O documento discute as atividades da Apoiare, uma associação portuguesa que fornece apoio a pessoas endividadas. A Apoiare oferece aconselhamento financeiro, jurídico e psicológico gratuito, além de negociar com credores em nome dos associados. A associação também realiza campanhas de educação financeira para prevenir o superendividamento.
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Nascida há dois anos pela mão de pessoas que, na altura, estavam de alguma forma já sensibilizadas para o problema do endividamento,
a Apoiare está presente em Lisboa e no Porto e tem pautado a sua actividade (em grande parte realizada em regime de voluntariado) pelo
apoio informativo, jurídico e psicológico a devedores, registando uma média de 300 pedidos de ajuda por mês. Vanda Jacob, directora-geral,
e Luísa Rodrigues, responsável pelo Departamento de Formação, são as nossas entrevistadas.
Tintas 2000, S.A
SOLUCIONANDO CRISES FINANCEIRAS PESSOAIS
Apoiare –Associação Portuguesa para Observação, Investigação e Apoio na Reeducação em Matéria de Endividamento
A
o longo da vida, as pessoas pas-
sam por circunstâncias finan-
ceiras diversas, que as levam a
não saber responder da forma mais
adequada em caso de endividamen-
to. Se há factos que resultam da falta
de planeamento, como o estabeleci-
mento de um orçamento familiar e
a definição de um limite responsável
de crédito, outros existem decorren-
tes de imprevistos, como a doença
e o desemprego. Em qualquer dos
casos, é aqui que entra em acção a
Apoiare. “Conscientes da nossa mis-
são mas reconhecendo a dificuldade
em ajudar determinadas pessoas que
recorrem aos nossos serviços, conse-
guimos, pelo menos, impulsioná-las
para a resolução de alguns problemas
que nos apresentam. Em dois anos
de actividade, temos cerca de 850
associados efectivos”, afirma Vanda
Jacob, esclarecendo que as situações
de endividamento seguem um padrão
de resolução conforme a sua profun-
didade. “Se nos defrontamos com
rendimentos tão baixos, ao nível do
Salário Mínimo Nacional, que não é
penhorável, nada acontece aos deve-
dores. Mas, na sua grande maioria, as
pessoas que nos contactam são pesso-
as de bem, que querem honrar os seus
compromissos. Neste caso, e sempre
que possível, tentamos a renegocia-
ção. De uma forma geral, podemos
negociar directamente com os cre-
dores a redução das prestações, para
que o cumprimento se possa verificar;
acordar créditos consolidados, ou, em
último caso, encaminhar as pessoas
para a via judicial, para que se possa
decretar a sua insolvência”, aponta a
directora-geral.
Como funciona
o Apoio Directo?
Quem chega pela primeira vez à
Apoiare é encaminhado para uma
primeira consulta de pré-diagnóstico,
gratuita, que visa conhecer o seu perfil
financeiro e psico-social. A Apoiare
disponibiliza um aconselhamento
permanente, integrado e isento de
custos a todos os associados. A quo-
ta anual de 35 euros permite aceder a
uma série de serviços, como a análise
do Orçamento Familiar, a avaliação
do nível de Endividamento, a defini-
ção do Plano de Recuperação Econó-
mico-Social (PRES), a Negociação
com Credores e o apoio à elaboração
do processo Judicial ou de renegocia-
ção de condições de crédito. Numa
perspectiva complementar, é proposta
a possibilidade de os associados recor-
rerem, se necessário, a consultas de
Psicologia, pagas mediante as possibi-
lidades de cada um, bem como a Gru-
pos de Ajuda Mútua, que permitem a
partilha de experiências.
A sensibilidade no tratamento das
questões de endividamento é funda-
mental na boa condução do processo,
desde a primeira hora, tanto presen-
cialmente, como por telefone, na base
da personalização do atendimento.
Vanda Jacob revela que “muitas pes-
soas contraíram créditos ao consumo
para socorrer, no curto prazo, a sua
vida pessoal e profissional, mas de-
pois não conseguiram honrar os com-
promissos” e que “é muito difícil gerir
processos enquanto o incumprimento
não se verifica de facto, uma vez que
os próprios credores não aceitam fazê-
-lo,oqueécontraproducentenaforma
de evitar o problema”, lamenta. “As
pessoas quando aqui chegam já vêm
muito traumatizadas”, refere Luísa
Rodrigues, ciente de que, além dos de-
vedoresporcréditospróprios,também
“um número alargado de fiadores foi
arrastado para situações de endivida-
mento, devido ao incumprimento do
plano de pagamentos por parte dos
respectivos titulares de créditos”. Con-
siderando ainda que, em certos casos,
o devedor não é o único responsável
pela dívida, Vanda Jacob defende que
“o credor tem de ser mais responsabi-
lizado, nomeadamente no aspecto da
definição da taxa de esforço, ou seja,
do montante máximo de crédito ajus-
tado à capacidade de cumprimento de
um indivíduo”. A vertente pedagógi-
ca, presente desde a base até ao cume
da cadeia de responsabilidade social
da Apoiare, é muito importante na
promoção das suas actividades. “Es-
tamos a tentar implementar um pla-
no de formação mais divulgado, que
inclua acções formativas, workshops;
e conferências em matéria de endivi-
damento e literacia financeira, para
além da formação interna aos nossos
associados”, revela a responsável do
Departamento de Formação, Luísa
Rodrigues. “Já estamos a oferecer gra-
tuitamente a formação a autarquias e
escolas”, afirma, reiterando que “estes
conteúdos formativos são tão perti-
nentes que é preciso, urgentemente,
dotar as pessoas de ferramentas para
saber lidar com potenciais situações
de endividamento”.
Luísa Rodrigues e Vanda Jacob
vanda.jacob@apoiare.pt
apoiare@apoiare.pt
www.apoiare.pt
www.endividamento.pt
217268684
925963369
Contactos
da APOIARE
3. >>RQ34 // ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO EM PORTUGAL
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Fundada em 2004, na cidade do Porto, por Carlos Gomes, nosso entrevistado, a Pergopi opera em toda a linha da averiguação de sinistros,
ao nível da investigação e peritagens. Indissociavelmente ligadas ao sector segurador, onde nasceram e que as moldaram durante décadas,
estas actividades exigem hoje, talvez mais do que nunca, uma harmonização de procedimentos e forma de estar dos seus agentes, aspectos
que Carlos Gomes defende, movido por um espírito crítico patente ao longo de toda a conversa.
Tintas 2000, S.A
NAS ROTAS DA INVESTIGAÇÃO CONSTANTE
Pergopi –Averiguação de Sinistros e Peritagem
C
arlos Gomes trabalhava no
departamento de gestão de
sinistros de uma compa-
nhia de seguros desde 1995, onde
despertou para o aprofundamento
das ocorrências que lhe chegavam
às mãos todos os dias. Em 2004
surgiu a oportunidade e a ideia de
formar um projecto na área das
averiguações e peritagens, tendo
estabelecido as bases da Pergopi. A
empresa exerce a actividade de ave-
riguação de sinistros automóveis e
de acidentes de trabalho, realizan-
do, numa perspectiva complemen-
tar, as peritagens que se revelarem
necessárias à investigação.
Consciente de que a imagem dos
peritos se tem vindo a degradar,
genericamente, desde os anos 80,
motivada pela falta da desejável
profissionalização técnica por par-
te de uma expressiva franja de pro-
fissionais ligados à área em causa,
muitos dos quais “quadros” das
Seguradoras, Carlos Gomes aposta
na formação e na especialização
profissional como ferramentas para
a mudança. Neste sentido, não só
ele, mas todos os colaboradores
da Pergopi são detentores de um
conjunto estruturado de distinções
e de certificados, decorrentes de
avaliação em cursos de formação e
especialização que têm frequenta-
do ao longo dos últimos anos, não
só em Portugal, mas também no
estrangeiro. “Muitas vezes, as com-
panhias de seguros não chegam a
reconhecer o nosso empenho, mas
o que nos move é acreditar que um
dia, o aperfeiçoamento, o conhe-
cimento e a distinção marquem a
diferença”, afirma, acreditando
que “as próprias seguradoras vão
ser obrigadas a reconhecer que
existem pessoas com competên-
cias, porque há iniciativas de lou-
var protagonizadas pela Câmara
Nacional de Peritos e pela APTAR
- Associação Portuguesa de Peritos
e Técnicos de Acidentologia Rodo-
viária, em prol da credibilização do
sector, ao invés de uma apatia que
se verificava até então”.
O nosso entrevistado defende que
a afirmação dos peritos se deve
pautar pelo rigor, pela técnica, pelo
conhecimento e pelo enquadra-
mento legal, à luz de uma serieda-
de percebida por todos os agentes
envolvidos, devido às grandes mu-
danças que têm sido operadas no
sector segurador, motivadas pelas
normativas legislativas europeias.
“Não me parece lógico, na minha
modesta opinião, que, assistindo-se
a este aumento de exigência que a
classe não procure caminhar sobre
solo sólido e rigoroso. O que assis-
timos muitas vezes é a uma expres-
siva quantidade de profissionais
do ramo das peritagens que não se
encontram minimamente familiari-
zados com a questão dos seguros”,
atesta, apontando um caminho
para a profissionalização: “Enten-
do que seria razoável e necessário
que qualquer pessoa que quisesse
intervir no mundo da sinistralida-
de devia passar primeiramente por
um curso de mediação de seguros
(ramo vida e não vida), seguido
de uma acção formativa específica
e intensiva em acidentologia, por
exemplo. Na óptica da aproxima-
ção à realidade profissional, devia
ter a oportunidade de cumprir um
período experimental numa entida-
de ou empresa dedicada ao ramo,
sujeitando-se, ciclicamente, a reci-
clagens de conhecimento. A forma-
ção contínua é fundamental e em
Portugal esta realidade está muito
atrás da média europeia”.
Apontando que no terreno dos aci-
dentes, existem pontos críticos que
levam ao insucesso dos processos,
nomeadamente ao nível dos ves-
tígios e das ilustrações rigorosas
do momento pós colisão (posição
final dos veículos envolvidos),
Carlos Gomes congratula-se pelas
melhorias que têm sido implemen-
tadas pelos diversos agentes, nome-
adamente técnicos e autoridades,
mas preconiza que ainda há um
longo caminho a percorrer. “No
futuro queremos solidificar o nos-
so projecto, tendo bem presente a
vertente da formação contínua e a
da crescente participação em ac-
ções de formação protagonizadas
pelos organismos representativas
do sector, que louvo e incito a fazer
a ponte com as entidades governa-
tivas”, declara Carlos Gomes, à luz
do aperfeiçoamento do conheci-
mento, da capacidade de resposta
e da qualidade do serviço prestado.
“Ciente da especificidade da nos-
sa área, considero fundamental o
respeito pela integridade, porque
ou nos movemos com profissiona-
lismo, dedicação e empenho, ou
vamos ter dias muito difíceis”, afir-
ma, lançando um desejo a finalizar:
“Deixo uma mensagem ao mundo
segurador para que desperte para
a verdadeira realidade da sinistra-
lidade, que aposte e contribua de
forma construtiva para o aperfei-
çoamento e profissionalização da
área da sinistralidade. Gostaria de
ver as seguradoras mais permeá-
veis, sensíveis e atentas ao rigor,
privilegiando a verdadeira com-
petência, em detrimento de uma
perspectiva meramente comercial
e particularmente promíscua em
determinados pontos”.
Carlos Gomes, Fundador da Pergopi
4. >> RQ34 // ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO EM PORTUGAL
14
Criado em Abril de 2011 com o objectivo de implementar nos Países Africanos de Língua Oʼcial Portuguesa (PALOP) uma ferramenta que
possibilitasse gerar um clima de maior conʼança nos negócios multilaterais, o Instituto de Mediação e Arbitragem Internacional (ILMAI),
assume-se como «a estratégia pacíʼca na solução de conʽitos», um desígnio que Fernando Tonim, presidente, pretende ver corporizado até
2013 num futuro tribunal arbitral de Língua Portuguesa.
Tintas 2000, S.A
AFIRMAR UMA JUSTIÇA COMPLEMENTAR
E DE PAZ EM LÍNGUA PORTUGUESA
ILMAI – Instituto de Mediação e Arbitragem Internacional
É
na base do sonho de criar uma
rede de centros de mediação e
arbitragem na comunidade lu-
sófona, como sustentáculo do inves-
timento internacional qualificado,
que o ILMAI tem orientado uma po-
lítica estratégica de formação de qua-
dros técnicos certificados. “Se, por
um lado, a União de Advogados de
Língua Portuguesa (UALP) revelou
uma grande sensibilidade ao avanço
do projecto, por outro, é de louvar
que a mediação seja um processo na-
tural em África”, considera Fernando
Tonim, na base do conceito de comu-
nidade que ainda subsiste nas popula-
ções locais, ao invés de uma perspec-
tiva mais individualizada que impera
na Europa e no Novo Mundo.
O primeiro curso de mediação e ar-
bitragem decorreu em Lisboa, entre
os passados dias 10 e 14 de Outubro
de 2011, no Instituto Superior de
Ciências Sociais e Políticas (ISCSP),
tendo reunido 18 formandos de An-
gola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e
São Tomé e Príncipe. A desejada
criação da bolsa de mediadores e
árbitros com homologação interna-
cional deu aqui os primeiros passos,
na medida em que o ILMAI estabele-
ceu um protocolo com uma entidade
de referência neste sector, a Florida
International University (FIU), que
ministrou a formação certificada.
“Demos o pontapé de saída para um
projecto ambicioso de capacitação
dos quadros superiores, judiciários e
empresariais, na perspectiva de dis-
seminar em todo o espaço lusófono
africano as bases da criação de um
Tribunal Arbitral da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa”, pers-
pectiva Fernando Tonim, revelando
que “este desejo vai ao encontro de
uma justiça mais célere e eficaz, que
possa oferecer aos investidores um
meio alternativo de dirimir conflitos”.
O presidente do ILMAI espera for-
mar todos os anos cerca de 75 novos
profissionais, ao abrigo do programa
de formação assumido com a FIU,
quer em regime presencial, em Mia-
mi ou nos PALOP, quer à distância,
via ‘e-learning’, um projecto que se
poderão vir a juntar Macau e Timor-
Leste. A próxima acção de formação
terá lugar em Cabo Verde, país deten-
tor de um tribunal arbitral piloto – o
Centro de Mediação e Arbitragem da
Câmara de Comércio e Indústria de
Barlavento, na cidade de Mindelo, lo-
calizada na ilha de São Vicente. Cabo
Verde é, nomeadamente, membro do
Centro de Arbitragem do Atlântico,
na sequência de contactos qualifica-
dos com o Brasil, que tem aportado
‘know-how’ ao projecto da entidade,
vista como um exemplo de boas prá-
ticas. Na qualidade de representante
dos PALOP junto da UIA - Union
Internationale des Avocats, sedeada
em Paris, Fernando Tonim, anuncia
o desejo de organizar anualmente
seminários e ‘workshops’ formativos
no espaço lusófono africano, à seme-
lhança do que ocorreu a 6 e 7 Maio
de 2011, em Luanda, subordinado ao
tema «Investimento em África - Qua-
dro Legal e Institucional - Desafios e
Constrangimentos».
Consciente das dificuldades e dos
desafios que se colocam à materiali-
zação do desejado Tribunal Arbitral
da CPLP, capaz de concorrer com
as grandes referências mundiais da
mediação e arbitragem, onerosas e
centradas em Paris, Londres, Nova
Iorque e Hong Kong, Fernando To-
nim considera que há abertura dos
governos dos países lusófonos e da
iniciativa privada, que vê neste desíg-
nio uma mais-valia para a afirmação
da Língua Portuguesa. As ordens dos
advogados do espaço lusófono afri-
cano são, em igual medida, parceiras
importantes, juntamente com as
câmaras de comércio e indústria,
as universidades e a magistratura,
atesta Fernando Tonim, perspec-
tivando que os empresários sejam
“os melhores embaixadores deste
desígnio de procurar uma justiça de
paz que passa pela harmonização
das leis de arbitragem nos países
lusófonos, na aposta contínua em
formação, que vai estar em evidên-
cia no ano de 2012, e numa base de
consenso alargado que, muitas vezes,
se pauta mais pela vertente institucio-
nal, do que pela questão financeira,
rumo a uma justiça mais célere, efi-
caz e alternativa aos tribunais tradi-
cionais”.
Fernando Tonim, Presidente do ILMAI
5. >>RQ34 // ACTUALIDADE | INTERNACIONALIZAÇÃO
25
Pioneira da sinalização dinâmica em Portugal, com provas dadas na redução de acidentes rodoviários, a Habidom mantém, desde a sua
sede em Lavra, no concelho de Matosinhos, uma eʼciente rede de parcerias com os maiores players mundiais do sector o que potencia,
em escala, a criação de produtos e serviços com assinatura própria. O certiʼcado de ID+I que detém, comprova a Gestão da Investigação,
Desenvolvimento e Inovação, distinguindo-a como uma das 44 empresas com este tipo de atestação a operar em Portugal.
Tintas 2000, S.A
NA VANGUARDA DA PREVENÇÃO RODOVIÁRIA
Habidom
E
stendendo a sua influência
desde a gestão de trânsito local
até às grandes obras de enge-
nharia, que necessitem de sinaliza-
ção dinâmica, a Habidom tem como
grandes referências do seu portfolio
a iluminação dos corredores da Via
Verde, de Norte a Sul de Portugal,
a sinalização vertical com LED (dí-
odos emissores de luz) activada por
radar e o balizamento, ao eixo da
via, ou seja, a divisão entre as faixas
de rodagem, recorrendo a soluções
como balizas rebatíveis e dispositi-
vos luminosos, que funcionam, na
sua maior parte, através de energias
alternativas, como a solar.
De entre as inúmeras obras que se
somam em Portugal e no estrangeiro,
a intervenção no IP4 é vista por Rui
Castro, sócio-gerente da Habidom,
como “uma grande referência”, já
que, quer ao nível da aplicação de
balizas ao eixo da via, bem como
no que respeita aos sinalizadores de
gelo e demais sistemas de controlo
de tráfego, “permitiu a redução da
velocidade em 30 por cento nalguns
pontos críticos”, assim como uma
diminuição drástica, da ordem dos
90 por cento, nos choques frontais.
Cada vez mais nos mercados ex-
ternos, a Habidom “está vocacio-
nada para novos desafios e novas
tecnologias”, preconiza Rui Castro,
um desígnio para o qual conta com
investigadores que estão constante-
mente “a produzir e a testar soluções
revestidas de eficiência, fiabilidade e
resistência”. Focalizada em Angola,
desde há três anos, país onde estabe-
leceu uma parceria com um grupo
empresarial local, Grupo Vanoldi,
foi a Habidom a empresa elegida
para a instalação da iluminação pú-
blica solar com a nova tecnologia de
mega-LED, na Ponte sobre o Rio
Girau, na Província de Namibe, há
dois anos, e mais recentemente, na
nova ponte sobre o Rio Kwanza,
que, com os seus 1600 metros de
comprimento materializa uma das
maiores obras de engenharia opera-
das em território angolano.
Rui Castro
6. >> RQ34 // ACTUALIDADE | CONSULTORIA E FORMAÇÃO
28
Criado em 1990, em Lisboa, pelo Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Seguradora, o INETESE tem dimensionado a sua oferta forma-
tiva não só no âmbito das Finanças, Banca e Seguros, que corporiza a sua principal vocação, mas também noutras áreas proʼssionais de
reconhecido interesse. O INETESE está presente em nove pólos, de Norte a Sul de Portugal e Regiões Autónomas, apresentando um porte-
fólio estruturado de cursos de natureza qualiʼcante de nível II, IV e V, equivalentes ao 9.º e 12.º ano de escolaridade e ao pós-secundário,
como nos revela Puriʼcação Alves, coordenadora do pólo de Lisboa.
Tintas 2000, S.A
CONSTRUINDO PERCURSOS FORMATIVOS
COM BASE NA INOVAÇÃO
“O
INETESE, enquanto
escola profissional, a
maior do país, com
mais de 800 alunos que frequen-
tam a totalidade dos seus cursos,
dispõe de uma oferta formativa
diversificada, muito centrada na
actividade bancária e seguradora
e constituída por cursos de nível
4 de qualificação profissional,
equivalentes ao 12.º ano de es-
colaridade”, começa por afirmar
Purificação Alves, sublinhando
que o curso de Técnico de Ban-
ca e Seguros constitui “a grande
referência da instituição”. Numa
perspectiva mais avançada, o Cur-
so de Especialização Tecnológica
(CET) de Banca Seguros, pós-se-
cundário, que confere o nível V de
qualificação profissional, garante
equivalências a conteúdos curri-
culares de licenciaturas afins, em
caso de prosseguimento de estu-
dos. “Baseados em protocolos de
cooperação assinados com o ensi-
no superior universitário e politéc-
nico, os CET, com a duração de
1500 horas lectivas, das quais 500
de Formação em Contexto de Tra-
balho, têm apostado em vertentes
inovadoras, uma marca sempre
patente no INETESE” e registam,
segundo Purificação Alves, uma
grande procura, por parte, inclusi-
vamente, de profissionais do sec-
tor de actividade e por detentores
de cursos de formação superior.
A aposta na empregabilidade é
um desígnio do INETESE, que
tem pautado a sua intervenção
na aproximação dos alunos e
formandos às empresas, tanto na
óptica de assegurar estágios, como
INETESE –Associação para o Ensino e Formação
de intentar esforços no sentido de
garantir uma eventual colocação
após a conclusão dos mesmos.
Purificação Alves revela que os
formadores do INETESE nos
domínios curriculares técnicos
são profissionais do sector bancá-
rio e segurador, com experiência
comprovada nas empresas, no
sentido de incrementar apren-
dizagens ajustadas ao contexto
real de trabalho. “Desenvolve-
mos um trabalho muito grande
com as estruturas corporativas,
com competências em recursos
humanos e formação, no sentido
de protocolar as perspectivas de
carreira, assentes numa emprega-
bilidade sempre próxima dos cem
por cento”, afirma a coordenado-
ra, ciente de que o crescimento do
INETESE se tem sustentado no
relacionamento institucional com
os organismos da tutela e com
as empresas afins à nossa oferta
formativa, nomeadamente segu-
radoras, mediadoras, corretoras e
bancos. No intuito de dar a conhe-
cer as boas práticas de diferentes
iniciativas corporativas e institu-
cionais, o INETESE perspectiva
a realização de um ciclo de con-
ferências e ‘workshops’ em Abril
do próximo ano, durante três dias,
uma iniciativa de cruzamento de
experiências que se junta ao gran-
de projecto de formação de acti-
vos, incrementado sob a forma de
academias empresariais, junto do
Millenium BCP, do Finibanco e
do SAMS, entre outras entidades
do sector financeiro e segurador.
Puriʻcação Alves, Coordenadora do Pólo de Lisboa do INETESE A oferta forma-
tiva do INETESE
Cursos de Nível II (Equivalência
ao 9.º Ano)
:: Curso de Educação e Formação
de Operador de Informática
Cursos de Nível IV (Equivalência
ao 12.º Ano)
:: Curso de Educação e Formação
em Banca e Seguros
:: CursosTécnicos:Apoio à Gestão
–Reactivar |Audiovisuais | Banca
e Seguros | Biblioteca, Arquivo e
Documentação | Gestão | Market-
ing | Secretariado | Contabilidade
| Serviços Jurídicos | Vendas
Cursos de Nível V (Equivalência
ao Pós-Secundário)
:: Cursos de Especialização Tec-
nológica: Gestão, Contabilidade
e Fiscalidade | Banca e Seguros
7. >>RQ34 // ACTUALIDADE | LOGÍSTICA
31
Detentora de uma experiência consolidada no sector da logística, fruto de uma adaptação constante a novos clientes e distintas realidades
de negócio, a S-LOG é aqui retratada por Miguel Félix António, director-geral da empresa.
Tintas 2000, S.A
ACRESCENTANDO VALOR ÀS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS
S-LOG – Serviços e Logística, S.A.
Qual é a génese da S-LOG e de que
forma é que tem estruturado o seu
crescimento, à luz da missão e valores
que a norteiam?
A empresa que foi criada em 1972
com a designação de Entreposto In-
dustrial adoptando a actual designa-
ção em 2005, reposicionou-se nessa
altura como operador logístico di-
reccionando a sua actividade para
fora do Grupo Entreposto, entidade
de que faz parte. Temos procurado
diversificar a carteira de clientes.
Nos últimos dois anos, entrámos
em pequenas e médias empresas, de
distintos sectores de actividade. A S-
LOG pratica a flexibilidade e adap-
tabilidade às necessidades dos seus
clientes, o que só é possível porque
somos um operador que tem uma
política de portas abertas, não ape-
nas uma vez no ano, mas durante
todo o tempo.
Gostaria de destacar as soluções co-
merciais apresentadas pela S-LOG,
bem como alguns factos e números
que sejam evocativos da sua activida-
de no ramo logístico?
A empresa presta serviços de logís-
tica de viaturas e faz a logística in-
tegrada dos mais variados produtos.
Neste sector, da logística integrada,
destaco que asseguramos a recep-
ção, armazenamento e distribuição
de todo o tipo de produtos, excep-
tuando os que necessitem de frio.
A empresa dispõe de uma área total
de 115 mil metros quadrados, arma-
zéns de 25 mil metros quadrados
com pé direito até 12 metros e oito
cais de acostagem. Em 2010 fizemos
300 mil movimentos – 20.000.000
de unidades.
Como é que caracteriza o posicio-
namento da S-LOG, em termos de
serviços prestados e da aʼrmação
de uma política concertada na área
da qualidade, ambiente e solidez das
operações?
A tripla certificação que obtivemos
rege-se por normas diferentes, con-
soante falemos de Qualidade, Am-
biente ou de Segurança e Saúde do
Trabalho. Em relação à Qualidade,
a focalização está muito centrada
no cliente e no modo de desenvol-
vimento da actividade, no objectivo
permanente da melhoria contínua
do serviço prestado. No que respeita
ao Ambiente, trata-se de um sector
muito importante, dado que exige o
cumprimento das regras ambientais,
algo de fundamental para uma acti-
vidade empresarial, em particular a
logística. Com esta certificação con-
seguimos que o impacto ambiental
que a nossa actividade produz seja
mais reduzido e que sejam minimi-
zados os danos ao ambiente. A Se-
gurança e Saúde do Trabalho é uma
área que está mais focalizada nos
interesses e preocupações dos cola-
boradores, atenuando o impacto do
risco associado ao desenvolvimento
da sua actividade.
Que projectos é que se perspectivam
no futuro da S-LOG, nomeadamente
no que respeita à diversiʼcação de
serviços, à internacionalização e a ou-
tras áreas estruturantes?
Somos um operador vocacionado
para operações de picking e distri-
buição intensivas e operações de
valor acrescentado, em formato de
logística de contrato e/ou logística
In-house, o que procuraremos re-
forçar. Adoptámos uma estratégia
de desenvolvimento de negócio,
que nos levou a alargar o âmbito
da nossa actuação a vários clientes,
em diferentes sectores de actividade,
com quem desenhámos modelos
e soluções de gestão ajustados às
características específicas dos seus
negócios, tendo como objectivo úl-
timo contribuir para o reforço da
sua posição competitiva. Mais do
que prestadores de serviços somos
parceiros que acrescentam valor ao
negócio de quem nos procura.
A ʼnalizar, deseja endereçar uma
mensagem ʼnal aos nossos leitores?
Na actual fase da vida nacional gos-
tava de incentivar as pessoas e as
empresas para que nas suas vidas e
nos seus negócios façam por deter
mais competências e qualificações.
Que sejam capazes de romper o
cerco que aparentemente as inibe de
serem agentes de mudança. Que ca-
minhem no sentido de ser melhores
pessoas e melhores empresas, que
assentem a sua actuação na integri-
dade e em valores sólidos.
Miguel Félix António, Director-Geral da S-LOG
8. >> RQ34 // VINHOS, LICORES, AGUARDENTES E ESPUMANTES
34
Há quase 60 anos, numa terra abençoada para a produção de vinhos, a Adega Cooperativa de Favaios tem vindo a brindar os seus segui-
dores, com Moscatéis de excelência, como o incontornável Favaíto, aos quais se junta uma bem estruturada oferta no campo dos vinhos de
mesa, do Porto e espumantes, que ʼcamos a conhecer nesta entrevista através de Mário Monteiro, presidente da direcção.
Tintas 2000, S.A
UMA HOMENAGEM À
TRADIÇÃO DE BEM-FAZER
Adega Cooperativa de Favaios
C
onhecidos de Norte a Sul do
país, os Moscatéis de Favaios,
terra cuja História se perde no
tempo, fazem as delícias de quantos o
tomam como aperitivo ou sobremesa,
evocando a doçura do sabor e a suavi-
dade do aroma. “Temos orgulho em
produzirumMoscateldegrandequali-
dade, considerado internacionalmente
um dos melhores do mundo, o ex-líbris
de Favaios”, evoca Mário Monteiro,
acrescentando, por outro lado, que “a
Adega Cooperativa de Favaios está a
apostar, também, no lançamento de
novos produtos, como um Colheita
Tardia”.
“Continuamos a evidenciar os Mosca-
téis Reserva e 10 Anos e outras edições
mais antigas, como as colheitas de
excepcional qualidade, corporizadas
nos lotes de 1989, 1980 e 1975”. A
inovação constante está patente no
Um Olhar sobre
a gama
de vinhos
MOSCATÉIS
:: Adega de Favaios
:: Favaíto
:: Adega de Favaios Reserva
:: Adega de Favaios 10 Anos
(Medalha de Ouro e considerado
um dos melhores do mundo no
concurso Muscats du Monde
2011)
:: Adega de Favaios | Colheitas
(1989, 1980 e 1975)
VINHOS
:: Foral da Vinha (DOC Douro |
Branco e Tinto)
:: Encostas de Favaios
:: Casa Velha DOC Douro / Branco
e tinto (apenas entra no mercado
em anos excepcionais pela sua
elevadíssima qualidade)
:: Colheita Tardia -Favaios
VINHO DO PORTO
:: Porto Monge 10 Anos |
:: Porto Monge Tawny, Ruby e
White
ESPUMANTE
Adega de Favaios (Meio-Seco |
Bruto)
Podecomprarosnossosprodutos
nas Lojas da Adega em Mirande-
la, Braga, Maia e Favaios.
reconhecimento que “o Moscatel mais
conhecido no país”, o Favaíto, tem
tido junto dos consumidores, fruto de
uma presença constante no mercado,
baseada numa imagem de irreverência
e juventude.
“Estamos a trabalhar no lançamento
de uma nova imagem, do Espumante
AdegadeFavaiosdegrandequalidade,
tendo no ano passado ganhado a Me-
dalha de Ouro no Concurso Nacional
de Vinhos”, anuncia o presidente da
direcção.
AAdegaCooperativadeFavaiosescoa
uma grande parte da sua produção no
mercado nacional, que absorve 70 por
cento da produção, mas a aposta no
mercado internacional é fundamental.
“Temos uma fatia razoável de expor-
tações, que ronda os 15 por cento, na
base de um investimento continuado
nos mercados externos. Estamos pre-
sentes em muitos países e sabemos que
esse é o caminho a seguir.
Destaco os mercados como a Suíça,
Luxemburgo, França e Bélgica, paí-
ses onde há uma grande presença de
Mário Monteiro, Presidente da Direcção
VINHOS,LICORES,AGUARDENTESEESPUMANTES
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9. >>RQ34 // VINHOS, LICORES, AGUARDENTES E ESPUMANTES
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Visitando a Enoteca Douro, Quinta da
Avessada e prova de vinhos na Adega de Favaios
A Enoteca Douro é um espaço onde é proposta uma viagem lúdica e in-
teractiva pelos tempos, de modo a retratar de uma forma única a história,
modo de vida, usos e costumes, que estas terras encerram. Ao longo da
visita o participante pode vivenciar memórias fotográʻcas e representa-
ções etnográʻcas dos vários processos vinícolas, que ilustram os métodos
tradicionais utilizados para a produção dos seus néctares, assim como
efectuar uma visita à Adega de Favaios com prova incluída dos Moscatéis.
AEnoteca Douro constitui um museu interactivo alusivo à história e cultura
da vinha e do vinho na Região do Alto Douro. Situada em pleno coração da
Região Demarcada do Douro, em Favaios, pretende conjugar, num espaço
ancestral, os melhores produtos e seus produtores, para proporcionar uma
experiência única. É um espaço repleto de actividades promocionais, que
irão surpreender o visitante.
Trata-se da primeira Enoteca Interactiva da Europa, uma vez que está dota-
da de um soʻsticado sistema de multimédia e audiovisuais que, conjugado
com o movimento das diferentes representações etnográʻcas existentes
ao longo da visita, transporta o visitante para uma época ancestral.
Contactos para visitas: Luís de Barros (luisbarros@enotecadouro.com)
portugueses, mas também estamos
presentes no Brasil, Angola e Estados
Unidos, três mercados que queremos
aprofundar, bem como o Canadá”.
Consciente de que a Adega Cooperati-
va de Favaios se sustenta, por um lado,
naexcelentequalidadedosseusvinhos,
Foto:FernandoPiçarra
e, por outro, no reconhecimento das
marcas que detém, Mário Monteiro
explica que “o Moscatel do Planalto
de Favaios difere dos demais mosca-
téis do Douro, porque este ‘terroir’, ou
seja, o solo e o clima, é mais propício
aodesenvolvimentodasvinhas,doque
o proporcionado nas encostas de so-
calcos que compõem a maior parte da
paisagem duriense. Este cenário está a
ser posto em evidência na produção de
vinhos brancos de excelente qualida-
de”. O nosso entrevistado revela que,
na produção dos melhores vinhos, há
a preocupação de investir os maiores
cuidados: “Existe um acompanha-
mento permanente das vinhas ao lon-
go do ano, por parte de um engenhei-
ro agrícola, o que permite gerir com
toda a eficácia a produção, a colheita
e o acondicionamento/transporte das
uvas até à adega”. O investimento
realizado em 2005 no novo centro de
vinificação “constituiu a aposta no que
de melhor existia em termos tecnoló-
gicos”, numa base evolutiva de exce-
lência que tem permitido a afirmação
dos vinhos da Adega Cooperativa de
Favaios em Portugal e além-fronteiras.
Questionado sobre a vindima de 2011,
Mário Monteiro é peremptório: “foi
muito boa”, explicando que “embora
tenha registado menor quantidade de
uvas, afigura uma grande qualidade
em potencial”.