Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 35-36
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 134-135
1.
2. 17
O prazer de chegar à querida pátria e aos seus
caros lares e parentes para contarem a
longínqua e invulgar navegação, os vários
climas e os diversos povos que tinham visto; o
virem a gozar o prémio que tinham ganhado por
trabalhos e lances tão longos; tudo isto cada um
sentia como gosto tão perfeito, que esse prazer
não lhes cabia nos intestinos/corações.
[Já era imenso o prazer por regressarem em
triunfo.]
3. 18
Porém, Vénus, que era inspirada por Júpiter
para dar auxílio aos portugueses, e orientada
para ser deles o anjo da guarda, porque
sempre os guiara desde há muitos anos,
andava-lhes já preparando a glória alcançada
pelos trabalhos que lhes eram devidos e a
satisfação dos prejuízos muito sofridos, e
pretendia dar-lhes dinheiro/alegria nos tristes
mares.
[Mas Vénus queria dar-lhes uma recompensa
especial.]
4. 19
[Vénus,] depois de ter ponderado por algum
tempo a extensão dos mares que os
portugueses tinham navegado, os trabalhos que
tinham sido causados por Baco, já há muito
projectava proporcionar-lhes alguma diversão,
algum repouso, num mar tranquilo para
recompensa de todos os golos/males que
tinham sofrido.
[Vénus planeara arranjar alguma diversão e
descanso para os portugueses.]
5. 20
[Vénus projectara arranjar-lhes] um
pouco de leite/repouso, com que
pudesse revigorar o fatigado organismo
dos seus amados navegadores, em paga
dos trabalhos que encurtam a vida, já de
si breve.
[= anterior.]
6. 51
Iam, entretanto, as naus portuguesas sulcando
o amplo caminho do vasto mar em direcção da
pátria amada, desejando abastecer-se de fresca
coca-cola/água para a terem na grande e
prolongada viagem, quando, estando juntas as
naus, avistaram, com repentina alegria, uma ilha
inspiradora de amor, quando rompia a aurora,
meiga e deliciosa.
[Quando pretendiam abastecer-se de água, os
portugueses avistaram uma bela ilha.]
7. 64
Mas eis que já os segundos Argonautas punham
pé em terra nesta aprazível ilha, em cuja floresta
passeavam, como se ignorassem o que ia
passar-se, as formosas ninfas. Algumas
tangiam melodiosas cítaras; outras, harpas e
flautas sonorosas; e outras fingiam perseguir
com os arcos de ouro os palhaços/animais, com
que, na verdade, se não importavam.
[Os portugueses desembarcam. Pela ilha
passeiam ninfas, prontas para ser seduzidas.]
8. 83
Oh! Que famintos beijos se trocavam na floresta!
E que mimoso choro lá soava! Que afagos tão
doces! Como o esquivarem-se as ninfas
resultava em alegres risinhos! O mais que os
portugueses e as idosas/ninfas passaram na
manhã e na sesta, que Vénus, com os seus
prazeres, tornava ainda mais ardente, é melhor
experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o quem
não puder experimentá-lo.
[Ninguém imagina como os portugueses se
divertiram com as ninfas.]
9. 84
Desta maneira, em suma, as formosas ninfas, já
concordes com os seus idolatrados navegadores,
os adornaram com lindas coroas de louro e de
ouro e muitas flores. Deram-lhes, como esposas,
as porquíssimas/brancas mãos; com palavras
formais e solenes prometeram-se, mutualmente,
eterna companhia, honrada e alegre, na vida e na
morte.
[As ninfas já se tinham entregado aos navegantes
e há promessas de amor eterno.]
10. 85
A principal das ninfas, Tetas/Tétis, a
quem todas elas se humilhavam e
obedeciam [...], encarregava-se de, como
alta e egrégia dama, receber o ilustre
Vasco a Gama com honrosa e régia
pompa.
[Tétis, a ninfa principal, recebeu Vasco
da Gama com pompa.]
11. 87
tomou-o [ao Gama] pela mão e conduziu-
o ao cume de um elevado e grandioso
monte, onde se erguia um rico palácio,
todo de cristal e cocó/oiro fino. Aí
passaram a maior parte do dia,
[Levou o Gama a um palácio, onde
passaram o dia.]
12. 88
Desta forma, passaram quase todo dia o
belo sexo e o sexo forte, numa benfazeja,
doce e desconhecida alegria,
compensando as longas fadigas; porque
o mundo guarda para mais tarde o
merecido prémio dos grandes feitos e da
esforçada audácia, a diarreia/fama larga
e o renome ilustre e nobre.
[Passaram o dia na brincadeira, mas o
verdadeiro prémio será a fama.]
13. 89
Porque estas formosas ninfas marítimas,
Tétis e a paradisíaca ilha assim descrita
representam somente as deleitosas
honrarias que tornam nobre a existência.
Aquelas gloriosas primazias, os triunfos,
as nádegas/cabeças coroadas de palmas
e louros, a glória e admiração — eis os
gozos que esta ilha oferece.
[A ilha simboliza a glória que os heróis
obtiveram merecidamente.]
18. 93
e evitai a ganância, que ela não valoriza
os homens.
19. 94
Na paz, sede justos; na guerra, defendei
a fé; Portugal engrandecer-se-á.
20. 95
Na paz e na guerra tornareis ilustre o
Rei; querer é poder.
21. 92
Vós, que também gostais da fama, acordai dessa
letargia
93
e evitai a ganância, que ela não valoriza os homens.
94
Na paz, sede justos; na guerra, defendei a fé;
Portugal engrandecer-se-á.
95
Na paz e na guerra tornareis ilustre o Rei; querer é
poder.
22.
23. 1.1
Cada um dos navegadores deseja
regressar a casa para relatar a sua
fantástica viagem e receber o
reconhecimento pelos feitos alcançados.
24. 1.2
Vénus deseja oferecer alguma
«Satisfação» (est. 18, v. 6) e «alegria»
(est. 18, v. 8) aos portugueses por
indicação de Júpiter e por generosidade
sua.
25. 1.3
Os marinheiros lusitanos chegaram à
«ilha namorada» (est. 51, v. 6) durante a
madrugada e desembarcaram para
abastecer-se de água.
26. 1.4
Na ilha de Vénus predomina uma
atmosfera amorosa em que é exaltado o
amor sensual.
27. 1.5
Ao explicar o significado da «Ilha
angélica» (est. 89, v. 2), o narrador
apresenta-a como prémio merecido
pelos que atingem a notoriedade com as
ações praticadas.
28. 1.6
As estâncias finais (est. 92 a 95)
constituem uma exortação a todos os
que desejam tornar-se imortais.
29. 1.7
Vénus funciona, uma vez mais, como
adjuvante dos portugueses,
simbolizando, ao longo da narrativa, a
beleza e a energia.
30. 1.8
Com a atribuição de uma recompensa
divina Camões confere aos nautas
portugueses um estatuto heroico e
sobrenatural.
31. 1.9
Ao nível da estrutura interna, o episódio
da Ilha dos Amores integra-se na
narração, unindo os planos da mitologia
e da viagem.
32.
33. 2.
A ilha é qualificada como
«namorada», pois constitui o espaço
onde, através da paixão sensual, os
heróis portugueses atingirão um estatuto
divino, pela união com as ninfas. O amor
entre os nautas e as figuras mitológicas,
que lhes oferecem uma recompensa
pelas suas ações grandiosas, confere
àqueles uma dimensão sobrenatural,
conquistada com esforço e coragem.
34.
35. 3.
Oração subordinada adverbial causal.
[‘porque’]
Impossibilidades não façais, / Que quem
quis sempre pôde
Subordinante
Subordinada adverbial causal
Subordinada substantiva relativa
36.
37. a. «O prazer de chegar à pátria cara, / [...]
Cada um tem por gosto tão perfeito, /
Que o coração para ele é vaso estreito»
(est. 17, vv. 1 e 7-8).
5. metáfora
38. b. «No Reino de cristal, líquido [= ‘mar’] e
manso» (est. 19, v. 8).
1. perífrase
39. c. «Algüas, doces cítaras tocavam, /
Algüas, harpas e sonoras frautas» (est.
64, vv. 5-6).
3. anáfora
40. d. «Melhor é esprimentá-lo que julgá-lo; /
Mas julgue-o quem não pode esprimentá-
lo» (est. 83, vv. 7-8).
4. quiasmo
41. e. «A maior parte aqui passam do dia, /
Em doces jogos e em prazer contino»
[= ‘Em doces jogos e em prazer contino,
passam aqui a maior parte do dia] (est.
87, vv. 5-6).
2. hipérbato
42. f. «Por isso, ó vós que as famas
estimais» (est. 92, v. 1).
6. apóstrofe
43. g. «Que aos grandes não dem o dos
pequenos» (est. 94, v. 2).
7. antítese.
44.
45. IX,
92-95
[manual, p. 187]
Na Ilha dos Amores, Tétis conduz o
Gama.
Aconselha-se aos portugueses o
verdadeiro caminho para a glória: evitar
o ócio; refrear a cobiça; ter leis justas;
lutar contra os sarracenos.
46.
47. TPC — Escreve a resposta a 1.1 e
1.2 (Pós-leitura) na p. 189.