteira da recepção, bem ao estilo da volvemos em conjunto”, recorda Miguel grande responsabilidade, assim como (200.000 m2 - Argélia) Leo Burnett. Saraiva, regressando ao ano em que se na área dos edifícios, ao nível de habi-
  • 5. SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DEPOSITIVO 42 COORDENAÇÃO NACIONAL PARA AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES CONTROLO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL: UMA MISSÃO POSSÍVEL As doenças cardiovasculares, onde se englobam o Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), consti- tuem a primeira causa de morte em Portugal. O AVC é prevalente e incapacita duas vezes mais pessoas, mas ambas são potencia- das pela Hipertensão Arterial. Estivemos a falar destas e de outras questões sensíveis com Mário Espiga de Macedo, cardiologista que integra a Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovas- culares, no seio do Alto Comissariado da Saúde. Mário Espiga de Macedo. Neste sentido, pressão a que o sangue corre dentro o cardiologista adverte que a população das artérias. Com a idade, as artérias negra, nativa, está mais propensa a de- ficam menos elásticas e mais rígidas, senvolver a doença, porque tem, fisiologi- com a arteriosclerose que se vai de- camente, uma maior sensibilidade ao sal. senvolvendo, o que, só por si, leva ao Os seus sistemas reguladores têm maior aumento da pressão arterial”. sensibilidade ao sal e por isso “quando As chamadas causas secundárias de hi- os negros chegam à civilização e come- pertensão, por exemplo uma doença que çam a ingerir mais sal, desenvolvem origine hipertensão, representam menos rapidamente hipertensão arterial”, de cinco por cento de incidência da po- concretiza Mário Espiga de Macedo pulação. “São situações relativamente pouco frequentes”, segundo o cardiolo- CAUSAS DA HIPERTENSÃO ARTE- gista, que revela que mesmo a parte ge- RIAL nética é ínfima e não tem quase nenhum significado do ponto de vista populacio- O sal é um dos maiores inimigos da Hiper- nal (representa menos de 0,01 por cen- tensão Arterial e as pessoas não se devem to). “Devemos intervir é nas grandes esquecer de que quase todos os alimen- massas populacionais. Está provado tos condicionados contêm uma grande que se eu descobrir uma hipertensão dose de sal que contribui para a sua con- secundária num indivíduo, posso fa- servação. “Numa situação normal, de- zer um tratamento que pode ser cura- vemos ingerir apenas seis gramas de tivo ou controlar bem a hipertensão. sal por dia, o equivalente a uma colher No entanto, se baixar dois milímetros Mário Espiga de Macedo, Cardiologista de chá, mas se fizermos a experiência de Pressão Arterial Sistólica (‘a máxi- de reduzir o consumo no dia-a-dia, A Hipertensão Arterial é considera- Coronária e da Via Verde do AVC, baseada substituindo-o por ervas aromáticas da por dados recentes da Organi- na missão estratégica de travar o princi- e outros condimentos, a certa altura zação Mundial da Saúde (OMS) o pal factor de mortalidade patológica do habituamo-nos e até a comida normal principal factor de risco mundial das Do- nosso país. já nos sabe a salgada”, explica Mário Es- É FUNDAMENTAL enças Cardiovasculares, que deixaram de “Os hábitos de vida ocidentalizados, piga de Macedo. ser doenças do mundo ocidental e passa- associados a um fenómeno de tenden- Se é certo que a Hipertensão Arterial tem ALERTAR AS PESSOAS ram a ser enfermidades de todo o mundo te sedentarização, têm-se propagado causas flagrantes a montante - o já refe- ACERCA DOS RISCOS DA globalizado. Análises da OMS têm eviden- muito rapidamente e, deste modo, as rido consumo de sal, assim como a obe- HIPERTENSÃO ARTERIAL ciado o seu significativo alastramento ao populações de todo o mundo que até sidade, a falta de exercício físico e o ex- Sudeste Asiático e ao continente africano, agora viviam em zonas remotas, têm cesso de álcool, também a condicionam. E ESTE É UM DESÍGNIO especialmente na região Subsariana, ti- vindo a aproximar-se dos grandes O cardiologista identifica que “há uma QUE NUNCA SE ES- picamente menos desenvolvida, configu- centros, começando não só a ingerir tendência natural de a pressão arte- GOTA EM NENHUM ANO, rando um problema de Saúde Publica que alimentos condicionados (pré-confec- rial subir com a idade. Se a prevalên- urge combater. cionados, congelados, conservados ou cia da Hipertensão aos 30 anos é de 20 PORQUE HÁ SEMPRE Em Portugal, a Coordenação Nacio- preparados em série) e por isso com por cento, ou até menos, sabemos que NOVOS DOENTES QUE nal para as Doenças Cardiovasculares mais teor de sal, mas também maiores a partir dos 55 anos mais de 65 por (CNDCV) tem, para além da Hipertensão doses de bebidas alcoólicas, o que po- cento da população vai ser hiperten- APARECEM Arterial, a responsabilidade da Via Verde tencia a Hipertensão Arterial”, explica sa. Isto porquê? A pressão arterial é a
  • 6. ma’) na população de Portugal, reduzo por outro, pressionar os médicos para fa- tes de perto. Discutimos cada vez mais a probabilidade do Acidente Vascular A PRESSÃO ARTERIAL NORMAL zer o diagnóstico e depois tratar e vigiar o o contrato de tratamento, assumindo Cerebral em cerca de dez por cento”, tratamento. “Cada vez mais esta noção um compromisso de colaboração en- Medida em Milímetros de Mercúrio refere Mário Espiga de Macedo, concreti- existe. Não chega vir à consulta, pres- tre o médico e o doente”, acrescenta. (mmHg), desde os tempos dos esfigmo- zando que “muitos indivíduos que estão manómetros manuais (aparelhos de me- crever um medicamento e aguardar Em Portugal cerca de 25 por cento dos hi- no limiar da doença, podem sair dessa dição), a Pressão Arterial (P .A.) tem dois uma consulta seguinte no espaço de pertensos estão controlados nos centros condição”, com esta intervenção. conceitos muito importantes – a P Sistó- .A. seis meses ou um ano. Nós sabemos, de saúde. Já no Canadá, o melhor exemplo lica (a dita ‘máxima’) e a P Diastólica (a .A. porque está feito o estudo, que todo o mundial no controlo da Hipertensão Ar- A HIPERTENSÃO ARTERIAL ‘mínima’). A Pressão Arterial deve situar- hipertenso, assim como doentes com terial, cerca de 70 por cento dos pacientes se nos 140 mm-90 mm (“14-9”), para toda NO PERÍODO DA GESTAÇÃO outras patologias, ao fim de um ano, estão nessa condição, o que é visto como a população, com excepção das crianças mais de 50 por cento já abandonou o um caminho a trilhar: “É fundamental e jovens abaixo da puberdade, onde vul- É uma situação anormal, mas bastante garmente é aceite uma P de 100 mm-70 .A. tratamento. Quando eu digo tratar e alertar as pessoas acerca dos riscos frequente nos últimos três meses antes mm ou 80 mm (“10-7” ou “10-8”). Não há vigiar o tratamento, cada vez é mais da Hipertensão Arterial e este é um do parto, que não condiciona que o bebé uma tabela fixa para as crianças, porque importante, do ponto de vista estraté- desígnio que nunca se esgota em ne- esteja mais propenso a desenvolver Hi- nesta faixa o seu peso é muito variável. O gico, que o médico deixe de ser o único nhum ano, porque há sempre novos pertensão Arterial no futuro. É uma situ- desenvolvimento físico conta mais do que operacional responsável pelo trata- doentes que aparecem. Cada vez mais ação que, segundo Mário Espiga de Mace- a idade. mento da Hipertensão Arterial”, reve- encorajamos os doentes hipertensos, do, obriga a uma vigilância mais apertada la Mário Espiga de Macedo. “Vamos co- a terem um aparelho para medir e re- e que muitas vezes se resolve apenas com meçar a ter cada vez mais enfermeiros, gistar a Pressão Arterial diariamente dieta e repouso, sem recurso a medica- “Se o nosso circular a 150 mm-95mm, mais assistentes sociais e voluntários, em casa. Já quem não padece desta mentos. Depois do parto a criança não em vez circular a 110 mm-80 mm, por numa perspectiva de proximidade doença pode medir uma a duas vezes tem um risco mais elevado, mas a mãe, exemplo, as artérias estão “forçadas”, que vai permitir acompanhar os doen- por ano”. essa, tem uma probabilidade maior de no assim como o coração, os rins e todos futuro vir a ser hipertensa. Faz parte das os orgãos em geral. Como reacção a regras vigiar a pressão arterial de uma este aumento da tensão, as artérias do grávida, durante toda a gravidez e princi- organismo vão hipertrofiar, aumen- palmente no último trimestre da mesma. tando a pressão no seu interior, fazen- do subir a pressão arterial”, adverte o A HIPERTENSÃO GERA cardiologista. A pressão ideal deve ser in- HIPERTENSÃO ferior a 140/90 mmHg, salvaguardando que “somos um pouco mais tolerantes “Se um indivíduo for hipertenso e ig- para as pessoas de muita idade, por- norar a sua doença, a sua pressão ar- que nessas temos que ter cuidado para terial vai subir mais e ser mais grave não baixar demais a tensão. Como as do que noutro indivíduo”, alerta Mário artérias estão mais rígidas, depois não Espiga de Macedo, exemplificando que têm força para fazer subir a tensão se se tivermos uma câmara-de-ar elástica, ela baixar muito, podendo ocorrer um com uma determinada pressão de água desmaio”. no seu interior, ao aumentar essa pressão A estratégia populacional para a Hiper- a câmara dilata, mas a tendência é para tensão Arterial, levada a cabo pela Coor- as paredes contrariarem este fenómeno. denação Nacional para as Doenças Car- Em tudo semelhante ao que se passa nas diovasculares é, por um lado, fazer com nossas artérias. que a população conheça a situação e,
  • 7. SEGUROS PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA|DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 62 7.º CONGRESSO NACIONAL DOS CORRETORES E AGENTES DE SEGUROS “JUSTO VALOR NOS SEGUROS” - CENTRO DE REUNIÕES DA FIL - 15 E 16 DE OUTUBRO DE 2010 NA DEMANDA DE REFERENCIAIS DE NEGÓCIO Fotografias: Fernando Piçarra Talvez em nenhum outro momento, como o da actual conjuntura económico-finan- ceira, tenha feito tanto sentido equacionar os pressupostos da criação e gestão de mais- valias no sector segurador. Foi justamente o lema “ Justo Valor nos Seguros” que ser- viu de mote à realização do 7.º Congresso Nacional dos Corretores e Agentes de Se- guros, evento que decorreu no Centro de Reuniões da Feira Internacional de Lisboa (FIL), nos passados dias 15 e 16 de Outubro de 2010, sob organização da APROSE - Associação Portuguesa dos Produtores Profissionais de Seguros. António Vilela, Presidente da APROSE A “Rentabilidade da Actividade dente do ‘Consejo General de los Colegios Seguradora”, a nível nacional de Mediadores de Seguros’ de Espanha, e internacional, a “Formação entidade com a qual a APROSE, na figura do Preço nos Seguros”, quer na visão do seu presidente, António Vilela, havia QUANDO SE FALA NO JUSTO VALOR E NA FORMAÇÃO das seguradoras, quer na dos seus princi- assinado um protocolo internacional DO PREÇO DO PRODUTO FINAL, NO FUNDO O QUE SE pais prestadores de serviços, bem como a de cooperação, no dia 14 de Outubro de “Quantificação do Risco de Subscrição 2010, por ocasião do I Fórum Ibérico dos PRETENDE É DISCUTIR TODO O SECTOR SEGURADOR, Face ao Enfoque da Solvência II”, no que Seguros. NUMA PERSPECTIVA DE PENSAR O QUE É QUE SE PODE concerne às directivas comunitárias de FAZER NESTE CENÁRIO DE CRISE QUE CONTINUAMOS índole financeira e estratégica que se co- CONCLUSÕES locam ao exercício da actividade segura- QUE ABREM CAMINHOS A VIVER E QUE NOS TEM AFECTADO FORTEMENTE dora, foram alguns dos temas discutidos. A percepção do “Justo Valor nos Seguros”, No epílogo do 7.º Congresso Nacional dos segundo a Visão da Mediação de Seguros Corretores e Agentes de Seguros, dedica- Espanhola, contou com a intervenção de do ao debate em torno do “Justo Valor que nos tem afectado fortemente”. e à pressão concorrencial, entre outros José María Campadabal Castellví, Presi- nos Seguros”, António Vilela, presidente Consciente de que o sector está a passar factores que têm levado a uma perda de da Associação Portuguesa dos Produto- um momento crítico, António Vilela de- facturação por parte das seguradoras, evi- res Profissionais de Seguros, considera fende que “as seguradoras não podem denciam a necessidade de ajustamentos que “nesta fase da economia em geral ter margens retidas, porque amanhã estratégicos em diversos ramos. O ramo A CONCORRÊNCIA É SAU- e do sector segurador em particular, o põem em causa a sua capacidade de automóvel e o de acidentes de trabalho grande mérito da APROSE foi juntar, responder perante os riscos que a são os mais críticos, por serem aqueles DÁVEL EM CENÁRIO DE ES- no mesmo evento, quase todos os ope- Economia lhes transfere para gerir”. onde se verifica alguma insuficiência TABILIDADE, MAS QUANDO radores sectoriais, a montante e a ju- Realçando que a devolução de resultados de prémio. “Temos de ser capazes de sante, a discutir a realidade que hoje à Economia decorre de um dever efecti- transmitir esta realidade aos consu- ANDA PRÓXIMA DA SO- se vive”, acrescentando que “quando se vo, o presidente da APROSE adverte que midores, mesmo estando a viver numa BREVIVÊNCIA, PROVAVEL- fala no justo valor e na formação do “o sector segurador tem de reservar altura de crise, onde os aumentos são MENTE JÁ NÃO O É DE UMA preço do produto final, no fundo o que uma margem para os seus accionistas, dificilmente compreendidos. Tem de se pretende é discutir todo o sector se- porque as seguradoras não são asso- haver ligeiras correcções e não quer FORMA TÃO CLARA gurador, numa perspectiva de pensar ciações de beneficência”. dizer que tenham de ser os particu- o que é que se pode fazer neste cená- A estagnação e perda da matéria segu- lares a pagar a factura. As correcções rio de crise que continuamos a viver e rável, associadas à falta de investimento têm de ser transversais, encontrando
  • 8. um ponto de equilíbrio saudável para que encontram resposta transferindo “Temos de continuar a trabalhar no cliente. É preciso manter esta chama o sector”, defende António Vilela, estando a responsabilidade para uma segura- mesmo ambiente de cooperação e de viva e de certeza absoluta que vamos ciente de que “a arte passa pela melho- dora e os que cuja solução não passa abertura assumido no congresso, por caminhar rapidamente para o tal pon- ria do serviço de apoio ao cliente, sem por aí”. Confiante no futuro, António todas as partes envolvidas no negócio, to saudável de termos o justo valor no aumentar os custos operacionais e in- Vilela, presidente da APROSE, deseja: buscando formas de melhor servir o negócio dos seguros”. Fotografias: Fernando Piçarra Fotografias: Fernando Piçarra Mesa redonda com António Vilela, José Almaça, economista (moderador) e Pedro Seixas Vale, Presidente Fernando Nogueira, Presidente do Instituto de Seguros de Portugal e António Vilela da Associação Portuguesa de Seguradores cutindo que quem não tem valor, não tem lugar e que serviços que estão ain- da hoje a ser duplicados pela media- ção e pelas seguradoras têm de deixar de existir. Todas as gorduras que ainda subsistem no sector têm de ser quei- AS SEGURADORAS NÃO madas definitivamente, em prol do PODEM TER MARGENS RE- consumidor”. Certo de que “a concor- rência é saudável em cenário de esta- TIDAS, PORQUE AMANHÃ bilidade, mas quando anda próxima da PÕEM EM CAUSA A SUA sobrevivência, provavelmente já não o CAPACIDADE DE RESPON- é de uma forma tão clara”, o presidente da APROSE assume uma posição pragmá- DER PERANTE OS RISCOS tica: “Nós, os mediadores de seguros, QUE A ECONOMIA LHES somos os profissionais do sector que TRANSFERE PARA GERIR todos os dias são colocados à prova. Temos de evoluir e ser cada vez mais eficazes para todos os consumidores, José Maria Campadabal, António Vilela e Manuel G. Sánchez como gestores de riscos, sabendo os
  • 9. SEGUROS PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA|DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 70 ANDRÉ ABREU – MEDIAÇÃO DE SEGUROS, LDA. “A VALORIZAÇÃO DO MEU DESEMPENHO É O QUE ME DÁ FORÇA” A caminho dos 20 anos de carreira profissional e detentor de uma vasta experiência na mediação de seguros, que culminou com a criação da sua própria empresa em 2005, na cidade da Lixa, André Abreu herdou do pai a paixão pelo ramo, tendo construído sob a sua visão uma carteira própria de que muito se orgulha. T udo começou quando, em também tenhamos alguns clientes 1991, entrou para a compa- empresariais. Cremos que a nossa nhia de seguros Zurich, onde relação com os clientes é muito im- trabalhou durante cerca de dez anos. portante, porque somos efectiva- Primeiro, como gestor de cliente e de- mente o elo de ligação entre estes e pois como gestor de negócios. Desde as seguradoras”, indica André Abreu, então André Abreu não mais parou. referindo que este posicionamento Na empresa homónima que criou há se traduz numa mais valia.” cinco anos, comercializa todo o tipo Na base da insuficiência de prémio dos de seguros, tanto do ramo vida como seguros do ramo automóvel e aciden- do ramo não-vida, em articulação com tes de trabalho, integrantes do ramo esta seguradora, e mais tarde, com a não vida, onde há um rácio de sinis- expansão da sua carteira, colaborando tralidade mais incidente, o mediador também com a Tranquilidade e a Li- defende que tem de se proceder a um berty Seguros, entre outras. ajuste dos preços, revendo-os em alta, “A nossa carteira é mais forte no “embora esse procedimento deva ramo não-vida, mais centralizada ser feito de uma forma gradual e nos clientes particulares, embora muito cuidada, pois o cliente actual André Abreu, Sócio-gerente não reage bem a mudanças bruscas mediador, diz André Abreu que “deve do valor de uma anuidade”. Nesta li- considerar-se o potencial dos clien- nha, André Abreu considera importan- tes em carteira, aferindo as necessi- te a retenção dos clientes em carteira, dades dos próprios, equipando-os porque são “aqueles que, estando à sua medida, uma vez que há cada fidelizados, e sendo rentáveis, se vez mais a necessidade de os tornar traduzem numa valorização desta clientes totais”. actividade”. Neste sentido, e dada a actual con- As novas regras da Solvência II, ditadas juntura, umas das oportunidades de pela União Europeia para a harmoniza- negócio que se afigura é o da comer- ção financeira do mercado segurador, cialização de produtos de investimen- em constante mutação, vão originar, to com capitalização: “As crises do segundo André Abreu, “uma maior sector bancário levaram a que as rigor no sector, obrigando as segu- pessoas tivessem procurado alter- radoras a ter de ajustar a sua forma nativas para investir o seu dinheiro, de se posicionar no mercado”. com maior segurança. Neste campo, Dados os níveis de exigência cada vez as seguradoras têm uma supervisão maiores, e tendo como principal pre- muito apertada por parte do Insti- ocupação a satisfação das necessida- tuto de Seguros de Portugal e pen- des do cliente, cada vez mais exigente, so que serão uma escolha acertada refere André Abreu que “é de vital para os consumidores. Nota-se já importância a utilização de meios uma grande transferência de fun- tecnológicos”, a fim de agilizar o pro- dos do sector bancário para o sector cessos de gestão da carteira. segurador”. O factor de proximidade com os clien- A terminar, diz André Abreu: “No tes é determinante, refere André próximo ano, gostaría de alargar o Abreu, pois há situações que o cliente volume de negócios, reforçando a não domina no contexto dos seguros, actual quota de mercado”. A valori- e em que os conhecimentos de um zação do meu desempenho é o que profissional, facilitam as escolhas ade- me dá força e alento para me expan- quadas e a resolução de situações mais dir e prestar um serviço cada vez complexas. melhor aos clientes, sempre aliado Quando se fala no crescimento de um à incontornável ética.
  • 10. TERMISO NA VANGUARDA DOS ISOLAMENTOS INDUSTRIAIS DE EXCELÊNCIA Dedicada desde 1983 aos isolamentos e instalações especiais, em ambiente industrial, a Termiso é hoje uma das empresas portuguesas de referência no sector, com créditos igualmente firmados no estrangeiro. Os irmãos Vítor Palhota, director-geral e Fernando Palhota, gerente, contam-nos a História desta competitiva empresa que conquistou os prémios de PME Líder em 2008 e o de PME Excelência em 2009. demais áreas conexas. A Termiso é, igualmen- RADIOGRAFIA DA TERMISO te, a única empresa, de entre todas as congéne- res do ramo a operar em Portugal, que pode Ano de fundação: 1983 realizar o mais elevado valor de obra, tal como NIPC: 501401563 está averbado no Alvará de Construção emi- Capital Social: 374.098,42 Euros tido pelo INCI – Instituto da Construção e do Actividade principal: Comércio e Indústria de Isolamentos Imobiliário. A empresa conta com 15 colabo- Volume de negócios: 10.415.739,00 € radores efectivos, no escritório, e cerca de 150 N.º de colaboradores: 171 (Incluindo mão- trabalhadores que operam em Portugal, Espa- de-obra de cedência) nha, Bélgica, Holanda e Angola, assegurando, Director-Geral: Vítor Manuel das Neves Pa- sazonalmente, uma importante plataforma lhota de contratação de mão-de-obra temporária, Gerente: Fernando Luís Das Neves Palhota mobilizada para as grandes obras. Fernando Director Financeiro: Clara Maria Filipe Fer- reira Palhota, gerente, aponta a certificação de qua- Director Comercial: José Alberto Ferreira lidade pelas normas NP EN ISO 9001:2000 Moura Gonçalves e a certificação em SCC, que define as regras Mercados onde actua: Portugal, Espanha, Vítor Palhota, Director-Geral e Fernando Palhota, Gerente de segurança, saúde e ambiente a aplicar no Holanda, Bélgica, Angola domínio da subcontratação, como marcos de- Representações e marcas: T udo começou em 1983 quando Vítor A Termiso intervém em todo o tipo de empre- terminantes na gestão da empresa. O gerente Phoenix GmbH (Alemanha) Palhota saiu da firma Wandschneider endimentos industriais que exijam isolamento congratula-se ainda pelo facto de a Termiso ser BSW GmbH (Alemanha) & Cia Lda., onde, como sócio, havia contra o frio ou calor, aportando competências uma empresa ambientalmente sustentável – o Isover (Espanha) conquistado uma experiência profissional de no sector do AVAC (Aquecimento, Ventilação e edifício-sede, na Pontinha, é auto-suficiente em doze anos na área dos isolamentos. O desíg- Ar Condicionado), em instalações frigoríficas e termos energéticos e chega a produzir electri- ameaça é a das peças que já vêm montadas nio do empreendedorismo cumpriu-se e a cidade excedente que é vendida e distribuída da China”, o que origina custos irrealistas, já Termiso viria a nascer nesse mesmo ano. “Co- para a rede externa. que substancialmente inferiores aos da média ALGUNS PROJECTOS meçámos a trabalhar nas grandes centrais DESENVOLVIDOS A Termiso realiza todas as manutenções do do mercado. termoeléctricas que eram, à época, os pro- Grupo EDP – Energias de Portugal, ao nível das José Gonçalves interveio quando a nossa en- jectos de maior envergadura em Portugal. Centrais de Energia, Indústria Naval, Cimen- suas centrais termoeléctricas. Na Central Ter- trevista estava prestes a terminar, com uma Na Central Termoeléctrica de Sines cada teira, Petroquímica, Celuloses, Indústria Ali- moeléctrica de Sines, por exemplo, tem vindo mensagem de projecção comercial. Partindo obra comportava quatro adjudicações. Ga- mentar, Construção e Transportes a trabalhar em instalações ligadas à melhoria do princípio de que o mercado nacional come- E.D.P . nhei duas adjudicações no Grupo 1, ainda da qualidade do ar expelido, que recorrem a ça a ser muito pequeno, afirma que “a ideia é Tejo Energia pela empresa ‘Wandschneider & Cia Lda’, processos de dessulfuração (remoção de en- tentar expandir ainda mais as actividades Sinecogeração (Sines – Central de Ciclo e depois, já como Termiso, ganhámos uma Combinado) xofre) e de desnitrificação do ar (NOX), método da empresa e arranjar sempre uma pers- adjudicação no Grupo 2, duas no Grupo 3 e Grupo Jerónimo Martins (Área Alimentar) utilizado para que o nitrogénio [azoto] volte à pectiva futura de olhar para fora, porque três no Grupo 4. Permanecemos há cerca FIMA atmosfera sob a forma de gás quase inerte. as ambições são grandes”. Este é, igualmen- de vinte e seis anos em Sines”, evoca Vítor Petrogal Na actual conjuntura, Vítor Palhota, director- te, um desígnio de Vítor Palhota, director-geral, Palhota. O director-geral da Termiso revela a Reparação Naval (Holanda) geral da Termiso, mostra-se algo apreensivo que se mostra confiante na evolução da activi- fórmula do sucesso: “Crescemos sustenta- Dolce Vita Tejo pela deformação de preços protagonizada por dade da Termiso: “Esperamos durante este Cimpor (Alhandra) damente à medida das necessidades dos algumas empresas estrangeiras que subem- e o próximo ano intervir na expansão da Semapa ( Outão / Pataias /Maceira) nossos clientes e dos projectos que fomos Biovegetal preitam em Portugal. “Não temos no nosso Refinaria da Petrogal de Sines, na constru- ganhando, nomeadamente ao nível da Iberol país empresas de engenharia que possam ção da nova fábrica de diesel, assumindo grande obra, onde tivemos a felicidade de IKEA - Loures (AVAC) fazer projectos de grande dimensão nesta novos desafios quer em Portugal, quer no entrar desde muito cedo”. área”, lamenta, assegurando que “uma outra estrangeiro”.
  • 11. PME´S DE DE MOBILIÁRIO | POSITIVO INDÚSTRIA EXCELÊNCIA | PAÍS PAÍS POSITIVO 108 VIA DIRECTA “NÓS NÃO GERIMOS ENCOMENDAS, GERIMOS INFORMAÇÃO” Um serviço de excelência a preço competitivo, com uma forte componente de personalização e acompa- nhamento dedicado em qualquer fase do processo é o que pode esperar da Via Directa, uma empresa espe- cializada em serviços de distribuição e estafetagem que granjeou o estatuto de PME Excelência em 2009. tudo ter corrido muito bem. A desejada as solicitações e incidências inerentes cebido ao final do dia está pronto a ser inovação materializou-se num conjunto às operações. entregue na manhã do dia seguinte, em de serviços que não existiam no merca- “Nós estamos muito à frente em ter- qualquer ‘hub’ de Portugal Continental. do de forma integrada - o atendimento mos tecnológicos. Devido à inovação “O nosso SLA não é de 24 horas, mas personalizado, o acompanhamento do que criámos, lançámos a ferramenta sim tomando a referência da noite. serviço desde que é solicitado até à sua que faltava a este mercado, priman- Fazemos ‘cross-docking’, com toda entrega, a conectividade com sistemas do em termos de excelência e volu- a logística centralizada. Quando en- informáticos desenhados à medida e o me operacional”, refere Ana Salguei- viamos para os ‘hubs’, a informação ‘track & trace’ em tempo real. ro, assegurando que a Via Directa está já vai toda tratada, quase em tem- “Tivemos um grande sucesso logo presente em todo o território nacional, po real, para agilizar a expedição. nos primeiros anos e a partir daí a através de ‘hubs’ em todas as capitais Costumo dizer que nós não gerimos Via Directa, na vanguarda da logística nossa função tem sido inovar e estar encomendas, gerimos informação”, sempre na linha da frente, indo sem- assinala Ana Salgueiro, acrescentan- C orria o ano de 1993 e Ana Sal- pre ao encontro das necessidades do: “É esta inovação faz com que te- gueiro havia terminado o curso reais de cada cliente, com um serviço nhamos um serviço de excelência a de Marketing. Depois de muitos ‘chave na mão’. O foco na componen- TIVEMOS UM GRANDE preços competitivos, prestado com estágios em agências de publicidade e te organizacional é determinante, rapidez e segurança. Queremos que departamentos de comunicação de vá- porque ao nível interno dos nossos SUCESSO LOGO NOS os nossos estafetas sejam um au- rias empresas multinacionais, onde se clientes existem sensibilidades dife- PRIMEIROS ANOS E A têntico serviço de apoio ao cliente, solicitava muito serviço de estafetas, o rentes”, garante Ana Salgueiro, apon- PARTIR DAÍ A NOSSA FUN- garantindo o sucesso na entrega e a espírito empreendedor e o desejo de tando a Vodafone, a TMN, a Portugal satisfação do consumidor final”. criar um projecto próprio na área, que Telecom (PT) e a PT PRO como alguns ÇÃO TEM SIDO INOVAR E Questionada sobre novos projectos primasse pela inovação, foi só o começo dos principais parceiros de negócio. ESTAR SEMPRE NA LINHA a desenvolver, Ana Salgueiro revelou de uma aventura de sucesso. Juntou-se Os serviços da Via Directa comportam DA FRENTE que neste momento se abrem para a com dois colegas e com a irmã, Carla uma adaptação a cada utilizador ou a Via Directa boas perspectivas de inter- Lopes, pediram dinheiro a familiares, cada produto, assente na personaliza- nacionalização: “Estamos na altura venderam os carros, socorreram-se ção de sistemas e processos e na oferta certa para apostar no mercado es- das mesadas e criaram a Via Directa. de ferramentas de trabalho, que vão panhol”, anuncia Ana Salgueiro, rema- “Na base do cunho da realidade do desde a requisição do serviço à análise de distrito. A operacionalidade é garan- tando, a finalizar, que deseja “conti- mercado, tentámos criar um servi- da ‘performance’ de toda a operação. A tida por uma base directa e indirecta nuar a estudar as necessidades e as ço com mais-valias, tendo realizado Via Directa disponibiliza aos seus clien- de 250 colaboradores e por uma frota tendências do mercado e permane- previamente um estudo qualitativo tes serviços de logística virtual e de própria e exclusiva. cer na vanguarda da inovação e da e quantitativo, para saber qual é que consulta ‘online’ de processos, acessí- O B2C (Business to Consumer), ou seja, qualidade. Vale a pena trabalhar e seria a viabilidade de nos podermos vel a todos os intervenientes, através de as entregas das empresas para particu- investir, porque quando somos bons lançar nesta actividade”, recorda a codificação, para além de possuir ‘call- lares, constitui o ‘core business’ da Via e o cliente está satisfeito, o mercado gerente, congratulando-se pelo facto de centers’ próprios que tratam de todas Directa. Qualquer serviço que seja re- reconhece”.
  • 12. ACÇÃO SOCIAL | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 110 CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DE SANTA MARIA DA FEIRA “SINTO QUE NÃO ESTÁ CONVENIENTEMENTE DEFINIDO O ÂMBITO DA AUTONOMIA DAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE SOLIDARIEDADE SOCIAL” Numa entrevista marcada pela descomplexada crítica que o Padre Eleutério Pais, presidente do C.S.P de Santa Maria da Feira, lança às decisões . governamentais que ameaçam o futuro das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), eis o exemplo de uma entidade que está disposta a ir até ao fim para materializar um projecto de referência na área da educação. C ontamos com os testemunhos do anos”, lamenta Joaquim Silva Martins, numa Padre Eleutério Pais, pároco de Santa constatação partilhada pelo pároco. “Um dos Maria da Feira (S. Nicolau) e presiden- nossos desejos era, igualmente, que as te do Centro Social Paroquial local, assim como crianças que viessem a sair com dez anos, de Joaquim Silva Martins, tesoureiro da institui- no 4.º ano de escolaridade, pudessem con- ção, que nos dão a conhecer a missão educativa tinuar a usufruir das nossas instalações, do Centro, os projectos de futuro, os desafios fazendo o alargamento de actividades institucionais e a necessidade de assumir uma complementares, lúdicas e desportivas, voz activa na defesa dos interesses das IPSS. através do recurso a pais voluntários. No actual quadro, uma vez que só existe ofer- A MISSÃO EDUCATIVA ta até ao pré-escolar, as crianças saem da instituição com seis anos: Esta situação “Estamos a tentar orientar a nossa acção, faz-nos sofrer porque queremos o bem de para uma acção social no mundo das crian- todos e um projecto igualitário para todos. ças. Já não nos dedicamos há vários anos à Quando não há igualdade para conseguir área dos idosos, porque nos sentimos voca- trabalhar, os nossos projectos tornam-se cionados para a área das crianças”, começa Padre Eleutério Pais, Presidente e Joaquim Silva Martins, Tesoureiro mais difíceis”, afirma Eleutério Pais. por apresentar Eleutério Pais, assumindo o desígnio estratégico do Centro Social Paroquial cia, ofertas que são igualmente exploradas coadune com os horários fabris dos pais de OS DESAFIOS INSTITUCIONAIS de Santa Maria da Feira: “Queremos apresen- em colégios particulares e em cooperativas muitas das nossas crianças, que pensámos tar de uma forma muito vincada uma insti- de ensino, que também se inserem nesta na hipótese de um colégio e na instalação “Há uma dificuldade cada vez mais cres- tuição de competência, não só para que os dimensão do privado. Já a escola social não de um ATL. A vertente escolar abrangeria cente não só noutros pontos do país, como pais que nos confiam os seus filhos tenham pode funcionar se não tiver o apoio que o todo o 1.º Ciclo do Ensino Básico, entre o 1.º no nosso meio, que é o problema do de- serenidade, confiança, a certeza de que os Estado devia dar. Em Portugal diz-se que o e o 4.º Ano de Escolaridade”, realça Joaquim semprego, das famílias endividadas, o filhos estão bem acompanhados e orien- ensino é gratuito, mas se alguém escolher Silva Martins. “Será este o nosso projecto, o que traz uma preocupação acrescida para tados, mas também para que sintam que outra escola que não seja oficial, de facto que gostaríamos de concretizar, em pri- estas instituições que vivem de subsídios, a nossa instituição é exigente, que realiza o ensino não é gratuito. Esta é uma dificul- meira instância”, resume Eleutério Pais, pre- quer seja através da comparticipação que os projectos que elabora e que é uma mais- dade que nós temos na concretização dos sidente. o Estado concede, quer da comparticipa- valia para a comunidade. Se chegássemos nossos projectos”. O novo projecto enunciado pelo Centro Social ção das famílias. Se as famílias se sentem à conclusão que não tínhamos esta mais- Joaquim Silva Martins realça o trabalho que Paroquial de Santa Maria da Feira incidiria apertadas nos seus orçamentos familiares, valia, seria melhor fechar”. tem vindo a ser feito: “Já temos o projecto sobre a actual ala nascente do complexo da há realidades que vão ficar para segundo de ampliação concretizado, o que prevê Creche e Jardim de Infância da IPSS e compor- ou terceiro plano e, às vezes, esta decisão UM PROJECTO PARA O FUTURO garantir a evolução da nossa instituição, no taria um alargamento lateral de três pisos si- da família implica a retirada das crianças espaço envolvente das actuais instalações métricos, num total de 600 metros quadrados. da instituição e a impossibilidade de pagar A afirmação de uma instituição de referência e melhorar, nomeadamente, a actual pro- A intervenção permitiria alargar a actual cozi- a comparticipação no final do mês. É isto passa pelo avanço para um sonho antigo do dução”. O nosso entrevistado realça a impor- nha, criar novos espaços de funcionamento e que nos preocupa”, declara Eleutério Pais, as- Centro Social Paroquial de Santa Maria da Feira, tância da localização estratégica da instituição libertar outros já existentes. “Estamos com segurando que, do seu ponto de vista, ”há ain- o de criar uma escola social, “onde as crianças fora do centro da cidade de Santa Maria da essa ideia em mente, mas é uma obra mui- da um problema importante que é o facto das famílias menos favorecidas pudessem Feira, pela proximidade que apresenta em re- to cara, pelo que contamos com todos os de nós nesta dimensão de subsidiarieda- encontrar um ambiente de qualidade e um lação à maioria dos seus utentes - 56 crianças apoios. Queremos continuar com a mesma de, estarmos constantemente a ser postos ensino de referência, com oportunidades na creche e 66 crianças no pré-escolar. “Foi na velocidade e determinação, mas estamos em causa, com decisões governativas que de aprendizagem que as colocassem ao base de um alargamento de horário, que se completamente parados desde há cinco limitam as comparticipações, que criam ao nível das melhores”, deseja Eleutério Pais. lado de uma instituição outras instituições “Acontece que a passagem do projecto para que prestam um serviço paralelo, como é a obra está a ser difícil de resolver do ponto o caso dos ATL, que retiram espaço de ma- de vista das infra-estruturas e também das nobra às instituições particulares. O que eu dificuldades que o próprio Estado levanta a receio em relação ao futuro é que as deci- uma instituição como a nossa, porque este sões governativas vão esvaziando o âmbito empreendimento está fora do âmbito dos da nossa acção. A pouco e pouco as institui- protocolos”, acrescenta, elucidando que, orga- ções que não são estatais sentem-se sufo- nicamente, “há instituições de solidariedade cadas e receio que tendam a desaparecer, social que têm creches e jardins-de-infân- sobretudo por inviabilidade económica”.
  • 13. INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO ||PAÍS POSITIVO DO BACALHAU PAÍS POSITIVO 114 ASSOCIAÇÃO DOS INDUSTRIAIS DO BACALHAU “A TRADIÇÃO DO CONSUMO CONTINUA MUITO FORTE NA CULTURA GASTRONÓMICA NACIONAL” Herdeira moderna da tradição transformadora do bacalhau, o ‘fiel amigo’ dos portugueses, pescado nos mares do Norte desde a época medie- val e outrora salgado e seco aos rigores do tempo, a Associação dos Industriais do Bacalhau quer juntar o melhor da História, aos desafios de reconhecimento da qualidade de um produto que faz parte da nossa memória colectiva. Qual é a génese da Associação dos In- visão representativa de todo um sector. tradição com a modernidade? como Especialidade Tradicional Garan- dustriais do Bacalhau? Consideramos de grande importância Na realidade, a tradição do consumo tida. Este processo encontra-se no Mi- A Associação dos Industriais do Baca- para o sector o acompanhamento pró- continua muito forte na cultura gastro- nistério da Agricultura e aguardamos o lhau (AIB) foi fundada em Novembro de ximo das questões ligadas à disponibi- nómica nacional. Toda a cadeia de valor seu desenvolvimento para muito breve. 1993, em Lisboa, tendo posteriormente lidade de matéria-prima e evolução da sofreu uma evolução tremenda nas últi- Ao nível da promoção do bacalhau há já transferido a sua sede para a Gafanha sua cotação. Ainda no plano do envolvi- mas décadas. Desde os processos de fa- três anos que patrocinamos o Festival da Nazaré onde ainda se mantém. A mento com outras entidades, a integra- brico, com maiores níveis de automati- do Bacalhau que é organizado pelo Mu- AIB é uma associação de empregado- ção no Cluster do Conhecimento e da zação e o recurso a secadores artificiais nicípio de Ílhavo no mês de Agosto. Pela res cujo objectivo é a promoção e de- Economia do Mar pretende potenciar a de elevada eficiência, até aos desafios implantação que esta indústria tem no senvolvimento da actividade industrial criação de oportunidades a ser desen- que a evolução dos modelos de distri- concelho de Ílhavo consideramos este do bacalhau e a defesa e promoção dos volvidas em parceria de modo a apor- buição colocaram à indústria, passando evento uma mais-valia para a divulgação interesses empresariais do sector. Tem, tar mais-valias ao sector. As questões pela adaptação dos formatos de apre- do produto que resulta da actividade do igualmente, incumbência de represen- ligadas à informação ao consumidor sentação ao consumidor deste produto sector que representamos. Igualmente, tar os seus associados e assegurar a sua também fazem parte das preocupações obrigaram as empresas a inovar nos numa parceria com o Município de Ílha- representação nos organismos em que dos nossos associados. Por isso, a AIB seus processos e nos seus produtos. A vo, somos patrocinadores da viagem de se encontra inserida. integra o projecto da Fileira do Pescado, cultura gastronómica portuguesa e a tra- circum-navegação que o Navio Escola conjuntamente com outras associações dição associada à mesma são um activo Sagres está a realizar durante o presente Emanando de uma base empresarial, representativas desta Fileira e a Doca- com peso muito considerável no produ- ano, na perspectiva de que este produto qual é a missão da AIB no sector que pesca, a qual tem como objectivo co- to ‘turismo’. Esta associação do turismo é um ícone da gastronomia portuguesa representa e qual é o envolvimento municar os benefícios para a saúde do à gastronomia portuguesa é, sem dúvida e, por isso, é dado a conhecer durante as com entidades nacionais e interna- consumo de pescado e assegurar que os alguma, um factor de oportunidade para escalas desta viagem. cionais? produtos da pesca comercializados em este produto, o bacalhau. A apetência A AIB concentra a sua actuação nas te- Portugal provêm de pesca sustentável. crescente para o consumo de produtos Como é que perspectivam o futuro máticas que se apresentam de uma for- A Fileira do Pescado tem em curso uma tradicionais e de produtos ‘gourmet’ é do sector? ma transversal ao sector. As questões campanha cujo lema é “Pescado é saúde um outro factor de oportunidade que Apesar de vivermos tempos de grandes relacionadas com o ambiente são uma – faz bem pensar em si!” e que pode ser vem consubstanciar esta conjugação de preocupações e angústias entendemos área onde temos desenvolvido um tra- visível nos pontos de venda espalhados tradição com modernidade. que é necessário projectar o futuro balho em parceria com outras entidades pelo país, além da campanha que está numa óptica realista porém com espe- públicas e privadas visando encontrar actualmente nas rádios nacionais. Este Gostariam de realçar alguns pro- rança. A definição de uma estratégia que soluções que abrangem um número projecto contou, desde a primeira hora, jectos e eventos levados a cabo pela permita potenciar o futuro do sector é alargado de empresas associadas. Uma com o apoio do Governo Português. Associação dos Industriais de Ba- fulcral para a consolidação desta indús- outra área a que a AIB tem dado impor- calhau, no sentido de preservar a tria na economia nacional, aproveitando tância é a do incremento das relações Sendo Portugal um país com uma mística de um peixe que não sendo as oportunidades que, apesar de tudo, com organizações ligadas a toda a cadeia História riquíssima do ponto de vis- pescado nas nossas águas, é tão pró- existem. Incrementar a competitividade de valor desta actividade, nomeadamen- ta da pesca e da transformação de ximo do povo português? das empresas a par do aumento da pre- te organizações dos países de origem da bacalhau, assim como uma referên- Nesta área a AIB tem em curso uma sença nos mercados internacionais é o matéria-prima no sentido de promover cia mundial no seu consumo, de que candidatura ao reconhecimento do Ba- desafio que se coloca aos empresários e uma maior interacção e de transmitir a forma é que é possível conjugar a calhau de Cura Tradicional Portuguesa aos gestores deste sector.